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Prática Penal III - Av 2 - 2020

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Prática III – Penal
Cláudio Luiz Monteiro
Danilo, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rute, empregada doméstica que trabalha na residência da famíliaAlmeida. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorara virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de suagenitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carropara fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmolocal de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido porpoliciais militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. Ao analisarem ascâmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele haviaretirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Danilo denunciado pela prática do crime defurto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer proposta de suspensão condicional do processopor não estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Danilo responde a outraação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelojuízo competente, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos sãointegralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao processo em liberdade. Foramouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação, e o acusado foi interrogado, confessando que, de fato,utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava nagaragem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Danilo, que ostentavaapenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo deavaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério Público, em suamanifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A defesa de Danilo é intimada em 17 dejulho de 2015, sexta feira.Com base na hipótese apresentada, responda, fundamentadamente, na condição de advogado (a) deDanilo, aos itens a seguir.
a) Qual peça processual deverá ser apresentada neste caso? Qual a competência?
Alegações Finais por Memoriais
com fundamento no Art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, direcionada ao Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis.
b) Há alguma preliminar a ser arguida? Se sim, qual?
Sim. a extinção da punibilidade pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva estatal.
c) Qual a tese principal de mérito a ser usada nesta peça processual?
defender sua absolvição, sob o fundamento de que não houve prática de crime de furto. Estamos diante do que a doutrina e a jurisprudência costumam chamar de “furto de uso”, que, na verdade, não configura crime de furto.
 d) Quando será o dia de protocolo desta peça, considerando que ela deveria ter sido apresentada no últimodia do prazo para interposição?
Dia 24/07/2015
2._______ de 1,60 
Ricardo, que nasceu em 02/01/1996, primário, começa a namorar Joana, jovem que recém completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela informação de que Joana estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem mantivera relações sexuais. Joana demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Ricardo pararealizar um aborto. Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Ricardo adquire remédio abortivo cuja venda eraproibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer uso dele. Joana, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, Joana possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto. Após investigação, no dia 20/01/2014, Ricardo vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14,inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em22/01/2014. Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e Joana,assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juizdeterminou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes emalegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joana, no qual consta a informação deque ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Ricardo sem outrasanotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na adolescente.Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado proferiu decisão depronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira,ocasião em que as partes foram intimadas.Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Ricardo, responda aos itens aseguir. ATENÇÃO: NÃO É PARA ELABORAR A PEÇA, MAS SIM, RESPONDER AS QUESTÕES.
a) Qual peça processual você faria?
Recurso em Sentido Estrito contra decisão de pronúncia
b) Qual o fundamento legal que você utilizaria para basear a sua peça?
Art. 581, inciso IV - CPC
c) O que você alegaria como preliminar do mérito? Fundamente.
Ocorrência do prazo prescricional
d) O que você alegaria como matéria de mérito principal? Fundamente.
Crime impossível, uma vez que não havia feto, sendo devida a absolvição na forma do art. 415 – III - CPC
3._______ de 1,60
 Rodrigo, primário e de bons antecedentes, quando passava em frente a um estabelecimento comercial que estavafechado por ser domingo, resolveu nele ingressar. Após romper o cadeado da porta principal, subtraiu do seu interioralgumas caixas de cigarro. A ação não foi notada por qualquer pessoa. Todavia, quando caminhava pela rua com omaterial subtraído, veio a ser abordado por policiais militares, ocasião em que admitiu a subtração e a forma comoingressou no comércio lesado. O material furtado foi avaliado em R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais), sendointegralmente recuperado. A perícia não compareceu ao local para confirmar o rompimento de obstáculo. O autor dofato foi denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 155, § 4º, inciso I, do Código Penal. As únicastestemunhas de acusação foram os policiais militares, que confirmaram que apenas foram responsáveis pelaabordagem do réu, que confessou a subtração. Disseram não ter comparecido, porém, ao estabelecimento lesado. Emseu interrogatório, Rodrigo confirmou apenas que subtraiu os cigarros do estabelecimento, recusando-se a responderqualquer outra pergunta. A defesa técnica de Rodrigo é intimada para apresentar alegações finais por memoriais. Combase na hipótese apresentada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Diante da confissão da prática docrime de furto por Rodrigo, qual a principal tese defensiva em relação à tipificação da conduta a ser formulada peladefesa técnica?
A principal tese é a desclassificação do delito de furto qualificado com destruição ou rompimento de obstáculo para o delito de furto simples (art. 155, caput, do CódigoPenal), uma vez que não ficou comprovada por meio de laudo pericial.
B) Em caso de acolhimento da tese defensiva, poderá Rodrigo ser, de imediato, condenado nos termosda manifestação da defesa técnica?
NãoConsiderando que a pena mínima para o delito de furto simples é de um ano, o juiz deverá, nos termos do art. 89, da Lei 9.099/1995, dar vistas dos autos ao Ministério Público para que esse possa oferecer a suspensão condicional do processo, entendimento que está pacificado.
4._______ de 1,60 
Em inquérito policial, Antônio é indiciado pela prática de crime de estupro de vulnerável, figurando como vítima Joana,filha da grande amiga da Promotora de Justiça Carla, que, inclusive, aconselhou a família sobre como agir diante doocorrido. Segundo consta do inquérito, Antônio encontrou Joana durante uma festa de música eletrônica e, apósconversa em que Joana afirmara que cursava a Faculdade de Direito, foram para um motel onde mantiveram relaçõessexuais, vindo Antônio, posteriormente, a tomar conhecimento de que Joana tinha apenas 13 anos de idade. Recebidoo inquérito concluído, Carla oferece denúncia em face de Antônio, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art.217-A do Código Penal, ressaltando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que, para aconfiguração do delito, não se deve analisar o passado da vítima, bastando que a mesma seja menor de 14 anos.Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) de Antônio, responda aos itens a seguir.
A) Existealguma medida a ser apresentada pela defesa técnica para impedir Carla de participar do processo? Justifique.
Sim, o advogado de Antônio, já no momento de apresentar resposta à acusação, deveria apresentar exceção de suspeição em face da Promotora de Justiça, tendo em vista a presença da causa de suspeição prevista no Art. 254, incisos I e IV, do Código de Processo Penal (CPP).
B) Quala principal alegação defensiva de direito material a ser apresentada em busca da absolvição do denunciado? Justifique
A principal alegação defensiva, de mérito, de direito material, é a de que houve erro de tipo, nos termos do Art. 20 do Código Penal, de modo que fica afastada a sua intenção (dolo), uma vez que Joana afirmou ser estudante de direito, o que levou Antonio a presumir que não fosse menor de idade. 
5._______ de 1,60 
Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no Art. 171, do Código Penal. No curso da instrução criminal, omagistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do réu, com o intuito de garantir a ordem pública, ¿já queo crime causou grave comoção social, além de tratar-se de um crime grave, que coloca em risco a integridade social,configurando conduta inadequada ao meio social.¿ O advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação damedida constritiva de liberdade, impetrou Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão,já que a considerava ilegal, tendo em vista que toda decisão judicial deve estar amparada em uma fundamentaçãoidônea. O Tribunal de Justiça, por unanimidade, não concedeu a ordem, entendendo que a decisão que decretou aprisão preventiva estava corretamente fundamentada. De acordo com a jurisprudência atualizada dos TribunaisSuperiores, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve manejar visando àreforma do acórdão? (Valor: 0,65) 
De acordo com a jurisprudência, assim como com no Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em Habeas Corpus caberá Recurso Ordinário. 
B) Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido? (Valor: 0,60
05 (cinco) dias, na forma do art. 30, da Lei nº 8.038/90, 
O recurso deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.

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