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DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
VI – NEUTRALIZAÇÃO PELA CONCESSÃO DE EPI´S
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: (i) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância; (ii) - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância – Artigo 191, caput, da CLT.
O artigo 194 da CLT determina que quando houver a total neutralização do agente insalubre, seja pela concessão de
EPI’s, seja pela adoção de medidas preventivas, o adicional de insalubridade não será devido, justamente pelo fato de
não haver dano a saúde.
Artigo 194 CLT: “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação
do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”.
Súmula 80 TST: “A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão
competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional”.
Súmula 289 TST: “O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do
adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre
as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”.
A recusa do empregado em utilizar o EPI pode, inclusive, ser considerada uma falta grave e motivar a sua dispensa por
justa causa (tema tratado no tópico sobre justa causa).
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VI – NEUTRALIZAÇÃO PELA CONCESSÃO DE EPI´S
“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O Tribunal Regional, amparado na prova pericial, consignou que a "prova constatou a inexistência de
insalubridade no local de trabalho, porque foi neutralizada pelo fornecimento regular dos equipamentos de proteção individual".
Inviável o processamento do apelo, pois para se concluir de forma distinta, seria imprescindível a reapreciação da prova coligida nos
autos, procedimento vedado em sede de recurso de revista, nos termos da Súmula 126 do TST”. Processo: AIRR - 1512-
38.2013.5.03.0039. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: MARIA HELENA MALLMANN. Julgamento: 22/05/2019. Publicação:
24/05/2019.
“RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. I - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RUÍDO. NEUTRALIZAÇÃO POR USO EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL. PERÍCIA TÉCNICA QUE ATESTA INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÃO INSALUBRE. AUSÊNCIA DE PROVA EM SENTIDO
CONTRÁRIO. (...) 2. No mesmo sentido, esta Corte Superior editou a Súmula 80, segundo a qual " a eliminação da insalubridade
mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo
adicional". (...) 6. Feita essa consideração, extrai-se do v. acórdão que, não obstante o laudo pericial ter concluído " pela não existência
de labor em condição insalubre por ter recebido EPI ", o Tribunal Regional entendeu que não houve neutralização do agente insalubre
"ruído", por inexistir notícia nos autos sobre o estado de conservação dos equipamentos e se havia higienização dos mesmos. 7.
Verifica-se que a conclusão da perícia técnica oficial foi de que não restou caracterizada a insalubridade. De outro lado, não houve
prova idônea a elidir o teor do laudo produzido. 8. O fundamento genérico de que "não há notícias sobre o estado de conservação
dos equipamentos e se havia correta higienização do s mesmos ", sem respaldo em qualquer elemento probatório constante dos
autos, não é suficiente para afastar a conclusão atestada no laudo pericial acerca da inexistência de labor em condição insalubre.
Precedentes. Recursos de revista de que se conhece e a que se dá provimento”. Processo: RR - 5900-63.2008.5.17.0008. Órgão
Judicante: 7ª Turma. Relator: ROBERTO NOBREGA DE ALMEIDA FILHO. Julgamento: 13/03/2019. Publicação: 05/04/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
VII – INTERMITÊNCIA DO TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES
O adicional é devido quando a exposição aos agentes insalubres ocorre de forma intermitente.
Não podemos confundir a expressão “exposição intermitente” como sinônimo de “exposição eventual”.
Intermitente é o oposto de contínuo, mas não é sinônimo de eventual. Eventual significa algo raro, esporádico. Já
intermitente significa algo frequente, contudo por poucos períodos de tempo/períodos de tempo espaçados.
O trabalho em condições insalubres, ainda que intermitente, envolve maior perigo para a saúde do trabalhador e por
isso ocasiona um aumento na remuneração do empregado – Súmula 47 do TST.
Súmula 47 TST: “O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa
circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional”.
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO - REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.015/2014 - ADICIONAL DEINSALUBRIDADE. CONTATO
INTERMITENTE. Não obstante o anexo 14 da NR-15 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho referir-se ao
contato permanente com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, o Regional consignou a ocorrência de
contato intermitente (Súmula 126 do TST), o qual, nos termos da Súmula 47 do TST, também enseja o percebimento do
adicional de insalubridade. Recurso de revista não conhecido”. Processo: ARR - 771-52.2014.5.17.0013. Órgão Judicante:
8ª Turma. Relator: MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO. Julgamento: 27/02/2019. Publicação: 01/03/2019
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
“RECURSO DE REVISTA. 1. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. ART. 253 DA CLT. MOVIMENTAÇÃO DE
MERCADORIAS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. Esta Corte Superior entende que o simples fato de se constatar que a
exposição a baixas temperaturas se deu de forma intermitente não é suficiente para afastar o direito ao intervalo para
recuperação térmica previsto no art. 253 da CLT. Precedentes”. Processo: ARR - 618-20.2015.5.02.0201. Órgão Judicante:
8ª Turma. Relatora: DORA MARIA DA COSTA. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019.
"RECURSO DE REVISTA (...) 2. INTERVALO PREVISTO NO ARTIGO 253 DA CLT. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. NÃO
CONHECIMENTO. O entendimento firmado por esta colenda Corte Superior é no sentido de que o simples fato de se
constatar que a exposição às baixas temperaturas se deu de forma intermitente não é suficiente para afastar o direito ao
intervalo para recuperação térmica. Precedentes. Recurso de revista de que não se conhece." RR - 2475-
53.2010.5.12.0022, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 11/04/2018, 4ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 20/04/2018.
“RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. INTERVALO PARA
RECUPERAÇÃO TÉRMICA. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. ART. 253 DA CLT. A
jurisprudência desta Corte é sentido de que, nos termos do disposto no art. 253 da CLT, o empregado submetido a
trabalho em ambiente artificialmente frio, ainda que de forma intermitente, tem direito ao intervalo intrajornada
previsto no caput do art. 253 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido." RR - 416-19.2016.5.23.0041, Relator
Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 11/04/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
13/04/2018.
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VII – INTERMITÊNCIA DO TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES
Ademais, não é válida a cláusula de norma coletiva que limita o pagamento do adicional de forma proporcional o tempo
de exposição – aplicação do entendimento consagrado na Súmula 364 do TST, em que pese a Súmula se referir ao
adicional de periculosidade.
Notícias TST 13.11.2017: “HOSPITAL NÃO PODE PAGAR INSALUBRIDADEPROPORCIONAL A JORNADA REDUZIDA DE
AUXILIAR DE ENFERMAGEM. A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Fundação Faculdade de
Medicina de São Paulo (SP) a pagar diferenças do adicional de insalubridade sobre o salário mínimo, de forma integral, a
uma auxiliar de enfermagem com jornada reduzida. Para os julgadores, uma vez caracterizada a condição insalubre,
mesmo em jornadas reduzidas, o trabalhador tem direito ao adicional integralmente. (...) A decisão considerou também
que, em documento assinado pela trabalhadora, constou que ela receberia da fundação apenas o valor proporcional à
jornada de trabalho de 30 hora mensais. Para o Regional, o artigo 192 da CLT não proíbe o pagamento do adicional
apenas quanto às horas trabalhadas, estabelecendo apenas como base de cálculo o salário mínimo. O relator do
recurso da auxiliar ao TST, ministro José Roberto Freire Pimenta, explicou que o artigo 192 da CLT determina os
percentuais devidos e a base de cálculo para a apuração do adicional, mas não é possível dele extrair a previsão de
pagamento proporcional à jornada de trabalho praticada, tendo o regional, ao admiti-lo, desrespeitado referido artigo.
O ministro aplicou ao caso, de forma analógica, o disposto na Súmula 364 do TST, que garante o adicional de
periculosidade ao empregado exposto a condições de risco de forma intermitente, afastando-o apenas quando o contato
se dá de forma eventual ou, se habitual, por tempo extremamente reduzido. A decisão foi unânime. Processo: RR-1654-
86.2015.5.02.0043”.
http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?consulta=Consultar&conscsjt=&numeroTst=1654&digitoTst=86&anoTst=2015&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0043&submit=Consultar
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VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES
Artigo 394 CLT: “Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de qualquer
contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação”.
Esse artigo 394 da CLT é da redação original.
Artigo 394-A CLT: “A empregada gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de
quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas atividades em local salubre”.
O artigo 394-A, com a redação acima, foi inserido em 2016 na CLT.
Contudo, a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) alterou sua redação para admitir que trabalhadoras gestantes
exerçam atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e também para permitir que trabalhadoras
lactantes desempenhem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentarem atestado de saúde
emitido por médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a gestação e a lactação.
Contudo, em julgamento proferido pelo STF em 29 de maio de 2016, foi julgada procedente a ADIN 5938, proposta pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, confirmando a liminar já deferida desde abril de 2019, para
proibir o trabalho de empregadas gestantes e lactantes em atividades ou locais insalubres.
Foi decidido pelo STF a inconstitucionalidade da expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico
de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, constante dos incisos II e III do Artigo 394-A da CLT.
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VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES
Artigo 394-A CLT: “Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada
deverá ser afastada de:
I – atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por
médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a GESTAÇÃO;
III – atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de
confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a LACTAÇÃO.
§ 1º VETADO.
§ 2º - Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação,
observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço.
§ 3º - Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas
atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de
salário-maternidade, nos termos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento”.
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VIII – TRABALHO DA GESTANTE EM ATIVIDADES OU AMBIENTES INSALUBRES
Na ADIN a Confederação autora aduziu que o artigo vulneraria “dispositivos constitucionais sobre proteção à
maternidade, à gestante, ao nascituro e ao recém-nascido (arts. 6º, 7º, XXXIII, 196, 201, II, e 203, I, todos da
Constituição Federal); violaria a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho (art. 1º, III e IV, da CF) e o
objetivo fundamental da República de erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III, da
CF); desprestigiaria a valorização do trabalho humano e não asseguraria a existência digna (art. 170 da CF); afrontaria a
ordem social brasileira e o primado do trabalho, bem-estar e justiça sociais (art. 193 da CF); e vulneraria o direito ao
meio ambiente do trabalho equilibrado (art. 225 da CF). Além dos preceitos constitucionais citados, aponta violação do
princípio da proibição do retrocesso social”.
A PGR opinou pela concessão da medida liminar e procedência do pedido, sustentando que as normas em análise
padecem de inconstitucionalidade material, asseverando “o caráter concretizador de direitos fundamentais da medida
consistente na vedação do trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres em qualquer grau”.
De fato, a redação do artigo 394-A trazida pela Reforma Trabalhista legitimou a regra de exposição ao risco, dificultando
para as gestantes e nascituros a proteção integral assegurada constitucionalmente.
No julgamento final, somente o ministro Marco Aurélio Melo ficou vencido, votando pela constitucionalidade da norma.
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IX – REFLEXOS SALARIAIS DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os fins legais, exceto para cálculo do RSR, pois é pago
mensalmente - OJ 103 SDI-I.
OJ 103 SDI-I: “O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados”.
Súmula 139 TST: “Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais”.
X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES
Artigo 60, caput, CLT: “Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no
capítulo “Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários
exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de
autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim”.
Artigo 60, parágrafo único, CLT: “Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por
trinta e seis horas ininterruptas de descanso”.
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X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES
Havia uma Súmula, 349,que autorizava compensação de jornada em atividades insalubres em caso de fixação por meio
de negociação coletiva. Essa súmula foi cancelada em 2011.
Súmula 349 TST: “A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em
atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”.
SÚMULA CANCELADA EMMAIO 2011.
Súmula 85, VI, TST: “Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em
norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT”.
ITEM INSERIDO EM JUNHO DE 2016.
PORTARIA Nº 702, DE 28 DE MAIO DE 2015 do TEM - Prorrogação de jornada em atividade insalubre.
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do art. 87 da
Constituição Federal e considerando o disposto no art. 60 da CLT, resolve:
“Art 1º - Nas atividades insalubres, quaisquer prorrogações de jornada só poderão ser praticadas mediante autorização
da chefia da unidade de segurança e saúde no trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
correspondente.
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Art. 2º O pedido de autorização para a prorrogação de jornada em atividade insalubre deverá ser apresentado com as
seguintes informações: a) identificação do empregador e do estabelecimento, contendo razão social, CNPJ, endereço,
CNAE e número de empregados; b) indicação das funções, setores e turnos cuja jornada será prorrogada, com o número
de empregados alcançados pela prorrogação; c) descrição da jornada de trabalho ordinária e a indicação do tempo de
prorrogação pretendido; e d) relação dos agentes insalubres, com identificação da fonte, nível ou concentração e
descrição das medidas de controle adotadas.
Art. 3º A análise do pedido deve considerar o possível impacto da prorrogação na saúde dos trabalhadores alcançados.
Art. 4º O deferimento do pedido está condicionado ao atendimento dos seguintes requisitos: a) inexistência de
infrações às Normas Regulamentadoras que possam comprometer a saúde ou a integridade física dos trabalhadores; b)
adoção de sistema de pausas durante o trabalho, quando previstas em Norma Regulamentadora, e as condições em que
são concedidas; c) rigoroso cumprimento dos intervalos previstos na legislação; e d) anuência da representação de
trabalhadores, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.
Art. 5º Os pedidos de empregadores que apresentarem números elevados de acidentes ou doenças do trabalho devem
ser indeferidos.
Art. 6º Não será admitida prorrogação em atividades com exposição a agentes cuja caracterização da insalubridade se
dá por meio de avaliação quantitativa, salvo em situações transitórias, por curto período de tempo e desde que sejam
implementadas medidas adicionais de proteção do trabalhador contra a exposição ao agente nocivo.
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Art. 7º A análise do pedido será feita por meio de análise documental e consulta aos sistemas de informação da
inspeção do trabalho, referentes a ações fiscais anteriormente realizadas e, caso seja necessário, complementada por
inspeção no estabelecimento do empregador.
Art. 8º A validade da autorização será determinada pela autoridade que a conceder, nunca superior a 5 (cinco) anos.
Art. 9º A autorização deve ser cancelada:
I - sempre que for verificado o não atendimento às condições estabelecidas no art. 4º;
II - quando ocorrer a situação prevista no art. 5º; ou
III - em situação que gere impacto negativo à saúde do trabalhador.
Art. 10 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
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X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES
“HORAS EXTRAS. TRABALHADOR EXPOSTO A REGIME DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA EM ATIVIDADE INSALUBRE SEM LICENÇA
PRÉVIA DAS AUTORIDADES COMPETENTES EM MATÉRIA DE HIGIENE DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 60
DA CLT. CANCELAMENTO DA SÚMULA 349 DO TST. (...) 3. Para a hipótese dos autos, embora o Tribunal Regional tenha registrado
que o acordo de compensação ocorreu à revelia de autorização do Ministério do Trabalho e Emprego ante a insalubridade do
trabalho, reconheceu a eficácia do acordo de compensação ajustado entre as partes. Contudo, a Corte Regional manteve o
deferimento do pagamento do adicional por trabalho extraordinário sobre as horas IRREGULARMENTE destinadas à compensação
semanal. Nesse esteio, o TRT decidiu em consonância com o entendimento desta Corte Superior do Trabalho. Indenes os artigos
ditos violados e superada a divergência jurisprudencial colacionada, por óbice do art. 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido”. Processo: ARR - 20378-98.2015.5.04.0782. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra
Belmonte. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019.
“REGIME DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA EM ATIVIDADE INSALUBRE. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA. REDUÇÃO
DOS RISCOS INERENTES À SEGURANÇA E À SÁUDE DO TRABALHADOR. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTS. 1º, III, 7º, VI, XIII, XIV, XXII,
170, "CAPUT" e 225. CONVENÇÃO 155 DA OIT. SÚMULA 85, VI/TST. DIREITO REVESTIDO DE INDISPONIBILIDADE ABSOLUTA.
IMPOSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAÇÃO. (...) Tampouco é o caso de pagamento apenas do adicional, pois o disposto na Súmula 85,
IV/TST diz respeito à irregular compensação semanal, aplicável quando a invalidade do ajuste decorrer apenas da prestação de
horas extras habituais ou do mero desatendimento às exigências legais, o que não é a hipótese dos autos, em que foi
constatado o trabalho em atividade insalubre. Julgados desta Corte. Recurso de revista conhecido e provido quanto ao tema”.
Processo: RR - 588-54.2013.5.04.0021. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Mauricio Godinho Delgado. Julgamento: 22/05/2019.
Publicação: 24/05/2019.
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X – HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES
“RECURSO DE REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ATIVIDADE INSALUBRE. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE
JORNADA. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. INVALIDADE. NEGÓCIO JURÍDICO
NULO. ADICIONAL. (...) 3. A ineficácia do acordo de compensação decorre do descumprimento da norma de ordem
pública de que trata o art. 60 da CLT e que está inscrita no âmbito do poder de polícia administrativo (CTN, art. 78),
conferido pela ordem jurídica à União - Ministério do Trabalho e Emprego (CF, art. 21, XXIV c/c o art. 154 e seguintes da
CLT). Considera-se nulo o ato jurídico quando praticado com preterição de solenidade que a lei considere essencial para
a sua validade (art. 166, VI, do CCB) ou quando a lei taxativamente proibir-lhe a prática, embora sem cominar sanção
(art. 166, VII, do CCB). Nesse sentido, o descumprimento do requisito legal para a prorrogação da jornada, em
atividade insalubre, encerra nulidade absoluta do negócio jurídico celebrado, afastando a possibilidade de restrição
da condenação apenas ao adicional para as horas excedentes da oitava diária, destinadas à compensação da jornada
semanal. Acrescente-se, por oportuno, que a hipótese dos autos - ineficácia do ajuste de prorrogação e compensação
previsto em norma coletiva e não submetido à prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (art. 60 da CLT) -
não foi considerada por esta Corte, por ocasião dos precedentes que deram origem ao item IV da Súmula 85 do TST.
Recurso de revista conhecido e provido”. RR - 24853-59.2016.5.24.0086 , Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues,
Data de Julgamento: 21/03/2018, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/03/2018.
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XI – TRABALHAR EM CONDIÇÕES INSALUBRES SEM PERCEPÇÃO DO ADICIONAL GERA DIREITO AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS?
“DANOS MORAIS.DESCUMPRIMENTO DE NORMA TRABALHISTA. PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS. ATIVIDADES
INSALUBRES. Hipótese em que o Tribunal Regional concluiu que o descumprimento de normas trabalhistas, relativas à
prestação de horas extras em condições de trabalho insalubres, POR SI SÓ, não é suficiente para ensejar a indenização
por danos morais postulada. De fato, para a caracterização do dever de reparação, devem estar presentes a conduta
ilícita, o dano e o nexo de causalidade entre o ato ilícito e o prejuízo sofrido. Todavia, a partir dos fatos expostos no
acórdão recorrido, insuscetíveis de reexame nesta esfera recursal, nos termos da Súmula 126/TST, não se há falar em
indenização por danos morais porque não há notícia do efetivo dano extrapatrimonial experimentado pelo substituído.
Agravo de instrumento a que se nega provimento”. Processo: AIRR - 567-75.2016.5.14.0092. Órgão Judicante: 2ª Turma.
Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019.
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E não receber EPI’s?
Notícias TST 25.01.2018: REPOSITORA DE CONGELADOS TEM DIREITO A REPARAÇÃO POR TRABALHAR EM AMBIENTE
FRIO SEM PROTEÇÃO. A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho não admitiu recurso do Frigorífico Kinka Régis
Ltda., microempresa de Vila Velha (ES), contra decisão que a condenou a pagar indenização a uma empregada que
trabalhou em ambiente frio por quatro anos sem que a empresa fornecesse o equipamento de proteção individual (EPI)
necessário. A indenização, fixada nas instâncias anteriores, é de R$ 15 mil. A empregada era repositora de produtos
congelados em diversos supermercados da Grande Vitória. Na reclamação trabalhista, contou que os produtos do
frigorífico ficavam armazenados nas câmeras frias dos supermercados, de onde ela retirava o estoque a ser reposto nos
freezers em cada estabelecimento comercial. A prova pericial confirmou que a repositora trabalhava em ambiente
insalubre sem a proteção adequada, o que gerou não só o pagamento de adicional de insalubridade mas também a
indenização por dano moral. O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) manteve a sentença, considerando que
o frigorífico violou direito da personalidade da empregada ao permitir o trabalho em circunstâncias desconfortáveis. No
recurso ao TST, a empresa alegou que o trabalho em ambiente insalubre gera, no máximo, direito ao adicional
respectivo, e não indenização por dano moral. Ao examinar o mérito do caso, o relator, ministro Márcio Eurico Vitral
Amaro, considerou correta a indenização por estar evidenciada “a angústia e abalo moral experimentados pela
empregada que ficou desemparada, sendo obrigada a trabalhar em ambiente frio sem o fornecimento de equipamento
de proteção individual necessário”. Para o relator, a lesão a direito da personalidade no caso é presumida pelo próprio
ato ilícito. Por unanimidade, a Oitava Turma negou provimento ao recurso da empresa, que em seguida opôs embargos
declaratórios, que estão à disposição do relator para exame. Processo: RR-145400-23.2012.5.17.0003”.
.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
I – INTRODUÇÃO E PREVISÃO LEGAL
Enquanto o adicional de insalubridade visa compensar o trabalho em condições de danos concretos à saúde do
empregado, o adicional de periculosidade visa compensar o trabalho em condições de risco à vida.
Está regulamentado nos artigos 193 ao 197 da CLT.
Tem como destinatários os empregados urbanos, rurais e avulsos, conforme Artigo 7º, XXXIV, CF.
É parcela de natureza salarial, na modalidade de salário condição. Logo, seu pagamento somente se justifica quando e
enquanto houver trabalho em condição perigosa. Por este motivo não viola o princípio da irredutibilidade salarial a
supressão do adicional quando neutralizados ou eliminados os agentes perigosos, independentemente do tempo em
que determinado vinha recebendo o pagamento – Artigo 194 CLT.
As atividades ou operações perigosas, definidas em regulamentação aprovada pela Secretaria de Trabalho do Ministério
da Economia (artigo 193 CLT), são aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho expõem os
empregados a agentes inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou violência física nas atividades de vigilante
(artigo 193 CLT).
Nos itens abaixo estudaremos detalhadamente os detalhes e controvérsias sobre a matéria.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
II – PERCENTUAIS E BASE DE CÁLCULO
O trabalho em condições perigosas assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário base - Artigo 193, § 1º,
CLT.
Artigo 193, § 1º, CLT: “O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta
por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
empresa”.
Coerente com esse Artigo a Súmula 70 TST não autorizou a repercussão do adicional de periculosidade sobre
gratificação ou adicional por tempo de serviço (triênios) conferidos pela Petrobrás aos seus empregados:
Súmula 70 TST: “O adicional de periculosidade não incide sobre os triênios pagos pela Petrobras”.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
1 – PECULIARIDADE DOS ELETRICITÁRIOS
A lei 7.369/85 previa que o eletricitário vai ter como base de cálculo o “salário que perceber”. O TST interpretava a
expressão “salário que perceber” como sendo a base de cálculo como “parcelas de natureza salarial-remuneração”.
Contudo essa lei foi revogada expressamente pela Lei 12.740/12, que também alterou a redação do Artigo 193 da CLT.
Desse modo, a partir da mencionada Lei 12.740/2012, também os eletricitários passaram a ser regidos pelas
disposições constantes da CLT, devendo o adicional de periculosidade ser calculado, tão somente, sobre o salário base.
O TST, para beneficiar o empregado, entende a lei 12.740/2012 só se aplica para os contratos de trabalho iniciados na
sua vigência e não para os contratos em curso (ao contrário da interpretação dada ao aviso prévio, por exemplo) e por
esse motivo terão base de cálculo ainda majorada, enquanto que os novos terão como base de cálculo somente o
salário base.
Súmula 191 TST: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO. I – O adicional de periculosidade incide
apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II – O adicional de periculosidade do empregado
eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza
salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III
- A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge
somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado
exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT”.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
1 – PECULIARIDADE DOS ELETRICITÁRIOS
Por fim, ainda sobre a Lei 12.740/2012, pende de julgamento no STF a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5013),
ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), contra o artigo 3º da Lei, que revogou dispositivo
que garantia aos trabalhadores eletricitários o adicional de periculosidade no percentual de 30% sobre a remuneração, e não
apenas sobre o salário-base, como as demais categorias. O relator da ação é o ministro Edson Fachin. O último andamento do
processo é no sentido de que o feito está concluso com o relator desde 05.10.2017.
Na referida ADIN já há parecerdo PGR, datado de maio de 2014, na época o Sr. Rodrigo Janot. O parecer é no sentido de que a
Lei 12.740/2012, ao alterar a base de cálculo do adicional de periculosidade dos eletricitários, não atingiu o núcleo essencial do
direito à proteção da saúde e da segurança do trabalhador e do direito ao adicional. Isso porque houve mera alteração da
forma de cálculo da parcela, sem a supressão desse direito, que, agora, está regulamentado de maneira uniforme para todas as
categorias alcançadas. Por esse motivo, não há que se falar em violação ao princípio da vedação do retrocesso social e ao caput
do art. 7º da Constituição da República, uma vez que a redução da base de cálculo não atinge o núcleo essencial dos direitos
assegurados pelo art. 7º, XXII e XIII, da Carta Magna.
Concordamos com o referido parecer, na medida em que somente haveria retrocesso social vedado constitucionalmente se a
lei suprimisse o adicional de periculosidade como direito dos empregados em geral. Contudo, não é o que ocorre no caso, já
que a Lei 12.740/2012 somente regula o adicional de periculosidade de maneira isonômica em relação a todas as categorias.
Ademais, a CRFB, ao reconhecer o adicional de remuneração para atividades perigosas, pretendeu assegurar a natureza salarial
da parcela e não determinar como base de cálculo a remuneração do trabalhador.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
III – AGENTES PERIGOSOS
1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS
É regulamentado pela NR 16, nos anexos 1 e 2.
Como exemplos de explosivos temos os fogos de artifício e a pólvora. De acordo com a NR 16, é devido o pagamento do
adicional quando há armazenamento, transporte, detonação e manuseio de tais agentes.
Como exemplos de inflamáveis temos os combustíveis líquidos ou gasosos. De acordo com a NR 16, é devido o
pagamento do adicional quando há armazenamento, transporte, produção e contato com tais agentes.
Dependendo da situação específica, o pagamento do adicional pode ser devido tanto a todos os trabalhadores
envolvidos nas atividades perigosas, como também somente aos trabalhadores que permaneçam na área de risco,
independentemente de estarem envolvidos com a atividade perigosa.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
III – AGENTES PERIGOSOS
1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS
A – CONSTRUÇÃO VERTICAL
Na análise sobre o direito ao pagamento do adicional de periculosidade é necessário considerar o volume e quantidade
dos agentes perigosos inflamáveis ou explosivos, bem como o tipo de embalagem em que acondicionado o agente de
risco.
Logo, é possível que um trabalhador exerça suas atividades no mesmo andar em que há o armazenamento de
inflamáveis explosivos e não ter direito ao pagamento do adicional de periculosidade. Contudo, também é possível que
o trabalhador exerça suas atividades em andar diverso e distante do local de armazenamento, e ter direito ao
pagamento do adicional.
No mesmo sentido a OJ 385 da SDI-I do TST.
OJ 385 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO.
CONSTRUÇÃO VERTICAL. É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas
atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques
para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco
toda a área interna da construção vertical”.
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III – AGENTES PERIGOSOS
1 - INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVOS
A – CONSTRUÇÃO VERTICAL
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. O Tribunal Regional, soberano
no exame das provas colacionadas aos autos, consignou que o laudo pericial e os esclarecimentos do perito
demonstraram que a reclamante laborava em condições perigosas em razão do armazenamento de líquidos inflamáveis
em no subsolo do prédio (construção vertical), cuja edificação continha cinco reservatórios de óleo diesel, com
capacidade para 960 litros. Nessa seara, concluiu aquele Tribunal que o armazenamento do combustível não era
compatível com o disposto na norma regulamentadora (NR-16, alínea "s" do item 3) e que a área de risco abrangia a
totalidade da edificação vertical. Decisão regional em consonância com a OJ nº 385 da SDI-1/TST. Agravo de instrumento
conhecido e não provido”. Processo: AIRR - 1000133-55.2016.5.02.0043. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Dora
Maria Da Costa. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A – CONSTRUÇÃO VERTICAL
Informativo 153 do TST – 14 de fevereiro a 06 de março de 2017: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ARMAZENAMENTO
DE INFLAMÁVEIS. TRABALHO EM RECINTO FECHADO. RELAÇÃO DIRETA COM O VOLUME DO LÍQUIDO E COM O TIPO DE
EMBALAGEM EM QUE ACONDICIONADO O AGENTE DE RISCO. ANEXO 2, ITEM 4, QUADRO I, DA NR-16 DA PORTARIA Nº
3.214/78 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. Nos termos do Anexo 2, item 4, Quadro I, da NR-16 da Portaria nº 3.214/78 do
Ministério do Trabalho, não gera direito ao adicional de periculosidade o labor prestado em recinto fechado em que há
armazenamento de líquido inflamável acondicionado em tambores ou bombonas de aço, alumínio, outros metais ou
plástico, com capacidade entre 60 e até 250 litros. Conclui-se, portanto, que A CONCESSÃO DO ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE GUARDA RELAÇÃO DIRETA COM O VOLUME DO LÍQUIDO E COM O TIPO DE EMBALAGEM EM QUE
ACONDICIONADO O AGENTE DE RISCO. Sob esses fundamentos, e tendo em conta que, na espécie, a reclamante,
professora de física, executa parte de suas atividades em laboratório em que há pequena quantidade de líquidos
inflamáveis armazenados (27 litros), a SBDII, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial,
e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para restabelecer o acórdão do Regional no tocante à declaração de
improcedência do pedido relativo ao pagamento de adicional de periculosidade. Vencidos os Ministros Cláudio
Mascarenhas Brandão, José Roberto Freire Pimenta e Alexandre Agra Belmonte. TST-E-RR-970-73.2010.5.04.0014, SBDI-
I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 16.2.2017 (*No mesmo sentido, TST-E-RR-125200-41.2007.5.02.0050, SBDI-I, rel. Min.
Cláudio Mascarenhas Brandão, red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 16.2.2017)”.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B – MOTORISTAS QUE ABASTECEM x MOTORISTAS QUE ACOMPANHAM O ABASTECIMENTO
Nas hipóteses em que o motorista se atém a acompanhar o abastecimento do veículo realizado por outrem, é indevido
o adicional de periculosidade, pois a alínea “m” do Quadro 1 do Anexo 2 da NR 16 do Ministério do Trabalho, ao
declarar como perigosa a atividades realizadas "na operação em postos de serviço de bombas de abastecimento de
inflamáveis líquidos", faz expressa menção ao "operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco".
Súmula 39 TST: “Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade”.
Entendimento em sentido contrário levaria ao reconhecimento do direito ao adicional de periculosidade a todos os
motoristas, indiscriminadamente.
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E REFLEXOS. MOTORISTA.
EMPREGADO QUE APENAS ACOMPANHA O ABASTECIMENTO DO VEÍCULO CONDUZIDO. VERBA INDEVIDA. Esta Corte
Superior, na esteira da NR 16, que define como perigosa a atividade em contato direto do trabalhador (operador de
bomba e trabalhadores que operam na área de risco) com o inflamável líquido, no momento do abastecimento do
veículo, vem afastando o direito ao adicional de periculosidade àquele empregado que apenas acompanha o
abastecimento do veículo da empresa, ainda que permaneça na área de risco do operador da bomba. Precedentes.
Logo, na esteira da atual, notória e iterativajurisprudência do c. TST, não faz jus o autor ao adicional de periculosidade e
reflexos. Agravo de instrumento conhecido e desprovido”. Processo: AIRR - 11428-63.2015.5.15.0081. Órgão Judicante:
3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 22/05/2019. Publicação: 24/05/2019.
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“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA DE ÔNIBUS INTERESTADUAL. ACOMPANHAMENTO DE ABASTECIMENTO
DO VEÍCULO. PAGAMENTO INDEVIDO. O Tribunal Regional manteve a sentença que julgou improcedente o pedido de
pagamento de adicional de periculosidade consignando que a permanência do reclamante em área de risco
durante abastecimento do ônibus interestadual em que realizava seu trabalho era por tempo extremamente reduzido e
eventual, atraindo a incidência da Súmula 364 do TST. A jurisprudência prevalecente da SBDI-1 e entre as Turmas do TST
é no sentido de que não faz jus ao pagamento de adicional de periculosidade o empregado que acompanha o
abastecimento do veículo por ele conduzido porque não há contato direto com inflamável, em condições de risco
acentuado, nos moldes exigidos no art. 193 da CLT e na NR 16 do Ministério do Trabalho. Precedentes da SBDI-1 e de
Turmas. Óbice da Súmula 333 do TST. Recurso de revista não conhecido”. Processo: RR - 462-43.2014.5.03.0135. Órgão
Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019.
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. A jurisprudência da SBDI-I deste Tribunal Superior firmou o entendimento de que o
motorista que apenas acompanha o abastecimento de veículo realizado por um terceiro não possui direito ao adicional
de periculosidade. No caso concreto, o Tribunal de origem deferiu o pagamento do adicional de periculosidade, por
entender que o reclamante, ao acompanhar o abastecimento da pá carregadeira que dirigia e verificar os seus níveis de
água e óleo, se expunha à área de risco. Logo, a decisão regional encontra-se em desconformidade com a
jurisprudência assente desta Corte Superior. Recurso de revista conhecido e provido”. Processo: RR - 206-
02.2011.5.15.0029. Órgão Judicante: 6ª Turma. Relator: Augusto César Leite De Carvalho. Julgamento: 15/05/2019.
Publicação: 17/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Notícias TST 07.03.2019: “PERMANÊNCIA EM TRATOR DURANTE ABASTECIMENTO NÃO CARACTERIZA PERICULOSIDADE.
A Segunda Turma (...) Com base no laudo pericial, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP)
manteve a sentença que condenou a empresa ao pagamento do adicional de periculosidade em razão da permanência
do empregado no veículo durante o abastecimento, por considerar que ele ficava exposto a situação de risco. Risco
eventual: (...) Segundo a relatora que analisou o recurso, ministra Maria Helena Mallmann, para o Tribunal, apenas o
acompanhamento do abastecimento do veículo não gera direito ao adicional de periculosidade. A ministra explicou que
o Quadro 3 do Anexo 2 da Norma Regulamentadora 16 do extinto Ministério do Trabalho, ao estabelecer as atividades
perigosas realizadas na operação em postos de bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos, não contemplou o
empregado que acompanha o abastecimento do veículo por terceiro, como no caso. A decisão foi unânime. Processo:
RR-381-79.2010.5.15.0142”.
Notícias TST 15.01.2019: “Instrutor de frentista vai receber adicional de periculosidade. Ele realizava até seis
abastecimentos mensais. (...) Para a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, o tempo gasto no abastecimento
não era "extremamente reduzido", o que afastaria o direito à parcela, nos termos da Súmula 364, item I, do TST. (...) No
exame do recurso de revista, a Primeira Turma ressaltou que, de acordo com a jurisprudência do TST, o fato de
acompanhar o abastecimento do veículo não garante ao empregado o pagamento do adicional de periculosidade. Para
isso, é necessário que ele efetivamente realize o abastecimento de forma habitual. De acordo com o TRT, o instrutor
realizava de um a dois abastecimentos por treinamento, que ocorriam duas ou três vezes por mês. Dessa forma, ele
executava até seis abastecimentos mensais, o que, para a Turma, configura habitualidade e intermitência suficientes
para garantir o pagamento do adicional. A decisão foi unânime. Processo:RR-10643-32.2015.5.03.0018”.
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C – MOTORISTAS QUE TRANSPORTAM
A NR 16 disciplina no item 16.6 que é devido o pagamento do adicional de periculosidade nas operações de transporte de
inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel.
As exceções que a NR traz ao pagamento do adicional de periculosidade são: (i) o transporte em pequenas quantidades, até o
limite de 200 litros para os inflamáveis líquidos e 135 quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos e (ii) o transporte de
inflamáveis contidos nos tanques de consumo próprio dos veículos.
Ao interpretar a NR, o TST entende que as exceções da NR devem ser lidas em conjunto. Nesse sentido, caso o tanque de
consumo próprio ultrapasse 200 litros, independentemente de ser original de fábrica ou adaptado posteriormente ao veículo,
será devido o pagamento do adicional, pois é situação equiparada ao transporte de inflamável.
“RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.MOTORISTA DE CAMINHÃO. CONDUÇÃO DE VEÍCULO COM
TANQUE DE COMBUSTÍVEL SUPLEMENTAR. O Eg. Tribunal Regional indeferiu o pedido de adicional de periculosidade por entender que
o trabalho desenvolvido pelo reclamante não estava sob condição de risco, embora tenha registrado que o empregado conduzia
caminhão com 02 tanques de combustíveis ORIGINAIS com capacidade para 720 (400 + 320) litros de óleo diesel, ADICIONADO À
CARRETA FRIGORÍFICA DOTADA DE RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL COM CAPACIDADE PARA 220 LITROS DE ÓLEO DIESEL. A SbDI-1 do
C. TST firmou posicionamento no sentido de que o transporte de tanque suplementar de combustível, em quantidade superior a 200
litros, ainda que utilizado para abastecimento do próprio veículo, gera direito ao recebimento do adicional de periculosidade, por
equiparar-se ao transporte de inflamável, nos termos da NR-16 da Portaria nº 3.214/78 do MTE, item 16.6. Recurso de Revista de que
se conhece e a que se dá provimento”. Processo: ARR - 20125-16.2016.5.04.0802. Órgão Judicante: 6ª Turma. Relatora: Cilene Ferreira
Amaro Santos. Julgamento: 15/05/2019. Publicação: 17/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
“RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELAS LEIS Nº 13.015/2014 E 13.105/2015. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA DE
CAMINHÃO. CONDUÇÃO DE VEÍCULO COM TANQUES DE COMBUSTÍVEL ORIGINAIS DE FÁBRICA. TANQUE EXTRA COM CAPACIDADE
SUPERIOR A 200 LITROS. EQUIPARAÇÃO A TRANSPORTE DE INFLAMÁVEL. (...) 2. Esta Corte, interpretando a NR 16 do Ministério do
Trabalho e Emprego, decidiu que é devido o adicional de periculosidade ao motorista que conduz veículo equipado com tanque de
combustível suplementar, em quantidade superior a 200 litros, ainda que utilizado para o próprio consumo. 3. A Resolução nº 181/2005
do Conselho Nacional de Trânsito disciplina a instalação de múltiplos tanques, tanque suplementar e a alteração da capacidade do
tanque original de combustível líquido em veículos. No "caput" do art. 1º, conceitua "tanquesuplementar" como o reservatório
ulteriormente instalado no veículo, após seu registro e licenciamento, para o uso de combustível líquido destinado à sua propulsão ou
operação de seus equipamentos especializados. 4. No entanto, o item 16.6 da NR 16 não faz distinção sobre a natureza dos tanques
utilizados para o transporte de inflamável, se originais de fábrica, suplementares ou com capacidade alterada. Afirma apenas a
existência de condição de periculosidade, nas operações de transporte de inflamáveis líquidos, acima do limite de 200 litros. Sob tal
constatação, não há como entender-se que o subitem 16.6.1 da NR 16 excluiria a situação de periculosidade na hipótese ora analisada,
pelo mero fato de que os tanques servem ao consumo do respectivo veículo, independentemente da capacidade total dos reservatórios
principal e extra. (...) 6. Na esteira da jurisprudência desta Corte, o adicional de periculosidade é devido, em razão do simples fato de
o veículo possuir um segundo tanque, extra ou reserva, com capacidade superior a 200 litros, mesmo para consumo próprio,
conforme o item 16.6 da NR 16, de forma que não se aplica a exceção descrita no subitem 16.6.1. Assim, mostra-se indiferente se o
combustível é armazenado em tanques originais de fábrica, suplementares ou alterados para ampliar a capacidade do tanque
original, pois o que submete o motorista à situação de risco, equiparada ao transporte de inflamável, é a capacidade volumétrica
total dos tanques, acima de 200 litros, nos termos do art. 193, I, da CLT e do item 16.6 da NR 16. Precedentes. Óbice no art. 894, § 2º,
da CLT. Recurso de embargos conhecido e desprovido”. Processo E-RR - 50-74.2015.5.04.0871, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani
de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 18/10/2018, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT
26/10/2018.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Informativo 113 TST – 04 a 17 de agosto de 2015: “Adicional de periculosidade. Transporte de combustível inflamável. Tanque
reserva para consumo próprio. Armazenamento superior ao limite mínimo estabelecido na NR-16 da Portaria nº 3.214/1978 do
Ministério do Trabalho. Adicional devido. O armazenamento de combustível em tanque reserva de caminhão, se, somada à
capacidade do tanque principal, ultrapassar os limites mínimos estabelecidos na NR 16 da Portaria nº 3.214/1978 do Ministério do
Trabalho (200 litros), gera direito ao pagamento de adicional de periculosidade ao empregado condutor do veículo. No caso, entendeu-
se que a situação descrita nos autos não se equipara à exceção contida no item 16.6.1 da NR 16, segundo o qual “as quantidades de
inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão consideradas para efeito desta norma”, porquanto
comprovado que o reclamante, no exercício da função de motorista de caminhão, transportava cerca de 1.250 litros de combustível
inflamável, somadas as quantidades presentes no tanque principal e no tanque suplementar. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por
maioria, vencido o Ministro Antonio José de Barros Levenhagen, conheceu dos embargos interpostos pelo reclamante, por divergência
jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para julgar procedente o pedido de pagamento do adicional de
periculosidade, com os reflexos postulados nas prestações contratuais vinculadas ao salário, vencidos os Ministros Aloysio Corrêa da
Veiga, Renato de Lacerda Paiva, Guilherme Augusto Caputo Bastos e Alexandre de Souza Agra Belmonte. TST-E-RR-981-
70.2011.5.23.0004, SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 6.8.2015”.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS
A NR-16 distinguiu expressamente as atividades de "reabastecimento de aeronaves" das de "postos de serviço e
bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos", em que pese ambas envolverem combustíveis.
Na atividade de "reabastecimento de aeronaves", é devido o adicional para todos os trabalhadores que operam,
transitam, laboram, na área de risco, independentemente de trabalharem abastecendo ou não.
Já na atividade de “postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos” é devido o adicional somente
aos operadores de bomba e empregados que tenham contato direto com o inflamável.
Logo, quando há o reabastecimento de aeronaves, independentemente de o trabalhador ser aeronauta ou aeroviário, o
que define o direito ao pagamento do adicional é o local em que ele fica no momento do abastecimento da aeronave,
independentemente de participar diretamente do abastecimento.
Se o trabalhador permanece na área de risco no momento do abastecimento, há o direito à percepção do adicional. O
adicional é devido ainda que o trabalhador fique de forma intermitente na área de risco – Súmula 364 TST.
Contudo, se o trabalhador fica fora da área de risco (por exemplo, a bordo da aeronave), não há o direito à percepção
do adicional.
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D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS
Súmula 447 TST: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA A BORDO DURANTE O ABASTECIMENTO DA AERONAVE.
INDEVIDO. Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que, no momento do abastecimento
da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2,
item 1, ”c”, da NR 16 doMT”.
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PERMANÊNCIA EM AREA DE RISCO. No caso dos autos, ficou consignado que "o Reclamante, nas
atividades realizadas durante o procedimento de abastecimento das aeronaves que eram realizados pelo operador do caminhão
tanque, permanecia dentro de Área de Risco por Inflamáveis Líquidos até o período de 04/2016, sendo tais atividades enquadradas
como periculosas, nos termos da NR-16, Quadro de Atividade, item 1, letra ' c' e Quadro de Atividade x Área de Risco, item 3, letra 'g'".
(...) A Norma Regulamentadora 16 da Portaria do Ministério do Trabalho 3.214/78, por sua vez, dispõe, no item I, "c", do Anexo 2, que
"são consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações,
bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas nos postos de reabastecimento de
aeronaves", sendo devido o respectivo adicional a "todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco". O item 3
do mesmo Anexo trata das áreas de risco, e, na letra "g", dispõe que é considerada de risco, quanto ao abastecimento de aeronaves,
toda a área de operação. É entendimento desta Corte ser devido o adicional de periculosidade aos empregados que exercem suas
atividades na área de abastecimento de aeronaves, excluindo-se aqueles que permanecem a bordo durante o período de
abastecimento, como os pilotos e comissários de bordo. Nesse contexto, fazem jus ao adicional de periculosidade os trabalhadores
que operem na área de risco, ou seja, aqueles que, no desempenho de suas atividades, transitem ou permaneçam naquele espaço,
ainda que não laborem diretamente com o reabastecimento das aeronaves. Agravo desprovido”. Processo: Ag-AIRR - 11618-
13.2016.5.03.0182. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relator: José Roberto Freire Pimenta. Julgamento: 08/05/2019. Publicação:
17/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PILOTO. ACOMPANHAMENTO DO ABASTECIMENTO DA AERONAVE. NÃO PROVIMENTO. A Súmula nº
447 preconiza que (...). Examinando os precedentes que deram origem ao supracitado verbete jurisprudencial, em especial o E-ED-RR-
7559700-57.2003.5.02.0900, da relatoria do e. Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, publicado no DEJT 14.11.2008, esta Corte
Superior concluiu que os empregados que transitam na área de risco fazem jus ao adicional de periculosidade, excluindo-se, apenas,
os que permanecemno interior das aeronaves. Isso porque, nos termos do Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE, referido no
supracitado verbete jurisprudencial, todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco têm direito ao adicional
de periculosidade. De igual modo, o item 3, "g" do Anexo 2 da referida NR prevê que toda a área de operação, para fins de
abastecimento de aeronaves, é considerada de risco. No referido julgado foi consignado, ainda, que o "adicional seria devido, p. ex.,
na hipótese em que o piloto de aeronave de pequeno porte, ao supervisionar o abastecimento do avião, expõe-se ao risco, já que
fica na área assim considerada". Na hipótese, o Tribunal Regional reconheceu o direito do reclamante ao adicional de periculosidade,
ao constatar que a exposição do reclamante ao risco decorria do fato de o reclamante acompanhar o abastecimento a bordo ou ao lado
da aeronave. Isso porque foi constatado que o reclamante, durante o abastecimento nas viagens, sempre permanecia ao lado da
aeronave, por se tratar de atribuição sua. Registrou que esse permanecia a bordo da aeronave apenas na cidade de São Paulo. Nesse
contexto, ainda que em determinadas situações o reclamante permanecesse a bordo da aeronave, é inconteste que ele
acompanhava o abastecimento ao lado da aeronave, na área de risco, cujo contato se dava, no mínimo, de forma intermitente -
premissa contida no acórdão regional. Assim, não há falar em contrariedade à Súmula nº 447, tampouco em afronta ao artigo 193 da
CLT. Agravo a que se nega provimento”. Processo: Ag-AIRR - 145400-41.2008.5.02.0048. Órgão Judicante: 4ª Turma. Relator: Guilherme
Augusto Caputo Bastos. Julgamento: 24/10/2018. Publicação: 26/10/2018.
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DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
D – AEROVIÁRIO x AERONAUTAS
Informativo 182 do TST – 13 a 27 de agosto de 2018: “Adicional de insalubridade. Piloto de helicóptero que acompanhava o
abastecimento da aeronave. Contato intermitente. Adicional devido. É devido o adicional de periculosidade ao piloto de helicóptero
que acompanhava o abastecimento da aeronave até oito vezes por semana, por quatro minutos, pois configurado o contato
intermitente com o agente de risco. Na hipótese, a decisão recorrida registrou que a exposição do autor a inflamáveis não podia ser
considerada fortuita ou por tempo extremamente reduzido, pois fazia parte de sua rotina. Assim, ausente a contrariedade à Súmula nº
364 do TST, a SBDI-I, por unanimidade, não conheceu dos embargos do reclamado. TST-E-ED-RR-1763-44.2012.5.02.0031, SBDI-I, rel.
Min. Walmir Oliveira da Costa, 23.8.2018”.
Notícias TST 02.03.2017: “COPILOTO DA TAM VAI RECEBER ADICIONAL DE PERICULOSIDADE POR ABASTECIMENTO DA AERONAVE. A
Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso da Tam Linhas Aéreas S.A. contra condenação ao
pagamento do adicional de periculosidade a um copiloto que, durante o abastecimento da aeronave, permanecia em área de risco
acentuado, de maneira intermitente e não eventual. Ora ele permanecia na cabine da aeronave, ora na área externa, acompanhando
o procedimento de abastecimento. A condenação imposta na sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
(SP). (...).O recurso foi analisado pelo ministro Walmir Oliveira da Costa, que assinalou que não há controvérsia quanto ao fato de que,
como copiloto, durante os seis procedimentos de abastecimento que ocorriam por dia, por vezes cabia ao trabalhador acompanhar o
abastecimento junto à aeronave, na área de risco. Assim, a decisão do TRT está de acordo com os dispositivos legais e constitucionais
que regem a matéria, e não contraria a Súmula 364 do TST, que exclui a incidência do adicional apenas quando o contato com o risco é
eventual. A decisão foi unânime. Processo: RR-278300-07.2005.5.02.0011”.
http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do?conscsjt=&numeroTst=278300&digitoTst=07&anoTst=2005&orgaoTst=5&tribunalTst=02&varaTst=0011&consulta=Consultar
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
2 – ENERGIA ELÉTRICA
Originalmente a lei 7.369/85 conferia o adicional de periculosidade para empregados que exerçam atividade no setor de
energia elétrica, com sistema elétrico de potência, em condições de risco. Contudo, como vimos no item sobre a base
de cálculo, referida lei foi revogada expressamente pela lei 12.740/2012, que alterou a redação do Artigo 193 da CLT.
Artigo 193, I, CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica”.
Atualmente a NR 16, no anexo 4, regulamenta as situações de risco. A título exemplificativo, têm direito ao pagamento
do adicional de periculosidade (i) os trabalhadores que executam atividades ou operações em instalações ou
equipamentos elétricos energizados em alta tensão, (ii) alguns trabalhadores que que executam atividades ou
operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em baixa tensão, no sistema elétrico de consumo –
SEC e (iii) trabalhadores das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de
potência - SEP, bem como suas contratadas, em conformidade com as atividades e respectivas áreas de risco.
No mesmo sentido as OJ’s 324 e 347 da SDI-I.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
2 – ENERGIA ELÉTRICA
OJ 324 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º.
É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema elétrico de potência em
condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente,
ainda que em unidade consumidora de energia elétrica”.
OJ 347 SDI-I: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. LEI Nº 7.369, DE 20.09.1985,
REGULAMENTADA PELO DECRETO Nº 93.412, DE 14.10.1986. EXTENSÃO DO DIREITO AOS CABISTAS, INSTALADORES E
REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM EMPRESA DE TELEFONIA. É devido o adicional de periculosidade aos
empregados cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício
de suas funções, fiquem expostos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema
elétrico de potência”.
No entanto, não é devido o pagamento do adicional nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em
instalações ou equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de energização
acidental, nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos alimentados por extrabaixa tensão e
nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais como o uso de equipamentos elétricos
energizados e os procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, desde que os materiais e equipamentos elétricos
estejam em conformidade com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou
omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659 - DOUGLAS MOTA DA SILVA - 01597346659
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
2 – ENERGIA ELÉTRICA
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. PERMANÊNCIA EM PÁTIO DA SUBESTAÇÃO. ÁREA DE RISCO. Muito
embora tenha o Regional desconsiderado o laudo pericial e entendido que, por não se ativar junto à rede elétrica, o
Reclamante não faz jus ao adicional em comento, certo é que, nos termos da jurisprudência desta Corte, para o
percebimento do adicional em tela não é exigível o enquadramento na categoria dos eletricitários, tampouco que as
atividades desenvolvidas estejam relacionadas com serviços de manutenção no sistemaelétrico de potência. Constatado
pelo perito que o autor desenvolvia suas atividades em área de risco, é devido o adicional de periculosidade. Recurso
provido para restabelecer a sentença no particular. Recurso de revista conhecido e provido”. Processo: RR - 238500-
75.2009.5.02.0384. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Maria Helena Mallmann. Julgamento: 27/02/2019. Publicação:
01/03/2019.
Com a devida vênia, não concordamos com a conclusão acima. Ademais, o caso acima não necessariamente representa a
jurisprudência majoritária do TST. Refere-se ao caso de um motorista terceirizado que atuava na subestação da CPTM - Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a TB Serviços, Transporte, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda. O acórdão
entendeu que o adicional é devido ainda que o empregado não atue diretamente na rede elétrica. O empregado, que transportava e
aguardava as equipes de manutenção de linhas elétricas da CPTM, sustentou que estava exposto a riscos elétricos. O Tribunal Regional
do Trabalho da 2ª Região (SP), com base na descrição das atividades executadas, concluiu que o simples fato de aguardar o pessoal no
pátio da subestação não justifica a condenação ao adicional de periculosidade. No recurso de revista, o motorista argumentou que o
Decreto 93.412/86 estabelece como área de risco geradora do adicional de periculosidade os “pátios e salas de operações de
subestações, inclusive consumidoras”. Acrescentou ainda que o pedido diz respeito ao trabalho em área de risco, e não ao contato com
energia elétrica. Contudo, o Decreto mencionado regulamenta a lei 7.369/85, já revogada, logo, revogado também o Decreto.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D93412.htm
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
3 – SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL
Em 2012 foi inserido na CLT o inciso II do artigo 192 que prevê essa hipótese de pagamento do adicional.
Artigo 193, II, CLT: “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição permanente do trabalhador a (...) II - roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”.
Na mesma ocasião foi inserido o parágrafo terceiro que determina que:
Artigo 193, § 3º, CLT: “Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já
concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo”.
Essa previsão decorre do fato de que diversas normas coletivas da categoria dos vigilantes já previam o pagamento do
adicional de risco de vida, que tem a mesma finalidade. O objetivo foi impedir o “bis in idem”, com a percepção de
pagamento de parcelas com mesma natureza jurídica e finalidade. Para tanto foi editada a Portaria 1.885 de 02.12.2013,
do extinto MTE, que regulamenta a concessão do adicional e reforça o entendimento do artigo 196 da CLT.
Artigo 196 CLT: “Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão
devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho,
respeitadas as normas do artigo 11”.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A – MOMENTO EM QUE O ADICIONAL PASSOU A SER DEVIDO
No período entre a vigência do inciso II do Artigo 193 da CLT e a edição da Portaria 1.885/2013, qual seja lapso temporal entre
08.12.2012 e 02.12.2013, não é devido o pagamento do adicional, pois a lei restava pendente de regulamentação, conforme
interpretação literal do caput do artigo 193 da CLT, quando menciona “na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério
do Trabalho e Emprego”.
“III - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. TEMA ADMITIDO NA DECISÃO DE ADMISSIBILIDADE. RECURSO INTERPOSTO NA
VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGILANTE. ART. 193, CAPUT E II, DA CLT. LEI Nº
12.740/2012. EFEITOS PECUNIÁRIOS A PARTIR DA REGULAMENTAÇÃO. PORTARIA Nº 1.885/2013 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
E EMPREGO. Nos termos do caput do art. 193 da CLT, para a caracterização de uma atividade ou operação como perigosa, é
indispensável a previsão em regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, embora a Lei nº
12.740/2012 tenha introduzido o inciso II ao art. 193 da CLT, reputando como atividade perigosa a exposição permanente do
trabalhador a "roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial" ,
o adicional de periculosidade somente é devido a partir da regulamentação pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A
matéria foi regulamentada pelo MTE na Norma Regulamentar nº 16 da Portaria nº 3.214/1978, conforme Anexo 3, incluído
pela Portaria nº 1.885/2013, a qual foi publicada em 3/12/2013. Portanto, o adicional de periculosidade assegurado ao
vigilante que labora exposto a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial somente é devido a partir de 3/12/2013, data da publicação da Portaria nº 1.885/2013 do MTE, que
regulamentou o art. 193, II, da CLT. Recurso não conhecido”. Processo: ARR - 1001062-67.2013.5.02.0472. Órgão Judicante: 3ª
Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A – MOMENTO EM QUE O ADICIONAL PASSOU A SER DEVIDO
Informativo 149 do TST – 08 a 21 de novembro de 2016: “ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGILANTE. APLICAÇÃO DO
ART. 193, II, DA CLT. NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO. PORTARIA Nº 1885/13 DO MTE. O art. 193, caput, e inciso II,
da CLT, com a redação dada pela Lei nº 12.740/12, não tem aplicação imediata, pois não obstante estabeleça que a
atividade desenvolvida por profissionais de segurança pessoal ou patrimonial seja perigosa, exige regulamentação
aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, conclui-se que o adicional de periculosidade é devido aos
vigilantes somente a partir de 3.12.2013, data da publicação da Portaria nº 1885/13 do MTE, que aprovou o Anexo 3 da
NR 16, regulamentando o art. 193, II, da CLT. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos
do reclamante, e, no mérito, negou-lhes provimento. TST-E-RR-164-92.2014.5.04.0662, SBDI-I, rel. Min. Guilherme
Augusto Caputo Bastos, 10.11.2016”.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B – ATIVIDADES EM QUE ABRANGEM SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL
De acordo com a Portaria 1.885/2013, somente é devido o adicional para (i) os vigilantes regulamentados pela Lei 7.102/83 e para os
(ii) não vigilantes, desde que trabalhem em “instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens
públicos” e sejam contratados diretamente pela Administração Pública Direta ou Indireta.
A Portaria 1.885/2013 é curta e traz o seguinte conteúdo ao anexo 3 da NR 16:
“ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPOSIÇÃO A ROUBOS OU OUTRAS ESPÉCIES DE VIOLÊNCIA FÍSICA NAS ATIVIDADES
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL.
1. As atividades ou operações que impliquem em exposição dos profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras
espécies de violência física são consideradas perigosas.
2. São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições:
a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de
segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça, conforme lei 7.102/1983 e suas alterações
posteriores.
b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias,rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, CONTRATADOS DIRETAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU INDIRETA.
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B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. RITO SUMARÍSSIMO.
VIGIA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. (...) Com efeito, a decisão regional consignou que as tarefas do agravante eram típicas
de vigia e controle de portaria, não se confundindo com aquelas de vigilância e segurança. Registra que o mesmo trabalha
desarmado, e que sua atribuição é de mero controle interno de portaria, não se expondo a riscos e não se enquadrando no
conceito de profissional de segurança pessoal ou patrimonial, conforme item 2 do Anexo 3 da NR 16 do MTE. (...) Agravo de
instrumento a que se nega provimento”. Processo: AIRR - 10210-21.2016.5.03.0106. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora:
Maria Helena Mallmann. Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 10/05/2019.
“PROCESSO ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017. RECURSO DE REVISTA. VIGIA. ADICIONAL DEPERICULOSIDADE. INDEVIDO.
A atividade de vigia não enseja o pagamento do adicional de periculosidade, porquanto não preenche as condições da
NR-16, Anexo 3, itens 2 e 3, uma vez que não se enquadra na categoria dos vigilantes, disciplinada na Lei nº 7.102/1983,
tampouco consiste em atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias,
portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, porquanto, ao vigia, não se atribui o dever de atuar
diretamente para obstar roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal
ou patrimonial. Precedentes. Recurso de revista conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido”. Processo: RR -
20842-19.2016.5.04.0611. Órgão Judicante: 3ª Turma. Relator: Alexandre De Souza Agra Belmonte. Julgamento:
08/05/2019. Publicação: 10/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS
“II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/14 E DO NCPC - AGENTE DE CONTROLE -
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE INDEVIDO. 1. O adicional de periculosidade é devido nas atividades ou operações que
exponham os empregados a roubos ou outras espécies de violência física, desde que atendida uma das condições do
item 2 do Anexo 3 da NR 16, a saber, o enquadramento do trabalhador como profissional de segurança pessoal ou
patrimonial. 2. Nos autos, embora o Reclamante tenha requerido equiparação salarial com os agentes penitenciários
que trabalhavam na localidade - pedido rechaçado -, a Eg. Corte de origem consignou que ele não exercia atividade
de segurança armada. 3. Da descrição das atividades exercidas não é possível depreender que o trabalhador não
prestava serviço de segurança privada, na forma prevista no art. 10 da Lei nº 7.102/83, situação que exigiria registro e
autorização da empresa pelo Ministério da Justiça (art. 20). 4. O Autor realizava atividades não armadas de suporte à
administração prisional. Não é possível, portanto, enquadrá-lo como profissional de segurança pessoal ou patrimonial
para fins de percepção do adicional de periculosidade. Recurso de Revista conhecido e provido”. Processo: ARR - 1757-
31.2015.5.12.0006. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Julgamento: 03/04/2019.
Publicação: 05/04/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ESTABELECIMENTO
PENITENCIÁRIO. ATIVIDADE PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PESSOAL OU PATRIMONIAL NÃO DEMONSTRADA. Segundo a
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (Anexo 3 da NR-16), constitui requisito para o
reconhecimento do direito à periculosidade, pelo enquadramento no art. 193, II, da CLT, o exercício de atividade
profissional de segurança pessoal ou patrimonial, sendo considerados nessa categoria os empregados que exercem
atividade de segurança privada regulamentada pela Lei nº e os empregados que exercem a atividade de segurança
patrimonial ou pessoal de locais ou bens públicos, contratados pela Administração Pública direta ou indireta. No
presente caso, não é possível extrair do acórdão recorrido que o reclamante no exercício de suas atividades, ministrando
treinamento diário para montagem e fabricação de chuveiros aos detentos, desempenhava a atividade profissional de
segurança pessoal ou patrimonial, nos termos do art. 193, II, da CLT e do Anexo 3 da NR-16. Agravo de instrumento
conhecido e não provido”. Processo: AIRR - 1363-79.2016.5.12.0041. Órgão Judicante: 8ª Turma. Relatora: Dora Maria
Da Costa. Julgamento: 28/11/2018. Publicação: 30/11/2018.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. AGENTE DE CONTROLE EM PENITENCIÁRIA. ATIVIDADE NÃO INSERIDA NO ANEXO 3
DA PORTARIA Nº 1.885/2013 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. ATRIBUIÇÕES DISTINTAS DO AGENTE
PENITENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA DE PORTE DE ARMA DE FOGO. NÃO ACOMPANHAMENTO DE PRESOS FORA DA UNIDADE
PRISIONAL. (...) A Corte a quo, ao apreciar o tema relativo à equiparação salarial, consignou que, apesar de trabalhar na
mesma unidade prisional, o autor não executava as mesmas atividades que os agentes penitenciários, porquanto
declarou, em seu depoimento, que "não portava arma de fogo, apenas a tonfa; que não fazia acompanhamento de
presos fora dos limites da unidade". Dessa forma, verifica-se que o reclamante não desempenhava as mesmas funções
que os agentes prisionais, não portava arma de fogo, não fazia escolta a presos e não acompanhava os detentos fora da
unidade prisional. Assim, de acordo com as premissas fáticas descritas, não há como concluir que o reclamante
desempenhava atividade de segurança pessoal e patrimonial, nos termos do art. 193, II, da CLT e do Anexo 3 da NR-16.
(...) Precedentes. Agravo de instrumento desprovido”. Processo: AIRR - 4651-85.2014.5.12.0047. Órgão Judicante: 2ª
Turma. Relator: José Roberto Freire Pimenta. Julgamento: 28/02/2018. Publicação: 02/03/2018.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
B.1 – DEVIDO PARA TRABALHADORES QUE PORTAM ARMA DE FOGO – VIGILANTES x VIGIAS
“1 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. TRANSPORTE IRREGULAR DE VALORES. O Tribunal Regional manteve o
indeferimento do pedido de pagamento do adicional de risco, ao fundamento de que o autor, trabalhando como
ajudante de entregas, não se enquadrava em nenhuma das hipóteses do anexo 3 da NR-16. A decisão regional foi
proferida em sintonia com a jurisprudência desta Corte Superior, firmada no sentido de que o adicional de
periculosidade, de acordo com a nova redação do art. 193 da CLT, dada pela Lei 12.740/2012, está garantido apenas aos
trabalhadores qualificados para exercer atividades de segurança pessoal ou patrimonial. Precedentes. Recurso de revista
não conhecido”. Processo: RR - 1591-41.2015.5.06.0143. Órgão Judicante: 2ª Turma. Relatora: Delaíde Miranda Arantes.
Julgamento: 08/05/2019. Publicação: 17/05/2019.
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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
4 – TRABALHADOR EM MOTOCICLETA
Incluído na CLT pela Lei 12.997/14 de 18.06.2014. Regulamentado pela Portaria do MTE 1.565 de 13.10.2014, a qual
aprova o Anexo 5 da Norma Regulamentadora nº 16.
Artigo 193, § 4º, CLT: “São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta”.