Prévia do material em texto
PROBLEMAS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS I 3º Ano do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 2 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Prefácio Os problemas que constituem o presente documento são o resultado de uma compilação de enunciados utilizados ao longo dos anos como elemento de base nas aulas práticas da disciplina de Mecânica dos Fluidos I. A sua origem é muito diversa e perde-se no tempo. Alguns deles são idênticos a outros que se encontram em livros de texto, outros foram criados para exames em anos letivos anteriores. Os alunos têm ao seu dispor um conjunto de problemas (e as suas soluções) organizados segundo os temas mais importantes do programa da disciplina, que se procurou que estivesse livre de gralhas e cobrisse uma variedade de problemas que lhes facilite o estudo e compreensão da disciplina. Existe um documento independente, com a resolução de exames de anos letivos anteriores e problemas selecionados de entre os que constituem o presente documento. Nenhum destes documentos dispensa a frequência das aulas teóricas e práticas e o estudo da matéria através da leitura dos livros recomendados, importante para a compreensão dos conceitos essenciais relacionados com esta disciplina. Esta edição, do ano letivo de 2012―2013, contém pequenas correções, relativamente ao ano anterior. O corpo docente da disciplina Professores José Manuel Laginha Mestre da Palma, Álvaro Henrique Rodrigues, José Alexandre Costa da Silva Lopes e Carlos Alberto Veiga Rodrigues Ano letivo 2012-2013 Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 3 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Propriedades dos fluidos Lei de Newton da viscosidade Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 4 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 1 Uma lâmina é arrastada por ação de uma força F no interior de um fluido, à distância de 1 cm de uma parede sólida, a uma velocidade de 1,5 m s-1, produzindo-se um escoamento do tipo do de Couette, com gradiente longitudinal de pressões nulo. a) Esboce o perfil de velocidades a que o fluido fica sujeito e a distribuição da tensão de corte aplicada. b) Sendo a viscosidade dinâmica do fluido µ = 1,5 kg m-1s-1 e a distância que separa a placa da parede 1 cm, determine a tensão de corte aplicada ao fluido. PROBLEMA 2 Num escoamento do tipo do de Couette com gradiente longitudinal de pressões nulo, determine a força necessária para fazer deslizar, a uma velocidade de 1 m/s, uma placa de 0,5 m2 de área sobre uma outra, fixa, sendo o espaço entre as duas, de espessura uniforme e igual a 1cm, preenchido por mercúrio. (A viscosidade do mercúrio, à pressão de 1 atm e a 20 °C de temperatura é de 1,5x10 -3 kg m-1 s-1, podendo ser considerado como um fluido Newtoniano) PROBLEMA 3 Considere que os escoamentos são do tipo de Couette, com gradiente de pressões nulo na direção do escoamento. a) Qual a força necessária para deslocar uma chapa de aço (ρ = 7800 kg.m-3) de dimensões 2,5 m x 0,9 m e 4 mm de espessura, sobre uma película de óleo de densidade relativa d=0,933 e viscosidade µ = 0,26 kg m-1 s-1, de espessura 0,4 mm, à velocidade de 15 cm.s-1? b) Se em lugar de óleo a película lubrificante fosse constituída por água (ρ = 1000 kg.m-3, µ =10-3 kg m-1s-1) qual deveria ser a sua espessura para que a tensão de corte aplicada ao fluido fosse a mesma que no caso anterior, para os mesmos 15 cm s-1 de velocidade de deslocamento? c) Qual a força necessária nas condições acima? PROBLEMA 4 Um bloco de aço (ρ = 7800 kg m-3) de forma cilíndrica e com as dimensões indicadas na figura assenta numa superfície plana horizontal coberta por uma película de óleo de viscosidade µ =10 kg m-1 s-1. Uma força horizontal F = 80 N provoca o deslizamento do bloco à velocidade de 10 cm s-1 (escoamento Couette, gradiente de pressão nulo). a) Qual a espessura da película lubrificante sob o bloco. b) Admitindo que a espessura da película é inversamente proporcional à pressão reinante sob o bloco, a mesma força F aplicada a um outro bloco do mesmo material, mas com 200 mm de diâmetro e 5 mm de espessura (igual peso), produziria uma velocidade maior ou menor? Justifique. F H = 1 c m Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 5 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 5 Um bloco de forma paralelepipédica, cujas dimensões da base são de 20 cm × 20 cm e que pesa 25 kgf, desliza ao longo de uma superfície inclinada 30° em relação à horizontal sobre uma película de óleo (µ=2,15×10-3 kg m-1 s-1) com uma espessura de 2,5×10-5 m. Qual a velocidade terminal que animará o corpo (movimento uniforme) considerando linear o perfil de velocidades do escoamento produzido no óleo? PROBLEMA 6 Um cilindro de 75 mm de diâmetro e 150 mm de geratriz gira no interior de outro, fixo, com um diâmetro de 75,05 mm e a mesma geratriz, estando o espaço anelar entre os dois preenchido com um óleo de viscosidade µ=8 Po(*). Qual a potência dissipada por atrito viscoso se o cilindro interior girar com uma velocidade periférica de 1 m s-1? Considere um escoamento de Couette. PROBLEMA 7 Um veio de 25 mm de diâmetro pode deslocar-se através de um furo, também cilíndrico, conforme mostra a figura. O fluido lubrificante que preenche o intervalo entre o veio e a parede do furo (0,3 mm) tem uma viscosidade cinemática de 8×10-4 m2 s-1 e uma densidade de 0,91. Considere linear a variação de velocidade no seio do óleo. a) Qual a força necessária para empurrar o veio ao longo do furo com uma velocidade de 3 m s-1? b) Qual a potência que se dissiparia por atrito viscoso se o veio girasse com uma velocidade de 1500 r.p.m.? Considere em ambos os casos linear a variação da velocidade no seio do óleo. 0.5 m P Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 6 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 8 A figura representa um viscosímetro constituído por um tambor de 50 mm de diâmetro encerrado numa cavidade também cilíndrica. O espaço entre as duas superfícies é preenchido pelo fluido cuja viscosidade se pretende medir, tendo a película uma espessura de 0,2 mm (esc. Couette). O motor M produz um binário constante de 0,05 N.m para qualquer velocidade entre 0 e 100 r.p.m. (velocidade máxima). A velocidade de rotação é medida por um transdutor montado na extremidade livre do veio, e do valor medido deduz-se a viscosidade do fluido. a) Calcule o mínimo valor da viscosidade que é possível medir deste modo. b) O método de medida poderá ser prejudicado por um eventual aquecimento do fluido dentro do dispositivo. Calculando a potência calorífica dissipada faça uma análise quantitativa do problema e diga em que casos (grandes ou pequenas viscosidades) ele poderá ter mais importância. PROBLEMA 9 Um anel (ρ = 7800 kg m-3) desce, sob a ação do próprio peso, ao longo de um varão. Entre as superfícies do varão e do anel há uma folga radial ∆r = 0,2 mm, preenchida por um fluido de viscosidade 0,01 kg.m-1.s-1 e massa volúmica igual a 800 kg m-3 que se escoa com um perfil de velocidades linear. a) Calcule a velocidade V de descida em movimento uniforme. b) Descreva, com base num movimento deste tipo, umprocesso prático de medição de viscosidades. 500 mm M Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 7 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 10 A figura representa de forma simplificada um dispositivo de medição de viscosidades constituído por dois cilindros concêntricos em que um gira dentro do outro. Considerando os dados abaixo indicados e que a velocidade de descida é uniforme desde o início do movimento, calcule a viscosidade do fluido contido entre o cilindro exterior e o interior. d=1 cm ; D=20 cm ; M=50 gr ; h=15 cm ; e=250 µm ; V=5 mm/s PROBLEMA 11 Um cone sólido de ângulo 2θ e raio de base r0 roda com uma velocidade angular ω0 no interior de uma sede cónica. O espaço entre a sede e o cone, de espessura constante h, está preenchido com um fluido de massa volúmica ρ e viscosidade µ. a) Desprezando o atrito entre a base do cone e o ar, calcule o binário resistente. b) O dispositivo pode ser utilizado como medidor de viscosidades. Faça uma estimativa do erro inerente ao facto de a resistência oposta pelo ar ao movimento de rotação não ser nula. M e h D M V d Propriedades dos fluidos. Lei de Newton da viscosidade· 8 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 12 O dispositivo de cone e prato representado na figura é um dos aparelhos mais utilizados na medição de viscosidades. No espaço entre o prato fixo e o cone, girando a uma velocidade angular ω está contido o fluido de propriedades ρ e µ, que se pretende ensaiar. O operador pode controlar a velocidade de rotação e mede, por meio de um dispositivo apropriado, o binário resistente. Obtenha a expressão que, por este processo, permita quantificar a viscosidade do fluido. PROBLEMA 13 No interior de um tubo escoa-se água (ρ e µ) sendo o perfil de velocidades, do tipo do representado na figura, dado pela expressão: V = b4m D2 4 - r 2 onde b é uma constante, r a distância radial ao eixo da conduta e V a velocidade para um r qualquer. a) Qual a tensão de corte na parede e num ponto r = D/4? b) Se o perfil se mantiver ao longo de um comprimento L, qual a força de arrasto induzida pela água no tubo, na direção do escoamento? PROBLEMA 14 A placa que desliza sobre a película de fluido, ver figura, tem uma massa m e uma superfície de contacto A. As propriedades do fluido são µ, viscosidade dinâmica e ρ, massa volúmica. Encontre a lei do movimento sob a forma V=f(t) e calcule a velocidade terminal que a placa atingirá PROBLEMA 15 Considere o escoamento de dois fluidos Newtonianos, de massas volúmicas iguais, entre placas planas paralelas de dimensão “infinita”, em que a placa do meio se move com uma velocidade U. Sabendo que nas duas faces da placa móvel foi medida a mesma tensão de corte, encontre uma relação entre as viscosidades dos fluidos. 2h h U R φ ω µ2 µ1 D r x Hidrostática 9 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Hidrostática Hidrostática 10 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 16 Considerando os dados da figura seguinte (cotas, densidades, etc.), calcule o valor da pressão na esfera E, e indique o resultado nas seguintes unidades: Pa , mm Hg , kgf/cm2 , m.c.a., N/m2 PROBLEMA 17 O tubo manométrico representado, com 1 cm de diâmetro, encerra numa das extremidades 50 mg de ar a 15 °C ( ρar=287 J/kg/K ; ρágua=1000 kg m-3). a) Nas condições da figura determine o valor da pressão em P. b) Se no ponto P estivesse a ser aplicada a pressão atmosférica (105 Pa), qual seria o desnível h0 entre os dois meniscos? h= 10 0 cm 50 cm ar água P Hidrostática 11 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 18 Um recipiente cilíndrico com o diâmetro indicado, contendo 1 grama de ar, é mergulhado num tanque com água (ρ = 1000 kg m-3) até à profundidade de 10 m, onde a temperatura é de 15 °C. O peso próprio do reservatório é desprezável e a tampa pode deslocar- se livremente na direção axial. a) Qual o valor do comprimento L nessa posição? b) Que energia foi necessário despender para transportar o corpo da superfície até aquela profundidade, lentamente, supondo a compressão isotérmica, mantendo-se a temperatura nos 15 °C? PROBLEMA 19 O manómetro representado na figura contém um fluido com uma massa volúmica ρ. O tubo inclinado faz um ângulo θ com a horizontal e os diâmetros do tubo e do depósito são respetivamente d e D. a) Qual deverá ser a distância entre linhas, ∆l, na escala, para que a leitura seja feita diretamente em N m-2? b) Quais os parâmetros de que depende a sensibilidade de um manómetro deste tipo, definida como ∆l/∆(∆p)? PROBLEMA 20 O manómetro da figura contém dois líquidos não miscíveis de massas específicas ρ1=850 kg m -3 e ρ2=910 kg m -3 , sendo o diâmetro dos reservatórios de ordem de grandeza muito superior ao do tubo que os une. a) Calcule a diferença de pressões verificada entre os pontos A e B. b) Vê algumas vantagens neste tipo de configuração de manómetro? Quais? Hidrostática 12 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 21 O macaco hidráulico representado é acionado por uma bomba que aspira o fluido hidráulico (d=0,8) de um reservatório e eleva um prato cilíndrico de peso P2=30 kgf e área S2=250 cm2. a) Calcule a pressão à saída da bomba. capaz de produzir no prato um impulso útil de 2000 N. b) O corpo cilíndrico de peso P1 e área de 8 cm2 desloca-se livremente e funciona como "segurança", abrindo o retorno R quando a pressão atingida é de molde a elevar a sua base à altura de 30 cm. Calcule P1 para que o impulso máximo do macaco seja limitado a 500 kgf. PROBLEMA 22 A figura representa um corte de um amortecedor hidráulico constituído por uma câmara cilíndrica com óleo (ρ = 900 kg.m-3, µ = 0,01 kg.m-1s-1), de 200 mm de altura e 100 mm de diâmetro, com uma haste vertical de 20 mm de diâmetro. Um êmbolo com 30 mm de espessura divide a câmara em duas partes que comunicam entre si externamente por um tubo de diâmetro muito menor que o do amortecedor. A velocidade de deslocamento do êmbolo é pois muito pequena, podendo ser desprezada nos cálculos aqui necessários. a) Admitindo que a massa da haste e do êmbolo é de 5 kg, calcule a diferença de pressões pA-pB entre os pontos A e B, assinalados na figura, quando a haste está submetida a uma força axial F, de baixo para cima, com a intensidade de 100 N. b) Para medir a diferença de pressões pA- pB utilizou-se o manómetro de mercúrio (ρ=13600 kg m-3) de tubo inclinado figurado, em que o diâmetro do tubo é muito menor que o da ampola do ramo vertical. Qual deverá ser o espaçamento entre divisões da escala para se obter uma leitura direta em kPa ? Hidrostática 13 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 23 A figura representa esquematicamente um macaco hidráulico de acionamento manual, que eleva o prato cilíndrico representado em corte. O peso próprio do prato é de 250 N e o óleo no interior da prensa tem de massa volúmica ρ = 850 kg m-3 e viscosidade dinâmica µ = 0,01 kg/ms. Escreva uma equação representativada relação entre a carga exterior P (em Newton) atuando no prato, a altura H (em metro) e a indicação do manómetro M (em Pa). PROBLEMA 24 Dois êmbolos (massa volúmica ρe) encerram num recipiente com a forma representada na figura um fluido de massa específica ρf. a) Calcule a força F necessária para manter os dois êmbolos na posição indicada na figura. Considere h=H. b) Para uma força F constante, em que medida o ângulo θ afeta a posição dos êmbolos? Hidrostática 14 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 25 A figura representa um limitador de pressão constituído por um tubo vertical de 60 mm de diâmetro, no interior do qual se aloja um êmbolo de aço (ρ=7800 kg m-3), com as dimensões figuradas. O limitador é utilizado numa instalação de bombagem de óleo (ρ=850 kg m-3) para impedir que a pressão p a jusante da bomba B exceda o valor pretendido. A limitação ocorre quando o êmbolo se eleva e abre a passagem R para o reservatório. Qual deverá ser a altura (H na figura) apropriada para que a limitação de pressão ocorra quando p= 110 kPa (pressão absoluta)? PROBLEMA 26 Considere um reservatório com água (ρ=103 kg m3) como o representado na figura, dividido em duas partes unidas por oito parafusos que apertam as duas flanges. Desprezando o peso próprio do recipiente calcule o esforço a que está sujeito cada parafuso quando o reservatório está suspenso pelo topo e quando assente na base. Nesta última situação, se não houvesse parafusos, manter-se-iam unidas as duas partes? Justifique. Hidrostática 15 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 27 O nível de gasolina (d=0,68) num depósito com 30 cm de profundidade é indicado através do sinal de um manómetro diferencial colocado com a tomada de pressão junto ao fundo. a) Se acidentalmente tiver entrado no depósito água (ρ=1000 kg m-3), formando uma camada de 2 cm de espessura, qual o erro percentual, em relação ao volume total do depósito, quando o indicador marcar "cheio"? b) A sensibilidade de um sistema indicador de nível como o sugerido pode caracterizar- se pelo quociente entre as variações correspondentes da leitura do manómetro e do nível de combustível no depósito S = p H ∂ ∂ Exprima S em função da densidade da gasolina utilizada, e mostre em que medida a presença da água no fundo afeta a sensibilidade do sistema. PROBLEMA 28 A figura representa uma cápsula para recolha de amostras de água do mar(d=1,035). A tampa pode rodar em torno de um eixo ao qual é aplicado um momento resistente por meio de uma mola regulável. Admitindo desprezável o peso da tampa, e supondo que o ar se encontra inicialmente à pressão patm=105 N m-2, qual a profundidade a que a amostra de água é recolhida se o momento resistente aplicado à mola for de 2×104 Nm? Hidrostática 16 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 29 A figura representa um reservatório com a forma de um prisma quadrangular contendo três fluidos imiscíveis. Sabendo que o sensor A indica uma pressão relativa de 1,5 kPa e que pB=pC=patm, determine: a) As cotas dos meniscos B e C. b) A força hidrostática resultante exercida sobre uma das paredes verticais e o seu momento em relação à aresta da base. PROBLEMA 30 Uma comporta retangular de largura B=10 m (normal ao plano da figura) separa duas zonas de um canal em que o desnível de água (ρ=1000 kg m-3) é ∆H=H1-H2. a) Esboce os diagramas de pressões dos dois lados da comporta, bem como o das pressões resultantes. b) Qual o valor da resultante das forças de pressão? (patm=105 N/m2) PROBLEMA 31 Tendo em atenção as condições da figura exprima em função das outras grandezas o valor de b necessário para que não haja escorregamento da parede (ρp) devido à ação da água (ρa), considerando-a simplesmente apoiada no pavimento. Em que condições poderá haver perigo de a parede tombar? (designe por µ o coeficiente de atrito parede/pavimento) PROBLEMA 32 Ao ascender no reservatório da figura, a água (ρ=103 kg m-3) atinge um determinado nível H, acima do eixo da comporta, que fará com que esta abra automaticamente, rodando em torno do eixo. Calcule o valor de H, desprezando eventuais atritos no eixo de rotação e o peso próprio da comporta. B C A 2m 1,5m 1m 3m ar (20°C) d=0,68 (gasolina) d=1,26 (glicerina) z=0 Hidrostática 17 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 33 Uma abertura circular na parede de um reservatório é fechada por um disco que simplesmente cabe na abertura e pode rodar em torno de um eixo que passa pelo seu eixo horizontal. a) Prove que se o nível de água (ρ=103 kg m-3) no reservatório estiver acima do topo da disco (situação da figura), o momento necessário para o manter na posição vertical é independente desse nível. b) Se o diâmetro do disco for de 1 m, qual o valor desse momento? PROBLEMA 34 Desprezando os eventuais atritos calcule a partir de que altura de água (ρ=103 kg m-3) se verifica a abertura da comporta representada, obrigando à sua rotação no sentido dos ponteiros do relógio. (O peso da comporta é de 1 tonelada, e a dimensão na direção normal ao plano da figura igual a 4 m.) PROBLEMA 35 A comporta da figura pesa 750 kg e tem o seu centro de gravidade a meio da distância L entre o eixo de rotação O e o bordo superior; tem forma retangular e a dimensão normal ao plano da figura é B. O fluido no reservatório é água (ρ=103 kg m-3). Encontre uma relação entre o nível da água, representado por h, e o ângulo da comporta com a horizontal, αααα, para que a comporta permaneça em equilíbrio. φφ φφ = 1 m α Hidrostática 18 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 36 Uma conduta cilíndrica como a indicada retira água de um lago (ρ=103 kg m-3; patm=105 Pa). Se for fechada com uma tampa circular de 450 mm de diâmetro, inclinada a 45°, qual a força a que esta ficará sujeita? Caracterize convenientemente o ponto de aplicação da dita força. PROBLEMA 37 A comporta triangular C, D, E, da figura é articulada em CD e pode ser aberta por uma força normal P, aplicada em E. O fluido do reservatório é óleo de densidade dade d=0,8, estando o lado exterior da comporta em contacto com a atmosfera (patm=105 Pa). Determine a inten- sidade e ponto de aplicação da resultante das forças de pressão sobre a comporta, bem como a intensidade da força P necessária para a abrir. Hidrostática 19 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 38 No reservatório de água (ρ=103 kg m-3) representado a comporta C tem 2 m de largura (direção normal ao plano da figura) e está ligada por um sistema de articulações e roldanas a uma esfera de betão E, de densidade 2,4. a) Qual deverá ser o diâmetro mínimo da esfera para que a comporta se mantenha fechada? b) Repita o cálculo da alínea anterior mas considerando a esfera mergulhada na água. PROBLEMA 39 Um corpo de forma prismática (visto de topo na figura) encontra-se imerso em água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=10-3 kg/m/s) estando ligado ao fundo através de um suporte rígido (S). O peso do corpo é de 30 kgf e a sua dimensão na direção normal ao plano representado é de 200 mm. a) Localize o ponto de aplicaçãoda força que atua sobre a face A. b) Determine a solicitação a que está sujeito o suporte S. Hidrostática 20 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 40 A figura representa um reservatório de forma cúbica dividido em duas partes por uma placa rígida na direção da sua diagonal. Caracterize a resultante das forças de pressão que atuam sobre a divisória (direção, sentido e intensidade) relativamente ao sistema de eixos da figura. Dados: H=h1=h2=2 m ; ρ1=1000 kg m-3 ; ρ2=800 kg m-3. PROBLEMA 41 A figura representa um depósito de petróleo (d=0,85), aberto à atmosfera, onde existe uma comporta retangular de 1,5 m de altura e 1,1 m de largura. A comporta pesa 280 kg e pode rodar em torno do eixo horizontal B. No fundo do reservatório acumula-se também água doce (ρ=1000 kg m-3). a) Para a situação representada na figura, esboce o diagrama das pressões que atuam sobre a comporta. b) Calcule o binário resistente que deve ser aplicado à comporta em B para evitar a sua abertura. petróleo água 30° 1. 2 m 0. 9 m ²h ar 1.2 m A B ∆h Hidrostática 21 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 36 0 m m 73 5 m m H E PROBLEMA 42 Uma campânula hemisférica é mantida no fundo do mar, cheia de ar (ρ=1,2 kg m-3) a uma pressão de 765 mm Hg. A pressão atmosférica à superfície é de 105 Pa e a densidade da água salgada 1,032. a) Considerando a indicação do manómetro de mercúrio (d=13,6) representado, qual a profundidade H a que se encontra a campânula? b) O acesso ao interior é feito através de uma comporta circular com 80 cm de diâmetro, podendo rodar em torno de um eixo horizontal E existente no topo superior. Qual a força mínima necessária para abrir a comporta? PROBLEMA 43 O dique representado tem a forma de um quarto de círculo e um comprimento de 50 m, normal ao plano representado. Calcule as componentes horizontal e vertical da resultante das forças de pressão sobre o dique, e localize o respetivo centro de pressões. (ρf=1035 kg m-3 ; patm=105 Pa). PROBLEMA 44 Uma comporta com a forma de um quarto de círculo retém água salgada (d=1,035) conforme mostrado esquematicamente na figura. Calcule a resultante das forças de pressão por unidade de comprimento e localize o centro de pressões. (patm=105 Pa) PROBLEMA 45 Um cilindro (d=2,6) com 1 m de diâmetro e 10 m de comprimento separa dois níveis de água conforme o mostrado na figura. Calcule as reações vertical e horizontal no ponto C (dlíquido=1). Hidrostática 22 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 46 A figura representa uma comporta de forma cilíndrica, suscetível de rodar sem atrito em torno do ponto A, sustentando a água (ρ=1000 kg m-3) de um canal de secção retangular (4m x 2m). a) Faça uma representação gráfica da distribuição de pressões sobre a superfície da comporta. b) Determine o módulo da força de pressão exercida pela água sobre a comporta. c) Desprezando o peso próprio da comporta, determine o valor mínimo que deverá ter o peso, P, para a manter fechada. PROBLEMA 47 Uma cuba hemisférica com um peso de 30 kN, cheia de água (ρ=103 kg m-3), é apertada ao chão por meio de 12 parafusos igualmente espaçados. a) Qual a força a que está sujeito cada um dos parafusos? b) Repita o cálculo considerando agora que na abertura é acoplado um tubo, também cheio de água, com 3 cm de diâmetro e 4 m de altura, conforme indica a figura. (patm=105 Pa) PROBLEMA 48 Uma esfera de 305 mm de raio e 173 kg de massa fecha um orifício situado no fundo de um tanque contendo água (H=914 mm; ρ=1000 kg m-3). a) Esboce o diagrama de distribuição de pressão na superfície da esfera. b) Calcule a resultante da distribuição de pressão em torno da superfície molhada da esfera. c) Calcule a força mínima necessária para remover a esfera do orifício, supondo que a força calculada na alínea a) vale 432 N e atua de baixo para cima. 4m H2O A P 2m 1m R=4m h H R=305 mm F Volume da calote esférica: 2piR2h/3 305 mm Hidrostática 23 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 49 O reservatório da figura é constituído por quatro partes: uma tampa semiesférica, um fundo plano circular e duas peças encurvadas que, unidas, formam o corpo cilíndrico de 1 m de altura. Está cheio de um líquido de densidade d=2,8, suspenso de um cabo, e comunica com a atmosfera através de um orifício (respiro) na parte superior. Considerando desprezável o peso do reservatório: a) Calcule o valor da pressão absoluta no fundo e a força que poderá ser lida no dinamómetro D. b) Qual o valor da força a que, devido à ação do líquido, estão sujeitos os parafusos que unem a tampa ao corpo do reservatório? E a força que atua sobre os parafusos que unem o fundo ao corpo? c) Calcule a intensidade e localize convenientemente a força que, ainda devido à ação do líquido, atua sobre cada uma das metades que constituem o corpo do reservatório. PROBLEMA 50 O tanque cilíndrico representado na figura tem uma tampa hemisférica (superfície ABC), e contém propano nas fases líquida e gasosa, 50% de cada fase em volume. A pressão manométrica é igual a 8 bar. a) Represente a distribuição de pressão nas faces interior e exterior da superfície ABC. b) Calcule as resultantes, horizontal e vertical, das forças exercidas na superfície ABC. c) Comente a seguinte afirmação: “A força horizontal exercida na tampa ABC é totalmente independente da forma desta”. PROBLEMA 51 Um bloco sólido, de material homogéneo, de massa específica ρ, flutua entre dois líquidos de massas específicas ρ1 e ρ2, como mostra a figura, verificando-se entre aquelas a seguinte relação: ρ1 < ρ < ρ2 Encontre uma expressão que quantifique a altura b com que o bloco emerge do fluido inferior. A 2 m 2 m Gás, ρ=19.5 kg/m3 Líquido, ρ=496 kg/m3 B C 8 bar Equações fundamentais - formulação integral 24 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Equações fundamentais - formulação integral 25 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Equações fundamentais Formulação integral Equações fundamentais - formulação integral 26 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 52 Considere o escoamento, suposto ideal, conforme a representação esquemática da figura abaixo: Na extremidade do tubo (9) podem ser roscados três tipos de terminal, identificados como A, B e C. Nestas condições a) Em que zona da tubagem pode mais facilmente ser atingida a pressão de vapor? Qual o tipo de terminal que mais favorece a ocorrência desse fenómeno? b) Supondo toda a parede da tubagem constituída pelo mesmo material, qual a zona mais sujeita à rotura? Com qual dos de terminais seria mais provável que a rotura se verificasse? c) Os terminais são normalmente roscados na extremidade da tubagem. Se em vez desse tipo de fixação eles fossem simplesmente apoiados, analise a possibilidade de cada um se manter nessa posição, ou de ser "empurrado" na direção ou contra a direção do escoamento. Sugestão: esboce os diagramas das pressões atuantes sobre cada terminal e analise qual a direçãoe sentido da sua resultante. d) Discuta a veracidade das afirmações seguintes: I - A altura h1 mede a pressão estática e tem sempre o mesmo valor independentemente do terminal que seja utilizado. II - A altura h2 é uma medida da pressão total do escoamento e é tanto maior quanto menor for a secção de saída do terminal montado na tubagem Equações fundamentais - formulação integral 27 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 53 Considere um escoamento de água (ρ=103 kg m-3) num tubo vertical que integra um troço cónico como o que é representado na figura. Supondo que o perfil de velocidades numa qualquer secção transversal é plano, desprezando o atrito viscoso e tendo em atenção os seguintes dados H=2 m ; D1= 0,5 m ; D2=1 m ; m . =200 kg/s a) Qual a diferença de pressão entre os extremos do convergente? b) Qual deveria ser o valor do diâmetro D1 para que as pressões fossem iguais à entrada e à saída do convergente? c) Obtenha expressões matemáticas para a variação da pressão e da velocidade na direção do escoamento. Esboce um diagrama dessa evolução. PROBLEMA 54 Um venturi é uma conduta convergente / divergente utilizada na medição de velocidades (caudais) em escoamentos. Uma vez que os diâmetros a montante e no estrangulamento são respetivamente D1 e D2=n*D1 em que n<1, sendo as pressões nessas secções p1 e p2 respetivamente, mostre que é suficiente medir ∆p=p1-p2 e conhecer a massa volúmica ρ do fluido para determinar a velocidade V do escoamento. PROBLEMA 55 Ar a 20 °C (R ar = 287 J kg-1K-1) circula através de uma conduta como a figurada, sendo a pressão a montante do estrangulamento 6 bar. O fluido no reservatório é água (ρ=103 kg/m3), e os diâmetros do tubo e da garganta são respetivamente 25 mm e 10 mm. a) Calcule qual o mínimo caudal de ar capaz de induzir escoamento no tubo vertical, provocando a pulverização da água no escoamento. b) De que modo a pressão do escoamento a montante do estrangulamento afeta o valor atrás pedido? Equações fundamentais - formulação integral 28 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 56 Água (ρ=1000 kg m-3) escoa-se de um tanque, por efeito de sifão, conforme mostra a figura, indicando o tubo barométrico uma leitura de 8,8 m. a) Determine a máxima altura h a que é possível localizar a saída do tubo sem que ocorra a cavitação. Nota: a pressão do vapor no extremo fechado do tubo vertical é igual à pressão de saturação da água à temperatura em questão. b) Se o diâmetro do tubo de descarga fosse uniforme, qual seria o novo valor máximo de h de molde a evitar que o referido fenómeno se verifique? PROBLEMA 57 Água (ρ=1000 kg m-3) escoa-se de um reservatório através de um sifão constituído por um tubo de 25 mm de diâmetro, conforme é mostrado na figura. (patm=105 Pa). Calcule o caudal mássico escoado e o valor da pressão nos pontos 1, 2 e 3. PROBLEMA 58 No fundo de um reservatório com óleo de densidade 0,87, existe uma camada de água (ρ =1000 kg m-3) com uma espessura de 70 cm, que se escoa através de um furo de 1 cm de diâmetro existente no fundo. O reservatório tem de diâmetro 1 m. Calcule o tempo que levará a água a escoar-se. Equações fundamentais - formulação integral 29 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 59 Considere um escoamento de ar (ρ=1,2 kg m-3, ν=1,5×10-5 m2/s) sobre uma placa plana de 2 m de largura. A velocidade à entrada tem o valor de 40 m/s e distribui-se uniformemente. Numa secção S a jusante, o perfil de velocidades obedece à lei u(y)=200y - 100y2 [S.I.] a) Determine o caudal mássico, m. , através de uma superfície paralela à placa e situada 200 mm acima dela. b) Determine a tensão na parede para x=xs. c) A tensão na parede será mais elevada em x=0 ou em x=xs? Justifique. S40 m/s m. y 200 mm x u(y) x=0 x=xs PROBLEMA 60 Água (ρ=103 kg m-3) escoa-se através de um tubo vertical com uma saída convergente e é lançada na atmosfera, conforme se mostra na figura. a) Nas condições indicadas qual o caudal volúmico escoado? b) Calcule a altura h a que o jato se eleva, considerando o escoamento ideal. PROBLEMA 61 A figura representa um escoamento bidimensional e estacionário de um fluido ideal, através de uma curva vertical, com linhas de corrente circulares. A distribuição de velocidades na secção vertical 1-2 é dada por vr=k, onde k é uma constante e r é o raio de curvatura. O caudal, por unidade de comprimento na direção normal ao plano da figura, tem o valor de 1000 kg/s/m. a) Mostre que a relação entre a velocidade média, V, na secção 1-2 e a velocidade no ponto 1 pode ser expressa por: 1 2 1 2 1 1 lnr rV V r r r = − b) Determine a velocidade no ponto 2. c) Determine a diferença de pressões entre os pontos 1 e 2. Critique o resultado. g r2 r1 1 2 C Dados: r1=1,0 m; r2=1,2 m ρ=1000 kg/m3 Equações fundamentais - formulação integral 30 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 62 Uma agulheta para extinção de incêndios debita um caudal de água (ρ=103 kg m-3) de 60 m3/h. Calcular a força de ligação da agulheta com a mangueira se as suas dimensões forem D1=8 cm e D2=3 cm. Resolva este exercício considerando dois volumes de controlo distintos: (i) tomando como superfície de controlo o a face interior da agulheta e (ii) tomando como superfície de controlo a face exterior. PROBLEMA 63 Dois jatos de água iguais sustentam em equilíbrio, à mesma altura, dois corpos A e B com a configuração mostrada na figura. Nestas condições diga, justificando, qual dos dois corpos é mais pesado. PROBLEMA 64 A placa P da figura pesa 25 kgf. Um jato de água (ρ=103 kg m-3) com 1 cm de espessura e 25 cm de dimensão normal ao plano representado incide a meio da mesma. Qual a altura H necessária para manter a placa em equilíbrio com uma inclinação de 45° ? Equações fundamentais - formulação integral 31 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 65 Um jato de água (ρ=1000 kg m-3) com uma velocidade de 15 m/s e uma secção tranversal de 0,05 m2 atinge um defletor montado sobre um carro conforme se indica na figura. a) Qual o valor da massa M para que o carro permaneça em repouso? b) Se a velocidade do jato de água aumentar para 20 m/s, mantendo-se o valor de M, qual a velocidade com que o carro se deslocará? PROBLEMA 66 Um jato de ar (ρ=1,2 kg m-3) horizontal com uma velocidade de 50 m/s e um diâmetro de 20 mm incide numa calote esférica conforme mostra a figura. Calcule a força F necessária para contrariar a ação do jato, evitando que o corpo se desloque. PROBLEMA 67 Determinar uma expressão para a força que o jato de água (ρ=103 kg m-3) de forma retangular representado na figura exerce sobre a placa na direção k, em função do ângulo θ. Sendo de 5 cm2 a área do jato, qual será o valor de cada uma das áreas de saída? Equações fundamentais - formulação integral 32 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 68 Óleo (d=0,85) escoa-se através de uma conduta horizontal onde está integrada a curva a 45° com re dução de secção representada na figura, sendo a pressão à entrada 1,5x105 Pa. a) Qual o caudal máximo admissível sabendo que asflanges só vedam à compressão, i. e. se p>patm? (patm=105 Pa). b) Calcule a resultante (vetor) das forças que a curva transmite a montante e a jusante, para um caudal de 500 l/min. PROBLEMA 69 Óleo (ρ = 870 kg m-3; µ = 0,104 Pa.s) escoa- se, em regime laminar, numa conduta cilíndrica com 15 mm de diâmetro. Um manómetro de coluna de mercúrio (d=13,55), ligado entre duas secções distanciadas de 1 m, acusa um desnível de 60 mm, conforme indica a figura. A lei de distribuição de velocidade para este escoamento é do tipo: u(r) = k(1-r2/R2), onde u(r) é a velocidade num ponto à distância r do eixo, k é uma constante e R o raio da conduta. a) Com base num balanço de quantidade de movimento, calcule a tensão de corte na parede e o caudal em circulação. b) Calcule a velocidade num ponto da conduta distanciado de 5 mm da parede. PROBLEMA 70 A figura representa (vista em planta) uma bomba centrífuga acionada por um motor elétrico, destinada a movimentar um caudal de água (ρ=103 kg m-3) de 10 m3/minuto. As ligações entre a bomba e as condutas são flexíveis para evitar a transmissão de vibrações a montante e a jusante. As pressões relativas à entrada e à saída são respetivamente 0 e 2,5 bar, e as secções das condutas 0,05 m2 e 0,03 m2. Calcule a força (vetor) global que o sistema bomba/motor exerce sobre os pontos em que está apoiado. (patm=105 Pa) φ15 mm Q r d=13,55 1 m 60 mm Equações fundamentais - formulação integral 33 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 71 Considere a bifurcação representada na figura, a qual faz parte de uma conduta horizontal em que se escoa água (ρ=103 kg m-3), sendo a pressão relativa na secção de entrada 0,68 kgf/cm2. Determine qual a força necessária (in- tensidade, direção e sentido) para manter fixo o acessório. PROBLEMA 72 No escoamento, suposto ideal, de água (ρ=1000 kg.m-3) sobre o descarregador representado na figura, admite-se que nas secções 1 e 2 a velocidade se distribui uniformemente e que a pressão é igual à pressão hidrostática. A largura do descarregador é de 1 m. a) Represente graficamente as distribuições de pressão nas secções 1 e 2 e ao longo da superfície livre da água. b) Calcule as velocidades v1 e v2. c) Calcule a componente horizontal da força exercida pela água no descarregador. 5m 0,7m v2 v1 Equações fundamentais - formulação integral 34 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 73 A figura pretende representar esquematicamente o rotor de uma bomba centrífuga destinada a debitar um caudal de 30 litros por minuto, entrando a água (ρ=103 kg m-3) no rotor segundo a direção axial. O diâmetro do rotor é de 250 mm e as pás são radiais no diâmetro exterior e têm, também na periferia, 25 mm de altura. Calcule a potência transmitida ao rotor quando este girar a uma velocidade de 1000 r.p.m. PROBLEMA 74 Considere o torniquete hidráulico (ρágua=103 kg m-3) representado na figura, alimentado a partir de um reservatório pressurizado a uma pressão P0 constante. A conduta que sai do depósito tem 5 cm de diâmetro, e os ramos do torniquete 2 cm e 1 cm. a) Em que sentido tende o torniquete a rodar? b) Qual a pressão necessária para o torniquete começar a rodar, sabendo que o binário resistente, devido ao atrito no veio, é de 150 N m? c) Qual a velocidade de rotação do torniquete se o binário resistente for igual a zero? Equações fundamentais - formulação integral 35 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 75 Água (ρ=1000 kg m-3), considerada um fluido ideal, é bombada desde um poço conforme mostra a figura. O motor de acionamento da bomba B tem uma potência de 10 CV e o rendimento global do motor e bomba é de 75 %. A conduta de pressão tem um diâmetro de 75 mm e a de aspiração 150 mm. Nestas condições a) Qual o caudal debitado pela bomba? b) Qual a componente horizontal da força a que está sujeito o suporte S, resultante da ação do escoamento? PROBLEMA 76 A figura representa uma instalação de bombagem de água (ρ=1000 kg m-3) entre dois reservatórios. (ρHg=13,6x103 kg m-3 ; patm=105 Pa ; T=15 °C) a) Calcule a potência da bomba B. b) Para o mesmo valor do caudal determine o valor máximo de H para que se não verifique cavitação. c) Diga se são verdadeiras ou falsas as afirmações seguintes: I - Para o mesmo valor do caudal, aumentando o diâmetro da tubagem de admissão da bomba, aumenta a potência necessária à bombagem e diminui o risco de cavitação. II - Para o mesmo valor do caudal, aumentando o diâmetro da conduta de descarga, diminui a potência necessária à bombagem, mantendo-se as mesmas possibilidades de cavitação. Equações fundamentais - formulação integral 36 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 77 A figura representa esquematicamente um sistema de propulsão de barcos constituído por uma bomba B, acionada por um motor, que aspira água (ρ=1000 kg m-3) na proa do barco e a expele na popa, através de orifícios de diâmetros D=500mm e d=200mm, respetivamente. a) Desprezando as perdas por fricção nos tubos de aspiração e descarga, calcule a potência necessária para acionar a bomba quando o barco se encontra parado, por forma a produzir um caudal de 1 m3/s. b) Determine nas condições referidas em a) o impulso produzido por este sistema de propulsão. c) No sentido de extrair o máximo de potência do sistema referido, pensou-se em alterar o diâmetro D da conduta de aspiração. Analise o problema e diga qual a alteração que proporia. Equações fundamentais - formulação integral 37 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 78 Na figura está representada uma turbina reversível, podendo portanto funcionar também como bomba em determinados períodos, elevando então a água (ρ€= 1000 kg m-3) da zona de descarga para a albufeira de captação. Admita que o escoamento é ideal, quer num quer no outro sentido do fluxo, e que em qualquer dos casos o rendimento de conversão é de 100%. a) Qual a potência debitada pela turbina, quando o caudal escoado for de 300 m3/h. b) Considere agora o funcionamento como bomba. Se a potência fornecida pelo motor de acionamento for igual à que se obtém em a), o caudal em circulação será maior ou menor? Justifique. c) Na situação de funcionamento como turbina, se a mesma fosse colocada mais próxima da captação, mantendo-se as restantes condições, a potência recolhida seria maior ou menor? E se a descarga se desse, não à profundidade indicada mas, por exemplo, livremente para a atmosfera, man- tendo-se o desnível de 33 m entre a superfície livre e a descarga, de que modo a potência da turbina seria afetada? Vê algum interesse em a descarga ser feita em profundidade e a turbina ser colocada no ponto indicado e não a uma cota superior? PROBLEMA 79 A figura representa esquematicamente um troço de tubagem que lança um jato de água (ρ = 1000 kg m-3) na atmosfera (pa = 105 Pa). a) Qual o desnível h verificado no manómetro de mercúrio (d=13,6) quando o caudal escoado for de 1,5 Ls-1 ? (O ramo da esquerda do manómetro está em contacto com a atmosfera) b) Caracterize (intensidade, sentido e direção) a força exercida pela conduta sobre o suporte para o mesmo valor do caudal (não despreze o peso da água). 33 00 70 0 h φ25 φ7 5 Ligação flexível V água 4000 Equações fundamentais- formulação integral 38 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 80 Gasolina (d=0,68) é bombada a um caudal de 0,12 m3/s conforme se indica na figura. Sabendo que as perdas verificadas entre as secções 1 e 2 (entrada e saída) são iguais a 0,3 V12/2, qual a diferença de pressão verificada entre essas secções quando a bomba transmite ao fluido uma potência de 20 kW? PROBLEMA 81 A figura representa parte de uma instalação de um sistema hídrico. O caudal de água (ρ=1000 kg m-3) é de 0,5 m3/s e a turbina tem uma eficiência de 90%. a) Determine a potência útil da turbina. Considere agora que a descarga se faz ao nível da turbina (Z2=0), para a atmosfera,z2=0, p2=patm e que a potência útil debitada, para o mesmo caudal, é de 100 kW. b) Considerando Z1≈Z2, determine a força a que está sujeito o suporte de fixação da turbina. T 0,8 m Hg (d=13,6) φ=0,2 m φ=0,15 m Z 2 =0 Z 11 2 g 2 1 Q=0.122 m3/s D2=0.2 m D1=0.1 m Bomba 3 m Equações fundamentais - formulação integral 39 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 82 Na figura está representada parte de uma instalação onde circula água, (ρ = 1000 kg m-3, µ = 10-3 kg m-1 s-1, psat = 2337 Pa), cuja pressão absoluta na secção 1 é de 105 kPa. A conduta, de diâmetro 90 mm, apresenta um estrangulamento tal que, na secção correspondente ao tubo vertical I, o diâmetro se reduz para 70 mm. Admitindo tratar-se de um escoamento ideal: a) Determine o caudal volúmico que flui na instalação quando hI = 50 mm. b) Calcule a potência que deverá ter o motor de acionamento da bomba, sabendo que hII = 3 m e que o rendimento do conjunto é de 70 %, se o caudal em circulação for de 52 m3/h. c) Esboce a evolução das pressões estática e dinâmica ao longo da instalação. d) Qual o valor mínimo do caudal volúmico suscetível de provocar a cavitação? PROBLEMA 83 Uma bomba de água (ρ=1000 kg m-3) tem uma entrada e duas saídas, vide figura. As ligações da tubagem à bomba são flexíveis, pelo que os esforços devidos às forças mássicas e hidrodinâmicas na região da bomba são integralmente transmitidos ao suporte. As pressões indicadas são relativas. a) Determine a cota Z4. b) Determine caudal na secção 3. 300 kPa B 45,24 m3/h 1 2 3 φ40 mm φ60 mm φ100 mm H2O Z1≈Z2≈Z3=5 m 490 kPa -69,48 kPa Z=0 Z4 c) Determine a potência fornecida à bomba, sabendo que o rendimento desta é igual a 85%. d) Sabendo que a componente vertical da força exercida pelo suporte sobre a bomba tem o valor de 3 kN (sentido de baixo para cima) determine o peso da bomba. Equações fundamentais - formulação integral 40 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 84 Água escoa-se por gravidade entre dois reservatórios interligados por um sistema de condutas, conforme indicado na figura. a) Esboce qualitativamente a evolução da pressão total (ou de estagnação) ao longo dos pontos I, II,…,VII. b) Para um desnível H=20 m, constante, determine o caudal de água que flui entre os dois reservatórios. c) Considere uma nova condição de H (mantendo-se a cota de 50 m), para a qual se verifica um caudal de 450 m3/h em cada um dos ramos B e C. Determine: i) a pressão estática no ponto III; ii) a força exercida sobre a bifurcação para a manter no lugar. AB=0.005 m2 H AC=0.005 m2 AA=0.01 m2 60º Água ρ=1000 kg/m3 50 m I II III IV V VII VI Equações fundamentais - formulação diferencial 41 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Equações fundamentais Formulação diferencial Equações fundamentais - formulação diferencial 42 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 85 Estabeleça a lei de distribuição de velocidades para um escoamento entre duas placas planas e paralelas (escoamento laminar, permanente e incompressível). PROBLEMA 86 Considere o escoamento entre duas placas planas paralelas representado na figura. A placa superior move-se a uma velocidade constante U, estando a inferior fixa. A pressão decresce na direção do escoamento, sendo o gradiente longitudinal dp/dx constante. a) Encontre uma expressão para o perfil de velocidades u=f(y). b) Compare a evolução da tensão de corte verificada neste escoamento com a de um outro em que dp/dx é nulo. PROBLEMA 87 No escoamento bidimensional, laminar e permanente, entre duas superfícies sólidas horizontais, o perfil de velocidades tem a forma esboçada na figura, com a velocidade máxima, Um, localizada a meia distância entre as duas superfícies. a) Integrando a equação do movimento segundo Ox, exprima Um em função do espaçamento H, das propriedades do fluido (ρρρρ, µµµµ) e do gradiente de pressões x p ∂ ∂ . b) Será viável utilizar o teorema de Bernoulli para relacionar as pressões em dois pontos distintos deste escoamento? Justifique. U h H x y O mU Equações fundamentais - formulação diferencial 43 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 88 Um líquido de massa volúmica ρρρρ e viscosidade µµµµ, escoa-se sobre uma placa infinitamente larga, inclinada de um ângulo θθθθ relativamente à horizontal, por ação da gravidade. A espessura do líquido sobre a placa é constante e igual a h, e o escoamento é permanente. a) Desprezando a viscosidade do ar em contacto com a superfície superior do líquido, determinar a distribuição de velocidades, a velocidade média e a tensão de corte junto à parede. b) Esboce o perfil de velocidades que se obteria no caso de não se ter desprezado o atrito do líquido com o ar. PROBLEMA 89 Uma correia de grande largura (plano normal ao da figura) passa por um recipiente contendo um líquido viscoso, de propriedades ρρρρ e µµµµ, arrastando uma película de fluido de espessura h que, por sua vez, se escoa por ação da gravidade. Sendo V0 a velocidade vertical da correia, encontre uma expressão para a velocidade média da película de fluido, admitindo que o escoamento é laminar e permanente. Nota: O referencial (x,y) é fixo com respeito a um observador exterior. PROBLEMA 90 Um fluido de propriedades ρ e µ, newtoniano e incompressível, escoa-se entre duas placas planas paralelas conforme se mostra na figura. O escoamento é produzido pelo arrastamento da placa superior, que se move com uma velocidade U, e por um gradiente longitudinal de pressões ∂p/∂x, sendo o regime laminar e permanente. a) Esboce o perfil de velocidades para as situações ∂p/∂x<o, ∂p/∂x=0 e ∂p/∂x>0. b) Encontre a relação que deve verificar-se entre U e ∂p/∂x para que a tensão de corte junto à placa fixa seja nula Equações fundamentais - formulação diferencial 44 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 91 Um fluido de propriedades ρ= 900 kg m-3, µ= 9x10-2 kg/(ms) escoa-se, em regime laminar, entre duas placas planas paralelas e horizontais, dando origem a um perfil de velocidades u(y) traduzido pela expressão u(y) = K y (H - y) ; K constante a) Deduza uma relação entre as velocidades média e máxima deste escoamento. b) Estabeleça uma relação entre o parâmetro K e as outras grandezas envolvidasno escoamento (gradiente de pressão, propriedades do fluido, etc.). c) Se a transição entre o regime laminar e turbulento se verificar para um valor ReH = 2500, e sendo H = 5 cm, qual o valor de K que corresponde a essa transição? PROBLEMA 92 Dois fluidos imiscíveis, com a mesma massa volúmica mas diferentes densidades estão contidos entre duas placas planas paralelas conforme se mostra na figura. A placa inferior é fixa e a superior desloca-se com uma velocidade constante U, dando origem a um escoamento laminar e incompressível, sem gradiente de pressão na direção do movimento, sendo contínua a variação quer da velocidade quer da tensão de corte através da fronteira entre os fluidos. a) Determine o valor da velocidade na interface entre os dois fluidos, exprimindo o resultado em função de U, µ1 e µ2. b) Esboce o perfil de velocidades para a situação µ2 = 2µ1. Qual a relação entre as tensões de corte verificadas junto às placas superior e inferior? Comente o resultado, fundamentando a resposta na relação entre a tensão e o gradiente de velocidades em cada caso. H x y O mU Equações fundamentais - formulação diferencial 45 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 93 O campo de velocidades de um escoamento (ρ=1,2 kg m-3) bidimensional, invíscido e incompressível é dado por u = 2 2 10y x y+ v = 2 2 10x x y − + w = 0 g=(0,0,-g) Determine a componente do gradiente de pressões na direção x e calcule o seu valor no ponto (1,1,0). Transforme estas velocidades nas componentes polares (vr, vθ). O que pode representar este escoamento? PROBLEMA 94 De acordo com a teoria dos escoamentos potenciais, na região de aproximação a um cilindro bidimensional a velocidade do fluido na linha de corrente central (y=0) é dada por u=U(1-R2/x2), onde R é o raio do cilindro e U a velocidade do escoamento na região não perturbada. a) Determine, para ρ=900 kg m-3, µ=0,3 Pa.s, R=50 mm, e U=2 m/s: a) A aceleração máxima do fluido nessa linha de corrente e o local, x, onde tal valor ocorre. b) idem, para a tensão normal τxx. PROBLEMA 95 Considere um escoamento bidimensional, estacionário e incompressível de um fluido newtoniano, com um campo de velocidades definido por: u = -2xy v = y2 - x2 w = 0 a) Verifique se é satisfeita a lei de conservação da massa. b) Determine o campo de pressões, p(x,y), sabendo que g=(0,0,-g) e p(0,0)=Po. y x R U Equações fundamentais - formulação diferencial 46 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Análise dimensional 47 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Análise dimensional Semelhança Análise dimensional 48 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 96 A perda de carga ∆∆∆∆p numa placa orifício (medidor de caudal) é função dos diâmetros do orifício e da conduta, d e D, da velocidade média do escoamento V, das propriedades do fluido, ρρρρ e µµµµ. Adimensionalize esta dependência utilizando o teorema de Buckingham. PROBLEMA 97 Um rotâmetro é um dispositivo medidor de caudal, constituído por um tubo cónico vertical e um flutuador. A posição deste último (x) varia de acordo com a velocidade do fluido à entrada do tubo (U) e é por isso uma medida indireta do caudal escoado. Uma análise das variáveis em jogo mostra que x = f(dF, U, ρ, µ, γF) em que ρ e µ são as propriedades do fluido, dF e γF o diâmetro e o peso específico do flutuador, e g a aceleração da gravidade. Apresente a mesma relação sob a forma adimensional, utilizando o teorema de Buckingham. PROBLEMA 98 Genericamente, a elevação de pressão ∆∆∆∆p produzida por uma bomba centrífuga depende das propriedades do fluido (ρρρρ , µµµµ), da velocidade de rotação n, do diâmetro do rotor D e do caudal volúmico V . . a) Apresente essa dependência sob forma adimensional, recorrendo ao teorema de Buckingham. b) A experiência mostra que, para fluidos pouco viscosos, o comportamento de uma bomba centrífuga é praticamente independente da viscosidade. Tirando partido desse facto, mostre que a elevação de pressão ∆p de uma bomba varia proporcionalmente à massa volúmica ρ do fluido que nela circula, quando se mantêm constantes a velocidade de rotação e o caudal volúmico. PROBLEMA 99 Um reservatório mantido a pressão constante, pint, descarrega para a atmosfera através de um furo de diâmetro d um líquido de massa específica ρρρρ e viscosidade νννν. a) Encontre uma relação adimensional entre o caudal de descarga, V . , e os restantes parâmetros relevantes. b) Uma expressão vulgarmente utilizada para o cálculo do caudal volúmico saindo de um reservatório é V& = 0,61 2 2 4 d gHpi . Investigue a homogeneidade dimensional da relação e comente a sua aplicabilidade à situação descrita em a). U dF x H D d p int Análise dimensional 49 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 100 Um elemento da estrutura de uma ponte, com um comprimento muito superior às outras dimensões, tem a secção transversal mostrada na figura. É sabido que com o vento soprando a uma velocidade constante podem formar-se na esteira vórtices, emitidos de modo regular, a uma frequência bem definida, podendo o fenómeno dar origem a esforços periódicos importantes sobre a estrutura, pelo que é essencial o conhecimento daquela frequência Neste caso concreto as dimensões da estrutura são D=0,1 m e H=0,3 m, o vento em causa é de 50 km/h (ρar=1,2 kg m-3 , µar=1,8x10-5 kg/m/s), e pretende--se determinar a frequência ensaiando um modelo a escala reduzida num túnel de água (ρ=1000 kg m-3; µ=1,01x10-3 kg/m/s), sendo a dimensão Dm=20 mm. a) Determine a dimensão Hm do modelo, bem como a velocidade à qual deverá ser realizado o ensaio. b) Se a frequência de emissão de vórtices encontrada no ensaio for de 49,9 Hz, qual o valor esperado no protótipo? PROBLEMA 101 A turbina de um gerador eólico de diâmetro D roda no ar (ρρρρ, µ) a uma velocidade angular ΩΩΩΩ. a) Encontre uma relação adimensional entre a potência captada pela turbina e as outras grandezas envolvidas. b) Suponha que a velocidade de rotação da turbina é de tal forma elevada que os efeitos da compressibilidade do ar não são desprezáveis. Em que medida é que este facto vem alterar a relação obtida na alínea anterior? Análise dimensional 50 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 102 Pretende-se desenvolver um instrumento para medição de velocidades em escoamentos de ar, constituído por um cilindro com dois orifícios (1 e 2), onde é medida a diferença de pressões ∆∆∆∆p=p1-p2, que depende do valor da velocidade U, bem como das dimensões do cilindro e das propriedades do fluido. a) Adimensionalize a dependência atrás enunciada recorrendo ao teorema dos Π de Buckingham. b) Um destes instrumentos foi aferido num túnel de vento obtendo-se uma curva como a figurada. Diga, justificando, se poderia converter esta curva numa outra apropriada para utilizar o mesmo instrumento em escoamentos de água. PROBLEMA 103 A velocidade de descida de um paraquedista depende do seu peso (próprio+equipamento), do diâmetro do para-quedas e das propriedades do ar. a) Utilizando o teorema de Buckingham, apresente a relação entre asgrandezas mencionadas em forma adimensional. b) Pretende-se estudar em escala reduzida o comportamento de um paraquedas que deverá descer carregado com o peso total 1000 N. Que peso deverá ser adotado num modelo à escala 1:5, por forma a assegurar condições de semelhança dinâmica? O fluido utilizado na simulação é o mesmo do caso real. PROBLEMA 104 Pretende-se avaliar o caudal mássico que se escoa por gravidade de um reservatório de altura h, ao longo de um tubo vertical de diâmetro D e comprimento H>>h. O fluido é um líquido de propriedades ρ e µ. a) Identifique as grandezas que poderão influenciar o valor do caudal escoado e apresente a relação correspondente sob forma adimensional, utilizando o teorema de Buckingham. b) O problema concreto é estudar um escoamento de óleo (ρ=850 kg m-3 ; µ=0,01 kg/m/s) ao longo de um tubo com H=50 m e D=5 cm num modelo reduzido utilizando como fluido a água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=0,001 kg/m/s). Qual a redução de escala a adotar? Análise dimensional 51 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 105 Para determinar a velocidade de queda de uma esfera de alumínio (ρ=2700 kg m-3) com 1 cm de diâmetro mergulhada em água (ρ=1000 kg m-3 ; µ=0,001 kg/m/s) mediu-se a velocidade de queda de uma esfera de aço (ρ=7800 kg m-3) com 2 cm de diâmetro em óleo (ρ=900 kg m-3 ; µ=0,1 kg/m/s). Supondo desprezável a dependência dos fenómenos relativamente ao número de Reynolds (coeficiente de arrasto independente do Re), relacione as duas velocidades de queda. PROBLEMA 106 A figura representa o corte de uma sala onde o ar é insuflado através de uma fenda existente junto ao teto, a uma velocidade V. a) Encontre uma relação entre o comprimento da zona descolada, l, e os restantes parâmetros relevantes. b) Se pretendesse estudar num modelo à escala 1:10 o caso de uma sala com 3 m de pé direito em que se insufla ar (ρ=1,2 kg m-3 ; ν=1,51x10-5 m2/s) por uma fenda de 5 cm de altura a uma velocidade de 2,5 m/s, quais seriam a altura da fenda e a velocidade de ensaio apropriadas para o ensaio se o fluido utilizado fosse água (ρ=1000 kg m-3 ; ν=1,01x10-6 m2/s)? PROBLEMA 107 Prove que num escoamento governado simplesmente por forças de inércia, gravidade e pressão, a razão dos caudais volúmicos de dois sistemas dinamicamente semelhantes é igual à razão dos comprimentos característicos elevada a 5/2. PROBLEMA 108 Pretende-se saber qual a força de arrasto verificada num avião cuja velocidade é de 600 km/h. Será possível ensaiar um modelo à escala 1:20 do avião num túnel de vento à mesma pressão e temperatura a que vai estar sujeito o protótipo com o fim de avaliar a referida força de arrasto? Em caso negativo sugira como poderia eventualmente ser contornado o problema. V h H l Análise dimensional 52 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 109 Num modelo à escala 1:100 de um porto de mar, qual o intervalo de tempo que deverá corresponder ao período real de marés de 12,4 horas? PROBLEMA 110 Um avião destina-se a voar a uma altitude de 3000 m, onde a pressão e a temperatura são respetivamente 70,2 kPa e -15 °C, à velocidade de 120 m/s. Um modelo à escala 1:20 é ensaiado num túnel de vento pressurizado à temperatura de 15 °C. Para que exista semelhança dinâmica quais os valores de pressão e velocidade que deverão ser adotados no ensaio? Admita que para o ar µ ∝ 3/ 2 ( 117) T T + PROBLEMA 111 O binário necessário para operar o leme de um submarino profundamente submerso deslocando-se à velocidade de 3 m/s é estudado num modelo à escala 1:20, num túnel de água doce. Num teste apropriado, o binário medido era de 8,3 Nm. Qual o binário esperado no submarino? ρ água slagada = 1025 kg m-3 ; ρágua doce= 1000 kg m-3; µ água slagada = µ água doce PROBLEMA 112 O aumento de pressão, ∆p=p2-p1, através da expansão súbita representada na figura e pela qual escoa um líquido pode ser expresso como: ∆p=ƒ(A1, A2, ρ, v1), onde A1 e A2 são as áreas das secções de passagem a montante e a jusante, ρ é a massa volúmica do fluido e v1 é a velocidade a montante. Alguns dados experimentais obtidos com A2=0,11613 m2, v1=1,524 m/s e utilizando água (ρ=1000 kg m-3) são dados na seguinte tabela: v1 A1 A2 p1 p2 A1 (m2): 0,00929 0,02323 0,03437 0,04831 0,05667 ∆p (Pa): 155,610 375,858 493,164 555,408 588,924 a) Represente graficamente estes dados experimentais usando parâmetros adimensionais adequados. b) Para uma expansão súbita com A1=0,02323 m2 e A2=0,06637 m2, percorrida por um fluido (ρ=1115 kg m-3) com velocidade v1=1,143 m/s, preveja o valor de ∆p correspondente. Análise dimensional 53 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 PROBLEMA 113 A altura (h) que atinge um líquido num tubo capilar depende do diâmetro do tubo (d), do peso específico do fluído (γ - produto da massa específica pela aceleração da gravidade), da tensão superficial do fluido (σ) e do ângulo de contacto (θ). a) Adimensionalize este problema. b) Se numa experiência for medido um valor de h=3 cm, qual será a altura atingida noutro caso semelhante em que a tensão superficial é a metade d θ h do caso anterior e onde a massa volúmica do fluído é duas vezes superior, para um mesmo ângulo de contacto? 54 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Soluções dos exercícios de Mec. dos Fluidos I (6º versão) 03/07/25 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS – LEI DE NEWTON DA VISCOSIDADE 1 a) U H yyu =)( H Uy µτ =)( b) 225 N/m2 2 0.075 N 3 a) 219.4 N b) 1.54µm c) 219.4 N 4 a) 9.82E-5m b) igual 5 35.6 m/s 6 1131 W 7 a) 286 N b) 366.7 W 8 a) 1.96E-2 N/m.s b) pequenas viscosidades 9 a) 176.9 m/s b) medindo a velocidade de descida 10 1.11E-3 kg m-1 s-1 Não esquecer o momento resistente na base 11 a) θ ωpiµ hsen rM oo 2 4 = 12 32 3 R Msen piω θµ ≈ 13 a) 4 D w β τ −= ; 84 DD β τ −= b) LDF 2 4 βpi= 14 + −−= )(exp1)( mMh At A hMgtv µ µ ; )(∞v 15 µ1=2×µ2 Hidrostática ( g = 9.8 m/s-2, Patm = 1 bar) 16 1.25807x105 Pa, 945.1 mmHg, 1.283 kgf/cm2, 12.85m.c.a 17 a) 95485.7 Pa b) 96,22 cm c) retirando agua 18 a) 5.32 cm b) 56 J 19 1 2 2( )( ) d D sen gf+ −θ ρ ρ 20 a) 240.1 Pa 21 a) 1.96E5 Pa b) 17.2 kg 22 a) 5265 Pa b) 0.015 m 23 P= (M-8335.95xH)0.32pi/4-276.19 (N) 24 a) 0 N b) não afeta 25 0.79 m Patm=1.01325×105 Pa 26 i. 7.7 kN ii. 3.8 kN iii. Não 27 a) 10% b) a água não afeta a sensibilidade 28 159.4 m 29 a) ZB=2.725 m, ZC=1.931 m b) 30 b) 3.14 MN 55 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 31 i. µρ ρ L Hb p a 2 2 > ii. L Hb p a ρ ρ 3 3 < 32 1.7 m 33 b) 481 Nm 34 4 m 35 h=(7.875 x cos θ x sen2 θ / B)1/3 36 20.6 kN, ycp= -0.68 mm Pressões absolutas 37 41.31 kN, ycp= -96.2 mm, xcp= 0, P=13.8 kN 38 a) 4.76 m b) 5.70 m 39 b) ycp= -1.94 mm c) 0 b) Pressões absolutas 40 i. 22,17 kN ycp= - 0.2357 m 41 b) 17.25 kNm 42 a) 9.5 m b) 2414 kgf 43 FH= 201.5 MN, FV=259 MN 44 F= 631.44 kN 45 Fy=142.07 kN, Fx=-36.78 kN, Mo= 18.38 kNm 46 b) 292 kN, c) 19.4 ton 47 a) 444 kgf b) 4632 kgf c) 10.27 kN 48 b) 432.5 N (de baixo para cima), c) 1263.2 N 49 a) 134300 Pa, 641 kgf, b) 6732 N 50 b) FH=10.08MN, FV=42.37 kN 51 ( ) ( )hb 21 2 ρρ ρρ − − = EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS – FORMULAÇÃO INTEGRAL 52 53 a) 19.13 kPa, b) 0.202 m, c) V V z − = + −2 2 0 2 0 25 0 25 2 0 255 . ( . . ) . pi 54 V P P D D1 1 2 1 2 4 2 1 = − − ( ) (( / ) )ρ 55 a) 2.93 l/s 56 a) h < 0.91 m, b) h < 7 m 57 2.17 kg/s P1=124500 Pa P2=114700Pa P3=90200Pa 58 1122 s 59 a) 10.24 kg/s, b) 0.0036 Pa, 60 a) 25.2 l/s b) 8.34 m 61 b) 4.571 m/s, c) P1-P2=-2636 Pa 62 -105 i kgf 63 O corpo A 64 5 m 65 a) 1958 kg, b) 5 m/s 66 1.89 N 67 a) 450×sen θ, b) αA1, (1-α)A1 com α=(1+cos θ)/2 68 a) 40.7 kg/s, b) 142.8 i -257.4 j (N) 69 a) 27.96 Pa , 0.321 m3/h b) 0.896 m/s 56 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 70 8425.9i-555.6j N 71 1198i-5709j N 72 b) v1=1.30 m/s, v2=9.27 m/s, c) 68.3 kN 73 86 W 74 b) 7.12 bar, c) 63 R.P.M. 75 a) 56.7 l/s b) -898 i (N) 76 a) 2.6kW, b) H< 9.7 m 77 a) 506.6 KW b) 2988 kgf c) (ver res. aula prática) 78 a) 27 kW b) 298.6 m3/h 79 a) 0.329 m, b) 16.7i -32.7j (kgf) 80 2.16 kgf/cm2 81 a) 101.4 kW, b) (–14.15i –23.54j) kN 82 a) 52.3 m3/h, b) 503.4 W, c) 249.3 m3/h 83 a) 55 m, b) 135.7 m3/h, c) 33.8 kW, d) 113.5 kg 84 b) 713 m3/h, c)-i 2.75×105 Pa, c)-ii FH=-1076N, FV=0 Equações fundamentais - Formulação diferencial 85 u dP dx b y= − − 1 2 2 2 µ ( ) Eixo dos xx no centro da conduta. 86 a) u U yh h dP dx y h y h= − − 2 2 1µ ( ) b) τ µ= − −Uh dP dx h y( ) 2 87 U dP dx H m = − 1 2 4 2 µ 88 a) u h g sen yh y h= − 2 1 2 ρ θ µ ( ) u h g sen = 2 3 ρ θ µ , τ ρ θW h g sen= 89 V gh0 2 3− ρ µ / ( ) 90 b) U dPdx h = 2 2µ 91 a) U Um= 2 3 , b) K dP dx= − 1 2µ , c) 12000 m -1s-1 92 U µ µ µ 1 1 2+ 93 a) 322 )( 100 yx x x P + = ∂ ∂ ρ , 15 Pa/m, b) vr=0, vθ=-10/r 94 a) –29.7 m/s2, –64.55 mm, b) –48 Pa, –0.050 m 95 a) sim é satisfeita a l.c.m., b) ) 22 ( 44 22 0 yxyxPP ++−= ρ 57 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 ANÁLISE DIMENSIONAL - SEMELHANÇA 96 ),( 2 µ ρφ ρ VD D d V P = ∆ 97 ) ,( 2U DVD D x FF F ρ γ µ ρφ= 98 a) D P V D n V V D 4 2 3∆ ρ φ ρ µ & ( & , & )= 99 a) & ( , , )int.V d g P gd d g d H5 3 = φ ρ ν 100 a) fD U UD H D = φ ρµ( , ) , b) 29.6 Hz 101 a) Pot U D D U UD ρ φ ρ µ3 2 = ( , ) Ω 102 a) ∆P U UD ρ φ ρ µ 2 = ( ) 103 a) Mg U D UD ρ φ ρ µ2 2 = ( ) , b) (Mg)m=(Mg)P 104 a) & ( , )m D H D D g µ φ ρ µ= 3 2 2 , b) 1:5.17 105 V V AL Aço . .= 0 33 106 a) ( , )l H Vh h h ρφ µ = , b) hm= 0.005 m, Vm=1.67 m/s 107 108 109 1.24 h 110 125.9 m/s, 16.3 bar 111 162 N.m 112 b) 326.9 Pa 113 a) 2 , h d d σφ θ γ = , b) 1,5 cm 58 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Problemas de Mecânica dos Fluidos I 1 (5 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa um reservatório de combustível líquido (ρ = 800 kg/m por uma massa M, de forma cilíndrica, suscetível de se elevar por ação da pressão, abrindo a passagem do combustível para um tubo de descarga D. O ar na parte superior do reservatório é pressurizado por um compressor. a) Calcule o valor da massa M para garantir um nível máximo de enchimento H uma pressão manométrica do ar de 1,2 bar. b) Se a tampa circular puder rodar em torno do eixo E (perpendicular à figura), qual o esforço a que estará sujeito o parafuso de fixação P, ainda para a situação referida na alínea anterior? c) De que forma a altura do líquido acima da tampa afeta o esforço referido 2 (3 v) – Considere o escoamento entre duas placas planas, sujeito a um gradiente de pressão longitudinal processa em regime laminar e permanente e que o fluido em questão é Newtoniano. a) Encontre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma quando ∂p/∂x = K, com K < 0. b) Determine a força necessária para arrastar uma placa de área A =1 m2, com uma velocidade U uma película de óleo de espessura h gradiente de pressão, ∂p/∂x, é igual a A massa específica e viscosidade do óleo são ρ = 900 kg/m3 e µ = 0,3 Nota: Caso não tenha respondido à alínea anterior, considere que o perfil de velocidade é dado por Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA MECÂNICA DOS FLUIDOS I A figura (dimensões em milímetros) representa um reservatório de = 800 kg/m3), provido de um limitador de nível constituído por uma massa M, de forma cilíndrica, suscetível de se elevar por ação da pressão, passagem do combustível para um tubo de descarga D. O ar na parte superior do reservatório é pressurizado por um Calcule o valor da massa M para garantir um nível máximo de enchimento Hmáx = 2 m e uma pressão manométrica do ar de 1,2 bar. tampa circular puder rodar em torno do eixo E (perpendicular à figura), qual o esforço a que estará sujeito o parafuso de fixação P, ainda para a situação referida na alínea anterior? De que forma a altura do líquido acima da tampa afeta o esforço referido Considere o escoamento entre duas placas planas, sujeito a um gradiente de pressão longitudinal ∂p/∂x. Admita que o escoamento é incompressível, que se processa em regime laminar e permanente e que o fluido em questão é tre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma quando Determine a força necessária para arrastar uma placa , com uma velocidade U = 1 m/s, sobre uma película de óleo de espessura h = 1 cm, em que o ∂p/∂x, é igual a -2000 Pa. A massa específica e viscosidade do óleo são 0,3 kg/(m·s), respetivamente. Nota: Caso não tenha respondido à alínea anterior, considere que o perfil de velocidade é dado por µ2 2yhy x p h yUu − ∂ ∂ −= 59 2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2010.01.12 A figura (dimensões em milímetros) representa um reservatório de ), provido de um limitador de nível constituído De que forma a altura do líquido acima da tampa afeta o esforço referido atrás? Considere o escoamento entre duas placas planas, sujeito a um gradiente ∂p/∂x. Admita que o escoamento é incompressível, que se processa em regime laminar e permanente e que o fluido em questão é tre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma quando 60 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 3 (8 v) – A figura representa um túnel aerodinâmico (ar, ρ = 1,225 kg.m-3, µ = 1,789×10-5 kg.m-1.s-1), em circuito aberto, de secção circular, à semelhança de um disponível no laboratório, em que o ventilador instalado numa das extremidades assegura as condições de funcionamento exigidas. Na secção de trabalho foi colocado um objeto de forma irregular. Os perfis de velocidade nas secções 1 e 2, na saída do túnel (atmosfera), são os representados, tendo-se admitido desprezável o efeito das tensões de corte na parede do tubo/ túnel de vento.a) Determine o rendimento do conjunto ventilador/motor elétrico, sabendo que a potência deste último é de 4 kW. b) Qual a força necessária para manter fixo o objeto colocado na secção de trabalho? c) Determine os fluxos de massa, quantidade de movimento e energia cinética na saída do túnel. d) Determine a potência dissipada entre as secções 1 e 2. 4 (4 v) – O tempo t necessário para esvaziar um determinado volume de líquido de um pequeno reservatório com a forma de um cilindro vertical depende de vários fatores, incluindo a viscosidade. Assuma que, para fluidos bastante viscosos, o tempo necessário para despejar 2/3 do volume inicial depende da altura inicial do líquido no reservatório (h), do seu diâmetro (D), da viscosidade do fluido (ν) e da aceleração da gravidade (g). Os dados da tabela seguinte foram obtidos em laboratório, para um reservatório com h = 45 mm, D = 60 mm. ν (m2/s) t (s) 1,12×10-2 15 1,73×10-2 23 3,98×10-2 53 6,22×10-2 83 10,92×10-2 145 a) Encontre uma relação adimensional entre as variáveis consideradas neste problema. b) b1: Utilizando os resultados obtidos em laboratório, será possível determinar o tempo necessário para esvaziar 2/3 do volume de um líquido com ν = 14,1×10- 2 m2/s, inicialmente à altura h = 50 mm, de um reservatório com diâmetro D = 80 mm? b2: E se a altura inicial for h = 60 mm? Caso alguma das respostas anteriores seja afirmativa, estime o tempo necessário para o esvaziamento. Problemas de Mecânica dos Fluidos I 1 (5 v) – O reservatório representado contém um líquido sob pressão e os tubos manométricos A1 e A2 (d=13,6), têm os seus ramos livres em contacto com a atmosfera. Os desníveis representados têm os seguintes valores, em milímetros: y1 = 550 ∆ y2 = 500 ∆ a) Calcule a densidade do líquido contido no reservatório. b) Admitindo que 1400 kg/m3, calcule a posição da superfície livre dentro do reservatório (x=?). c) Para x=200 mm, ρ e uma pré-carga da mola de 4,5 topo do reservatório sem que o limitador de pressão LP (pormenor na figura) abra? 2 (4 v) – Considere o escoamento, com horizontais fixas, forçado por um gradiente de pressão que o escoamento se processa em regime permanente, laminar e incompressível, e que as dimensões das placas horizontais podem ser consideradas infinitas. a) Indique quais os termos que podem ser considerados nulos na equação diferencial seguinte e porquê: + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ y u v x u u t uρ b) Determine o perfil de velocidade. c) A que distância das placas a velocidade toma um valor igual ao da velocidade média? d) Calcule a tensão viscosa junto da placa inferior ( Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA MECÂNICA DOS FLUIDOS I Prova de recurso O reservatório representado contém um líquido sob pressão e os tubos , com mercúrio (d=13,6), têm os seus ramos livres em contacto com a atmosfera. Os desníveis representados têm os seguintes valores, em milímetros: ∆h1 = 450 ∆h2 = 650 Calcule a densidade do líquido contido no reservatório. Admitindo que ρlíq é de , calcule a posição da superfície livre dentro do ρlíq=1400 kg/m3, carga da mola de 4,5 N, qual o valor máximo da pressão do gás no topo do reservatório sem que o limitador de pressão LP (pormenor na figura) Considere o escoamento, com V=(u,0,0), entre duas placas planas horizontais fixas, forçado por um gradiente de pressão ∂p/∂x constante. Admita que o escoamento se processa em regime permanente, laminar e incompressível, e que as dimensões das placas horizontais podem ser consideradas infinitas. Indique quais os termos que podem ser considerados nulos na equação eguinte e porquê: ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ ++ ∂ ∂ −= ∂ ∂ + 2 2 2 2 2 2 z u y u x ug x p z u w x µρ Determine o perfil de velocidade. A que distância das placas a velocidade toma um valor igual ao da velocidade Calcule a tensão viscosa junto da placa inferior (y=0). 61 2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Prova de recurso – 2010.02.05 O reservatório representado contém um líquido sob pressão e os tubos qual o valor máximo da pressão do gás no topo do reservatório sem que o limitador de pressão LP (pormenor na figura) , entre duas placas planas constante. Admita A que distância das placas a velocidade toma um valor igual ao da velocidade 62 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 Nota: Caso não tenha respondido à alínea b), considere que o perfil de velocidade é dado por u(y) = 4·Umax (h y - y2)/h2. 3 (3 v) – Admita que a potência de uma turbina hidráulica (P) depende apenas das propriedades do fluido ( e ), do diâmetro do rotor (D), da altura útil de queda (H) e do caudal (Q). a) Diga, justificando convenientemente, quais os grupos adimensionais mais importantes para a caracterização do escoamento. b) Pretendendo fazer-se um ensaio com um modelo da turbina à escala 1:10, qual deverá ser a relação entre as alturas de queda no modelo e no protótipo para que se verifiquem as condições de semelhança dinâmica? E qual será a relação entre a potência medida no ensaio e a esperada no caso real? Nota: Suponha que se utiliza no ensaio o mesmo fluido do caso real. 4 (8 v) – A figura representa a extremidade de uma tubagem que descarrega para a atmosfera e tem na sua parte vertical um filtro para retenção de impurezas. O fluido é água (=1000 kg/m3; =10-3 Pa.s) e ocupa um volume total de 4000 cm3. a) Qual a intensidade da força, Rx de fixação da curva na direção horizontal? b) Determine o valor da pressão antes e depois do filtro. c) Diga qual a consequência, ou as consequências, da presença do filtro em termos da potência despendida para que esta instalação possa funcionar? Quantifique. d) Numa outra versão deste mesmo dispositivo, o filtro foi substituído por uma hélice acoplada a um pequeno gerador elétrico. Determine a potência disponível no eixo desta hélice e o rendimento deste dispositivo, sabendo que a potência elétrica é igual a 500 Watt e a pressão na secção de entrada é 30 kPa. filtro área =100 cm2 área = 60 cm2 V=3 m/s Ry=270 N filtro 63 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2011.01.18 1 (5 v) – A figura representa uma das instalações experimentais usadas no laboratório, em que um corpo com 6 faces, duas delas curvas e concêntricas, é mergulhado em água (ρ = 1000 kg.m-3) a profundidade (d) variável. L = 275 mm; H = 200 mm; D = 100 mm; B = 75 mm a) a1) Explique o funcionamento e objetivo da experiência realizada. a2) Desenhe na folha do enunciado a distribuição de pressão em todas as faces do corpo suspenso. b) Escreva a expressão matemática que traduz o equilíbrio que permite manter na posição horizontal o braço (L), que roda em torno do “pivot”, e em cuja extremidade são suspensas as massas. c) A tabela mostra uma sequência de valores relativos a situações de equilíbrio. Determine, recorrendo apenas a estes dados, a distância h′ entre o eixo (“pivot”) em torno do qual o braço L roda e o ponto de aplicação da força na face vertical (retangular B×D). Complete a coluna respetiva, h’ (exp), na tabelajunto com as figuras (pág. 3). d) Obtenha a expressão da distância entre o “pivot” e o ponto de aplicação da força (repita a alínea b), mas baseado nas expressões gerais para o caso de superfícies planas submersas. Determine essa distância, h’(teo), para os pontos 6 e 7, e preencha a tabela. 2 (7 v) – A figura representa a colisão de dois jatos (água, ρ = 1000 kg.m-3) de secção circular, (1) e (2), que confluem para um único jato (3), todos no mesmo plano horizontal. a) Determine o caudal mássico na secção 3. b) Determine o ângulo θ e a velocidade do jato (3) que resulta da colisão de (1) e (2). c) Mostre que não se trata de um escoamento ideal e determine a potência dissipada no processo. Massa (g) d (mm) 103 65 151 80 207 95 225 100 250 105 300 118 340 128 1 2 N. 3 4 5 6 7 64 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 3 (4 v) – A queda de pressão por unidade de comprimento, ∆pl, no escoamento de sangue num tubo horizontal de pequeno diâmetro é uma função do caudal volúmico Q, do diâmetro D do tubo e da viscosidade do sangue, µ. a) Efetue a análise dimensional do problema e determine os ou o número adimensional π relevante. b) A tabela mostra os resultados de um conjunto de testes em que D = 2 mm, µ = 0,004 Pa.s e a queda de pressão ∆p foi medida entre dois pontos afastados da distância l = 300 mm. N. Q (m3.s-1) ∆p (N.m-2) 1 3,60×10-6 1,10×104 2 4,91×10-6 1,50×104 3 6,32×10-6 1,93×104 4 7,89×10-6 2,41×104 5 8,50×10-6 2,45×104 6 9,79×10-6 2,99×104 Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a). Diga se lhe parece ter havido alguma anomalia que tenha decorrido durante a experiência, nomeadamente se algum dos pontos medidos se afasta daquilo que é esperado, devendo ser eliminado do conjunto de pontos ou a experiência repetida. c) Determine a queda de pressão por unidade de comprimento, no caso do escoamento num tubo de D = 3 mm, Q = 2,0×10-6 e µ = 0,006 Pa.s. 4 (4 v) – Considere o escoamento vertical entre duas placas planas e paralelas, com gradiente de pressão ∂p/∂y=K1. Admita que o escoamento é incompressível, que se processa em regime laminar e permanente e que o fluido em questão é Newtoniano. a) Encontre uma expressão para o perfil de velocidade e esboce a sua forma quando K1 > 0. b) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede x=h. Caso não tenha respondido à alínea a), considere que o perfil de velocidade é dado pela expressão vx=-K22μhx-x2 65 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2011.01.18 ALUNO_________________________________________________________________ ___ IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua resolução do exame. N Massa (g) d (mm) h'(exp) h'(teo) 1 103 65 - 2 151 80 - 3 207 95 - 4 225 100 - 5 250 105 - 6 300 118 7 340 128 66 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Recurso – 2011.02.11 1 (7 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa uma das instalações experimentais usadas no laboratório, em que se escoava um caudal constante de água (ρágua = 1000 kg m-3), fixado pela regulação de válvulas. a) Explique o funcionamento e objetivo da experiência e identifique as técnicas de medição utilizadas. b) Durante 27,4 s foram recolhidos num balde 3,2 kg de água. Utilizando esta informação, determine o caudal volúmico e a velocidade em cada secção, preenchendo a tabela 1 (di é o diâmetro da secção). c) Preencha as restantes colunas da tabela 1, determinando as pressões dinâmica e total em função da altura da coluna de água nos tubos manométricos ligados a cada orifício (hi) e ao tubo de Pitot (hT). d) Obtenha as expressões que lhe permitem determinar a velocidade e o caudal em qualquer das secções, em função da altura das colunas de água hi e hT. Utilizando estas expressões, preencha a tabela 2 para as secções 3, 4 e 6. Compare os resultados com os da tabela 1, justificando eventuais discrepâncias. e) Sabendo que pressão no ponto 1 é de 2 bar, relativamente à atmosfera; e1) Determine a pressão do ar encerrado na parte superior dos tubos manométricos. e2) Se estes tubos fossem abertos para a atmosfera, qual seria o valor de h1? f) Determine qual deveria ser a pressão total nas secções 3, 4 e 6, usando as medições de pressão estática e a massa de água recolhida no balde (3,2 kg em 27,4 s), preenchendo a tabela 2. 67 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem entre um lago e um reservatório pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em que se pretende transferir no mínimo 4000 litros de água em 10 minutos. A conduta que liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro de 50 mm. a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW assegura as condições de funcionamento desejadas. b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas? c) Determine as forças na direção vertical e horizontal para suportar a curva assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo pretendido. 3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade, V, do raio de curvatura, R, e do diâmetro do tubo, D, e da massa volúmica do fluido, ρ. a) Efetue a análise dimensional do problema e determine o ou os números adimensionais Π relevantes. b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm. Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a) e identifique qualquer anomalia que tenha ocorrido durante a experiência ou na elaboração dos grupos adimensionais. 4 (4 v) – Considere a expressão uy,t=U0∙e-κy∙cosωt-κy, em que κ=ω2ν que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre uma parede horizontal oscilante (em y = 0). a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede (τw). b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de pressão longitudinal (∂p/∂x=0). Teste V (m/s) ∆p (Pa) 1 0,6 57,4 2 0,9 117,5 3 1,2 190,8 4 1,6 311,2 5 2,0 420,0 68 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2011.01.18 ALUNO_________________________________________________________________ ___ IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua resolução do exame. Nota: As pressões são relativas à pressão do ar nos tubos manométricos. Tabela 1 3,2 kg em 27,4 s Secção Li (mm) di (mm) hi (mm) hT (mm) Caudal (m3/h) Ui (m/s) Pressão dinâmica (Pa) Pressão total (Pa) 1 0,0 25,0 257 260 2 60,3 13,9 230 260 3 68,7 11,8 204 260 4 73,2 10,7 175 260 5 81,1 10,0 150 260 6 141,5 25,0 245 255 Tabela 2 Secção hi (mm) Ui (m/s) Caudal (m3/h) Pressão estática (Pa) Pressão total (Pa) 1 257 — —— — 2 230 — — — — 3 204 4 175 5 150 — — — — 6 245 Problemas de Mecânica dos Fluidos I 1 (5 v) – O reservatório esquematizado na figura contém dois líquidos imiscíveis, água (d=1) e óleo (d=0,82), separados por uma placa (AB), com dimensões 0,2 ×1 m, que roda em torno de um eixo passando por A, perpendicular ao plano da figura. a) Esboce o diagrama das forças decorrentes da pressão nas faces da placa AB. b) Admitindo a placa em equilíbrio na posição representada, qual a altura h? c) Considerando agora apenas a face esquerda da placa AB, determine o momento em torno de A exercido pelas forças que nela 2 (7 v) – A figura representa uma das instalações usada no laboratório. Um jato vertical de água (ρ=1000 kg/m3) emerge de uma agulheta com 8 mm de diâmetro e incide no interior de uma calote esférica, diâmetro da base igual a 42 acoplada a uma extremidade oposta tem um prato onde são colocadas massas diversas. 1 2 3 N. Volume recolhido [L] Tempo de recolha [s] 1 10 56,65 2 10 42,12 3 10 28,32 4 20 46,25 a) Usando as equações fundamentais apropriadas, calcule a força que o jato de água exerce sobre a calote, preencha a coluna 6 da tabela e compare com os valores medidos em laboratório (coluna 5). Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS Exame O reservatório esquematizado na figura contém dois líquidos imiscíveis, água (d=1) e óleo (d=0,82), separados por uma placa (AB), com dimensões 0,2 ×1 m, que roda em torno de um eixo passando por A, perpendicular ama das forças decorrentes da pressão nas faces da placa AB. Admitindo a placa em equilíbrio na posição representada, qual a altura h? Considerando agora apenas a face esquerda da placa AB, determine o momento em torno de A exercido pelas forças que nela atuam? A figura representa uma das instalações usada no laboratório. Um jato vertical de água ) emerge de uma agulheta com mm de diâmetro e incide no interior de uma calote esférica, diâmetro da base igual a 42 mm, haste vertical que na extremidade oposta tem um prato onde são colocadas massas diversas. 4 5 Tempo recolha Força medida [N] Força teórica [N] 56,65 -0,98 42,12 -1,96 28,32 -3,92 46,25 -5,89 Usando as equações fundamentais apropriadas, calcule a força que o jato de água exerce sobre a calote, preencha a coluna 6 da tabela e compare com os valores medidos em laboratório (coluna 5). 69 2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO – 2011/2012 MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2012.01.06 O reservatório esquematizado na figura contém dois líquidos imiscíveis, Usando as equações fundamentais apropriadas, calcule a força que o jato de água exerce sobre a calote, preencha a coluna 6 da tabela e compare com os 70 Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 b) De entre as medições efetuadas qual aquela que lhe suscita mais dúvidas e repetiria numa próxima visita ao laboratório? Justifique a sua resposta. c) Determine a espessura da película de água que sai da calote esférica e mostre que é independente da velocidade de saída do jato. d) Determine a potência da bomba montada na banca necessária para a realização destes ensaios. 3 (3 v) – Considere o escoamento de água (ρ=1000 kg/m3; µ=10-3 kg/m/s) entre duas placas planas horizontais fixas, forçado por um gradiente de pressão ∂p/∂x constante. Admita que o escoamento se processa em regime permanente, é monodimensional, laminar e incompressível, e que as dimensões das placas são muito maiores que o seu afastamento, h. e) Encontre a expressão do perfil de velocidade neste escoamento, justificando as simplificações que entender fazer às equações fundamentais. f) Qual o caudal escoado por unidade de largura das placas [m3/s/m], no caso de h=1 cm e sabendo que o gradiente imposto conduz a uma velocidade máxima, Umax, igual a 1 m/s? Caso não tenha resolvido a) considere o perfil dado pela expressão: u(y) = 4 Umax (h y - y2)/h2. Problemas de Mecânica dos Fluidos I 4 (5 v) – O dispositivo representado na figura mede a viscosidade de um fluido, µ, relacionando o ângulo de torção do cilindro interior, angular do cilindro exterior, θ = f (ω, µ, K, D1, D2, l), onde K é a caraterística da mola de torção (dimensões de energia). Os dados da tabela foram obtidos na calibração do dispositivo usando fluido de viscosidade µ K=14 N.m, l=0,3 m, D θθθθ [rad] 0,89 3,05 5,52 6,40 a) Encontre os grupos adimensionais que permitem caraterizar os fenómenos em causa. b) Determine a viscosidade de um fluido para o qual foi medido um ângulo de torção de 2,75 rad quando o cilindro exterior roda a uma velocidade de 1,5 rad/s. c) A calibração mencionada foi efetuada usando toda a gama de velocidade angular permitida pelo disposit mínima que podem ser medidas sem o recurso a extrapolações da curva de calibração. Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 O dispositivo representado na figura mede a viscosidade de um fluido, , relacionando o ângulo de torção do cilindro interior, θ, com a velocidade angular do cilindro exterior, ω. Assuma a dependência do ângulo de torção , l), onde K é a caraterística da mola de torção (dimensões de Os dados da tabela foram obtidos na calibração do dispositivo usando µ=0,5 N.s/m2. m, D1=0,3 m e D2=0,28 m são constantes. ωωωω [rad/s] 0,30 1,05 1,86 2,14 Encontre os grupos adimensionais que permitem caraterizar os fenómenos em Determine a viscosidade de um fluido para o qual foi medido um ângulo de rad quando o cilindro exterior roda a uma velocidade de A calibração mencionada foi efetuada usando toda a gama de velocidade angular permitida pelo dispositivo. Determine as viscosidades máxima e mínima que podem ser medidas sem o recurso a extrapolações da curva de 71 2013 O dispositivo representado na figura mede a viscosidade de um fluido, , com a velocidade . Assuma a dependência do ângulo de torção , l), onde K é a caraterística da mola de torção (dimensões de Os dados da tabela foram obtidos na calibração do dispositivo usando um Encontre os grupos adimensionais que permitem caraterizar os fenómenos em Determine a viscosidade de um fluido para o qual foi medido um ângulo de rad quando o cilindro exterior roda a uma velocidade de A calibração mencionada foi efetuada usando toda a gama de velocidade ivo. Determine as viscosidades máxima e mínima que podem ser medidas sem o recurso a extrapolações da curva de Problemas de Mecânica dos Fluidos I 1 (3 v) – Uma cápsula de forma esférica, com 20 cm de diâmetro exterior, é utilizada para recolha de amostras de água do mar (d=1,03) em profundidade. Um orifício com 2 cm de diâmetro, coberto com uma membrana (tensão de rotura permite a entrada de água quando a membrana rebenta sob a ação da pressão, expulsando o ar contido na cápsula que é então puxada para a superfície. a) Qual o peso mínimo que deverá ter a cápsula para que, sem o auxílio de outros mecanismos, se afunde no mar? Nota: despreze o peso do ar no interior da cápsula. b) Qual a pressão de enchimento da cápsula para que a recolha da amostra de água ocorra à profundidade mínima de 12 m? 2 (5 v) – Considere uma esferasólida, com massa volúmica esf, inferior à massa volúmica de um líquido, liq, onde está imersa. Nestas condições, largando a esfera de diâmetro D à profundidade H, ela eleva-se até uma altura h acima da superfície do líquido. Pretende-se estudar a altura h atingida. a) Indique as grandezas relevantes que poderão influenciar a altura h e apresente a relação correspondente sob a forma adimensional. Despreze o efeito da força de resistência aerodinâmica no ar. b) Pretende com um diâmetro D = 1 cm, imersa em mercúrio (d 3 Pa.s) à profundidade H = 0,2 m. Se os testes forem feitos num modelo onde substituímos o mercúrio por água ( diâmetro e a massa volúmica que deverá ter a esfera? Qual a profundidade a que a esfera deve ser largada? c) Em ensaios deste tipo, é possível garantir a semelhança dinâmica usando o mesmo líquido? Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Recurso Uma cápsula de forma esférica, com 20 cm de diâmetro exterior, é utilizada para recolha de amostras de água do mar (d=1,03) em profundidade. Um orifício com 2 cm de diâmetro, coberto com uma membrana (tensão de rotura σRot = 1,1 kgf/cm2), a entrada de água quando a membrana rebenta sob a ação da pressão, expulsando o ar contido na cápsula que é então puxada para a Qual o peso mínimo que deverá ter a cápsula para que, sem o auxílio de outros mecanismos, se afunde no mar? spreze o peso do ar no interior da cápsula. Qual a pressão de enchimento da cápsula para que a recolha da amostra de água ocorra à profundidade mínima de 12 m? Considere uma esfera sólida, com massa , inferior à massa volúmica de um , onde está imersa. Nestas condições, largando a esfera de diâmetro D à profundidade H, se até uma altura h acima da superfície do se estudar a altura h atingida. Indique as grandezas relevantes que poderão influenciar a altura h e apresente a relação correspondente sob a forma adimensional. Despreze o efeito da força de resistência aerodinâmica no ar. Pretende-se estudar o caso de uma esfera de alumínio (d = 2,7), com um diâmetro D = 1 cm, imersa em mercúrio (d = 13,6 e Pa.s) à profundidade H = 0,2 m. Se os testes forem feitos num modelo onde substituímos o mercúrio por água (µ = 1,01×10 diâmetro e a massa volúmica que deverá ter a esfera? Qual a profundidade a que a esfera deve ser largada? Em ensaios deste tipo, é possível garantir a semelhança dinâmica usando o mesmo líquido? patm Pa 72 2013 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO – 2011/2012 MECÂNICA DOS FLUIDOS I Recurso – 2012.01.31 Qual o peso mínimo que deverá ter a cápsula para que, sem o auxílio de Qual a pressão de enchimento da cápsula para que a recolha da amostra se estudar o caso de uma esfera de alumínio (d = 2,7), 13,6 e µ = 1,526×10- Pa.s) à profundidade H = 0,2 m. Se os testes forem feitos num modelo 1,01×10-3 Pa.s), qual o diâmetro e a massa volúmica que deverá ter a esfera? Qual a profundidade Em ensaios deste tipo, é possível garantir a semelhança dinâmica usando atm=105 Pa Problemas de Mecânica dos Fluidos I 3 (6 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem de água (ρ = 1000 kg/m3 e pv = 3600 Pa) de um rio para um reservatório elevado. Com a bomba desligada o manómetro M2 indica uma pressão relativa igual a 1,65 bar. As condutas de aspiração e de pressão têm, ambas, 50 mm de diâmetro. a) Determine o caudal máximo que é possível bombear sem que ocorra cavitação na instalação. b) Qual a potência da bomba necessária para bombear um caudal de 10 c) Mostre que a pressão M2 só depende da distância entre o manómetro e a superfície livre da água no reservatóri 4 (6 v) – A figura representa uma das instalações usada no laboratório. Um jato vertical de água (ρ=1000 kg/m3) emerge de um bucal com 8 diâmetro e incide no interior de uma calote esférica, diâmetro da base igual a 42 acoplada a uma haste vertical que na extremidade oposta tem uma plataforma onde são colocadas massas diversas. NOTA: Não despreze a distância entre a saída do jato e a calote. a) Recorrendo às equações fundamentais, obtenha as expressões matemáticas que relacionam as forças gravíticas exercidas sobre a calote com a velocidade do jato à saída do bucal. b) Considere a situação de equilíbrio, com a base da calote a 12 cm de distância do bucal e 6 unidades de 100 g colocadas na plataforma. Determine a velocidade da água na saída do bucal. c) Determine a altura a que a plataforma se elevaria, caso retirasse 1 das 6 unidades de 100 g (a massa total de 500 em vez dos 600 gramas). NOTA: Caso não tenha efetuado a alínea anterior, considere a velocidade de saída do bucal igual a 10 m/s. Problemas de Mecânica dos Fluidos I – Ano letivo 2012-2013 A figura mostra Pa) de um rio para um reservatório elevado. Com a bomba desligada o manómetro M2 indica uma pressão relativa igual a bar. As condutas de aspiração e de pressão têm, mm de diâmetro. caudal máximo que é possível bombear sem que ocorra cavitação na instalação. Qual a potência da bomba necessária para bombear um caudal de 10 Mostre que a pressão M2 só depende da distância entre o manómetro e a superfície livre da água no reservatório. A figura representa uma das instalações usada no laboratório. Um jato vertical de água ) emerge de um bucal com 8 mm de diâmetro e incide no interior de uma calote esférica, diâmetro da base igual a 42 mm. A calote está acoplada a uma haste vertical que na extremidade oposta tem uma plataforma onde são colocadas NOTA: Não despreze a distância entre a saída do jato Recorrendo às equações fundamentais, obtenha as expressões matemáticas que relacionam as forças gravíticas exercidas sobre a calote com a velocidade do jato à saída do bucal. Considere a situação de equilíbrio, com a base da calote a 12 cm de o bucal e 6 unidades de 100 g colocadas na plataforma. Determine a velocidade da água na saída do bucal. Determine a altura a que a plataforma se elevaria, caso retirasse 1 das 6 unidades de 100 g (a massa total de 500 em vez dos 600 gramas). não tenha efetuado a alínea anterior, considere a velocidade de saída do bucal igual a 10 m/s. 73 2013 caudal máximo que é possível bombear sem que ocorra Qual a potência da bomba necessária para bombear um caudal de 10 l/s? Mostre que a pressão M2 só depende da distância entre o manómetro e a Considere a situação de equilíbrio, com a base da calote a 12 cm de o bucal e 6 unidades de 100 g colocadas na plataforma. Determine a altura a que a plataforma se elevaria, caso retirasse 1 das 6 unidades de 100 g (a massa total de 500 em vez dos 600 gramas). não tenha efetuado a alínea anterior, considere a velocidade de VE RS A˜O 6 PROBLEMAS E EXAMES RESOLVIDOS DE MECAˆNICA DOS FLUIDOS I Mestrado Integrado em Engenharia Mecaˆnica Versa˜o 6 ANO LECTIVO DE 2012-2013 7 DE JANEIRO DE 2013 Jose´ M. Laginha M. Palma DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECAˆNICA VE RS A˜O 6 Prefa´cio O presente documento, com a resoluc¸a˜ode problemas e exames, e´ co- locado ao dispor dos alunos como elemento auxiliar para o estudo da dis- ciplina da Mecaˆnica dos Fluidos I, do Mestrado Integrado em Engenharia Mecaˆnica, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Sobre este documento, que resultou de uma revisa˜o profunda de contri- buic¸o˜es de alunos, abaixo identificados, e´ necessa´rio que se note o seguinte: • Apesar do muito uso e utilidade que se espera venha a ter junto dos alunos, este documento na˜o substitui a participac¸a˜o e frequeˆncia das aulas, teo´ricas ou pra´ticas, nem a leitura e estudo da mate´ria a partir dos livros recomendados. • O detalhe da resoluc¸a˜o dos problemas vai para ale´m do que se exige numa prova escrita de avaliac¸a˜o. • Naqueles casos em que a resoluc¸a˜o exige explicac¸o˜es complementa- res, para evitar resoluc¸o˜es demasiado longas, para explicac¸a˜o mais detalhada dos conceitos envolvidos, remete-se para leitura das secc¸o˜es relevantes dos livros recomendados. • Apesar do cuidado com que foi produzido, este documento pode con- ter algum erro ou gralha, que a existir passou despercebido. • Perante alguma frase ou ca´lculo que admita tratar-se de erro ou gra- lha, solicita-se e agradece-se que contacte de imediato qualquer mem- bro do corpo docente da disciplina. • Correcc¸o˜es, modificac¸o˜es, melhorias, etc. sera˜o introduzidas em edi- c¸o˜es futuras. • A versa˜o mais actualizada sera´ mantida na pa´gina da disciplina, acom- panhada de uma errata que identifique as alterac¸o˜es em relac¸a˜o a qualquer versa˜o anterior, quando ela exista. • Pelos motivos acima, recomenda-se que perante co´pias deste docu- mento, obtidas por fotoco´pia simples, se assegure que se trata da sua versa˜o mais recente. O responsa´vel da disciplina, Jose´ Manuel Laginha Mestre da Palma Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 i VE RS A˜O 6 Verso˜es anteriores Este documento teve inı´cio no ano lectivo de 2010/2011, e foi pela pri- meira vez disponibilizado a todos os alunos em 13 de Janeiro de 2011. Versa˜o 2 : 14 de Novembro de 2011 Problemas: 7, 9, 10, 12, 15, 32, 33, 40, 49 e 50 Exame: 18 de Janeiro de 2011 Versa˜o 3 : 15 de Dezembro de 2011 Problemas: acrescem a` versa˜o 2, os problemas 79, 83, 86, 87, 89, 92, 99, 100, 104 e 112 Exames: acresce a` versa˜o 2, o exame (recurso) de 11 de Fevereiro de 2011 Versa˜o 5 : 13 de Dezembro de 2012 Problemas: correca˜o do problema 104. Versa˜o 6 : 8 de Janeiro de 2013 Problemas: correc¸o˜es na manipulac¸a˜o alge´brica de problemas 40 e 87, sem implicac¸o˜es no resultado final; inclusa˜o da resoluc¸a˜o em Matlab no problema 104. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 ii VE RS A˜O 6 Agradecimentos Este documento teve inı´cio no ano lectivo de 2010/2011, e foi pela pri- meira vez disponibilizado a todos os alunos em 13 de Janeiro de 2011. Este documento, juntamente com a produc¸a˜o de base de dados de perguntas no Moodle para alunos foi o resultado da participac¸a˜o volunta´ria de alunos, cu- jos nomes se listam aqui como forma de agradecimento e reconhecimento do seu trabalho. • Andre´ Pinto, Ademar Leite, Catarina Mendes, Ca´tia Martins, Ce´sar Ferreira, Daniel Oliveira, Diogo Cabral, Francisco Figueiredo, Joa˜o Cardoso, Jorge Sousa, Jose´ Jacinto, Jose´ Ribeiro, Karla Gonc¸alves, Mar- celo Costa, Marieta Rocha, Pedro Pinto, Pedro Carneiro, Rafael Cor- reia, Susana Moreira e Tiago Nunes. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 iii VE RS A˜O 6 Suma´rio 1 Problemas 1 1.1 Problema 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.1.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.1.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.2 Problema 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.2.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.2.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.3 Problema 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.3.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.3.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.4 Problema 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.4.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.5 Problema 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.5.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.6 Problema 32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.6.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.7 Problema 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.7.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.8 Problema 40 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.8.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.8.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 1.9 Problema 49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.9.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 iv VE RS A˜O 6 SUMA´RIO SUMA´RIO 1.9.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.10 Problema 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.10.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.10.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 1.11 Problema 79 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 1.11.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 1.11.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 1.12 Problema 83 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 1.12.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 1.12.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 1.13 Problema 86 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 1.13.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 1.14 Problema 87 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 1.14.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 1.15 Problema 89 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 1.15.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 1.16 Problema 92 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 1.16.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 1.17 Problema 99 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 1.17.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 1.18 Problema 100 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 1.18.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 1.18.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 1.19 Problema 104 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 1.19.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 1.19.2 Resoluc¸a˜o em Matlab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 1.20 Problema 112 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 1.20.1 Resoluc¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 2 Exames 69 2.1 Exame de 18 de Janeiro de 2011 . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 2.1.1 Problema 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 v VE RS A˜O 6 SUMA´RIO SUMA´RIO 2.1.2 Problema 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 2.1.3 Problema 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 2.1.4 Problema 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 2.2 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011. . . . . . . . . . . . . . . 90 2.2.1 Problema 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 2.2.2 Problema 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 2.2.3 Problema 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 2.2.4 Problema 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 vi VE RS A˜O 6 Capı´tulo 1 Problemas 1.1 Problema 7 Um veio de 25 mm de diaˆmetro pode deslocar-se atrave´s de um furo, tambe´m cil´ındrico, conforme mostra a figura. O fluido lubrificante que pre- enche o intervalo entre o veio e a parede do furo (0,3 mm) tem uma visco- sidade cinema´tica de 8× 10=4 m2 s=1 e uma densidade de 0,91. Considere linear a variac¸a˜o da velocidade no seio do o´leo. a) Qual a forc¸a necessa´ria para empurrar o veio ao longo do furo com uma velocidade de 3 m s=1 ? b) Qual a poteˆncia que se dissiparia por atrito viscoso se o veio girasse com uma velocidade de 1500 r.p.m.? 1 VE RS A˜O 6 Problema 7 1.1.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Aplicando o somato´rio de forc¸as ao esquema acima, obte´m-se, ∑Fx = 0⇔ P = τA (1.1) em que A e´ a a´rea de contacto, A = piDl e τ e´ a tensa˜o de corte, que de acordo com a lei de Newton da viscosidade (simplificada), τ = µ du dy (1.2) Porque o perfil de velocidades e´ linear no seio do o´leo, como indicado no enunciado, obte´m-se: Uy = Up y h e, du dy = Up h (1.3) porque a viscosidade cinema´tica se relaciona com a viscosidade dinaˆmica pela equac¸a˜o, µ = ρν (1.4) e a equac¸a˜o (1.2), referente a` tensa˜o de corte, fazendo uso de (1.3) e (1.4), resulta em: τ = ρν Up h que substituı´da em (1.1) se obte´m P = piD · l ρνUp h Procedendo a` resoluc¸a˜o nume´rica P = pi · 0,025 · 0,5 · 0,91× 103 · 8× 10−4 3 0,0003 = 286 N Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 2 VE RS A˜O 6 Problema 7 Alı´nea b) A poteˆncia e´ dada por, Pot = Mω (1.5) e sabe-se que a velocidade angular ω e´ dada por ω = 2pin 60 em que n sa˜o rotac¸o˜es por minuto, e a velocidade tangencial de rotac¸a˜o do veio e´ v = 2pin 60 r Fazendo uso das mesmas hipo´teses usadas na alı´nea anterior, nomeada- mente a de perfil de velocidade linear, o bina´rio e´ igual a M = µ 2pin 60h rA que apo´s substituic¸a˜o em (1.5), resulta em Pot = µ 2pin 60h rA 2pin 60 r = µ 1 h ( 2pin 60 r )2 A donde P = 0,728 1 0,0003 ( 2 · pi · 1500 60 0,025 2 )2 · pi · 0,025 · 0,5 = 367 W Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 3 VE RS A˜O 6 Problema 7 1.1.2 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Problema 7 %% Grupo I I : ano l e c t i v o 2010/2011 % % DADOS: densidade= 0 . 9 1 ; nu= 8 . 0∗1 0 ˆ ( −4 ) ; % mˆ 2 / s v i s c o s i d a d e c i n e m a t i c a do o l e o rho=densidade ∗1 0 ˆ 3 ; l = 0 . 5 ; % m comprimento do e i x o ( a l t u r a do c i l i n d o ) D= 2 5 ; % mm d i aˆ m e t r o do e i x o ( d i aˆ m e t r o do c i l i n d o ) D = D/1000; % C o n v e r t e em SI (m) U p = 3 ; % v e l o c i d a d e de d e s l o c a c¸ a˜ o do e i x o h = 0 . 3 ; % i n t e r v a l o e n t r e o v e i o e a p a r e d e do f u r o h=h/1000; % C o n v e r t e em SI (m) omega=1500; % v e l o c i d a d e de r o t a c a o em rpm %% R e s o l u c a o %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % a l i n e a a ) F o r c¸ a para empurrar o e i x o . . . Area= pi∗D∗ l mu=rho∗nu dudy= U p/h tau=mu∗dudy P=Area∗mu∗dudy % a l i n e a b ) P o t e n c i a d i s s i p a d a . . . v=omega∗2∗pi /60∗D/2; Pot=mu/h∗v ˆ2∗Area Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 4 VE RS A˜O 6 Problema 9 1.2 Problema 9 Um anel (ρ= 7800kg m−3) desce, sob a acc¸a˜o do pro´prio peso, ao longo de um vara˜o. Entre o vara˜o e o anel ha´ uma folga radial ∆r = 0,2mm, preenchida por um fluido de viscosidade 0,01 kg m=1 s=1 e massa volu´mica igual a 800 kg m=3 que se escoa com um perfil de velocidades linear. a) Calcule a velocidade V de descida em movimento uniforme. b) Descreva, com base num movimento deste tipo, um processo pra´tico de medic¸a˜o de viscosidades. 1.2.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) O balanc¸o de forc¸as na direcc¸a˜o vertical, do movimento, e´: Pesoanel = Fatrito ρVg = τA (1.6) em que ρ e V sa˜o a massa volu´mica e volume do anel, e τ e A a tensa˜o de corte e a a´rea de contacto entre o anel e o vara˜o. De acordo com a lei de Newton da viscosidade (simplificada), τ = µ dv dr (1.7) Porque o perfil de velocidades e´ linear no seio do fluido, como indicado no enunciado: v = V(r− D1/2) ∆r D1/2≤ r ≤ D1/2+ ∆r (1.8) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 5 VE RS A˜O 6 Problema 9 em que D1 e´ o diaˆmetro do vara˜o, e donde se conclui que dv dr = V ∆r e a tensa˜o de corte (1.7), resulta em: τ = µ V ∆r (1.9) Substituindo (1.9) em (1.6), obte´m-se a equac¸a˜o (1.10) da velocidade: ρ �pi(D22 − D21)�L 4 g = µ V ∆r� piD1�L V = ρg∆r(D22 − D21) 4µD1 (1.10) que entre outras, mostra que a velocidade na˜o e´ func¸a˜o da altura do anel e da massa volu´mica do fluido. Procedendo a` resoluc¸a˜o nume´rica V = 7800 · 9,81 · 0,0002 [0,12 − (0,02+ 2 · 0,0002)2] 4× 0,01 (0,02+ 2 · 0,0002) V = 179.74ms−1 Alı´nea b) A partir da medic¸a˜o da velocidade, pode ser determinada a viscosidade do fluido. A equac¸a˜o que estabelece esta relac¸a˜o pode ser obtida, explicitando (1.10) em func¸a˜o da viscosidade µ µ = ρg∆r(D22 − D21) 4VD1 (1.11) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 6 VE RS A˜O 6 Problema 9 1.2.2 Resoluc¸a˜o em Matlab %% R e s o l u c a o do Prob lema 9 ( Mecanica dos F l u i d o s I %% R e s o l v i d o por J o s e Lag inha Palma %% Todos os v a l o r e s em u n i d a d e s SI %% % DADOS: rho = 7800 ; % massa vo lumica do ane l , kg /mˆ3 mu = 0 . 0 1 ; % v i s c o s i d a d e do f l u i d o , kg /m/ s g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e , m/ s ˆ2 L = 0 . 0 5 0 ; % a l t u r a do ane l , m Dvarao = 0 . 0 2 0 ; % d i a m e t r o do varao , m D2= 0 . 1 0 0 ; % d i a m e t r o e x t e r i o r do ane l , m dr = 0 . 0 0 0 2 ; % f o l g a r a d i a l , m D1=Dvarao+2∗dr ; % d i a m e t r o de o r i f i c i o do ane l , m % R e s u l t a d o : Vel=rho∗g∗dr ∗ (D2ˆ2−D1ˆ 2 ) / ( 4∗mu∗D1) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 7 VE RS A˜O 6 Problema 10 1.3 Problema 10 A figura representa de forma simplificada um dispositivo de medic¸a˜o de viscosidades constitu´ıdo por dois cilindros conceˆntricos em que um gira dentro do outro. Considerando os dados abaixo indicados e que a velocidade de descida e´ uniforme desde o in´ıcio do movimento, calcule a viscosidade do fluido contido entre o cilindro exterior e o interior. d = 1× 10−2m; D = 20× 10−2 m; M = 50× 10−3 kg; h = 15× 10−2m; e = 250× 10−6m;V = 5mms−1 1.3.1 Resoluc¸a˜o O momento MM, associado a` rotac¸a˜o provocada pelas duas massas M sus- pensas, e´ igual ao momento resistente devido a` rotac¸a˜o do cilindro interior, MM = Mlat + Mbase (1.12) em que Mlat e Mbase sa˜o as contribuic¸o˜es da superfı´cie lateral e da base do cilindro. O momento MM e´ MM = 2 M g d 2 = M g d (1.13) e o momento que actua na superfı´cie lateral do cilindro Mlat = τ A1 D 2 = µ dVD dr A1 D 2 (1.14) O cilindro roda a` mesma velocidade angular ω que o seu eixo de diaˆmetro d, cuja velocidade tangencial Vd, igual a` velocidade V a que desce qualquer Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 8 VE RS A˜O 6 Problema 10 uma das massas M, e´ dada por: Vd = ω d 2 ou seja ω = 2Vd d Conhecendo a velocidade tangencial do cilindro dediaˆmetro D, VD = ω D 2 a a´rea A1, A1 = piDh e admitindo um perfil linear de velocidade entre a parede mo´vel do cilindro interior e a parede fixa exterior, a equac¸a˜o (1.14) e´: Mlat = µ dVD dr A1 D 2 = µ ωD/2 e piDh D 2 = µ piωD3h 4 e (1.15) Relativamente ao momento aplicado na base do cilindro (Mbase), porque a tensa˜o de corte varia com o raio: Mbase = ∫ A2 τ r dA2 = ∫ A2 µ du dy r dA2 = ∫ D/2 0 µ ω r e r 2pir dr︸ ︷︷ ︸ dA2 = 2piµ ω e ∫ D/2 0 r3 dr = 2piµ ω e 1 4 D4 16 = µ piωD4 32 e (1.16) Conhecidos os momentos MM, Mlat e Mbase, equac¸o˜es (1.13), (1.15) e (1.16), e substituindo em (1.12), obtemos: M g d = µ piωD3h 4 e + µ piωD4 32 e (1.17) que resolvida em ordem a µ µ = M g d4e piω ( D3h + D48 ) (1.18) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 9 VE RS A˜O 6 Problema 10 que e´ equivalente a µ = 32M g d e piω(8D3h + D4) (1.19) e tambe´m a µ = 32M g d e piωD3(8h + D) (1.20) O resultado nume´rico e´ µ = 50× 10−3 · 9,81 · 1× 10−2 · 4 · 250× 10−6 pi · 1 [ (20× 10−2)3 · 15× 10−2 + (20× 10−2)48 ] µ = 4,905× 10−6 4,4× 10−3 µ = 1,11× 10−3 kgm−1 s−1 (1.21) 1.3.2 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Problema 10 %% Grupo I I I : ano l e c t i v o 2010/2011 % % DADOS: d = 0 . 0 1 ; % m, d i a m e t r o do e i x o D = 20∗10ˆ ( −2) ; % m, d i aˆ m e t r o do c i l i n d o M = 50∗10ˆ ( −3) ; % kg , massa dos p e s s o s s u s p e n s o s h = 15∗10ˆ ( −2) ; % m, a l t u r a do c i l i n d r o e = 250∗10ˆ (−6) ;% m e s p a c o e n t r e c i l i n d r o s g = 9 . 8 1 ; % ms−2 a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e V = 0 . 0 0 5 ; % m v e l o c i d a d e l i n e a r das massas s u s p e n s a s %% R e s o l u c a o %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % v i s c o s i d a d e omega=2∗V/d mu= M∗g∗d∗4∗e /( pi∗omega∗ (Dˆ3∗h+Dˆ 4 / 8 ) ) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 10 VE RS A˜O 6 Problema 12 1.4 Problema 12 O dispositivo de cone representado na figura e´ um dos aparelhos mais utilizados na medic¸a˜o de viscosidades. No espac¸o entre o prato fixo e o cone, girando a uma velocidade angular ω, esta´ contido o fluido, de propriedades ρ e µ, que se pretende ensaiar. O operador pode controlar a velocidade de rotac¸a˜o e mede, por meio de um dispositivo apropriado, o bina´rio resistente. Obtenha a expressa˜o que, por este processo, permita quantificar a vis- cosidade do fluido. 1.4.1 Resoluc¸a˜o Pela 2a Lei de Newton, sabemos que uma velocidade e´ constante se a re- sultante das forc¸as, ou momentos, aplicadas num corpo for nula. Temos, portanto, de calcular a viscosidade que, para uma determinada velocidade, permita que o momento resistente devido a`s forc¸as viscosas do fluido seja igual ao momento aplicado no corpo, mensura´vel. Logo, precisamos de encontrar a expressa˜o que relaciona o momento resistente com a viscosidade do fluido, em func¸a˜o da velocidade angular e do aˆngulo θ. Mr = ∫ A τr dA (1.22) Sabemos que: τ = µ u h = µ ωr r tanθ = µ ω tanθ (1.23) e que: dA = 2pirdL = 2pir cosθ dr (1.24) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 11 VE RS A˜O 6 Problema 12 Substituindo (1.23) e (1.24) em (1.22), obtemos: Mr = ∫ R 0 µ ω tanθ r 2pir cosθ dr = ∫ R 0 µω2pir2 sinθ dr = µω2pi sinθ ∫ R 0 r2 dr = µ ω2piR3 3sinθ que explicitada em ordem a` viscosidade, µ µ = 3Mr sinθ 2piωR3 (1.25) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 12 VE RS A˜O 6 Problema 15 1.5 Problema 15 Considere o escoamento de dois fluidos Newtonianos, de massas volu´micas iguais, entre placas planas paralelas de dimensa˜o infinita, em que a placa do meio se move com uma velocidade U. Sabendo que nas duas faces da placa mo´vel foi medida a mesma tensa˜o de corte, encontre uma relac¸a˜o entre as viscosidades dos fluidos. 1.5.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Conhecida a lei de Newton da viscosidade (1.26), que estabelece a relac¸a˜o entre a taxa de deformac¸a˜o (dU/dy), a viscosidade (µ) e a tensa˜o de corte no fluido (τ): τ = µ dU dy (1.26) e porque a tensa˜o de corte no fluido 1 e no fluido 2 sa˜o iguais µ1 dU1 dy1 = µ2 dU2 dy2 Assumindo a existeˆncia de um perfil linear de velocidades (escoamento do tipo Couette1) entre a placa separadora, mo´vel, e as duas placas fixas, obte´m-se a relac¸a˜o abaixo: µ1 U 2h = µ2 U h µ1 = 2µ2 1Sobre o escoamento Couette, consulte-se a secc¸a˜o 6.9.2 de [Munson et al., 2010, pa´g. 311] Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 13 VE RS A˜O 6 Problema 32 1.6 Problema 32 Ao ascender no reservato´rio da figura, a a´gua (ρ = 103 kg m−3) atinge um determinado n´ıvel H, acima do eixo da comporta, que fara´ com que esta abra automaticamente, rodando em torno do eixo. Calcule o valor de H, desprezando eventuais atritos no eixo de rotac¸a˜o e o peso pro´prio da comporta. 1.6.1 Resoluc¸a˜o As distribuic¸o˜es da forc¸as, associadas ao fluido, sobre as superfı´cies da comporta sa˜o as representadas na figura: Para que a comporta na˜o se mova, o equilı´brio de momentos relativo ao seu eixo de rotac¸a˜o deve ser igual a zero: ΣM = 0 ou seja, FRA L 2 = FRB H 3 que se pode escrever pCGA AA L 2 = pCGB AB H 3 = 0 (1.27) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 14 VE RS A˜O 6 Problema 32 e em que AA e AB, as a´reas do lado A e B da pec¸a, onde a forc¸a do fluido actua, sa˜o AA = Lb e AB = Hb. Assim, a partir de (1.27) temos: ρgH × Lb L 2 = ρg H 2 × Hb H 3 simplificando, L2 = H2 3 e resolvendo em ordem a H H = √ 3L2 e para L = 1 m, vem: H = √ 3 m Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 15 VE RS A˜O 6 Problema 33 1.7 Problema 33 Uma abertura circular na parede de um reservato´rio e´ fechada por um disco que simplesmente cabe na abertura e pode rodar em torno de um eixo que passa pelo seu eixo horizontal. a) Prove que, se o n´ıvel de a´gua (ρ= 103 kg m−3) no reservato´rio estiver acima do topo do disco (situac¸a˜o da figura), o momento necessa´rio para o manter na posic¸a˜o vertical e´ independente desse n´ıvel. b) Se o diaˆmetro do disco for de 1 m, qual o valor desse momento? 1.7.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Sabemos que a forc¸a resultante das forc¸as de pressa˜o que actuam no disco e´ igual a` pressa˜o que actua no seu centro de massa, multiplicada pela a´rea do disco, e que actua no centro de pressa˜o do disco. O momento resultante no centro de gravidade do disco e´: MCG = ρghCG AdCP (1.28) Em que MCG e´ o momento no centro de gravidade, hCG e´ a profundi- dade do centro de gravidade do disco, A e´ a a´rea do disco e dCP e´ a distaˆncia entre o centro de gravidade e o centro de pressa˜o. Desenvolvendo (1.28), obtemos: MCG = ρghCG AdCP = ρghCG A ρgsin90◦ Ixc F = ρghCG A ρgsin90◦ Ixc ρghCG A = ρgsin90◦ Ixc = ρgI (1.29) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 16 VE RS A˜O 6 Problema 33 O momento de ine´rcia do disco, Ixc, e´ dado pela expressa˜o: Ixc = Iyc = piD4 64 (1.30) Substituindo (1.30) em (1.29) obtemos a expressa˜o: MCG = ρg piD4 64 = CONSTANTE Alı´nea b) MCG = ρg piD4 64 = 103 × 9,81× 3,14× 1 4 64 = 481Nm Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 17 VE RS A˜O 6 Problema 40 1.8 Problema 40 A figura representa um reservato´rio de forma cu´bica dividido em duas partes por uma placa r´ıgida na direcc¸a˜o da sua diagonal. Caracterize a resultante das forc¸as de pressa˜o que actuam sobre a diviso´ria (direcc¸a˜o,sentido e intensidade) relativamente ao sistema de eixos da figura. Dados: H = h1 = h2 = 2m;ρ1 = 1000kg m−3;ρ2 = 800kg m−3 1.8.1 Resoluc¸a˜o A intensidade das forc¸as, F1 e F2, em cada uma das faces da placa separa- dora e´ a pressa˜o no centro de gravidade (pCG) vezes a a´rea (A) da placa: F1 = pCG1 A F2 = pCG2 A e a resultante e´ FR = F1 − F2 = pCG1 A− pCG2 A (1.31) em que pressa˜o no centro de gravidade e´ dada por pCG1 = ρ1g h2 (1.32) pCG2 = ρ2gh1 (1.33) e a a´rea da placa separadora e´ A = H √ H2 + H2 = H2 √ 2 (1.34) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 18 VE RS A˜O 6 Problema 40 Substituindo (1.32), (1.33) e (1.34) em (1.31), obte´m-se a forc¸a resultante FR FR = F1 − F2 = pCG1 A− pCG2 A = ρ1g h2H √ 2− ρ1g h2H √ 2 apo´s substituic¸a˜o nume´rica FR = F1 − F2 = 1000 · 9,81 · 2 · 2 √ (2)− 800 · 9,81 · 2 · 2 √ (2) = 110,99− 88,79 = 22,197× 103 N O ponto de aplicac¸a˜o da forc¸a resultante e´ o ponto de aplicac¸a˜o de qualquer uma das forc¸as F1 e F2, e que exige o conhecimento do centro de presso˜es yCP yCP = −ρgIxx sin(45)Fr porque se trata de uma superfı´cie rectangular Ixx = bh3 12 = 2 · (2√2)3 12 Seja o caso da forc¸a F1 yCP1 = −ρ1g bh 3/12 sin(45) F1 = −1000 · 9,81 · 2(2 √ 2)3/12 · sin(45) 110,99× 103 = −0,236 m e da forc¸a F2 yCP2 = −ρ2g bh 3/12 sin(45) F1 = −800 · 9,81 · 2(2 √ 2)3/12 · sin(45) 88,79× 103 = −0,236 m A mate´ria abrangida por este exercı´cio e´ motivo da secc¸a˜o 2.8 de Munson et al. [2010] Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 19 VE RS A˜O 6 Problema 40 1.8.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % PROBLEMA 40 % 2010−12−02 Grupo 3 % Ce´sar F e r r e i r a GIMF−MFI−DEMEc−FEUP % Dados g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e H=2; %m h2=H; h1=H; rho 1 =1000; %kg∗mˆ−3 rho 2 =800; %kg∗mˆ−3 % %C a´ l c u l o da I n t e n s i d a d e da f o r c¸ a r e s u l t a n t e diag=sqr t (2∗Hˆ 2 ) ; % m d i a g o n a l da f a c e do cubo A=H∗diag ; %mˆ2 A´rea Pcg 1= rho 1∗g∗h2 % Pa P r e s s a˜ o no c e n t r o de g r a v i d a d e F 1=Pcg 1∗ A % N Pcg 2=rho 2∗g∗h1 % Pa P r e s s a˜ o no c e n t r o de g r a v i d a d e F 2=Pcg 2∗ A % N %F o r c¸ a r e s u l t a n t e F R=F 1 − F 2 % N %Ponto de a p l i c a c¸ a˜ o das f o r c¸ a s Ixx=H∗ ( diag ) ˆ3/12 % mˆ4 Y cp 1=−(rho 1∗g∗ Ixx∗ sin ( pi /4))/ F 1 % m Y cp 2=−(rho 2∗g∗ Ixx∗ sin ( pi /4))/ F 2 % m Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 20 VE RS A˜O 6 Problema 49 1.9 Problema 49 O reservato´rio da figura e´ constitu´ıdo por quatro partes: uma tampa semi-esfe´rica, um fundo plano circular e duas pec¸as encurvadas que, unidas, formam o corpo cil´ındrico de 1 m de altura. Esta´ cheio de um l´ıquido de densidade d=2,8, suspenso de um cabo, e comunica com a atmosfera atrave´s de um orif´ıcio (respiro) na parte superior. Considerando despreza´vel o peso do reservato´rio: a) Calcule o valor da pressa˜o absoluta no fundo e a forc¸a que podera´ ser lida no dinamo´metro D. b) Qual o valor da forc¸a a que, devido a` acc¸a˜o do l´ıquido, esta˜o sujeitos os parafusos que unem a tampa ao corpo do reservato´rio? E a forc¸a que actua sobre os parafusos que unem o fundo ao corpo? c) Calcule a intensidade e localize convenientemente a forc¸a que, ainda devido a` acc¸a˜o do l´ıquido, actua sobre cada uma das metades que consti- tuem o corpo do reservato´rio. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 21 VE RS A˜O 6 Problema 49 1.9.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Fazendo uso da equac¸a˜o fundamental da hidrosta´tica, a pressa˜o, absoluta, no fundo do reservato´rio e´: p f undo = patm + ρgh = 100× 103 + 2,8× 103 · 9,81(1+ 0,25) = 134,335kPa Porque, de acordo com o enunciado, e´ despreza´vel o peso do reser- vato´rio, a forc¸a lida no dinamo´metro e´ o peso do fluido: Fdin = mg = ρ(V1 +V2)g em que V1 e V2 sa˜o os volumes da meia-esfera e cilindro, respectivamente parte superior e corpo principal do reservato´rio. Fdin = 2.8× 103 [ 1 2 4 3 pi ( d 2 )3 + pi ( d 2 )2 h ] 9.81 = 6,2922× 103 N ou em kgf, igual a 6,2922× 103/9,81 = 641,4085kgf Alı´nea b) O balanc¸o de forc¸as num plano horizontal, perpendicular aos parafusos e´ igual a: Fpar + Peso = pA em que Fpar e´ a forc¸a exercida pelos parafusos que unem a tampa ao corpo cilı´ndrico, Peso e´ o peso do lı´quido na parte superior desse plano, e pA e´ a Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 22 VE RS A˜O 6 Problema 49 forc¸a de pressa˜o. Fpar + ρ 1 2 4 3 pi ( d 2 )3 g = ρg ( d 2 ) pi ( d 2 )2 = −ρ1 2 4 3 pi ( d 2 )3 g + ρg ( d 2 ) pi ( d 2 )2 = ρg pi 3 ( d 2 )3 = 2,8× 103 · 9.81pi 3 ( 0.5 2 )3 = 449,4441N Os parafusos no fundo suportam a totalidade da forc¸a exercida no fundo do reservato´rio: Ff undo = p f undo A = ρg ( h + d 2 ) pid2 4 = 6,74166× 103 N Alı´nea c) A forc¸a resultante esta´ situada a uma distaˆncia de 23 do topo (h = H/3) e e´ igual a: FR = ρg ( d 2 + h 2 ) pi d 4 h = 2,8× 103 · 9,81(0,25+ 0,5)pi · 0,125 · 1 = 8,09× 103 kN Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 23 VE RS A˜O 6 Problema 49 1.9.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % PROBLEMA 49 % 2011−10−30 % Dados g = 9 . 8 1 ; % ”m/ s ˆ2” a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e h=1000; % ”mm” a l t u r a do c o r p o c i l i n d r i c o do r e s e r v a t o r i o d=500; % ”mm” d i a m e t r o do r e s e r v a t o r i o h=h/1000; d=d/1000; % c o n v e r t e ”mm” em ”m” den = 2 . 8 ; % d e n s i d a d e patm = 1 0 ˆ 5 ; % p r e s s a o a t m o s f e r i c a % % A l i n e a a ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % P r e s s a o no fundo do r e s e r v a t o r i o p fundo=patm+den∗10ˆ3∗g∗ ( h+d/2) % F o r c a no dinamometro V1=1/2∗4/3∗pi ∗ (d / 2 ) ˆ 3 ; V2=pi ∗ (d/2) ˆ2∗h ; Peso N=den ∗1 0 ˆ3∗ (V1+V2)∗g Peso kgf=Peso N/g % A l i n e a b ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % F o r c a nos p a r a f u s o s da tampa p par=den∗10ˆ3∗g∗d/2 p e s o f l u i d o=den∗10ˆ3∗g∗V1 F par=p par∗pi∗dˆ2/4−p e s o f l u i d o F par=den∗10ˆ3∗g∗pi /3∗(d/2) ˆ3 % F o r c a nos p a r a f u s o s do fundo F fundo =( p fundo−patm )∗ pi∗dˆ2/4 % A l i n e a c ) %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % F o r c a nas duas metades do c o r p o c i l i n d r i c o p lado=den∗10ˆ3∗g∗ (d/2+h/2) F lado=p lado∗d∗h Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 24 VE RS A˜O 6 Problema 50 1.10 Problema 50 O tanque cil´ındrico representado na figura tem uma tampa hemisfe´rica (superf´ıcie ABC), e conte´m propano nas fases l´ıquida e gasosa, 50% de cada fase em volume. A pressa˜o manome´trica da fase gasosa e´ igual a 8 bar. a) Represente a distribuic¸a˜o de pressa˜o nas faces interior e exterior da superf´ıcie ABC. b) Calcule as resultantes, horizontal e vertical, das forc¸as exercidas na superf´ıcie ABC. c) Comente a seguinte afirmac¸a˜o: A forc¸a horizontal exercida na tampa ABC e´ totalmente independente da forma desta. 1.10.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Na face exterior da superfı´cie ABC e´ exercida a pressa˜o atmosfe´rica (a azul), de igual valor ao longo do perı´metro da superfı´cie. Na face interior de ABC, acresce a` pressa˜o atmosfe´rica, a pressa˜o de 8 bar, indicada no mano´metro. O mano´metro e´ sensı´vel a` diferenc¸a entre a pressa˜o no interior e a pressa˜o no exterior do reservato´rio, pressa˜o rela- tiva. Esta distribuic¸a˜o de pressa˜o na metade superior de ABC (quarto de cı´rculo AB) e´ quase constante, porque se trata de propano na fase gasosa, e a variac¸a˜o de pressa˜o com a profundidade pode serdesprezada. Na metade inferior (quarto de cı´rculo BC), acresce a` pressa˜o atmosfe´rica e aos 8 bar, o aumento da pressa˜o com o aumento da profundidade da fase lı´quida. Em qualquer dos casos a pressa˜o e´ sempre perpendicular a` superfı´cie Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 25 VE RS A˜O 6 Problema 50 de contacto, ou seja na direcc¸a˜o radial da superfı´cie hemisfe´rica ABC. Alı´nea b) O equilı´brio de forc¸as estabelece que o somato´rio das forc¸as na direcc¸a˜o vertical e horizontal e´ igual a zero. ∑FH = 0 ⇔ FHg − Fg + FHl − Fl = 0 FH = FHg + FHl = Fg + Fl (1.35) ∑FV = 0 ⇔ FVg + FVl −Wg −Wl = 0 FV = FVg + FVl = Wg +Wl (1.36) Wg e Wl sa˜o os pesos das fases gasosa Wg = ρggVolg Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 26 VE RS A˜O 6 Problema 50 e lı´quida Wl = ρl gVoll e Volg e Voll os volumes de cada uma destas fases. As forc¸as verticais sa˜o: FV = Wg +Wl = ρgg 1 4 4piR3 3 + ρgg 1 4 4piR3 3 = 1,6026× 103 + 4,0763× 104 = 4,2366× 104 N As forc¸as horizontais Fg e de Fl , aplicadas nas superfı´cies verticais de- finidas no seio da fase gasosa e no seio da fase lı´quida, sa˜o func¸a˜o de pg e de pl , pressa˜o nos centros de gravidade dessas superfı´cies, com a forma de meio cı´rculo e a´rea A = piR2/2: Fg = pg Ag = (pman + ρgghg)A (1.37) Fl = pl Al = (pman + ρggR + ρl ghl)A (1.38) em que hg e hl sa˜o as profundidades dos seus centros de gravidade 2 afas- tados do eixo a distaˆncia de 4R/(3pi), donde hg = R− 4R3pi (1.39) hl = 4R 3pi (1.40) Substituindo (1.39) e (1.40) em (1.37) e (1.38): Fg = [ pman + ρgg ( R− 4R 3pi )] piR2 2 Fl = ( pman + ρggR + ρl g 4R 3pi ) piR2 2 e as forc¸as horizontais (1.35) sa˜o iguais a: FH = [ 2pman + 2ρggR + (ρl − ρg)g 4R3pi ] piR2 2 cujo resultado nume´rico e´: FH = 1.0053× 107 + 4,8078× 103 + 2,4930× 104 = 1,0083× 107 N 2Veja-se por exemplo, a figura 2.18 de Munson et al. [2010] Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 27 VE RS A˜O 6 Problema 50 Alı´nea c) A afirmac¸a˜o e´ verdadeira, se a posic¸a˜o do centro de massa for ideˆntica. Nesse caso as forc¸as horizontais, (1.37) e (1.38), sa˜o func¸a˜o apenas da a´rea projectada e qualquer forma da tampa, desde que a a´rea projectada seja ideˆntica, tera´ forc¸a horizontal ideˆntica. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 28 VE RS A˜O 6 Problema 50 1.10.2 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Problema 50 %% Ano l e c t i v o 2010/2011 %% 2 8 / 1 2 / 2 0 1 0 % Grupo I I GIMF−MFI−DEMec−FEUP % DADOS: pman=8; % ” b a r ” P r e s s a˜ o manome´ tr i ca no i n t e r i o r do tanque pman=8∗10ˆ5 ; % C o n v e r t e ” b a r ” em ”N/mˆ2” rhog = 1 9 . 5 ; % ” kg /mˆ3” rho do g a´ s rhol =496; % ” kg /mˆ3” rho do l ı´ q u i d o R=2; % ”m” r a i o da c i r c u n f e r eˆ n c i a g = 9 . 8 1 ; % ”m/ s ˆ2” a c e l e r a c¸ a˜ o da g r a v i d a d e A=pi∗Rˆ 2 / 2 ; % ”mˆ2” a´ r e a de metade de c ı´ r c u l o Vol =(4/3∗pi∗Rˆ 3 )∗1 / 4 ; % ”mˆ3” volume de q u a r t o de c ı´ r c u l o % R e s o l u c¸ a˜ o hg=R−4∗R/(3∗pi ) ; hl =4∗R/(3∗pi ) ; % F o r c a s v e r t i c a i s Wg=rhog∗g∗Vol % Peso do g a´ s Wl=rhol ∗g∗Vol % Peso do l ı´ q u i d o Fv=Wg+Wl % N Fv=Fv/1000 % C o n v e r t e para kN % F o r c a s h o r i z o n t a i s % P r e s s a˜ o nas s u p e r f i c i e s v e r t i c a i s em c o n t a c t o com f a s e g a s o s a e f a s e l i q u i d a P g=pman+rhog∗g∗hg P l =pman+rhog∗g∗R+rhol ∗g∗hl F g =( P g−pman)∗A F l =( P l−pman)∗A Fman=pman∗ (A+A) FH1=2∗rhog∗g∗R∗A FH2=( rhol−rhog )∗g∗4∗R/3/pi∗A FH=Fman+F g+ F l % N FH=Fman+FH1+FH2 % N Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 29 VE RS A˜O 6 Problema 79 1.11 Problema 79 A figura representa esquematicamente um troc¸o de tubagem que lanc¸a um jacto de a´gua (ρ = 1000kg m−3) na atmosfera (patm = 1× 105Pa). a) Qual o desn´ıvel h verificado no mano´metro de mercu´rio (d = 13,6) quando o caudal escoado for de 1,5 L s=1 ? (O ramo da esquerda do mano´metro esta´ em contacto com a atmosfera). b) Caracterize (intensidade, sentido e direcc¸a˜o) a forc¸a exercida pela conduta sobre o suporte para o mesmo valor do caudal (na˜o despreze o peso da a´gua). 1.11.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) Atrave´s da equac¸a˜o de energia entre os pontos 1 e 2, na saı´da da tuba- gem e no eixo da secc¸a˜o alinhada com a tomada de pressa˜o esta´tica do mano´metro, p1 + 1 2 ρv21 + ρgz1 = p2 + 1 2 ρv22 + ρgz2 que resolvida em ordem a p2, vem: p2 = p1 + 1 2 ρ(v21 − v22) + ρg(z1 − z2) (1.41) Porque se trata de regime permanente e de acordo com o princı´pio de conservac¸a˜o da massa, m˙= ρA1v1 = ρA2v2 = ρQ˙, onde Q˙ e´ o caudal volu´mico v1 = 4Q piD21 e v2 = 4Q piD22 (1.42) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 30 VE RS A˜O 6 Problema 79 o termo relativo a` energia cine´tica na equac¸a˜o (1.41) pode escrever-se v21 − v22 = 16Q2 pi2D41 − 16Q 2 pi2D42 = 16Q2 pi2 ( 1 D41 − 1 D42 ) que substituı´do em (1.41) p2 = p1 + 8ρQ2 pi2 ( 1 D41 − 1 D42 ) + ρg(z1 − z2) (1.43) Tambe´m, com recurso a` equac¸a˜o de energia, conclui-se que a pressa˜o no ponto 3, no interior do mano´metro, na interface entre o mercu´rio e a a´gua, e´ dada por3: p3 = p2 + ρg(z2 − z3) (1.44) pressa˜o esta que, tendo em conta o princı´pio de funcionamento de um mano´metro em U, como o representado na figura, e´ igual a p3 = ρHggh + patm (1.45) igualando (1.44) e (1.45) ρHggh + patm = p2 + ρg(z2 − z3) que resolvida em ordem a h h = 1 ρHgg [−patm + p2 + ρg(z2 − z3)] (1.46) e substituindo (1.43) em (1.46) h= 1 ρHgg −patm + p1 + 8ρQ 2 pi2 ( 1 D41 − 1 D42 ) + ρg(z1 − z2)︸ ︷︷ ︸ eq.(1.43) +ρg(z2 − z3) porque p1 = patm h = 1 ρHgg [ 8ρQ2 pi2 ( 1 D41 − 1 D42 ) + ρg(z1 − z3) ] h = 8ρQ2 ρHggpi2 ( 1 D41 − 1 D42 ) + ρ ρHg (z1 − z3) de cuja resoluc¸a˜o nume´rica resulta h= 8 · 103 · (1,5× 103)2 13,6× 103 · 9.81 · pi2 ( 1 0,0254 − 1 0,0754 ) + 103 13,6× 103 (4− 0) = 0,2941m 3Trata-se de aplicac¸a˜o da equac¸a˜o de energia, Bernoulli, em direcc¸a˜o perpendicular a`s linhas de corrente. Recomenda-se o estudo do Exemplo 3.18, na pa´gina 130 de Munson et al. [2010], onde encontra todas as hipo´teses simplificativas, ou condic¸o˜es, em que esta equac¸a˜o e´ va´lida. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 31 VE RS A˜O 6 Problema 79 Alı´nea b) O teorema de transporte de Reynolds aplicado a` quantidade de movimento: Σ~Fext = d dt ∫ cv ρdV + ∫ cs ρ~V(~V.~n)dA (1.47) que, em regime permanente, porque d(...)/dt = 0, se reduz a: Σ~Fext = ∫ cs ρ~V(~V.~n)dA (1.48) Considerando o volume de controlo, representado a vermelho, na figura a equac¸a˜o vectorial (1.48) para cada uma das direcc¸o˜es, x e y, sera´: • Direcc¸a˜o x (horizontal) ΣFextx = ∫ cs ρ~V(~V.~n)dA ∣∣∣∣ x (p4 − patm)A4 − FSx = ρv4(−v4)A4 (p4 − patm)A4 − FSx = −v4m˙ que, resolvida em ordem a FSx, FSx = (p4 − patm)A4 + v4m˙ A velocidade v4, na secc¸a˜o 4, e´ igual a` velocidade em 2, porque o diaˆmetro da tubagem se mante´m constante; por esta raza˜o e porque z4 = z2 a pressa˜o em 4 e´ tambe´m igual a` pressa˜o em 2. A velocidade v2(= v4) na tubagem e´, de acordo com (1.42), igual a 0,3395 m s−1, e a pressa˜o p4, de acordo com (1.43), e´ igual a 1,3238× 105 Pa, a compo- nente horizontal da forc¸a no suporte e´ FSx = (p4− patm)A2 + v4m˙ = 143.0310+ 0.5093= 143,5403N (1.49) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 32 VE RS A˜O 6 Problema 79 • Direcc¸a˜o y (vertical)ΣFexty = ∫ cs ρ~V(~V.~n)dA ∣∣∣∣ y FSy − Pesoag = ρv1(v1)A1 FSy − Pesoag = v1m˙ que, resolvida em ordem a FSy, FSy = Pesoag + v1m˙ = magg + v1m˙ = ρVagg + v1m˙ em que o volume da a´gua e´ o volume da tubagem de secc¸a˜o circular de comprimento L FSy = ρ piD22 4 Lg + v1m˙ Substituindo os valores (v1 = 3,0558ms−1) e L = 7,3m: FSy = 316,3765+ 4,5837 = 320,9602N (1.50) Conhecidas as componentes em x e y, equac¸o˜es (1.49) e (1.50), podemos determinar a intensidade da forc¸a FS = √ F2Sx + F 2 Sy = 351,5953N e o aˆngulo θ = tg−1(FSy/FSy) = 1,1503rad = 65,9048◦ Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 33 VE RS A˜O 6 Problema 79 1.11.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % Problema 79 % Dados −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− rho= 1000 ; % massa vo lumica da agua d = 1 3 . 6 ; % d e n s i d a d e do m e r c u r i o z3= 0 ; z2 =700; z1=z2 +3300; % a l t u r a em ”mm” D1= 2 5 ; D2=75; % d i a m e t r o s em ”mm” L1= 4000 ; L2=z1−z2 ; % compr imentos em ”mm” % c o n v e r t e ”mm” em ”m” D1=D1/1000; D2=D2/1000; z1=z1 /1000; z2=z2 /1000; L1=L1 /1000; L2=L2 /1000; p1= 1 ∗ 1 0 ˆ ( 5 ) ; patm=p1 ; % p r e s s a o em ”Pa” Q = 1 . 5 ; % c a u d a l vo lumico em ” l / s ” Q = Q/1000; % c o n v e r t e ” l / s ” em ”mˆ 3 / s ” g= 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e ”m/ s ˆ2” %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− % R e s o l u c a o % a l i n e a a ) rho Hg= rho∗ d ; % massa vo lumica do m e r c u r i o p2=p1 + rho∗8∗Qˆ2/ pi ˆ2∗ (1/D1ˆ2 − 1/D2 ˆ 2 ) + rho∗g∗ ( z1−z2 ) p 2 r e l =p2−p1 p3 = p2 + rho∗g∗ ( z2−z3 ) h=(p3−p1 ) / ( d∗rho∗g ) h=8∗rho∗Qˆ2 /( rho Hg∗g∗pi ˆ 2 )∗ ( 1 /D1ˆ2 − 1/D2ˆ 2 ) + rho/rho Hg ∗ ( z1−z3 ) % a l i n e a b ) v2=Q/( pi∗D2ˆ2/4) % v e l o c i d a d e na s e c c a o 2 m=rho∗Q ; % c a u d a l m a s s i c o % f o r c a na d i r e c c a o x flux qmx=v2∗m A2=pi∗D2ˆ 2 / 4 ; FPres =(p2−patm )∗A2 FSx=FPres+flux qmx FSx kgf=FSx/g % f o r c a na d i r e c c a o y v1=Q/( pi∗D1ˆ2/4) % v e l o c i d a d e na s e c c a o 1 L=L1+L2 ; Peso ag=rho∗A2∗L∗g flux qmy=v1∗m FSy=Peso ag+flux qmy FSy kgf=FSy/g % i n t e n s i d a d e Fmod=sqr t ( FSx ˆ2+ FSy ˆ 2 ) Fmod kgf=Fmod/g ang=atan ( FSy/FSx ) ang deg=ang∗180/ pi Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 34 VE RS A˜O 6 Problema 83 1.12 Problema 83 Uma bomba de a´gua (ρ= 103 kg m−3) tem uma entrada e duas sa´ıdas, vide figura. As ligac¸o˜es da tubagem a` bomba sa˜o flex´ıveis, pelo que os esforc¸os devidos a`s forc¸as ma´ssicas e hidrodinaˆmicas na regia˜o da bomba sa˜o integralmente transmitidos ao suporte. As presso˜es indicadas sa˜o relativas. a) Determine a cota z4. b) Determine caudal na secc¸a˜o 3. c) Determine a poteˆncia fornecida a` bomba, sabendo que o rendimento desta e´ igual a 85%. d) Sabendo que a componente vertical da forc¸a exercida pelo suporte sobre a bomba tem o valor de 3 kN (sentido de baixo para cima) determine o peso da bomba. 1.12.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) A equac¸a˜o de energia entre os pontos 3 e 4 e´ dada por: p3 + 1 2 ρv23 + ρgz3 = p4 + 1 2 ρv24 + ρgz4 que resolvida em ordem a z4, e porque v4 = 0, resulta em z4 = p3 − p4 ρg + v23 2g + z3 (1.51) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 35 VE RS A˜O 6 Problema 83 onde v3 e´ desconhecido, mas pode ser determinado, com base no balanc¸o de massa num volume de controlo centrado na bomba m˙1 = m˙2 + m˙3 o caudal ma´ssico que entra em 1, m˙1, e´ a soma dos caudais ma´ssicos que saem em 2 e 3, m˙2 e m˙3. ρA1v1 = ρA2v2 + ρA3v3 A1v1 = A2v2 + A3v3 A3v3 = A2v2 − A1v1 v3 = A2v2 − A1v1 A3 v3 = Q˙2 − A1v1 A3 (1.52) A velocidade em 1 e´ determinada atrave´s da equac¸a˜o de energia entre os pontos 0 e 1 p0 + 1 2 ρv20 + ρgz0 = p1 + 1 2 ρv21 + ρgz1 que resolvida em ordem a v1 e porque v0 = 0, v1 = √ 2(p0 − p1) ρ + 2g(z0 − z1) (1.53) Substituindo (1.53) em (1.52) v3 = Q˙2 − A1 √ 2(p0−p1) ρ + 2g(z0 − z1) A3 (1.54) e (1.54) em (1.51), obte´m-se z4 = p3 − p4 ρg + {[ Q˙2 − A1 √ 2(p0 − p1)/ρ+ 2g(z0 − z1) ] /A3 }2 2g + z3 cujo resultado nume´rico e´ z4 = 63,98m. Outros resultados nume´ricos sa˜o v1 = 6,4ms−1 e v3 = 13,31ms−1. Alı´nea b) O caudal na secc¸a˜o 3 e´ Q3 = v3 A3 = 0,0376m3 s−1 = 135,49m3 h−1 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 36 VE RS A˜O 6 Problema 83 Alı´nea c) O balanc¸o energe´tico e´: Q˙ + W˙ =∑ Ent m ( u + p ρ + v2 2 + gz ) −∑ Sai m ( u + p ρ + v2 2 + gz ) Porque na˜o ha´ trocas de calor, Q˙ = 0, e z1 ≈ z2 ≈ z3, e considerando fluido ideal, a energia interna, u, pode ser desprezada, W˙ = m˙2 ( p2 ρ + v22 2 ) + m˙3 ( p3 ρ + v23 2 ) − m˙1 ( p1 ρ + V21 2 ) = 2,8638× 104 W Porque o rendimento e´ η = W˙u W˙elec em que W˙elec e´ a poteˆncia ele´ctrica a fornecer a` bomba W˙elec = 3,3692× 104 W Alı´nea d) Pelo Teorema de Transporte de Reynolds em regime permanente∫ s ρ~V~V ·~ndA =∑ ~FExt Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 37 VE RS A˜O 6 Problema 83 Porque se trata apenas da direcc¸a˜o vertical ρv23A3 = Fs − Fp − Peso que resolvida em ordem ao Peso da bomba: Peso = Fs − ρv23A3 − p3A3 = 113,56kg 1.12.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % Problema 83 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−Dados−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− rho =1000; % massa vo lumica da agua z1 =5; z2 =5; z3 =5; % a l t u r a d1 = 0 . 1 0 0 ; d2 = 0 . 0 4 0 ; d3 = 0 . 0 6 0 ; % d i a m e t r o p1 =−69.48∗10ˆ3; p2 =300∗10ˆ3 ; p3 =490∗10ˆ3 ; % p r e s s a o Q2= 4 5 . 2 4 / 6 0 ˆ 2 ; % c a u d a l vo lumico em 2 [mˆ 3 / s ] g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e [m/ s ˆ 2 ] rend = 0 . 8 5 ; % r e n d i m e n t o da bomba F =3∗10ˆ3 ; % f o r c a do s u p o r t e s o b r e a bomba [N] %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− % R e s o l u c a o % a l i n e a a A1=pi ∗ ( d1 / 2 ) ˆ 2 ; A2=pi ∗ ( d2 / 2 ) ˆ 2 ; A3=pi ∗ ( d3 / 2 ) ˆ 2 ; v1a=−2∗rho∗g∗z1 v1b=−2∗p1 v1=sqr t (2/ rho∗(−p1−rho∗g∗z1 ) ) %v e l o c i d a d e em 1 [m/ s ] v3 =(A1∗v1−Q2)/A3 %v e l o c i d a d e em 3 [m/ s ] z4=p3/( rho∗g)+1/(2∗g )∗v3 ˆ2+ z3 %R e s u l t a d o f i n a l %−− a l i n e a b −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− Q3=v3∗A3 Q3 m3h=Q3∗3600 %−− a l i n e a c −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− v2=Q2/A2 ; % v e l o c i d a d e em 2 [m/ s ] m1=rho∗v1∗A1 ; m2=rho∗Q2 ; m3=rho∗v3∗A3 ; % c a u d a l m a s s i c o em 1 ,2 e 3 W=m2∗ ( p2/rho +( v2 ˆ2/2) )+m3∗ ( p3/rho+v3ˆ2/2)−m1∗ ( p1/rho+v1 ˆ2/2) Wf=W/rend % p o t e n c i a e l e c t r i c a %−− a l i n e a d −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− Peso=F−(p3∗A3)−rho∗v3 ˆ2∗A3 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 38 VE RS A˜O 6 Problema 86 1.13 Problema 86 Considere o escoamento entre duas placas planas paralelas representadas na figura. A placa superior move-se a uma velocidade constante U, estando a inferior fixa. A pressa˜o decresce na direcc¸a˜o do escoamento, sendo o gradiente longitudinal dp/dx constante. a) Encontre uma expressa˜o para o perfil de velocidades u = f (y). b) Compare a evoluc¸a˜o da tensa˜o de corte verificada neste escoamento com a de um outro em que dp/dx e´ nulo. 1.13.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) A equac¸a˜o da conservac¸a˜o da massa para escoamento tri-dimensional, em regime permanente, de fluido incompressı´vel, e´ dada por: ∂u ∂x + ∂v ∂y + ∂w ∂z = 0, que neste caso se reduz a ∂u ∂x = 0 (1.55) Porque admitimos que as placas sa˜o infinitamente longas nas direcc¸o˜es lon- gitudinal e transversal (x e z), em que as componentes de velocidadeem Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 39 VE RS A˜O 6 Problema 86 qualquer uma destas direcc¸o˜es e´ zero, e logo as suas derivadas sera˜o zero tambe´m. Pela conservac¸a˜o da quantidade de movimento em fluido Newtoniano, isto e´ equac¸a˜o de Navier-Stokes, regime permanente, temos: � � � ��� 0 u ∂u ∂x︸︷︷︸ 1 + � � � � �� 0 v ∂u ∂y︸︷︷︸ 2 + � � � ��� 0 w ∂u ∂z︸︷︷︸ 3 = −1 ρ ∂p ∂x + µ ρ � � � � �� 0 ∂2u ∂x2︸︷︷︸ 4 + ∂2u ∂y2 + � � � � �� 0 ∂2u ∂z2︸︷︷︸ 5 − � � ��7 0 gx︸︷︷︸ 6 Os termos convectivos (1, 2 e 3) sa˜o nulos pela mesma raza˜o usada na equac¸a˜o da continuidade; devido a` dimensa˜o infinita, o escoamento evo- lui para a situac¸a˜o designada de escoamento completamente desenvolvido, sem variac¸a˜o de velocidade u nas direcc¸o˜es x e z, e com v e w igual a zero. Se as primeiras derivadas ∂u/∂x e ∂u/∂z sa˜o zero, as segundas tambe´m o sa˜o e por isso os termos difusivos 4 e 5 sa˜o iguais a zero. O termo 6, relativo a` forc¸a de gravidade, e´ zero, porque o eixo dos x e´ o horizontal, e a equac¸a˜o reduz-se a: 0 = −1 ρ ∂ρ ∂x + µ ρ ∂2u ∂y2 ∂2u ∂y2 = 1 µ ∂p ∂x A velocidade u e´ apenas func¸a˜o de y, assim como a pressa˜o e´ func¸a˜o apenas de x e a equac¸a˜o diferencial que rege este problema e´: d2u dy2 = 1 µ dp dx (1.56) em que as condic¸o˜es de fronteira sa˜o: u|y=0 = 0; (1.57) u|y=h = U. (1.58) A primeira integrac¸a˜o em ordem a y da equac¸a˜o (1.56) da´-nos: du dy = dp dx 1 µ y + C1 que integrada de novo em y resulta em: u = dp dx 1 µ y2 2 + C1y + C2 (1.59) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 40 VE RS A˜O 6 Problema 86 Para determinac¸a˜o das constantes de integrac¸a˜o, a partir da condic¸a˜o de fronteira (1.57) conclui-se que C2 deve ser igual a zero: 0 = dp dx 1 µ 02 2 + C10+ C2 ⇒ C2 = 0 e fazendo uso da segunda condic¸a˜o de fronteira (1.58), U = dp dx 1 µ h2 2 + C1h + 0 ⇒ C1 = Uh − 1 µ dp dx h 2 Finalmente u = dp dx 1 µ y2 2 + Uy h − 1 µ dp dx h 2 y ou, numa forma final, mais compacta, u = 1 2µ dp dx (y2 − hy) + Uy h (1.60) Alı´nea b) A tensa˜o de corte para fluido Newtoniano e´: τ = µ dU dy , ou seja, fazendo uso de (1.60), τ = 1 2 dp dx (2y− h) + µU h que no caso de dp/dx = 0, se reduz a: τ = µ U h com valor constante na direcc¸a˜o perpendicular a`s superfı´cies das placas. No escoamento do enunciado a tensa˜o de corte varia linearmente com y, com os valores em cada uma das superfı´cies dados por: se y = 0 =⇒ τ = −1 2 dp dx h + µ U h se y = h =⇒ τ = 1 2 dp dx h + µ U h Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 41 VE RS A˜O 6 Problema 86 Sugesta˜o para trabalho adicional 1. Esboce o perfil de velocidade para o caso de dp/dx = 0, e para valores crescentes de dp/dx < 0 e dp/dx > 0. 2. Idem, mas para o perfil de tensa˜o de corte. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 42 VE RS A˜O 6 Problema 87 1.14 Problema 87 No escoamento bidimensional, laminar e permanente, entre duas su- perf´ıcies so´lidas horizontais, o perfil de velocidades tem a forma esboc¸ada na figura, com a velocidade ma´xima, Um, localizada a meia distaˆncia entre as duas superf´ıcies. a) Integrando a equac¸a˜o do movimento segundo Ox, exprima Um em func¸a˜o do espac¸amento H, das propriedades do fluido (ρ, µ) e do gradiente de presso˜es ∂P/∂x. b) Sera´ via´vel utilizar o teorema de Bernoulli para relacionar as presso˜es em dois pontos distintos deste escoamento? Justifique. 1.14.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) A equac¸a˜o de conservac¸a˜o da quantidade de movimento de um fluido Newtoniano, na direcc¸a˜o do escoamento e´ dada por u ∂u ∂x + v ∂u ∂y + w ∂u ∂z = −1 ρ ∂P ∂x + µ ρ ( ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 + ∂2u ∂z2 )− gx que apo´s simplificac¸a˜o4 resulta em: 0 = −1 ρ ∂P ∂x + µ ρ ∂2u ∂y2 Porque a pressa˜o e a velocidade dependem apenas de x e de y 1 ρ dP dx = µ ρ d2u dy2 (1.61) em que as condic¸o˜es de fronteira sa˜o: u|y=0 = 0; (1.62) u|y=H = 0 (1.63) Integrando (1.61), du dy = dP dx y µ + C1 4Ver problema 86, na pa´gina 39. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 43 VE RS A˜O 6 Problema 87 e integrando, de novo, u = dP dx y2 2µ + yC1 + C2 (1.64) As duas constantes sa˜o determinadas a partir das condic¸o˜es (1.62) e (1.63). Condica˜o (1.62) : 0 = dP dx 0 2µ + 0C1 + C2 (1.65) Condicao (1.63) : 0 = dP dx H2 2µ + HC1 + C2 (1.66) donde se conclui que C2 = 0 e C1 =− dPdx H2µ , que apo´s substituic¸a˜o em (1.64) u = dP dx 1 2µ (y2 − yH) Um e´ a velocidade em y = H/2, a meia distaˆncia entre as placas, Um(≡Uy=H/2) = −dPdx H2 8µ Alı´nea b) Na˜o e´ via´vel utilizar o teorema de Bernoulli. Para isso, seria necessa´rio que se tratasse de um fluido invı´scido ou ideal, ou seja sem viscosidade. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 44 VE RS A˜O 6 Problema 89 1.15 Problema 89 Uma correia de grande largura (plano normal ao da figura) passa por um recipiente contendo um l´ıquido viscoso, de propriedades ρ e µ, arrastando uma pel´ıcula de fluido de espessura h que, por sua vez, se escoa por acc¸a˜o da gravidade. Sendo V0 a velocidade vertical da correia, encontre uma expressa˜o para a velocidade me´dia da pel´ıcula de fluido, admitindo que o escoamento e´ laminar e permanente. Nota: O referencial (x,y) e´ fixo com respeito a um observador exterior. 1.15.1 Resoluc¸a˜o O vector velocidade e´ dado por ~V = (u,v,w), mas porque o movimento ocorre segundo y, pode ser reduzido a ~V = (0,v,0) e apenas a equac¸a˜o da conservac¸a˜o de quantidade de movimento na direcc¸a˜o y e´ ∂v ∂t + u ∂v ∂x + v ∂v ∂y +w ∂v ∂z =−1 ρ ∂p ∂y + µ ρ ( ∂2v ∂x2 + ∂2v ∂y2 + ∂2v ∂z2 ) + gy (1.67) Porque: • u = w = 0, concluı´-se que u∂v/∂x = 0 e w∂v/∂z = 0 • o escoamento e´ completamente desenvolvido em y e ∂2u/∂x2 = 0; • a dimensa˜o transversal da correia e´ infinita e ∂2w/∂z2 = 0 • a pressa˜o e´ uniforme, ∂p/∂y = 0 • a forc¸a gravı´tica g tem o sentido oposto ao eixo dos y, gy = −g. • e´ um escoamento em regime permanente, ∂v/∂t = 0. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 45 VE RS A˜O 6 Problema 89 A equac¸a˜o (1.67) reduz-se a: d2v dx2 = ρg µ (1.68) em que as condic¸o˜es de fronteira sa˜o: dv dx ∣∣∣∣ x=h = 0 (1.69) v(x)|x=0 = V0 (1.70) Integrando uma vez, dv dx = ρg µ x + C1 e apo´s nova integrac¸a˜o v(x) = ρg µ x2 2 + C1x + C2 (1.71) A partir das condic¸o˜es de fronteira Condica˜o (1.69) : 0 = ρgh µ + C1 Condicao (1.70) : V0 = ρg µ 02 2 + C10+ C2 sa˜o determinadas as constantes C1 = −ρgh µ e C2 = V0 que, apo´s substituic¸a˜o em (1.71) v(x) = ρg µ x2 2 − ρgh µ x +V0 = ρg µ ( x2 2 − hx ) +V0 (1.72) Logo: v¯ = 1 h {∫ h 0 [ ρg µ ( x2 2 − hx ) +V0 ] dx } = 1 h [ ρg µ ( 1 2 x3 3 + h x2 2 ) +V0x ]∣∣∣∣h 0 = ρg hµ ( h3 6 − h 3 2 ) +V0 = V0 − ρgh 2 3µ (1.73) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 46 VE RS A˜O 6 Problema 92 1.16 Problema 92 Dois fluidos imisc´ıveis, com a mesma massa volu´mica mas diferentes densidades esta˜o contidos entre duas placas planas paralelas conforme se mostra na figura. A placa inferior e´ fixa ea superior desloca-se com uma velocidade constante U, dando origem a um escoamento laminar e in- compress´ıvel, sem gradiente de pressa˜o na direcc¸a˜o do movimento, sendo cont´ınua a variac¸a˜o quer da velocidade quer da tensa˜o de corte atrave´s da fronteira entre os fluidos. a) Determine o valor da velocidade na interface entre os dois fluidos, exprimindo o resultado em func¸a˜o de U, µ1 e µ2. b) Esboce o perfil de velocidades para a situac¸a˜o µ2 = 2µ1. Qual a relac¸a˜o entre as tenso˜es de corte verificadas junto a`s placas superior e inferior? Comente o resultado, fundamentando a resposta na relac¸a˜o entre a tensa˜o e o gradiente de velocidades em cada caso. 1.16.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) O vector velocidade e´ dado por ~V = (u,v,w) que, deve satisfazer a equac¸a˜o de conservac¸a˜o de massa, ou continuidade, que no caso de escoamento incompressı´vel, e´ igual a: ∂u ∂x + ∂v dy + ∂w ∂z = 0 (1.74) Mas, porque so´ ha´ movimento no eixo dos x e as componentes v e w do vector velocidade sa˜o nulas ~V = (u,0,0) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 47 VE RS A˜O 6 Problema 92 a equac¸a˜o de conservac¸a˜o da massa (1.74) e´ dada apenas por: du dx = 0 A equac¸a˜o da conservac¸a˜o da quantidade de movimento, para fluido Newtoniano, e´: u ∂u ∂x + v ∂u ∂y + w ∂u ∂z = −1 ρ ∂P ∂x + ν ( ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 + ∂2u ∂z2 ) + gx (1.75) Fazendo uso das mesmas hipo´teses que nos permitiram simplificar a equac¸a˜o da continuidade, porque na˜o existe gradiente de pressa˜o nem forc¸as gravı´ticas segundo o eixo dos x, a equac¸a˜o (1.75) reduz-se a: µ d2u dy2 = 0 (1.76) NOTA: para uma descric¸a˜o mais detalhada das hipo´teses que nos permi- tiram simplificar a equac¸a˜o (1.75), recomenda-se o estudo da resoluc¸a˜o do Problema 86, na pa´gina 39. Procedendo a` integrac¸a˜o de (1.76), du dy = Constantea e apo´s segunda integrac¸a˜o resulta em: u = Constanteay + Constanteb Esta equac¸a˜o e´ va´lida nas duas regio˜es, relativa a cada um dos fluidos, donde: u1 = C1 y + C2 h ≤y ≤ 2h (1.77) u2 = C3 y + C4 0≤y ≤ h (1.78) Na superfı´cie de cada uma das placas, as condic¸o˜es de fronteira sa˜o: u2|y=0 = 0 (1.79) u1|y=2h = U (1.80) e na interface dos dois fluidos, u1|y=h = u2|y=h (1.81) τ1|y=h = τ2|y=h ≡ µ1 du1dy ∣∣∣∣ y=h = µ2 du2 dy ∣∣∣∣ y=h (1.82) As duas equac¸o˜es (1.77) e (1.78), juntamente com as quatro condic¸o˜es de fronteira (1.79) a (1.82), constituem a formulac¸a˜o matema´tica completa do problema. As condic¸o˜es de fronteira (1.81) e (1.82) asseguram a continui- dade do perfil de velocidade e do perfil da tensa˜o de corte na interface entre os dois fluidos. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 48 VE RS A˜O 6 Problema 92 Determinac¸a˜o das constantes As quatro constantes sa˜o determinadas a partir das condic¸o˜es (1.79) a (1.82). Condica˜o (1.79) : 0 = C30+ C4 (1.83) Condicao (1.80) : U = C1 2h + C2 (1.84) Condicao (1.81) : C1 h + C2 = C3 h + C4 (1.85) Condicao (1.82) : µ1C1 = µ2C3 (1.86) A partir da equac¸a˜o (1.87) conclui-se que: C4 = 0 (1.87) as treˆs equac¸o˜es (1.84), (1.85) e (1.86) conduzem a` determinac¸a˜o das cons- tantes C1, C2 e C3 C1 = U h µ2 µ1 + µ2 (1.88) C2 = U µ1 − µ2 µ1 + µ2 (1.89) C3 = U h µ1 µ1 + µ2 (1.90) que apo´s substituic¸a˜o em (1.77) em (1.78), resulta: u1 = U µ2 µ1 + µ2 y h +U µ1 − µ2 µ1 + µ2 (1.91) u2 = U µ1 µ1 + µ2 y h (1.92) qualquer uma destas equac¸o˜es nos permite determinar o valor da veloci- dade na interface entre os dois fluidos, igual a: u1|y=h = U µ2µ1 + µ2 h h +U µ1 − µ2 µ1 + µ2 = U µ1 µ1 + µ2 u2|y=h = U µ1µ1 + µ2 h h = U µ1 µ1 + µ2 Alı´nea b) Para µ2 = 2µ1, as equac¸o˜es (1.91) e (1.92) simplificam-se, e o perfil de velo- cidades e´: u1 = U 2 3 y h −U 1 3 h ≤y ≤ 2h u2 = U 1 3 y h 0≤y ≤ h Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 49 VE RS A˜O 6 Problema 92 Figura 1.1: Perfil de velocidades A relac¸a˜o entre as tenso˜es de corte junto a`s placas, y = 0 e y = 2h, e´ τ2|y=0 τ1|y=2h = µ2 du2 dy ∣∣∣ y=0 µ1 du1 dy ∣∣∣ y=2h = µ2 U 3h µ1 2U 3h = µ2 2µ1 que no caso de µ1 = 2µ2, vem τ2|y=0 τ1|y=2h = 1 A tensa˜o de corte na placa inferior, em y = 0, e´ ideˆntica a` tensa˜o de corte na placa superior, y = 2h. Esta igualdade das tenso˜es de corte ocorre, porque apesar da viscosidade do fluido 1 ser 2× a do viscosidade do fluido 2, a relac¸a˜o entre os gradientes de velocidade dos fluidos 1 e 2 e´ a inversa da que ocorre no caso das viscosidades. Veja que: du2 dy ∣∣∣∣ y=0 = U 3h e du1 dy ∣∣∣∣ y=2h = 2U 3h Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 50 VE RS A˜O 6 Problema 99 1.17 Problema 99 Um reservato´rio mantido a pressa˜o constante, Pint, descarrega para a atmosfera atrave´s de um furo de diaˆmetro d um l´ıquido de massa espec´ıfica ρ e viscosidade ν. a) Encontre uma relac¸a˜o adimensional entre o caudal de descarga, V˙, e os restantes paraˆmetros relevantes. b) Uma expressa˜o vulgarmente utilizada para o ca´lculo do caudal volu´mico saindo de um reservato´rio e´ V˙ = 0,61 pid2 4 √ 2gH . Investigue a homogeneidade dimensional da relac¸a˜o e comente a sua apli- cabilidade a` situac¸a˜o descrita em a). 1.17.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) De acordo com o enunciado, os paraˆmetros relevantes sa˜o, Pint, a pressa˜o interna no reservato´rio, d, o diaˆmetro do furo de escape, ρ, massa volu´mica do fluido, e ν, a viscosidade cinema´tica do fluido. Outros paraˆmetros a con- siderar sa˜o H, a altura entre os orifı´cios de estrada e saı´da do reservato´rio, e g, forc¸a da gravidade, uma vez que existe variac¸a˜o vertical da cota z. Estas 7 varı´a´veis (k = 7) recorrem a`s 3 dimenso˜es de refereˆncia M, L e T (r = 3), donde se conclui que, baseado no Teorema de Buckingham, Π = k− r = 7− 3 = 4 , sera˜o necessa´rios 4 nu´meros adimensionais Π para descrever as relac¸o˜es Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 51 VE RS A˜O 6 Problema 99 entre elas. Para cada uma das dimenso˜es de refereˆncia, M, L e T e´ ne- cessa´rio associar uma varia´vel que na˜o dependa das outras duas. Procura-se a relac¸a˜o entre a varia´vel independente V˙ e as varia´veis de- pendentes Pint,d,ρ,ν, H e g, em que as dimenso˜es de cada uma delas sa˜o: • [V˙] = L3T−1 • [Pint] = ML−1T−2 • [H] = L • [d] = L • [ρ] = ML−3 • [ν] = L2T−1 • [g] = LT−2 Escolhamos enta˜o as 3 varia´veis que sera˜o usadas para adimensionali- zar as restantes: • L→ H • M→ ρ • T→ g O primeiro Π, resultado da adimensionalizac¸a˜o de V˙ sera´: Π1 = V˙Haρbgc (1.93) ou, em termos dimensionais, L3T−1 La (ML−3)b (LT−2)c = L0L0T0 L : T : M : 3+ a− 3b + c = 0 −1− 2c = 0 b = 0. ⇒ a = −5/2 b = 0 c = −1/2. e conhecidos os expoentes de (1.93), o paraˆmetro adimensional esta´ com- pletamente definido: Π1 = V˙ H−5/2 g−1/2 = V˙√ H5g (1.94) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 52 VE RS A˜O 6 Problema 99 Outro dos Π′s e´ definido a partir da pressa˜o, Pint: Π2 = PintHaρbgc (1.95) e repetindo os procedimentos usados atra´s, (ML−1T−2) (L)a (ML−3)b(LT−2)c = L0 L0 T0 M : L : T : 1+ b = 0 −1+ a− 3b + c = 0 −2− 2c = 0. ⇒ a = −1 b = −1 c = −1. resulta: Π2 = PintH−1ρ−1g−1 = Pint Hρg (1.96) O terceiro Π e´ baseado na adimensionalizac¸a˜o de d: Π3 = dHaρbgc (1.97) L (L)a (ML−3)b (LT−2)c = L0 L0 T0 L : M : T : 1+ a− 3b− 2c = 0 b = 0 −2c = 0. ⇒ a = −1 b = 0 c = 0. Π3 = dH−1 = d H (1.98) Finalmente o u´ltimoΠ: Π4 = νHaρbgc (1.99) (L2T−1) (L)a (ML−3)b (LT−2)c = L0 L0 T0 (1.100) L : T : M : 2+ a− 3b + c = 0 −1− 2c = 0 b = 0. ⇒ a = −3/2 b = 0 c = −1/2. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 53 VE RS A˜O 6 Problema 99 donde resulta: Π4 = νH−3/2g−1/2 = ν√ H3g (1.101) Concluindo: Π1 = Φ(Π2,Π3,Π4) ⇒ V˙√ H5g = φ ( Pint Hρg , d H , ν√ H3g ) (1.102) Nota final: Este resultado difere do das soluc¸o˜es, porque aqui foi es- colhida para a dimensa˜o L a varia´vel H, em vez da varia´vel d. Ambas as soluc¸o˜es esta˜o correctas. Alı´nea b) A equac¸a˜o V˙ = 0,61 pid2 4 √ 2gH (1.103) e´ dimensionalmente homoge´nea [V˙] = 0,61 [ pid2 4 ] [ √ 2gH] L3T−1 = L2 ( LT−2 L )1/2 L3T−1 = L3T−1 Sobre a aplicabilidade desta equac¸a˜o a` situac¸a˜o anterior, comec¸amos por aumentar a sua semelhanc¸a com a por no´s obtida (1.102), escrevendo (1.103) numa forma tambe´m adimensional V˙√ H5g = 1√ H5g ( 0,61 pid2 4 √ 2gH ) V˙√ H5g = 0,61 pi 4 d2 H2 √ 2gH Hg V˙√ H5g = 0,61 pi 4 d2 H2 √ 2 daqui pode ver-se que (1.103) e´ uma versa˜o simplificada de (1.102), que na˜o considera variac¸o˜es da propriedade do fluido ou da pressa˜o interna no reservato´rio. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 54 VE RS A˜O 6 Problema 100 1.18 Problema 100 Considere-se um elemento da estrutura de uma ponte, com um com- primento, dimensa˜o perpendicular ao plano do papel, muito superior a`s dimenso˜es H e D da secc¸a˜o transversal, na figura. E´ sabido que com o vento soprando a uma velocidade constante podem formar-se na esteira vo´rtices, emitidos de modo regular, a uma frequeˆncia bem definida. Este feno´meno pode originar esforc¸os perio´dicos importantes sobre a estrutura, pelo que e´ essencial o conhecimento da frequeˆncia de desprendimento de vo´rtices. Neste caso concreto as dimenso˜es da estrutura sa˜o D = 0,1m e H = 0,3m, a velocidade do vento em causa e´ igual a 50 km h=1 (ρar = 1,2kg m−3,µar = 1,8× 10−5 kg m−1 s−1), e pretende-se determinar a frequeˆncia real ensaiando um modelo a escala reduzida (Dm = 20mm) num tu´nel de a´gua (ρ = 103 kg m−3,µ = 1,01× 10−3 kg m−1 s−1). a) Determine as dimenso˜es Hm do modelo, bem como a velocidade a` qual devera´ ser realizado o ensaio. b) Se a frequeˆncia de desprendimento de vo´rtices encontrada no ensaio for de 49,9 Hz, qual o valor esperado no proto´tipo? 1.18.1 Resoluc¸a˜o A resoluc¸a˜o esta´ organizada em duas partes (I e II) relativas a` adimensi- onalizac¸a˜o e a` semelhanc¸a. Tratam-se de dois assuntos que esta˜o forte- mente interligados e constituem um capı´tulo u´nico na maioria dos livros de texto sobre Mecaˆnica dos Fluidos. A identificac¸a˜o destas duas partes faz-se por razo˜es pedago´gicas, com o objectivo de distinguir a determinac¸a˜o dos nu´meros adimensionais (adimensionalizac¸a˜o) das regras a respeitar para assegurar a semelhanc¸a entre casos reais e modelos. Os modelos que pre- tendem replicar os feno´menos fı´sicos reais em condic¸o˜es que apesar de na˜o serem iguais, sa˜o iguais quando referidas em paraˆmetros adimensionais, ou seja, sa˜o semelhantes. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 55 VE RS A˜O 6 Problema 100 Parte I: Adimensionalizac¸a˜o Alı´nea a) Da leitura do enunciado resultam as varia´veis f , D, H,v,ρ e µ, cujas di- menso˜es ba´sicas sa˜o as seguintes: • [ f ] = T−1 • [D] = L • [H] = L • [v] = LT−1 • [ρ] = ML−3 • [µ] = ML−1T−1 Temos uma relac¸a˜o f = F (D, H,v,ρ,µ) (1.104) entre 6 varia´veis (k = 6), que no seu conjunto recorrem a 3 dimenso˜es de re- fereˆncia, M, L e T (r = 3) em que, de acordo com o teorema de Buckingham, k− r = 6− 3 = 3 a relac¸a˜o entre elas pode ser descrita de uma forma mais simples, com base em apenas 3 varia´veis, 3 nu´meros adimensionais Π, Π1 = Φ(Π2,Π3) (1.105) NOTA 1 Neste problema usa-se uma te´cnica expedita para determinar os nu´meros adimensionais, em que na˜o e´ necessa´ria a resoluc¸a˜o de qual- quer sistema de equac¸o˜es, como e´ o caso da te´cnica de 8 passos, uti- lizada por exemplo na resoluc¸a˜o dos problemas 99 e 104, pa´ginas 51 e 61, cuja leitura se aconselha. Sa˜o duas te´cnicas alternativas, em que a usada nesta resoluc¸a˜o normalmente exige menos tempo, mas exige mais cuidado durante a resoluc¸a˜o, porque e´ mais facil cometer qual- quer erro. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 56 VE RS A˜O 6 Problema 100 De entre as 6 varia´veis que descrevem o feno´meno, escolhemos H, v e ρ como as 3 varia´veis de refereˆncia; isto e´, aquelas que sera˜o usadas para adimensionalizar as restantes, f , µ e D. H, v e ρ foram escolhidas porque entre si na˜o constituem um grupo adimensional e no seu conjunto recorrem a`s 3 dimenso˜es M, L e T. Para uma explicac¸a˜o mais pormenorizada sobre esta questa˜o e outras suscitadas por este problema, recomenda-se a leitura da secc¸a˜o 7.4 de Munson et al. [2010]. Π1 : adimensionalizac¸a˜o da frequeˆncia de desprendimento de vo´rtices ( f ) Para adimensionalizar a frequeˆncia f , porque ela depende de T−1 ha´ que recorrer a` velocidade v, porque essa e´ a u´nica varia´vel de entre as 3 de refereˆncia que depende da dimensa˜o tempo T[ f v ] = T−1 LT−1 = L−1 mas a divisa˜o de f por v eliminou a dependeˆncia de T, mas criou uma varia´vel que ainda na˜o e´ adimensional e depende agora da dimensa˜o comprimento, L. De entre as outras varia´veis, H ou ρ, a que podemos recorrer, e´ H que deve ser usada (ver nota abaixo),[ f v ] [H] = (L−1)(L) = 1 e o nu´mero adimensional Π1 e´ definido por: Π1 = f H v (1.106) NOTA 2 1. A combinac¸a˜o de varia´veis que contitui o nu´mero adi- mensional Π1 obtido acima (1.106) e´ designada nu´mero de Strouhal. Para uma explicac¸a˜o mais detalhada sobre este nu´mero adimensional, incluindo o seu significado fı´sico recomenda-se a leitura da secc¸a˜o 7.6 de Munson et al. [2010], pa´gina 349. 2. A utilizac¸a˜o de ρ em vez de H poderia eliminar a de- pendeˆncia de L, mas criaria uma dependeˆncia em M, que na˜o poderia ser eliminada[ f v ] [ρ] = (L−1)(ML−3)−1/3 = M−1/3 porque nenhuma das outras 3 varia´veis de refereˆncia de- pende de M. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 57 VE RS A˜O 6 Problema 100 Π2 : adimensionalizac¸a˜o da viscosidade dinaˆmica (µ) Para adimensionalizar µ e eliminar a sua dependeˆncia de M, divida- se µ por ρ[ µ ρ ] = ML−1T−1 ML−3 = L2T−1 e para eliminar a dependeˆncia de µ/ρ em T, divida-se por v[ µ ρ ][ 1 v ] = L2T−1 1 LT−1 = L cuja dependeˆncia de L pode ser eliminada, atrave´s da divisa˜o por H[ µ ρv ][ 1 H ] = L 1 L = 1 e Π2 = µ ρvH (1.107) NOTA 3 1. Porque o nu´mero adimensional Π2 obtido acima (1.107) e´ o inverso do nu´mero de Reynolds, porventura o nu´mero adi- mensional mais comum em Mecaˆnica dos Fluidos, redefini- mos o Π2 Π2 = ρvH µ (1.108) 2. Esta operac¸a˜o em nada afecta a independeˆncia que e´ exigida entre os nu´meros adimensionais determinados. 3. Para uma explicac¸a˜o mais detalhada sobre o nu´mero de Rey- nolds, incluindo o seu significado fı´sico recomenda-se a lei- tura da secc¸a˜o 7.6 de Munson et al. [2010], pa´gina 348. Π3 : adimensionalizac¸a˜o da altura da secc¸a˜o (D) A u´ltima varia´vel a adimensionalizar e´ D, que depende unicamente da dimensa˜o L e por isso nos leva facilmente a concluir que Π3 = D H (1.109) A relac¸a˜o adimensional equivalente a (1.105) e´ dada por Π1 = Φ(Π2,Π3) ⇐⇒ f Hv = Φ ( ρvH µ , D H ) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 58 VE RS A˜O 6 Problema 100 ParteII: Semelhanc¸a Para assegurar a semelhanc¸a entre modelo e caso real, os nu´meros adimensionais de modelo e caso real teˆm que ser iguais. Como e´ dada a dimensa˜o Dm e e´ pedida a dimensa˜o Hm e so´ o termo Π3 e´ que relaciona essas duas varia´veis, da imposic¸a˜o da condic¸a˜o de semelhanc¸a entre os Π3 do modelo e do caso real Π3m =Π3r ⇐⇒ DmHm = Dr Hr resulta o valor de Hm Hm = DmHr Dr = 0.02 · 0.3 0.1 = 0,06m A condic¸a˜o de semelhanc¸a dos termos Π2 Π2m =Π2r ⇐⇒ ρmvmHm µm = ρrvr Hr µr estabelece a velocidade a` qual o ensaio deve ser realizado vm = ρrvr Hr µr · µm ρmHm = 1.2 · 50 · 0.3 1.8× 10−5 · 1,01× 10−3 103 · 0.06 = 16,83kmh −1 O ensaio deve ser realizado a` velocidade de 16,83 km h−1, com um mo- delo de altura H igual a 0,06 m Alı´nea b) Como o termo Π1 e´ o u´nico que tem a varia´vel frequeˆncia, a partir da condic¸a˜o de semelhanc¸a do Π1 Π1m =Π1r ⇐⇒ fmHmvm = fr Hr vr conhecida a frequeˆncia medida em laborato´rio, fm, e´ possı´vel conhecer a frequeˆncia do caso real fr = fmHm vm · vr Hr = 49.9 · 0.06 16.83 · 50 0.3 = 29,6Hz Nestas condic¸o˜es, e´ esperada uma frequeˆncia de emissa˜o de vo´rtices de 29,6 Hz, no caso real. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 59 VE RS A˜O 6 Problema 100 1.18.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % Problema 100 %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−Dados−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− rho m = 1 0 ˆ 3 ; % massa vo lumica da agua mu m=1.01∗10ˆ ( −3) ; % v i s c o s i d a d e da agua rho r = 1 . 2 ; % massa vo lumica do ar mu r =1 .8∗10ˆ ( −5) ; % v i s c o s i d a d e do ar vr =50; % v e l o c i d a d e ”50 km / h” Hr = 0 . 3 ; Dr = 0 . 1 ; % d i m e n s o e s r e a i s Dm= 0 . 0 2 ; % dimensao do modelo fm = 4 9 . 9 ; % f r e q u e n c i a do modelo %−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− % R e s o l u c a o % a l i n e a a Hm=Dm∗Hr/Dr vm=rho r ∗vr∗Hr/mu r∗mu m/( rho m∗Hm) %−− a l i n e a b −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− f r =fm∗Hm/vm∗vr/Hr Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 60 VE RS A˜O 6 Problema 104 1.19 Problema 104 Pretende-se avaliar o caudal ma´ssico que se escoa por gravidade de um reservato´rio de altura h, ao longo de um tubo vertical de diaˆmetro D e comprimento H >> h. O fluido e´ um l´ıquido de propriedades ρ e µ. a) Identifique as grandezas que podera˜o influenciar o valor do caudal escoado e apresente a relac¸a˜o correspondente sob a forma adimensional, utilizando o teorema de Buckingham. b) O problema concreto e´ estudar um escoamento de o´leo ρ = 850kg m−3,µ = 0,01kg m−1 s−1 ao longo de um tubo com H = 50m e D = 5cm num modelo reduzido utilizando como fluido a a´gua ρ = 1000kg m−3 , µ = 0,001kg m−1 s−1 . Qual a reduc¸a˜o de escala a adoptar? c) O caudal de a´gua de 1 litro por cada 10 minutos foi o resultado das medic¸o˜es em laborato´rio, no modelo reduzido. Determine o caudal no modelo real. 1.19.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) As varia´veis relevantes para a ana´lise sa˜o m˙, D, H,ρ, g,µ, cujas dimenso˜es sa˜o: • [m˙]−MT−1 • [D]− L • [H]− L Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 61 VE RS A˜O 6 Problema 104 • [ρ]−ML−3 • [g]− LT−2 • [µ]−ML−1T−1 Temos uma relac¸a˜o entre 6 varia´veis (k = 6), que recorrem a treˆs di- menso˜es de refereˆncia (r = 3), e de acordo com o Teorema de Buckingham k− r = 6− 3 = 3 e´ equivalente a uma outra relac¸a˜o entre treˆs varia´veis, grupos adimensio- nais, Π. As treˆs varia´veis escolhidas para adimensionalizar as restantes sa˜o: ρ, µ e D. Π1: adimensionaliac¸a˜o do caudal, m˙, varia´vel principal Usando as varia´veis ρ, µ e D, a adimensionalizac¸a˜o de m˙ sera´ Π1 = m˙ρaµbDc que em termos adimensionais e´ M0L0T0 = (MT−1)(ML−3)a(ML−1T−1)b(L)c em que a determinac¸a˜o dos expoentes a, b e c se efectua a partir da resoluc¸a˜o do sistema de treˆs equac¸o˜es M : L : T : 1+ a + b = 0 −3a− b + c = 0 −1− b = 0 ⇒ a = 0 b = −1 c = −1 e Π1 e´ dado por Π1 = m˙ µD (1.110) Π2: adimensionalizac¸a˜o da acelerac¸a˜o da gravidade, g Π2 = gρaµbDc que em termos adimensionais e´ M0L0T0 = (LT−2)(ML−3)a(ML−1T−1)b(L)c donde resulta o sistema de treˆs equac¸o˜es Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 62 VE RS A˜O 6 Problema 104 M : L : T : a + b = 0 1− 3a− b + c = 0 −2− b = 0 ⇒ a = 2 b = −2 c = 3 que permite definir Π2 = gρ2D3 µ2 (1.111) Π3: adimensionalizac¸a˜o do comprimento do tubo, H Π3 = HρaµbDc que em termos adimensionais e´ M0L0T0 = (L)(ML−3)a(ML−1T−1)b(L)c e o sistema de treˆs equac¸o˜es e´ M : L : T : a + b = 0 1− 3a− b + c = 0 b = 0 ⇒ a = 0 b = 0 c = −1 Π3 = H D (1.112) A soluc¸a˜o adimensional e´ dada por: Π1 = φ(Π2,Π3)⇔ ( m˙ µD ) = φ ( gρ2D3 µ2 , H D ) Alı´nea b) O Π que pode resolver a questa˜o e´ o Π2. Sabemos que o seu valor tem que ser igual no modelo e no caso real, quer se use o´leo ou a´gua, assim: Π2r = Π2m( gρ2D3 µ2 ) m = ( gρ2D3 µ2 ) r Dm = [( gρ2D3 µ2 ) r ( µ2 gρ2 ) m ] 1 3 Dm = [( ρ µ ) r ( µ ρ ) m ] 2 3 D Dm = ( 850 0,01 0,001 1000 ) 2 3 × 5 = 0,967cm Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 63 VE RS A˜O 6 Problema 104 A reduc¸a˜o de escala e´ Dr/Dm = 5,17. O comprimento do tubo no modelo reduzido sera´: Π3m = Π3r( H D ) m = ( H D ) r Hm = Dm ( H D ) r Hm = Hr Dm Dr = 50 1 5,17 = 9,67m Alı´nea c) Uma vez assegurada a igualdade dos Π2 e Π3, o Π1 no modelo e no caso real sera˜o iguais: Π1r = Π1m( m˙ µD ) r = ( m˙ µD ) m m˙r = (µD)r (µD)m m˙m m˙r = 0.01× 5 0.001× 0.967 m˙m m˙r = 51.73 m˙m O caudal no caso real sera´ 51,73 litros em cada 10 minutos. Note-se que a relac¸a˜o geome´trica entre os diaˆmetros e´ diferente, 10× inferior a` relac¸a˜o entre caudais. Sugesta˜o para trabalho futuro 1. Se as varia´veis de refereˆncia forem ρ, g e D quais os nu´meros adimen- sionais? 2. Com base nesses nu´meros adimensionais, qual a reduc¸a˜o de escala a adoptar? 3. Comente o resultado obtido na alı´nea anterior e compare-o com o obtido na resoluc¸a˜o. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 64 VE RS A˜O 6 Problema 104 1.19.2 Resoluc¸a˜o em Matlab % PROBLEMA 104 % Dados g = 9 . 8 1 ; % a c e l e r a c a o da g r a v i d a d e H r =50; % m D r= 5 ; % cm rho ag =1000; rh o o l =850; % kg∗mˆ−3 mu ag = 0 . 0 0 1 ; mu ol = 0 . 0 1 ; % kg∗mˆ−1∗ s ˆ−1 m m = 1 . 0 ;% 1 l i t r o / 1 0 min % %C a´ l c u l o do d i aˆ m e t r o do tubo no mode lo Scale D = ( r h o o l/mu ol∗mu ag/rho ag ) ˆ ( 2 / 3 ) D m= Scale D∗D r D r a t i o=D r/D m %C a´ l c u l o da a l t u r a do tubo no mode lo H m= H r/D r∗D m H rat io=H r/H m %C a´ l c u l o do c a u d a l no c a s o r e a l Scale m = ( mu ol∗D r )/ ( mu ag∗D m) m r= Scale m∗m m Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 65 VE RS A˜O 6 Problema 112 1.20 Problema 112 O aumento de pressa˜o, ∆p = p2 − p1, atrave´s da expansa˜o su´bita re- presentada na figura e pela qual escoa um l´ıquido pode ser expresso como: ∆p = f (A1, A2,ρ,v1) onde A1 e A2 sa˜o as a´reas das secc¸o˜es de passagem a montante e a jusante, ρ e´ a massa volu´mica do fluido e v1 e´ a velocidade a montante. Alguns dados experimentais obtidos com A2 = 0,11613m, v1 = 1,524ms−1 e utilizando a´gua (ρ = 1000kg m−3) sa˜o dados na seguinte ta- bela: A1 (m2) 0,00929 0,02323 0,03437 0,04831 0,05667 ∆p (Pa) 155,610 375,858 493,164 555,408 588,924 a) Representegraficamente estes dados experimentais usando paraˆmetros adimensionais adequados. b) Para uma expansa˜o su´bita com A1 = 0,02323m e A2 = 0,06637m, percorrida por um fluido (ρ = 1115kg m−3) com velocidade v1 = 1,143ms−1, preveja o valor de ∆p correspondente. 1.20.1 Resoluc¸a˜o Alı´nea a) As varia´veis relevantes, tal como resulta da leitura do enunciado, sa˜o∆p, A1, A2,ρ, e v1, cujas dimenso˜es ba´sicas sa˜o: • [∆p] = F/A = MLT−2L−2 = ML−1T−2 • [A1] = L2 • [A2] = L2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 66 VE RS A˜O 6 Problema 112 • [v1] = LT−1 • [ρ] = ML−3 Temos uma relac¸a˜o entre 5 varia´veis (k = 5), que recorrem a treˆs di- menso˜es de refereˆncia (r = 3), e de acordo com o Teorema de Buckingham k− r = 5− 3 = 2 e´ equivalente a uma outra relac¸a˜o entre duas varia´veis, grupos adimensio- nais, Π. Usando as varia´veis ρ, A1 e v1, a adimensionalizac¸a˜o de ∆p sera´ Π1 = ∆pρa Ab1 v c 1 que em termos adimensionais e´ M0L0T0 = (ML−1T−2)(ML−3)a(L2)b(LT−1)c em que a determinac¸a˜o dos expoentes a, b e c se efectua a partir da resoluc¸a˜o do sistema de treˆs equac¸o˜es M : L : T : 1+ a = 0 −1− 3a + 2b + c = 0 −2− c = 0 ⇒ a = −1 b = 0 c = −2 e Π1 e´ dado por Π1 = ∆P ρv21 (1.113) combinac¸a˜o de varia´veis, designada de nu´mero de Euler. De entre as varia´veis ainda na˜o utilizadas, apenas resta A2, donde, re- petindo o procedimento acima, Π2 = A2 ρa Ab1 v c 1 que em termos adimensionais e´ M0L0T0 = (L2)(ML−3)a(L2)b(LT−1)c M : L : T : a = 0 2− 3a + 2b + c = 0 −c = 0 ⇒ a = 0 b = −1 c = 0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 67 VE RS A˜O 6 Problema 112 e Π2 sera´: Π2 = A2 A1 (1.114) Note-se que a resoluc¸a˜o deste sistema era desnecessa´ria, porque da simples observac¸a˜o das varia´veis disponı´veis conclui-se que para adimensionalizar A2, bastaria dividir A2 por A1. A representac¸a˜o da Tabela 1.1 em varia´veis adimensionais Π1 e Π2 na forma tabular ou gra´fica resulta nas Tabela 1.1 e Figura 1.2. Π2 = A2/A1 12,5 5 3,38 2,4 2,05 Π1 = ∆p/ρv21 [×10−2] 6,7 16,18 21,23 23,91 25,36 Tabela 1.1: Dados experimentais em varia´veis adimensionais Π1 e Π2 Figura 1.2: Dados experimentais ttt em varia´veis adimensionais Π1 e Π2 Alı´nea b) Para uma nova expansa˜o su´bita com as a´reas A1 = 0,02323m e A2 = 0,06637m, o nu´mero adimensional Π2 sera´ A2 A1 = 0,06637 0,02323 = 2,86 a que, pelo gra´fico, corresponde o valor de Π1 = ∆p ρv21 ≈ 22,5 × 10−2 que resolvido em ordem a ∆p se obte´m: ∆p = 22,5× 10−2 ρv21 = 22,5× 10−2 × 1115× 1,1432 = 327,75Pa Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 68 VE RS A˜O 6 Capı´tulo 2 Exames 69 VE RS A˜O 6 CAPI´TULO 2. EXAMES Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 70 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 2.1 Exame de 18 de Janeiro de 2011 ����������� �� ��� ������� ���� ������������ ��������� �� ��� ��� ����������� � ������ !��"��#�� !�����"#�"$�������%&"�%�� � '(��"!� � ��%&"�%�� !���)*� !���� � ��������� � � �� � �� ����� �� �� ������� ����������� ���� ���� ������������ �������������������������� ����!���"����#������$����� $��� %� ��$��"� ����� ������ $������ �� $��$&����$��"� '� ������(���� ��� )���� ρ�*� �+���,-�� �� ������������� �������)����� .�*��/����0�1�*�� ���0�2�*� ���0�3�*�/������ �+ ��+� �����#��� �� ���$���������� �� � 4�$����� ��� ������&�$��������5����� ��+�2����(��������(���������$������������� ���6�� ��������6����������������$������$��������������� ,+ ��$����� �� �������6�� �����)��$�� #��� �����5� �� �#���7 ���� #��� �������� ������� ��� �����6�� (���5������ �� ����� .�"� #��� ����� ��� ������ ��� 8�����9"������$�4���������������6��������������� �������� � � + ���� �����������������#�&�$������������������������ �� ���������� ��� �#���7 ����� 2��������"� ��$�������� ������� �� ������ �����"� �� ����:�$��� (;� ������ �� ����� 8�����9��������������#������ �����.���������������� ��� ����$��6�� ��� ������ ��� ��$�� �����$��� ��$��������� 3×2��� <�������� �� $������ �����$����"� (=� ����"� ��� �� ����4�����$�������������� �)���-��� � �+ > ���(�����������6���������:�$�����������8�����9������������������$��6����������� ������� �� ��7���� �"� ���� ������� ���� ����������� ������� ����� �� $���� ��� ������7$���� ������� �� �������� 2��������� ����� ����:�$��"� (= ����"� ����� ��� ������� %� �� /"� �� �����$(�� �� �� ����� � �� /����������������������������$����6����������4�$���� )���"�ρ�*� �+���,-�������$�6��$��$����"� ���� ��"� #��� $�������� ����� ��� ?��$�� 4�$��� -�"� ������ ��� ������������(���5������� �+ 2�����������$�������)���$�������$�6��-�� ,+ 2�����������:������θ���������$���������4�$��� -�� #��������������$����6����� ���� ���� + @������#����6�������������������$�������������� �����������������&�$�������������������$������ @����� ��� � �� ���� - %� � � � / A� ��� �� � - � -B ��� � C� - B � % / Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 71 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 ����������� �� ��� ������� ���� ������������ ��������� �� ��� ��� ����������� � � '� B��������#�������������6�����������������$����������"�∆��"������$������������������ ���� �� �� (���5������ ��� ��#����� ��:������ '� ���� ����6�� ��� $������ ���?��$�� �"� ��� ��:������������� ����������$�����������������"�µ�� �+ ���$��������)����������������������� ��������������������������?������������������ D������������ ,+ �� �� ���� ������� ��� ����������� ��� ��� $��4����� ��� ������� ��� #��� �� *� �� ��"� µ�*� " B�E���� �� �� #����� ��� �����6�� ∆�� ���� ������� ������ ����� ������� ���������� ��� ����:�$�����*�- ����� C�� F� �-��, �� ∆�� C��,��� � -"% G ,%� " G B� �� B"A G ,%� "� G B� -� %"-�G ,%� "A-G B� B� /"�AG ,%� �"B G B� �� �"� G ,%� �"B�G B� %� A"/AG ,%� �"AAG B� �������� ������ ������ $��� ���� ���� $��$������� ��� ��7���� ���� 2���� ��� �(�� ����$�� ���� (����������������������#������(����$�����������������������&�$��"����������������� �������������������������������������#�����#���'���������"�������������������������� $��4��������������������������&�$������������� + 2�����������#�������������6�����������������$����������"����$���������$�������� ������ �������*�-���"�F�*��" G ,%���µ�*� " %�E����� � � � -� B���� �� <��������� �� ��$�������� �����$��� ������ ����� ���$��� ������� �� ���������"� $��� ���������� ��� �����6�� H�IHJ*K �� ������� #��� �� ��$�������� '� ��$�������7���"� #��� ��� ���$����� ��� ������� �������� �� ����������� �� #���������������#����6��'�C�L��������� �+ ��$�����������������6�����������������������$���������� �$�������� ������#������K �M� �� ,+ 2��������� ���� �������6�� ����� �� ����6�� ���$���� 4����� ��� ������� �*(�� <���� �6�� ���(�� ����������� N� ��7���� ��"� $��������� #��� �� ������� ��� ����$������'������������������6�� ����� � � � � ��� � � �� � � Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 72 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 ����������� �� ��� ������� ���� ������������ ��������� �� ��� ��� ����������� � ������ !��"��#�� !�����"#�"$�������%&"�%�� � '(��"!� � ��%&"�%�� !���)*� !���� � ��������� � � �� �)*"!....................................................................� ��/!���"��0������1 �2����������������3���4���������� ����������� ��56 � � ������7� � � � � � � � � � � �� ���������� ���� ��� ���� ���� ��� �� ���� ��� � �� �� ���� ��� � �� �� ���� ��� � �� �� ���� ���� � �� �� ���� ���� � �� �� ���� ���� � � �� ���� ���� �� � � Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 73 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 2.1.1 Problema 1 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 74 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Alı´nea a) O ensaio experimental consiste na medic¸a˜o da altura de a´gua no reser- vato´rio que mante´m na horizontal o brac¸o L. Este brac¸o tem suspenso numa das suas extremidades massas de valores diversos. Sa˜o registadas sequeˆn- cias de valores (pares) massa suspensa versus altura da superfı´cie vertical submersa. O objectivo e´ constatar o aumento da forc¸a de pressa˜o na face BD com o nı´vel da a´gua no reservato´rio, e a parte submersa de BD aumenta. O ob- jectivo e´ conhecida esta forc¸a, determinar experimentalmente o seu ponto de aplicac¸a˜o. Devido a` forma circular do corpo, com o centro no pivot (eixo em torno do qual o brac¸o L roda), as forc¸as de pressa˜o nas superfı´cies curvas na˜o contribuem para o equilı´brio. A influeˆncia do peso do corpo foi elimi- nada atrave´s do equilı´brio da barra L (antes de iniciar o ensaio e com o reservato´rio vazio, sem a´gua) usando o contrapeso na extremidade oposta aquela onde as massas foram suspensas. Alı´nea b) O brac¸o L mante´m-se na posic¸a˜o horizontal, em equilı´brio, se o momento das forc¸as em torno do seu eixo de rotac¸a˜o (pivot) for zero: Peso L = Fcg h′ porque Fcg = pcg A, mg L = pcg A h′ e porque pcg = ρghcg, mg L = ρ g hcg A h′ . O resultado final e´: m L = ρhcg A h′ (2.1) Alı´nea c) Resolvendo a equac¸a˜o (2.1) em ordem a h′ vem: h′ = m L ρhcg A (2.2) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 75 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Aqui ha´ que considerar duas situac¸o˜es, que dependem da superfı´cie es- tar parcial ou totalmente submersa. No caso de parcialmente submersa, quando d < D: A = Bd (2.3) hcg = d/2 (2.4) e apo´s substituic¸a˜o de (2.3) e (2.4) em (2.2) sera´: h′ = 2m L ρBd2 se d < D (2.5) No caso de totalmente submersa, quando d > D: A = BD (2.6) hcg = d− D/2 (2.7) e apo´s substituic¸a˜o de (2.6) e (2.7) em (2.2) sera´: h′ = m L ρBD(d− D/2) se d > D (2.8) As equac¸o˜es (2.5) e (2.8) permitem assim a determinac¸a˜o de h′ (e do centro de pressa˜o) por via experimental, e para efeito de distinguir da alı´nea seguinte, passamos a designar o h′ determinado por qualquer destas equac¸o˜es por h′exp. NOTA 1 1. Como seria de esperar, quando d = D as equac¸o˜es (2.5) e (2.8) sa˜o ideˆnticas. 2. O ponto de aplicac¸a˜o da forc¸a Fcg e´ o designado centro de presso˜es; aqui em func¸a˜o da distaˆncia ao eixo de rotac¸a˜o do brac¸o L, em vez de em relac¸a˜o ao centro de gravidade da superfı´cie sub- mersa. Alı´nea d) A posic¸a˜o ycp do centro de presso˜es da forc¸a na superfı´cie vertical, em relac¸a˜o ao centro de gravidade, e´ dada por: ycp = −ρ gsinθ Ixxpcg A Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 76 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 N. Massa (g) d (mm) h′exp (mm) h′teo (mm) 1 103 65 178,78 / eq. (2.5) - 2 151 80 173,02 / eq. (2.5) - 3 207 95 168,21 / eq. (2.5) - 4 225 100 165,00 / eq. (2.5) - 5 250 105 166,67 / eq. (2.5) - 6 300 118 161,76 / eq. (2.8) 162,25 / eq. (2.10) 7 340 128 159,83 / eq. (2.8) 160,68 / eq. (2.10) porque1 Ixx = BD3 12 e pcg = ρg(d− D/2) ycp = − ρ gsinθBD 3/12 ρg(d− D/2)BD ycp = − sinθD 2 12(d− D/2) porque θ = 900 e sinθ = 1, ycp = − D 2 12(d− D/2) (2.9) porque h′ = hcg − ycp e hcg = H − D/2 h′ = H − D/2+ D 2 12(d− D/2) (2.10) Ao h′ determinado por esta equac¸a˜o, passamos a designar por h′teo, pelo mesmo motivo que designa´mos h′exp o h′ na equac¸a˜o (2.8). 1Veja-se por exemplo, a figura 2.18a de Munson et al. [2010]. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 77 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Ano l e c t i v o 2010/2011 %% Exame de 18 de J a n e i r o de 2011 %% Problema 1 %% % DADOS: % Dimensoes em ”mm” D=100; B=75; % Al tu ra e l a r g u r a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l H=200; L=275; % Comprimento do b r a c o e d i s t a n c i a a s u p e r f i c i e % Conversao de ”mm” em ”m” D=D/1000; B=B/1000; H=H/1000; L=L/1000; rho =1000; % kg /mˆ3 massa vo lumica da agua g = 9 . 8 1 ; % m/ s ˆ2 a c e l e r a c¸ a˜ o da g r a v i d a d e % Dados e x p e r i m e n t a i s ( p a r c i a l m e n t e submerso ) %%% d < D %%% m=[49 103 151 207 225] ; % massas d=[44 65 80 95 100] ; % a l t u r a da s u p e r f i c i e submersa m=m/1000 ; % c o n v e r s a o de ” gr ” em ” kg ” d=d/1000 ; % c o n v e r s a o de ”mm” em ”m” %%R e s o l u c¸ a˜ o Area= B∗d ; % a r e a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l submersa h cg=d/2; % p r o f u n d i d a d e do c e n t r o de g r a v i d a d e F cg=rho∗g∗Area .∗ h cg % f o r c a na s u p e r f i c i e submersa h l l e x p =g∗L∗m./ F cg ; h l l t e o r =H−d/3 ; h l l e x p = h l l e x p ∗1000 % c o n v e r s a o de ”m” em ”mm” h l l t e o r = h l l t e o r ∗1000 % c o n v e r s a o de ”m” em ”mm” % Dados e x p e r i m e n t a i s ( t o t a l m e n t e submerso ) %%% d > D %%% m=[225 250 300 340 400 475 555] ; d=[100 105 118 128 143 160 180] ; m=m/1000 ; % c o n v e r s a o de ” gr ” em ” kg ” d=d/1000 ; % c o n v e r s a o de ”mm” em ”m” %%R e s o l u c¸ a˜ o Area= B∗D; % a r e a da s u p e r f i c i e v e r t i c a l submersa h cg=d−D/2; % p r o f u n d i d a d e do c e n t r o de g r a v i d a d e F cg=rho∗g∗Area .∗ h cg % f o r c a na s u p e r f i c i e submersa h l l e x p =g∗L∗m./ F cg ; h l l t e o r =H−D/2+Dˆ 2 . / ( 1 2∗ ( d−D/2 ) ) ; h l l e x p = h l l e x p ∗1000 % c o n v e r s a o de ”m” em ”mm” h l l t e o r = h l l t e o r ∗1000 % c o n v e r s a o de ”m” em ”mm” Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 78 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 2.1.2 Problema 2 Alı´nea a) Considerando o Teorema de Transporte de Reynolds, DBSYS Dt = ∂ ∂t ∫ CV ρbdV + ∫ CS ρb~V ·~ndA, aplicado a` conservac¸a˜o de massa: B = m, b = 1, • DBSYS Dt = Dm Dt = 0 • regime permanente: ∂ ∂t = 0. Ou seja:∫ CS ρ~V ·~ndA = 0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 79 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Considerando as secc¸o˜es 1, 2 e 3 mono-dimensionais,∫ CS ρ~V ·~ndA = 0⇔ ρ(~V1 · ~n1)A1 + ρ(~V2 · ~n2)A2 + ρ(~V3 · ~n3)A3 = 0⇔ ρ(−V1)A1 + ρ(−V2)A2 + ρ(V3)A3 = 0⇔ ρV3A3 = ρV1A1 + ρV2A2⇔ m˙3 = m˙1 + m˙2⇔ m˙3 = 1000 · 4 · pi · (0,10) 2 4 + 1000 · 6 · pi · (0,12) 2 4 ⇔ m˙3 = 31,42+ 67,86⇔ m˙3 = 99,27kgs−1 Alı´nea b) Considerando novamente o Teorema de Transporte de Reynolds, D~BSYS Dt = ∂ ∂t ∫ CV ρbdV + ∫ CS ρb~V ·~ndA aplicado a` conservac¸a˜o de quantidade de movimento: ~B = m~V,~b = ~V, • D ~BSYS Dt = Dm~V Dt = ∑~Fext (Segunda Lei de Newton). • Regime permanente: ∂ ∂t = 0. Desprezando o peso da a´gua contida no interior do volume de controlo e considerando que a pressa˜o atmosfe´rica actua sobre toda a superfı´cie de controlo, ∑~Fext =~0. Ou seja:∫ CS ρ~V ~V ·~ndA = 0. Considerando, primeiro, a componente segundo o eixo dos xx e que as secc¸o˜es 1, 2 e 3 mono-dimensionais,∫ CS ρVx ~V ·~ndA = 0⇔ ρV2(~V2 · ~n2)A2 + ρV3x(~V3 · ~n3)A3 = 0 ⇔ ρV2(−V2)A2 + ρ(V3 cosθ)(V3)A3 = 0 ⇔ (ρV3A3)V3 cosθ = (ρV2A2)V2 ⇔ m˙3V3 cosθ = m˙2V2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 80 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Considerando, agora, a componente segundo o eixo dosyy,∫ CS ρVy ~V ·~ndA = 0⇔ ρV1~V1 · ~n1A1 + ρV3y ~V3 · ~n3A3 = 0⇔ ⇔ ρV1(−V1)A1 + ρ(V3 sinθ)(V3)A3 = 0⇔ ⇔ (ρV3A3)V3 sinθ = (ρV1A1)V1⇔ ⇔ m˙3V3 sinθ = m˙1V1 Fazendo o quociente das duas componentes, m˙3V3 sinθ m˙3V3 cosθ = m˙1V1 m˙2V2 ⇔ sinθ cosθ = m˙1V1 m˙2V2 ⇔ tanθ = m˙1V1 m˙2V2 ⇔ tanθ = 31,42 · 4 67,86 · 6 ⇔ tanθ = 0,309 ⇔ θ = 17,15◦ Considerando novamente uma das expresso˜es componentes (por exemplo, yy), m˙3V3 sinθ = m˙1V1⇔ V3 = m˙1V1m˙3 sinθ ⇔ V3 = 31,42 · 499,27 · sin17,15 ⇔ V3 = 4,29ms−1 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 81 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Alı´nea c) Considerando a equac¸a˜o da energia, obtida do Teorema de Transporte de Reynolds, ∂ ∂t ∫ CV ρedV + ∫ CS ρ ( u + p ρ + V2 2 + gz ) ~V ·~ndA = Q˙net in + W˙shaft net in • Regime permanente: ∂ ∂t = 0. • A pressa˜o atmosfe´rica actua em toda a superfı´cie de controlo, os ter- mos devidos a` pressa˜o cancelam-se. • Dado que todos os pontos esta˜o no mesmo plano horizontal, na˜o ha´ variac¸o˜es de energia potencial. • Considerando a colisa˜o dos jactos adiaba´tica (sem transfereˆncia de calor), Q˙net in = 0. • Na˜o ha´ qualquer transfereˆncia de trabalho “no veio” atrave´s da su- perfı´cie de controlo, W˙shaft net in = 0. Assim sendo,∫ CS ρ ( u + V2 2 ) ~V ·~ndA = 0 de onde se conclui que qualquer perda de energia cine´tica que ocorra na colisa˜o dos jactos sera´ tranformada em energia interna. Este processo e´ em tudo ideˆntico ao que ocorre com o atrito viscoso de um fluido sobre uma parede so´lida, que causa um aumento da energia interna (i.e. temperatura) do fluido. Assim sendo, ha´ que determinar a variac¸a˜o de energia interna que ocorre na colisa˜o dos dois jactos:∫ CS ρ ( u + V2 2 ) ~V ·~ndA = 0 que expandindo ρ ( u1 + V21 2 ) (~V1 · ~n1)A1+ ρ ( u2 + V22 2 ) (~V2 · ~n2)A2+ρ ( u3 + V23 2 ) (~V3 · ~n3)A3 = 0 como ρA1~V1 · ~n1 = −m˙1 ρA2~V2 · ~n2 = −m˙2 ρA3~V3 · ~n3 = +m˙3 = m˙1 + m˙2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 82 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 obtemos −m˙1 ( u1 + V21 2 ) − m˙2 ( u2 + V22 2 ) + (m˙1 + m˙2) ( u3 + V23 2 ) = 0 que reagrupando, permite-nos obter a taxa de variac¸a˜o da energia interna, m˙1 (u3 − u1) + m˙2 (u3 − u2) = m˙1 ( V21 2 − V 2 3 2 ) + m˙2 ( V22 2 − V 2 3 2 ) = 31.42 ( 42 2 − 4.29 2 2 ) + 67.86 ( 62 2 − 4.29 2 2 ) = 558,33W Resoluc¸a˜o em Matlab %% Ano l e c t i v o 2010/2011 %% Exame de 18 de J a n e i r o de 2011 %% Problema 2 % DADOS v1 =4.0 ; % m/ s v e l o c i d a d e em 1 v2 =6.0 ; % m/ s v e l o c i d a d e em 2 D1= 0 . 1 ; % m d i a m e t r o em 1 D2= 0 . 1 2 ; % m d i a m e t r o em 2 rho =1000; % kg /mˆ3 massa vo lumica da agua %%R e s o l u c¸ a˜ o % a l i n e a a ) A1=pi∗D1ˆ 2 / 4 ; A2=pi∗D2ˆ 2 / 4 ; m1=rho∗v1∗A1 m2=rho∗v2∗A2 m3=m1+m2 % a l i n e a b ) VelArea= ( v1 ˆ2∗A1) / ( v2 ˆ2∗A2) t h e t a r a d = atan ( ( v1 ˆ2∗A1) / ( v2 ˆ2∗A2 ) ) theta deg= t h e t a r a d ∗180/ pi v3=v2 ˆ2∗D2ˆ 2/ ( cos ( t h e t a r a d ) ∗ ( v1∗D1ˆ2+ v2∗D2 ˆ 2 ) ) % a l i n e a c ) d i s s =rho∗pi /8∗(D1ˆ2∗v1 ∗ ( v3ˆ2−v1 ˆ2 )+D2ˆ2∗v2 ∗ ( v3ˆ2−v2 ˆ 2 ) ) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 83 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 2.1.3 Problema 3 Alı´nea a) Podemos determinar as dimenso˜es das varia´veis relevantes [∆pl ] = ML−2T−2 [D] = L [µ] = ML−1T−1 [Q] = L3T−1 Pelo teorema deΠ de Buckingham, concluı´mos que apenas existe um paraˆ- metro adimensional. Note-se que no enunciado e´ referido de modo bem claro que ∆pl e´ uma diferenc¸a de pressa˜o por unidade de comprimento. Escolhemos como varia´veis de refereˆncia D, Q e µ e varia´vel depen- dente ∆pl , [∆pl ] [D] a [µ]b [Q]c = 1( ML−2T−2 ) La ( ML−1T−1 )b( L3T−1 )c = 1 (2.11) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 84 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 que origina o sistema de equac¸o˜es, M : T : L : 1+ b = 0 −2+ a− b + 3c = 0 −2− b− c = 0 ⇒ a = −1 b = −1 c = 4 O paraˆmetro adimensional e´, Π1 = ∆pl D4 µQ . Note-se que como apenas ha´ um u´nico paraˆmetro adimensional indepen- dente, podemos concluir que ∆pl D4 µQ = const. NOTA 2 Um erro frequente nos exames foi identificar esta constante com o va- lor 1 (talvez por ma´ interpretac¸a˜o da equac¸a˜o 2.11). Conforme vamos verificar na alı´nea b) o valor desta constante ronda os 40.728. Alı´nea b) Reproduzindo a tabela em dados dimensionais, parte integrante do enun- ciado, em termos adimensionais podemos constatar de imediato uma ano- malia no 5o ponto. N. Q[m3s−1] ∆p [Nm−2] ∆pl [Nm−3] Π1 1 3,60× 10−6 1,10× 104 3,67× 104 40,74 2 4,91× 10−6 1,50× 104 5,00× 104 40,73 3 6,32× 10−6 1,93× 104 6,43× 104 40,71 4 7,89× 10−6 2,41× 104 8,03× 104 40,73 5 8,50× 10−6 2,45× 104 8,17× 104 38,43 6 9,79× 10−6 2,99× 104 9,97× 104 40,72 Alı´nea c) Para um tubo com D = 3mm, Q = 2,0× 10−6 ms−3 e µ = 0,006kgm−1 s−1 a queda de pressa˜o por unidade de comprimento devera´ ser dada por, ∆pl = 40,728 · 2× 10 −6 · 0,006 0,0034 = 6,034× 103 Nm−3 Note-se que usamos para valor de Π1 o valor me´dio das medic¸o˜es aceites (excluindo a quinta). Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 85 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Ano l e c t i v o 2010/2011 %% Exame de 18 de J a n e i r o de 2011 %% Problema 3 %% % DADOS L=300 ; % mmm comprimento do tubo D=2 ; % mm Diametro do tubo visco = 0 . 0 0 4 ; % N s /mˆ2 v i s c o s i d a d e d inamica do f l u i d o L=L/1000; D=D/1000; % C o n v e r t e ”mm” em ”m” % V a l o r e s e x p e r i m e n t a i s Q=[3 .60∗10ˆ ( −6) 4 .91∗10ˆ (−6) 6 .32∗10ˆ (−6) 7 .89∗10ˆ (−6) 8 .50∗10ˆ (−6) 9 .79∗10ˆ ( −6 ) ] % mˆ 3 / s Dp= [ 1 . 1 0∗1 0 ˆ 4 1 . 5 0∗1 0 ˆ 4 1 . 9 3∗1 0 ˆ 4 2 . 4 1∗1 0 ˆ 4 2 . 4 5∗1 0 ˆ 4 2 . 9 9∗1 0 ˆ 4 ] % N/mˆ2 %%R e s o l u c¸ a˜ o % a l i n e a b ) P i 1 = Dp./Q.∗Dˆ4/ visco/L % a l i n e a c ) Db= 0 . 0 0 3 ; Qb=2∗10ˆ(−6) ; v i s c o b =0.002 Dpp= P i 1 ∗Qb∗Dbˆ4/ v i s c o b/L Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 86 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 2.1.4 Problema 4 Alı´nea a) A equac¸a˜o de transporte de quantidade de movimento na direcc¸a˜o y: ρ ( ∂v ∂t + u ∂v ∂x + v ∂v ∂y + w ∂v ∂z ) = −∂p ∂y + ρgy + µ ( ∂2v ∂x2 + ∂2v ∂y2 + ∂2v ∂z2 ) • Regime permanente: ∂v/∂t = 0; • Escoamento incompressı´vel: ρ= const.⇒ ∂u/∂x+ ∂v/∂y+ ∂w/∂z = 0; • Escoamento bidimensional: w = 0; ∂/∂z = 0; • Escoamento desenvolvido: u = 0. Equac¸a˜o da continuidade: ∂u ∂x + ∂v ∂y + ∂w ∂z = 0⇒ ∂v ∂y = 0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 87 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 ρ ( ∂v ∂t + u ∂v ∂x + v ∂v ∂y + w ∂v ∂z ) = −∂p ∂y + ρgy + µ ( ∂2v ∂x2 + ∂2v ∂y2 + ∂2v ∂z2 ) ⇔ 0 = −K1 − ρg + µ∂ 2v ∂x2 ⇔ µ ∂2v ∂x2 = K1 + ρg ⇔ ∂2v ∂x2 = K1 + ρg µ ⇔ ∂v ∂x = K1 + ρg µ · x + C1 ⇔ v = K1 + ρg 2µ · x2 + C1 · x + C2 Condic¸o˜es de fronteira: • v(x = 0) = 0⇔ C2 = 0. • v(h) = 0 v(h) = 0⇔K1 + ρg 2µ · h2 + C1 · h = 0 C1 = −K1 + ρg2µ · h Logo a velocidade e´ dada por, v(x) = −K1 + ρg 2µ · (h · x− x2). Alı´nea b) A tensa˜o de corte e´ dada por, τw = µ ∂v ∂x como, ∂v ∂x = −K1 + ρg 2µ · (h− 2x) logo τw(x) = −K1 + ρg2 (h− 2x) que em x = h vale τw(x) = (K1 + ρg) h 2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6)// Ano lectivo 2012-2013 88 VE RS A˜O 6 Exame de 18 de Janeiro de 2011 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 89 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 2.2 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Recurso – 2011.02.11 1 (7 v) – A figura (dimensões em milímetros) representa uma das instalações experimentais usadas no laboratório, em que se escoava um caudal constante de água (ρágua = 1000 kg m-3), fixado pela regulação de válvulas. a) Explique o funcionamento e objectivo da experiência e identifique as técnicas de medição utilizadas. b) Durante 27,4 s foram recolhidos num balde 3,2 kg de água. Utilizando esta informação, determine o caudal volúmico e a velocidade em cada secção, preenchendo a tabela 1 (di é o diâmetro da secção). c) Preencha as restantes colunas da tabela 1, determinando as pressões dinâmica e total em função da altura da coluna de água nos tubos manométricos ligados a cada orifício (hi) e ao tubo de Pitot (hT). d) Obtenha as expressões que lhe permitem determinar a velocidade e o caudal em qualquer das secções, em função da altura das colunas de água hi e hT. Utilizando estas expressões, preencha a tabela 2 para as secções 3, 4 e 6. Compare os resultados com os da tabela 1, justificando eventuais discrepâncias. e) Sabendo que pressão no ponto 1 é de 2 bar, relativamente à atmosfera; e1) Determine a pressão do ar encerrado na parte superior dos tubos manométricos. e2) Se estes tubos fossem abertos para a atmosfera, qual seria o valor de h1? f) Determine qual deveria ser a pressão total nas secções 3, 4 e 6, usando as medições de pressão estática e a massa de água recolhida no balde (3,2 kg em 27,4 s), preenchendo a tabela 2. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 90 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem entre um lago e um reservatório pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em que se pretende transferir no mínimo 4000 litros de água em 10 minutos. A conduta que liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro de 50 mm. a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW assegura as condições de funcionamento desejadas. b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas? c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo pretendido. 3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ. a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números adimensionais Π relevantes. b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm. Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a) e identifique qualquer anomalia que tenha ocorrido durante a experiência ou na elaboração dos grupos adimensionais. 4 (4 v) – Considere a expressão ���, �� = � ∙ �� � ∙ cos��� − ��� , em que � = � ��� que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre uma parede horizontal oscilante (em y = 0). a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede (τw). b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de pressão longitudinal (∂p/∂x=0). Teste V (m/s) ∆p (Pa) 1 0,6 57,4 2 0,9 117,5 3 1,2 190,8 4 1,6 311,2 5 2,0 420,0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 91 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA 3º ANO MECÂNICA DOS FLUIDOS I Exame – 2011.01.18 ALUNO____________________________________________________________________ IMPORTANTE: esta folha deve ser entregue juntamente com a sua resolução do exame. Nota: As pressões são relativas à pressão do ar nos tubos manométricos. Tabela 1 3,2 kg em 27,4 s Secção Li (mm) di (mm) hi (mm) hT (mm) Caudal (m3/h) Ui (m/s) Pressão dinâmica (Pa) Pressão total (Pa) 1 0,0 25,0 257 260 2 60,3 13,9 230 260 3 68,7 11,8 204 260 4 73,2 10,7 175 260 5 81,1 10,0 150 260 6 141,5 25,0 245 255 Tabela 2 Secção hi (mm) Ui (m/s) Caudal (m3/h) Pressão estática (Pa) Pressão total (Pa) 1 257 — — — — 2 230 — — — — 3 204 4 175 5 150 — — — — 6 245 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 92 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 2.2.1 Problema 1 Alı´nea a) A experieˆncia consistiu na medic¸a˜o da altura da coluna de a´gua em tubos piezome´tricos (pressa˜o esta´tica) ligados em diversos pontos na superfı´cie de uma tubagem com um tubo de Venturi. O objectivo deste trabalho foi constatar a variac¸a˜o da pressa˜o com a variac¸a˜o da secc¸a˜o da tubagem (a´rea de passagem da a´gua, velocidade do fluido) e a validade do teorema de Bernoulli. Foram registados valores da altura da coluna de lı´quido para valores diversos do caudal de a´gua na instalac¸a˜o. A medic¸a˜o de pressa˜o fez-se por tomadas de pressa˜o esta´tica (orifı´cios na parede da tubagem) e uma tomada de pressa˜o total, tubo de Pitot, tubo meta´lico que se deslocou ao longo do eixo da tubagem. O caudal de a´gua foi medido com um balde, onde se recolheu a a´gua durante um tempo determinado com recurso a crono´metro. A massa de a´gua foi determinada atrave´s de uma balanc¸a digital. Palavras-chave: tubo de Pitot, tubo de Venturi, pressa˜o esta´tica, pressa˜o dinaˆmica, pressa˜o total, caudal, velocidade, equac¸a˜o de Bernoulli. Alı´nea b) Conhecida a massa de a´gua e o tempo que demorou a recolhe-la, condic¸o˜es do ensaio, o fluxo ma´ssico e´: m˙exp = massa tempo = 3,20 27,40 = 0,117kgs−1 , (2.12) ou em m3/hora, tal como e´ pedido na tabela, Qexp = m˙exp 3600 ρ = 0,42m3 h−1 (2.13) Este valor e´ igual para todas as secc¸o˜es, porque as medic¸o˜es de pressa˜o so´ foram efectuadas depois de a altura da coluna de a´gua nos tubos pie- zome´tricos ter estabilizado. Isto era uma indicac¸a˜o de que o escoamento da a´gua ocorria em regime permanente, ou seja em condic¸o˜es de caudal constante. A velocidade, em m/s, em cada secc¸a˜o e´ dada por: Ui = Qexp Ai = Qexp/3600 pi d2i /4 (2.14) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 93 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Alı´nea c) Pressa˜o total: A pressa˜o total pTi foi medida pelo tubo de Pitot deslocado ao longo do eixo da tubagem, e o valor registado foi aquele na coluna 5 da Tabela 1 do enunciado, em termos de m.c.a. (metros de coluna de a´gua). Pressa˜o dinaˆmica: A pressa˜o medida em cada um dos 6 orifı´cios na pa- rede da tubagem, coluna 4 da Tabela 1, e´ a designada pressa˜o esta´tica, pEsti . A pressa˜o dinaˆmica pDini e´ uma varia´vel que na˜o foi medida directamente, mas pode ser obtida a partir da diferenc¸a entre as pressa˜o total e a pressa˜oesta´tica. pDini = pTi − pEsti em que o ı´ndice i se refere a qualquer das secc¸o˜es 1 a 6, onde existem to- madas de pressa˜o esta´tica, e o ı´ndice T se refere a` tomada de pressa˜o total, tubo de Pitot. As presso˜es pTi e pEsti sa˜o conhecidas, a partir da leitura dos mano´metros respectivos, pEsti = ρghEsti + par (2.15) pTi = ρghTi + par (2.16) em que par e´ a pressa˜o do ar encerrado na extremidade dos tubos ma- nome´tricos. Recorrendo a`s equac¸o˜es (2.15) e (2.16) e usando como exemplo, os valores na secc¸a˜o 3 da tubagem, a pressa˜o dinaˆmica e´, pDin3 = ρg(hT3 − h3) = 9810 · (0,260− 0,204) = 549,4Nm−2 No caso da pressa˜o total, trata-se apenas de todos os valores na co- luna 5, depois de convertidos em metro, serem multiplicados pela cons- tante ρg = 1000 · 9,81 = 9810kgm−2 s−2 como seja por exemplo, o caso da pressa˜o total na secc¸a˜o 3, pT3 = ρghT3 = 9810 · 0,260 = 2550,6Nm−2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 94 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Tabela 2.1: Resultados das alı´neas a), b) e c) Dados experimentais Valores calculados Coluna 1 2 3 4 5 6 7 8 Secc¸a˜o Li di hi hT Qexp Ui pDin pTexp (mm) (mm) (mm) (mm) (m3 h−1) (m s−1) (m3 h−1) (N m−2) eq. (2.13) eq. (2.19) eq. (2.21) 1 0,00 25,00 257 260 0,42 0,24 29,43 2550,6 2 60,30 13,90 230 260 0,42 0,77 294,30 2550,6 3 68,70 11,80 204 260 0,42 1,07 549,36 2550,6 4 73,20 10,70 175 260 0,42 1,23 833,85 2550,6 5 81,10 10,00 150 260 0,42 1,49 1079,10 2550,6 6 141,50 25,00 245 255 0,42 0,24 98,10 2501,6 NOTA 1 1. Qualquer dos valores de pressa˜o sa˜o relativos a` pressa˜o do ar en- cerrado no topo dos tubos manome´tricos, tal como esta´ escrito na pa´gina 3 do enunciado. 2. A pressa˜o dinaˆmica na˜o e´ mais do que o termo de energia cine´tica na equac¸a˜o de Bernoulli (2.17), pDini ≡ 1 2 ρU2i e alguns alunos determinaram esta pressa˜o deste modo, a partir do conhecimento da velocidade em cada secc¸a˜o, determinada na alı´nea b). No entanto esta na˜o era a resoluc¸a˜o pedida. O texto na alı´nea c), que passamos a transcrever, era muito claro: ... determinando as presso˜es dinaˆmica e total em func¸a˜o da altura da coluna de a´gua nos tubos manome´trico ligados a cada orifı´cio (hi) e ao tubo de Pitot (hT). Alı´nea d) Atrave´s da aplicac¸a˜o da equac¸a˜o de Bernoulli ao longo de uma linha de corrente no eixo da tubagem: pi + 1 2 ρU2i = pTi + 1 2 ρU2Ti (2.17) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 95 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Porque a velocidade na extremidade do tubo de Pitot era zero (ponto de estagnac¸a˜o), UTi = 0 e a equac¸a˜o (2.17) resolvida em ordem a Ui sera´: Ui = √ 2 ρ (pTi − pi) (2.18) Apo´s substituic¸a˜o de (2.15) e (2.16) em (2.18) obte´m-se: Ui = √ 2g (hTi − hi) (2.19) e o caudal volu´mico, em m3/s, usando o princı´pio de conservac¸a˜o da massa e porque se trata de massa volu´mica constante, Qi = Ui pid2i /4 (2.20) Os valores da velocidade nas secc¸o˜es 3, 4 e 6, de acordo com as equac¸o˜es (2.18) e (2.20) sa˜o os seguintes: U3 = √ 2g (hT − h3) = √ 2 · 9,81(0,260− 0,204) = 1,05ms−1 U4 = √ 2g (hT − h4) = √ 2 · 9,81(0,260− 0,175) = 1,29ms−1 U6 = √ 2g (hT − h6) = √ 2 · 9,81(0,255− 0,250) = 0,44ms−1 e o caudal em m3 h−1, QVi = Uipid 2 i /4 · 3600 (2.21) que apo´s substituic¸a˜o dos valores nume´ricos: Q3 = U3 · pi d23/4 · 3600 = 1,048 · pi · 0,01182/4 · 3600 = 0,413m3 h−1 Q4 = U4 · pi d24/4 · 3600 = 1,291 · pi · 0,01072/4 · 3600 = 0,418m3 h−1 Q6 = U6 · pi d26/4 · 3600 = 0,443 · pi · 0,02502/4 · 3600 = 0,783m3 h−1 As discrepaˆncias entre estes valores e os obtidos na alı´nea b) (Tabela 1) sa˜o devidos a` hipo´tese de fluido ideal (desprezar os efeitos de viscosidade) na derivac¸a˜o das equac¸o˜es (2.19) e (2.20). Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 96 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 NOTA 2 1. Na proposta de resoluc¸a˜o na˜o e´ feita qualquer refereˆncia a erros experimentais. Apesar de eles estarem presentes, sempre, qual- quer justificac¸a˜o de diferenc¸as a erros sem que a quantificac¸a˜o desses erros tenha sido realizada, e´ incorrecta. 2. A quantificac¸a˜o de erros experimentais faz parte de outras disci- plinas como seja por exemplo Me´todos Experimenatais em Enge- nharia Te´rmica (EM0053), e por isso e´ ignorada aqui. Alı´nea e1) A pressa˜o esta´tica num ponto no eixo2 e´ dada por (2.15), donde se pode obter a pressa˜o do ar par = p1 − ρghEsti (2.22) que determinado com base nos valores medidos na secc¸a˜o 1 e´ par = 2× 105 − 1000 · 9,81 · 0,257 = 197478,83 Nm−2 NOTA 3 1. Porventura notou que quando na˜o passava a´gua na instalac¸a˜o ex- perimental, quando a va´lvula de saı´da estava fechada, a altura da a´gua nos tubos manome´tricos era constante. Logo que abriu a va´lvula, o escoamento se estabeleceu e a velocidade da a´gua na tubagem foi diferente de zero, a altura da a´gua nos tubos ma- nome´tricos (a pressa˜o esta´tica na secc¸a˜o) diminui. Isto aconte- ceu na proporc¸a˜o do quadrado da velocidade, mas a pressa˜o total manteve-se. 2. Em momento algum foi preciso conhecer a pressa˜o do ar no inte- rior dos tubos manome´tricos para determinar o caudal ou a velo- cidade da a´gua no interior da tubagem. 3. O dispositivo experimental com os tubos manome´tricos fechados com ar no seu interior, destina-se a evitar que a a´gua nos tubos suba demasiado e dificulte a sua leitura. 2Recomenda-se a leitura das pa´ginas 100 a 105 de Munson et al. [2010], para explicac¸a˜o de que em condic¸o˜es a pressa˜o medida atrave´s do orifı´cio na parede da tubagem e´ a pressa˜o no eixo da tubagem. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 97 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Alı´nea e2) Caso os tubos estivessem abertos para a atmosfera, a coluna de a´gua no mano´metro seria igual a pressa˜o do ar, expressa em m.c.a (metros de coluna de a´gua), acrescida da altura da a´gua medida em cada uma das secc¸o˜es: har = par ρ g + h1 fazendo uso de (2.22), har = pT1 − ρgh1 ρ g + h1 har = p1 ρ g (2.23) cujo resultado nume´rico, igual para todas as secc¸o˜es, e´: har = 2× 105 103 · 9,81 = 20,39 m.c.a Alı´nea f) A pressa˜o esta´tica e´ pEsti = ρghEsti (2.24) A pressa˜o total calculada, teo´rica, obtida com recurso ao teorema de Bernoulli, e´ pTteo = pEsti + 1 2 ρ ( Qexp pi d2i /4 )2 (2.25) que, de novo usando a secc¸a˜o 3 como exemplo, e´: pTteo = 2001,240+ 1 2 1000 ( 0,4204/3600 pi (11,80/1000)2/4 )2 = 2571,484Nm−2 (2.26) NOTA 4 1. Os valores de pressa˜o sa˜o relativos a` pressa˜o no ponto 1, que se diz ser ela relativa a` pressa˜o atmosfe´rica. 2. Estas presso˜es sa˜o elas tambe´m relativas a` pressa˜o atmosfe´rica. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 98 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Tabela 2.2: Resultados das alı´neas d) e f) Dado experimental Valores calculados Coluna 1 2 3 4 5 Secc¸a˜o hi Ui Qexp pEst pTteo (mm) (m s−1) (m3 h−1) (m3 h−1) (N m−2) eq. (2.13) eq. (2.19) eq. (2.21) eq. (2.25) 1 257 — — — — 2 230 — — — — 3 204 1,048 0,413 2001,24 2571,48 4 175 1,291 0,418 1716,75 2560,19 5 150 — — — — 6 245 0,443 0,783 2403,45 2431,75 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 99 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Resoluc¸a˜o em Matlab %% Ano l e c t i v o 2010/2011 %% Recurso de 11 de F e v e r e i r o de 2011 %% Problema 1 ( Ventur i / l a b o r a t o r i o ) %% % DADOS %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % C o n s t a n t e s rho =1000; % kg /mˆ3 massa vo lumica da agua g = 9 . 8 1 ; % m/ s ˆ2 a c e l e r a c¸ a˜ o da g r a v i d a d e% Geomet r i a / Dimensoes em ”mm” L = [ 0 . 0 6 0 . 3 6 8 . 7 7 3 . 2 8 1 . 1 1 4 1 . 5 ] ; % d i s t a n c i a d= [ 2 5 . 0 1 3 . 9 1 1 . 8 1 0 . 7 1 0 . 0 2 5 . 0 ] ; % d i a m e t r o L=L/1000; d=d/1000; % Conversao de ”mm” em ”m” % % V a l o r e s med idos massa = 3 . 2 0 ; % em ” kg ” tempo= 2 7 . 4 0 ; % em ” segundos ” % A l t u r a s da c o l u n a de agua em ”mm” % h e s t = [ 2 6 0 . 0 230 .0 155 .0 105 .0 4 5 . 0 140 .0 ] ;% a l t u r a h e s t = [ 2 5 7 . 0 230 .0 204 .0 175 .0 150 .0 2 4 5 . 0 ] ; % a l t u r a h t o t = [ 2 6 0 . 0 260 .0 260 .0 260 .0 260 .0 2 5 5 . 0 ] ; % a l t u r a t o t a l % Conversao de ”mm” para ”m” h e s t = h e s t /1000; h t o t = h t o t /1000; % P r e s s a o em 1 em ” b a r ” e c o n v e r t e p a t a ”Pa” p1 =2; p1=p1 ∗1 0 ˆ 5 ; % % RESOLUCAO %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % a l i n e a b ) % Caudal e x p e r i m e n t a l e v e l o c i d a d e Qm exp=massa/tempo % Caudal m a´ s s i c o ” kg / s e g ” Qv exp=Qm exp/rho % Caudal vo l u´mi co ”mˆ 3 / s e g ” Qv exp m3h=Qv exp∗3600 % Caudal vo l u´mi co ”mˆ 3 / h” Area=pi∗d . ˆ 2 / 4 Vel exp=Qv exp . / ( pi∗d . ˆ 2 / 4 ) % % a l i n e a c ) % P r e s s a o d in aˆmi ca e p r e s s a o t o t a l p din=rho∗g∗ ( h to t−h e s t ) % ”Pa” p t o t =rho∗g∗ h t o t % ”Pa”% % a l i n e a d ) Vel=sqr t (2∗g∗ ( h to t−h e s t ) ) Vel d2=sqr t (2∗g∗ ( h to t−h est−d/ 2) ) Qv=Area .∗ Vel ; Qv d2=Area .∗ Vel d2 ; Qv d2 m3h=Qv d2∗3600 Qv m3h=Qv∗3600 % a l i n e a e1 ) % P r e s s a o do ar nos t u b o s manometr i co s p ar=p1−rho∗g∗ h e s t ( 1 ) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 100 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 % % a l i n e a e2 ) % Al tu ra a que a agua s u b i r i a nos t u b o s manometr ico , % s e e s t e s e s t i v e s s e m a b e r t o s h ar ab=p ar /( rho∗g)+ h e s t ( 1 ) % a l i n e a f ) p es t ex p= h e s t ∗rho∗g p t o t t e o =p es t ex p +1/2∗rho∗Vel exp . ˆ 2 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 101 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 2.2.2 Problema 2 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem entre um lago e um reservatório pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em que se pretende transferir no mínimo 4000 litros de água em 10 minutos. A conduta que liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro de 50 mm. a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW assegura as condições de funcionamento desejadas. b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas? c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo pretendido. 3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ. a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números adimensionais Π relevantes. b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm. Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a) e identifique qualquer anomalia que tenha ocorrido durante a experiência ou na elaboração dos grupos adimensionais. 4 (4 v) – Considere a expressão ���, �� = � ∙ �� � ∙ cos��� − ��� , em que � = � ��� que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre uma parede horizontal oscilante (em y = 0). a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede (τw). b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de pressão longitudinal (∂p/∂x=0). Teste V (m/s) ∆p (Pa) 1 0,6 57,4 2 0,9 117,5 3 1,2 190,8 4 1,6 311,2 5 2,0 420,0 Alı´nea a) Considerando a equac¸a˜o de conservac¸a˜o de energia mecaˆnica, aplicada en- tre a superfı´cie do lago (ponto 1) e a entrada do tanque (ponto 4): p1 ρ + 1 2 V21 + gz1 = p4 ρ + 1 2 V24 + gz4 + ws (2.27) NOTA 5 Note que na˜o deve considerar no segundo membro o ponto 5, na in- terface ar/a´gua do reservato´rio. Na entrada do reservato´rio (ponto 4), toda a energia cine´tica da a´gua e´ dissipada por efeitos viscosos. Este efeito na˜o e´ contabilizado na expressa˜o (2.27), que assume que o fluido pode ser considerado invı´scido, ou seja, que o efeito da viscosidade e´ despreza´vel. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 102 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 A pressa˜o na superfı´cie do lago (p1) e´ conhecida (pressa˜o atmosfe´rica) e a velocidade pode ser desprezada (V1 ≈ 0). E´ conhecido que a pressa˜o na entrada do tanque (p4) e´ a pressa˜o que existiria no mesmo local se na˜o existisse velocidade (“pressa˜o do ambiente”). Assim sendo, podemos deter- minar p4 assumindo uma distribuic¸a˜o hidrosta´tica da pressa˜o no interior do reservato´rio e tomando como refereˆncia um ponto na interface a´gua/ar (p5): p4 = p5 + ρg(z5 − z4) A velocidade na entrada do reservato´rio (V4) pode ser calculada a partir do caudal volu´mico: Q = V4A4⇔ V4 = QA4 Finalmente, o trabalho ao veio (ws) esta´ relacionado com a poteˆncia da bomba e com o caudal ma´ssico que a atravessa, tendo o sinal negativo por- que se trata de energia que e´ recebida pelo sistema e coloca´mos este termo no segundo membro da equac¸a˜o: W˙B = −m˙ws⇔ W˙B = −m˙ws ⇔ W˙B = −ρQws ⇔ ws = −W˙B ρQ Substituindo em (2.27): p1 ρ + gz1 = p5 + ρg(z5 − z4) ρ + 1 2 ( Q A4 )2 + gz4 − W˙B ρQ ⇔ ⇔ p1 ρ + gz1 = p5 ρ + 1 2 ( Q A4 )2 + gz5 − W˙B ρQ ⇔ ⇔W˙B ρQ = p5 − p1 ρ + 1 2 ( Q A4 )2 + g(z5 − z1)⇔ ⇔W˙B Q = p5 − p1︸ ︷︷ ︸ 1 + 1 2 ρ ( Q A4 )2 ︸ ︷︷ ︸ 2 +ρg(z5 − z1)︸ ︷︷ ︸ 3 (2.28) Repare que, de acordo com (2.28), a poteˆncia da bomba e´ utilizada para: • vencer a diferenc¸a de presso˜es esta´ticas entre as superfı´cies do lago e do reservato´rio (termo 1); Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 103 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 • acelerar o fluido, cuja energia cine´tica (termo 2) e´ perdida na entrada do reservato´rio (dissipac¸a˜o viscosa) ; • vencer a diferenc¸a de altura entre a superfı´cie do lago e o reservato´rio (termo 3). Resolvendo (2.28) numericamente, com p5 − p1 = 200 kPa z5 − z1 = 6 m ρ = 1000 kg/m3 A4 = pi · (50× 10−3)2 4 = 1,96× 10−3 m2 W˙B = 2,2 kW obtemos Q = 8,22× 10−3 m3/s = 493,2 l/min (2.29) Conclusa˜o: uma bomba capaz de fornecer 2,2 kW satisfaz as condic¸o˜es de funcionamento pretendidas de 4000 litros de a´gua em 10 minutos. NOTA 6 • Uma vez que na˜o se pergunta qual o caudal que a bomba fara´ circular, apenas se e´ capaz de garantir o mı´nimo pretendido, a resposta a este problema poderia ser obtida de outra forma: partindo de (2.28), determinava-se a poteˆncia da bomba ne- cessa´ria para fazer circular o caudal volu´mico mı´nimo pre- tendido (400 l/min), obtendo-se W˙B = 1,76 kW. Sendo a poteˆncia da bomba em questa˜o superior, concluı´a-se que sa- tisfazia as condic¸o˜es de funcionamento pretendidas. Alı´nea b) Esta alı´nea resolve-se de modo ideˆntico a` alı´nea a). Deste modo, pode- mos partir de (2.28) e resolver novamente numericamente, mas desta vez considerando p5 − p1 = 300 kPa (todos os outros paraˆmetros permanecem iguais). Assim sendo, obtemos Q = 6,05× 10−3 m3/s = 363,0 l/min(2.30) Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 104 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Conclusa˜o: uma bomba capaz de fornecer 2,2 kW na˜o satisfaz as condi- c¸o˜es de funcionamento pretendidas quando a pressa˜o manome´trica no in- terior do reservato´rio sobe para 300 kPa, uma vez que fara´ circular apenas 363 l/min de a´gua do lago para o reservato´rio, em vez dos 400 l/min pre- tendidos. NOTA 7 • Novamente, seria possı´vel determinar a poteˆncia da bomba ne- cessa´ria para fazer circular o caudal volu´mico mı´nimo preten- dido (400 l/min), obtendo-se W˙B = 2,43 kW. Sendo a poteˆncia da bomba em questa˜o inferior, concluı´a-se que na˜o satisfazia as condic¸o˜es de funcionamento pretendidas quando a pressa˜o ma- nome´trica no interior do reservato´rio sobe para 300 kPa. Alı´nea c) Figura 2.1: Esquema das forc¸as no volume de controlo Consideremos um volume de controlo entre 2 e 3 e o Teorema de Trans- porte de Reynolds, DBSYS Dt = ∂ ∂t ∫ CV ρbdV + ∫ CS ρb~V ·~ndA (2.31) aplicado a` conservac¸a˜o de quantidade de movimento: B = m~V, b = ~V, • DBSYS Dt = Dm~V Dt = ∑~Fext (Segunda Lei de Newton). • Regime permanente: ∂ ∂t = 0. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 105 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Desprezando o peso da a´gua e da tubagem contidos no interior do vo- lume de controlo, notamos que a pressa˜o atmosfe´rica actua sobre toda a superfı´cie exterior da conduta. O seu efeito pode ser contabilizado conside- rando presso˜es relativas, alia´s como temos vindo a fazer na resoluc¸a˜o deste exercı´cio. Deste modo, os somato´rios das forc¸as exteriores que actuam nas direcc¸o˜es x e y sa˜o: • ∑Fextx = p2A2 − Fx • ∑Fexty = Fy − p3A3 Note que a resultante da forc¸a de pressa˜o na secc¸a˜o 2 tem o sentido do eixo dos xx (positivo) enquanto na secc¸a˜o 3 tem o sentido contra´rio ao do eixo dos yy (negativo). As presso˜es p2 e p3 podem ser determinadas usando o Teorema de Bernoulli: p2 + 1 2 ρV22 + ρgz2 = p4 + 1 2 ρV24 + ρgz4 Uma vez que entre 2 e 4 na˜o ha´ variac¸a˜o de secc¸a˜o (diaˆmetro), V2 = V4. A pressa˜o p4 ja´ foi obtida anteriormente. Assim sendo, p2 + ρgz2 = p5 + ρg(z5 − z4) + ρgz4⇔ p2 = p5 + ρg(z5 − z2) ⇔ p2 = 200× 103 + 1000 · 9,81 · 3 ⇔ p2 = 229430 Pa NOTA 8 • Embora se obtivesse o mesmo resultado considerando uma variac¸a˜o hidrosta´tica da pressa˜o entre 5 e 2 ou entre 4 e 2, tal e´ incorrecto, uma vez que o fluido esta´ em movimento entre 2 e 4. • O valor obtido e´ uma pressa˜o relativa, visto que foi calculado a partir da pressa˜o relativa no ponto 4. Desprezando a diferenc¸a de altura entre as secc¸o˜es 2 e 3, e ja´ que na˜o ha´ variac¸a˜o de secc¸a˜o da conduta (V3−V2), o teorema de Bernoulli permite concluir que p3 = p2 = 229430 Pa. Fazendo agora o balanc¸o dos fluxos que atravessam a fronteira do vo- lume de controlo e considerando, primeiro, a componente segundo o eixo Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 106 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 dos xx,∫ CS ρVx ~V ·~ndA = ρV2(~V2 · ~n2)A2 = ρV2(−V2)A2 = −ρV22 A2 uma vez que a velocidade na secc¸a˜o 3 na˜o tem componente segundo x. A velocidade V2 e´ obtida do caudal volu´mico, V2 = Q A2 = 400 · 10−3/60 pi · (50× 10−3)2/4 = 3.40 m/s De modo ideˆntico, para a componente segundo o eixo dos yy,∫ CS ρVy ~V ·~ndA = ρV3(~V3 · ~n3)A3 = ρV3(V3)A3 = ρV23 A3 uma vez que a velocidade na secc¸a˜o 2 na˜o tem componente segundo y. Como ja´ referimos, porque na˜o ha´ variac¸a˜o de secc¸a˜o entre 2 e 3, V3 = V2 = 3,40 m/s. Voltando ao Teorema de Transporte de Reynolds, equac¸a˜o (2.31): ∑Fextx = ∫ CS ρVx ~V ·~ndA⇔ p2A2 − Fx = −ρV22 A2 ⇔ Fx = (p2 + ρV22 )A2 ⇔ Fx = (258860+ 1000 · 3,402) · pi · (50× 10 −3)2 4 ⇔ Fx = 473,12 N E, para a direcc¸a˜o y, ∑Fexty = ∫ CS ρVy ~V ·~ndA⇔ Fy − p3A3 = ρV23 A3 ⇔ Fy = (p3 + ρV23 )A3 ⇔ Fx = (258860+ 1000 · 3,402) · pi · (50× 10 −3)2 4 ⇔ Fx = 473,12 N Como ambos os valores teˆm sinal positivo, os sentidos sa˜o os indicados na figura 2.1. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 107 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 2.2.3 Problema 3 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem entre um lago e um reservatório pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em que se pretende transferir no mínimo 4000 litros de água em 10 minutos. A conduta que liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro de 50 mm. a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW assegura as condições de funcionamento desejadas. b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas? c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo pretendido. 3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ. a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números adimensionais Π relevantes. b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm. Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a) e identifique qualquer anomalia que tenha ocorrido durante a experiência ou na elaboração dos grupos adimensionais. 4 (4 v) – Considere a expressão ���, �� = � ∙ �� � ∙ cos��� − ��� , em que � = � ��� que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre uma parede horizontal oscilante (em y = 0). a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede (τw). b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de pressão longitudinal (∂p/∂x=0). Teste V (m/s) ∆p (Pa) 1 0,6 57,4 2 0,9 117,5 3 1,2 190,8 4 1,6 311,2 5 2,0 420,0 Alı´nea a) As dimenso˜es das 5 varia´veis propostas como relevantes para o problema fı´sico sa˜o [∆p] = ML−1T−2 [V] = LT−1 [R] = L [D] = L [ρ] = ML−3 das quais escolhemos V, D e ρ como as 3 varia´veis de refereˆncia. Para efeito de adimensionalizac¸a˜o, e de acordo com o teorema de Buckingham, a relac¸a˜o entres estas 5 varia´veis e´ equivalente a uma relac¸a˜o entre 2 paraˆme- tros adimensionais (Π1,Π2). O primeiro paraˆmetro adimensional devera´ ser obtido por adimensi- onalizac¸a˜o de ∆p Π1 = ∆pVaDbρc , em que os coeficientes a, b e c sa˜o determinados do modo seguinte: ML−1T−2(LT−1)a(L)b(ML−3)c = 0 M : T : L : c + 1 = 0 −a− 2 = 0 a + b− 3c− 1 = 0 ⇒ c = −1 a = −2 b = 0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 108 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 de que resulta Π1 = ∆p V2ρ . O segundo paraˆmetro adimensional Π2 pode ser obtido por observac¸a˜o simples; trata-se de adimensionalizar D, que depende uma u´nica dimensa˜o (L) e D e´ de entre as varia´veis de refereˆncia a que depende apenas de L. Π2 = R D . E a relac¸a˜o entre os paraˆmetros Π e´ dada por: ∆p V2ρ = φ ( R D ) (2.32) onde φ e´ uma func¸a˜o desconhecida, acerca da qual na˜o sabemos nada. Alı´nea b) Os dados experimentais na forma adimensional sa˜o Teste V ∆p Π1 Π2 (m s−1) (Pa) 1 0,6 57,4 0,145 5 2 0,9 117,5 0,132 5 3 1,2 190,8 0,120 5 4 1,6 311,2 0,111 5 5 2,0 420,0 0,096 5 Como o valorde Π2 e´ constante em todas as medidas, de acordo com (2.32), concluı´mos que Π1 tambe´m deveria ser constante. Isto na˜o esta´ de acordo com a tabela que evidencia uma variac¸a˜o bem pronunciada de Π1 ((0.145 − 0.096)/0.096=52%), donde se conclui que a hipo´tese inicial do problema ser descrito por apenas estas cinco varia´veis na˜o esta´ correcta. Nomeadamente, sabemos que a viscosidade tambe´m devera´ ser uma gran- deza relevante neste problema, o que imediatamente faz intervir um ter- ceiro paraˆmetro adimensional com o qual ja´ estamos bem familiarizados: o nu´mero de Reynolds. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 109 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 2.2.4 Problema 4 Recurso de Mecânica dos Fluidos I 11 de Fevereiro de 2011 Ano lectivo 2010/2011 2 (5 v) – A figura mostra uma instalação de bombagem entre um lago e um reservatório pressurizado (pressão manométrica: 200 kPa) em que se pretende transferir no mínimo 4000 litros de água em 10 minutos. A conduta que liga a bomba ao reservatório tem um diâmetro de 50 mm. a) Mostre que uma bomba que fornece 2,2 kW assegura as condições de funcionamento desejadas. b) Se a pressão no interior do reservatório aumentar para 300 kPa, será que a mesma bomba é capaz de assegurar as condições de funcionamento pretendidas? c) Determine as forças na direcção vertical e horizontal para suportar a curva assinalada, para o caso do reservatório pressurizado a 200 kPa e o caudal mínimo pretendido. 3 (4 v) – Um fluido escoa-se no interior de um tubo, conforme figura junto. A queda de pressão ∆p, entre a entrada e a saída do tubo é uma função da velocidade V, do raio de curvatura R e do diâmetro do tubo D e da massa volúmica do fluido ρ. a) Efectue a análise dimensional do problema e determine o ou os números adimensionais Π relevantes. b) A tabela mostra o resultado de um conjunto de testes em que ρ=1100 kg/m3, R=150 mm e D=30 mm. Analise estes dados com base nas conclusões da alínea a) e identifique qualquer anomalia que tenha ocorrido durante a experiência ou na elaboração dos grupos adimensionais. 4 (4 v) – Considere a expressão ���, �� = � ∙ �� � ∙ cos��� − ��� , em que � = � ��� que corresponde ao perfil de velocidade do escoamento laminar e incompressível de um fluido Newtoniano sobre uma parede horizontal oscilante (em y = 0). a) Determine uma expressão para a tensão viscosa junto da parede (τw). b) Prove que este escoamento ocorre sem gradiente de pressão longitudinal (∂p/∂x=0). Teste V (m/s) ∆p (Pa) 1 0,6 57,4 2 0,9 117,5 3 1,2 190,8 4 1,6 311,2 5 2,0 420,0 Alı´nea a) A tensa˜o viscosa e´ dada por τw(y) = µ du(y) dy = µU0κe−κy [sin (ωt− κy)− cos (ωt− κy)] junto a` parede (y = 0) τw|y=0 = µU0κe−κy [sin (ωt)− cos (ωt)] = √ 2U0κ sin ( ωt− pi 4 ) Alı´nea b) Considerando a equac¸a˜o de Navier-Stokes apenas na direcc¸a˜o x, porque a equac¸a˜o que nos e´ dada depende apenas da componente da velocidade nesta direcc¸a˜o, ∂u ∂t + u ∂u ∂x + v ∂u ∂y + w ∂u ∂z = −1 ρ ∂p ∂x + gx + ν ( ∂2u ∂x2 + ∂2u ∂y2 + ∂2u ∂z2 ) e a equac¸a˜o da continuidade ∂u ∂x + ∂v ∂y + ∂w ∂z = 0 podemos verificar as condic¸o˜es nas quais o campo de velocidades e´ soluc¸a˜o. Porque u = u(y, t), v = 0, w = 0 e gx = 0, as equac¸o˜es acima reduzem-se a, ∂u ∂t = −1 ρ ∂p ∂x + ν ∂2u ∂y2 (2.33) 0 = 0 Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 110 VE RS A˜O 6 Recurso de 11 de Fevereiro de 2011 Conhecido o perfil de velocidades, conforme enunciado, u(y, t) = U0 · e−κy · cos (ωt− κy) , as diferentes parcelas da equac¸a˜o (2.33) sa˜o ∂u ∂t = −U0ωe−κy sin (ωt− κy) µ ∂2u ∂y2 = −2U0κ2νe−κy sin (ωt− κy) Como κ2 = ω/(2ν) concluı´mos que ∂p ∂x = 0 que era o resultado pedido no enunciado. Mecaˆnica dos Fluidos I (Versa˜o 6) // Ano lectivo 2012-2013 111 VE RS A˜O 6 Refereˆncias Bibliogra´ficas B. R. Munson, D. F. Young, T. H. Okiishi, and W. W. Huebsch. Fundamentals of Fluid Mechanics. John Wiley & Sons, Inc., 6 edition, 2010. ISBN 978-0- 470-39881-4. 112 Exercícios Resoluções