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Refugiados no Brasil e os direitos trabalhistas

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Refugiados no Brasil e os direitos trabalhistas
Faz-se necessário ressaltar, antes de tudo, que refugiados possuem os mesmos direitos que brasileiros. Por existir um grande fluxo de imigrantes que procuram trabalho no Brasil, é indispensável haver controle de entrada deles, como o visto adequado, porém esse processo é burocrático e dificulta a regularização do imigrante para ter acesso ao meio trabalhista. Em acordo com a Constituição Federal Brasileira, o brasileiro nato, naturalizado e estrangeiro deve ser tratado segundo o princípio da isonomia, ou seja, com igualdade.
O trabalho possui função social para inserir o homem na sociedade para seu desenvolvimento, o que o possibilita uma posição no mundo. O povo brasileiro sempre recepcionou bem imigrantes de todos os continentes, o que leva o Estado ser receptivo, o que ocorre desde a recepção de trabalhadores para lavouras até o meio industrial. Dessa forma se fez, obrigatoriamente, existir o controle para entrada de imigrantes por meio de passaporte e visto, sendo esse o meio adquirido para o Governo monitorar a entrada de imigrantes no Brasil, através de Conselhos e órgãos que são criados para autorizar esse trabalho, com isso o Conselho Nacional de Imigração edita Resoluções Normativas, regulamentando a situação de quem pode vir trabalhar no Brasil.
A lei que rege os direitos e deveres do imigrante no Brasil é a Lei. 6.815 de 1980, isto é, o Estatuto do Estrangeiro; e o Decreto 86.715 de 1981. De acordo com o caput do artigo 5º da Constituição Federal de 1988.
Para Chiyoda e Martins (2014, p.13) o estrangeiro pode se naturalizar brasileiro seguindo o rol taxativo do artigo 112, do Estatuto do Estrangeiro, ao cumprir requisitos como ter capacidade civil; deve ter visto permanente no Brasil; estar residindo no Brasil por pelo menos quatro anos antes do pedido de naturalização; saber ler e escrever o idioma nacional; trabalhar ou obter propriedades suficientes para a sua subsistência ou da sua família; ter bons antecedentes; e possuir boa saúde. Não será exigida a prova de boa saúde ao estrangeiro que tenha residido no Brasil há mais de dois anos.
Para Annoni e Silva (2015, p.3) os direitos trabalhistas concedidos aos brasileiros são os mesmos ofertados aos estrangeiros, como interpretado no artigo 5º caput, da Constituição Federal e 1º, da Convenção 111 da OIT de 1958, ratificada pelo Brasil em 1965:
CF, art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Convenção 111 da OIT, art. 1º - 1. Para os fins da presente convenção o termo “discriminação” compreende: 
a) Toda distinção, exclusão ou preferência fundada na raça, cor, sexo, religião, opinião política, ascendência nacional ou origem social, que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão.
b) qualquer outra distinção, exclusão ou preferência que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou tratamento em matéria de emprego ou profissão que poderá ser especificada pelo Membro interessado depois de consultadas as organizações representativas de empregadores e trabalhadores, quando estas existam, e outros organismos adequados. 
É observado que a Constituição Federal enaltece a não discriminação do imigrante, até mesmo em situações de permanência ilegal é garantido direitos semelhantes ao de um cidadão devidamente legalizado, isso acontece pela situação insalubre, indigna e cruel que muitos cidadãos de outros países se submetem ao entrar clandestinamente no território brasileiro, suas horas semanais e salários (quando existente) são comparados a escravidão. O que levou o STF a dotar o entendimento que o imigrante, mesmo que ilegal, quando passa a trabalhar obtém os mesmos direitos que um cidadão nato. 
Essa realidade desumana que muitos imigrantes se sujeitam é divergente as suas reais intenções, pois como defendido pelo defensor público federal João Freitas Chaves, que acompanha casos de estrangeiros, diversos daqueles que solicitam refúgio já pretendem criar seu MEI (Registro de Microempreendedor Individual). Essa vontade empreendedora surge por conta das taxas de desemprego alarmantes, onde o desemprego brasileiro está em 13% o de refugiados que vivem no Brasil é de 38%. 
 	A ONG Migraflix trabalha a idéia de "empoderar social e economicamente" imigrantes e refugiados que vivem no Brasil, o diretor-executivo do projeto, Jonathan Berezovsky conta: “Em muitos casos, o empreendedorismo acaba sendo a única ferramenta que eles têm para ser autossuficientes no Brasil". A Migraflix oferece cursos como gastronomia e artesanato e auxiliam os estrangeiros a retirarem os documentos como o MEI ou CNPJ para que assim possam abrir suas próprias empresas. 
As migrações contribuem positivamente para o desenvolvimento econômico e social de países, isso reafirma o fenômeno de boas relações internacionais, o não fechamento de fronteiras e solidariedade entre nações. O que impulsiona a imigração e refúgio são situações de grande importância mundial, tragédias que impactam famílias e destroem países, ou seja, além de busca por uma vida melhor vem à função humanitária, mesmo que muitos indivíduos sobrevivam de forma perigosa ainda chega a ser, por muitas vezes, seu único meio de buscar algo melhor e menos destrutivo para si.
Para que sua recepção ocorra corretamente e sejam tratados dignamente, se faz necessário uma boa infraestrutura do país que o recepciona, como cartilhas para orientar os imigrantes acerca de seus direitos trabalhistas e órgãos que combatem a violação destes como Ministério do Trabalho e Emprego e a Justiça do Trabalho. Além disso, colocar a disposição instrumentos que garantam a defesa de direitos trabalhistas violados é o único meio de equilíbrio para o recebimento de refugiados e imigrantes, o que pode ser feito em colaboração da mídia e acima de tudo dos cidadãos brasileiro.
Durante o presente trabalho foram realizadas três entrevistas que mostram diferentes realidades de quando um imigrante chega ao Brasil, especificamente em Juiz de Fora. A professora da Universidade Feral de Juiz de Fora, Jenny Maithe Valera, imigrante venezuelana, que nos proporcionou um pouco de sua experiência, atualmente casada com um cidadão brasileiro, nos afirmou que felizmente não teve dificuldades para conhecer seus direitos trabalhistas graças a sua facilidade e conhecimento da língua brasileira e a nação como um todo, ela estava com seus documentos em dia quando escolheu o Brasil para procurar refúgio o que a possibilitou ingressar em sua carreira acadêmica sem grandes dificuldades, Jenny disse que pretende voltar a Venezuela para reencontra familiares mas ama o Brasil e pretende continuar morando aqui, já que sua realidade atual é melhor. Essa recepção que a professora teve diante de suas circunstancias não é a realidade de muitos, como percebido nos anexos das outras entrevistas, felizmente ela possui um domínio na língua portuguesa e teve ajuda de amigos e posteriormente do companheiro, o que diversos refugiados não possuem, assim tornando suas adaptações severas e dificultosas. 
Bibliografia:
ANNONI, D.; SILVA, J. De A. G. Os direitos trabalhistas dos refugiados no Brasil: Desafios para a aplicação da norma mais favorável ao indivíduo na era da terceirização. In: Revista de Relações Internacionais da UFGD. Vol. 4, n.8. Dourados, jul/dez 2015. Disponível em: <http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/4253/2339>. Acesso em 01 de outubro de 2019.
BRASIL. Constituição (1988). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição/Constituição. Acesso em 01 de outubro de 2019
BRASIL. Estatuto do Estrangeiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6815.htm>. Acesso em 01 de outubro de 2019
BRASIL. Regulamento do Estatuto do Estrangeiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D86715.htm>.Acesso em 01 de outubro de 2019
CHIYODA, F. E. S.; MARTINS, F. J. B. Diferenças entre nacionais e estrangeiros segundo a Constituição Federal de 1988. In: Encontro de Iniciação Científica, Faculdade Prudente Centro Universitário, 2014. Disponível em: <http://intertemas.toledoprudente.edu.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/4093/3854>. Acesso em 01 de outubro de 2019
TST. Entrevista sobre trabalho estrangeiro com o ministro Alberto Bresciani. 2012. Disponível em: <http://www.tst.jus.br/materias-especiais/ Acesso em 01 de outubro de 2019
R7. No mercado de trabalho, refugiados têm direitos iguais aos brasileiros. 2018. Disponível em: <https://noticias.r7.com/internacional/no-mercado-de-trabalho-refugiados-tem-direitos-iguais-aos-brasileiros-19072018> Acesso em 01 de outubro de 2019.