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A2 - TEORIA DA EMPRESA - Maura Manuella B Ferreira 20182102528

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Disciplina: TEORIA DA EMPRESA 
Docente: ANDREA COSTA MARTELOTTA 
Turma: A1 ( ) A2 ( X ) 
A3 ( ) A4 ( ) 
Aluno(a): Maura Manuella Balthazar Ferreira Matrícula: 20182102528 
Data: 18/06/2020 Nota da Prova: Nota de Trabalho(s): Nota Final: 
Instruções: 
1. Este caderno de provas contém 01 páginas. 
2. As questoes foram elaboradas para serem feitas com consulta e pesquisa. 
3. A Consulta à legislação deve ser feita, inclusive aquelas que sao comentadas. 
4. Como a avaliaçao é para ser feita com consulta a correçao será mais rigorosa, nao admitindo respostas 
consisas e sem apresentar posiçoes da doutrina e da jurisprudencia, esta última, se houver. 
5. Será avaliada a forma de redaçao e a pertinencia dos conteúdos em face do que for perguntado. 
6. Fundamente todas as respostas com os dispositivos legais pertinentes. 
 
PROVA DISCURSIVA (2 ,5 cada) 
 1) O artigo 997 do Código Civil afirma que na elaboração do contrato social de 
uma sociedade simples, os sócios, dentre outras cláusulas, deverão mencionar, o que 
consta no inciso VIII, a saber: “se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais”. Entretanto, a doutrina ao observar esse inciso o compara com outro 
artigo do mesmo diploma legal e oferece uma interpretação diferenciada ao referido 
inciso. Aponte qual o dispositivo invocado para dar o contorno necessário a tal inciso, e 
discorra sobre a interpretação oferecida pela doutrina para o inciso VIII do artigo 997 do 
Código Civil, justificadamente, a fim de que seja elaborado o contrato social com 
segurança. 
 
Responder subsidiariamente quer dizer que a responsabilidade recai apenas no devedor 
principal, como se um sujeito tivesse a dívida originária e o outro a responsabilidade por 
essa. Diferentemente do art. 997 do CC, o art. 1016 do mesmo código nos traz que: “Os 
administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros 
prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.”, ou seja, há mais um devedor 
a ser responsabilizado (art. 264 CC), e o credor poderá exigir o cumprimento da 
responsabilidade dos devedores, ou apenas um, cabendo àquele cumprir parcial ou 
totalmente. Vale ressaltar que o artigo 158 da Lei 6404/76 (LSA), traz que o 
administrador responde civilmente pelos prejuízos que causar com culpa ou dolo. Por 
isso a importância de se ter uma definição da função e responsabilidade de cada 
indivíduo envolvido no contrato, individual e/ou coletivamente. 
 
 2) Quanto a cessão de cotas nas sociedades simples responda as questões abaixo: 
 a) Para que uma cessão de cotas nas sociedades simples tenha eficácia quanto 
aos sócios e à sociedade o que é necessário ser feito? Responda indicando os 
dispositivos legais pertinentes? 
A cessão de cotas deve ser feita por meio de um contrato de compra e venda de cotas 
celebrado entre o comprador e vendedor, preferencialmente por escrito, contendo os 
elementos previstos em lei. A cessão total ou parcial de cotas entre sócios ou terceiros, 
só terá eficácia se houver consentimento de todos os demais sócios, seguido de alteração 
do contrato social e o arquivamento desta no cartório competente (art. 1003 CC) e o 
mesmo se aplica para as sociedades em nome coletivo e às sociedade comandita 
simples. 
 b) O cedente, após realizada a cessão total de suas cotas, continua a responder 
por dívidas adquiridas no tempo em que era sócio? O cessionário responde perante a 
sociedade e terceiro, pelas obrigações assumidas quando ainda não era sócio? Entre 
cedente e cessionário existe alguma forma de responsabilidade conjunta pelas dívidas 
adquiridas antes da cessão se efetivar? Responda indicando os dispositivos legais 
pertinentes? 
Ainda segundo o artigo 1003 do Código Civil, responde o cedente solidariamente com o 
cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio, até 
dois anos depois de averbada a modificação contratual. Complementa o artigo 1032 do 
mesmo código, que a retirada, exclusão ou morte do sócio não o exime da 
responsabilidade nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, 
enquanto não se requerer a averbação. 
 
 3) Em que consiste o PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DO ADMINISTRADOR? 
Aplicando o mencionado princípio, diga se há alguma diferença de tratamento para 
a retirada dos poderes de um administrador em uma sociedade simples, em sendo ele 
investido na administração por cláusula expressa do contrato social ou por ato em 
separado? Justifique indicando os dispositivos legais pertinentes e aplicando o princípio 
acima citado. 
A irrevogabilidade do sócio enquanto administrador, e tendo seus poderes expressos em 
cláusula no contrato social de uma sociedade, dá a ele a garantia de permanência em sua 
função e, com isso, a estabilidade enquanto parte dela, salvo justa causa reconhecida 
judicialmente. Já para o sócio em ato separado ou não-sócio, ainda que tenha averbado 
inscrição junto ao RCPJ, isso não se aplica; seus poderes e permanência na função 
podem ser revogáveis a qualquer tempo. É o que dispõe o artigo 1019 do Código Civil. 
Vale lembrar que ser sócio por contrato social ou ato separado, não se diferenciam os 
direitos, deveres e poderes, e o sócio pode ser pessoa física ou jurídica. 
 
 4) Há sociedade unipessoal no Brasil? Em sendo sua resposta afirmativa, 
discorra sobre esse tema, enfrentando o que a doutrina fala sobre a unipessoalidade 
originária e derivada, exemplificando, e, indicando os dispositivos legais pertinentes. 
 
Sim, há. A unipessoalidade originária é a sociedade que surgiu com apenas um sócio e 
assim permanecerá até o seu fim. Exemplos: subsidiária integral (art. 251 da LSA), 
sociedade de advocacia (Lei 13247/16) e, mais recentemente, a sociedade unipessoal 
ilimitada com o advento da Lei de Liberdade Econômica 13874/2019. Já a derivada, é a 
sociedade que surgiu com dois ou mais sócios e por motivo eventual, como morte ou 
retirada, ela se torna unipessoal. A unipessoalidade derivada é temporária, pois terá 180 
dias para reconstituir sua pluralidade ou também pode se transformar em uma EIRELI 
(obedecendo os preceitos legais, como capital social de no mínimo 100 salários 
mínimos), caso assim deseje o sócio remanescente através de requerimento no Registro 
Público de Empresas Mercantis sob pena de ser dissolvida (artigo 1033, parágrafo 
único). A Lei 6404/76, em seu artigo 206, inciso I, alínea d, estabelece o prazo para a 
reconstituição da sociedade derivada até a assembleia-geral ordinária do ano seguinte.

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