Buscar

Prova Filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nome: Micaela Cristina Menezes Martins 
1 - Relacione a filosofia moderna com a realidade da Europa dos séculos XVI, XVII e 
XVIII;
A filosofia Política moderna e com a filosofia do direito moderna.
A idade moderna apresentou diversas linhas de pensamentos.Começando-se pelo 
renascimento, o pensamento renascentista bastante influenciado pelo pensamentos 
antigos mais acrescida de um pensamento crítico.
As ideias renascentistas valorizaram o homem e suas realizações, a expansão 
comercial permitiu o confronto de valores e culturas diversas e provocou um 
"repensar" crítico do mundo, até então dominado pelo clero.
O renascimento foi “uma revivificação das capacidades do homem, um novo 
despertar da consciência de si próprio e do universo […]”. (SICHEL, E. apud BARROS 
– 2012 – p. 17.)
Neste período se destacou o pensamento de Maquiavel, o pensamento de Maquiavel 
rompe com o ideal moral, com fortes influências do cristianismo, presente na Idade 
Média. Tratando da questão relativa a polis sob uma perspectiva normativa.
*“[Maquiavel] propõe a análise do fenômeno do poder a partir da política concreta, da 
política pura, distanciando-se do normativíssimo ético. Isto é, ao invés de uma 
postura contemplativa face às questões do mando, [Maquiavel] […] constrói suas 
ponderações alicerçando-se na realidade dos fatos políticos de forma empírica e 
objetiva. Não se detém na idealização de governos justos, voltando toda sua atenção 
para a perscrutação fria da política, observando-a, antes de tudo, como o estudo da 
luta pelo poder.” (BARROS – 2012 – p.60)
Montesquieu autor do espirito das Leis, no qual ele propôs uma definição para as leis 
que seria nada mais que relações necessárias que derivaram da natureza e das 
coisas. Montesquieu também apresentou a teoria da divisão tríplice de poderes entre 
legislativo, executivo e judiciário.
Humanismo
O interesse dos humanistas era fazer reviver e valorizar diferentes culturas, 
enfatizando o homem, colocando-o no centro dos interesses e atenções- 
antropocentrismo.
A natureza também atrai as atenções torna-se objecto de observação e estudo numa 
atitude de crítica ao saber tradicional, levando a um extraordinário desenvolvimento 
de vários ramos do conhecimento sobretudo na matemática, astrologia, geografia, 
botânica e anatomia
O século XVIII foi o último século da Idade Moderna e o primeiro da Idade 
Contemporânea e ficou conhecido como o Século das Luzes.
As ideias iluministas promovidas na Europa pelos  filósofos espalharam-se pelo 
mundo e inspiraram revoluções como a Revolução Francesa em 1789.
O iluminismo
 
O iluminismo foi um movimento cultural da elite intelectual europeia  que procurou 
mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado 
da tradição medieval.
Os pensadores iluministas tinham como ideal a extensão dos princípios do 
conhecimento crítico a todos os campos do mundo humano. Supunham poder 
contribuir para o progresso da humanidade e para a superação da tirania e 
superstição que diziam ser o legado da Idade Média.
Toda a estrutura política e social do absolutismo foi violentamente atacada pela 
revolução intelectual do Iluminismo.
Da parte mais moderna do pensamento filosófico, o campo do direito os fatos e as 
normas jurídicas era uma manifestação de um duplicidade necessária.
No qual os atos do homem são atos naturais, imantados para uma subjetividade 
universal, mas esta, por sua vez é orientada no sentido dos atos naturais, que 
encerram o ciclo.
Podemos falar que a idade moderna foi para o direito o berço, do pensamento 
ontológico.
Immanuel Kant (1724-1804)
 Inserida no contexto iluminista do século XVIII, a filosofia kantiana foi desenvolvida 
quando já se manifestavam, segundo McCarthy (2009), as primeiras oposições 
filosóficas e religiosas à escravidão racial tanto na Europa como na América. Todavia, 
ao invés de posicionar o seu cosmopolitismo para rechaçar tal prática se juntando ao 
espírito crítico da época, Kant vai construir uma teoria racial em um tempo em que o 
racismo científico, que viria a informar o imperialis-mo europeu do século XIX, ainda 
estava na sua infância
O desenvolvimento dos homens como seres racionais, para Kant, implica que os 
mesmos se tornem autônomos, isto é, que passem a se autogovernar, deixando de 
depender de qualquer direção externa. Nesse sentido, Foucault (2005) nos mostra 
que Kant define as Luzes como uma saída, um processo que nos liberta do "estado 
de menoridade", isto é, do estado de nossa vontade que nos faz aceitar a autoridade 
de algum outro para nos conduzir em domínios em que convém usar a razão.
As Luzes, portanto, correspondem, para Kant, ao momento no qual a humanidade 
fará uso da razão sem se submeter a qualquer autoridade externa (FOUCAULT, 2005). 
Para atingir o iluminismo, por conseguinte, os homens deveriam, por meio de uma 
atitude corajosa, escapar de uma condição autoimposta de imaturidade na qual se 
requer algum outro como guia e, ao invés disso, passarem a usar o seu próprio 
entendimento. Nas suas palavras:
O Iluminismo é a emergência do homem de sua imaturidade autoconstituída. A 
imaturidade é a incapacidade de utilizar seu próprio entendimento sem a orientação 
de outro. Essa imaturidade é autoconstituída se a sua causa não é a falta de 
entendimento, mas uma falta de resolução e coragem para usá-lo sem a orientação 
de outro (KANT, 2009b, p. 1, grifo meu).
O reino dos fins kantiano não seria um projeto concluso, mas um projeto em 
movimento; os contemporâneos de Kant não estariam em uma "era iluminada", mas, 
antes, em uma "idade do iluminismo".
2 - Explique o pensamento de Kant sobre Estado e direito e compare-o com o 
pensamento Hegeliano;


O republicanismo kantiano estabelece a priori os princípios que devem reger a
convivência humana no interior do Estado de direito. Trata-se do Estado da razão, do 
dever ser de todo os estados históricos. Kant pensa numa sociedade para homens 
racionais, potencialmente capazes de agir segundo a representação de leis.
A capacidade de ação racional não garante que os homens ajam racionalmente. 
Junto a ela está a possibilidade de agir segundo às inclinações, ou seja, os homens 
são seres imperfeitamente racionais que podem agir tanto racionalmente quanto 
motivados pelas inclinações naturais. A ordem jurídica obriga os homens a agir como 
se fossem racionais. Esta é a especificidade do direito: faz, através da coerção, com 
que as ações sejam conforme às leis da razão, independentemente das intenções dos 
agentes.
Em Kant há dois tipos de legislação: a ética (interna) e a jurídica (externa). O
fundamental para os propósitos desse estudo é que não há diferença objetiva entre 
as leis éticas e as leis jurídicas; a diferença entre ambas está no móbil da ação e não 
na objetividade
da lei. O direito nada prescreve de diferente ou contraditório em relação às leis éticas. 
De outro modo, quanto à objetividade da lei, não há diferença entre ética e direito; no 
entanto, não parece coerente afirmar que Kant exija, no direito, um móbil diferente da 
ética e que essa é a principal distinção entre as duas legislações. Esse ponto é 
central. Enquanto possibilidade o direito admite um móbil diferente da ética. Porém, 
isso não significa que, igualmente, enquanto possibilidade, Kant exclua um 
cumprimento ético das leis jurídicas.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292014000200417
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292014000200417
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292014000200417
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292014000200417
A república kantiana, à medida que é a única que está de acordo com os princípios 
do direito (princípios racionais a priori), não tem na ação conforme às leis o seu 
escopo final. Isso é o mínimo que se espera de seres racionais. A constituição 
republicana estabelece as
condições de possibilidade à autonomia dos cidadãos.As leis civis garantem o 
mínimo, a saber, uma convivência sem conflitos; um livre exercício das liberdades 
externas que respeita o direito de todos. Kant não nega a possibilidade de uma 
heteronomia política: cidadãos que
respeitam as leis civis simplesmente por que são coagidos a procederem dessa 
forma. Aquilo que se denomina liberalismo, em Kant, identifica-se com esse mínimo 
exigido e garantido pela constituição republicana, ou seja, a mera coexistência sem 
conflitos das liberdades externas. No entanto, essa leitura é unilateral, pois prescinde 
da noção de autonomia, ou seja, desvincula o direito e a ética.
Que o filósofo deixa a critério de quem age escolher os seus próprios fins – apanágio
do liberalismo – é uma afirmação incapaz de gerar polêmica. Resta saber se qualquer 
fim é adequado a seres racionais. A ação (escolha), para ser livre, deve ser racional e 
isso tem implicações éticas, pois se trata de motivações internas.
Sustentar que o republicanismo kantiano tem como ideal supremo o cumprimento
ético das leis jurídicas, embora não desconsidere nem condene seu cumprimento
simplesmente por medo da coerção, significa que, numa perspectiva ideal, Kant 
espera o máximo dos cidadãos republicanos, a saber, que sejam autônomos. Ser 
autônomo, grosso modo, é ter as leis da razão (sejam éticas ou jurídicas) como 
móbiles das ações.
A função do Estado é garantir o exercício pacífico das liberdades externas. Em Kant, 
só há liberdade quando a razão é obedecida. O filósofo estabelece a constituição 
republicana como inteiramente fundamentada em princípios racionais; pode-se 
afirmar que a república é um produto da razão pura prática, portanto uma idéia. 
Hegel toma o termo Direito (Recht) ora numa acepção restrita, indicando apenas uma 
parte do sistema, ora numa acepção ampla, indicando o sistema em seu todo, aí 
incluído todas as matéria da chamada filosofia prática (economia, política e moral). 
Por outro lado, para designar a matéria habitual do direito público, Hegel utiliza a 
expressão Constituição (Verfassung), deixando para a expressão "direito", em sua 
acepção mais restrita, os conteúdos próprios do direito privado.
Em sua pugna com o jusnaturalismo, Hegel parece não considerar o direito como 
uma categoria autônoma e chave para compreensão da dinâmica social. Não mais 
partido do indivíduo, como faziam as correntes jusnaturalistas, mas do povo, 
historicamente determinado, com sua religião, sua arte, suas técnicas, suas leis e 
seus costumes; em suma com seu ethos. Assim, tomando o povo como ponto de 
partida, e considerado-o como totalidade histórica e concreta, Hegel adota uma nova 
e original perspectiva. O direito não somente é destronado, mas dissolvido como 
categoria unitária e unificadora. Nesta mudança de perspectiva, no jusnaturalismo, o 
primado do direito comportava a redução da sociedade e da filosofia do Estado a 
filosofia do direito, considerado o direito como aquele tecido conectivo através do 
qual ocorre a passagem do estado a-social para o estado social, do estado natural 
para o estado civilizado, propondo-se a sociedade universal regulada pelo direito 
como ideal regulativo da história. A insuficiência, pois, do direito mostra-se 
exatamente em face desta mudança de perspectiva assumida por Hegel. Aquilo que 
unifica um conjunto de indivíduos, transformando-o num povo, numa totalidade ética, 
não é o direito abstratamente considerado. Para tanto, faz-se necessária uma 
conexão mais profunda, enraizada no próprio "espírito do povo", da qual o direito 
apresenta-se somente como uma de suas manifestações. "Um povo é algo mais que 
uma sociedade juridicamente regulada e organizada : é um organismo vivo." Neste 
contexto, o direito representa sempre o momento da abstração, da formalidade, da 
estabilidade, enquanto a eticidade representa a concretude viva e histórica.
Em sintonia com esta diretriz, Hegel inicial o estudo da práxis humana não a partir do 
mundo do direito, mas das esferas da economia, da política e da eticidade. Nestas 
esferas, o direito é considerado apenas como momento formal. Assim, o direito 
privado seria o momento formal da economia, destinando-se à estabilização das 
relações econômicas (propriedade, posse, contrato), enquanto o direito público seria 
o momento formal da política, vocacionado ao mesmo ideal de estabilização, 
mediante a instauração de uma organização, pela ordenação permanente das partes 
no todo. A eticidade, por seu turno, apresenta-se como categoria universal, 
unificadora de todas as outras categorias parciais da filosofia prática. Deve-se 
observar, contudo, que, em Hegel, progressivamente, o direito vai se tornando uma 
categoria mais e mais importante, tal como o demonstra uma ilustrativa obra da 
maturidade, Princípios da Filosofia do Direito.
Frederico (2009) considera o ano de 18437, como ano decisivo para a fundamentação 
ontológico-materialista nos escritos de Marx. Nesse ano, Marx inicia sua crítica à 
filosofia hegeliana, mesmo de maneira incipiente, confrontando a mais refinada 
expressão de Estado moderno da época, o Estado filosófico hegeliano. Pretendendo 
elencar as insuficiências teóricas de Hegel, o autor procurou debruçar-se sobre a 
concepção de alienação, buscando explicar a dualidade teórica encontrada entre 
sociedade civil e Estado.
Marx se ampara no conceito de abstração, sob a perspectiva feuerbachiana, para 
explicar a concepção de Estado em Hegel e ao mesmo tempo, “acertar as contas 
com a filosofia de seu tempo”. Para tanto, o autor vê no Estado uma ferramenta 
capaz de reproduzir a essência humana para uma esfera exterior (Estado), ou seja, 
“uma projeção ilusória de um ser material”. Nesse caso, o Estado torna-se algo 
idealizado, pela família e sociedade civil, extrapolando a esfera física e ganhando uma 
forma etérea que paira sobre a sociedade civil. Dito de outro modo, o Estado é 
deslocado para a esfera mística, sendo estranho e exterior a sociedade civil. Nessa 
chave interpretativa a sociedade civil é vista por Marx como sendo à base de toda a 
sociedade, pois ela é a extensão material que comporta todas as idealizações sociais, 
sustentando o aparelho estatal e perpetuando sua existência.
Marx esclarece que o “movimento ternário hegeliano” (afirmação, negação e negação 
da negação), oculta o verdadeiro papel da família e da sociedade civil, tornando-a um 
mero pressuposto estatal. Em Hegel o desdobrando histórico da sociedade, seria a 
família um elemento “natural” que sequencialmente daria origem a sociedade civil, 
momento em que se nivela o “espírito comunitário”. A sociedade civil é representa 
nesse sentido, por Hegel, diz, Frederico (2009) “como o momento dilacerador”, pois 
ela seria o resultado da Revolução Francesa, por isso, a sociedade é vista por Hegel, 
como um aesfera atomizada que têm em sua gênese os interesses antagônicos e 
díspares, ou seja, o lugar da “guerra de todos contra todos’’. O Estado, por sua vez, 
desponta na filosofia do Direito enquanto um principio racional capaz de superar os 
particularismos da sociedade civil e reordenar sua instância mesquinha. Nessa 
argumentação o formato estatal hegeliano perpassa a esfera universal (Espírito 
absoluto, Deus), particular( sociedade civil),e, por fim, o Estado representado pelo 
príncipe pelo processo de autoconsciência, ou seja,o príncipe é a “encarnação 
racional da vontade’’8. O Estado representa a universalização racional da vontade.
Marx protesta quanto ao curso do movimento logicista,que apresentava o Estado 
como a conclusão desse processo. Nesse sentido, o autor pondera que ser social, ou 
seja, a sociedade civil esvazia-se, perde seu sentido, e só o reintegrava a sua 
essência pelo processo ascensional que a conduz ao Estado. Daí a questão, como 
pensar a existência e permanência sociedade civil? Como entendê-la, se ela só pode 
ser compreendida na medida em que é uma das partículas do Estado? Buscando 
uma solução Marx verifica à necessidade de reencontrar a “ideia lógica,” oua razão, 
seja no Estado ou na sociedade civil. O que importa para Marx é avançar através do 
fluxo contínuo do pensamento até a razão emancipatória ou a democracia9.
A crítica “encarniçada” de Marx à Hegel toma como postulados para seu 
desenvolvimento as dualidades entre Estado político, Estado não político e 
burocracia10. Para Marx Hegel:
 pressupôs a separação civil e do Estado político (uma situação moderna) e a 
desenvolveu como momento necessário da ideia, como verdade absoluta 
racional. Apresentou o Estado político na sua forma moderna da separação 
dos diferentes poderes. Ao estado real e agente, ele deu a burocracia como 
seu corpo e colocou esta, como o espírito que sabe, acima do materialismo da 
sociedade civil. Opôs o universal em si existente do Estado aos interesses 
particulares e à necessidade civil. Em uma palavra, ele expõe, por toda a 
parte, o conflito entre sociedade civil e Estado. (MARX, 2010, p. 91)
Nessa assertiva, ele é influenciado pela compreensão de estranhamento, ou melhor, 
de predicativo do sujeito. O Estado nasce, para Marx, enquanto um fator 
condicionante da alienação da sociedade, ou melhor, da alienação política. Nesse 
período, Marx caminhava para uma compreensão de cunho mais sistematizada, onde 
podemos observar que o autor ainda não faz uma crítica incisiva ao Estado, pois não 
consegue compreendê-lo até suas últimas consequências (enquanto um “comitê da 
burguesia”), e, tampouco, consegue ultrapassar seu mestre Feuerbach, visto que 
ainda encontra no Estado uma figura etérea, transcendente e incognoscível.
Para superar a ideia de “soberania estatal” Marx reclama em sua argumentação à 
favor da democracia.
Em todos os Estados que diferem da democracia o que domina é o Estado, a lei, a 
constituição, sem que ele domine realmente, quer dizer, sem que ele penetre 
materialmente o conteúdo das restantes esferas não políticas. Na democracia, a 
constituição, a lei, o próprio Estado é apenas uma autodeterminação e um conteúdo 
particular do povo, na medida em que esse conteúdo é constituição política. (MARX, 
2010 p.51).
Para Marx, a democracia deve ser o respaldo das relações materiais vivenciadas pela 
base social, ou seja, pela família e sociedade civil. Sendo assim, a categorização e 
constituição do Estado deve contemplar o conteúdo real vivenciado pela sociedade, 
que avançam juntamente com as determinações do ser social. Nesse instante, Marx 
tenta “desenrolar” o Estado, fazê-lo soltar-se da obscuridade logicista e da tortuosa 
engrenagem abstrata. Através do sentido que agrega à família e à sociedade civil. 
Vislumbrava assim, através do processo de racionalização da realidade superar a 
Ideia (Estado) e torná-la um reflexo da realidade.


3 - Explique o pensamento de Marx sobre sociedade, Estado e direito e relacione-o 
com a realidade européia do século XIX;
Marx concebe o Estado não como curador social que tem por função obter o bem 
comum da sociedade e proteger os interesses universais, como pensou Durkheim, 
nem também como o Estado ético-racional, perene, sem história, superior a 
sociedade civil, como propunha Hegel. Ele analisa-o relacionado à realidade política 
como reflexo da sociedade civil e, portanto, como decorrente de uma luta de classes. 
O Estado, para o autor, localiza-se na esfera superestrutural, sendo seu surgimento 
necessário para ordenar essa luta de classes, amenizando-a. Fazendo isso, o Estado 
atende aos interesses dos proprietários4, já que a intensificação dos conflitos pode 
gerar uma superação da realidade e à classe dominante interessa a permanência da 
situação vigente.
Para ele, o Estado é o braço repressivo da burguesia. Ele utiliza-se da coerção para 
garantir a ordem infraestrutural. Marx teoriza que as forças produtivas do modo de 
produção capitalista deveriam ser desenvolvidas ao máximo até as contradições entre 
as classes tornarem-se insuportáveis. Nesse momento, o povo chegaria ao poder e 
as decisões seriam tomadas pela própria massa popular. Dentre essas decisões, 
estaria a socialização das propriedades, enquanto que o Estado, e 
consequentemente o Direito (já que este é produto daquele) iriam perdendo as suas 
funções até se extinguirem completamente. Isso porque tais institutos não seriam 
mais necessários numa sociedade na qual todas as pessoas estariam numa mesma 
situação diante da base material (não existiriam mais classes sociais, então não 
haveria mais necessidade de algo que regulasse as contradições entre elas).
O Estado é a expressão legal – jurídica e policial – dos interesses de uma classe 
social particular, a classe dos proprietários privados dos meios de produção ou classe 
dominante. Ele "não é uma imposição divina aos homens nem é o resultado de um 
pacto ou contrato social, mas é a maneira pela qual a classe dominante de uma 
época e de uma sociedade determinadas garante seus interesses e sua dominação 
sobre o todo social" (Chauí, 2001, p. 411).
O Direito configura-se como fenômeno social, produto também das contradições 
provenientes da base material. Seu estudo, desse modo, há de ser feito relacionado a 
outras ciências (especialmente a Economia), porquanto incorpora valores sociais. 
Essa tese é veementemente contraposta por Hans Kelsen, eminente jurista austríaco, 
de formação positivista, que defendeu a teoria pura do Direito, sob o fundamento de 
que para a construção de um conhecimento consistentemente científico o Direito 
deve abstrair-se dos aspectos políticos, morais, econômicos e históricos (Kelsen, 
2000). No entanto, um pensamento coerente e estruturado não admite um estudo do 
Direito isolado das demais ciências, de maneira que a teoria pura do Direito de Kelsen 
sucumbiu ante a clareza com que a palavra Direito designa um acontecimento que 
tem conexão com outro conjunto de fenômenos sociais que se inscrevem no contexto 
do exercício do poder em uma sociedade.
Karl Marx organizou uma tese em que o Direito, como regra de conduta coercitiva, 
nasce da ideologia da classe dominante, que é precisamente a classe burguesa. O 
Direito é percebido como síntese de um processo dialético de conflito de interesses 
entre as classes sociais, que Marx denominou de luta de classes.
O autor acreditava existir uma influência incrivelmente forte do poder econômico 
sobre o Direito, atingindo também a cultura, a história e as relações sociais. Assim, a 
dominação econômica de uns poucos sobre tantos outros se legitima por intermédio 
de um Estado de Direito, cujo princípio capital é a lei.
Em suma, "tanto as relações jurídicas quanto as formas de Estado não podem ser 
compreendidas nem por si mesmas, nem pela chamada revolução geral do espírito 
humano, mas antes têm suas raízes nas condições materiais de existência" (Marx e 
Engels, apud Bobbio, 2000, p. 129). Ademais, o Direito não nasce espontaneamente 
dessas relações, mas é posto pela vontade. O problema que se verifica é que tal 
vontade é somente aquela dos que possuem o poder estatal, ou seja, a vontade da 
classe dominante, sendo o Direito expresso de um lado pela lei e, de outro, como o 
conteúdo determinado dessa lei.
A sociedade comunista30 representa uma nova forma do ser humano se relacionar 
com os seres sociais. É por meio do comunismo, que essência degenerada 
proporcionada pela divisão social do trabalho findará. Na sociedade comunista é a 
execução dos conceitos, democracia, desalienação, sob uma epistemologia 
ontológico-materialista. Marx e Engels ao perceber que a “anatomia” da sociedade 
civil deveria ser buscada dentro da economia política Marx, dessa forma, condensou 
todo seu perfil teórico, através da proposta de tomada de “poder proletário”. A 
proposta Comunista tem como objetivo
O objetivo do comunismo seria alcançar a abundância e o pleno desenvolvimento do 
individuo. Trata-se, portanto, de uma nova forma de coletivismo. Seu objetivo 
-verdadeiramente radical- não é submeter o indivíduo à coletividade ao pleno 
desenvolvimento de cada indivíduo. Para ser alcançado, ele necessitade um longo 
período de transição, que ainda se desenvolve no campo histórico-social criado pela 
revolução burguesa (Santos, 1998, p, 105).
Como aborda Santos (1998), a sociedade comunista proposta pelo texto Manifesto, 
apresenta-se como um postulado teórico político e que precisamente, traz uma 
desenvoltura cultural, pois na medida em que se segue a nova sociedade e com ela 
vão sendo diluídos os construtos a sociedade burguesa, implica-se, por assim dizer, 
que é fundamentalmente, estabelecido um projeto radical, que rompe a atual forma 
de relacionamento entre os homens, que aos poucos será desenvolvido uma nova 
sociabilidade, onde “o livre desenvolvimento de cada um é pressuposto do livre 
desenvolvimento de todos” (MARX E ENGELS, 1998, P.29). Nessa sociedade não 
haverá mais classes socais, e necessariamente, não terá mais contradições.

4 - Relacione os textos lidos com a realidade brasileira.

Continue navegando