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TEORIA DO TREINAMENTO 
DESPORTIVO
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autor: Tiago Contesini Vinotti 
72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 1 12/07/2019 09:30:18
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller 
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Prof. Antônio José Müller 
Revisão Gramatical: Profa. Camila Thaisa Alves
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 613.7
 V788t Vinotti, Tiago Contesini
 Teoria do treinamento desportivo / Tiago Contesini 
 Vinotti. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 116 p. : il.
 
 Inclui bibliografia. 
 ISBN 978-85-7830-583-3
 Ebook 978-85-7141-197-5
 1. Educação física – treino.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Copyright © UNIASSELVI 2012
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 2 12/07/2019 09:30:19
Tiago Contesini Vinotti 
Graduado em Educação Física pela Fundação 
Universidade Regional de Blumenau (FURB). 
Especialista em Treinamento Desportivo pela 
Universidade Gama Filho (UGF), em que apresentou seu 
Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Periodização 
em Futebol na Categoria Juniores Masculino”. Mestre 
em Educação pela FURB, na sua pesquisa de mestrado 
buscou compreender a relação da educação física com 
o processo de alfabetização. Atualmente é professor 
da rede estadual de ensino de Santa Catarina e 
professores da rede municipal de ensino em 
Brusque-SC.
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72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 4 12/07/2019 09:30:19
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Fundamentos do Treinamento Desportivo ........................ 9
CAPÍTULO 2
Classificação das Habilidades e dos Desportos ............. 25
CAPÍTULO 3
Métodos Tradicionais e Modernos de Organização 
do Treinamento Desportivo ................................................ 37
CAPÍTULO 4
Tendências Atuais do Treinamento de Força, 
Velocidade, Flexibilidade e Resistência ............................ 55
CAPÍTULO 5
Periodização ........................................................................ 85
CAPÍTULO 6
Ciclo de Supercompensação ............................................ 107
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APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Você já parou para pensar sobre o treinamento desportivo? Pois bem, iremos 
iniciar os nossos estudos compreendo as teorias que circundam o Treinamento 
esportivo, portanto é de suma importância que você estude e entenda o que será 
abordado nessa disciplina. Para este caderno de estudos, procuramos buscar as 
informações com autores que possuem referências no estudo do Treinamento 
Desportivo. Porém, cada autor tem seu modo de visão em determinadas 
situações. O que apresentamos também está colocado de forma mais resumida, o 
que faz com que busquemos em outras literaturas, ou nas aqui utilizadas, maiores 
informações.
Então, no primeiro capítulo, abordaremos os fundamentos do Treinamento 
Desportivo, apresentando conceitos, a evolução e os objetivos do treinamento.
O capítulo seguinte tratará da classificação das habilidades e dos desportos, 
tendo em vista a necessidade de sabermos como são classificadas as modalidades 
na qual estamos envolvidos no treinamento.
No terceiro capítulo, apresentaremos os métodos tradicionais e modernos 
de organização do Treinamento Desportivo, com a finalidade de aplicá-los com 
segurança ao contexto dos atletas.
No capítulo quatro, analisaremos as tendências atuais para o treinamento 
da força, da velocidade, da flexibilidade e da resistência. No quinto capítulo, 
estudaremos a respeito da periodização e de como um treinamento pode ser 
dividido durante uma temporada. No último capítulo, abordaremos o ciclo de 
supercompensação e suas implicações no treinamento.
Bons Estudos! 
O autor.
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CAPÍTULO 1
Fundamentos do Treinamento 
Desportivo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Identificar os conceitos, a evolução e os objetivos do Treinamento Desportivo.
 3 Analisar os conceitos, a evolução e os objetivos inerentes ao Treinamento.
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10
 Teoria do Treinamento Desportivo
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11
Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
Contextualização 
Neste capítulo, temos como objetivos centrais identificar os conceitos, a 
evolução e os objetivos do Treinamento Desportivo e analisar os conceitos, a 
evolução e os objetivos inerentes ao Treinamento.
Com isso, podemos identificar os mais variados conceitos presentes no 
Treinamento Desportivo, através de diferentes autores. Estaremos aptos também 
para analisarmos a evolução dos métodos de treinamento, que a cada ano, ou 
no alto nível para cada Ciclo Olímpico, sofre significativas transformações, 
com diferentes métodos. Identificaremos, também, os mais variados objetivos 
do Treinamento Desportivo, cada qual com sua especificidade, mas que, em um 
conjunto, são interdependentes.
Para uma compreensão do que é Ciclo Olímpico, Platonov 
(2004) argumenta que o fato de que a estrutura da preparação 
plurianual dos desportistas de elite destaca os ciclos de quatro anos, 
o que se deve à necessidade de organizar uma preparação gradual 
para os Jogos Olímpicos. Nesse caso, os objetivos e o conteúdo 
de cada etapa anual do macrociclo estão relacionados com a 
execução de objetivos intermediários pré-determinados pelo objetivo 
da preparação dos desportistas para as competições principais do 
quadriênio
O estudo do Treinamento Desportivo é importante para que possamos 
preparar os atletas da maneira mais correta, a fim de alcançar os objetivos em 
cada competição, atingir os níveis elevados de preparação física e saber dosar as 
cargas de treinamento, evitando as lesões.
Conceitos
O Treinamento Desportivo se constitui como parte fundamental para se 
explicar e compreender o avanço do desporto. Diversos resultados obtidos pelos 
atletas são consequência de horas de treinamentos, de sofisticados programas e 
sistemas de treinamento a que são submetidos com a supervisão do técnico ou 
preparador físico.
72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 11 12/07/2019 09:30:19
12
 Teoria do Treinamento Desportivo
De acordo com Granell e Cervera (2003, p.9), 
A teoria do treinamento em âmbito científico tem se convertido 
em uma disciplina em torno da qual os mais qualificados 
cientistas e técnicos desportivos têm descoberto novas formas 
de trabalho, as quais favorecem o progresso no campo da 
excelência motora, como ocorre no desporto de competição.
Essas novas formas de trabalho podem ser usadas em outros níveis detreinamentos, cada qual com sua especificidade. Tomemos como exemplo, a 
Fórmula 1. Em diversos comerciais que assistimos, há uma relação entre o carro 
de corrida e o carro que usamos para passeio, como testes com 
combustíveis, a aerodinâmica utilizada ou mesmo em peças que 
compõem os veículos. Dessa forma, Granell e Cervera (2003, p. 09) 
afirmam que “os avanços produzidos no treinamento dos desportistas 
de elite terminam sendo aplicados mais tarde no desporto recreativo, 
no desporto voltado à saúde e no domínio da aprendizagem ou da 
educação”.
Nesse sentido, a prática desportiva se torna um laboratório, 
colocando em prática teorias científicas das mais diversas áreas, 
como a Fisiologia, necessária para o controle das funções metabólicas 
dos atletas; a Medicina, fundamental para o apontamento de lesões; 
e a Psicologia, essencial para o preparo mental do atleta, alertando-o 
sobre as diversas pressões a que ele estará submetido.
Há também que se levar em conta uma diferença entre dois 
termos utilizados no âmbito do Treinamento Desportivo. Um deles 
é a respeito da preparação do desportista e o outro é o treinamento desportivo 
propriamente dito. Para isso, Matveiev (1985, apud GRANELL e CERVERA, 2003, 
p. 9), definiu a preparação do desportista como um processo formado de várias 
facetas, com uma utilização racional de diversos fatores, entre eles os meios, os 
métodos e as condições. Esses fatores permitem uma interferência direta sobre 
o crescimento do atleta e garantem uma alta disposição para alcançar as marcas 
desejadas. 
A preparação do atleta, como processo sistemático, inclui 
os seguintes componentes: 1º O treinamento desportivo; 2º A 
competição; e 3º Os fatores complementares ao treinamento com 
capacidade de intensificar seu efeito ou acelerar os processos 
A prática desportiva 
se torna um 
laboratório, 
colocando em prática 
teorias científicas das 
mais diversas áreas, 
como a Fisiologia, 
necessária para o 
controle das funções 
metabólicas dos 
atletas; a Medicina, 
fundamental para 
o apontamento 
de lesões; e a 
Psicologia, essencial 
para o preparo 
mental 
do atleta.
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Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
de restauração após as cargas (MATVEIEV, 1985 apud GRANELL 
e CERVERA, 2003, p. 10).
O treinamento desportivo representa uma estrutura especialmente montada 
na preparação do atleta. É basicamente fundamentada em exercícios sistemáticos, 
voltados a um processo pedagógico de preparação do atleta, buscando a sua 
evolução e o aperfeiçoamento.
Os traços mais decisivos são os seguintes:
1º O treinamento desportivo representa um processo didaticamente 
organizado que se caracteriza por aplicar de maneira 
rigorosa todas as formas do processo de ensino, educação e 
autoeducação.
2º A base do treinamento é constituída por um sistema metodológico 
para a aplicação dos exercícios físicos, com o objetivo de atingir o 
maior efeito possível de desenvolvimento (MATVEIEV, 1985 apud 
GRANELL e CERVERA, 2003, p. 10).
Outros conceitos também fazem parte do treinamento desportivo. Um deles 
é a cultura física. Ela pode ser representada como parte da cultura do homem 
voltada inteiramente para o físico. Parte para a obtenção de um aperfeiçoamento 
físico, passando pela estética corporal humana, tão difundida pelo culto ao corpo 
perfeito. Dentro do conceito de cultura física, podemos inserir a Educação Física 
e a Preparação Física.
A Educação Física pode ser entendida como uma educação 
cujo objetivo é alcançar um nível de desenvolvimento físico. Para se 
alcançar esse nível, são necessários alguns fatores, como o nível 
de vida que o indivíduo tem na sociedade, o acesso às práticas, a 
propaganda que se faz em cima da atividade física, as condições das 
praças esportivas e dos materiais utilizados e as tradições implícitas 
na sociedade.
A Preparação Física seria a especificidade da Educação Física 
com uma orientação mais especializada e elaborada sobre determinada atividade. 
A Educação 
Física pode ser 
entendida como 
uma educação 
cujo objetivo 
é alcançar 
um nível de 
desenvolvimento 
físico.
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 Teoria do Treinamento Desportivo
Faz parte da preparação de diversas atividades, das mais variadas, como policiais, 
bombeiros e, principalmente, atletas. Quanto maior o nível de preparação física 
do atleta, mais ele estará preparado.
O Esporte
O esporte, em síntese, pode ser definido como uma cultura ao corpo, sob a 
forma competitiva e regulamentada das atividades físicas. O esporte decorre de 
uma prática intencional, metódica, através de exercícios físicos, relacionando-se 
com atividades de tempo livre, como, por exemplo, os atletas de final de semana 
e com objetivos competitivos, respeitando as regras de cada modalidade.
Zakharov e Gomes (2003) dividem o esporte em grupos. No grupo 1 estão as 
modalidades complexas de coordenação, pois são as que exigem expressividade 
estética e artística, como a ginástica artística, nado sincronizado, patinação artística, 
saltos ornamentais, ginástica rítmica desportiva. No grupo 2 estão as modalidades 
de força e de velocidade, pois são de caráter acíclico, com medidas exatas de 
deslocamento, como os saltos do atletismo, arremessos e halterofilismo. No grupo 
3 estão as modalidades de tiro, em que a atividade motora é pequena, como arco 
e flecha, tiro com pistola e dardo. No grupo 4 estão as modalidades de condução, 
que são ligadas à direção de meios de condução, como as corridas de automóvel, 
motocicletas, vela e hipismo. No grupo 5 estão as modalidades cíclicas, que tem 
como característica a resistência, como as corridas no atletismo, ciclismo, natação, 
remo, esqui, patinação e triatlon. No grupo 6 estão os jogos desportivos, como 
futebol, voleibol, basquetebol, tênis, handebol, hóquei, entre outros. No grupo 7 estão 
os combates, com características de contatos, golpes, como luta Greco-romana, judô, 
karatê, boxe, esgrima, jiu-jitsu. No grupo 8 estão as provas combinadas, com várias 
modalidades reunidas, como o pentatlo moderno, decatlo, atletismo.
Após a identificação e análise dos conceitos que são a base do conhecimento 
para um profissional de Educação Física, na próxima seção abordaremos os 
aspectos da evolução do Treinamento Desportivo. 
Atividade de Estudos: 
1) Agora que você já leu sobre Treinamento Desportivo e baseado 
nos seus saberes, crie o seu conceito sobre essa área do 
conhecimento.
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Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
A Evolução do Treinamento 
Desportivo
A preparação e o planejamento de treinamentos não é exclusividade apenas 
dos tempos modernos. Na antiguidade grega, algumas formas e modelos de 
periodização já eram aplicados para melhorar o condicionamento físico dos 
atletas, principalmente os que participavam dos Jogos Olímpicos. De acordo com 
Granell e Cervera (2003, p. 30), 
Naquela época, o treinamento já era organizado em ciclos. 
O mais característico era o denominado tetra, o plano de 
quatro dias que viria a ser um exemplo do que, atualmente, 
entendemos como microciclo, o qual introduziu as primeiras 
formas de alternância das cargas de treinamento (grifos do 
autor).
Nesse sistema de treinamento, no primeiro dia era realizado um trabalho 
suave de preparação. No segundo dia, o treinamento entrava numa fase de alta 
intensidade. No terceiro dia, eram realizados treinamentos suaves ou se tirava o 
dia para descansar. Por fim, no quarto dia, era realizado um treinamentode média 
intensidade.
Porém, em virtude dos escassos registros, a antiguidade grega pode 
não ser a ideal para estudos. As mais significativas inovações no campo do 
treinamento iniciaram a partir dos Jogos Olímpicos da Modernidade, no ano 
de 1896. Juntamente com os jogos da Era Moderna, houve uma evolução 
no cenário de competições, que inspiraram novas formas de treinamentos, 
advindas da profissionalização dos técnicos e dos atletas, aliadas ao interesse 
dos países em obter vitórias, trazendo consigo todo um contexto político e 
social. 
Para entender esse contexto político e social, você poderá 
aprofundar os seus estudos visitando a obra:
BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade. São Paulo: Editora: 
Movimento, 1991.
Conforme Granell e Cervera (2003), a partir desse período, mas com 
uma maior ênfase no início dos anos 50, é que são produzidas as mais decisivas 
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 Teoria do Treinamento Desportivo
contribuições para o Treinamento Desportivo. Sendo assim, o princípio da 
organização do treinamento é a obra de Matveiev (1958), chamada Estrutura do 
Planejamento Anual. Tinha como objetivo principal “a preparação do desportista 
para competir, baseando-se na estrutura do treinamento em fases, nas quais se 
consegue a ‘forma’ desportiva (construção-estabilização-regressão progressiva)” 
(GRANELL e CERVERA, 2003, p. 30, grifos do autor).
As principais características da estrutura proposta por Matveiev podem ser 
definidas da seguinte forma: 
não são consideradas as particularidades biológicas do 
desportista; o ciclo anual é completo; o principal papel do 
condicionamento geral é caracterizado por um período 
preparatório de alto volume de treinamento; a alternância das 
curvas de volume/intensidade das cargas separa a preparação 
condicionante da preparação técnica (GRANELL e CERVERA, 
2003, p. 30).
Essa seria uma ideia geral e básica da forma de treinamento e de 
planejamento, sendo válida para uma orientação quanto às primeiras etapas da 
formação desportiva de iniciantes. Para Granell e Cervera (2003), nos dias atuais, 
são poucos os atletas que utilizam estrutura semelhante para organizarem seus 
treinamentos. Isso se dá pelo fato das competições exigirem uma divisão no ciclo 
anual de treinamento em pelo menos duas fases, não deixando de considerar as 
particularidades de cada atleta.
Mais adiante na história, por volta dos anos 80, surgiu a estrutura pendular, 
proposta por Arosiev. Esse modelo de treinamento era uma adaptação ao modelo 
de Matveiev, visto anteriormente. Conforme Granell e Cervera (2003, p. 32), a 
estrutura pendular tem sua aplicação com preferência no boxe, na luta e no remo, 
tendo como princípios de desenvolvimento uma distinção entre a preparação 
condicional e a preparação técnica. Ainda de acordo com os autores, as principais 
características da estrutura pendular podem ser definidas da seguinte forma: 
distingue entre cargas de caráter genérico e específico; o critério 
básico de desenvolvimento consiste em ir diminuindo as cargas 
genéricas e aumentando as específicas; assim como a estrutura 
de planejamento anual de Matveiev, não considera os esquemas 
individuais. (GRANELL; CERVERA, 2003, p. 32)
E a respeito dos modelos mais utilizados atualmente pelos 
técnicos, para a organização do treinamento de atletas, temos 
o modelo de blocos de Verkhoshanski e o modelo da estrutura 
individual de Bondartchuk.
O modelo de blocos foi criado com o objetivo de aprimorar a 
O modelo de blocos 
foi criado com o 
objetivo de aprimorar 
a força, construindo 
um método mais 
adequado para o 
desenvolvimento 
dessa capacidade 
física.
72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 16 12/07/2019 09:30:20
17
Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
força, construindo um método mais adequado para o desenvolvimento dessa 
capacidade física. Por isso, nos desportos em que o uso da força prevalece 
sobre as demais capacidades, o modelo de blocos é o mais adequado, sem 
esquecermos também que pode ser utilizado para a obtenção de uma melhora no 
rendimento condicionando a altos níveis de força explosiva. O modelo se constitui 
de uma concentração de cargas de treinamento direcionadas ao aprimoramento 
da força, utilizando dois ou mais blocos em intervalos de dois meses e meio. 
Como objetivo, o modelo de blocos impede que sejam produzidos índices de 
fadiga desnecessários, sendo assim, tem como propósito uma melhor distribuição 
das cargas.
Para Granell e Cervera (2003, p.32), a compreensão do modelo de blocos 
parte de alguns princípios, como: 
cada bloco está caracterizado e definido pelo objetivo principal 
de desenvolvimento; apesar da existência desse objetivo 
principal, as cargas de treinamento se direcionam também 
para o desenvolvimento de outros objetivos complementares 
para estimular os efeitos de treinamento necessários; cada 
bloco de trabalho não se constitui em uma estrutura isolada da 
principal. Ao contrário, os blocos sucedem-se uns aos outros, 
de forma que parte dos conteúdos de um sobrepõe-se aos 
do bloco seguinte, e assim sucessivamente, de acordo com o 
princípio básico de aproveitamento dos efeitos retardados do 
treinamento. 
Em relação ao modelo de estrutura individual, foi desenvolvida no início dos 
anos 80 e recebeu definição de ser o modelo mais avançado e, consequentemente, 
o mais utilizado pelos atletas de alto nível. De acordo com Granell e Cervera (2003, 
p. 37), “essa estrutura fundamenta-se no princípio de que o sujeito é indivisível, e 
a diferença em relação às estruturas anteriores está no fato de que é necessário 
unificar e tornar compatíveis os trabalhos de preparação física e técnica”.
Desse modo, as cargas apresentam um caráter específico, se transformando 
num dos modelos mais utilizados e que mais facilmente se adapta aos desportistas.
Finalizando, percebemos por quanta evolução passou a preparação física, 
com suas atividades mais básicas durante a antiguidade grega até a especificidade 
para cada componente da preparação física da atualidade. Na sequência, 
abordaremos os objetivos do Treinamento Desportivo e as suas particularidades. 
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 Teoria do Treinamento Desportivo
Atividade de Estudos: 
1) Faça um breve resumo sobre a evolução do Treinamento 
Desportivo.
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Objetivos do Treinamento 
Desportivo
No Treinamento Desportivo estão inseridos vários objetivos. Um deles 
se refere ao desenvolvimento físico multilateral, ou seja, o aprimoramento do 
condicionamento físico geral, através do aumento dos níveis de resistência 
e força, de velocidade, do aprimoramento da flexibilidade e da coordenação 
motora.
O desenvolvimento físico específico pode melhorar aspectos de acordo 
com a necessidade do atleta, como as forças absoluta e relativa, a massa 
muscular, a potência ou resistência muscular, o tempo de reação e de 
movimentação, a coordenação e a flexibilidade. Com isso, o atleta pode chegar 
à facilidade máxima na execução dos movimentos que determinado desporto 
exige.
Em relação aos fatores técnicos, o treinamento técnico desenvolve a 
capacidadede realizar corretamente os movimentos específicos de cada esporte, 
como um arremesso no basquete, um chute no futsal ou um ataque no vôlei. 
Através disso, o atleta aperfeiçoa a técnica para um desempenho racional e 
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19
Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
econômico, executa técnicas específicas para situações normais de competição e 
para momentos de adversidade.
Nos fatores táticos estão incluídas as estratégias que cada atleta ou equipe 
irá utilizar para vencer o adversário, que vão desde o treinamento intensivo de 
jogadas até o estudo das táticas dos adversários. Podemos ver um exemplo disso 
no futebol, quando uma equipe manda um membro da comissão técnica assistir 
um determinado jogo de um futuro adversário, ou ao estudá-lo através de vídeos 
de jogos.
Os aspectos psicológicos levam em consideração o treinamento mental, 
para assegurar que o atleta tenha boa disciplina, perseverança, força de vontade, 
confiança e coragem.
Nas habilidades para o trabalho em equipe, a preparação da equipe é 
uma das principais metas do treinador, resultando num relacionamento 
mais consistente e maduro, através da preparação técnica, tática, física e 
psicológica.
Quanto aos fatores ligados à saúde, o atleta deve ser submetido a exames 
médicos periódicos e a exercícios intercalados de alta e baixa intensidade, 
alternando com períodos de regeneração.
No que tange à prevenção de lesões, o atleta deve ser orientado a 
tomar precauções quanto à segurança, como elevar a flexibilidade acima do 
necessário, fortalecer os músculos, tendões e ligamentos e realizar exercícios 
que desenvolvam a força muscular e a elasticidade, a fim de evitar lesões em 
movimentos improváveis.
Em relação ao conhecimento teórico, devem ser levados em conta os 
fundamentos fisiológicos do treinamento, a questão da anatomia, para o atleta 
conhecer seu corpo, noções de nutrição para o atleta saber se cuidar quanto à 
alimentação, e abordagem das regras dos esportes.
Princípios do Treinamento 
Desportivo
O Treinamento Desportivo tem princípios que norteiam a prática, 
baseados nas ciências biológicas, psicológicas e pedagógicas. São 
princípios específicos que têm como objetivo a elevação dos níveis de 
A utilização correta 
desses princípios 
proporciona uma 
organização 
de conteúdos, 
meios, métodos e 
componentes do 
treinamento.
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20
 Teoria do Treinamento Desportivo
habilidade e de desempenho. A utilização correta desses princípios proporciona 
uma organização de conteúdos, meios, métodos e componentes do treinamento.
Conforme Dantas (2003), são seis os princípios: A) Princípio da individualidade 
biológica; B) Princípio da adaptação; C) Princípio da sobrecarga; D) Princípio da 
continuidade; E) Princípio da interdependência volume-intensidade; F) Princípio 
da especificidade.
O princípio da individualidade biológica revela que cada pessoa é diferente 
da outra. Embora nasçam gêmeas, possuindo o mesmo genótipo, durante a vida 
serão expostos a experiências diversas, formando indivíduos diferentes. Sendo o 
genótipo a carga genética que cada indivíduo traz consigo, de acordo com Dantas 
(2003), ela determinará alguns fatores, como a composição corporal, o biótipo, a 
altura máxima esperada, a força máxima possível, aptidões intelectuais e físicas, 
como maior VO2.
Por sua vez, o fenótipo é aquilo que o indivíduo acrescenta a partir do 
nascimento, que Dantas (2003) aponta como as habilidades desportivas, 
o consumo máximo de oxigênio que um indivíduo apresenta, o percentual 
observável real dos tipos de fibras musculares, as potencialidade expressas. 
O princípio da adaptação, através do Treinamento Desportivo, provoca 
adaptações no organismo de uma pessoa, tornando-a mais apta para realizar 
determinadas atividades. De acordo com Weineck (2005, p. 12 apud Israel 1983, 
p. 141), 
na biologia, compreende-se adaptação fundamentalmente 
como uma reorganização orgânica e funcional do organismo, 
ante exigências internas e externas, adaptação é a reflexão 
orgânica, a adoção interna de exigências. Ela ocorre 
regularmente e está dirigida à melhor realização das 
sobrecargas que induz. Ela representa a condição interna de 
uma capacidade melhorada de funcionamento e existe em 
todos os níveis hierárquicos do corpo. Adaptação e capacidade 
de adaptação pertencem à evolução e são características 
importantes da vida. Adaptações são reversíveis e precisam 
ser constantemente revalidadas.
O princípio da sobrecarga está relacionado ao desempenho que sofrerá 
aumento se os atletas realizarem trabalhos de capacidade máxima contra cargas 
de trabalho que são maiores que as normalmente encontradas. Conforme Bompa 
(2002), “a sobrecarga é típica do princípio ‘sem dor não há ganho’ [...], que é 
fisiológica e psicologicamente muito estressante (p.48)”. Em curto prazo, o atleta 
pode suportar o estresse imposto pela sobrecarga, porém, em longo prazo, 
poderá levar a níveis de fadiga elevados e ao supertreinamento, pois não permite 
fases de regeneração ou relaxamento.
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21
Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
O princípio da continuidade está ligado ao da adaptação, pois a continuidade 
é primordial para uma adaptação progressiva. Para isso, devem ser aplicadas 
novas cargas de trabalho durante o período de recuperação ampliada, ou seja, 
antes que o organismo se recupere totalmente, evitando retornar ao nível de 
homeostase inicial. Também deve ser levada em conta a duração mínima do 
treinamento. Para Dantas (2003, p. 57), 
para se obter os primeiros resultados no desenvolvimento 
das qualidades físicas visadas, é necessário um mínimo 
de persistência nos exercícios, com o intuito de propiciar 
uma duração que permita ocorrer alterações bioquímicas e 
morfológicas necessárias.
O princípio da interdependência volume-intensidade está ligado ao da 
sobrecarga, pois o aumento das cargas é um dos fatores que provoca melhora 
na performance. O organismo, quando submetido a um trabalho muito intenso, 
só poderá executá-lo por um curto período de tempo. Por sua vez, se há uma 
necessidade de realizar um trabalho de longa duração, devem ser usadas cargas 
mais moderadas. Dantas (2003) afirma que dois critérios servem de base para a 
escolha da incidência de sobrecarga na intensidade ou no volume: a qualidade 
física visada e o período de treinamento.
As qualidades físicas que utilizam curtos espaços de tempo 
requerem uma ênfase maior sobre a intensidade, mesmo em 
detrimento da quantidade (ritmo, força e velocidade). O inverso se 
dá com qualidades físicas de uso prolongado (resistência muscular 
localizada, flexibilidade, resistência anaeróbica). O treinador também 
deve observar em que período de treinamento o atleta se encontra. 
Durante o período preparatório, o volume tem grande relevância sobre 
a intensidade. Quando se inicia um período específico, se inverte, 
dando maior importância à intensidade do que ao volume.
O princípio da especificidade, para Dantas (2003, p.58), 
é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento 
deve ser montado sobre os requisitos específicos da 
performance desportiva em termos de qualidade física 
interveniente, sistema energético preponderante, segmento 
corporal e coordenações psicomotoras utilizadas. 
Esse princípio faz com que o treinador, sabedor do tempo de duração da 
performance e da intensidade, determine com propriedade a via energética 
preponderante. Para o autor, isso tem serventia para fazer com que o treinador, 
em períodos próximos de competições, realize treinos estritamente específicos.
As qualidadesfísicas que utilizam 
curtos espaços de 
tempo requerem 
uma ênfase 
maior sobre a 
intensidade, 
mesmo em 
detrimento da 
quantidade 
(ritmo, força e 
velocidade).
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22
 Teoria do Treinamento Desportivo
Princípios do treinamento
São mandamentos científicos que comandam o planejamento e 
a execução do processo de treinamento. As verificações empíricas, 
até agora, são limitadas exclusivamente aos pronunciamentos sobre 
os processos de adaptação biológica. O princípio da sobrecarga 
(da supercompensação) está de acordo com as leis biológicas 
e repousa nas raízes dos processos de adaptação; o princípio da 
especificidade diz respeito ao tipo de estímulo com adaptação 
específica a esse tipo; e o princípio da reversibilidade da ação coloca 
que as adaptações que não continuarem a ser estimuladas voltam 
ao seu estado anterior (desadaptação). Outros princípios existentes 
na literatura são de natureza metodológica (princípio da repetição, 
princípio da relação ótima entre carga e recuperação; princípio da 
regularidade e durabilidade; princípio da periodicidade; princípio 
da variação; princípio da individualidade; princípio do aumento da 
especialização; e outros). Guias gerais que podem ser usados como 
regras que governam as adaptações produzidas pelo treinamento 
Fonte: BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação Física 
e Esporte. 2. Ed. Barueri: Manole, 2003, p.480. 
Atividade de Estudos: 
1) Faça um resumo dos principais objetivos do Treinamento 
Desportivo.
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23
Fundamentos do Treinamento Desportivo Capítulo 1 
Algumas Considerações
 
Finalizando e retomando os pontos centrais do capítulo, identificamos os 
conceitos, a evolução e os objetivos do Treinamento Desportivo. Em cada seção, 
procuramos apresentar uma síntese das principais ideias apresentadas pelos 
autores que são referência em treinamento.
Vale lembrar que, na literatura especializada, há divergências entre autores, 
com nomenclaturas distintas, ou dependendo da situação, cada autor defendendo 
suas posições.
Como análise final, podemos afirmar que cada um utilizará um conceito de 
forma diferente, pois a compreensão é individual. Percebemos também que a 
evolução é parte do processo e que o modelo utilizado hoje, amanhã pode estar 
modificado em razão da alta busca por resultados, pela melhor marca, pela quebra 
de recordes. E outro item que pode ser considerado é a respeito dos objetivos. 
Cada atleta, cada preparador, tem seu objetivo, que pode ser diferente dos que 
foram apresentados. Cabe a cada um ir atrás desse objetivo e ao alcance de 
outros.
No capítulo seguinte, veremos a classificação das habilidades e dos 
desportos, para que possamos compreender as modalidades esportivas que nos 
são apresentadas. 
Referências 
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação Física e Esporte. 2. Ed. Barueri: 
Manole, 2003.
BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São 
Paulo: Phorte Editora, 2002.
DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. 5. Ed. Rio de Janeiro: 
Shape, 2003.
GRANELL, José Campos; CERVERA, Vítor Ramón. Teoria e Planejamento do 
Treinamento Desportivo. Porto Alegre: Artmed, 2003.
PLATONOV, V. N. Teoria Geral do Treinamento Desportivo Olímpico. Porto 
Alegre: Artmed, 2004.
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24
 Teoria do Treinamento Desportivo
WEINECK, Jurgen. Biologia do Esporte. 7. Ed. Barueri: Manole, 2005.
ZAKHAROV, Andrei Anatolocitch; GOMES, Antonio Carlos. Ciência do 
Treinamento Desportivo. 2. ed. Rio de Janeiro: Palestra Sport, 2003.
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CAPÍTULO 2
Classificação das Habilidades 
e dos Desportos
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Apontar as habilidades e os desportos inerentes ao treinamento.
 3 Classificar as habilidades e os desportos.
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26
 Teoria do Treinamento Desportivo
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27
Classificação das Habilidades e dos Desportos Capítulo 2 
Contextualização 
Neste capítulo, temos como objetivos principais apontar as habilidades 
e os desportos inerentes ao treinamento e classificar as habilidades e os 
desportos. Vale aqui ressaltar a importância de classificar os desportos e as 
habilidades, para que possamos nos adequar às especificidades de cada 
um, promovendo os treinamentos corretos, buscando, da melhor maneira 
possível, aprimorar as capacidades dos atletas. No capítulo anterior, na seção 
I.I, ao falarmos sobre os conceitos do Treinamento Desportivo, utilizamos a 
classificação de Zakharov e Gomes (2003). De certa forma parecida, neste 
capítulo apresentaremos uma classificação semelhante, de outros autores, 
porém indo mais fundo nas questões das modalidades do programa das 
Olimpíadas.
Quando falamos em classificar as habilidades, automaticamente nos 
reportamos a questões biomotoras. Por isso, as habilidades esportivas podem 
ser classificadas em três grupos de exercícios: cíclicos, acíclicos e acíclicos 
combinados.
Contextualização das Habilidades
As habilidades cíclicas podem ser exemplificadas através da marcha, 
da corrida, do cross country, da natação, do remo, do ciclismo, do caiaque 
e da canoagem. Esses desportos têm como característica fundamental o ato 
motor que envolve movimentos repetitivos. Desse modo, “cada ciclo consiste 
em fases distintas e idênticas que se repetem na mesma sucessão. Assim, 
as quatro fases de uma remada – a entrada e a condução do remo na água, 
a finalização e a recuperação – são partes de um único ciclo” (BOMPA, 2002, 
p.8).
Em relação às habilidades acíclicas, podemos citar como exemplos o 
arremesso de peso, o lançamento de disco, as ginástica artística e rítmica, os 
desportos coletivos, a luta greco-romana, o boxe e a esgrima. Essas modalidades 
se constituem em ações completas, sendo realizadas em um movimento. 
Tomemos como exemplo prático o lançamento de disco, em que o atleta, no ato 
de lançar, “incorpora a preparação preliminar, a transição, o giro, a liberação e a 
reversão, porém, o atleta executa todas essas etapas em uma só ação” (BOMPA, 
2002, p. 8).
As habilidades acíclicas combinadas são representadas por movimentos 
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 Teoria do Treinamento Desportivo
cíclicos seguidos por movimentos acíclicos. Nessa questão, estão representados 
saltos no atletismo, a patinação artística, alguns exercícios de ginástica artística, 
e saltos ornamentais. Mesmo as ações sendo interligadas, pode-se distinguir 
os movimentos cíclicos dos acíclicos. Para isso, temos como exemplo “os 
movimentos acíclicos de um saltador em altura em relação aos movimentos 
cíclicos precedentes que formam a corrida” (BOMPA, 2002, p. 9).
Em relação a essas três habilidades, o conhecimento do técnico tem um 
papel fundamental na escolha do método adequado de treinamento. Para Bompa 
(2002), o método de aprendizagem global, ou seja,a habilidade completa, tem 
mais eficiência em desportos cíclicos, em razão da dificuldade de se dividir as 
habilidades correspondentes na corrida, por exemplo. Quanto às habilidades 
acíclicas, é possível dividi-las e ensinar os seus componentes separadamente, 
revelando um método de aprendizagem por partes, e resultando num aprendizado 
mais rápido. Com isso, podemos dividir a técnica de salto em distância em 
distintas fases, fazendo com que os atletas realizem cada uma delas de modo 
satisfatório, aprendendo e apreendendo a técnica num todo.
Quanto à classificação dos desportos, utilizaremos duas 
referências. Em um primeiro momento, Bompa (2002, apud 
GANDELSMAN e SMIRNOV, 1970) ressalta que ações motoras 
voluntárias resultam de uma série complexa de contrações 
musculares realizadas sob condições estáticas ou dinâmicas, e têm 
nelas envolvidas a força, a velocidade, a resistência, a coordenação 
e a flexibilidade. A divisão em categorias dos desportos se dá através dos objetivos 
do treinamento, nas particularidades fisiológicas e nas habilidades do desporto 
em questão, necessárias para alcançar e garantir um desempenho adequado. Os 
desportos então são divididos em grupos.
1° grupo: desportos que necessitam do aperfeiçoamento da 
coordenação e da execução perfeita de uma habilidade.
2° grupo: desportos em que é preciso atingir uma velocidade 
superior, caso dos desportos cíclicos.
3° grupo: desportos que necessitam do aperfeiçoamento da 
força e da velocidade de uma habilidade
4° grupo: desportos que necessitam do aperfeiçoamento de 
uma habilidade realizada em uma competição com oponentes.
5° grupo: desportos que necessitam do aperfeiçoamento da 
condução de diferentes meios de transporte.
6° grupo: desportos que necessitam do aperfeiçoamento da 
atividade do sistema nervoso central (SNC) sob estresse e 
baixo envolvimento físico.
7° grupo: desportos que necessitam do desenvolvimento da 
capacidade de participação em várias atividades combinadas 
(BOMPA, 2002 apud GANDELSMAN E SMIRNOV, 1970).
A divisão em 
categorias dos 
desportos se dá 
através dos objetivos 
do treinamento.
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29
Classificação das Habilidades e dos Desportos Capítulo 2 
No primeiro grupo estão inseridas a ginástica artística, a ginástica 
rítmica desportiva, a patinação artística e os saltos ornamentais. O 
desempenho desses desportos está intimamente ligado ao máximo da 
perfeição da coordenação, da complexidade técnica da habilidade e da 
apresentação artística. As habilidades, na maior parte, são acíclicas, 
com algumas sendo cíclicas. Por exemplo, a corrida de aproximação 
na ginástica de solo ou no salto sobre o cavalo na ginástica artística, 
ou os saltos na patinação artística.
O segundo grupo agrega desportos como corrida, marcha, remo, ciclismo, 
canoagem e natação. Percebemos que, nesses esportes, a maior velocidade 
é o objetivo principal. A habilidade necessária a esses desportos se dá através 
da forma cíclica com que os atletas os executam. Sendo assim, a velocidade 
desenvolvida para a distância da competição que os atletas irão participar 
depende do aperfeiçoamento dos movimentos cíclicos. Depende também da 
capacidade de administrar a fadiga, comum em provas de longa distância.
Já o terceiro grupo tem como característica o desenvolvimento 
da força máxima para alcançar o melhor desempenho. Com isso, os 
atletas podem desenvolver a força, através do aumento da massa 
muscular. Podemos perceber essa situação no levantamento de 
peso, quando o atleta precisa aumentar a massa para ganhar força, 
revelando uma aceleração constante, ou apenas elevando a força, 
enquanto a massa se mantém constante, como nos lançamentos e 
saltos no atletismo.
O grupo seguinte inclui os desportos coletivos e individuais 
disputados contra adversários como, por exemplo, o boxe, a luta 
greco-romana, o judô e a esgrima. Nesses esportes, é essencial ter 
um excelente funcionamento dos órgãos sensoriais e ter uma grande 
capacidade de perceber e agir rapidamente sob circunstâncias que 
são rapidamente modificadas durante a competição. São esportes que dependem 
inteiramente do atleta e da sua capacidade de tomar decisões. É necessária 
também uma grande velocidade de membros, tanto inferiores como superiores.
O quinto grupo incorpora atividades como equitação, vela e 
desportos motorizados. Para esse grupo são necessárias habilidades 
de manejo dos equipamentos. Para isso, são muitas horas de 
treinamento. Uma qualidade presente também nos atletas dessas 
modalidades é a rapidez de raciocínio. A preparação física, através 
da força, do equilíbrio e da resistência, estão entre as habilidades 
necessárias para esse grupo de desportos.
No primeiro grupo 
estão inseridas a 
ginástica artística, 
a ginástica rítmica 
desportiva, a 
patinação artística 
e os saltos 
ornamentais.
Já o terceiro 
grupo tem como 
característica o 
desenvolvimento 
da força máxima 
para alcançar 
o melhor 
desempenho.
O grupo seguinte 
inclui os desportos 
coletivos e 
individuais.
O quinto grupo 
incorpora 
atividades como 
equitação, vela 
e desportos 
motorizados.
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30
 Teoria do Treinamento Desportivo
Os desportos do sexto grupo são formados pelo tiro, arco e flecha e xadrez. 
São atividades em que o componente motor utilizado para a realização é baixo, 
por isso não são considerados exercícios físicos. O que necessitam, é de um 
aumento da função do sistema nervoso central, e de muita resistência, já que é 
através dela que os competidores conseguem uma maior concentração, paciência 
e autocontrole psicológico.
O sétimo grupo agrega os desportos combinados, como o decatlo, o pentatlo 
moderno, o heptatlo, o triatlo e o biatlo. Os treinamentos fisiológicos e psicológicos 
precisam ser feitos de acordo com cada evento, pois são utilizadas intensidades 
diferentes.
Para Platonov (2008), a classificação leva em conta as particularidades dos 
treinamentos e das competições. Portando, os grupos são divididos em:
1° grupo: modalidades atléticas relacionadas com a atividade 
motora máxima dos desportistas (atletismo, halterofilismo, 
remo, canoagem, ginástica rítmica, jogos desportivos, luta livre 
etc.).
2° grupo: modalidades desportivas em que a atividade 
motora é orientada para o controle de meios na locomoção 
(automóvel, avião, motocicleta, iate etc.).
3° grupo: modalidades desportivas que dependem da 
utilização de armas especiais (carabina, pistola, arco etc.).
4° grupo: modalidades desportivas cujos resultados dependem 
de uma atividade de construção (aeromodelismo, modelismo 
naval etc.).
5° grupo: modalidades desportivas relacionadas com 
deslocamentos de um local para outro (turismo, alpinismo 
etc.).
6° grupo: modalidades desportivas em que a atividade do 
atleta é caracterizada pelo raciocínio abstrato (xadrez, dama 
etc.) (PLATONOV, 2008, p. 110).
Mas essa classificação não é adotada pelo desporto olímpico, pois algumas 
das modalidades não obedecem aos critérios do regulamento. Isso deixa de fora 
as modalidades do segundo, do quarto, do quinto e do sexto grupos, pois são 
chamadas de modalidades técnicas, em que os resultados dependem de uma 
força motriz. 
Para uma classificação de acordo com o programa olímpico, são levadas em 
consideração a especificidade dos movimentos, a estrutura do treinamento e das 
competições. Portanto, de acordo com Platonov (2008, p. 110), as modalidades 
são classificadas em:
Modalidades cíclicas – corridas no atletismo, natação, remo, 
canoagem, ciclismo.
Modalidades de velocidade-força – halterofilismo, saltos e 
lançamentos no atletismo.
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31Classificação das Habilidades e dos Desportos Capítulo 2 
Modalidades de complexa coordenação – ginástica rítmica, 
ginástica artística, salto ornamental, tiro, nado sincronizado, 
patinação artística, vela.
Modalidades de luta – boxe, esgrima, luta livre, luta greco-
romana, judô, tae kwon do.
Jogos desportivos – basquetebol, badminton, beisebol, 
voleibol, handebol, futebol, polo aquático, hóquei na grama, 
tênis de mesa, tênis, voleibol de praia.
Modalidades combinadas – pentatlo moderno, decatlo e 
heptatlo no atletismo, triatlo, equitação (concurso completo) 
(grifos do autor).
No primeiro período olímpico, entre os anos de 1896 a 1912, são reveladas 
algumas particularidades. Na época, eram mais comuns as modalidades cíclicas 
e de difícil coordenação, representando mais da metade do programa. O restante 
era dividido entre as modalidades de velocidade-força, as lutas e os jogos 
desportivos. Nesta fase, as modalidades combinadas foram incluídas apenas 
duas vezes: o atletismo, em 1904, e, em 1912, o pentatlo e o decatlo no atletismo 
e o pentatlo moderno. Neste primeiro período, os programas eram marcados pela 
instabilidade, e a inclusão dependia de alguns fatores, como a tradição desportiva 
da sede dos jogos, a posição no ranking do Comitê Olímpico Internacional, das 
federações internacionais e dos membros delas.
Conforme Platonov (2008), no segundo período dos Jogos Olímpicos, que 
compreende o espaço entre os anos de 1920 a 1948, houve mudanças no número 
de provas de cada grupo. Aumentou significativamente o número de provas das 
modalidades cíclicas, houve ampliação na proporção das lutas individuais e 
reduziu-se a representatividade dos jogos desportivos e das modalidades de difícil 
coordenação. Em 1948, foram incluídas as modalidades mais difundidas, como o 
basquetebol, polo aquático, futebol e o hóquei na grama. No terceiro período das 
Olimpíadas, entre 1952 e 1964, as modalidades se encontraram mais estáveis, 
sem grandes mudanças no programa.
No quarto período dos Jogos Olímpicos, entre 1968 e 1980, houve uma 
ampliação no programa olímpico, com a inclusão de novas competições. Ocorreu 
uma leve tendência de diminuição das provas das modalidades de velocidade-
força e de difícil coordenação e um aumento no número de competições de lutas 
e jogos desportivos.
De 1980 a 2000, o programa olímpico teve uma ampliação mais intensa. 
Surgiram novas modalidades, como badminton, beisebol, voleibol de praia, 
softbol, ginástica rítmica, nado sincronizado, tênis de mesa, tênis, tae kwon do 
e triatlo. Houve também aumento nas competições femininas. Como exemplo, 
em 1992, pela primeira vez foram disputadas provas de perseguição individual 
no ciclismo de pista, disputa em sete categorias no judô e individual e duplas no 
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32
 Teoria do Treinamento Desportivo
badminton. Em 1996, as primeiras competições femininas de ciclismo de pista 
em equipe, individual, contrarrelógio e mountain bike, e em equipe de ginástica 
rítmica. Também foram incluídas as modalidades futebol feminino e voleibol 
de praia feminino. Em 2000, foram introduzidas as competições femininas de 
lançamento de martelo e salto com vara, pentatlo moderno e nado sincronizado.
Em 2004, nos jogos em Atenas, foram realizadas pela primeira 
vez as competições femininas de luta livre.
Com base em Platonov (2008), será apresentado um resumo 
das principais características das modalidades do programa 
olímpico. O atletismo está incluído nos jogos desde 1896. Atualmente 
são disputadas 46 competições, sendo 24 para homens e 22 para 
mulheres. Estão divididas em corridas, marchas, saltos, lançamentos e provas 
combinadas.
A natação está nos jogos Olímpicos desde 1896, porém as 
mulheres começaram a competir somente em 1912. Só perde para o 
atletismo em número de provas, com 32 no total.
O remo foi incluído no programa olímpico em 1900 para 
os homens, e em 1976 para as mulheres, sendo disputadas 14 
competições. A canoagem está nos jogos olímpicos desde 1936 e 
são realizadas 12 provas atualmente.
O ciclismo está presente nos jogos desde a primeira edição, em 
1896. Atualmente, teve a inclusão do BMX, com dois tipos de prova.
A ginástica artística foi incluída já nos primeiros jogos, cuja 
curiosidade se dá pelo fato de que, nas 4 primeiras edições, as 
provas combinadas de ginástica incluíam exercícios de atletismo, 
como salto com vara, lançamento de dardo e ainda halterofilismo.
A ginástica rítmica é recente nos jogos, sendo incluída em 1988. 
São disputadas duas competições femininas, a prova combinada e 
os exercícios em grupo.
O tiro está no programa olímpico desde 1896. São disputadas 
11 competições e, por motivos de segurança, cogita-se a substituição 
das armas de fogo por pistolas pneumáticas. O tiro ao prato foi 
incluído depois, em 1904.
Em 2004, nos 
jogos em Atenas, 
foram realizadas 
pela primeira vez 
as competições 
femininas de luta 
livre.
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33
Classificação das Habilidades e dos Desportos Capítulo 2 
O arco e flecha tem sua história nos jogos Olímpicos iniciada no 
ano de 1900, depois em 1908, e em 1920. Após um período fora do 
programa, retornou em 1972. São quatro competições, individuais e 
por equipes.
O hipismo faz parte dos jogos Olímpicos desde 1900, com as 
competições de corrida de obstáculos, salto em altura e distância. Em 
1912, foi introduzido o concurso completo individual e por equipe.
A vela está presente no programa olímpico desde 1896, 
porém, naquele ano, não foram realizadas as provas por causa 
do tempo ruim. As competições começaram então em 1900. São 
disputadas 11 competições, sendo quatro masculinas, quatro 
femininas e três abertas. 
O salto ornamental foi incluído em 1904 para os homens e em 
1912 para as mulheres. O salto em trampolim é recente e está desde 
2000. O nado sincronizado está desde 1984, com competições em 
conjunto e dueto.
O boxe, incluído em 1904, é disputado em 11 categorias. Mas 
só está presente devido a mudanças que sofreu para garantir a 
segurança dos lutadores.
A luta livre faz parte do programa olímpico desde 1904, 
sendo disputada em 10 competições masculinas. Em 2001, foram 
introduzidas novas categorias de peso para homens e mulheres.
A luta greco-romana foi incluída na primeira Olimpíada, em 
1896, com disputas em 10 categorias. Em 1997, as categorias foram 
reduzidas para 8 e em 2001 para 7 categorias.
O Judô está presente no programa olímpico desde 1964. Em 
1998, foram introduzidas 7 novas categorias para homens e 7 para 
mulheres. O tae kwon do foi introduzido em 2000, com competições 
em 4 categorias para homens e mulheres.
A esgrima faz parte do programa olímpico desde 1896, com 
competições masculinas de florete e sabre. Em 1990, foi introduzida 
a competição masculina de espada. Em 2004, a prova feminina em 
equipe com florete foi substituída pela individual com sabre.
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34
 Teoria do Treinamento Desportivo
O halterofilismo entrou no programa olímpico já nos primeiros 
jogos, em 1896. A partir de 2000, em Sidney, são disputadas oito 
competições para homens e sete para mulheres.
O badminton foi incluído nos Jogos Olímpicos no ano de 1992, 
disputando medalhas em duas competições para homens, duas para 
mulheres e uma mista.
O basquetebol faz parte do programa olímpico desde 1936 no 
masculino. O feminino entrou somente em 1976.
O beisebol foi incluído no programa olímpico em 1988, com 
disputas apenas para os homens.
O polo aquático está presente nos jogos desde 1900, com 
disputas no masculino e no feminino, que entrou no programa em 
2000. Porém, pode ser excluídodo quadro por falta de espectadores 
e de popularidade.
O voleibol é parte integrante do programa olímpico desde 1964. 
O voleibol de praia, por sua vez, estreou nos jogos em 1996.
O handebol, no formato 11 contra 11, estreou em Jogos Olímpicos 
em 1936. O handebol com as regras atuais, ou seja, 7 contra 7, foi 
introduzido em 1972 no masculino e em 1976 no feminino.
O tênis faz parte do programa olímpico desde 1896, no 
masculino, e desde 1900, no feminino. Foi excluído em 1924, por ser 
modalidade profissional, retornando aos jogos em 1977.
O tênis de mesa é parte integrante dos Jogos Olímpicos desde 
1988, com disputas individuais e em duplas. Há a questão da 
possibilidade da inclusão da categoria mista.
O softball está incluído no programa dos Jogos Olímpicos desde 
1996.
O futebol teve suas disputas nos Jogos Olímpicos iniciadas em 
1900, no masculino. As disputas femininas começaram em 1996.
O hóquei na grama faz parte do programa olímpico desde 1908 
para os homens e desde 1980 para as mulheres.
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35
Classificação das Habilidades e dos Desportos Capítulo 2 
O pentatlo moderno foi incluído nos jogos em 1912, como uma 
modalidade militar, devido à preparação necessária para as disputas 
(equitação, esgrima, tiro, natação, corrida). A categoria feminina foi 
introduzida em 2000.
O triátlon está presente nos Jogos Olímpicos desde 2000, com 
1500 metros de natação, 40 quilômetros de ciclismo e 10 quilômetros 
de corrida.
Atividade de Estudos: 
1) Levando em consideração o que foi estudado, indique em 
que classificação por especificidade de movimento está cada 
modalidade.
 
Remo – ________________________________________________
Vela – _________________________________________________
Futebol – ______________________________________________
Judô – _________________________________________________
Equitação – ____________________________________________
Halterofilismo – _________________________________________
Tiro – __________________________________________________
Ciclismo – _____________________________________________
Salto em altura – ________________________________________
Esgrima – ______________________________________________
Tênis de mesa – _________________________________________
Decatlo – ______________________________________________
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36
 Teoria do Treinamento Desportivo
Algumas Considerações 
Ao apresentarmos a classificação dos desportos, percebemos as 
especificidades inerentes a cada um. De forma semelhante, abordamos a 
classificação das habilidades em cíclicas, acíclicas e acíclicas combinadas.
Em conjunto, analisamos também a evolução de cada modalidade dentro 
do programa olímpico, com sua estreia, se houve interrupção. Assim, podemos 
perceber que, em alguns países, eram introduzidas as modalidades praticadas 
naquele local, como experiência, e que, em alguns casos, acabaram se tornando 
obrigatórias no programa das Olimpíadas.
Na sequência, estudaremos os métodos tradicionais e modernos utilizados 
na preparação física dos atletas.
Referências 
BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do Treinamento. São 
Paulo: Phorte Editora, 2002.
PLATONOV, Vladimir N. Tratado geral de treinamento desportivo. São Paulo: 
Phorte Editora, 2008.
72_Teoria do Treinamento Desportivo.indd 36 12/07/2019 09:30:22
CAPÍTULO 3
Métodos Tradicionais e 
Modernos de Organização do 
Treinamento Desportivo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Descrever os métodos relativos ao Treinamento Desportivo.
 3 Analisar os métodos relativos ao treinamento desportivo.
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38
 Teoria do Treinamento Desportivo
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39
Métodos Tradicionais e Modernos de 
Organização do Treinamento Desportivo
 Capítulo 3 
Contextualização
Neste capítulo, nosso objetivo é descrever os métodos relativos ao 
Treinamento Desportivo e analisar os métodos relativos ao treinamento desportivo. 
Entramos em uma parte mais voltada ao treinamento, falando diretamente sobre 
os métodos utilizados em um programa de aperfeiçoamento técnico e físico 
para, no capítulo seguinte, darmos ênfase às questões fisiológicas sobre força, 
velocidade, flexibilidade e resistência.
Treinar um atleta não é simplesmente fazer com que ele percorra 200 metros 
ou que nade 100, ou ainda que arremesse 50 bolas na cesta. Treinar um atleta é 
fazer com ele aproveite cada exercício para seu crescimento e aprendizado. Tudo 
tem de ser bem estruturado, pensado da melhor forma possível, a fim de evitar 
lesões e cometer os menores erros possíveis. Por isso, a seguir, apresentaremos 
os métodos de preparação desportiva.
Modelos
Os modelos de treinamento surgiram na Grécia antiga, em que 
se acreditava na transformação do indivíduo num perfeito desportista. 
Os atletas eram submetidos a treinamentos intensos, que duravam 
meses.
Nesse período já se podia perceber a divisão do processo de 
treinamento de quatro dias, similar a um microciclo, mesociclo ou 
macrociclo. A carga utilizada no primeiro dia era leve, se intensificava 
no segundo dia. No terceiro dia, eram utilizadas cargas médias em 
exercícios de curta duração, e o quarto dia era reservado para exercícios suaves.
a) O modelo tradicional
Este modelo também é chamado de moderno, foi introduzido por volta 
dos anos 1950 por Matveiev. Ele aprofundou e atualizou os conhecimentos 
apresentados até os anos 1950, com alguns pressupostos, como: 
Alguns autores trazem como Matveiev e outros como Matveev. 
No entanto, é o mesmo autor.
Os modelos 
de treinamento 
surgiram na 
Grécia antiga, em 
que se acreditava 
na transformação 
do indivíduo 
num perfeito 
desportista.
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 Teoria do Treinamento Desportivo
a) afirma que as condições climáticas são fatores 
determinantes na periodização do treinamento desportivo; 
b) entende que o calendário de competições influi na 
organização do processo de treinamento; c) argumenta que as 
leis biológicas devem servir como base para a periodização no 
treinamento; d) propõe que a unidade de formação especial e 
geral do desportista deve ser respeitada; e) demonstra que o 
caráter contínuo do processo de treinamento deve combinar 
sistematicamente carga e recuperação; f) defende o aumento 
progressivo e máximo dos esforços de treinamento [...] 
(GOMES, 2002, p. 142).
Após críticas de outros especialistas, Matveev revisa seus estudos, e utiliza-
se de alguns princípios. O primeiro deles fala da unidade entre preparação geral 
e especial do atleta. De acordo com Gomes (2002, p. 144), o princípio leva em 
conta “a indissolubilidade entre preparação geral e especial; a interdependência 
dos conteúdos (o conteúdo da preparação especial do atleta depende dos 
pressupostos criados pela preparação geral); e a necessidade de dividir o treino 
em preparação geral e especial.” 
O segundo princípio diz respeito à dinâmica da carga de treinamento, ou seja, 
o atleta deve ser submetido a treinamentos específicos em volumes aceitáveis. O 
terceiro princípio faz relação com os parâmetros da forma desportiva e a estrutura 
dos macrociclos de treinamento, pois estes sofrem modificações profundas, tendo 
em vista que há mudanças nos calendários de competições, levando o atleta a 
participar de vários eventos, modificando todo o sistema de planejamento.
Após esse período, surgiu o sistema conhecido como pêndulo, em queo treinamento é dividido em dois microciclos, o principal e o regulador. Os 
microciclos principais têm como função o aperfeiçoamento das capacidades do 
atleta. Por sua vez, os microciclos reguladores têm como objetivo recuperar as 
capacidades do atleta e aumentar a preparação física.
Outro sistema que surgiu é o modelo de adaptação biológica, em que as 
cargas de treinamento são distribuídas de forma ondulatória, alternando volume e 
intensidade, sem baixar de 80% da carga máxima.
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41
Métodos Tradicionais e Modernos de 
Organização do Treinamento Desportivo
 Capítulo 3 
b) Modelos contemporâneos
Os modelos contemporâneos receberam grande contribuição dos 
modelos tradicionais, gerando uma evolução no aspecto qualitativo, 
dando início a propostas para cada modalidade.
De acordo com Gomes (2002, p. 145), 
os estudos demonstram que, definitivamente, 
o raciocínio científico da periodização do 
treinamento desportivo deve respeitar os 
desportos em suas dimensões específicas no que 
se refere ao sistema de competição. No início, 
os planos modernos de treinamento passaram a exigir uma 
metodologia idealizada separadamente para os desportos 
individuais e para os coletivos.
Sendo assim, surgem ideias sobre o respeito ao sistema energético em 
que a modalidade está inserida. Destaca-se também a biomecânica 
do gesto motor utilizado em cada modalidade, referindo-se a um 
trabalho cíclico ou acíclico. E leva-se em conta também o aspecto 
psicológico inerente a cada modalidade.
Dessa forma, os modelos contemporâneos levam em 
consideração alguns aspectos, como 
a individualização das cargas de treinamento justificada 
pela capacidade individual de adaptação do organismo; a 
concentração das cargas de treinamento da mesma orientação 
em períodos de curta duração e a necessidade de conhecer 
profundamente o efeito que produz cada tipo de carga de 
trabalho e sua distribuição no ciclo médio de treinamento 
(mesociclo); o desenvolvimento consecutivo de capacidades, 
utilizando o efeito residual de cargas já trabalhadas; a 
ênfase no trabalho específico de treinamento. As adaptações 
necessárias para o desporto moderno só são possíveis com a 
realização na prática de cargas especiais (GOMES, 2002, p. 
145).
Surgem então outros estudos, que utilizam os conceitos citados acima para 
que sejam desenvolvidas outras metodologias.
Uma delas pertence ao professor Verkhoshanski, que não faz uso de 
conceitos de planejamento, uma vez que defende que o sistema deve ser baseado 
em conceitos de programação, organização e controle. Conforme Gomes (2002, 
p. 146), 
Os modelos 
contemporâneos 
receberam grande 
contribuição 
dos modelos 
tradicionais, 
gerando uma 
evolução 
no aspecto 
qualitativo, dando 
início a propostas 
para cada 
modalidade.
A biomecânica 
do gesto motor 
utilizado em cada 
modalidade, 
referindo-se a um 
trabalho cíclico ou 
acíclico.
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42
 Teoria do Treinamento Desportivo
a programação é compreendida por uma primeira 
determinação da estratégia, do conteúdo e da forma de 
estruturar o processo de treinamento. A organização trata-
se da realização prática do programa, considerando-se as 
condições reais e as possibilidades concretas do desportista. 
O controle seriam os critérios estabelecidos previamente com 
o objetivo de informar periodicamente o nível de adaptação 
apresentado pelo desportista.
Verkhoshanski ainda propõe um método programado, iniciando com a 
utilização de tarefas concretas, com as etapas de treinamento durando de 3 a 5 
meses de preparação, seguidas de programas de treinamentos e de competições.
c) Modelo de treinamento em bloco
Este modelo também proposto por Verkhoshanski tem como base a divisão 
das cargas concentradas ao longo do ciclo anual.
Esse ciclo tem como base uma estrutura de 52 semanas, divididos em 
blocos. No bloco A, se objetiva um maior volume de toda a temporada, levando 
em conta os níveis da temporada anterior e preparando para a temporada atual. 
Geralmente, o bloco A dura em torno de 12 semanas, e tem como objetivo preparar 
o aparelho locomotor, com exercícios de musculação, exercícios para aumento do 
impulso nervoso, com exercícios de força rápida e treinamento de cargas mistas 
na musculação. No bloco A também se deve aumentar a influência das cargas no 
organismo, tendo em vista que o volume ainda continua alto.
No bloco B, que tem duração aproximada de dois e meio a três meses, devem 
ser levados em conta exercícios para que o volume seja diminuído, permitindo o 
desenvolvimento das capacidades competitivas, preparando o atleta para o bloco 
C, em que estão distribuídas as principais competições.
Com isso, podemos perceber que o modelo de blocos possui uma 
concentração de cargas, principalmente com grande volume no bloco A.
d) Modelo integrador
Modelo proposto por Bondarchuk, que divide a temporada em três fases, 
desenvolvimento, manutenção e descanso. Ele verificou, então, que cada atleta 
atinge sua melhor forma em momentos diferentes.
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43
Métodos Tradicionais e Modernos de 
Organização do Treinamento Desportivo
 Capítulo 3 
O planejamento deve ser fundamentado na resposta adaptativa do organismo 
de cada atleta, sendo que em atletas de alto nível o pico do desempenho pode ser 
atingido entre 2 a 8 meses, dependendo do grau de treinamento, da idade, entre 
outros fatores.
e) Modelo de cargas seletivas
Este modelo tem como objetivo atender o calendário dos desportos coletivos, 
em especial o futebol, que possui campeonatos longos, com número excessivo de 
jogos, o que ocasiona uma dificuldade na distribuição das cargas.
No modelo de cargas seletivas, é dada ênfase principalmente para a 
velocidade. O ciclo anual dura em torno de 52 semanas, dividido em duas etapas 
de igual divisão, ou seja, 26 semanas.
Atividade de Estudos: 
1) Quais as principais características dos modelos tradicional, 
contemporâneo, de treinamento em bloco, integrador e de cargas 
seletivas?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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 Teoria do Treinamento Desportivo
A preparação do Desportista
O método de preparação desportiva está intimamente ligado aos objetivos 
pretendidos pelo atleta e pela equipe a que ele representa. Ou seja, para cada 
parte do sistema de treinamento de um atleta, existe uma composição de métodos.
A preparação do atleta depende de uma especificidade, que pressupõe 
uma orientação predominante de como o aperfeiçoamento das capacidades 
locomotoras do organismo humano sofrem influências. Para um melhor 
entendimento dos métodos, teremos como base Gomes (2002).
O método de influência prática programado tem como característica uma 
programaçãoque se constitui como uma condição indispensável de influência, 
sendo orientada a partir de meios de treinamento que contribuem para uma 
melhor solução das tarefas de preparação. Qualquer dos métodos utilizados tem 
graus de programação determinados, variando apenas alguns parâmetros.
Os exercícios do método programado apresentam uma grande diversidade. 
Cada um dos métodos apresenta também um conteúdo de caráter específico. 
Cada método apresenta uma série de variáveis que podem ser utilizadas à medida 
que as exigências das tarefas motoras vão crescendo.
Os métodos de ensino da técnica de ações motoras são 
caracterizados por enfoques metodológicos do ensino da técnica das 
ações, o integral e o dividido. O método de ensino integral caracteriza 
um estudo da técnica das ações motoras numa única vez, com um 
caráter integral. A principal vantagem deste método é que a técnica 
da atividade motora pode ser assimilada à interação permanente 
de suas fases, de forma integral. O método apresenta algumas 
dificuldades, como aplicar o método no ensino das ações motoras 
complexas; na correção de erros; em prestar atenção seletiva ao 
aperfeiçoamento de certos elementos das ações motoras; e o rápido cansaço do 
atleta resultante da múltipla repetição dos exercícios.
Esse método pode ser utilizado na fase inicial da aprendizagem das ações 
motoras que são relativamente fáceis em relação à técnica. O método pode ser 
utilizado com algumas variantes, como a execução repetida da ação motora com 
um aperfeiçoamento dos elementos e dos detalhes; com a repetição múltipla 
da ação motora, objetivando sua consolidação; com execução em condições 
crescentes que se aproximam da realidade das competições; e com a execução 
em condições complexas, como com muito cansaço, com presença do adversário 
Os métodos de 
ensino da técnica 
de ações motoras 
são caracterizados 
por enfoques 
metodológicos do 
ensino da técnica das 
ações, o integral e o 
dividido.
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Métodos Tradicionais e Modernos de 
Organização do Treinamento Desportivo
 Capítulo 3 
ou em condições climáticas adversas.
O método de ensino dividido pode ser representado por uma divisão da 
atividade motora em fases independentes, que podem ser aprendidas de modo 
autônomo e unidas posteriormente. Como aspecto positivo, o método tem a 
possibilidade de concentrar a atenção dos atletas de modo mais completo. É dada 
ênfase aos componentes da técnica, porém excluindo as repetições das partes 
e das fases ainda não assimiladas, evitando erros estáveis (característica do 
método integral).
Uma deficiência é que não deve ser aplicada em casos em que a ação motora 
não pode ser dividida, como nos saltos na ginástica ou no chute na bola. Como 
variantes desse método, é possível destacar o estudo separado dos elementos 
da ação para depois ligá-los ao movimento total; uma gradativa ligação entre os 
elementos da técnica da ação motora; o destaque dos elementos da ação motora 
em curto período de tempo; e o aperfeiçoamento das ações motoras sob a forma 
de exercícios.
O método de treino das capacidades motoras tem como 
característica exercícios que podem ser executados no regime contínuo 
ou intervalado. Cada uma dessas variantes pode se caracterizar por 
parâmetros variáveis ou constantes do exercício.
O método de exercício de carga permanente se caracteriza pela 
reprodução da ação motora na composição contínua em intervalos 
relativamente constantes de descanso, “corridas de 60 metros, 
repetidas com velocidade próxima à do limite e com intervalo de 10 
minutos de descanso” (GOMES, 2002, p. 61). Ou, de trabalho contínuo, 
“como nadar 30 minutos no mesmo ritmo ou até mesmo a união dos 
métodos dependendo do objetivo almejado” (GOMES, 2002, p. 61). 
Figura 1 – Método de exercício de carga permanente 
Fonte: Gomes (2002, p. 61).
Volume ( V )
Frequência
Cardiaca
( FC )
O método de 
treino das 
capacidades 
motoras tem como 
característica 
exercícios que 
podem ser 
executados no 
regime contínuo 
ou intervalado. 
Cada uma dessas 
variantes pode 
se caracterizar 
por parâmetros 
variáveis ou 
constantes do 
exercício.
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46
 Teoria do Treinamento Desportivo
O método de exercício de carga crescente tem os exercícios alterados durante 
a execução, de modo que o volume da influência do treino sobre o organismo 
sofra aumentos, como o “levantamento de peso com a elevação progressiva de 
carga em cada tentativa, elevação da velocidade em cada trecho de corrida, de 
natação ou redução do período dos intervalos de descanso” (GOMES, 2002, p. 
61).
Figura 2 – Método de Exercício de Carga Crescente
Fonte: Gomes (2002, p. 63).
O método de exercício de carga decrescente é semelhante ao método de 
carga crescente, porém com a influência do treinamento sobre o organismo 
sofrendo diminuição, como “pedalar a bicicleta iniciando com ritmos fortes e 
diminuir a velocidade a cada novo esforço ou a cada determinada distância” 
(GOMES, 2002, p. 63). 
Figura 3 – Método de Exercício de Carga Decrescente
Fonte: Gomes (2002, p. 63).
O método de exercício de carga permanente e decrescente tem as cargas 
de exercícios iniciadas de forma permanente e com posterior decréscimo como, 
por exemplo, “um atleta do remo que realiza 30 minutos de trabalho na zona 
glicolítica com frequência cardíaca de 180 bpm e mais 30 minutos, diminuindo o 
ritmo a cada 10 minutos, terminando o trabalho na zona aeróbia de recuperação” 
(GOMES, 2002, p. 63).
Volume ( V )
Frequência
Cardiaca
( FC )
Volume ( V )
Frequência
Cardiaca
( FC )
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47
Métodos Tradicionais e Modernos de 
Organização do Treinamento Desportivo
 Capítulo 3 
Figura 4 – Método de Exercício de Carga Permanente e Decrescente
Fonte: Gomes (2002, p. 63).
O método de exercício de carga permanente e crescente é semelhante ao 
de carga permanente e decrescente, porém, após o momento constante, se torna 
mais forte. Por exemplo, “um lutador de boxe realiza cinco séries de um minuto de 
combate com pausa de dois minutos; na sequência, passa a aumentar o tempo de 
combate a cada novo momento de esforço” (GOMES, 2002, p. 64).
Figura 5 – Método de Exercício de Carga Permanente e Crescente
Fonte: Gomes (2002, p. 64).
O método de exercício de carga crescente e permanente tem como 
característica um crescimento e, em determinado momento, se estabiliza. Como 
por exemplo, 
no exercício em ciclo ergômetro, inicia-se com a carga de um 
minuto e, a cada dois minutos, aumenta-se a carga até completar 
dez minutos; depois, estabiliza-se a carga e trabalha-se até 
aparecer o cansaço suficiente que afeta de forma negativa a 
ação motora concreta (GOMES, 2002, p. 64).
Volume ( V )
Frequência
Cardiaca
( FC )
Volume ( V )
Frequência
Cardiaca
( FC )
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48
 Teoria do Treinamento Desportivo
Figura 6 – Método de exercício de carga crescente e permanente
Fonte: Gomes (2002, p. 64).
O método de exercício de carga decrescente e crescente se caracteriza por 
um início com carga alta, que vai decrescendo, passando a crescer novamente. 
Por exemplo, “em cada treinamento tático de defesa no handebol, inicia-se com 
séries de quatro minutos de trabalho e vai-se diminuindo para três, dois e um e, 
depois, volta-se a acrescer o tempo de trabalho; o mesmo pode ser realizado nos 
trabalhos contínuos” (GOMES, 2002, p. 64).
Figura 7 – Método de exercício de carga decrescente e crescente
Fonte: Gomes (2002, p. 64).
O método de exercício de carga crescente

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