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DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VI – NEUTRALIZAÇÃO PELA CONCESSÃO DE EPI´S A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: (i) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; (ii) - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância – Artigo 191, caput, da CLT. O artigo 194 da CLT determina que quando houver a total neutralização do agente insalubre, seja pela concessão de EPI’s, seja pela adoção de medidas preventivas, o adicional de insalubridade não será devido, justamente pelo fato de não haver dano a saúde. Artigo 194 CLT: “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. Súmula 80 TST: “A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional”. Súmula 289 TST: “O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”. A recusa do empregado em utilizar o EPI pode, inclusive, ser considerada uma falta grave e motivar a sua dispensa por justa causa (tema tratado no tópico sobre justa causa). REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VI – NEUTRALIZAÇÃO PELA CONCESSÃO DE EPI´S “ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O Tribunal Regional, amparado na prova pericial, consignou que a "prova constatou a inexistência de insalubridade no local de trabalho, porque foi neutralizada pelo fornecimento regular dos equipamentos de proteção individual". Inviável o processamento do apelo, pois para se concluir de forma distinta, seria imprescindível a reapreciação da prova coligida nos autos, procedimento vedado em sede de recurso de revista, nos termos da Súmula 126 do TST”. Processo: AIRR - 1512- 38.2013.5.03.0039. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: MARIA HELENA MALLMANN. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019. “RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. I - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RUÍDO. NEUTRALIZAÇÃO POR USO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. PERÍCIA TÉCNICA QUE ATESTA INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÃO INSALUBRE. AUSÊNCIA DE PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO. (...) 2. No mesmo sentido, esta Corte Superior editou a Súmula 80, segundo a qual " a eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional". (...) 6. Feita essa consideração, extrai-se do v. acórdão que, não obstante o laudo pericial ter concluído " pela não existência de labor em condição insalubre por ter recebido EPI ", o Tribunal Regional entendeu que não houve neutralização do agente insalubre "ruído", por inexistir notícia nos autos sobre o estado de conservação dos equipamentos e se havia higienização dos mesmos. 7. Verifica-se que a conclusão da perícia técnica oficial foi de que não restou caracterizada a insalubridade. De outro lado, não houve prova idônea a elidir o teor do laudo produzido. 8. O fundamento genérico de que "não há notícias sobre o estado de conservação dos equipamentos e se havia correta higienização do s mesmos ", sem respaldo em qualquer elemento probatório constante dos autos, não é suficiente para afastar a conclusão atestada no laudo pericial acerca da inexistência de labor em condição insalubre. Precedentes. Recursos de revista de que se conhece e a que se dá provimento”. Processo: RR - 5900-63.2008.5.17.0008. Órgão Judicante: 7ª Turma. Relator: ROBERTO NOBREGA DE ALMEIDA FILHO. Julgamento: 13/03/2019. Publicação: 05/04/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VII – INTERMITÊNCIA DO TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES O adicional é devido quando a exposição aos agentes insalubres ocorre de forma intermitente. Não podemos confundir a expressão “exposição intermitente” como sinônimo de “exposição eventual”. Intermitente é o oposto de contínuo, mas não é sinônimo de eventual. Eventual significa algo raro, esporádico. Já intermitente significa algo frequente, contudo por poucos períodos de tempo/períodos de tempo espaçados. O trabalho em condições insalubres, ainda que intermitente, envolve maior perigo para a saúde do trabalhador e por isso ocasiona um aumento na remuneração do empregado – Súmula 47 do TST. Súmula 47 TST: “O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional”. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO - REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.015/2014 - ADICIONAL DEINSALUBRIDADE. CONTATO INTERMITENTE. Não obstante o anexo 14 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho referir-se ao contato permanente com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, o Regional consignou a ocorrência de contato intermitente (Súmula 126 do TST), o qual, nos termos da Súmula 47 do TST, também enseja o percebimento do adicional de insalubridade. Recurso de revista não conhecido”. Processo: ARR - 771-52.2014.5.17.0013. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relator: MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO. Julgamento: 27/02/2019. Publicação: 01/03/2019 https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE “RECURSO DE REVISTA. 1. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. ART. 253 DA CLT. MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. Esta Corte Superior entende que o simples fato de se constatar que a exposição a baixas temperaturas se deu de forma intermitente não é suficiente para afastar o direito ao intervalo para recuperação térmica previsto no art. 253 da CLT. Precedentes”. Processo: ARR - 618-20.2015.5.02.0201. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: DORA MARIA DA COSTA. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019. "RECURSO DE REVISTA (...) 2. INTERVALO PREVISTO NO ARTIGO 253 DA CLT. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. NÃO CONHECIMENTO. O entendimento firmado por esta colenda Corte Superior é no sentido de que o simples fato de se constatar que a exposição às baixas temperaturas se deu de forma intermitente não é suficiente para afastar o direito ao intervalo para recuperação térmica. Precedentes. Recurso de revista de que não se conhece." RR - 2475- 53.2010.5.12.0022, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 11/04/2018, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/04/2018. “RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. ART. 253 DA CLT. A jurisprudência desta Corte é sentido de que, nos termos do disposto no art. 253 da CLT, o empregado submetido a trabalho em ambiente artificialmente frio, ainda que de forma intermitente, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido." RR - 416-19.2016.5.23.0041, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 11/04/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/04/2018. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VII – INTERMITÊNCIA DO TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES Ademais, não é válida a cláusula de norma coletiva que limita o pagamento do adicional de forma proporcional o tempo de exposição – aplicação do entendimento consagrado na Súmula 364 do TST, em que pese a Súmula se referir ao adicional de periculosidade. Notícias TST 13.11.2017: “HOSPITAL NÃO PODE PAGAR INSALUBRIDADEPROPORCIONAL A JORNADA REDUZIDA DE AUXILIAR DE ENFERMAGEM. A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Fundação Faculdade de Medicina de São Paulo (SP) a pagar diferenças do adicional de insalubridade sobre o salário mínimo, de forma integral, a uma auxiliar de enfermagem com jornada reduzida. Para os julgadores, uma vez caracterizada a condição insalubre, mesmo em jornadas reduzidas, o trabalhador tem direito ao adicional integralmente. (...) A decisão considerou também que, em documento assinado pela trabalhadora, constou que ela receberia da fundação apenas o valor proporcional à jornada de trabalho de 30 hora mensais. Para o Regional, o artigo 192 da CLT não proíbe o pagamento do adicional apenas quanto às horas trabalhadas, estabelecendo apenas como base de cálculo o salário mínimo. O relator do recurso da auxiliar ao TST, ministro José Roberto Freire Pimenta, explicou que o artigo 192 da CLT determina os percentuais devidos e a base de cálculo para a apuração do adicional, mas não é possível dele extrair a previsão de pagamento proporcional à jornada de trabalho praticada, tendo o regional, ao admiti-lo, desrespeitado referido artigo. O ministro aplicou ao caso, de forma analógica, o disposto na Súmula 364 do TST, que garante o adicional de periculosidade ao empregado exposto a condições de risco de forma intermitente, afastando-o apenas quando o contato se dá de forma eventual ou, se habitual, por tempo extremamente reduzido. A decisão foi unânime. Processo: RR-1654- 86.2015.5.02.0043”. http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?consulta=Consultar&conscsjt=&numeroTst=1654&digitoTst=86&anoTst=2015&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0043&submit=Consultar REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES Artigo 394 CLT: “Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação”. Esse artigo 394 da CLT é da redação original. Artigo 394-A CLT: “A empregada gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas atividades em local salubre”. O artigo 394-A, com a redação acima, foi inserido em 2016 na CLT. Contudo, a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) alterou sua redação para admitir que trabalhadoras gestantes exerçam atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e também para permitir que trabalhadoras lactantes desempenhem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentarem atestado de saúde emitido por médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a gestação e a lactação. Contudo, em julgamento proferido pelo STF em 29 de maio de 2016, foi julgada procedente a ADIN 5938, proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, confirmando a liminar já deferida desde abril de 2019, para proibir o trabalho de empregadas gestantes e lactantes em atividades ou locais insalubres. Foi decidido pelo STF a inconstitucionalidade da expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, constante dos incisos II e III do Artigo 394-A da CLT. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES Artigo 394-A CLT: “Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: I – atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a GESTAÇÃO; III – atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a LACTAÇÃO. § 1º VETADO. § 2º - Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. § 3º - Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento”. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES Na ADIN a Confederação autora aduziu que o artigo vulneraria “dispositivos constitucionais sobre proteção à maternidade, à gestante, ao nascituro e ao recém-nascido (arts. 6º, 7º, XXXIII, 196, 201, II, e 203, I, todos da Constituição Federal); violaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art. 1º, III e IV, da CF) e o objetivo fundamental da República de erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III, da CF); desprestigiaria a valorização do trabalho humano e não asseguraria a existência digna (art. 170 da CF); afrontaria a ordem social brasileira e o primado do trabalho, bem-estar e justiça sociais (art. 193 da CF); e vulneraria o direito ao meio ambiente do trabalho equilibrado (art. 225 da CF). Além dos preceitos constitucionais citados, aponta violação do princípio da proibição do retrocesso social”. A PGR opinou pela concessão da medida liminar e procedência do pedido, sustentando que as normas em análise padecem de inconstitucionalidade material, asseverando “o caráter concretizador de direitos fundamentais da medida consistente na vedação do trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres em qualquer grau”. De fato, a redação do artigo 394-A trazida pela Reforma Trabalhista legitimou a regra de exposição ao risco, dificultando para as gestantes e nascituros a proteção integral assegurada constitucionalmente. No julgamento final, somente o ministro Marco Aurélio Melo ficou vencido, votando pela constitucionalidade da norma. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE IX – REFLEXOS SALARIAIS DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE O adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os fins legais, exceto para cálculo do RSR, pois é pago mensalmente - OJ 103 SDI-I. OJ 103 SDI-I: “O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados”. Súmula 139 TST: “Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais”. X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES Artigo 60, caput, CLT: “Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim”. Artigo 60, parágrafo único, CLT: “Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso”. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES Havia uma Súmula, 349,que autorizava compensação de jornada em atividades insalubres em caso de fixação por meio de negociação coletiva. Essa súmula foi cancelada em 2011. Súmula 349 TST: “A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”. SÚMULA CANCELADA EMMAIO 2011. Súmula 85, VI, TST: “Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT”. ITEM INSERIDO EM JUNHO DE 2016. PORTARIA Nº 702, DE 28 DE MAIO DE 2015 do TEM - Prorrogação de jornada em atividade insalubre. O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do art. 87 da Constituição Federal e considerando o disposto no art. 60 da CLT, resolve: “Art 1º - Nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações de jornada só poderão ser praticadas mediante autorização da chefia da unidade de segurança e saúde no trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego correspondente. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Art. 2º O pedido de autorização para a prorrogação de jornada em atividade insalubre deverá ser apresentado com as seguintes informações: a) identificação do empregador e do estabelecimento, contendo razão social, CNPJ, endereço, CNAE e número de empregados; b) indicação das funções, setores e turnos cuja jornada será prorrogada, com o número de empregados alcançados pela prorrogação; c) descrição da jornada de trabalho ordinária e a indicação do tempo de prorrogação pretendido; e d) relação dos agentes insalubres, com identificação da fonte, nível ou concentração e descrição das medidas de controle adotadas. Art. 3º A análise do pedido deve considerar o possível impacto da prorrogação na saúde dos trabalhadores alcançados. Art. 4º O deferimento do pedido está condicionado ao atendimento dos seguintes requisitos: a) inexistência de infrações às Normas Regulamentadoras que possam comprometer a saúde ou a integridade física dos trabalhadores; b) adoção de sistema de pausas durante o trabalho, quando previstas em Norma Regulamentadora, e as condições em que são concedidas; c) rigoroso cumprimento dos intervalos previstos na legislação; e d) anuência da representação de trabalhadores, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Art. 5º Os pedidos de empregadores que apresentarem números elevados de acidentes ou doenças do trabalho devem ser indeferidos. Art. 6º Não será admitida prorrogação em atividades com exposição a agentes cuja caracterização da insalubridade se dá por meio de avaliação quantitativa, salvo em situações transitórias, por curto período de tempo e desde que sejam implementadas medidas adicionais de proteção do trabalhador contra a exposição ao agente nocivo. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Art. 7º A análise do pedido será feita por meio de análise documental e consulta aos sistemas de informação da inspeção do trabalho, referentes a ações fiscais anteriormente realizadas e, caso seja necessário, complementada por inspeção no estabelecimento do empregador. Art. 8º A validade da autorização será determinada pela autoridade que a conceder, nunca superior a 5 (cinco) anos. Art. 9º A autorização deve ser cancelada: I - sempre que for verificado o não atendimento às condições estabelecidas no art. 4º; II - quando ocorrer a situação prevista no art. 5º; ou III - em situação que gere impacto negativo à saúde do trabalhador. Art. 10 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES “HORAS EXTRAS. TRABALHADOR EXPOSTO A REGIME DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA EM ATIVIDADE INSALUBRE SEM LICENÇA PRÉVIA DAS AUTORIDADES COMPETENTES EM MATÉRIA DE HIGIENE DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 60 DA CLT. CANCELAMENTO DA SÚMULA 349 DO TST. (...) 3. Para a hipótese dos autos, embora o Tribunal Regional tenha registrado que o acordo de compensação ocorreu à revelia de autorização do Ministério do Trabalho e Emprego ante a insalubridade do trabalho, reconheceu a eficácia do acordo de compensação ajustado entre as partes. Contudo, a Corte Regional manteve o deferimento do pagamento do adicional por trabalho extraordinário sobre as horas IRREGULARMENTE destinadas à compensação semanal. Nesse esteio, o TRT decidiu em consonância com o entendimento desta Corte Superior do Trabalho. Indenes os artigos ditos violados e superada a divergência jurisprudencial colacionada, por óbice do art. 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e desprovido”. Processo: ARR - 20378-98.2015.5.04.0782. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019. “REGIME DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA EM ATIVIDADE INSALUBRE. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA. REDUÇÃO DOS RISCOS INERENTES À SEGURANÇA E À SÁUDE DO TRABALHADOR. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTS. 1º, III, 7º, VI, XIII, XIV, XXII, 170, "CAPUT" e 225. CONVENÇÃO 155 DA OIT. SÚMULA 85, VI/TST. DIREITO REVESTIDO DE INDISPONIBILIDADE ABSOLUTA. IMPOSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO. (...) Tampouco é o caso de pagamento apenas do adicional, pois o disposto na Súmula 85, IV/TST diz respeito à irregular compensação semanal, aplicável quando a invalidade do ajuste decorrer apenas da prestação de horas extras habituais ou do mero desatendimento às exigências legais, o que não é a hipótese dos autos, em que foi constatado o trabalho em atividade insalubre. Julgados desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido quanto ao tema”. Processo: RR - 588-54.2013.5.04.0021. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Mauricio Godinho Delgado. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES “RECURSO DE REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ATIVIDADE INSALUBRE. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. INVALIDADE. NEGÓCIO JURÍDICO NULO. ADICIONAL. (...) 3. A ineficácia do acordo de compensação decorre do descumprimento da norma de ordem pública de que trata o art. 60 da CLT e que está inscrita no âmbito do poder de polícia administrativo (CTN, art. 78), conferido pela ordem jurídica à União - Ministério do Trabalho e Emprego (CF, art. 21, XXIV c/c o art. 154 e seguintes da CLT). Considera-se nulo o ato jurídico quando praticado com preterição de solenidade que a lei considere essencial para a sua validade (art. 166, VI, do CCB) ou quando a lei taxativamente proibir-lhe a prática, embora sem cominar sanção (art. 166, VII, do CCB). Nesse sentido, o descumprimento do requisito legal para a prorrogação da jornada, em atividade insalubre, encerra nulidade absoluta do negócio jurídico celebrado, afastando a possibilidade de restrição da condenação apenas ao adicional para as horas excedentes da oitava diária, destinadas à compensação da jornada semanal. Acrescente-se, por oportuno, que a hipótese dos autos - ineficácia do ajuste de prorrogação e compensação previsto em norma coletiva e não submetido à prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (art. 60 da CLT) - não foi considerada por esta Corte, por ocasião dos precedentes que deram origem ao item IV da Súmula 85 do TST. Recurso de revista conhecido e provido”. RR - 24853-59.2016.5.24.0086 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento: 21/03/2018, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/03/2018. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE XI – TRABALHAR EM CONDIÇÕES INSALUBRES SEM PERCEPÇÃO DO ADICIONAL GERA DIREITO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS? “DANOS MORAIS.DESCUMPRIMENTO DE NORMA TRABALHISTA. PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS. ATIVIDADES INSALUBRES. Hipótese em que o Tribunal Regional concluiu que o descumprimento de normas trabalhistas, relativas à prestação de horas extras em condições de trabalho insalubres, POR SI SÓ, não é suficiente para ensejar a indenização por danos morais postulada. De fato, para a caracterização do dever de reparação, devem estar presentes a conduta ilícita, o dano e o nexo de causalidade entre o ato ilícito e o prejuízo sofrido. Todavia, a partir dos fatos expostos no acórdão recorrido, insuscetíveis de reexame nesta esfera recursal, nos termos da Súmula 126/TST, não se há falar em indenização por danos morais porque não há notícia do efetivo dano extrapatrimonial experimentado pelo substituído. Agravo de instrumento a que se nega provimento”. Processo: AIRR - 567-75.2016.5.14.0092. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019. . https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E não receber EPI’s? Notícias TST 25.01.2018: REPOSITORA DE CONGELADOS TEM DIREITO A REPARAÇÃO POR TRABALHAR EM AMBIENTE FRIO SEM PROTEÇÃO. A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho não admitiu recurso do Frigorífico Kinka Régis Ltda., microempresa de Vila Velha (ES), contra decisão que a condenou a pagar indenização a uma empregada que trabalhou em ambiente frio por quatro anos sem que a empresa fornecesse o equipamento de proteção individual (EPI) necessário. A indenização, fixada nas instâncias anteriores, é de R$ 15 mil. A empregada era repositora de produtos congelados em diversos supermercados da Grande Vitória. Na reclamação trabalhista, contou que os produtos do frigorífico ficavam armazenados nas câmeras frias dos supermercados, de onde ela retirava o estoque a ser reposto nos freezers em cada estabelecimento comercial. A prova pericial confirmou que a repositora trabalhava em ambiente insalubre sem a proteção adequada, o que gerou não só o pagamento de adicional de insalubridade mas também a indenização por dano moral. O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) manteve a sentença, considerando que o frigorífico violou direito da personalidade da empregada ao permitir o trabalho em circunstâncias desconfortáveis. No recurso ao TST, a empresa alegou que o trabalho em ambiente insalubre gera, no máximo, direito ao adicional respectivo, e não indenização por dano moral. Ao examinar o mérito do caso, o relator, ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, considerou correta a indenização por estar evidenciada “a angústia e abalo moral experimentados pela empregada que ficou desemparada, sendo obrigada a trabalhar em ambiente frio sem o fornecimento de equipamento de proteção individual necessário”. Para o relator, a lesão a direito da personalidade no caso é presumida pelo próprio ato ilícito. Por unanimidade, a Oitava Turma negou provimento ao recurso da empresa, que em seguida opôs embargos declaratórios, que estão à disposição do relator para exame. Processo: RR-145400-23.2012.5.17.0003”. . http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?conscsjt=&numeroTst=145400&digitoTst=23&anoTst=2012&orgaoTst=5&tribunalTst=17&varaTst=0003&consulta=Consultar REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE I – INTRODUÇÃO E PREVISÃO LEGAL Enquanto o adicional de insalubridade visa compensar o trabalho em condições de danos concretos à saúde do empregado, o adicional de periculosidade visa compensar o trabalho em condições de risco à vida. Está regulamentado nos artigos 193 ao 197 da CLT. Tem como destinatários os empregados urbanos, rurais e avulsos, conforme Artigo 7º, XXXIV, CF. É parcela de natureza salarial, na modalidade de salário condição. Logo, seu pagamento somente se justifica quando e enquanto houver trabalho em condição perigosa. Por este motivo não viola o princípio da irredutibilidade salarial a supressão do adicional quando neutralizados ou eliminados os agentes perigosos, independentemente do tempo em que determinado vinha recebendo o pagamento – Artigo 194 CLT. As atividades ou operações perigosas, definidas em regulamentação aprovada pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia (artigo 193 CLT), são aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho expõem os empregados a agentes inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou violência física nas atividades de vigilante (artigo 193 CLT). Nos itens abaixo estudaremos detalhadamente os detalhes e controvérsias sobre a matéria. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE II – PERCENTUAIS E BASE DE CÁLCULO O trabalho em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário base - Artigo 193, § 1º, CLT. Artigo 193, § 1º, CLT: “O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”. Coerente com esse Artigo a Súmula 70 TST não autorizou a repercussão do adicional de periculosidade sobre gratificação ou adicional por tempo de serviço (triênios) conferidos pela Petrobrás aos seus empregados: Súmula 70 TST: “O adicional de periculosidade não incide sobre os triênios pagos pela Petrobras”. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 1 – PECULIARIDADE DOS ELETRICITÁRIOS A lei 7.369/85 previa que o eletricitário vai ter como base de cálculo o “salário que perceber”. O TST interpretava a expressão “salário que perceber” como sendo a base de cálculo como “parcelas de natureza salarial-remuneração”. Contudo essa lei foi revogada expressamente pela Lei 12.740/12, que também alterou a redação do Artigo 193 da CLT. Desse modo, a partir da mencionada Lei 12.740/2012, também os eletricitários passaram a ser regidos pelas disposições constantes da CLT, devendo o adicional de periculosidade ser calculado, tão somente, sobre o salário base. O TST, para beneficiar o empregado, entende a lei 12.740/2012 só se aplica para os contratos de trabalho iniciados na sua vigência e não para os contratos em curso (ao contrário da interpretação dada ao aviso prévio, por exemplo) e por esse motivo terão base de cálculo ainda majorada, enquanto que os novos terão como base de cálculo somente o salário base. Súmula 191 TST: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO. I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT”. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 1 – PECULIARIDADE DOS ELETRICITÁRIOS Por fim, ainda sobre a Lei 12.740/2012, pende de julgamento no STF a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5013), ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), contra o artigo 3º da Lei, que revogou dispositivo que garantia aos trabalhadores eletricitários o adicional de periculosidade no percentual de 30% sobre a remuneração, e não apenas sobre o salário-base, como as demais categorias. O relator da ação é o ministro Edson Fachin. O último andamento do processo é no sentido de que o feito está concluso com o relator desde 05.10.2017. Na referida ADIN já há parecerdo PGR, datado de maio de 2014, na época o Sr. Rodrigo Janot. O parecer é no sentido de que a Lei 12.740/2012, ao alterar a base de cálculo do adicional de periculosidade dos eletricitários, não atingiu o núcleo essencial do direito à proteção da saúde e da segurança do trabalhador e do direito ao adicional. Isso porque houve mera alteração da forma de cálculo da parcela, sem a supressão desse direito, que, agora, está regulamentado de maneira uniforme para todas as categorias alcançadas. Por esse motivo, não há que se falar em violação ao princípio da vedação do retrocesso social e ao caput do art. 7º da Constituição da República, uma vez que a redução da base de cálculo não atinge o núcleo essencial dos direitos assegurados pelo art. 7º, XXII e XIII, da Carta Magna. Concordamos com o referido parecer, na medida em que somente haveria retrocesso social vedado constitucionalmente se a lei suprimisse o adicional de periculosidade como direito dos empregados em geral. Contudo, não é o que ocorre no caso, já que a Lei 12.740/2012 somente regula o adicional de periculosidade de maneira isonômica em relação a todas as categorias. Ademais, a CRFB, ao reconhecer o adicional de remuneração para atividades perigosas, pretendeu assegurar a natureza salarial da parcela e não determinar como base de cálculo a remuneração do trabalhador. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE III – AGENTES PERIGOSOS 1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS É regulamentado pela NR 16, nos anexos 1 e 2. Como exemplos de explosivos temos os fogos de artifício e a pólvora. De acordo com a NR 16, é devido o pagamento do adicional quando há armazenamento, transporte, detonação e manuseio de tais agentes. Como exemplos de inflamáveis temos os combustíveis líquidos ou gasosos. De acordo com a NR 16, é devido o pagamento do adicional quando há armazenamento, transporte, produção e contato com tais agentes. Dependendo da situação específica, o pagamento do adicional pode ser devido tanto a todos os trabalhadores envolvidos nas atividades perigosas, como também somente aos trabalhadores que permaneçam na área de risco, independentemente de estarem envolvidos com a atividade perigosa. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE III – AGENTES PERIGOSOS 1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS A – CONSTRUÇÃO VERTICAL Na análise sobre o direito ao pagamento do adicional de periculosidade é necessário considerar o volume e quantidade dos agentes perigosos inflamáveis ou explosivos, bem como o tipo de embalagem em que acondicionado o agente de risco. Logo, é possível que um trabalhador exerça suas atividades no mesmo andar em que há o armazenamento de inflamáveis explosivos e não ter direito ao pagamento do adicional de periculosidade. Contudo, também é possível que o trabalhador exerça suas atividades em andar diverso e distante do local de armazenamento, e ter direito ao pagamento do adicional. No mesmo sentido a OJ 385 da SDI-I do TST. OJ 385 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical”. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE III – AGENTES PERIGOSOS 1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS A – CONSTRUÇÃO VERTICAL “AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O Tribunal Regional, soberano no exame das provas colacionadas aos autos, consignou que o laudo pericial e os esclarecimentos do perito demonstraram que a reclamante laborava em condições perigosas em razão do armazenamento de líquidos inflamáveis em no subsolo do prédio (construção vertical), cuja edificação continha cinco reservatórios de óleo diesel, com capacidade para 960 litros. Nessa seara, concluiu aquele Tribunal que o armazenamento do combustível não era compatível com o disposto na norma regulamentadora (NR-16, alínea "s" do item 3) e que a área de risco abrangia a totalidade da edificação vertical. Decisão regional em consonância com a OJ nº 385 da SDI-1/TST. Agravo de instrumento conhecido e não provido”. Processo: AIRR - 1000133-55.2016.5.02.0043. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Dora Maria Da Costa. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE A – CONSTRUÇÃO VERTICAL Informativo 153 do TST – 14 de fevereiro a 06 de março de 2017: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ARMAZENAMENTO DE INFLAMÁVEIS. TRABALHO EM RECINTO FECHADO. RELAÇÃO DIRETA COM O VOLUME DO LÍQUIDO E COM O TIPO DE EMBALAGEM EM QUE ACONDICIONADO O AGENTE DE RISCO. ANEXO 2, ITEM 4, QUADRO I, DA NR-16 DA PORTARIA Nº 3.214/78 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. Nos termos do Anexo 2, item 4, Quadro I, da NR-16 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho, não gera direito ao adicional de periculosidade o labor prestado em recinto fechado em que há armazenamento de líquido inflamável acondicionado em tambores ou bombonas de aço, alumínio, outros metais ou plástico, com capacidade entre 60 e até 250 litros. Conclui-se, portanto, que A CONCESSÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE GUARDA RELAÇÃO DIRETA COM O VOLUME DO LÍQUIDO E COM O TIPO DE EMBALAGEM EM QUE ACONDICIONADO O AGENTE DE RISCO. Sob esses fundamentos, e tendo em conta que, na espécie, a reclamante, professora de física, executa parte de suas atividades em laboratório em que há pequena quantidade de líquidos inflamáveis armazenados (27 litros), a SBDII, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para restabelecer o acórdão do Regional no tocante à declaração de improcedência do pedido relativo ao pagamento de adicional de periculosidade. Vencidos os Ministros Cláudio Mascarenhas Brandão, José Roberto Freire Pimenta e Alexandre Agra Belmonte. TST-E-RR-970-73.2010.5.04.0014, SBDI- I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 16.2.2017 (*No mesmo sentido, TST-E-RR-125200-41.2007.5.02.0050, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 16.2.2017)”. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B – MOTORISTAS QUE ABASTECEM x MOTORISTAS QUE ACOMPANHAM O ABASTECIMENTO Nas hipóteses em que o motorista se atém a acompanhar o abastecimento do veículo realizado por outrem, é indevido o adicional de periculosidade, pois a alínea “m” do Quadro 1 do Anexo 2 da NR 16 do Ministério do Trabalho, ao declarar como perigosa a atividades realizadas "na operação em postos de serviço de bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos", faz expressa menção ao "operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco". Súmula 39 TST: “Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade”. Entendimento em sentido contrário levaria ao reconhecimento do direito ao adicional de periculosidade a todos os motoristas, indiscriminadamente. “AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E REFLEXOS. MOTORISTA. EMPREGADO QUE APENAS ACOMPANHA O ABASTECIMENTO DO VEÍCULO CONDUZIDO. VERBA INDEVIDA. Esta Corte Superior, na esteira da NR 16, que define como perigosa a atividade em contato direto do trabalhador (operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco) com o inflamável líquido, no momento do abastecimento do veículo, vem afastando o direito ao adicional de periculosidade àquele empregado que apenas acompanha o abastecimento do veículo da empresa, ainda que permaneça na área de risco do operador da bomba. Precedentes. Logo, na esteira da atual, notória e iterativajurisprudência do c. TST, não faz jus o autor ao adicional de periculosidade e reflexos. Agravo de instrumento conhecido e desprovido”. Processo: AIRR - 11428-63.2015.5.15.0081. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA DE ÔNIBUS INTERESTADUAL. ACOMPANHAMENTO DE ABASTECIMENTO DO VEÍCULO. PAGAMENTO INDEVIDO. O Tribunal Regional manteve a sentença que julgou improcedente o pedido de pagamento de adicional de periculosidade consignando que a permanência do reclamante em área de risco durante abastecimento do ônibus interestadual em que realizava seu trabalho era por tempo extremamente reduzido e eventual, atraindo a incidência da Súmula 364 do TST. A jurisprudência prevalecente da SBDI-1 e entre as Turmas do TST é no sentido de que não faz jus ao pagamento de adicional de periculosidade o empregado que acompanha o abastecimento do veículo por ele conduzido porque não há contato direto com inflamável, em condições de risco acentuado, nos moldes exigidos no art. 193 da CLT e na NR 16 do Ministério do Trabalho. Precedentes da SBDI-1 e de Turmas. Óbice da Súmula 333 do TST. Recurso de revista não conhecido”. Processo: RR - 462-43.2014.5.03.0135. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019. “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. A jurisprudência da SBDI-I deste Tribunal Superior firmou o entendimento de que o motorista que apenas acompanha o abastecimento de veículo realizado por um terceiro não possui direito ao adicional de periculosidade. No caso concreto, o Tribunal de origem deferiu o pagamento do adicional de periculosidade, por entender que o reclamante, ao acompanhar o abastecimento da pá carregadeira que dirigia e verificar os seus níveis de água e óleo, se expunha à área de risco. Logo, a decisão regional encontra-se em desconformidade com a jurisprudência assente desta Corte Superior. Recurso de revista conhecido e provido”. Processo: RR - 206- 02.2011.5.15.0029. Órgão Judicante: 6ª Turma. Relator: Augusto César Leite De Carvalho. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Notícias TST 07.03.2019: “PERMANÊNCIA EM TRATOR DURANTE ABASTECIMENTO NÃO CARACTERIZA PERICULOSIDADE. A Segunda Turma (...) Com base no laudo pericial, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP) manteve a sentença que condenou a empresa ao pagamento do adicional de periculosidade em razão da permanência do empregado no veículo durante o abastecimento, por considerar que ele ficava exposto a situação de risco. Risco eventual: (...) Segundo a relatora que analisou o recurso, ministra Maria Helena Mallmann, para o Tribunal, apenas o acompanhamento do abastecimento do veículo não gera direito ao adicional de periculosidade. A ministra explicou que o Quadro 3 do Anexo 2 da Norma Regulamentadora 16 do extinto Ministério do Trabalho, ao estabelecer as atividades perigosas realizadas na operação em postos de bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos, não contemplou o empregado que acompanha o abastecimento do veículo por terceiro, como no caso. A decisão foi unânime. Processo: RR-381-79.2010.5.15.0142”. Notícias TST 15.01.2019: “Instrutor de frentista vai receber adicional de periculosidade. Ele realizava até seis abastecimentos mensais. (...) Para a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, o tempo gasto no abastecimento não era "extremamente reduzido", o que afastaria o direito à parcela, nos termos da Súmula 364, item I, do TST. (...) No exame do recurso de revista, a Primeira Turma ressaltou que, de acordo com a jurisprudência do TST, o fato de acompanhar o abastecimento do veículo não garante ao empregado o pagamento do adicional de periculosidade. Para isso, é necessário que ele efetivamente realize o abastecimento de forma habitual. De acordo com o TRT, o instrutor realizava de um a dois abastecimentos por treinamento, que ocorriam duas ou três vezes por mês. Dessa forma, ele executava até seis abastecimentos mensais, o que, para a Turma, configura habitualidade e intermitência suficientes para garantir o pagamento do adicional. A decisão foi unânime. Processo:RR-10643-32.2015.5.03.0018”. http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do;jsessionid=152B1F99227F3526DAB5127C5BDA0629.vm153?conscsjt=&numeroTst=381&digitoTst=79&anoTst=2010&orgaoTst=5&tribunalTst=15&varaTst=0142&consulta=Consultar http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do;jsessionid=4F4F4129EA6AEA5BED50BCF8136B6E05.vm153?conscsjt=&numeroTst=10643&digitoTst=32&anoTst=2015&orgaoTst=5&tribunalTst=03&varaTst=0018&consulta=Consultar DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE C – MOTORISTAS QUE TRANSPORTAM A NR 16 disciplina no item 16.6 que é devido o pagamento do adicional de periculosidade nas operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel. As exceções que a NR traz ao pagamento do adicional de periculosidade são: (i) o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 litros para os inflamáveis líquidos e 135 quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos e (ii) o transporte de inflamáveis contidos nos tanques de consumo próprio dos veículos. Ao interpretar a NR, o TST entende que as exceções da NR devem ser lidas em conjunto. Nesse sentido, caso o tanque de consumo próprio ultrapasse 200 litros, independentemente de ser original de fábrica ou adaptado posteriormente ao veículo, será devido o pagamento do adicional, pois é situação equiparada ao transporte de inflamável. “RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.MOTORISTA DE CAMINHÃO. CONDUÇÃO DE VEÍCULO COM TANQUE DE COMBUSTÍVEL SUPLEMENTAR. O Eg. Tribunal Regional indeferiu o pedido de adicional de periculosidade por entender que o trabalho desenvolvido pelo reclamante não estava sob condição de risco, embora tenha registrado que o empregado conduzia caminhão com 02 tanques de combustíveis ORIGINAIS com capacidade para 720 (400 + 320) litros de óleo diesel, ADICIONADO À CARRETA FRIGORÍFICA DOTADA DE RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL COM CAPACIDADE PARA 220 LITROS DE ÓLEO DIESEL. A SbDI-1 do C. TST firmou posicionamento no sentido de que o transporte de tanque suplementar de combustível, em quantidade superior a 200 litros, ainda que utilizado para abastecimento do próprio veículo, gera direito ao recebimento do adicional de periculosidade, por equiparar-se ao transporte de inflamável, nos termos da NR-16 da Portaria nº 3.214/78 do MTE, item 16.6. Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento”. Processo: ARR - 20125-16.2016.5.04.0802. Órgão Judicante: 6ª Turma. Relatora: Cilene Ferreira Amaro Santos. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE “RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELAS LEIS Nº 13.015/2014 E 13.105/2015. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA DE CAMINHÃO. CONDUÇÃO DE VEÍCULO COM TANQUES DE COMBUSTÍVEL ORIGINAIS DE FÁBRICA. TANQUE EXTRA COM CAPACIDADE SUPERIOR A 200 LITROS. EQUIPARAÇÃO A TRANSPORTE DE INFLAMÁVEL. (...) 2. Esta Corte, interpretando a NR 16 do Ministério do Trabalho e Emprego, decidiu que é devido o adicional de periculosidade ao motorista que conduz veículo equipado com tanque de combustível suplementar, em quantidade superior a 200 litros, ainda que utilizado para o próprio consumo. 3. A Resolução nº 181/2005 do Conselho Nacional de Trânsito disciplina a instalação de múltiplos tanques, tanque suplementar e a alteração da capacidade do tanque original de combustível líquido em veículos. No "caput" do art. 1º, conceitua "tanquesuplementar" como o reservatório ulteriormente instalado no veículo, após seu registro e licenciamento, para o uso de combustível líquido destinado à sua propulsão ou operação de seus equipamentos especializados. 4. No entanto, o item 16.6 da NR 16 não faz distinção sobre a natureza dos tanques utilizados para o transporte de inflamável, se originais de fábrica, suplementares ou com capacidade alterada. Afirma apenas a existência de condição de periculosidade, nas operações de transporte de inflamáveis líquidos, acima do limite de 200 litros. Sob tal constatação, não há como entender-se que o subitem 16.6.1 da NR 16 excluiria a situação de periculosidade na hipótese ora analisada, pelo mero fato de que os tanques servem ao consumo do respectivo veículo, independentemente da capacidade total dos reservatórios principal e extra. (...) 6. Na esteira da jurisprudência desta Corte, o adicional de periculosidade é devido, em razão do simples fato de o veículo possuir um segundo tanque, extra ou reserva, com capacidade superior a 200 litros, mesmo para consumo próprio, conforme o item 16.6 da NR 16, de forma que não se aplica a exceção descrita no subitem 16.6.1. Assim, mostra-se indiferente se o combustível é armazenado em tanques originais de fábrica, suplementares ou alterados para ampliar a capacidade do tanque original, pois o que submete o motorista à situação de risco, equiparada ao transporte de inflamável, é a capacidade volumétrica total dos tanques, acima de 200 litros, nos termos do art. 193, I, da CLT e do item 16.6 da NR 16. Precedentes. Óbice no art. 894, § 2º, da CLT. Recurso de embargos conhecido e desprovido”. Processo E-RR - 50-74.2015.5.04.0871, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 18/10/2018, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 26/10/2018. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Informativo 113 TST – 04 a 17 de agosto de 2015: “Adicional de periculosidade. Transporte de combustível inflamável. Tanque reserva para consumo próprio. Armazenamento superior ao limite mínimo estabelecido na NR-16 da Portaria nº 3.214/1978 do Ministério do Trabalho. Adicional devido. O armazenamento de combustível em tanque reserva de caminhão, se, somada à capacidade do tanque principal, ultrapassar os limites mínimos estabelecidos na NR 16 da Portaria nº 3.214/1978 do Ministério do Trabalho (200 litros), gera direito ao pagamento de adicional de periculosidade ao empregado condutor do veículo. No caso, entendeu- se que a situação descrita nos autos não se equipara à exceção contida no item 16.6.1 da NR 16, segundo o qual “as quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão consideradas para efeito desta norma”, porquanto comprovado que o reclamante, no exercício da função de motorista de caminhão, transportava cerca de 1.250 litros de combustível inflamável, somadas as quantidades presentes no tanque principal e no tanque suplementar. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por maioria, vencido o Ministro Antonio José de Barros Levenhagen, conheceu dos embargos interpostos pelo reclamante, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para julgar procedente o pedido de pagamento do adicional de periculosidade, com os reflexos postulados nas prestações contratuais vinculadas ao salário, vencidos os Ministros Aloysio Corrêa da Veiga, Renato de Lacerda Paiva, Guilherme Augusto Caputo Bastos e Alexandre de Souza Agra Belmonte. TST-E-RR-981- 70.2011.5.23.0004, SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 6.8.2015”. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS A NR-16 distinguiu expressamente as atividades de "reabastecimento de aeronaves" das de "postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos", em que pese ambas envolverem combustíveis. Na atividade de "reabastecimento de aeronaves", é devido o adicional para todos os trabalhadores que operam, transitam, laboram, na área de risco, independentemente de trabalharem abastecendo ou não. Já na atividade de “postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos” é devido o adicional somente aos operadores de bomba e empregados que tenham contato direto com o inflamável. Logo, quando há o reabastecimento de aeronaves, independentemente de o trabalhador ser aeronauta ou aeroviário, o que define o direito ao pagamento do adicional é o local em que ele fica no momento do abastecimento da aeronave, independentemente de participar diretamente do abastecimento. Se o trabalhador permanece na área de risco no momento do abastecimento, há o direito à percepção do adicional. O adicional é devido ainda que o trabalhador fique de forma intermitente na área de risco – Súmula 364 TST. Contudo, se o trabalhador fica fora da área de risco (por exemplo, a bordo da aeronave), não há o direito à percepção do adicional. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS Súmula 447 TST: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO DURANTE O ABASTECIMENTO DA AERONAVE. INDEVIDO. Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, ”c”, da NR 16 doMT”. “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA EM AREA DE RISCO. No caso dos autos, ficou consignado que "o Reclamante, nas atividades realizadas durante o procedimento de abastecimento das aeronaves que eram realizados pelo operador do caminhão tanque, permanecia dentro de Área de Risco por Inflamáveis Líquidos até o período de 04/2016, sendo tais atividades enquadradas como periculosas, nos termos da NR-16, Quadro de Atividade, item 1, letra ' c' e Quadro de Atividade x Área de Risco, item 3, letra 'g'". (...) A Norma Regulamentadora 16 da Portaria do Ministério do Trabalho 3.214/78, por sua vez, dispõe, no item I, "c", do Anexo 2, que "são consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas nos postos de reabastecimento de aeronaves", sendo devido o respectivo adicional a "todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco". O item 3 do mesmo Anexo trata das áreas de risco, e, na letra "g", dispõe que é considerada de risco, quanto ao abastecimento de aeronaves, toda a área de operação. É entendimento desta Corte ser devido o adicional de periculosidade aos empregados que exercem suas atividades na área de abastecimento de aeronaves, excluindo-se aqueles que permanecem a bordo durante o período de abastecimento, como os pilotos e comissários de bordo. Nesse contexto, fazem jus ao adicional de periculosidade os trabalhadores que operem na área de risco, ou seja, aqueles que, no desempenho de suas atividades, transitem ou permaneçam naquele espaço, ainda que não laborem diretamente com o reabastecimento das aeronaves. Agravo desprovido”. Processo: Ag-AIRR - 11618- 13.2016.5.03.0182. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relator: José Roberto Freire Pimenta. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 17/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PILOTO. ACOMPANHAMENTO DO ABASTECIMENTO DA AERONAVE. NÃO PROVIMENTO. A Súmula nº 447 preconiza que (...). Examinando os precedentes que deram origem ao supracitado verbete jurisprudencial, em especial o E-ED-RR- 7559700-57.2003.5.02.0900, da relatoria do e. Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, publicado no DEJT 14.11.2008, esta Corte Superior concluiu que os empregados que transitam na área de risco fazem jus ao adicional de periculosidade, excluindo-se, apenas, os que permanecemno interior das aeronaves. Isso porque, nos termos do Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE, referido no supracitado verbete jurisprudencial, todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco têm direito ao adicional de periculosidade. De igual modo, o item 3, "g" do Anexo 2 da referida NR prevê que toda a área de operação, para fins de abastecimento de aeronaves, é considerada de risco. No referido julgado foi consignado, ainda, que o "adicional seria devido, p. ex., na hipótese em que o piloto de aeronave de pequeno porte, ao supervisionar o abastecimento do avião, expõe-se ao risco, já que fica na área assim considerada". Na hipótese, o Tribunal Regional reconheceu o direito do reclamante ao adicional de periculosidade, ao constatar que a exposição do reclamante ao risco decorria do fato de o reclamante acompanhar o abastecimento a bordo ou ao lado da aeronave. Isso porque foi constatado que o reclamante, durante o abastecimento nas viagens, sempre permanecia ao lado da aeronave, por se tratar de atribuição sua. Registrou que esse permanecia a bordo da aeronave apenas na cidade de São Paulo. Nesse contexto, ainda que em determinadas situações o reclamante permanecesse a bordo da aeronave, é inconteste que ele acompanhava o abastecimento ao lado da aeronave, na área de risco, cujo contato se dava, no mínimo, de forma intermitente - premissa contida no acórdão regional. Assim, não há falar em contrariedade à Súmula nº 447, tampouco em afronta ao artigo 193 da CLT. Agravo a que se nega provimento”. Processo: Ag-AIRR - 145400-41.2008.5.02.0048. Órgão Judicante: 4ª Turma. Relator: Guilherme Augusto Caputo Bastos. Julgamento: 24/10/2018. Publicação: 26/10/2018. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS Informativo 182 do TST – 13 a 27 de agosto de 2018: “Adicional de insalubridade. Piloto de helicóptero que acompanhava o abastecimento da aeronave. Contato intermitente. Adicional devido. É devido o adicional de periculosidade ao piloto de helicóptero que acompanhava o abastecimento da aeronave até oito vezes por semana, por quatro minutos, pois configurado o contato intermitente com o agente de risco. Na hipótese, a decisão recorrida registrou que a exposição do autor a inflamáveis não podia ser considerada fortuita ou por tempo extremamente reduzido, pois fazia parte de sua rotina. Assim, ausente a contrariedade à Súmula nº 364 do TST, a SBDI-I, por unanimidade, não conheceu dos embargos do reclamado. TST-E-ED-RR-1763-44.2012.5.02.0031, SBDI-I, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 23.8.2018”. Notícias TST 02.03.2017: “COPILOTO DA TAM VAI RECEBER ADICIONAL DE PERICULOSIDADE POR ABASTECIMENTO DA AERONAVE. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso da Tam Linhas Aéreas S.A. contra condenação ao pagamento do adicional de periculosidade a um copiloto que, durante o abastecimento da aeronave, permanecia em área de risco acentuado, de maneira intermitente e não eventual. Ora ele permanecia na cabine da aeronave, ora na área externa, acompanhando o procedimento de abastecimento. A condenação imposta na sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). (...).O recurso foi analisado pelo ministro Walmir Oliveira da Costa, que assinalou que não há controvérsia quanto ao fato de que, como copiloto, durante os seis procedimentos de abastecimento que ocorriam por dia, por vezes cabia ao trabalhador acompanhar o abastecimento junto à aeronave, na área de risco. Assim, a decisão do TRT está de acordo com os dispositivos legais e constitucionais que regem a matéria, e não contraria a Súmula 364 do TST, que exclui a incidência do adicional apenas quando o contato com o risco é eventual. A decisão foi unânime. Processo: RR-278300-07.2005.5.02.0011”. http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?conscsjt=&numeroTst=278300&digitoTst=07&anoTst=2005&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0011&consulta=Consultar REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 2 – ENERGIA ELÉTRICA Originalmente a lei 7.369/85 conferia o adicional de periculosidade para empregados que exerçam atividade no setor de energia elétrica, com sistema elétrico de potência, em condições de risco. Contudo, como vimos no item sobre a base de cálculo, referida lei foi revogada expressamente pela lei 12.740/2012, que alterou a redação do Artigo 193 da CLT. Artigo 193, I, CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica”. Atualmente a NR 16, no anexo 4, regulamenta as situações de risco. A título exemplificativo, têm direito ao pagamento do adicional de periculosidade (i) os trabalhadores que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em alta tensão, (ii) alguns trabalhadores que que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em baixa tensão, no sistema elétrico de consumo – SEC e (iii) trabalhadores das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência - SEP, bem como suas contratadas, em conformidade com as atividades e respectivas áreas de risco. No mesmo sentido as OJ’s 324 e 347 da SDI-I. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 2 – ENERGIA ELÉTRICA OJ 324 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º. É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica”. OJ 347 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985, REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE 14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CABISTAS, INSTALADORES E REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE TELEFONIA. É devido o adicional de periculosidade aos empregados cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício de suas funções, fiquem expostos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico de potência”. No entanto, não é devido o pagamento do adicional nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em instalações ou equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de energização acidental, nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos alimentados por extrabaixa tensão e nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais como o uso de equipamentos elétricos energizados e os procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, desde que os materiais e equipamentos elétricos estejam em conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 2 – ENERGIA ELÉTRICA “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. PERMANÊNCIA EM PÁTIO DA SUBESTAÇÃO. ÁREA DE RISCO. Muito embora tenha o Regional desconsiderado o laudo pericial e entendido que, por não se ativar junto à rede elétrica, o Reclamante não faz jus ao adicional em comento, certo é que, nos termos da jurisprudência desta Corte, para o percebimento do adicional em tela não é exigível o enquadramento na categoria dos eletricitários, tampouco que as atividades desenvolvidas estejam relacionadas com serviços de manutenção no sistemaelétrico de potência. Constatado pelo perito que o autor desenvolvia suas atividades em área de risco, é devido o adicional de periculosidade. Recurso provido para restabelecer a sentença no particular. Recurso de revista conhecido e provido”. Processo: RR - 238500- 75.2009.5.02.0384. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 27/02/2019. Publicação: 01/03/2019. Com a devida vênia, não concordamos com a conclusão acima. Ademais, o caso acima não necessariamente representa a jurisprudência majoritária do TST. Refere-se ao caso de um motorista terceirizado que atuava na subestação da CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a TB Serviços, Transporte, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda. O acórdão entendeu que o adicional é devido ainda que o empregado não atue diretamente na rede elétrica. O empregado, que transportava e aguardava as equipes de manutenção de linhas elétricas da CPTM, sustentou que estava exposto a riscos elétricos. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), com base na descrição das atividades executadas, concluiu que o simples fato de aguardar o pessoal no pátio da subestação não justifica a condenação ao adicional de periculosidade. No recurso de revista, o motorista argumentou que o Decreto 93.412/86 estabelece como área de risco geradora do adicional de periculosidade os “pátios e salas de operações de subestações, inclusive consumidoras”. Acrescentou ainda que o pedido diz respeito ao trabalho em área de risco, e não ao contato com energia elétrica. Contudo, o Decreto mencionado regulamenta a lei 7.369/85, já revogada, logo, revogado também o Decreto. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D93412.htm REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 3 – SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL Em 2012 foi inserido na CLT o inciso II do artigo 192 que prevê essa hipótese de pagamento do adicional. Artigo 193, II, CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a (...) II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”. Na mesma ocasião foi inserido o parágrafo terceiro que determina que: Artigo 193, § 3º, CLT: “Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo”. Essa previsão decorre do fato de que diversas normas coletivas da categoria dos vigilantes já previam o pagamento do adicional de risco de vida, que tem a mesma finalidade. O objetivo foi impedir o “bis in idem”, com a percepção de pagamento de parcelas com mesma natureza jurídica e finalidade. Para tanto foi editada a Portaria 1.885 de 02.12.2013, do extinto MTE, que regulamenta a concessão do adicional e reforça o entendimento do artigo 196 da CLT. Artigo 196 CLT: “Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11”. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE A – MOMENTO EM QUE O ADICIONAL PASSOU A SER DEVIDO No período entre a vigência do inciso II do Artigo 193 da CLT e a edição da Portaria 1.885/2013, qual seja lapso temporal entre 08.12.2012 e 02.12.2013, não é devido o pagamento do adicional, pois a lei restava pendente de regulamentação, conforme interpretação literal do caput do artigo 193 da CLT, quando menciona “na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego”. “III - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. TEMA ADMITIDO NA DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE. RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGILANTE. ART. 193, CAPUT E II, DA CLT. LEI Nº 12.740/2012. EFEITOS PECUNIÁRIOS A PARTIR DA REGULAMENTAÇÃO. PORTARIA Nº 1.885/2013 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Nos termos do caput do art. 193 da CLT, para a caracterização de uma atividade ou operação como perigosa, é indispensável a previsão em regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, embora a Lei nº 12.740/2012 tenha introduzido o inciso II ao art. 193 da CLT, reputando como atividade perigosa a exposição permanente do trabalhador a "roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial" , o adicional de periculosidade somente é devido a partir da regulamentação pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A matéria foi regulamentada pelo MTE na Norma Regulamentar nº 16 da Portaria nº 3.214/1978, conforme Anexo 3, incluído pela Portaria nº 1.885/2013, a qual foi publicada em 3/12/2013. Portanto, o adicional de periculosidade assegurado ao vigilante que labora exposto a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial somente é devido a partir de 3/12/2013, data da publicação da Portaria nº 1.885/2013 do MTE, que regulamentou o art. 193, II, da CLT. Recurso não conhecido”. Processo: ARR - 1001062-67.2013.5.02.0472. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE A – MOMENTO EM QUE O ADICIONAL PASSOU A SER DEVIDO Informativo 149 do TST – 08 a 21 de novembro de 2016: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGILANTE. APLICAÇÃO DO ART. 193, II, DA CLT. NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO. PORTARIA Nº 1885/13 DO MTE. O art. 193, caput, e inciso II, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 12.740/12, não tem aplicação imediata, pois não obstante estabeleça que a atividade desenvolvida por profissionais de segurança pessoal ou patrimonial seja perigosa, exige regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, conclui-se que o adicional de periculosidade é devido aos vigilantes somente a partir de 3.12.2013, data da publicação da Portaria nº 1885/13 do MTE, que aprovou o Anexo 3 da NR 16, regulamentando o art. 193, II, da CLT. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos do reclamante, e, no mérito, negou-lhes provimento. TST-E-RR-164-92.2014.5.04.0662, SBDI-I, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 10.11.2016”. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B – ATIVIDADES EM QUE ABRANGEM SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL De acordo com a Portaria 1.885/2013, somente é devido o adicional para (i) os vigilantes regulamentados pela Lei 7.102/83 e para os (ii) não vigilantes, desde que trabalhem em “instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos” e sejam contratados diretamente pela Administração Pública Direta ou Indireta. A Portaria 1.885/2013 é curta e traz o seguinte conteúdo ao anexo 3 da NR 16: “ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A ROUBOS OU OUTRAS ESPÉCIES DE VIOLÊNCIA FÍSICA NAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL. 1. As atividades ou operações que impliquem em exposição dos profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física são consideradas perigosas. 2. São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições: a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça, conforme lei 7.102/1983 e suas alterações posteriores. b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias,rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, CONTRATADOS DIRETAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU INDIRETA. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS “AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. RITO SUMARÍSSIMO. VIGIA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. (...) Com efeito, a decisão regional consignou que as tarefas do agravante eram típicas de vigia e controle de portaria, não se confundindo com aquelas de vigilância e segurança. Registra que o mesmo trabalha desarmado, e que sua atribuição é de mero controle interno de portaria, não se expondo a riscos e não se enquadrando no conceito de profissional de segurança pessoal ou patrimonial, conforme item 2 do Anexo 3 da NR 16 do MTE. (...) Agravo de instrumento a que se nega provimento”. Processo: AIRR - 10210-21.2016.5.03.0106. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019. “PROCESSO ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017. RECURSO DE REVISTA. VIGIA. ADICIONAL DEPERICULOSIDADE. INDEVIDO. A atividade de vigia não enseja o pagamento do adicional de periculosidade, porquanto não preenche as condições da NR-16, Anexo 3, itens 2 e 3, uma vez que não se enquadra na categoria dos vigilantes, disciplinada na Lei nº 7.102/1983, tampouco consiste em atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, porquanto, ao vigia, não se atribui o dever de atuar diretamente para obstar roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. Precedentes. Recurso de revista conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido”. Processo: RR - 20842-19.2016.5.04.0611. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS “II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/14 E DO NCPC - AGENTE DE CONTROLE - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE INDEVIDO. 1. O adicional de periculosidade é devido nas atividades ou operações que exponham os empregados a roubos ou outras espécies de violência física, desde que atendida uma das condições do item 2 do Anexo 3 da NR 16, a saber, o enquadramento do trabalhador como profissional de segurança pessoal ou patrimonial. 2. Nos autos, embora o Reclamante tenha requerido equiparação salarial com os agentes penitenciários que trabalhavam na localidade - pedido rechaçado -, a Eg. Corte de origem consignou que ele não exercia atividade de segurança armada. 3. Da descrição das atividades exercidas não é possível depreender que o trabalhador não prestava serviço de segurança privada, na forma prevista no art. 10 da Lei nº 7.102/83, situação que exigiria registro e autorização da empresa pelo Ministério da Justiça (art. 20). 4. O Autor realizava atividades não armadas de suporte à administração prisional. Não é possível, portanto, enquadrá-lo como profissional de segurança pessoal ou patrimonial para fins de percepção do adicional de periculosidade. Recurso de Revista conhecido e provido”. Processo: ARR - 1757- 31.2015.5.12.0006. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Julgamento: 03/04/2019. Publicação: 05/04/2019. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS “AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ESTABELECIMENTO PENITENCIÁRIO. ATIVIDADE PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL NÃO DEMONSTRADA. Segundo a regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (Anexo 3 da NR-16), constitui requisito para o reconhecimento do direito à periculosidade, pelo enquadramento no art. 193, II, da CLT, o exercício de atividade profissional de segurança pessoal ou patrimonial, sendo considerados nessa categoria os empregados que exercem atividade de segurança privada regulamentada pela Lei nº e os empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal de locais ou bens públicos, contratados pela Administração Pública direta ou indireta. No presente caso, não é possível extrair do acórdão recorrido que o reclamante no exercício de suas atividades, ministrando treinamento diário para montagem e fabricação de chuveiros aos detentos, desempenhava a atividade profissional de segurança pessoal ou patrimonial, nos termos do art. 193, II, da CLT e do Anexo 3 da NR-16. Agravo de instrumento conhecido e não provido”. Processo: AIRR - 1363-79.2016.5.12.0041. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Dora Maria Da Costa. Julgamento: 28/11/2018. Publicação: 30/11/2018. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. AGENTE DE CONTROLE EM PENITENCIÁRIA. ATIVIDADE NÃO INSERIDA NO ANEXO 3 DA PORTARIA Nº 1.885/2013 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. ATRIBUIÇÕES DISTINTAS DO AGENTE PENITENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA DE PORTE DE ARMA DE FOGO. NÃO ACOMPANHAMENTO DE PRESOS FORA DA UNIDADE PRISIONAL. (...) A Corte a quo, ao apreciar o tema relativo à equiparação salarial, consignou que, apesar de trabalhar na mesma unidade prisional, o autor não executava as mesmas atividades que os agentes penitenciários, porquanto declarou, em seu depoimento, que "não portava arma de fogo, apenas a tonfa; que não fazia acompanhamento de presos fora dos limites da unidade". Dessa forma, verifica-se que o reclamante não desempenhava as mesmas funções que os agentes prisionais, não portava arma de fogo, não fazia escolta a presos e não acompanhava os detentos fora da unidade prisional. Assim, de acordo com as premissas fáticas descritas, não há como concluir que o reclamante desempenhava atividade de segurança pessoal e patrimonial, nos termos do art. 193, II, da CLT e do Anexo 3 da NR-16. (...) Precedentes. Agravo de instrumento desprovido”. Processo: AIRR - 4651-85.2014.5.12.0047. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relator: José Roberto Freire Pimenta. Julgamento: 28/02/2018. Publicação: 02/03/2018. https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS “1 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. O Tribunal Regional manteve o indeferimento do pedido de pagamento do adicional de risco, ao fundamento de que o autor, trabalhando como ajudante de entregas, não se enquadrava em nenhuma das hipóteses do anexo 3 da NR-16. A decisão regional foi proferida em sintonia com a jurisprudência desta Corte Superior, firmada no sentido de que o adicional de periculosidade, de acordo com a nova redação do art. 193 da CLT, dada pela Lei 12.740/2012, está garantido apenas aos trabalhadores qualificados para exercer atividades de segurança pessoal ou patrimonial. Precedentes. Recurso de revista não conhecido”. Processo: RR - 1591-41.2015.5.06.0143. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Delaíde Miranda Arantes. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 17/05/2019. . https://jurisprudencia.tst.jus.br/#void REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 4 – TRABALHADOR EM MOTOCICLETA Incluído na CLT pela Lei 12.997/14 de 18.06.2014. Regulamentado pela Portaria do MTE 1.565 de 13.10.2014, a qual aprova o Anexo 5 da Norma Regulamentadora nº 16. Artigo 193, § 4º, CLT: “São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta”.