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Método APAC: Alternativa para Recuperação de Condenados

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APAC - ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS: UM METÓDO ALTERNATIVO PARA A RECUPERAÇÃO DO CONDENADO NO SISTEMA PRISIONAL
2
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo efetuar uma revisão bibliográfica do método APAC, uma maneira alternativa viável para o caos do sistema prisional e desta maneira, preparar o condenado para ser devolvido em condições de conviver harmoniosamente e pacificamente com a sociedade. O método ainda cuida em primeiro lugar da valorização humana da pessoa que errou e que, segregada ou não, cumpre pena privativa de liberdade. A metodologia APAC é caracterizada pela aplicação de uma disciplina rígida, baseada no respeito, na ordem, no trabalho, na capacitação profissional, no estudo e no envolvimento da família do recuperando. Com o objetivo e promover a humanização das prisões, sem perder de vista o caráter punitivo da pena, a APAC mantém o propósito de evitar a reincidência no crime e oferece alternativas para o condenado se recuperar, assim, foram delimitados 12 elementos fundamentais para o funcionamento do método, sabendo que a observância de todos eles na aplicação da metodologia é indispensável, pois é no conjunto harmonioso e todos eles que serão encontrados respostas positivas para o problema. Palavras-chave: método; humanização; condenado; APAC. 
ABSTRACT
This article aims to carry out a bibliographic review of the APAC method, a viable alternative way to the chaos of the prison system and, in this way, to prepare the convict to be returned in conditions of harmonious and peaceful coexistence with society. The method also takes care first of all of the human 
valorization of the person who made a mistake and who, segregated or not, is serving a prison sentence. The APAC methodology is characterized by the application of a strict discipline, based on respect, order, work, professional training, study and the involvement of the recovering family. Aiming to promote the humanization of prisons, without losing sight of the punitive nature of the sentence, APAC maintains the purpose of preventing recidivism in crime and offers alternatives for the convict to recover, thus, 12 fundamental elements for the functioning were delimited of the method, knowing that the observance of all of them in the application of the methodology is indispensable, since it is in the harmonious set of all of them that positive answers to the problem will be found. Keywords: Method; Humanization; Condemned; APAC. 
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo demonstrar um método alternativo no âmbito do sistema penal e carcerário, em especial o método APAC que tem como base a valorização humana na recuperação e reinserção social das pessoas em cumprimento de pena. Inicialmente, é necessário lembrar que as penas privativas de liberdade têm como finalidade a punição daqueles que infringiram normas penais e foram condenados. Prisão que não reeduca o preso, nem satisfaz a sociedade, contribui para uma reincidência constante, contribuindo cada dia mais para a violência desenfreada no dia a dia. 
	Sendo um dever do executador da pena fazê-la cumprir, impõe-se que o método adotado seja eficaz para conduzir o apenado a conscientização da gravidade do ato praticado, seu dever de cumpri-la como uma forma de pagamento social, tão cobrado pela população capaz de restituir-lhe autoestima, capacitá-lo para o trabalho, aproximá-lo da família e introduzi-lo na sociedade, sem ferir a paz social tão almejada por todos os homens. 
Desta maneira a APAC – Associação de Proteção Assistência aos Condenados foi criada com propósito de desenvolver um projeto voltado 
a recuperação do preso, suprindo uma deficiência do Estado. É uma entidade civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, destinada a recuperação e reintegração social dos condenados a pena privativa de liberdade. 
É amparada pela Constituição Federal para atuar nos presídios, possui estatuto padrão próprio, resguardado pelo Código Civil e pela Lei de Execução Penal. Opera como uma entidade parceira dos Poderes Judiciários e Executivo, respectivamente, na Execução Penal e na administração do cumprimento das penas privativas de liberdade, nos regimes fechado, semiaberto, aberto e livramento condicional. 
1 DOS DIREITOS E DEVERES DO PRESO
Conforme o Art. 38, Código Penal “O preso conserva todos direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral”.
A Lei de Execução Penal em seu Art. 3º também dispõe que o condenado e o internado terão seus direitos não atingidos pela sentença ou pela Lei assegurada. 
Firmando ainda mais esse dispositivo, a CF/88 vem em seu Art. 5º, XLIX, determina que, será assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
De acordo com Art. 41 da Lei de Execução Penal são direitos do preso: 
I - Alimentação suficiente e vestuário;
II - Atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - Constituição de pecúlio;
V - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - Chamamento nominal;
XII - Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI - Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003). 
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Todos esses direitos são importantes e necessários para que o preso possa cumprir a sua pena com dignidade, a fim de ser, futuramente, reinserido no convívio social. Porém, a lei também dispõe dos deveres do preso, no Art. 39 da Lei de Execução Penal, que dispõe: 
I - Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
III - Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - Submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - Indenização à vítima ou aos seus sucessores;
VIII - Indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX - Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - Conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
No Art. 38 da Lei de Execução Penal o legislador estabelece que cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se as normas de execução da pena, ou seja, sujeitar-se a privação de liberdade imposta pela condenação. O Estado só pode exigir do condenado que se sujeite aos seus deveres se concomitantemente lhe assegure seus direitos, e a forma eficiente de submeter o condenado a pena as regras da execução é através da disciplina. 
O Art. 44 da Lei de Execução Penal dispõe que “a disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência as determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho” e deve ser exercida dentro dos limites previstos na lei,para regular a convivência dos condenados e sujeita-los as normas da execução penal. 
2 A REALIDADE PRISIONAL DO BRASIL 
O Brasil foi descoberto há mais de 500 anos e ao longo desse tempo, pouco ou quase nada fez para melhorar as condições essenciais do cumprimento de pena, e a mentalidade da segurança é praticamente a mesma. Desta forma, quando tratamos o tema segurança pública, alguns tópicos se sobressaem, como:
 - Índice de criminalidade: um dos motivos para que exista preocupação com a segurança e a existência da criminalidade;
	- Reclusão: com intuito de combater essa criminalidade, as autoridades públicas agem no sentido de retirar esses indivíduos do convívio social; 
- Ressocialização: em regra, imprimem-se esforços para que este indivíduo volte para a sociedade em condições para que não retorne ao crime. Porém, verifica-se que este é um ponto fraco no sistema carcerário brasileiro. A falta de programas de ressocialização nos presídios brasileiros faz com que os índices de reincidência permaneçam elevados. 
Neste sentido, quando o assunto é a queda de índices de criminalidade, discute-se sobre o endurecimento de penas como uma provável solução. Uma pesquisa na qual a maioria da população concorda com penas mais duras, e pouco menos que a maioria concorda com a pena de morte como solução deste problema, dispõe: 
Pesquisa realizada pelo Ibope entre os dias 28 e 31 de julho revela que 46% da população brasileira é favorável a adoção da pena de morte. Em relação à pena de prisão perpétua, o índice de brasileiros que defendem sua instituição é de 69%. A referida pesquisa constatou que a maioria dos entrevistados acredita que o aumento da criminalidade decorre, principalmente, da impunidade, que deve ser combatida com políticas de “tolerância zero” e com penas mais duras. (Jusbrasil, 2011).
Verifica-se, desta forma, o surgimento de um círculo vicioso. A inexistência de uma política pública eficiente viabiliza o surgimento de novos criminosos, a violência aumenta, os presídios lotam, e a inexistência de uma política carcerária eficiente aumenta o índice de reincidência, e tudo começa novamente. Desta forma, a solução proposta pelo governo não passa de uma remediação de sintomas, e não do problema. 
Em uma pequena pesquisa livre feita pela revista Veja (2010), 758 pessoas responderam sobre qual seria a melhor forma de se combater a criminalidade a nível federal, tendo que escolher dentre quatro alternativas relacionadas. No resultado, 54% dos respondentes disseram acreditar que o endurecimento das penas seria a melhor forma de fazê-lo, ficando em segundo lugar, com 28% dos votos, a opção de uma solução preventiva.
A melhor defesa da sociedade reside no tratamento do delinquente e que as novas leis que concedem benefícios e favores aos criminosos diminuem a população prisional, mas, se não são devidamente fiscalizadas estimulam a violência e a criminalidade. 
Hoje um preso custa cerca de 4 salários mínimos por mês ao Estado, despesa altíssima para não receber nenhum retorno positivo. O Estado é impotente para a missão de recuperar o condenado, e somente com a participação da comunidade, preparando o preso e fiscalizando o trabalho dos responsáveis pela segurança da administração dos estabelecimentos penais, será possível baixar o índice de reincidência no Brasil. 
3 O MÉTODO APAC 	
A APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, sem fins lucrativos, fundada em 15 de junho de 1972 em São José dos Campos/SP. Esta Associação tinha como objetivo evangelizar e dar apoio moral aos presos, tendo como líder o advogado e jornalista Dr. Mário Ottoboni. Seu primeiro trabalho ocorreu no presídio Humaitá, naquela época a sigla APAC tinha como significado: Amando o Próximo Amarás Cristo. 
Em 1974, dois anos após a sua criação, a equipe, que constituía a Pastoral Penitenciária, decidiu formar uma Entidade Juridicamente organiza, com o entendimento de que esta seria a melhor forma de enfrentar as dificuldades do projeto. Sendo, assim, instituída a APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. 
A FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, órgão coordenador e fiscalizador das APACs no tocante a metodologia, dá orientação sobre como iniciar uma APAC, além de classificá-la segundos suas atividades e aproveitamento. 
Hoje, as Associações são responsáveis pela administração de Centros de Reintegração Social e perfazem um total de 91 unidades. As unidades se dividem entre sete Estados (maioria lotada no Estado de MG), sendo que 41 delas funcionam em sede própria, sem concurso das polícias ou de agentes penitenciários. No exterior, a APAC já está funcionando no Equador, Argentina, Peru, Noruega, Nova Zelândia, Alemanha, Costa Rica, Colômbia, Chile, Bolívia, EUA, e em fase de implantação em diversos outros países.
Diferencia-se a APAC do Sistema Carcerário, pois aquele cabe aos próprios presos, ou recuperandos, como são chamados, promover sua recuperação, além de possuírem assistência médica, psicológica, espiritual e jurídica, prestada pela comunidade. 
Segundo Ferreira (2017, p. 33), 
A APAC se diferencia do sistema prisional comum, entre outros, porque nela os próprios presos, ali denominados recuperandos, são corresponsáveis pela sua recuperação e recebem todas as assistências preconizadas pela Lei de Execução Penal e todos os direitos estabelecidos nas regras mínimas da ONU – Organização das Nações Unidas – para o tratamento do preso. A segurança e a disciplina do Centro de Reintegração Social são asseguradas com colaboração dos recuperandos, tendo como suporte funcionários e voluntários, sem presença de policiais e agentes penitenciários. 
A APAC objetiva a promoção da humanização das prisões. Não há intenção de extinguir o caráter punitivo da pena, mas busca evitar a reincidência no crime, oferecendo alternativas para que o condenado se recupere e possa, ao final do cumprimento da pena, ser reinserido na sociedade, tendo uma vida melhor e longe da criminalidade. 
“Todo homem é maior do que seu erro" é o pilar que sustenta a crença na recuperação do preso, e dele derivam os outros objetivos. Assim, a filosofia que APAC prega desde os primórdios de sua existência que é preciso matar o criminoso e salvar o homem. Do mesmo modo que o sistema comum de encarceramento, a APAC privilegia a privação da liberdade como punição, portanto, não se propõe como uma alternativa à prisão e sim como uma prisão alternativa. A APAC adere à inicial concepção cristã da prisão como um tempo-espaço de expiação das culpas, de penitência, de onde, aliás, vem o termo penitenciário.
4 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO APAC 	
 São 12 elementos fundamentais do método APAC, os quais a partir de exaustivos estudos e reflexões para que se chegasse ao resultado esperado. É, no entanto, indispensável à aplicação de todos os elementos conjuntamente, para que se encontrem, assim, respostas positivas. 
Segundo Ottoboni (2018, p.51), 
Algumas tentativas não foram bem sucedidas exatamente porque prescindiram deste ou daquele elemento, levando a uma conclusão precipitada de que o método não funciona, quando na realidade o que falhou foi o aplicador do método, que escolheu, entre os elementos fundamentais, aqueles que lhe pareciam mais fáceis, importantes ou convenientes para serem aplicados. 
Não se deve procurar executar este ou aquele item dos elementos fundamentais, mas preparar a equipe de modo suficientemente adequado para que nada falhe na aplicação do método. O amor, a confiança e a disciplina são três aspectos de suporte de toda a metodologia. Esses três aspectos devem se manifestar o tempo todo, sem distinção por parte dos voluntários, no relacionamento com os recuperandos. 
4.1 Participação da Comunidade
Não podemos falar de APAC se não houver a participação da comunidade organizada, pois, incube-se a ela o dever de introduzir o método das prisões e de reunir forças dasociedade em prol desta ideia. 
A sociedade precisa saber que o aumento da violência e da criminalidade decorre, também, do abandono dos condenados atrás das grades, fato que faz aumentar o índice de reincidência. 
Ottoboni (2018, p.52) explica, 
A sociedade – essencialmente os cristões – necessita, pois, compreender que lamentar tudo quanto ocorre cotidianamente não resolverá as dificuldades que vivemos, quando neste país tudo fala de violência, e os nossos principais valores todos os dias são lançados no lixo para dar lugar as tristes experiências das drogas e dos lares desfeitos ou constituídos sem as benções de Deus. 
Para o Voluntário, o olhar do condenado tem outra dimensão, sabe ele que ali está alguém que quer ajudá-lo gratuitamente, por amizade, por sentimento cristão e porque acredita que todo ser humano nasceu para ser feliz, que aquele momento vivido pelo preso é passageiro, transitório, até que ele faça a descoberta de seus próprios valores. 
4.2 Recuperando ajudando recuperando 
O preso a fim de ter um convívio harmônico, tem a necessidade de ajudar o outro preso em tudo que for possível, para que assim, estabeleça o respeito entre ambos. Esse elemento busca que o recuperando aprenda a respeitar o semelhante. 
Através do Conselho de Sinceridade e Solidariedade – CSS, composto por recuperandos, busca-se a cooperação de todos para que se estabeleça de maneira efetiva a segurança do presídio e para solucionar de forma rápida e prática, simples e econômica os problemas e anseios da população prisional mantendo a disciplina.
Segundo Ferreira (2017, p. 35), 
É fácil perceber que neste item encontram-se, com certeza, umas das razões do sucesso das APACs: despertar dos recuperandos os sentimentos de responsabilidade, de ajuda mutua, de solidariedade e de fraternidade e da importância de se viver em comunidade. Tudo isso deve ser uma tarefa permanente dos voluntários e funcionários das APACs. 
O recuperando precisa saber viver em comunidade, a saber acudir o irmão que está doente, a ajudar os mais idosos e quando necessário, ajudar na cantina, na farmácia, na cozinha. Pois é exatamente por não saber respeitar as regras de boa convivência social, em razão da falta de respeito e ausência de limites do outro que a pessoa acabou condenada. 
4.3 Do trabalho
O trabalho deve fazer parte do contexto e da proposta, no entanto, não deve ser o único elemento fundamental, visto que somente ele não é suficiente para recuperar o preso. Para que o cidadão que está cumprindo a pena, recicle seus valores, melhorando sua autoestima, se descobrindo, se conhecendo, enxergue seus méritos, pois sem essa mudança psicológica do recuperando, nada que seja feito para ajudá-lo fará sentido.
No regime fechado, o objetivo do trabalho é a recuperação dos valores, despertar a autoestima, as potencialidades, o senso de estética e a criatividade. 
Ottoboni (2018, p. 57) explica, 
O método APAC recomenda os trabalhos laborterápicos (artesanatos) para o regime fechado. Entretanto, quando falamos em artesanatos, a interpretação deve ser extensiva, não podendo se limitar apenas as atividades comezinhas que todos estão habituados a ver nos presídios. É preciso uma visão ampla, levando em conta a comercialização dos produtos. É necessário, por essa razão, que cada APAC pense no seu setor de laborterapia como um setor curativo, de emenda do recuperando, abrindo-lhe todas as oportunidades para o desempenhar das atividades artesanais. 
 O trabalho do regime semiaberto assim como no regime fechado, não objetiva só o lucro. A finalidade desse regime é a profissionalização, tendo por premissa alguns aspectos da psicologia do preso, a alta rotatividade dos recuperandos e a questão disciplinar. 
Ottoboni (2018, p. 61) dispõe, 
O que não se pode perder de vista é que o regime semiaberto é o momento propício, ideal para a preparação de mão de obra especializada, além de se constituir, evidentemente, num período de observação de conduta para o próximo passo a ser dado, que é o regime aberto.
O regime aberto é o momento de inserção social, é quando os recuperandos são autorizados ao trabalho externo e pernoitam no Centro de Reintegração Social. Neste regime o recuperando já deve estar reintegrado socialmente, ser plenamente capaz de colaborar com sua família e responder por seus atos. 
4.4 A espiritualidade e a importância de se fazer a experiência de Deus 
A APAC não prega nenhuma religião, porém, estabelece a importância que há para o recuperando ter uma religião, e através dela, conhecer sentido de amar e ser amado, sem imposições de credo, mas de forma pautada na ética, proporcionando ao recuperando uma efetiva transformação moral.
Ferreira (2017, p. 36) explica, 
Não se pode afirmar que somente a espiritualidade resolve o problema. Se o fosse, já teria sido encontrada a solução, visto ser costume encontrar sempre, em praticamente todos os estabelecimentos penais, grupos religiosos desta ou aquela denominação, levando aos presos a palavra de Deus. 
É preciso restabelecer a confiança no ser humano que está preso, fazê-lo conhecer um Deus presente na história, por meio da presença atuante e coerente do voluntário, não somente por palavras, mas também por gestos concretos que misericórdia. 
Ottoboni (2018, p. 64) dispõe, 
Portanto, cabe ao voluntário ajudar o recuperando a descobrir que o Pai, certamente quer o filho de volta após uma reflexão profunda vivenciada no abandono das celas, na solidão das noites e na distância das pessoas queridas, e que essa volta não deve ser apenas momentânea, mas o reflexo de alguém que realmente de decidiu por uma vida nova. 
O método APAC expressa uma necessidade de o recuperando ter uma espiritualidade e quando possível, uma religião, um credo, amar e ser amado, não impondo isto ou aquilo e muito menos sufocando o recuperando com chamamentos que o angustiem em vez de fazê-lo refletir. 
4.5 Da assistência Jurídica
Uma das maiores preocupações do condenado se relaciona com a sua situação processual, 95% da população prisional não têm condições para contratar um advogado, assim, a ansiedade só cresce, ainda mais na fase de execução da pena, onde o preso toma conhecimento de todos os benefícios que a lei lhe garante. 
O método da APAC recomenda que haja uma atenção especial aos condenados privativos de liberdade, pois a assistência judiciária gratuita deve se limitar aqueles que aderem à proposta estabelecida na APAC. 
Ottoboni (2018, p. 66) explica, 
O método APAC recomenda, pois, uma atenção especial a esse aspecto do cumprimento de pena, mas adverte o seguinte:
a) Esse tipo de assistência deve restringir-se aos condenados engajados na proposta APAC e que revelem firmes propósitos de emenda. 
b) Deve-se evitar que a entidade se transforme num escritório de advocacia, prestando tão somente assistência jurídica aqueles confirmadamente pobres, e nada mais.
c) O trabalho não deve ser visto sobe aspecto jurídico, que passa a impressão de a metodologia estar voltada apenas para a liberdade do preso, independente do mérito. 
d) O voluntário precisa ser visto como pessoa que realmente quer o bem de seus semelhantes, mas que atua dentro de um programa serio de trabalho, para não ser acusado injustamente de “protetor de bandido”.
4.6 Da assistência à Saúde
Através da APAC, e com a ajuda de profissionais voluntários, é oferecida assistência médica, psicológica, odontológica entre outras, e são realizadas da maneira mais eficiente e humana possível. Essa assistência é muito importante, pois, se não houver o atendimento cria-se no estabelecimento prisional, um clima violento, podendo gerar a partir disso, movimentos de fugas, rebeliões e mortes.
Ottoboni (2018, p. 68) dispõe, 
Por tudo que foi exposto, é fácil deduzir que a saúde deve ser sempre colocada em primeiro plano, para evitar sérias preocupações e aflições do recuperando, ao mesmo tempo, essa providência passa uma mensagem, como gesto de amor do Pai dirigindo aos filhos. Feito isso, começamos a aplicar a justiça restaurativa e a conquistaro coração sofrido daqueles que já não confiam em mais ninguém. 
Ainda, é preciso eliminar as causas que provocam inúmeras doenças entre os recuperandos, melhorando no que for possível a alimentação, propiciando condições de higienização do CRS, pintura, tratamento de água, lazer e entretenimento, o relacionamento entre recuperando e segurança, o respeito com as famílias, etc. 
4.7 Da Valorização Humana
A valorização humana é a base do método da APAC, pois através dela, busca-se colocar em primeiro lugar o ser humano, sendo todo trabalho conduzido de forma a reformular a autoimagem da pessoa que cometeu um erro, praticando um ato ilícito. Para isso, são realizadas reuniões dentro da cela, utilizando métodos psicopedagógicos, com o objetivo de fazer com que o recuperando volte seu pensamento para sua própria valorização, convencendo de que pode sim ser feliz e que ele não é pior que ninguém. 
Ottoboni (2018, p. 69) esclarece, 
Tão importante quanto a terapia da realidade, a capacitação profissional e a educação, são elementos imprescindíveis que devem fazer parte do contexto da valorização humana, seja para superar as altíssimas taxas de analfabetismo e semianalfabetismo, seja para preparar e capacitar profissionalmente o recuperando para, no futuro, inserir-se no mundo do trabalho. 
A educação e o estudo devem fazer parte desse contexto de valorização humana. Além disso, é necessário que as condições físicas dos presídios sejam melhoradas, pois pior do que estar com a liberdade limitada, é cumprir a pena em local inadequado, insalubre, com péssimas condições de higiene como se pode verificar, ainda, em alguns estabelecimentos prisionais.
4.8 A Família
O método da APAC para ser efetivo, deve contar com a participação dos familiares do recuperando, por ser esse um dos pilares essenciais para que se obtenha a verdadeira recuperação do condenado. 
O encontro familiar dentro do CRS objetiva manter os laços afetivos da família e como consequência, diminui a tensão no ambiente. Para isso o método oferece aos familiares as Jornadas de Libertação com Cristo, cursos regulares de Formação e Valorização Humana, buscando proporcionar estreitamento entre os vínculos afetivos.
Ferreira (2017, p. 38) explana, 
Inútil será o esforço da equipe se, ao preparar o recuperando para o retorno a sociedade não trabalhar concomitantemente a família. Por isso, esta, além de receber atenção especial da APAC, deve ser envolver e participar da metodologia durante todos os estágios da vida prisional. 
A APAC empreende grande esforço para que os elos afetivos entre os familiares e o condenado não seja rompido. E a família, continua sendo importante também após o cumprimento da pena, pois será através de seu apoio que o recuperando dará continuidade ao processo de inserção social e obter o sucesso a partir de então.
4.9 O Voluntário e sua Formação 
O trabalho da APAC é baseado na gratuidade através de voluntários que se sensibilizem com a causa e queiram ajudar, ficando a remuneração destinada apenas às pessoas que trabalhem, de fato, no setor administrativo. 
Para que o voluntário esteja apto a desenvolver suas tarefas, esse deve passar por um período de preparação através de cursos de formação. Nesse período, ele adquirirá conhecimento sobre a metodologia da APAC, desenvolvendo suas aptidões para exercer o trabalho com eficácia e com forte espírito comunitário. 
Ottoboni (2018, p. 75) explica, 
O importante é que todos tenham consciência de que o trabalho a ser desenvolvido com os recuperandos foge dos padrões normais, por se tratar de contatos com pessoas de múltiplos problemas, não sendo plausível nem admissível improvisar voluntários que não conheçam a realidade dos presos e do sistema penitenciário. 
A APAC procura despertar nos voluntários o sentimento de seriedade para com a proposta, evitando, portanto, que amadores participem. Existe ainda a figura dos “casais padrinhos”, que são voluntários com a tarefa de ajudar os recuperandos a refazer a imagem desfocada e negativa dos pais que muitos têm, realizando projeções na imagem de Deus.
4.10 Centro de Reintegração Social
A APAC criou o Centro de Reintegração Social (CRS) e dividiu-o em três espaços onde os recuperandos estariam alocados dependendo de seu regime de cumprimento de pena, fechado, semiaberto ou aberto.
Ottoboni (2018, p. 77) dispõe que “O recuperando não se distancia de sua cidade e encontra, logicamente, apoio para conquistar uma liberdade definitiva com menos riscos de reincidência, além de se sentir protegido e amparado como ser humano”. 
 O CRS proporciona ao recuperando o cumprimento da pena próximo de seu núcleo afetivo como família e amigos, isso favorece a reintegração social respeitando os direitos do condenado.
4.11 Mérito 
O recuperando é acompanhado em todos os momentos, sendo minuciosamente observado, para que apure seu mérito e através dele a possibilidade da progressão nos regimes. Por esta razão que toda a tarefa exercida pelo recuperando, bem como as advertências, elogios, saídas, etc., deve integrar sua pasta prontuário, onde é registrado todo seu dia a dia na prisão. É nesta pasta que será buscado os elementos para avaliar seu mérito, e não apenas sua conduta. 
Para que isso se efetivasse, foi criada a Comissão Técnica de Classificação (CTC) composta por profissionais ligados à metodologia, que ficaram responsáveis tanto pela classificação do recuperando quanto pela verificação da necessidade deste, receber tratamento individualizado, e para recomendar sempre que necessário e possível, os exames que são exigidos para que seja beneficiado pela progressão do regime, a até mesmo pela declaração da cessação da periculosidade, dependência toxicológica e insanidade mental. 
4.12 Jornada de Libertação com Cristo
O ponto alto da metodologia, a jornada nasceu da necessidade de se provocar uma definição do recuperando sobre a adoção de uma filosofia de vida, apresentando uma sequência lógica, do ponto de vista psicológico das palestras, testemunhos, musicas, mensagens e demais atos, com o objetivo de fazer o recuperando repensar o verdadeiro sentido da vida.
Segundo Ottoboni (2018, p. 79) “Tudo na jornada foi pensado e testado exaustivamente, e o roteiro, ajustado incansavelmente até que seus propósitos fossem atingidos”. 
A jornada se divide em duas 2 etapas: a primeira preocupa-se em relevar Jesus Cristo aos jornadeiros e a segunda ajuda o recuperando a rever o filme da própria vida, para conhecer-se melhor. 
4.13 Manutenção da APAC
A manutenção da APAC é feita através de contribuições de seus sócios, de promoções sociais, de doações de pessoas físicas, jurídicas e entidades religiosas, parcerias e convênios com o Poder Público, instituições educacionais e outras entidades, captação de recursos junto a fundações, institutos e organizações não governamentais. 
A APAC não cobra para receber ou ajudar os condenados, independentemente do crime que tenha praticado ou do tempo a que tenha sido condenado. Tudo o que ela faz em prol recuperando, apenas para ajudá-lo a encontrar um caminho melhor, que não o faça voltar para o mundo da criminalidade, mostrando que a vida fora dela é mais favorável, tanto para si, quanto para sua família, amigos e para a sociedade como um todo.
5 A SOLUÇÃO PARA O CUMPRIMENTO DA PENA
 
O aumento da criminalidade indica que as políticas públicas de caráter preventivo não vêm obtendo grandes êxitos. Porém, uma vez cometido o crime, a questão deixa de ter caráter preventivo e passa a ser remediativo, através da ressocialização. A questão é que, no sistema convencional, ainda não existem grandes conquistas no processo de reinserção deste indivíduo ao convívio social. 
O DEPEN (Departamento de Penitenciário Federal) em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizou no ano de 2016 uma pesquisa com o objetivo de realizar um diagnóstico acerca da realidade prisional brasileira, por meio do INFOPEN (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias).
Os dados apresentados informam queo Brasil, em 2016, possuía 726,712 presos, distribuídos nos sistemas penitenciários e secretarias de segurança, para um total de 368,049 vagas permitidas pelo sistema, ou seja, um grande déficit. Estes dados confirmam as superlotações carcerárias e indicam a falência dos centros prisionais, ratificando que não basta somente prender se não há um suporte suficiente de recuperação.
É notório que a pena privativa de liberdade não atende às finalidades apontadas pela LEP, seja tanto punindo, quanto prevenindo a nova prática criminal, tornando um alto custo ao erário, uma vez que o nível de reincidência é totalmente elevado para não se ter um retorno positivo.
A escassez de estudos sobre ressocialização agrava ainda mais o problema. O debate sobre segurança se limita apenas em diminuir a criminalidade nas ruas, em melhorar as políticas públicas, reforço policial, celeridade nos julgamentos, entre outros. A preocupação permanece com o foco para fora dos presídios. Percebe-se que, uma vez que o infrator esteja detido, o problema está resolvido. Ou seja, “enterra-se” aquele que antes prejudicava a segurança social em presídios desestruturados, lotados, desumanos, que acabam por funcionar como “escolas do crime”. No entanto, parte da solução deste problema pode ser possível através da APAC, projeto que tem conseguido apresentar um modelo presidiário inovador.	É importante reforçar que este modelo não tem o objetivo de substituir o sistema convencional, mas de colaborar com ele. A integração é clara, uma vez que a APAC recebe os detentos do sistema convencional, e são eles que devem aprovar esta transferência.
O caráter do cumprimento da pena na APAC vai muito além de uma prisão com características mais atraentes que os presídios tradicionais. Trata-se de preservação da dignidade, integridade e principalmente, responsabilidade pelo ato cometido. A responsabilidade colocada sobre os recuperandos um fator de grande importância e de grande validade entre o método APAC e o sistema convencional. Este fator se define pela consciência, no sistema tradicional, existe uma força de resistência do interno, força esta que vai de encontro aos intentos da administração carcerária e de todo os esforços impressos pelas políticas públicas de segurança e ressocialização. 
Por outro lado, os recuperandos, inclusos no método APAC, passam a fazer parte do processo. A inexistência de força policial, de armas de fogo ou de carcereiros, resulta na necessidade de que os mesmos ocupem a posição de responsáveis pela segurança da instituição. Uma vez responsáveis, as ações dos recuperandos vão ao encontro aos objetivos da instituição, criando uma espécie de prisão pela consciência.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No contexto brasileiro, o Método APAC, como alternativa ao sistema prisional tradicional, perfaz seu primeiro benefício ao conclamar a sociedade a participar do problema e ajudar na sua solução, de forma que a partir do voluntariado, e da consequente minimização dos custos com o preso, mais vagas são criadas sem que os cofres públicos sejam onerados em um aporte que, atualmente, eles não comportam. Ademais, a ênfase na educação, e o oferecimento de trabalho à quase totalidade da população carcerária prima por ressocializar este novo perfil de preso, jovem-adulto, de baixa escolaridade e que está em sua maioria, encarcerado por crimes contra o patrimônio.
O Método APAC, é um método concretizador da Lei de Execução Penal, o qual tem como finalidade a valorização humana, bem como vários valores sociais que sem eles não há ressocialização, quais sejam, a educação, a religião, o trabalho, entre outros. Segundo o método, concretizando tais valores, evitará um grande índice de reincidência.
Apesar de termos uma legislação recheada de direitos e garantia aos condenados, a realidade se mostra bem diferente. O Estado, como já relatado, já provou que é incapaz de cumprir os dispositivos elencados na Lei de Execução Penal e os da nossa Magna Carta. Não há por parte do Estado o investimento em políticas públicas para promover a ressocialização do condenado, para que o mesmo retorne dignamente ao convívio em sociedade.
O método APAC estimula a colaboração entre os membros da sociedade com os recuperandos, resgatando valores sociais dos mesmos, uma vez que cometeram erros sim, no entanto, não devem ser punidos eternamente. Ao contrário do sistema penitenciário convencional, o método APAC realiza a efetiva recuperação do condenado. 
O objetivo da APAC: “é promover a humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena. Seu propósito é evitar a reincidência no crime e oferecer alternativas para o condenado se recuperar.” 
Nesse sentido, a APAC apresenta-se como auxiliar da justiça e da sociedade, cumprindo estritamente a finalidade da pena, tendo como objetivo fundamental a valorização humana como base para a recuperação do egresso.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei n. 7.210 de Julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>. Acesso em 18 de abr de 2020. 
BRASIL. Código Penal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 10 de abr de 2020. 
FERREIRA, Valdecir Antônio. Juntando cacos, resgatando vidas: valorização humana – base e viagem, ao mundo interior do prisioneiro: psicologia do preso. Belo Horizonte: O Lutador, 2017. 
JUSBRASIL. Pena de morte e prisão perpétua. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/55542/pena-de-morte-e-prisao-perpetua>. Acesso em: 20 abr 2020. 
MINAS GERAIS. Tribunal de justiça. A execução penal à luz do método APAC. Belo Horizonte: Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, 2012.
OTTOBONI, Mário. Vamos matar o criminoso? Método APAC. Belo Horizonte: O Lutador, 2018.

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