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RESUMO SOBRE RODENTICIDAS
ACADÊMICA JULIA CANAL
INTRODUÇÃO
Raticidas ou rodenticidas são substâncias químicas utilizadas para exterminar ratos e outros tipos de roedores. Atualmente existe uma grande quantidade de formulações comerciais para este fim, mas também é possível encontrar a venda produtos manipulados clandestinamente com a mesma finalidade. Os raticidas permitidos pela legislação brasileira são apenas os derivados cumarínicos anticoagulantes, sempre apresentados na forma de iscas nas apresentações granulada, pó, pellets ou blocos parafinados (GRAFF, 2003).
 Outros tipos de raticidas são proibidos no Brasil, embora especial atenção deva ser dada para as formulações líquidas, geralmente produtos clandestinos à base de arsênico ou fluoracetato, pós e granulados também clandestinos à base de estricnina ou carbamatos.
Os raticidas são classificados em agudos e crônicos. Os agudos, como o arsênio, a estricnina, o sulfato de tálio causam a morte do roedor em até 24 horas após a ingestão, foram proibidos no Brasil pois são altamente tóxicos, não são específicos e muitos não têm antídoto (substância que impede ou neutraliza a ação do veneno). Os raticidas crônicos têm efeito contrário, isto é, levam o roedor à morte em alguns dias após a ingestão, são largamente utilizados em todo o mundo por serem seguros e por existir antídoto (vitamina K injetável).
RODENTICIDAS ANTICOAGULANTES
Os anticoagulantes são derivados da 4-hidroxicumarina (cumarínicos) ou do indan- 1,3-diona (compostos indandiônicos). Warfarin sódico e os outros cumarínicos são anticoagulantes orais, lipossolúveis, ativos apenas in vivo, que exercem sua ação impedindo a ativação da vitamina K pela epoxi-redutase. A característica comum dos cumarínicos é o núcleo de 4-hidroxicumaria. Os diversos compostos que fazem parte deste grupo (warfarin sódico, acenomurol, femprocoumon ou hidroxicumarina) diferem entre si em relação à velocidade de inibição da epóxi-redutase. Em sua faixa terapêutica os cumarínicos encontram-se ligados apenas à albumina, ligação esta que se encontra diminuída no estado urêmico. Estes compostos não atravessam a barreira hematoencefálica, porém atravessam a placenta, possuindo efeito teratogênico, além de estar presente no leite materno. O warfarin sofre metabolização hepática, gerando metabólitos pouco ativos, através da conjugação com ácido glicurônico. A meia vida desta droga é dose independente, com variação considerável entre indivíduos, podendo oscilar entre 35 e 45 horas (LEHNINGER, 1984).
Os anticoagulantes orais apresentam efeitos potencialmente tóxicos e incluem fenômenos trombóticos, hemorragia, necrose cutânea, reações hematológicas, renais e hepáticas. O efeito anticoagulante destes compostos pode ser antagonizado através do uso de vitamina K, porém como o antagonismo conferido por este tratamento exige a síntese dos fatores que foram previamente inibidos, situações de emergência exigem reposição dos fatores de coagulação através da reposição de plasma fresco (LENINGHER, 1984).
PRINCIPAIS COMPOSTOS
PRINCIPAIS COMPOSTOS: Medicamentos: Warfarin sódico, Marevan. Raticidas:Warfarin (Ratox, Brumoline, Dorexa, Storm, Mat-Rat, Mata-Rato m7, Mato-Rato Orval, Nexarato, Ratofim, Ri-do-Rato, Sigma, outros), Brodifacoun (Klerat, Ratak10, Talon), Difenacoun (Ridak), Flocoumafen, Difetialone (Rodilon), Bromadiolone (Fenômeno, Mata-Rato Purina), Clorfacinona, Difacinona, Pindone, Hidroxicumarina (Racumin).
3.1 RODENTICIDAS ANTICOAGULANTES
3.1.1 MECANISMO DE AÇÃO: Inibem a formação, no fígado, dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K (II, VII, IX e X). Estes produtos aumentam também a fragilidade capilar em altas doses e/ou pelo uso repetido. 
3.1.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Náuseas e vômitos podem ocorrer logo após a ingestão, mas na maioria dos casos, inicialmente assintomáticos; sintomas poderão aparecer após dias. A principal manifestação é o sangramento em diversos órgãos: sangramento gengival, sangramento nasal, tosse com sangue, fezes ou urina com sangue, hematomas e equimoses. Casos de intoxicação severa: hemorragia maciça (geralmente interna), dor abdominal aguda, choque, coma.
3.1.4LABORATÓRIO: Tempo de Protrombina (TP), Tempo de Ativação da Protrombina (TAP).
3.1.4 TRATAMENTO: Medidas de Descontaminação: esvaziamento gástrico quando pertinente, carvão ativado em doses seriadas, catártico salino. Antídoto: Vitamina K1 (Fitomenadiona) - Kanakion: 0,6 mg/Kg de peso para crianças, e 10,0 a 20,0 mg para adultos. Estas doses podem ser feitas como dose única ou a cada 8 a 12 horas nos casos graves, administrada por via endovenosa lentamente, não ultrapassando a velocidade de 1,0 mg/min, associada a transfusão de plasma ou sangue fresco, se necessário. Evitar fármacos que alterem metabolismo dos anticoagulantes. A duração do tratamento usualmente é demorada. 
3.2 ESTRICNINA
3.2.1 USOS: Medicamentos homeopáticos. Seu uso como raticida é proibido, embora haja distribuição clandestina.
3.2.2 MECANISMO DE AÇÃO: Aumento da excitabilidade reflexa da medula espinal, que resulta na perda da inibição normal da estimulação do neurônio motor, havendo contração simultânea de todos os músculos.
3.2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: A principal manifestação clínica é a convulsão. O quadro instala-se 30 minutos após a ingestão e se configura pela rigidez dos músculos do pescoço e face, seguido de hiperreflexia e hiperexcitabilidade a tal ponto que o menor estímulo determina convulsões generalizadas, contratura da coluna vertebral e mandíbula, podendo levar a distúrbios respiratórios pelo comprometimento da musculatura torácica e diafragmática. As convulsões são dolorosas, pois não há depressão do SNC. O óbito ocorre entre a 2ª e 5ª crise, por insuficiência respiratória.
3.2.4 LABORATÓRIO: Cromatografia em camada delgada (CCD) em lavado gástrico, sangue e urina.
3.2.5 TRATAMENTO: Medidas Gerais: hospitalização imediata e evitar qualquer estímulo ao paciente. Não provocar vômitos pelo risco de convulsões e aspiração. Caso os sintomas não tenham se iniciado, realizar lavagem gástrica, seguida de carvão ativado. Controle das convulsões: O diazepam é o fármaco de escolha por ser também miorrelaxante. Dose: 0,05 a 0,10 mg/Kg, repetido a cada 30 minutos se necessário.
3.3 ARSÊNICO
3.3.1 USOS: Proibido atualmente, utilizado como raticida de distribuição clandestina. Algumas medicações homeopáticas podem conter arsênico.
3.3.2 MECANISMO DE AÇÃO: Liga-se aos radicais sulfidrila (-SH) de grupos enzimáticos e provavelmente da hemoglobina. Bem absorvidos após ingestão ou inalação. Dose letal entre 1 a 3 mg/Kg. Dose única potencialmente tóxica entre 5 a 50 mg de arsênico.
3.3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Gosto metálico, queimação na boca, esôfago e estômago, gastrite ou gastroenterite hemorrágica, diarréia profusa e dolorosa, desidratação. Irritabilidade, sonolência, delírio, espasmos musculares, tontura, tremores, paralisia, convulsões, coma. Insuficiência renal aguda. Necrose hepática. Choque hipovolêmico e cardiogênico. Óbito pode sobrevir entre 24h a 4 dias.
Exposição por inalação causa dano agudo em vias respiratórias, conjuntivas e pele.
3.3.4 LABORATÓRIO: Teste de Reinsch em urina. 
3.3.5 TRATAMENTO: Descontaminação externa imediata. Ingestão: esvaziamento gástrico até 4 a 6 horas após ingesta, com 1 a 2 litros de água. Carvão ativado, evitar catárticos. Medidas de suporte cárdio-respiratório. Antídoto: dimercaprol ou BAL (Demetal®). Administração intramuscular 3 a 5 mg/Kg de peso a cada 4 horas durante 2 dias, diminuição da dose para 2,5 a 3,0 mg/Kg de peso a cada 6 horas por mais 2 dias, seguido por mais 5 dias com a mesma dose a cada 12 horas. A dose máxima é de 300 mg. Hemodiálise para remover o complexo arsênico-BAL na insuficiência renal. Medidas de suporte: sedação da dor, anticonvulsivantes, correção hidroeletrolítica, uso de aminas vasoativas.
3.4 FLUORACETATO DE SÓDIO - (Composto 1080)
3.4.1 USOS: Seu uso como raticida é restrito a situações muito especiais. Uso comercial é proibido.
3.4.2 MECANISMO DE AÇÃO: Potente inibidordo metabolismo celular, causa depleção de energia e morte.
3.4.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Desconforto epigástrico e vômito são raros. Apreensão, alucinações auditivas, nistagmo, fasciculações, alterações da sensibilidade na região da face. Estes e outros sinais neurológicos aparecem gradualmente após um período de latência de várias horas. Excitação do sistema nervoso central (SNC), progredindo a convulsões generalizadas. Severa depressão neurológica, entre ou após os episódios convulsivos pode ocorrer, mas o óbito por insuficiência respiratória é raro em humanos com intoxicação por fluoracetato. Distúrbio de ritmo cardíaco é comum apenas após a fase convulsiva. Pulso alternado, longas seqüências de batimentos ectópicos (freqüentemente multifocal) e taquicardia ventricular podem evoluir para fibrilação ventricular e morte.
3.4.4 TRATAMENTO: Induzir vômitos imediatamente, se possível. Lavagem gástrica, a menos que convulsões (ou a eminência delas) tornem impraticável este método. Barbitúricos de ação curta ou benzodiazepínicos podem ser usados no controle das convulsões. Medidas de suporte: oxigenoterapia e respiração mecânica, se necessário

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