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RESUMO penal militar

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RESUMO – DIREITO PENAL MILITAR
INTRODUÇÃO
O Direito Militar sempre figurou como item das Constituições do Brasil, assinalando seus princípios e normas, instituindo um sistema norteador da administração Militar, com o objetivo de discipliná-la em seus aspectos orgânico, funcional e institucional.
O ordenamento Militar é composto por leis, regulamentos e princípios que prescrevem os deveres dos Militares, conjugando aspectos de uma cultura própria da Administração Militar. Logo, torna-se imprescindível que o Militar conheça plenamente sua esfera de responsabilidade dentro da corporação que integra, e, consequentemente, os deveres que por força do ofício está encarregado de cumprir. Por conseguinte, o conhecimento do conteúdo do Código Penal Militar vem a auxiliar no preparo do Militar para a assunção da responsabilidade que passa lhe ser conferida dentro da estrutura das instituições Militares.
RESUMO HISTÓRICO
Não podemos demarcar o exato momento na história da humanidade que surgiu o Direito Penal Militar, contudo pode-se afirmar que ele se originou na Antiguidade, junto com os primeiros exércitos.1 Simultaneamente surgiram dos primeiros órgãos julgadores cuja finalidade seria analisar os crimes praticados por militares em tempos de guerra.
Indo por vias diversas do Direito Penal Comum, que teria a função de tutelar “os bens mais importantes e necessários para a sobrevivência da própria sociedade” (vida, liberdade, integridade física, patrimônio, e etc.), o Direito Penal militar tem como fundamento a proteção da “hierarquia e disciplina”3, fatores estes de extrema preponderância para a coesão e o regular funcionamento das instituições militares.
Neste sentido, segundo a visão do professor Univaldo Correa, o Direito Castrense nasce da “necessidade de contar, a qualquer hora e em qualquer situação, com um corpo de soldados disciplinados”4 por meio de uma legislação peculiar e específica.
No Brasil o Direito Militar tem suas raízes na legislação portuguesa. As Ordenações Filipinas (1595) e os Artigos de Guerra do Conde de Lippe (1763) positivavam previsões legais próximas à legislação Castrense. Em 1808, foi criado no Brasil, pelo Príncipe Regente D. João VI, o Conselho Supremo Militar e de Justiça, com funções administrativas (promoções, soldos, etc.) e judiciárias (julgamentos de processos criminais cujos réus fossem militares).
No ano de 1824, com a primeira Constituição brasileira, já se previa o Conselho Supremo Militar e constitucionalizava a “Força Militar” para segurança e defesa do Império, nos artigos 145 a 150. No âmbito da legislação penal foram criados o Código Penal da Armada/Marinha (1891), sendo aplicado ao Exército Nacional (1899) e a Força Aérea (1941).
Em 24 de janeiro de 1944, o Decreto-Lei nº 6.227 entrou em vigor e trouxe ao cenário nacional o Código Penal Militar aplicado às Forças Armadas, que vigorou até 31 de dezembro de 1969, quando entrou em vigor o Decreto-Lei nº 1.001, nosso atual Código Penal Militar.
A RELAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR
Na Constituição Federal de 1988, dita no seu Art. 42 que “os membros das Policias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”Já em seu Art. 142 a Carta Constitucional de 1988, positiva a respeito das Forças Armadas compostas por Marinha, Exército e Aeronáutica.
No âmbito da Legislação Penal Militar nossa Atual Constituição prevê a existência de crimes e competência para o julgamento de crimes militares em quatro artigos, eles são:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
· Art. 124. A Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
· Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 4º Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
· Art. 144, § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Ao analisar estes dispositivos Constitucionais podemos observar que cabe Justiça Militar Estadual para processar e julgar os Militares Estaduais (Policiais Militares e Bombeiros Militares) nos crimes militares e ações judiciais contra atos disciplinares. Cabendo ressaltar que com o advento da Lei nº 9.299/96, foi retirada a competência da Justiça Militar para a apuração dos crimes dolosos contra a vida, praticados por militares contra civil. Nesse sentido, se um policial militar ao fazer uso de sua arma de fogo durante ação policial, vier atingir fatalmente um cidadão, restando comprovado o dolo por parte do agente de segurança pública, competência para julgamento será da justiça comum.
Vemos também que o Delegado de polícia não possui a competência jurídica para apurar infrações penais militares.
CRIMES MILITARES PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS
Como já sabemos, o Código Penal Militar tipifica os crimes militares. Não obstante, não existe positivado em nossa legislação pátria a definição de crimes militares próprios ou impróprios, se limitando tal distinção a cargo dadoutrina ou jurisprudência. Contudo, independente de classificações, as duas categorias (próprios ou impróprios) “são crimes militares e julgados, com exceção do crime doloso contra a vida de civil praticado por militares dos Estados, pelas Justiças Militares Estaduais e da União”5.
Mas afinal, o que são os crimes militares próprios e impróprios?
O crime propriamente militar na lição de Célio Lobão “recebeu definição precisa no direito romano e consistia naquele “que só o soldado pode cometer”, porque “dizia particularmente respeito à vida militar, considerada no conjunto da qualidade funcional do agente, da materialidade especial da infração e da natureza peculiar do objeto danificado, que deveria ser o serviço, a disciplina, a administração ou a economia militar6”. Nesse prisma, seria as infrações previstas no Código Penal Militar e que somente poderão ser praticadas por militar.
EXEMPLOS:
Abandono de Posto:
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo.
Dormir em Serviço:
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante.
Deserção:
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da Unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
Já os crimes impropriamente militares seriam previstos no Código Penal Militar, dentro das condicionantes do seu Art. 9º, que podem ser cometidos tanto civil quanto militarmente. Nesse sentido um civil que entra em instalações militares (desde que fossem das forças
armadas) e efetua o roubo ou furto de um armamento ficaria sujeito a processo na justiça militar. Se o mesmo cidadão efetuar o roubo ou furto em alguma Unidade da Polícia Militarou Corpo de Bombeiro Militar dos Estados, apesar de também tipificado no Código de Processo Penal no seu Art. 242, será processado pela Justiça Comum, uma vez que não há previsão legal para Justiça Militar Estadual processar e julgar civil (Art. 125, §4º).
EXEMPLOS:
Incêndio:
Art. 268. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, expondo à perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
Desacato a militar:
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela.
PRINCÍPIOS DA LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR
O Direito Penal Militar é regido por diversos princípios. Segundo o ensinamento de Cícero Robson Coimbra Neves e Marcello
Streifinger7 os princípios norteadores e limitadores do jus puniendi (direito que corresponde ao Estado criar e aplicar o direito penal) do Direito Penal Militar são: o Princípio da Legalidade, o Princípio da Intervenção Mínima, o Princípio da Insignificância, o Princípio da Culpabilidade e o Princípio da Humanidade.
Agora veremos cada um dos princípios: Princípio da Legalidade:
De acordo com o Princípio da Legalidade Penal, não há crime se lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal. Tal princípio vem esculpido no Art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal de 1988, nos Artigos 1º do Código Penal e Código Penal Militar.
Você sabia que o Princípio da Legalidade é um dos princípios mais celebrados do Direito Moderno, e não é por coincidência que surge logo no primeiro artigo do CPM e foi colocado no rol dos direitos e garantias fundamentais na Constituição Federal?
Este princípio delimita o poder estatal, instituindo a chamada reserva legal, ou seja, o estado somente pode aplicar as penas de acordo com a tipificação penal já existente anteriormente a prática do fato delituoso.
Princípio da Intervenção Mínima:
Esse princípio coaduna que o Direito Penal Militar deva se preocupar com a proteção dos bens jurídicos mais importantes. Como nos mostra Greco8 “o legislador, por meio de um critério político que varia de acordo com o momento em que vive a sociedade, sempre que entender que os outros ramos do direito se revelem incapazes de proteger devidamente aqueles bens mais importantes para a sociedade, seleciona, escolhe as condutas, positivas ou negativas, que deverão merecer a atenção do Direito Penal”.
Princípio da Insignificância:
Seguindo o ensinamento de Claus Roxin9 este “princípio chega-se à conclusão de que nem toda conduta é dotada da lesividade necessária para merecer reprimenda penal. Nullum crimensine iniuria, ou seja, não há crime sem que haja o dano, digno de reprovação, ao bem jurídico”.
Em outras palavras, chamado de princípio da insignificância, também conhecido como princípio da bagatela sustenta que o Direito de Punir do Estado não deve ser clamado a interceder quando a lesão produzida ao bem jurídico for de pequeníssima monta.
Princípio da Culpabilidade:
Este princípio encontra lastro na Constituição Federal de 1988. Remonta do brocardo NULLUM CRIMEN SINE CULPA, neste entendimento a pena só pode ser imposta no indivíduo com dolo ou culpa (imprudência, imperícia ou negligência).
EXEMPLO:
Após a Corporação adquirir um veículo zero quilômetro, e é entregue a guarnição de RP do Batalhão X. Após a manutenção de primeiro escalão os dois policiais saem para o serviço. O policial condutor acessa uma rodovia mantendo-se dentro da velocidade regulamentar, minutos depois ouve um forte barulho oriundo em uma das peças do mecanismo de direção do veículo. Uma das peças se soltou, a viatura se desgovernou vindo a atingir um muro e
ferindo o policial que encontrava-se no banco do carona.
Vimos que no caso em tela o policial que estava conduzindo a viatura não foi negligente, imprudente ou imperito, nem tão pouco poderia prever o desastroso resultado.
Princípio da Humanidade:
Um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, é a dignidade da pessoa humana presente no inciso III do artigo 1º da Constituição de 1988. O Art. 5º, XLVII da Constituição de 1988, não tolera a pena de morte (exceto em caso de guerra declarada), de caráter perpétuo, trabalhos forçados, banimentos e cruéis, sendo que nenhuma pena pode ser ofensiva a dignidade da pessoa humana. Nesse
sentido não pode pensar o Direito Penal Militar deve se adequar os preceitos constitucionais. Essa hegemonia dos princípios carreia ao entendimento de que estes devem ser reverenciados a todo momento pelo fato de corporificar a matriz do Direito.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Lei Penal Militar no tempo.
O Código Penal Militar e em seu primeiro título conclama à “aplicação da lei penal militar”. Logo em seu Art. 1º o Código Penal Militar também expressa como será aplicada a lei penal no tempo, quando diz “não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal”. Nesse
sentido para que uma conduta possa ser considerada crime, necessariamente tem que haver a tipificação penal anterior à ação do agente.
Assim se um militar pratica uma conduta e posteriormente o legislador cria uma nova tipificação penal, definindo essa conduta como crime, o militar não será alcançado por aquele. Neste caso sua conduta foi atípica.
Neste mesmo entendimento se o militar pratica uma conduta que é considerada crime e tempos depois esta conduta passar a não ser mais considerada crime, irá cessar todos os efeitos penais, mesmo que seja considerada crime. Isso é o vem previsto no Art. 2º do CPM:
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
O Art. 5º acolheu a chamada teoria da atividade para definir o tempo do crime:
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado.
Desse jeito, para que uma conduta possa ser considerada crime é preciso avaliar se no momento da ação ou omissão ela era tipificada como crime, pouco importando o instante que ocorreu o resultado.
EXEMPLO: Mévio, com a idade 17 anos, 11 meses e 25 dias, desfere golpes de faca em Tício, que após 10 dias veio a óbito. Mévio não pratica crime por ser inimputável à época da conduta.
Lugar do Crime
O Art. 6º do CPM diz:
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.
Diante da previsão legal retro citada, houve a adoção da chamada teoria da ubiquidade, a qual considera tanto o local no qual se deu a ação ou omissão como o local que o resultado ocorreu.
O Direito Penal Militar também adotou o princípio da territorialidade/ extraterritorialidade conforme Art 7º do CPM:
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
Essa irrestrita extraterritorialidade – aduz Romeiro, aproveitando o magistério de Silvio Martins Teixeira – “justifica-se com o fato de os crimes militares, que se destinam à defesa do País (CF, art. 142), e poderem ser, por inteiro, cometidos em outros países e até, mesmo em benefício destes, que não teriam, assim, qualquer interesse na punição de seus autores. Daí não ser entregue à justiça estrangeira o processo e o julgamento dos crimes militares”.
Nesse sentido, do ponto do magistério de Silvio Martins Teixeira10 essa ampla extraterritorialidade “justifica-se com o fato de os crimes militares, que se destinam à defesa do País (CF, art. 142), e poderem ser, por inteiro, cometidos em outros países e até, mesmo em benefício destes, que não teriam, assim, qualquer interesse na punição de seus autores. Daí não ser entregue à justiça estrangeirao processo e o julgamento dos crimes militares”.
TEMPO E LUGAR DE CRIME
Tempo e Lugar de Crimes Estão Dentro Da Aplicação Da Lei Penal.
CONCEITO DE CRIME MILITAR (ART. 9º DO CPM) E A LEI Nº 13.491/17 - NOVA DEFINIÇÃO DOS CRIMES MILITARES
“O conceito de Crime Militar não é tão fácil de entender, “pelo contrário é difícil, uma vez que os tipos penais militares tutelam bens de interesses das instituições militares e por cuidar a legislação castrense, não só dos crimes praticados pelo militar no exercício da função. ” (ASSIS, 2010, p. 44).
O Código Penal Militar não define o que seja crime militar, nem é pacífica, entre os doutrinadores, essa conceituação, fazendo com que os estudiosos da ciência criminal adotem vários critérios para suplantar essa dificuldade.
Mirabete (2004) já afirmava que “árdua por vezes é a tarefa de distinguir se o crime se o fato é crime comum ou militar, principalmente nos casos de ilícitos praticados por policiais militares. ”
Para Jorge Alberto Romeiro (1994) “crime militar é o que a lei define como tal”. Esta conceituação se baseia no critério ratione legis adotado pela Constituição Federal quando prescreve que “à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei”.
Publicada no dia 13 de outubro de 2017, a Lei n.º 13.491/17 alterou o art. 9º do Código Penal Militar, modificando, sensivelmente, a definição dos crimes militares e a competência para o julgamento daqueles cometidos por membros das Forças Armadas, dolosamente, contra a vida de civil, em situações específicas.
Inicialmente, é preciso retroceder ao histórico relativo à questão da competência jurisdicional para julgar os crimes dolosos contra a vida de civil praticados por militares e à definição dos crimes militares, para entendermos melhor a efetiva mudança.
Na redação originária da CF/88 havia previsão expressa de que os crimes militares definidos em Lei (sem excepcionar os crimes dolosos contra a vida de civil) seriam da competência da Justiça Militar da União ou da Justiça Militar dos Estados, conforme vínculo do sujeito ativo do delito às Forças Armadas ou às Forças Auxiliares (Policiais e Bombeiros Militares).
Sucede que, por meio da Lei nº 9.299/96, o Congresso Nacional, atendendo aos apelos de setores da sociedade e do clamor público, diante de confrontos com resultado morte (de civil), alterou o art. 9º do CPM e o art. 82 do CPPM, excepcionando da competência da Justiça Castrense os crimes dolosos contra a vida de civil, atribuindo-a ao Tribunal do Júri.
Com essa alteração legislativa de 1996, surgiu uma polêmica doutrinária e jurisprudencial a respeito da constitucionalidade da modificação, haja vista que a CF/88 (em sua redação originária) não continha qualquer tipo de exceção à competência da JM para julgar os crimes dolosos contra a vida de civil, sendo duvidosa a compatibilidade vertical daquela legislação com a Carta Magna, quando criou restrições nela não previstas.
Com a promulgação da Emenda Constitucional n.º 45 (Reforma do Judiciário) tal celeuma cedeu, diante da reforma da CF/88, uma vez que nela foi incluída, expressamente, a competência do Tribunal do Júri para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida de civil praticados por militares estaduais.
Ressalte-se que, inobstante essa previsão ampliasse a competência do Tribunal do Júri, expressamente, apenas em relação aos militares estaduais, adotou-se a interpretação sistemática de que tal norma era aplicável, também aos militares das Forças Armadas, isso
porque o Código Penal Militar, alterado pela Lei nº 9.299/96, regulamentando o art. 124 da CF/88, já continha previsão nesse sentido (art. 9º, então parágrafo único).
A partir da EC n.º 45 esse entendimento foi sedimentado.
Porém, isso não impedia que o legislador ordinário, ainda regulamentando o art. 124 da CF/88, modificasse tal disposição para excepcionar alguma situação específica.
Foi o que se sucedeu com a aprovação da Lei nº 12.432/11, que retirou do âmbito do Tribunal Júri a competência para julgar crimes dolosos contra a vida de civil praticados por militares das Forças Armadas, nas circunstâncias previstas no art. 303, do Código Brasileiro de Aeronáutica, ou seja, relacionadas com o abate de aeronave hostil em sobrevoo no espaço aéreo brasileiro e que não obedeça às ordens para pouso.
Assim, a novel Lei nº 13.491/17, como já havia sido feito também pela Lei nº 12.432/11, ampliou as hipóteses em que a competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida de civil não será mais do Tribunal do Júri, dilatando o espectro de atuação da jurisdição militar.
É imprescindível frisar que, em regra, os crimes dolosos contra a vida de civil continuam da competência do Tribunal do Júri, e somente nas circunstâncias excepcionais incluídas no CPM pelas Leis nº 13.491/17 e 12.432/11 é que se atribui à Justiça Castrense.
Aplicação da Lei Penal Militar
Ao verificar o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de1969 que instituiu o Código Penal Militar verifica-se que, no tocante à aplicação da Lei Penal Militar as definições se apresentam como o Direito Penal Comum. O princípio da Legalidade está previsto no Art. 1° do CPM e traz a seguinte definição, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
COMENTÁRIOS AO ARTIGO 1° DA LEI: muitos doutrinadores entendem que este princípio seria como sinônimo do princípio da reserva legal. Outros já entendem este contendo aquele, sendo acompanhado pela irretroatividade da lei penal. Melhor explicando, para muitos, reserva legal se confunde com legalidade; para outros tantos, a reserva legal é um princípio maior, composto pela legalidade e pela irretroatividade.
Para o Douto Cesar Bitencourt, o “princípio da legalidade ou da reserva legal constitui uma verdadeira limitação do poder punitivo estatal”, consagrado por Feuerbach, no início do século XIX, pela fórmula latina nullumcrimen, nullapoenasine lege. Nitidamente, para o caro mestre, a distinção entre legalidade e irretroatividade é desnecessária, podendo ambos os princípios serem condensados no disposto no inciso XXXIX do art. 5º da Constituição Cidadã, transcrito no art. 1º do CPM.
O mestre Luiz Luisi, aponta que, para quem o princípio da legalidade, em vertente contemporânea desdobra-se em três postulados, a saber: reserva legal, determinação taxativa e irretroatividade.
Lei Penal Militar no Tempo e no Espaço
Tempo do crime, Art. 5º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado.
COMENTÁRIOS:
A resposta sobre o tempo do crime está grafada no art. 5º do CPM, cujo texto é semelhante ao do art. 4º do CP comum: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado”.
O nosso Código Penal Militar adotou a teoria da ação ou da atividade, afastando, assim, as teorias do resultado e mista, uma vez que o momento da conduta (ação ou omissão) será considerado o da prática do crime.
Lugar do Crime
Sobre o Lugar do Crime Militar tem-se ainda: Territorialidade e extraterritorialidade.
A Territorialidade é a aplicação da lei penal ao crime praticado no território nacional e a extraterritorialidade retrata a aplicação da lei ao crime praticado fora do território brasileiro. No CP, a territorialidade da aplicação da lei encontra-se no art. 5º e a extraterritorialidade (alguns casos) no art. 7º. A extraterritorialidade da aplicação da lei é exceção no CP, e uma regra no CPM. A lei penal militar aplica-se ao crime MILITAR praticado dentro e fora do território nacional, sem prejuízo de tratados e convenções internacionais (art. 7º).
EXEMPLOS:
· Um Sgt do Exército no Haiti, em serviço, agride uma civil haitiana.
· Um Cap PM em missão de paz, em Angola, divulga informações privilegiadas a um estrangeiro, causando prejuízo à administração militar (art. 326 violação de sigilo funcional). No intuito de se evitar o “bis in idem”, ou dupla punição pelo mesmo, no mesmo ramodo direito público, o art. 8º determina que a eventual pena aplicada no estrangeiro, atenua a pena no Brasil, se diversa, e nela é computada, se idêntica. Haverá situações em que o crime militar poderia ser cometido no exterior, inclusive, em detrimento do Brasil (favor ao inimigo – art. 356) e, nestas condições, provavelmente, não haveria interesse da outra nação em processar e julgar o agente.
Fonte: apostila de direito penal militar prof. Rogério disponível em: www.fatimasoares.com.br
desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria
realizar-se a ação omitida.
-
o se
6º praticado
fato, no lugar em que
de lugar,
abaixo
misto deste norma
“Art.
sistema interpretação conforme a transcrita:
Considera-se
Conforme preconiza o Código Penal Militar o
lugar do crime se relaciona a
Comentários Sobre o Lugar do Crime na Lei Penal Militar
São três as teorias que gravitam em torno do assunto:
· Teoria da Atividade: lugar do crime é aquele em que se iniciou a execução da conduta típica;
· Teoria do resultado: lugar do crime é aquele em que se produziu o resultado da ação/omissão;
· Teoria da Ubiquidade: lugar do crime é tanto aquele em que se iniciou sua execução, como aquele em que ocorreu o resultado.
No que tange ao lugar do crime, o CPM adotou um sistema misto (Jorge César de Assis).
Crimes comissivos –Teoria da Ubiquidade.
Crimes omissivos – Teoria da Atividade (CPM, em relação aos crimes omissivos, adota esta teoria, já que considera praticado o fato no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida – art. 6º).
Dica 1 - A distinção feita pelos textos legais e discutida pela doutrina é a distinção entre crime propriamente militar (ou crime militar próprio) e crime impropriamente militar (ou crime militar impróprio), devemos saber a fundo.
Por que devo saber o que são crimes impropriamente militares e propriamente militares?
Devido a aplicações penais e processuais que só abarcam os determinados tipos penais militares, entre outros, cita-se os aspectos abaixo, alguns permissivos legais aplicáveis, apenas no caso dos crimes, propriamente, militares.
· A permissão para a prisão do militar, mesmo ausentes o estado de flagrância ou o mandado de prisão expedido por autoridade judiciária, conforme dicção do art. 5º inc. LXI: Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
· No art. 18 do CPPM existe a previsão de detenção do indiciado do IPM, pelo prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20, sendo a prisão apenas comunicada à autoridade judiciária e, para estar em perfeita sintonia com a Carta Magna, a permissão contida naquele artigo, diz respeito ao crime propriamente militar;
· O crime militar próprio não gera reincidência ao agente que responder a processo por crime comum, nos termos do art. 64, II, do CP.
Dica 2 - Crime propriamente militar (ou militar próprio) é aquele que está previsto somente no CPM e só pode ser praticado por militar. Exemplo: deserção (art. 187); abandono de posto (art. 195); abandono de posto (art. 196); embriaguez em serviço (art. 202); dormir em serviço (art. 203).
· Todos os crimes propriamente militares enquadram-se no inc. I do art. 9º do CPM. Mas, cuidado, nem todos os crimes que se enquadram neste inciso são propriamente militares, como por exemplo: ingresso clandestino (art. 302); furto de uso (art. 241).
· Crime impropriamente militar (ou militar impróprio) é aquele previsto em todo o ordenamento Jurídico Penal, conforme II do art. 9º do CPM. Pode ser praticado, tanto por militar, quanto por civil. Exemplo: lesão corporal (art. 129); homicídio (art. 205); ameaça (art. 223); furto (art. 240); falsidade ideológica (art. 319).
· Registra-se aqui, que existe uma terceira categoria de crime militar elaborada por uma doutrina minoritária. Trata-se do crime tipicamente militar, mencionado por Ione de Souza e Cláudio Amim Miguel (previsto só no CPM – insubmissão; ingresso clandestino; furto de uso etc.).
Saiba mais...

Programa Jurídico Saber Direito do STF 1
Vídeo Aula - Justiça Militar.

Texto: O princípio da territorialidade e
extraterritorialidade no Código Penal Militar - Territorialidade e Extraterritorialidade - Autor Paulo Tadeu Rodrigues Rosa - Publicado em
04/2015.
Crimes Militares em Tempo de Guerra e Crimes Militares em Tempo de Paz
O Art. 10º do Código Penal Militar trás no seu bojo, as considerações que possibilitam a interpretação da Lei para os Crimes Militares em tempo de guerra, conforme a citação abaixo transcrita:
Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I Os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II Os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III Os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;
IV Os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.
COMENTÁRIOS:
Observa-se que a Lei Penal Militar define o período classificado como tempo de guerra, pois, de acordo com o Art. 15 do CPM, o tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da Lei Penal Militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização, se nele estiver compreendido aquele reconhecimento, e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.
Importante também esclarecer o mecanismo de aplicação das penas, neste período, classificado como tempo de guerra, sendo as mesmas penas no período de guerra, com um aumento de um, conforme o Artigo 20 do CPM.
Em síntese, aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.
Crimes Militares em Tempo de Paz
O Art. 9° do Código Penal Militar trás no seu bojo, as considerações que possibilitam a interpretação da Lei para os Crimes Militares em tempo de paz, conforme a citação abaixo transcrita, com todas as alterações sofridas ao longo do tempo:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados:
II os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996).
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situaçãode atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) por militar em situação de atividade ou assemelhado que, embora não estando em serviço, use armamento de propriedade militar ou qualquer material bélico, sob guarda, fiscalização ou administração militar, para a prática de ato ilegal;
f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
III os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum.	(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
 Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica.	(Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011)
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
I do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
II de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017).
III de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
Comentários Sobre o Artigo 9° do Código Penal Militar
O artigo 9º do CPM possui três incisos. Os incisos I e II referem-se a crimes praticados por militares da ativa, enquanto o inciso III condensa as hipóteses em que um civil ou militar inativo (reformado ou da reserva remunerada) figuram como sujeito ativo do crime militar. É fato que os incisos I e II não mencionam em seu caput o fato de aplicarem-se somente a militares da ativa. Contudo, sabendo que o inciso III refere-se aos inativos e aos civis, o que faz expressamente, por contraposição os dois primeiros incisos só podem se referir aos militares da ativa.
Na diferenciação entre os incisos I e II, deve-se notar que a lei penal militar usa o critério de semelhança ou não do delito militar praticado a um delito previsto na legislação penal comum. Assim, quando um militar da ativa praticar um crime militar que somente esteja capitulado no Código Penal Militar ou que esteja neste capitulado de forma diversa da legislação penal comum, aplicaremos o inciso I, que não possui alíneas complementadoras da tipicidade. Por outro bordo, se o crime praticado pelo militar da ativa possuir capitulação no Código Penal Militar e na
legislação penal comum, aplicaremos o inciso II com suas alíneas complementadoras.
Visando aprofundar o tema, segue o texto do Juiz Federal e professor Marcio André Lopes Cavalcante sobre o Art. 9º do CPM: Competência da Justiça Militar, podendo ser encontrado em http://www.dizerodireito.com.br/2017/10/comentarios-lei-134912017- competencia.html.
Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares, assim definidos em lei (art. 124 da CF/88).
A lei que prevê os crimes militares é o Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001/1969).
· No art. 9º do CPM são conceituados os crimes militares em tempo de paz.
· No art. 10 do CPM são definidos os crimes militares em tempo de guerra.
Assim, para verificar se o fato pode ser considerado crime militar, sendo, portanto, de competência da Justiça Militar, é preciso que ele se amolde em uma das hipóteses previstas nos arts. 9º e 10 do CPM.
A alteração promovida pela Lei nº 13.491/2017 foi no art. 9º.
ALTERAÇÃO 1: CRIMES MILITARES PODERÃO SER PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO PENAL COMUM.
Alteração no inciso II do art. 9º.
A primeira mudança ocorrida foi no inciso II do art. 9º. Veja:
	CÓDIGO PENAL MILITAR
	REDAÇÃO ORIGINAL
	REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.491/2017
	Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados:
	Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II - os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
Sargento, o que significa essa mudança?
· Antes da Lei: para se enquadrar como crime militar com base no inciso II do art. 9º, a conduta praticada pelo agente deveria ser obrigatoriamente prevista como crime no Código Penal Militar.
· Agora: a conduta praticada pelo agente, para ser crime militar com base no inciso II do art. 9º, pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação penal “comum”.
Vejamos com um exemplo concreto a relevância dessa alteração:
João, sargento do Exército, contratou, sem licitação, empresa ligada à sua mulher para prestar manutenção na ambulância utilizada no Hospital militar.
Qual foi o crime praticado, em tese, por João?
O delito do art. 89 da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações):
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
De quem é a competência para julgar esta conduta?
· Antes da Lei nº 13.491/2017: Justiça Federal comum.
· Agora (depois da Lei nº 13.491/2017): Justiça Militar.
Por que?
João, militar da ativa, praticou uma conduta que não é prevista como crime no Código Penal Militar.
A conduta de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, tipificada no art. 89 da Lei nº 8.666/93, não encontra figura correlata no Código Penal Militar.
Assim, antes da Lei nº 13.491/2017, apesar de o crime ter sido praticado por militar (sargento do Exército), o caso não se enquadrava em nenhuma das hipóteses previstas no art. 9º do CPM. Isso porque o art. 9º, II, exigia que o crime estivesse expressamente previsto no Código Penal Militar.
E agora?
Atualmente, com a mudança da Lei nº 13.491/2017, a conduta de João passou a ser crime militar e se enquadra no art. 9º, II, “e”, doCPM:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II - os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
Obs.: a doutrina afirmava que o art. 9º, II, do CPM era um crime militar ratione legis (em razão da lei – porque previsto no CPM) e ratione personae (em razão da pessoa – porque praticado por sujeito ativo militar em atividade). Isso agora mudou. O crime militar do art. 9º, II, do CPM deixou de ser ratione legis.
ALTERAÇÃO 2: CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL.
Sargento, se um militar, no exercício de sua função, pratica lesão corporal contra vítima civil, qual será o juízo competente?
JUSTIÇA MILITAR, considerando que se trata de crime militar (art. 9º, II, “c”, do CPM): Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
II os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
Isso não sofreu nenhuma mudança. Já era assim antes da Lei nº 13.491/2017 e continuou da mesma forma.
E no caso de crime doloso contra a vida? Se um militar, no exercício de sua função, pratica tentativa de homicídio (ou qualquer outro crime doloso contra a vida) contra vítima civil, qual será o juízo competente?
Temos agora que analisar antes e depois da Lei nº 13.491/2017.
Antes da Lei nº 13.491/2017:
· REGRA: os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil eram julgados pela Justiça comum (Tribunal do Júri). Isso com base na antiga redação do parágrafo único do art. 9º do CPM.
· EXCEÇÃO: se o militar, no exercício de sua função, praticasse tentativa de homicídio ou homicídio contra vítima civil ao abater aeronave hostil (“Lei do Abate”), a competência seria da Justiça Militar. Tratava-se de exceção à regra do parágrafo único do art. 9º do CPM.
Veja a antiga redação do art. 9º, parágrafo único: Art. 9º (...)
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Atenção! Redação que não mais está em vigor.)
Depois da Lei nº 13.491/2017:
· REGRA: em regra, os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil continuam sendo julgados pela Justiça comum (Tribunal do Júri). Isso com base no novo § 1º do art. 9º do CPM:
Art. 9º (...)
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
· EXCEÇÕES: Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças Armadas contra civil serão de competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
I do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou
III de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem (GLO) ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da CF/88 e na forma dos seguintes diplomas legais:
a) Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) LC 97/99;
c) Código de Processo Penal Militar; e
d) Código Eleitoral.
Isso está previsto no novo § 2º do art. 9º do CPM.
Obs.: as exceções são tão grandes que, na prática, tirando os casos em que o militar não estava no exercício de suas funções, quase todas as demais irão ser julgadas pela Justiça Militar por se enquadrarem em alguma das exceções.
Antes de analisarmos cada um dos incisos, vamos entender um pouco melhor como funciona o emprego das Forças Armadas segundo o ordenamento jurídico brasileiro.
Forças Armadas
A expressão "Forças Armadas" abrange a Marinha, o Exército e a Aeronáutica.
As três são classificadas como instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina.
As Forças Armadas ficam sob a autoridade suprema do Presidente da República.
Qual é a função das Forças Armadas no Brasil?
Segundo o art. 142 da CF/88, elas destinam-se:
1) à defesa da Pátria
2) à garantia dos poderes constitucionais e, 3 à garantia da lei e da ordem.
Segundo a doutrina, as duas primeiras (defesa da pátria e garantia dos poderes constitucionais) são funções primárias das Forças Armadas, enquanto que a terceira (garantia da lei e da ordem) tem natureza subsidiária e excepcional. É o que ensina José Afonso da Silva:
"Só subsidiária e eventualmente lhes incumbe a defesa da lei e da ordem, porque essa defesa é de competência primária das forças de segurança pública, que compreendem a polícia federal e as polícias civis e militares dos Estados e do Distrito Federal. Sua interferência na defesa da lei e da ordem depende, além do mais, de convocação dos legitimados representantes de qualquer dos poderes federais: Presidente da Mesa do Congresso Nacional, Presidente da República ou Presidente do Supremo Tribunal Federal." (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25ª ed., São Paulo: Malheiros, 1992, p. 772).
Lei complementar
A Constituição estabelece que uma lei complementar deverá disciplinar as normas gerais sobre como será o emprego das Forças Armadas (art. 142, § 1º). Esta lei já foi editada e se trata da Lei Complementar 97/99.
Garantia da lei e da ordem e atuação das Forças Armadas em atividades de segurança pública.
Como a Constituição Federal afirma que uma das finalidades das Forças Armadas é a garantia da "lei e da ordem", entende-se que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica podem atuar também, excepcionalmente, na segurança pública interna do país.
Dessa forma, não é inconstitucional o emprego das Forças Armadas para atividades de defesa interna, desde que isso seja feito de forma excepcional, temporária e justificada pela incapacidade dos órgãos de segurança pública de garantirem a lei e a ordem.
Emprego das Forças Armadas
A decisão sobre o emprego das Forças Armadas é de responsabilidade do Presidente da República (art. 84, XIII, da CF/88 e art. 15 da LC 97/99).
Análise do inciso I do novo § 2º do art. 9º
O inciso I do § 2º do art. 9º do CPM prevê o seguinte:
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
I do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
No Rio de Janeiro, o governo do Estado, há alguns anos, instituiu uma política pública chamada de “pacificação das favelas”, por meio da qual os órgãos de segurança pública ocupam as favelas, prendendo ou expulsando criminosos e estabelecendo um regime de presença ostensiva do Poder Público nessas áreas.
Como o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil é insuficiente para tais operações, a Secretaria de Segurança do Rio tem se valido da colaboração da Polícia Federal e das Forças Armadas.
Nesse contexto, se um militar do Exército, no exercício do policiamento nestas favelas, pratica homicídio (consumado ou tentado) esta conduta será julgada pela Justiça Militar com fulcro neste dispositivo.
Neste inciso I poderíamos também imaginar a atuação das Forças Armadas em atividades de defesa civil e de construção civil. Explico.
As Forças Armadas têm sido constantemente utilizadas para atividades de defesa civil. É o caso, por exemplo, de distribuição de alimentos e remédios em regiões que passaram por alguma calamidade pública ou mesmo em situações de socorroe resgate de pessoas feridas.
O Decreto nº 895/93 prevê isso expressamente:
Art. 10. Aos órgãos setoriais, por intermédio de suas secretarias, entidades e órgãos vinculados, e em articulação com o órgão central do Sindec, entre outras atividades, compete: (...)
II ao Ministério da Marinha coordenar as ações de redução de danos relacionados com sinistros marítimos e fluviais, e o salvamento de náufragos; apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte;
III ao Ministério do Exército cooperar no planejamento de defesa civil e em ações de busca e salvamento; participar de atividades de prevenção e de reconstrução; apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte; (...)
X ao Ministério da Aeronáutica coordenar ações de busca e salvamento, evacuação aeromédicas e missões de misericórdia; apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte;
Outra utilização atípica, mas frequente, das Forças Armadas está relacionada com obras de construção civil. O Exército possui um Departamento de Engenharia e Construção, que foi idealizado originalmente para construir e reformar as instalações militares (quarteis etc.). No entanto, apesar disso, devido aos bons trabalhos que realiza, este Departamento de Engenharia é
constantemente convocado para executar obras públicas. Foi o caso, por exemplo, da transposição do rio São Francisco e da duplicação da BR-101.
Podemos, portanto, aventar que se um militar das Forças Armadas, no exercício de uma dessas atribuições conferidas pelo Presidente da República (ou pelo Ministro da Defesa), comete crime doloso contra a vida de um civil, ele terá praticado crime militar e será julgado pela Justiça Militar.
Análise do inciso II do novo § 2º do art. 9º.
O inciso II do § 2º do art. 9º do CPM estabelece:
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (...)
II de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou
É o caso do soldado do Exército que está fazendo a guarda do quartel e atira contra um ladrão que tentou invadir o imóvel. Mesmo que se alegue que houve animus necandi por parte do soldado, esse julgamento será de competência da Justiça Militar.
Antes da alteração, o STJ possuía precedentes no sentido de que, havendo dúvida se o militar agiu ou não com a intenção de matar, o processo deveria tramitar na Justiça Comum (e não na Justiça Militar). Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 129.497/MG, Rel. Min. Ericson Maranho (Des. Conv. do TJ/SP), julgado em 08/10/2014. Agora isso mudou!
Análise do inciso III do novo § 2º do art. 9º
Por fim, o inciso III do § 2º do art. 9º do CPM preconiza:
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (...)
III de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:
a) Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. Enquadram-se neste inciso a grande maioria das hipóteses. Vejamos cada uma das suas alíneas.
Lei nº 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica).
O CBA prevê algumas situações em que as autoridades poderão determinar que a aeronave que está voando de forma irregular pouse imediatamente no aeródromo que lhe for indicado (art. 303, § 1º). É o caso, por exemplo, de uma
aeronave em que se suspeita que está transportando drogas. Se a aeronave não cumprir a determinação, a Força Aérea Brasileira poderá disparar tiros contra o avião considerado hostil, a fim de forçá-lo a pousar. Confira:
Art. 303. A aeronave poderá ser detida por autoridades aeronáuticas, fazendárias ou da Polícia Federal, nos seguintes casos:
I se voar no espaço aéreo brasileiro com infração das convenções ou atos internacionais, ou das autorizações para tal fim;
II se, entrando no espaço aéreo brasileiro, desrespeitar a obrigatoriedade de pouso em aeroporto internacional;
III para exame dos certificados e outros documentos indispensáveis;
IV para verificação de sua carga no caso de restrição legal (artigo 21) ou de porte proibido de equipamento (parágrafo único do artigo 21);
V para averiguação de ilícito.
§ 1º A autoridade aeronáutica poderá empregar os meios que julgar necessários para compelir a aeronave a efetuar o pouso no aeródromo que lhe for indicado.
§ 2º Esgotados os meios coercitivos legalmente previstos, a aeronave será classificada como hostil, ficando sujeita à medida de destruição, nos casos dos incisos do caput deste artigo e após autorização do Presidente da República ou autoridade por ele delegada.
§ 3º A autoridade mencionada no § 1º responderá por seus atos quando agir com excesso de poder ou com espírito emulatório.
Esses tiros podem acabar gerando a efetiva derrubada (abate) do avião e a morte dos seus tripulantes. A apuração deste fato – se é caso de arquivamento ou de processo por crime doloso contra a vida – compete ao Ministério Público Militar e à Justiça Militar, não sendo competência da Justiça Comum.
Lei Complementar nº 97/99
Conforme já vimos acima, a LC 97/99 regulamenta o art. 142, § 1º, da CF/88 e estabelece normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
O art. 15, § 7º da Lei prevê diversas hipóteses de atuação das Forças Armadas em atribuições subsidiárias que são também consideradas atividades militares:
Art. 15 (...)
§ 7º A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), é considerada atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição Federal.
A hipótese mais conhecida e frequente é a do art. 16-A da LC 97/99:
Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como atribuições subsidiárias, preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, independentemente da posse, da propriedade, da finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras, as ações de:
I patrulhamento;
II revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e
III prisões em flagrante delito.
Imagine que, ao realizar um patrulhamento no mar, a Marinha do Brasil aborde uma embarcação suspeita e seja recebida a tiros. Ao revidar os disparos, os fuzileiros navais acabam matando os agressores. A apuração deste fato competirá ao Ministério Público Militar e à Justiça Militar.
Decreto-Lei nº 1.002/69 - Código de Processo Penal Militar
O art. 8º do CPPM traz as atribuições da Polícia judiciária militar. Dentre elas, destaco:
apurar os crimes militares;
realizar diligências requisitadas pelos órgãos e juízes da Justiça Militar e pelos membros do Ministério Público;
cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar.
O art. 7º traz o rol das autoridades militares que exercem a polícia judiciária militar.
Imagine que, ao cumprir um mandado de prisão expedido pela Justiça Militar, o civil que iria ser preso reage e os soldados acabam matando-o. O julgamento deste fato será de competência da Justiça Militar,mesmo a vítima do suposto crime doloso contra a vida sendo um civil.
Lei nº 4.737/65 - Código Eleitoral
As Forças Armadas, em especial o Exército, desempenham relevantes funções, durante o período eleitoral. As tropas fazem a segurança das urnas, dos locais de votação e dos eleitores, coibindo possíveis crimes eleitorais.
As Forças Armadas atuam apenas em
alguns Municípios e locais de votação, mediante decisão do Tribunal Superior Eleitoral, sendo isso previsto no art. 23, XIV, do Código Eleitoral:
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
XIV requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração;
Suponha que um soldado acabe ceifando a vida de um civil, durante o exercício dessa função de vigilância do local de votação. A competência para julgar este eventual crime doloso contra a vida é da Justiça Militar.
Derrogação implícita do art. 82 do CPPM.
O art. 82 do CPPM exclui, peremptoriamente, da competência da Justiça Militar os crimes dolosos contra a vida. Este dispositivo foi, portanto, tacitamente derrogado pela Lei nº 13.491/2017:
Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz.
Fora do exercício de suas funções
O militar que praticar homicídio fora do exercício de suas funções será julgado, normalmente, pela Justiça Comum (Tribunal do Júri).
O novo art. 9º, § 2º do CPM, fala em “militares das Forças Armadas”.
E no caso de crimes dolosos contra a vida praticados por militares estaduais (policiais militares e bombeiros militares) em desfavor de civis, de quem será a competência?
Da Justiça Comum (Tribunal do Júri), por força de expressa previsão constitucional:
Art. 125. (...)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
Veto
O art. 2º da Lei nº 13.491/2017 trazia a previsão de que essa competência da Justiça Militar seria temporária. Veja o que dizia o dispositivo:
Art. 2º Esta Lei terá vigência até o dia 31 de dezembro de 2016 e, ao final da vigência desta Lei, retornará a ter eficácia a legislação anterior por ela modificada.
Essa previsão existia porque o projeto de lei foi pensado especialmente para a atuação das Forças Armadas, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Ocorre que a tramitação demorou no Congresso Nacional e o projeto somente foi aprovado agora.
Diante disso, o Presidente da República vetou este art. 2º.
Dica 1 – Observações Doutrinárias Importantes.
· Crimes dolosos contra a vida de militar praticado por militar: crime militar: se o fato se enquadrar no art. 9º, será crime militar.
· Militar federal X militar estadual: Crime Militar. Julgado pela Justiça Militar.
· Policial Militar X Bombeiro: crime militar: será crime militar, pois ambos pertencem a instituições militares estaduais e podem ser julgados pela Justiça Militar Estadual.
Dica 2 - Observações Doutrinárias Importantes.
· Os casos em que a vítima militar for pessoa do sexo feminino X Lei Federal nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha): Cita-se, por exemplo, um casal de militares da ativa, ou mesmo pai e filha. Neste caso, a doutrina tem defendido que, se o caso concreto afetar somente a esfera íntima da família, será crime comum e, se abalar os pilares da hierarquia e disciplina militares (afetar a instituição militar), será crime militar.
· Fato envolvendo militares estaduais pertencentes a instituições de Unidades Federativas diferentes (PMRJ X PMES): será crime militar, e o autor será julgado pela Justiça Militar Estadual da Unidade a que cada um pertence. (Súmula 78 STJ).
INFRAÇÕES DISCIPLINARES
As infrações disciplinares são previstas nos mais diversos regulamentos disciplinares das Forças Armadas e Auxiliares. O nosso Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (RDPMERJ / R-9), Decreto nº. 6.579, DE 05 DE MARÇO DE 1983, define
que:
Art. 13 - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres e das obrigações Policiais Militares, na sua manifestação elementar e simples, e qualquer ação ou omissão contrárias aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde que não constituam crime.
Art. 14 – São transgressões disciplinares:
I Todas as ações ou omissões contrárias à Disciplina Policial Militar especificadas no Anexo I do presente Regulamento;
II Todas as ações, omissões ou atos, não especificados na relação de transgressões do Anexo citado, que afetem a honra pessoal, o Pundonor Policial Militar, o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais Militares, leis e regulamentos, bem como os praticados contrarregras e ordens de serviço estabelecidas por autoridades competentes.
Contudo apesar de Transgressão da Disciplina não constituir crime conforme o próprio Art. 13 do RDPMRJ positiva, aduzem Cícero Robson Coimbra Neves e Marcelo Streifinger11 que associados, “o Direito Penal Militar e o Direito Administrativo (Militar), se relacionam de forma intensa justamente por ter a hierarquia e a disciplina como base de toda a estrutura jurídica construída, de sorte que se pode afirmar que nem todo ilícito disciplinar configura delito, porém todo delito reclama, residualmente, a existência de uma transgressão disciplinar.”
A própria Constituição Federal fixa um Direito Disciplinar Militar quando em seu Art. 125, § 4º inclui nas competências da Justiça Militar Estadual para julgar os crimes militares e as ações judiciais contra crimes disciplinares.
Podendo assim concluir que tanto o poder de coação do Direito Penal Militar (com suas penas) quanto o do Direito Administrativo Disciplinar, possui como finalidade a proteção da “hierarquia e disciplina”, fatores estes, como já vimos, de extrema preponderância para a coesão e o regular funcionamento das instituições militares.
PESSOA CONSIDERADA MILITAR
O Código Penal Militar, para fins de aplicação do Direito Penal Militar define o conceito de Militar em seu Art. 22:
Art. 22. É considerado militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas,
para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.
E os militares das Policias Militares e Bombeiros Militares Estaduais?
Segundo ensinamento de Cícero Robson Coimbra Neves e Marcelo Streifinger12 no artigo acima “a palavra “incorporada” dá o mote interpretativo adequado, impondo que sempre que houver grafado o elemento típico “militar” deve-se entender pessoa incorporada às Forças Armadas e, por extensão arrimada no art. 42 da Constituição Federal, as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, ou seja, militares da ativa das Forças Militares Federais e Estaduais. ”
Vejamos então o Artigo 42 da CF/1988:
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
Ainda alerta os autores que realizando uma “interpretação teleológica com base exatamente no art. 22, de modo que todos os tipos penais que possuam a palavra “militar” abarquem apenas os militares da ativa, já que essa, inequivocamente, foi a intenção do legislador”.
Neste sentido crimes que viriam expressamente a “militar” só poderiam ser cometidos por militares da ativa
(excluindo militares da reserva e reformados):
EXEMPLOS:
Art. 137 - Provocar o militar, diretamente, país estrangeiro a declarar guerra ou mover hostilidade contra o Brasil ou a intervirem questão que respeite à soberania nacional.
Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, expondo o Brasil a perigo de guerra.
Art.140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com país estrangeiro, para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra:
Todavia existe uma exceção, podendo militares da reserva figurar como sujeitos ativos de crimes que possuam a palavra “militar” em seu tipo penal.
O Art. 12 do CPM equiparam militares da reserva ou reformados que se encontram empregados em serviços na administração militar, a militares da ativa para fins de aplicação da lei penal militar. Vejamos então o Art. 12 do CPM:
Art.12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.
CONCEITO DE SUPERIOR
O conceito de superior funcional vem elencado no Art. 22 do CPM:
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.
O Código Penal Militar aplica dois conceitos para superior que são: superior funcional e superior hierárquico. A definição de superior funcional “em virtude da função” vem claramente descrita no Art. 24 do CPM. A definição de superior hierárquico não se encontra no CPM, e cada instituição militar define em regulamentação própria a definição hierárquica através de postos (oficiais) e graduações (praças).
Sargento, você saberia definir hierarquia? Que tal aprender?
O Art. 12, § 1° do Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro define como se dará a ordenação hierárquica na PMERJ:
“A hierarquia policial-militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade. ”
Segundo Cícero Robson Coimbra Neves e Marcelo Streifinger13 o conceito de superior funcional “somente entrará em voga, primeiro havendo igualdade hierárquica e, segundo, quando um par exercer, em razão da função, autoridade sobre outro. ”
E completa o ensinamento14:
“Para sedimentar nossa explanação, tomemos os seguintes exemplos: se um soldado agride a um primeiro-tenente, teremos a possibilidade do crime capitulado no art. 157 do CPM (violência contra superior), em função da superioridade hierárquica do ofendido em relação ao sujeito ativo; contudo, também haverá o mesmo delito se um primeiro-tenente agredir outro militar do mesmo posto, estando este na função de Comandante de Companhia daquele, estabelecendo- se a superioridade funcional. Por vezes, é bom esclarecer, a superioridade funcional sobrepõe- se à antiguidade.
Imaginemos, por exemplo, que um coronel da Polícia Militar, promovido a esse posto no ano de 2005, agrida outro coronel, promovido em 2006. Apesar de o primeiro ser mais antigo do que o segundo, em razão do maior tempo no posto, se o coronel mais moderno for o Comandante Geral, haverá violência contra superior (art. 157 do CPM).
PENAS PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS
O Código Penal Militar em seu TÍTULO – DAS PENAS, classifica as sanções aplicadas, em penas principais e acessórias. Neste Tópico veremos cada uma delas.
O Art. 55 do Código Penal Militar faz previsão das seguintes penas principais: morte, reclusão, detenção, prisão, impedimento, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função e reforma.
Penas principais
Art. 55. As penas principais são:
a) morte;
b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.
PENA DE MORTE – A pena capital de morte prevista através de fuzilamento (Art. 56 do CPM) não entra conflito a Constituição Federal, haja vista que em seu Art.5º, inciso XLVII, prevê tal pena em casos de guerra. São exemplos de crime punidos com pena de morte os crimes de traição Art. 355 de favor ao inimigo Art. 356, entre outros.
RECLUSÃO E DETENÇÃO – São penas privativas de liberdade que para o CPM não guarda muitas distinções umas das outras, sendo a principal diferença é que conforme o Art. 58 “o mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos. ”
PRISÃO – Diferencia-se da reclusão e detenção com relação ao cumprimento conforme Art. 58 CPM.
IMPEDIMENTO – a pena de Impedimento conforme Art. 63 do CPM: “sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar” Esta pena restritiva de liberdade somente é aplicada ao crime de Insubmissão previsto no Art. 183 do CPM.
SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO POSTO, GRADUAÇÃO, CARGO OU FUNÇÃO -
Esta pena está prevista no Art 64 que diz: “A pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena. ”
REFORMA – sujeita o militar à situação de inatividade. E esta prevista no Art. 65 do CPM. Dessa forma o militar condenado a esta pena deverá receber vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Agora vamos falar das penas acessórias que estão previstas no Art. 98 do CPM: Penas Acessórias
Art. 98. São penas acessórias:
I a perda de posto e patente;
II II - a indignidade para o oficialato;
III III - a incompatibilidade com o oficialato;
IV IV - a exclusão das forças armadas;
V V - a perda da função pública, ainda que eletiva;
Como o nome sugere as penas acessórias dependem da aplicação de uma pena principal. Agora, falaremos um pouco de cada uma delas:
PERDA DO POSTO E DA PATENTE Art. 99 do CPM, INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO E INCOMPATIBILIDADE
COM O OFICIALATO Art. 100 do CPM –Estas três penas acessórias foram consideradas inconstitucionais, uma vez que conforme A Constituição Federal trata do assunto em seu artigo 142, incisos VI e VII:
Art. 142, VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
Art. 142, VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
EXCLUSÃO DAS FORÇAS ARMADAS – prevista no art. 102 do CPM. Esta pena acessória deve constar expressamente da sentença que condena a praça à pena privativa de liberdade superior a dois anos.
Por força também do parágrafo 4º, do art. 125, da Constituição Federal, na Justiça Militar Estadual, a exclusão da praça das forças armadas ou auxiliares dependerão de decisão do Tribunal, não funcionando como pena acessória.
PERDA DE FUNÇÃO PÚBLICA – Incorre na perda de função pública o civil, o militar da reserva ou reformado nos casos de condenação por crime militar a qual se manifeste por aplicação desta pena acessória, conforme Art. 103 do CPM.
CONCLUSÃO
Você policial militar é o primeiro defensor dos direitos humanos, um promotor da igualdade entre as pessoas, seja patrulhando, prevenindo a práticas delituosas, seja preservando uma pessoa solitária, ferida ou doentenos logradouros.
Você sargento precisa ter um conhecimento a respeito da legislação penal militar, pois serão de grande valia na sua graduação.
Você tem uma profissão de destaque, que realiza tarefas importantes para a sociedade, sua comunidade, seus amigos e sua família. Tenha orgulho de ser policial militar, você precisa ser um espelho, referência de boa ações e conhecedor de seus direitos e deveres, orgulho para sua família e para a sociedade.

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