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Guia de Estudos - Atualização em Direito Penal Militar e Processo Penal Militar (1)

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Atualização em Direito Penal 
Militar e Processo Penal Militar 
CAEP I - 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituição credenciada 
pelo MEC Portaria 716/13 
 
ISCP - PMDF 
Instituto Superior de 
Ciências Policiais 
Centro de Altos Estudos 
e Aperfeiçoamento - 
CAEAp 
 
Setor de Áreas Isoladas 
Sudeste (SAISO) 
AE 4 Setor Policial Sul, 
Brasília-DF. 
Todos os direitos desta edição reservados ao ISCP 
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volume ou parte do mesmo, sob qualquer meio, sem 
autorização expressa do ISCP Virtual - PMDF. 
 
 
 
É permitida a reprodução de dados e informações contidos nesta 
publicação, desde que citada a fonte. 
 
 
Reitor do Instituto Superior de Ciências Policiais 
Cel. QOPM Marcelo Helberth de Souza 
 
Comandante do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento de Praças – 
CAEAP 
Cel. QOPM Sidilon Marcelo Mota de Sousa 
 
Chefe da Divisão de Ensino 
Maj. QOPM José do Nascimento Rêgo Martins 
 
Chefe do Gabinete de Gestão da Educação a Distância - GGEAD 
Cap. QOPM Márcio Júlio da Silva Mattos 
 
Design e Diagramação 
SD QPPMC Weslley Santos de Brito 
 
Revisão do texto 
CB QPPMC Adrianne 
Profª Me. Tatyana Nunes Lemos 
Profº Luiz Fernando Queiroz 
 
Informações: 
61 3190 6402 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maicol Coelho Lourenço 
Me chamo Maicol Coelho Lourenço, ingressei na PMDF, em 01 de abril 
de 2003, como soldado e me orgulho muito disso, me formei em direito em 
2005, pela UNIP, fiz pós-graduação em 2006, em direito público, e em 2007, 
em direito penal, lato sensu, tentei o vestibular duas vezes para realizar o 
sonho de me tornar oficial da PMDF, não obtive sucesso, mas no concurso 
público de 2010, consegui ser aprovado e me tornei oficial PMDF, depois de 
3 anos de academia e 10 meses de aspirante, me tornei oficial e hoje sou 1º 
Tenente da PMDF, e é uma honra poder fazer parte desse processo de 
ensino aprendizagem. 
Um abraço, do instrutor, 1º Tenente Maicol. 
 
 
 
 
 
UNIDADE I - CRIMES ..................................................................................................................... 8 
AULA 1 – Previsões para o crime militar ............................................................................................... 8 
1.1 Crimes militares previstos no Código Penal Militar e na Legislação Penal ..................................... 9 
AULA 2 – Identificação do Crime militar ............................................................................................. 10 
2.1 Identificando o crime militar ..................................................................................................... 10 
2.2 Estudo do Artigo 9º do CPM ...................................................................................................... 10 
2.3 Crime militar que só está definido no CPM: Artigo 9º, Inciso I.................................................... 11 
AULA 03 – Crimes Militares e Legislação Penal Comum ...................................................................... 12 
3.1 Crimes Militares previstos no CPM e na Legislação Penal Comum: ............................................ 12 
3.2 CPM ou na legislação penal ....................................................................................................... 13 
3.4 2ª Possibilidade do crime militar, previsto no CPM e na Legislação Penal Comum ..................... 16 
3.5 3ª Possibilidade do crime militar previsto no CPM e na Legislação Penal Comum ...................... 16 
3.6 4ª Possibilidade do crime militar, previsto no CPM e na Legislação Penal Comum ..................... 17 
3.7 5ª POSSIBILIDADE DO CRIME MILITAR, PREVISTO NO C.P.M E NA LEGISLAÇÃO PENAL COMUM, 17 
3.8 Alínea F do Artigo 9º ................................................................................................................. 18 
AULA 4 – Crimes Militares por Policial na Inativa ou por Civil ............................................................ 18 
4.1 Crimes militares praticados pelo militar da inativa e por civil: Art. 9º III, CPM ............................ 19 
4.2 Resumo dos Casos em que o militar inativo comete crime militar, previsto no inciso I e II do 
Código Penal Militar .................................................................................................................................... 19 
4.3 O civil não comete crime militar contra militar estadual ............................................................ 20 
UNIDADE II – CRIMES DOLOSOS CONTRA CIVIL E JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS E A JUSTIÇA 
MILITAR FEDERAL................................................................................................................................... 22 
AULA 5 - Crime Doloso Contra a Vida de Civil, praticado por Militar Federal e por Militar Estadual .. 22 
5.1 Crime doloso contra a vida de civil praticado por militar Estadual, PM e CBM ........................... 22 
5.2 Continua sendo crime militar .................................................................................................... 23 
AULA 6 - Alteração do código penal militar ........................................................................................ 24 
6.1 Crime militar de homicídio doloso praticado por militar federal contra civil............................... 25 
AULA 7 - Justiça Militar dos estados e a justiça militar federal ........................................................... 26 
7.1 Divisão da justiça militar ............................................................................................................ 27 
7.2 Justiça Militar Federal ............................................................................................................... 27 
7.3 Justiça Militar Estadual .............................................................................................................. 27 
AULA 8 - Classificação doutrinária dos crimes militares...................................................................... 28 
8.1 Classificação dos crimes militares .............................................................................................. 28 
AULA 09 - Crimes contra autoridade................................................................................................... 29 
9.1 CRIME MILITAR CONTRA AUTORIDADE ...................................................................................... 29 
UNIDADE III – PROCESSO PENAL MILITAR, PRISÕES PREVISTAS NO CPPM E CONCESSÕES 
PREVISTAS NO CPPM ............................................................................................................................. 36 
AULA 10 - processo penal militar e de polícia judiciária militar .......................................................... 36 
10.1 Noções de Direito Processual Penal Militar .............................................................................. 36 
 
 
 
10.2 Polícia Judiciária Militar ........................................................................................................... 37 
10.3 Atribuições da Polícia Judiciária Militar: ................................................................................... 39 
Aula 11 - Prisões previstas no código de processo penal militar ......................................................... 39 
11.1 Prisões .................................................................................................................................... 40 
11.2 Prisão em flagrante ................................................................................................................. 40 
11.3 Detenção do indiciado ............................................................................................................. 41 
11.4 Prisão Preventiva.....................................................................................................................42 
Aula 12 - Liberdade provisória, menagem .......................................................................................... 43 
12.1 Menagem ................................................................................................................................ 43 
12.2 Competência e requisitos para a concessão ............................................................................. 44 
12.3 Lugar da menagem .................................................................................................................. 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
Crimes 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá autoridades? Tudo bem? Espero que os senhores e senhoras estejam bem. 
Iremos estudar 03 Unidades, nessa matéria de Atualização em Direito Penal 
Militar e Processo penal militar, dividida da seguinte forma: 
Na primeira unidade, dividida em 04 aulas, vamos tratar sobre a identificação 
do crime militar e as alterações do código, pela lei 13.491 de 2017. Na unidade 02, 
dividida em 03 aulas, vamos tratar sobre a exceção do artigo 9º do COM. Na unidade 
03 dividida em 03 aulas vamos estudar noções sobre a polícia judiciária militar, 
inquérito policial militar e prisão no processo penal militar. Na aula 01 da unidade 03 
vamos estudar sobre a polícia judiciária militar. Na aula 02 da unidade 03 vamos 
estudar sobre o inquérito policial militar. Na aula 03 da unidade 03 vamos estudar 
sobre a prisão em flagrante, prisão preventiva e a detenção do indiciado no processo 
penal militar. 
 
UNIDADE I - CRIMES 
 
Objetivo 
• Na primeira unidade vamos tratar sobre a identificação do crime militar 
e as alterações do código, pela lei 13.491 de 2017. Essa unidade divide-
se em 04 aulas. 
 
 
 
 
AULA 1 – Previsões para o crime militar 
Objetivo 
• Nessa aula vamos tratar sobre a alteração do código penal militar e o 
alargamento da competência dos crimes militares. O objetivo dessa aula 
e demostrar que existe uma maior possibilidade do crime praticado pelo 
militar ser considerado como crime militar. 
 
 
 
 
1.1 Crimes militares previstos no Código Penal Militar e na Legislação Penal 
Todos sabem que o código penal militar sofreu uma alteração, no dia 16 de 
outubro de 2017, através da lei 13.491 de 2017. 
Antes da alteração do CPM pela referida lei, o crime militar só estava definido 
no código penal militar, mas hoje, o crime militar pode existir no código penal militar 
ou na legislação penal comum, código penal ou legislação extravagante. 
Importante ressaltar que só vai existir crime militar fora do código penal militar, 
quando o fato estiver previsto nas hipóteses do artigo 9°, Inciso II, alíneas: a, b, c, d, 
e. 
Exemplos 
Um policial militar da ativa praticou crime de racismo, previsto na legislação 
penal extravagante, contra outro policial militar da ativa. 
Um policial militar da ativa, de folga, dentro do quartel PMDF, praticou tortura 
contra um policial militar da inativa e também contra um civil. 
Um policial militar de serviço praticou crime de tortura contra um civil, 
independentemente do lugar que eles se encontrem. 
Assim, seguindo um passo a passo, para que o crime militar seja encontrado é 
necessário: 
Para que o fato seja considerado como crime militar é necessário que o fato 
tenha tipificação no código penal militar ou na legislação penal comum, código penal 
ou legislação penal extravagante, como também que o fato esteja previsto em uma 
das possibilidades do artigo 9º, do Código Penal Militar, se o crime foi praticado em 
tempo de paz, ou no artigo 10 do Código Penal Militar, se o crime foi praticado em 
tempo de guerra e por último deve ser analisado deve ser analisado se o autor do fato 
pode ser julgado pela justiça militar estadual ou justiça militar federal. 
 
 
 
É importante você saber quais são os casos do artigo 9º inciso II, que trazem 
as possibilidades do crime militar, para que possa entender esse alargamento da 
competência dos crimes militares. 
 
 
 
Clique no Link para abrir a Legislação. 
https://virtual.iscp.edu.br/pluginfile.php/17275/mod_folder/content/0/
Crimes%20militares%20em%20tempo%20de%20paz.pdf?forcedow
nload=1 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula pudemos observar a alteração do código penal militar e o 
alargamento da competência dos crimes militares. 
 
AULA 2 – Identificação do Crime militar 
Objetivo 
• Na aula 02 da unidade 01 vamos tratar sobre como identificar o crime 
militar praticado pelo militar da ativa. 
 
2.1 Identificando o crime militar 
Para identificar o crime militar praticado pelo militar da ativa se faz necessário 
entender um dos principais artigos do código penal militar, que é o artigo 9º, pois ele 
traz as possibilidades do cometimento do crime militar, portanto vamos estudá-lo: 
2.2 Estudo do Artigo 9º do CPM 
O artigo 9º do Código Penal Militar trata sobre os crimes militares em tempo de 
paz e é um dos principais artigos do código penal militar, uma vez que traz quais as 
hipóteses de incidência ou de enquadramento do crime militar praticado em tempo de 
paz. 
 
 
 
 
 
 
https://virtual.iscp.edu.br/pluginfile.php/17275/mod_folder/content/0/Crimes%20militares%20em%20tempo%20de%20paz.pdf?forcedownload=1
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2.3 Crime militar que só está definido no CPM: Artigo 9º, Inciso I 
O inciso I, do artigo 9º, segunda parte, trata de crimes militares que estão 
definidos no código penal militar e não têm correspondente na legislação penal 
comum: 
 
CÓDIGO PENAL MILITAR CÓDIGO PENAL COMUM 
Crime militar de motim, art. 149. Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de desrespeito a superior, art. 160. Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de abandono de posto, art. 195. Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de deserção, art. 187. Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de embriaguez em serviço, art. 
202. 
Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de Recusa de obediência, art. 163. Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de descumprimento de missão, art. 
196. 
Não existe previsão no código penal. 
Crime militar de violência contra superior, art. 
157. 
Não existe previsão no código penal. 
 
A identificação desse crime militar é mais simples e de fácil constatação, uma 
vez que não gera dúvida ao intérprete, por não ser necessário enquadramento nas 
possibilidades do artigo 9º inciso II, bastando que o aluno veja se a conduta se 
enquadra no tipo penal que se encontra previsto somente no código penal militar, 
exemplo, deserção, descumprimento de missão, abandono de posto entre outros. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula aprendemos sobre como identificar o crime militar praticado pelo 
militar da ativa. 
 
 
 
 
 
AULA 03 – Crimes Militares e Legislação Penal Comum 
Objetivo 
Olá senhores? Nessa aula iremos estudar as possibilidades dos crimes 
militares previstos no código penal militar, exemplo furto, roubo, injúria dentre outros 
e estudaremos também os crimes militares previstos somente na legislação comum, 
exemplo, aborto, assédio sexual, tortura, racismo dentre outros. 
 
3.1 Crimes Militares previstos no CPM e na Legislação Penal Comum: 
3.1.1 Estudo do artigo 9º inciso II 
O artigo 9º, inciso II, do código penal militar, trata sobre crimes que estão 
previstos no CPM, exemplos, furto, roubo, lesão corporal entre outros; e crimes que 
não estão definidos no CPM, mas estão definidos somente na legislação comum, 
podendo ser considerado como crime militar, uma conduta definida fora do códex 
castrense, exemplo, tortura, racismo entre outros, desde que seja praticado nas 
hipóteses das alíneas, “a”, “b”, “c”, “d”,“e”, do artigo 9º, Inciso II, do Código Penal 
Militar. 
Vale ressaltar que os fatos que não estão previstos no código penal militar, mas 
se encontram definidos como crime na legislação penal comum, código penal ou 
legislação penal extravagante, podem ser considerados como crime militar, desde que 
estejam previstos em algumas das alíneas do art. 9º, inciso II: 
Vejamos, em primeiro lugar, os casos previstos nas duas leis: 
CÓDIGO PENAL MILITAR CÓDIGO PENAL COMUM 
Furto simples, art. 240. Furto simples, art. 155. 
Ameaça, art. 223. Ameaça, art. 147. 
Calúnia, art. 214. Calúnia, art. 138. 
Lesão corporal, art. 209. Lesão corporal, art. 129. 
Difamação, art. 215. Difamação, art. 139. 
 
 
 
Injúria, art. 216. Injúria, art. 140. 
 
Mesmo depois da alteração do código penal militar pela lei 13.491, de 16 de 
outubro de 2017, continua existindo um conflito aparente de normas, uma vez que 
pode ser considerado como crime comum ou crime militar. 
Para solucionar esse conflito será adotado o princípio da especialidade. Se o 
fato tiver previsão em uma das possibilidades do art. 9º, inciso II, alíneas, a, b, c, d ou 
e, será crime militar, se não, tiver não será considerado como crime militar, mas como 
crime comum. 
Vejamos alguns exemplos de crimes, que estão previstos somente no código 
penal comum e na legislação penal extravagante: 
COM Leg. Penal Comum 
Não tem previsão Assédio sexual 
Não tem previsão Aborto 
Não tem previsão Tortura 
Não tem previsão Abuso de autoridade 
Não tem previsão Racismo 
As Contravenções não podem ser consideradas como crime militar, porque a 
lei fala sobre os crimes 
 
Vale a pena ressaltar que a lei fala em crimes, estando fora dessa incidência à 
contravenção penal. 
3.2 CPM ou na legislação penal 
É necessário que o crime se enquadre em uma das situações que se seguem, 
para que seja caracterizado o crime militar. 
Esse dispositivo busca evitar um conflito aparente de normas, esclarecendo 
qual o diploma legal que deve ser aplicado no caso concreto. 
 
 
 
Cuidado! Nem todo crime praticado por militar que se encontra fora do código 
penal militar será considerado como crime militar, uma vez que se faz necessário o 
enquadramento nas possibilidades do art. 9º, inciso II, alíneas, a, b, c, d, e. 
Assim caso um policial militar de folga pratique um crime de tortura, castigo, 
contra sua filha não ocorrerá o crime militar, por não encontrar enquadramento nas 
possibilidades do artigo 9º inciso II, alíneas a, b, c, d, e, que serão apresentadas 
abaixo: 
Portanto, nesses casos para que o crime seja considerado como crime militar 
é necessário que o fato esteja previsto em uma das alíneas do artigo 9º inciso II, do 
CPM: 
Vale ressaltar, também, que se o crime não tiver previsão no código penal 
militar, mas tiver enquadramento somente na legislação penal comum poderá ser 
considerado como crime militar se estiver previsto em uma das referidas alíneas, do 
artigo 9º, inciso II, que passaremos a estudar, abaixo: 
3.3 1ª Possibilidade do crime militar, previsto no CPM e na Legislação Penal 
Comum 
Art. 9º Inciso II, alínea a: “Por militar em situação de atividade ou 
assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado”; 
 
 
 
Sujeito Ativo X Sujeito Passivo 
Militar da Ativa X Militar da Ativa 
 
Exemplo 1: Policial militar, da ativa, mata outro policial militar, da ativa, após 
uma discussão dentro do quartel. 
O termo assemelhado não tem mais validade, pois não foi recepcionado 
pela Constituição Federal de 1988, mas cuidado, atenção, porque nas questões 
de concurso a letra da lei é muito utilizada e às vezes a expressão assemelhado 
está lá. Se tiver de acordo com a lei e a questão se referir ao CPM, considere 
como verdadeiro. 
 
 
 
 
Exemplo 2: Policial militar, da ativa, subtrai um aparelho celular do colega 
policial militar da ativa. 
Exemplo 3: Policial militar do Goiás, da ativa, pratica uma lesão corporal em 
policial militar da PMDF, da ativa, após uma discussão, em clube da cidade de Caldas 
Novas. 
Exemplo 4: Policial militar, da ativa, pratica crime militar de calúnia contra 
policial militar, da ativa, através da rede WhatsApp, em grupo do aplicativo, da turma 
de soldado. 
Exemplo 5: Policial militar, da ativa, pratica crime de tortura contra outro policial 
militar, da ativa. 
Exemplo 6: Policial militar da ativa pratica crime de racismo contra outro policial 
militar da ativa. 
Observação: Nessa hipótese, não é necessária que o crime ocorra em local 
sujeito à administração militar, exemplo, quartel. 
Observação: De acordo com o código penal militar, não é necessário que o 
militar tenha conhecimento prévio da condição do outro ser militar, esse também é o 
entendimento da maioria dos tribunais da justiça militar, como também do STM, 
Superior Tribunal Militar, porém o Supremo Tribunal Federal tem precedente em que 
entende: existência do crime militar praticado pelo militar da ativa contra militar da 
ativa, somente quando o sujeito ativo tenha o conhecimento prévio ou anterior da 
condição de militar do outro militar da ativa, vítima, ou sujeito passivo, no caso do art. 
9º inciso II, alínea “a” do C.P.M. 
Essa decisão que só gera efeito entre as partes, ou seja, “inter partes”, porém 
é um precedente. Julgado de Habeas Corpus, HC 99.541 do Rio de Janeiro, STF: 
“Lesão corporal grave (C.P.M, art. 209 § 1º) Crime praticado por militar contra militar 
em contexto em que os envolvidos não conheciam a situação funcional de cada qual. 
Não estavam uniformizados e dirigiam carros descaracterizados, hipótese que não se 
enquadra na competência da Justiça Militar, definida no artigo 9º, inciso II, alínea “a” 
do código Penal Militar. 
 
 
 
3.4 2ª Possibilidade do crime militar, previsto no CPM e na Legislação Penal 
Comum 
Art. 9º inciso II, alínea, “b”: Por militar em situação de atividade ou 
assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da 
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
 
AUTOR X VÍTIMA 
Militar da ativa X Militar da reserva, reformado ou civil 
Local sujeito à administração militar: Exemplo, quartel, viatura e outros 
locais que estejam sob administração militar. 
 
Exemplo1: Policial militar, da ativa, de folga no quartel, discutiu com funcionário 
civil da limpeza e o ameaçou de morte. Nesse caso está presente o enquadramento 
do crime de ameaça, previsto no código penal militar, e o enquadramento do art. 9º 
inciso II, alínea ‘b”, das hipóteses de incidência do art. 9º. 
3.5 3ª Possibilidade do crime militar previsto no CPM e na Legislação Penal 
Comum 
Art. 9º inciso II, alínea, “c”: “por militar em serviço ou atuando em razão da 
função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do 
lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, 
ou civil”; 
 
AUTOR X VÍTIMA 
Militar de serviço ou agindo em 
razão da função 
X Militar da reserva, reformado ou civil 
Nesse caso por se encontrar em serviço ou atuando em razão da função não 
exige à lei penal militar que o autor do delito esteja em local sujeito à 
administração militar. 
 
Exemplo 1: Policial militar de serviço ameaça de morte um civil. 
Exemplo 2: Policial Militar de serviço pratica injuria contra abordado no 
momento da abordagem. 
 
 
 
Exemplo 3: Policial militar de folga, mas agindo em razão da função, interfere 
em ocorrência policial e acaba exagerando nos meios empregados, praticando um 
constrangimento ilegal contra civil. 
3.6 4ª Possibilidade do crime militar, previsto no CPM e na Legislação Penal 
Comum 
Art. 9º inciso II, alínea, “d”: “por militar durante o período de manobras ou 
exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil”; 
 
AUTOR X VÍTIMA 
Militar em período de manobras e em 
exercício 
X 
Militar da reserva, reformado ou 
civil 
OBS: Essa possibilidade estácontida na 3ª, pois o militar em período de 
manobras e em exercício está de serviço. 
 
Exemplo 1: Policial militar em treinamento da tocha olímpica pratica furto contra 
um militar da PM da inativa. 
 
3.7 5ª POSSIBILIDADE DO CRIME MILITAR, PREVISTO NO C.P.M E NA 
LEGISLAÇÃO PENAL COMUM, 
Art. 9º inciso II, alínea, “e”: por militar em situação de atividade, ou 
assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem 
administrativa militar; 
 
AUTOR X SUJEITO PASSIVO 
Militar da ativa X Patrimônio sob a administração militar, 
ou a ordem administrativa militar. 
OBS: A lei militar deixa clara a intenção de proteger o patrimônio que a 
ela pertença ou se encontre sob sua administração e ainda punir os delitos que 
afetem a ordem administrativa militar. 
 
Exemplo: Policial militar da ativa, de folga, pratica crime de dano contra viatura 
da PMDF. 
 
 
 
Exemplo: Policial militar de folga subtrai combustível da viatura que estava 
estacionada no pátio do quartel. 
 
 
3.8 Alínea F do Artigo 9º 
A alínea “f”, do artigo 9º, inciso II, foi revogada pela lei 9.299 de 1996. 
f) revogada. Essa alínea tratava a respeito do militar que estava na posse de 
armamento militar, porém, de forma inteligente foi revogada, não podendo ser mais 
uma possibilidade para caracterizar o crime militar. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula estudamos as possibilidades dos crimes militares previstos no 
código penal militar, exemplo furto, roubo, injúria dentre outros e aprendemos também 
sobre os crimes militares previstos somente na legislação comum, exemplo, aborto, 
assédio sexual, tortura, racismo dentre outros. 
 
 
AULA 4 – Crimes Militares por Policial na Inativa ou por Civil 
Objetivo 
Olá senhores e senhoras? Espero que estejam bem. Nessa aula vamos estudar 
os casos em que o militar da inativa e o civil podem cometer crimes militares. Vale 
ressaltar que o civil não comete crime militar contra a PM e CBM, pois a Constituição 
Federal, no art. 125 § 4º, veda essa possibilidade. 
O Título VII do CPM define os crimes contra a administração militar, como por 
exemplo, o peculato, a concussão e a corrupção passiva. 
 
 
 
4.1 Crimes militares praticados pelo militar da inativa e por civil: Art. 9º III, CPM 
O CPM no artigo 9º inciso III, traz as possibilidades em que o militar inativo e o 
civil cometem crime militar, vejamos, in verbis: 
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra 
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no 
inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: 
 
SUJEITO ATIVO 
X 
SUJEITO PASSIVO 
Militar inativo ou Civil 
X 
Elencados nas alíneas, a, b, c, d, do 
art. 9º III. 
 
a) Contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem 
administrativa militar; 
b) Em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de 
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou 
da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; 
c) Contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, 
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, 
acantonamento ou manobras; 
d) Ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em 
função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, 
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, 
quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a 
determinação legal superior. 
 
4.2 Resumo dos Casos em que o militar inativo comete crime militar, previsto 
no inciso I e II do Código Penal Militar 
 
HIPÓTESES EM QUE O MILITAR INATIVO E O CIVIL COMETEM CRIME 
MILITAR 
Contra patrimônio sob administração militar. 
Contra militar da Ativa em local sujeito a administração militar. 
Contra militar de serviço. 
 
 
 
 
De forma Resumida, o militar inativo só será autor de crime militar quando 
cometer um crime, do art. 9º Incisos I ou II, previsto no C.P.M ou na legislação penal 
comum, contra patrimônio sujeito à administração militar, contra outro militar da ativa 
em local sujeito a administração militar e contra militar de serviço, assim é imperioso 
ressaltar que o militar da inativa não comete crime militar contra militar da ativa, de 
folga e que não esteja em local sujeito à administração militar. 
4.3 O civil não comete crime militar contra militar estadual 
 O civil não comete crimes militares contra instituição militar estadual, PM e BM, 
e nem contra seus integrantes, de acordo com art. 125 § 4º da C.F 88, exceto se estes 
estiverem trabalhando em força conjunta com as forças armadas, ou em caso de 
guerra declarada. O Civil pode cometer crime militar contra instituição militar federal. 
Assim se um civil desacatar uma guarnição da polícia militar, apesar do fato 
está tipificado no C.P.M, no art. 299, a guarnição deverá dar voz de prisão ao autor e 
encaminhá-lo a delegacia da polícia civil para a lavratura do Termo Circunstanciado 
de Ocorrência, uma vez que é uma infração penal de menor potencial ofensivo. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula aprendemos os casos em que o militar da inativa e o civil podem 
cometer crimes militares. Aprendemos também que o civil não comete crime militar 
contra a PM e CBM, pois a Constituição Federal, no art. 125 § 4º, veda essa 
possibilidade. 
 
SÍNTESE DA UNIDADE 
Parabéns, chegamos ao final da primeira unidade, na qual aprendemos a 
identificar os crimes militares e vimos as alterações criadas no código, com a 
introdução da lei 13.491 de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
Crimes Dolosos Contra Civil e Justiça 
Militar dos Estados e a Justiça Militar 
Federal 
 
 
 
UNIDADE II – CRIMES DOLOSOS CONTRA CIVIL E JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS E 
A JUSTIÇA MILITAR FEDERAL 
 
Objetivo: 
• Nessa unidade vamos estudar o crime doloso contra a vida de civil 
praticado por militar estadual e militar Federal: 
 
AULA 5 - Crime Doloso Contra a Vida de Civil, praticado por Militar Federal e por 
Militar Estadual 
Objetivo 
• Nessa aula aprenderemos as diferenças do crime doloso contra a vida 
de civil, praticado por militar federal e por militar estadual. 
 
5.1 Crime doloso contra a vida de civil praticado por militar Estadual, PM e CBM 
5.1.1 Crime comum, tribunal do júri 
O militar Estadual, de serviço, que cometa o crime de homicídio doloso contra 
civil será julgado no tribunal do júri, justiça comum, prevista no artigo, 9º § 1º do CPM. 
Vale ressaltar que não existe tribunal do júri na justiça militar, uma vez que o 
código de processo penal militar não traz previsão desse rito especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A redação acima manteve o entendimento, do antigo artigo 9º, parágrafo único 
do código penal militar. 
Importante ressaltar que a Constituição Federal de 1988, no artigo 125 § 4º, 
acrescido pela Emenda Constitucional, nº 45, de dezembro de 2004, já trazia o 
entendimento da nova redação do artigo 9º, § 1º, do CPM, acrescido pela lei 13.491 
de 2017: 
“§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos 
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima 
for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da 
patente dos oficiais e da graduação das praças (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) ”. 
 
5.2 Continua sendo crime militar 
5.2.1 Crime militar de homicídio culposo: 
PM de serviço mata culposamente um civil: justiça militar estadual. 
 
A Lei 13.491 de 2017, alterou o artigo 9°, parágrafo único do Código Penal 
Militar, acrescentando o § 1º, com a seguinte redação 
O artigo 9º § 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e 
cometidos por militarescontra civil, serão da competência do Tribunal do 
Júri (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017). 
 
Lembre-se que não entra na exceção, porque o crime culposo contra a vida 
não é julgado no tribunal do Júri. 
 
 
 
5.2.2 Lesão corporal seguida de morte: 
PM de serviço pratica lesão corporal, seguida de morte contra um civil. Crime 
militar, justiça militar estadual. Não é julgado no Tribunal do Júri, porque esse tribunal 
tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida. A lesão corporal seguida 
de morte é um crime contra a integridade física. 
Essa situação, do art. 9º, § 1º, será aplicada, em regra, para os militares 
estaduais, uma vez que o § 2º, do artigo 9º, do CPM, traz as causas em que o crime 
doloso contra a vida praticado por militar federal contra civil será julgado na Justiça 
Militar da União. 
Exemplo em que o artigo 9º § 1º, pode ser aplicado ao militar das Forças 
Armadas: Um militar federal, de folga, discute com seu vizinho, civil, e o mata, em 
frente sua residência. Crime comum, tribunal do Júri. 
O art. 9 § 1º, em regra não será aplicado aos militares federais, exceto, quando 
não tenha enquadramento no artigo 9º § 2º, acrescido pela lei 13.491 de 2017, nos 
seguintes casos, vejamos: 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula aprendemos as diferenças do crime doloso contra a vida de civil, 
praticado por militar federal e por militar estadual. 
 
 
AULA 6 - Alteração do código penal militar 
Objetivo 
Nessa aula iremos estudar a alteração do código penal militar que traz que o 
militar federal será julgado por crime militar na justiça militar federal, quando matar o 
civil nos casos relacionados ao aspecto funcional dentre outros, previstos no 
dispositivo abaixo: 
 
 
 
 
6.1 Crime militar de homicídio doloso praticado por militar federal contra civil 
Antes da lei 13.491 de 2017 acrescentar essa redação ao CPM, o Superior 
Tribunal Militar já tinha jurisprudência nesse aspecto, porém o legislador definiu de 
maneira mais clara em lei: 
O CPM prevê no artigo 9º, a seguinte redação: 
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e 
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da 
competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído 
pela Lei nº 13.491, de 2017) 
I – Do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo 
Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela 
Lei nº 13.491, de 2017) 
 
Exemplo: Militares das Forças Armadas, por força de Decreto presidencial, 
estão trabalhando e matam dolosamente um civil. Nesse caso será considerado como 
crime militar de homicídio doloso e será julgado na Justiça Militar Federal. 
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão 
militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 
2017) 
 
Exemplo: Militar federal, sentinela, exercendo a defesa da caserna, acaba 
matando dolosamente, desproporcionalmente a agressão sofrida, nesse caso ele 
deverá ser julgado pelo crime militar de homicídio doloso na Justiça Militar Federal. 
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei 
e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o 
disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes 
diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
 
Exemplo: Militares das Forças Armadas estão no Rio de Janeiro, no serviço de 
garantia da lei e da ordem e de maneira desproporcional matam dolosamente um civil. 
Crime militar de homicídio doloso e será julgado na Justiça Militar Federal. 
 
 
 
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de 
Aeronáutica: (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
 
Exemplo: Militares da Aeronáutica, cumprindo a lei do abate da aeronave, 
matam dolosamente civis, no momento do abate da aeronave, porém não cumprem à 
risca o protocolo do abate da aeronave, previsto no código de aeronáutica. Nesse 
caso os Militares cometem o crime militar de homicídio doloso e serão julgado na 
Justiça Militar Federal. 
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei nº 
13.491, de 2017) 
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo 
Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
Exemplo: Militares das Forças Armadas, cumprindo um mandado judicial 
expedido pela justiça militar federal, acabam matando dolosamente um civil que 
estava impedindo o cumprimento do mandado. Nesse caso os militares serão julgados 
na justiça militar federal, pelo crime militar de homicídio doloso. 
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela Lei 
nº 13.491, de 2017) 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula estudamos a alteração do código penal militar que traz que o militar 
federal será julgado por crime militar na justiça militar federal, quando matar o civil nos 
casos relacionados ao aspecto funcional dentre outros. 
 
AULA 7 - Justiça Militar dos estados e a justiça militar federal 
Objetivo 
Nessa aula iremos estudar a Justiça Militar dos estados e a justiça militar 
federal, buscando entender a competência de cada uma: 
 
 
 
 
7.1 Divisão da justiça militar 
A justiça militar é a justiça mais antiga do Brasil. Ela se divide em Justiça militar 
da União e Estadual: 
DIVISÃO DA JUSTIÇA MILITAR 
JUSTIÇA MILITAR FEDERAL JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL 
Julga somente crime militar, mas não julga 
as ações judiciais contra atos disciplinares. 
Julga o crime militar e as ações 
judiciais contra atos disciplinares. 
Julga o civil e o militar das Forças 
Armadas. 
Julga só PM e BM. 
Possui 12 Circunscrições Judiciárias 
Militares. 
Cada Estado e o DF tem uma 
Auditoria. 
 
7.2 Justiça Militar Federal 
A competência da Justiça Militar Federal está disciplinada no art. 124, caput, 
da CF/88. Dispõe o referido dispositivo que: “à Justiça Militar compete processar e 
julgar os crimes militares definidos em lei”. 
Os crimes militares se encontram definidos no Código Penal Militar, portanto, 
cabe a Justiça Militar processar e julgar os delitos previstos nesse diploma legal. 
Em suma à Justiça Militar Federal tem competência ampla, podendo processar 
e julgar os crimes militares definidos em lei praticados por militares (integrantes das 
forças armadas) e civis. 
7.3 Justiça Militar Estadual 
A Justiça Militar estadual integra o Poder Judiciário dos Estados e do Distrito 
Federal, competindo-lhe processar somente policiais militares e bombeiros militares, 
nos crimes militares definidos em lei. Dispõe o art. 125, § 4º, da CF/88: “Compete à 
Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes 
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares 
ressalvadas a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal 
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação 
das praças. ” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
De acordo com o disposto no texto constitucional nota-se que à Justiça Militar 
Estadual teve sua competência restrita ao processo e julgamento de crimes militares 
 
 
 
cometidos por militares dos Estados (policiais e bombeiros militares), dessa forma o 
civil e os militares das forças armadas que a ele são equiparados não serão julgados 
pela Justiça Militar Estadual quando do cometimento de crime contra a instituição 
militar estadual ou contra qualquer dos seus agentes, ficando a cargo da Justiça 
Comum a referida competência ou da Justiça Militar Federal no caso de crime militar 
cometido por militar das forças armadas. 
Além da competência penal a Justiça militar estadual também julga a ação 
judicial do militar estadual contra ato disciplinar, assim caso o PM seja punido 
administrativamente, poderá recorrer judicialmente na AuditoriaMilitar Estadual. 
Exemplo 1: Civil, de forma clandestina, entra em quartel da PMDF e subtrai 
armas da reserva de armamentos. Não configura crime militar. 
Exemplo 2: Civil, de forma clandestina, entra em quartel do Exército e subtrai 
armas da reserva de armamentos. Configura crime militar. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula aprendemos sobre a Justiça Militar dos estados e a justiça militar 
federal, e entendemos a competência de cada uma e como esse estudo traz influência 
para a caracterização do crime militar. 
 
AULA 8 - Classificação doutrinária dos crimes militares 
Objetivo: 
Nessa aula vamos estudar a classificação doutrinária dos crimes militares, em 
propriamente militares e impropriamente militares. 
 
8.1 Classificação dos crimes militares 
Apesar de existirem várias teorias na doutrina para definir essa classificação 
vamos simplificar: 
Propriamente militar: É o crime que só o militar comete e que só está definido 
no CPM. 
Impropriamente militar: É o crime que o civil comete ou que estão definidos nas 
duas leis, CPM e na legislação penal comum. 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES MILITARES 
PROPRIAMENTE MILITARES IMPROPRIAMENTE MILITARES 
Para a Teoria Clássica, é o crime 
próprio do militar, específico e 
funcional do militar, o crime que só o 
militar comete. Exemplo: Deserção. 
Para a Teoria Clássica, é o crime que não é 
específico do militar, assim o crime que pode 
também ser cometido por civil na esfera 
federal. Crime de oposição a ordem do 
sentinela, art. 164. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nessa aula pudemos ver a classificação doutrinária dos crimes militares, em 
propriamente militares e impropriamente militares, uma vez que a lei não traz essa 
definição. 
 
AULA 09 - Crimes contra autoridade 
Nessa aula vamos estudar dois crimes militares previstos no Código Penal 
Militar, crimes contra autoridade, procurando falar sobre o descumprimento de ordem, 
que pode ser definido como motim ou revolta, se for praticado por mais de um militar, 
ou pode ser considerado como crime de recusa de obediência, se for praticado por 
um militar somente. 
Objetivo 
Nessa aula vamos estudar dois crimes militares contra autoridade ou a 
disciplina. 
 
9.1 CRIME MILITAR CONTRA AUTORIDADE 
9.1.1 Motim 
O CPM traz em seu artigo 149 o seguinte crime militar: 
TÍTULO II 
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR 
 
 
 
CAPÍTULO I 
DO MOTIM E DA REVOLTA 
Motim 
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: 
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; 
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou 
praticando violência; 
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou 
violência, em comum, contra superior; 
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, 
ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio 
ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de 
transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a 
ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os 
cabeças. 
Revolta 
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os 
cabeças. 
 
9.1.1.1 Comentário ao crime de Motim 
• Crime: propriamente militar (cometido por militar); 
• Objetividade Jurídica: A autoridade militar; 
• Sujeitos do delito: Dois ou mais militares → crime plurissubjetivo; 
• Elementos objetivos: Tem como elemento comum a reunião, que 
consiste no ajuntamento, na proximidade de militares, com ou sem 
acerto prévio; 
• Elemento subjetivo: é o dolo, a vontade livre e consciente de macular a 
autoridade e disciplina militar. (dolo direto); 
• Consumação: Consuma-se com a ação ou omissão contrária a ordem, 
com negativa de obediência, com o consentimento diante do ato 
delituoso do grupo, com ocupação delituosa do quartel (sentido amplo) 
ou da viatura militar. 
 
 
 
• Tentativa: é possível nas formas comissiva IV, não caberá I, II e III, no 
anúncio verbal do não-cumprimento da ordem e na mera anuência do 
inciso III, por se tratar de formas unissubsistentes. 
• Tipicidade indireta. 
• Cabeças: Aumento de 1/3 para os cabeças. 
• O crime é de Autoria Coletiva Necessária; 
• A ordem deve ser atribuição do militar subordinado; 
• O crime de Revolta é o crime de Motim armado; 
Exemplo: A greve da PMDF em 2000. 
9.1.2 Revolta 
• É o crime de motim qualificado pelo emprego de armas. 
• Os dois agentes devem estar armados. 
• “Estavam armados”: Conduz a concepção de arma em sentido lato, pau, 
pedra, foice, faca e outros. 
• Pode ser arma própria ou imprópria. 
 
 
Justifica-se o agravamento da pena, porque a arma exerce maior poder de 
intimidação, aumenta o temor da população em geral, dos indivíduos contra os quais 
é dirigido o ato ilícito, ou dos que têm o dever legal de reprimir os amotinados ou 
revoltosos, embora a lei não exija a ocorrência da intimidação, do temor (Célio Lobão). 
A agravante aplica-se a todos os militares, mesmo aqueles que não portam 
armas, podendo, no entanto, o julgador, na dosagem da pena, levar em consideração 
a conduta de cada agente. S.T.M nº 35.007 
Se as armas forem usadas, os sujeitos ativos responderão em concurso pelos 
resultados alcançados, tais como, danos à coisa, lesão corporal ou morte. Os crimes 
resultantes da conduta inicial somente serão militares se atenderem aos requisitos do 
inciso II do art. 9º. 
Não exige a utilização das armas, sendo suficiente que os militares as 
conduzam nas mãos, no coldre, na bainha, metida no cinto, ou de outra forma, desde 
que visíveis. 
 
 
 
 
As penas do art. 149 serão aplicadas, sem prejuízo, das penas 
correspondentes à violência. Ex: Motim mais lesão corporal contra o superior. 
Se forem dois e apenas um deles portar a arma o delito não se qualifica, o que 
não acontece com o porte de arma de pelo menos dois militares. 
9.1.3 Crime militar de Recusa de obediência OU insubordinação 
CAPÍTULO V 
DA INSUBORDINAÇÃO 
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: 
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Figura 1 - Recusa de obediência 
 
Fonte: Cartilha Institucional da Justiça Militar da União. Brasília: Superior Tribunal 
Militar. 2013. 
 
 
 
9.1.3.1 Comentário 
• Ocorre a quebra dos laços de sujeição e obediência hierárquica e 
disciplinar, quer não obedecendo às ordens emanadas, por qualquer 
meio, de seus superiores, quer ofendendo física e moralmente, por vias 
de fato ou ultrajes. 
• Crime propriamente militar. 
• Sujeito do delito: militar. 
• Objetividade jurídica: Autoridade e a disciplina militar. 
• Elementos objetivos: Recusar-se, Negar-se. 
• Classificação: É um crime unissubjetivo, unilateral ou monossubjetivo. 
• Crime de mão-própria, não admitindo a coautoria, pois caso ocorra será 
considerado o crime de motim ou revolta. 
• Não admite a participação, pois como a conduta nuclear pressupõe 
atitude sem a utilização de instrumentos, a participação apenas poderia 
ocorrer no campo subjetivo, ou seja, pela geração da ideia preconizada 
pelo autor. Ocorre que, aquele, que incita, ou mesmo faz apologia a 
crime militar, incorrerá em delito próprio, a saber, os de incitamento ou 
de apologia (arts. 155 e 156 do C.P.M). 
• A ordem deve ser: 
a) Imperativa: “deve importar numa exigência para o inferior, por isso 
não são ordens os conselhos, exortações e advertências. ” 
b) Pessoal: “significa que deve ser dirigida a um ou mais inferiores 
determinadas; as de caráter geral não são ordens dessa natureza 
e seu não cumprimento constitui transgressão disciplinar.” 
c) Concreta: “ou seja, pura e simples, pois seu cumprimento não deve 
estar sujeito à apreciação do subordinado. ” 
• Elemento subjetivo: Só a conduta dolosa. 
• Aplica-se a excludente do dolo a qualidade de superior prevista no art. 
47 inciso I: 
Ex: O 1º TEN PM emana uma ordem para que o CB cumpra, porém ele 
desconhece a condição de superior, pois o 1º TEN é um P2, estava com trajes civis e 
não tinha como o mesmo saber. 
• Aplica-se também a excludente do dolo do inciso II do art. 47, assim o 
militar que descumpri ordem de superior , verbalizada com impropérios, 
não estará cometendo o delito, por falta do elemento subjetivo. 
9.1.3.2 Consumação 
O delito se consuma quando o autor recusa obediência a ordem, seja por ação 
ou omissão, contudo sempre acompanhado de afronta à autoridade que a determinou 
ou que está fazendo cumprir a ordem, bem como afronta à disciplina. 
 
 
 
9.1.3.3 Tentativa 
Não é possível, em razão de o crime ser unissubsistente. 
Difere do crime de motim e revolta, pois é praticado por UM militar somente. 
Difere do crime de descumprimento de missão (art. 196), pois o crime do art. 
163 é praticado contra à autoridade e o do art. 196 é contra o serviço militar. 
“Trata-se, portanto, de uma ilegalidade suprida pela necessidade imposta 
pelo desempenho da missão constitucional da instituição militar, que a 
revestira do caráter irregular, e não é ilegal. Assim, diante de uma ordem que 
contrarie a lei de trânsito, mas cujo cumprimento seja necessário para que a 
instituição militar atinja seu escopo – como o caso do comandante de 
companhia do policiamento que determina ao seu efetivo que atenda a uma 
ocorrência com viaturas estacionadas por não possuírem licenciamento 
daquele ano, em face da necessidade imposta pela situação, ou de uma 
ordem para que uma prontidão do corpo de bombeiros inicie um salvamento 
aquático com embarcações que deveriam estar (mas na verdade não estão) 
registradas no órgão competente -, não há falar em ordem ilegal, mas sim em 
ordem eivada de irregularidade, suprida pela necessidade casuística, 
devendo, portanto, ser cumprida sob pena de a conduta do militar que se 
recusa a tanto ser subsumida no tipo penal de recusa de obediência.” 
 
Finalizando a aula 
Nessa aula aprendemos sobre o crime militar de recusa de obediência que é 
praticado por um militar inferior que se recusa a cumprir ordem legal de militar superior 
e o crime de motim e revolta que ocorre quando dois ou mais militares se recusam a 
cumprir a ordem de militar superior. 
 
SÍNTESE DA UNIDADE 
Nessa unidade estudamos as possibilidades jurídicas do crime militar de 
homicídio doloso praticado pelo militar estadual e pelo militar federal, vimos que o 
militar federal que mata dolosamente um civil pode ser julgado pelo crime militar na 
justiça militar federal nas circunstancias funcionais previstas no dispositivo, 
estudamos sobre a justiça militar, classificação dos crimes militares e sobre dois 
crimes contra autoridade, crime de motim e recusa de obediência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III 
Processo Penal Militar, Prisões 
Previstas no CPPM e Concessões 
Previstas no CPPM 
 
 
 
UNIDADE III – PROCESSO PENAL MILITAR, PRISÕES PREVISTAS NO CPPM E 
CONCESSÕES PREVISTAS NO CPPM 
 
Olá! Na unidade anterior tratamos dos crimes militares em espécie, como os 
crimes contra a autoridade, crimes contra o serviço militar, e crimes contra a 
administração militar, agora trataremos sobre noções de processo penal militar, com 
o estudo da polícia judiciária militar, prisão, e a menagem. 
 
AULA 10 - processo penal militar e de polícia judiciária militar 
Objetivo: 
Nesta aula estudaremos noções de processo penal militar e de polícia judiciária 
militar. 
• Verificar noções básicas sobre o direito processual penal militar e seu 
fundamento legal. 
• Conceito de polícia judiciária militar e noções básicas. 
 
10.1 Noções de Direito Processual Penal Militar 
Direito Processual Penal Militar é o ramo do direito público que trata sobre a 
aplicação do DPM (Direito Penal Militar) ao caso concreto, regulando os seguintes 
assuntos: polícia judiciária militar, Inquérito Policial Militar, ação penal, prisão, prisão 
em flagrante, prisão preventiva, detenção do indiciado, justiça militar, competência e 
recursos. 
Os fundamentos legais estão na Constituição Federal de 1988 e o decreto-lei 
n.1.002 de 1969, o Código de Processo Penal Militar – CPPM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para ter acesso: 
Constituição Federal de 1988, acesse o site da Presidência da República 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm 
Decreto-Lei n.1.002, de 21 de outubro de 1969, o Código de Processo 
Penal Militar, acesse o site da Presidência da República 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2 Polícia Judiciária Militar 
Tem uma previsão constitucional implícita na Constituição Federal de 1988, 
uma vez que não traz uma redação, de forma expressa. 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 144 [...] 
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária 
e a apuração de infrações penais, EXCETO AS MILITARES. 
 
10.2.1 CONCEITO 
“É a polícia que tem como atribuição apurar as infrações penais militares, a fim 
de oferecer elementos destinados a propositura da ação penal, ou ao pedido de 
arquivamento do inquérito pelo MP, assim como, cumprir diligências requisitadas pelo 
Juiz ou pelo MP”. Célio Lobão, manual de direito penal militar, editora Método, pag. 
48 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm
 
 
 
Cada Corporação Militar possui sua própria Delegacia de Polícia Judiciária 
Militar, que investiga o crime militar cometido por seus integrantes (Marinha, Exército, 
Aeronáutica, PM e CBM). 
Na PMDF a denominação é DPJM (Divisão de Polícia Judiciária Militar). 
 
Fonte: Fotos retiradas dos sítios das instituições militares. 
 
A Polícia Judiciária Militar NÃO se confunde com a Justiça Militar, aquela apura 
o crime militar e encaminha à Justiça Militar, que remete ao Ministério Público para 
pedido de arquivamento da investigação ou requisição de diligências ou para 
oferecimento da denúncia (acusação). 
A função exercida pela polícia judiciária militar se assemelha às funções da 
Polícia Civil e da Polícia Federal, com algumas diferenças: 
O delegado da PJM (Polícia Judiciária Militar) é um OFICIAL intermediário ou 
superior (deve-se obedecer à ordem hierárquica entre o delegado e o indiciado). 
Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiro Militar, a PJM é exercida pelo 
Comandante-Geral. 
As investigações dos crimes militares são realizadas pela polícia judiciária 
militar, através da Instrução provisória de deserção, para o crime militar de deserção 
e do inquérito policial militar para os demais crimes militares, podendo também por si 
 
 
 
só o auto de flagrante delito constituir o inquérito policial militar, quando por si só for 
suficiente para a elucidação dos fatos. 
10.3 Atribuições da Polícia Judiciária Militar: 
O artigo 8º, do Código de Processo Penal Militar indica que compete à Polícia 
Judiciária Militar: 
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão 
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; 
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério 
Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos 
processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem 
requisitadas; 
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; 
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão 
preventiva e da insanidademental do indiciado. 
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob 
sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste 
Código, nesse sentido; 
(...) 
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas 
e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial 
militar; (ex.: exame de corpo de delito) [...] 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nesta aula estudamos noções de processo penal militar e de polícia judiciária 
militar e pudemos aprender sobre o conceito de polícia judiciária militar, além de 
verificar noções básicas sobre o direito processual penal militar e seu fundamento 
legal. 
 
Aula 11 - Prisões previstas no código de processo penal militar 
Objetivo: 
 
 
 
Nesta aula estudaremos as prisões previstas no código de processo penal 
militar, onde veremos que um militar superior pode ser preso em flagrante por um 
militar inferior, quando em flagrante delito. 
• Diferenciar os diferentes tipos de prisões existentes no direito processual 
penal militar. 
 
11.1 Prisões 
O Código de Processo Penal Militar traz a prisão preventiva, a prisão em 
flagrante e a detenção do indiciado. Vale ressaltar que apesar da menagem está no 
capítulo das medidas preventivas e assecuratórias ela não é um meio de prisão, mas 
sim, de acordo com Célio Lobão e com Cícero Robson é uma forma de liberdade 
provisória. 
11.2 Prisão em flagrante 
 
 
Civil: pode prender um policial militar por crime militar (flagrante facultativo). 
Militar: tem o dever legal de prender quem se encontra praticando um crime 
militar (flagrante obrigatório). 
O artigo 223, do Código de Processo Penal Militar se refere ao cumprimento de 
um mandado de prisão que deverá ser feito por militar superior em relação ao militar 
inferior. Logo, o militar inferior deve prender o superior que esteja em flagrante e NÃO 
se refere a prisão em flagrante. 
 
Decreto-lei n.1.002 de 1969, o Código de Processo Penal Militar – 
CPPM. 
Prisão em Flagrante 
Pessoas que efetuam prisão em flagrante 
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for 
insubmisso ou desertor, ou seja, encontrado em flagrante delito. 
 
 
 
ART. 223 DO CPPM ART. 243 DO CPPM 
Art. 223. A prisão de militar deverá ser 
feita por outro militar de posto ou 
graduação superior; ou, se igual, mais 
antigo. 
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os 
militares deverão prender quem for 
insubmisso ou desertor, ou seja 
encontrado em flagrante delito. 
 
11.3 Detenção do indiciado 
É um tipo de prisão prevista no código de processo penal militar que não 
precisa de ordem judicial, bastando apenas o preenchimento de alguns requisitos, 
previstos na Constituição Federal, ser um crime propriamente militar, e ocorrer durante 
as investigações. 
 
 
É pacífico na doutrina e na jurisprudência que esse tipo de prisão poderá 
ocorrer quando se amoldar ao artigo 5º, inciso LXI, da Constituição Federal de 1988, 
vejamos: 
Art. 5º 
Inciso LXI. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos 
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
(BRASIL, 1988). 
 
Decreto-lei n.1.002 de 1969, o Código de Processo Penal Militar – CPPM. 
Detenção do indiciado 
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, 
durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à 
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte 
dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação 
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
 
 
 
 
Diferente do prazo previsto no artigo 18, do CPPM, recente julgado da Auditoria 
Militar do DF, no ano de 2013, considerou como constitucional a detenção do 
indiciado, mas limitando-se ao prazo de 10 dias, com base na prisão realizada no 
Estado de Defesa (interpretação conforme a Constituição Federal). 
Entendimento judicial da 1ª Instância da Auditoria Militar do DF 
“Cuida-se de comunicação da prisão do militar ocorrida em razão de ordem 
emanada pelo Senhor Corregedor Geral da PMDF, com fundamento no artigo 5º, 
inciso LXI da Constituição Federal e do artigo 18 do CPPM, nos autos do IPM, em 
razão da suposta prática dos crimes previstos nos artigos 155 (incitamento) e 166 
(publicação ou crítica indevida), ambos do CPM. 
O fato chegou ao conhecimento da unidade correicional, através de Rede social 
Facebook, com o auxílio do Sistema de Informações do Centro de Inteligência (SICI) 
da PMDF, quando o militar publicou, via 'FACEBOOK', críticas indevidas na rede 
social, bem como teceu comentários indevidos direcionados ao incitamento da tropa 
a continuar com a operação intitulada TARTARUGA. 
“Entretanto, com relação ao prazo e à vista do princípio de que a Constituição 
Federal é o vetor de toda interpretação infraconstitucional (interpretação conforme a 
Constituição), o prazo máximo da detenção que ora se discute, ao contrário do que 
fixado no artigo 18 do CPPM e na decisão de fls. 3/4 (trinta dias), não pode ultrapassar 
dez dias.” 
11.4 Prisão Preventiva 
É um tipo de prisão realizada por ordem judicial, de ofício, pelo juiz de direito, 
ou através de pedido do Ministério Público ou da polícia judiciária militar, podendo ser 
concedida na fase processual ou de investigação, quando presentes os requisitos de 
indício de autoria e prova da materialidade e com a presença de um fundamento, 
previstos no art. 255, conforme abaixo: 
11.4.1 Competência e requisitos para a decretação 
 Art 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo 
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante 
representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer 
fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: 
a) Prova do fato delituoso; 
b) Indícios suficientes de autoria. 
 
 
 
 
11.4.2 Casos de decretação 
 Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá 
fundar-se em um dos seguintes casos: 
a) Garantia da ordem pública; 
b) Conveniência da instrução criminal; 
c) Periculosidade do indiciado ou acusado; 
d) Segurança da aplicação da lei penal militar; 
e) Exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e 
disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a 
liberdade do indiciado ou acusado. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Nesta aula estudamos as prisões previstas no código de processo penal militar, 
vimos também que um militar superior pode ser preso em flagrante por um militar 
inferior, quando em flagrante delito. 
 
 
Aula 12 - Liberdade provisória, menagem 
Objetivo: 
Nessa aula iremos estudar o instituto da liberdade provisória, menagem, formas 
de cabimento e concessão. 
• Entender a menagem. 
 
12.1 Menagem 
Assume o caráter de substitutiva da prisão provisória. A menagem judicial é 
concedida ao indiciado ou ao acusado, pelo juiz ou pelo conselho de justiça. Ao 
contrário do que se afirma, a menagem não se identifica com prisão provisória, trata-
se de liberdade provisória com restrição, concedida por decisão judicial ou por 
disposição legal”. 
 
 
 
12.2 Competência e requisitos para a concessão 
CPPM, Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo 
máximo da pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se, porém, 
em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado. 
12.3 Lugar da menagem 
CPPM, Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia 
quando ocorreu o crime, ou seja, sede do juízo que o estiver apurando, ou, atendido 
o seu pôsto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em estabelecimento 
ou sede de órgão militar. A menagem a civilserá no lugar da sede do juízo, ou em 
lugar sujeito à administração militar, se assim o entender necessário a autoridade que 
a conceder. 
 
FINALIZANDO A AULA 
Queridos alunos, chegamos ao final de mais uma aula! Neste encontro 
estudamos a menagem, instituto de liberdade provisória, aplicada aos militares presos 
em flagrante de crime militar que caiba a aplicação desse tipo de liberdade provisória. 
 
FINALIZANDO A UNIDADE 
Nesta unidade aprendemos sobre noções de processo penal militar, com o 
estudo da polícia judiciária militar, prisão, e a menagem.

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