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Alzheimer - resumo do sanar flix

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Fisiopatologia .............................................................. 4
3. Manifestações clínicas ............................................. 8
4. Diagnóstico ................................................................11
5. Terapêutica .................................................................16
Referências bibliográficas ........................................21
3DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
1. INTRODUÇÃO
A doença de Alzheimer é o tipo de 
demência mais comum, frequente-
mente associada à demência senil, 
definida como um processo envol-
vendo ẞ-amiloidose e neurodege-
neração límbica e isocortical, carac-
terizada principalmente por amnésia 
anterógrada. Com a evolução da do-
ença, além da perda da memória re-
cente, o paciente também sofre com 
outros déficits cognitivos, como dis-
funções de linguagem, redução da 
velocidade de pensamento, dificul-
dade na orientação espaço-temporal, 
além de déficit na função executiva e 
alterações de comportamento, humor 
e personalidade, condições que tor-
nam o paciente bastante debilitado e 
dependente.
No geral, a doença de Alzheimer é 
mais prevalente entre os indivíduos 
acima de 65 anos, sem relação apa-
rente com diferença étnicas e raciais. 
Ainda não estão bem estabelecidas 
diferenças entre no acometimento 
entre os sexos, porém, em termos ab-
solutos há mais mulheres com essa 
doença, devido a expectativa de vida 
das mulheres ser maior que a dos 
homens. Assim, os fatores de risco 
envolvidos com o desenvolvimento 
da doença de Alzheimer são idade 
avançada e histórico familiar, no en-
tanto, evidências sugerem que o Dia-
bete Mellitus e a Hipertensão Arterial 
Sistêmica podem ter alguma relação 
com a patogênese desta doença.
4DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
2. FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia da doença de Alzhei-
mer envolve duas principais estrutu-
ras: placas neuríticas e emaranhados 
neurofibrilares. As placas neuríticas 
são núcleos de amiloide, rodeados 
de neuritos em degeneração (neuri-
tos distróficos), que por sua vez são 
fragmentos de axônios e dentritos 
neuronais. O principal componente 
amiloide dessas estruturas é o peptí-
deo ẞ-amiloide, o qual é derivado de 
uma proteína precursora de amiloide 
(APP) a partir de processamentos es-
pecíficos indevidos – são proteínas 
mutantes, dobradas de forma ina-
dequada e que causam inflamação 
nos diversos órgãos que podem se 
depositar. Essas placas são encon-
tradas principalmente no hipocampo, 
amígdala e no neocórtex, geralmente 
poupando o córtex motor e sensorial 
(o que também ocorre com os emara-
nhados neurofibrilares).
INTRODUÇÃO À DOENÇA DE ALZHEIMER
DIFICULDADE 
DE ORIENTAÇÃO 
ESPAÇO-TEMPORAL
DISFUNÇÃO DE 
LINGUAGEM
DISFUNÇÃO 
EXECUTIVA
REDUÇÃO DA 
VELOCIDADE DE 
PENSAMENTO
ACOMETE 
IGUALMENTE AMBOS 
OS SEXOS
DOENÇA DE 
ALZHEIMER
DÉFICT COGNITIVO
DEMÊNCIA SENIL
ALTERAÇÕES DE 
COMPORTAMENTO, 
HUMOR E 
PERSONALIDADE
IDOSOS > 65 ANOS
AMNÉSIA 
ANTERÓGRADA
5DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
Figura 1. Placas com neuritos ao redor do núcleo amiloide. Fonte: https://quimicalzheimer.files.wordpress.
com/2013/01/lzheimer.jpg
A PET TC (tomografia por emissão 
de pósitron), realizada com ligantes 
com afinidade pelo ẞ-amiloide, mos-
tram que a proteína amiloide começa 
a se acumular no neocórtex em até 
cerca de 20 anos antes de surgirem 
os sinais clínicos da demência pro-
vocada pela doença de Alzheimer. 
Quando isso ocorre, muitos depósitos 
de peptídeos ẞ-amiloide são encon-
trados nas placas neuríticas do neo-
córtex, assim, essas placas represen-
tam o estágio final do processo de 
Alzheimer, mas vale ressaltar que a 
quantidade desse peptídeo não está 
relacionado com a gravidade da do-
ença. Contudo, acredita-se que esses 
depósitos são os principais agentes 
relacionados à indução ou aceleração 
da lesão neuronal.
6DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
SE LIGA! A maioria dos casos de do-
ença de Alzheimer tem causa idiopáti-
ca, porém alguns genes parecem estar 
associados com seu surgimento, todos 
eles envolvidos na produção do peptí-
deo ẞ-amiloide, a saber: gene da pro-
teína precursora de amiloide (APP) e os 
genes da pré-selina 1 e 2 (PS1 e PS2). 
O primeiro, gene da APP, pode apresen-
tar mutações que provocam a produção 
excessiva do ẞ-amiloide, o que leva ao 
início precoce da doença, e há evidên-
cias que essas mutações estão asso-
ciadas com o surgimento da doença de 
Alzheimer em portadores da Síndrome 
de Down (possuem uma cópia do gene 
da APP devido à trissomia). Em relação 
à pré-selina, proteína envolvida na de-
gradação da molécula da APP, muta-
ções em seus genes (PSEN1 e PSEN2) 
também levam à produção excessiva de 
ẞ-amiloide, estando igualmente asso-
ciadas com o início precoce da doença 
(40 a 60 anos de idade). Há ainda ou-
tro gene envolvido com o surgimento da 
doença de Alzheimer, que é o gene que 
codifica a proteína apoE, relacionada 
com o transporte de lipídios, cuja muta-
ções estão associadas com o surgimen-
to tardio da doença de Alzheimer.
Os emaranhados neurofibrilares, por 
sua vez, são agregados intracelula-
res de uma forma bastante fosforila-
da da proteína tau, associada a mi-
crotúbulos. A proteína tau fosforilada 
se autoagrega, levando à formação 
dos emaranhados. Essas estruturas 
são frequentemente encontradas no 
córtex entorrinal, prosencéfalo basal, 
núcleos da rafe, além do hipocampo 
e amígdala.
Figura 2. Emaranhados neurofibrilares. Em D, coloração prata mostrando um emaranhado no citoplasma neuronal. Em 
E, emaranhado (superior esquerdo) e neuritos ao redor de uma placa (inferior direito) contendo tau. Fonte: KUMMAR, 
Vina, et. Al. Robbins & Cotran. Bases patológicas das doenças. 8ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2010
7DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
Entretanto, à medida que a doença 
progride, os emaranhados neurofi-
brilares têm sua extensão regional 
aumentada. Essas estruturas apare-
cem no lobo temporal medial e tronco 
cerebral em pessoas sem déficits de 
cognição por volta da quarta década 
de vida, porém em pessoas com pre-
disposição à doença de Alzheimer, 
ocorre disseminação transináptica 
desses emaranhados para áreas de 
associações corticais. Assim, quan-
do surgem os sintomas da doença, os 
emaranhados neurofibrilares são en-
contrados no neocórtex de associa-
ção dos lobos frontal, parietal e tem-
poral, e nos estágios mais avançados 
da doença eles são encontrados nos 
lobos occipitais e córtices motor e 
sensitivo primários. 
A localização dos emaranhados neu-
rofibrilares está diretamente relacio-
nada à evolução clínica dos sintomas 
específicos do Alzheimer, bem como 
a gravidade da doença. Com isso, nas 
manifestações clinicas iniciais, a maior 
concentração dessas estruturas é no 
córtex entorrinal e no hipocampo, re-
giões relacionadas com a memória 
episódica declarativa. Porém, vale 
pontuar que essas estruturas não são 
específicas da doença de Alzheimer, 
podendo ser encontradas em outras 
doenças neurológicas.
 FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA DE ALZHEIMER
β-amiloide
NEOCÓRTEX
PROTEÍNA TAU
NÚCLEOS DA RAFE
PROSENCÉFALO BASAL
CÓRTEX ENTORRINAL
HIPOCAMPO
AMÍGDALA
PLACAS NEURÍTICAS
FISIOPATOLOGIA 
DA D. DE 
ALZHEIMER
EMARANHADOS NEUROFIBRILARES
8DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
3. MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS
A manifestação clínica inicial mais 
comum da doença de Alzheimer é a 
amnésia anterógrada. Isso pode ser 
identificado a partir de algumas quei-
xas como esquecimento de eventos e 
conversas recentes, colocação errada 
de objetos, problemas para acompa-
nhar datas, perder-se em vizinhanças 
conhecidas e dificuldade para lembrar 
de completar tarefas usuais.
No Alzheimer leve, a função da me-
mória episódica declarativa pode ser 
perdida, porém o conhecimento pré-
vio pode permitir que os pacientes 
sigam suas rotinas normais, a menos 
que algo além do usual seja deman-
dado deles. No entanto, nesse estágio 
da doença, podem ocorrererros na to-
mada de medicamentos e dificuldade 
para lidar com o dinheiro e finanças, 
requerendo o auxílio de familiares, 
além de mudanças no comportamen-
to, personalidade e humor, manifesta-
dos como humor deprimido, que pode 
ocorrer em paralelo ao acometimento 
da memória, apatia, perda de iniciati-
va e perda de interesse pelos hobbies, 
por exemplo. Uma parcela menor de 
pacientes pode ainda cursar com in-
sônia ou anorexia, fato que não tem 
relação com maior ou menor gravida-
de da doença. Também há relatos de 
delírios e comportamento psicótico, 
que aumentam com a progressão da 
doença e podem ser persistentes em 
cerca de 20% dos casos.
Esse quadro progride à medida que a 
doença avança para os estágios Inter-
mediário e Avançado. Nessas fases, 
o paciente encontra dificuldades cada 
vez maiores para realizar suas tare-
fas diárias, tornando-se dependente 
para atividade básicas, como alimen-
tar-se, vestir-se e fazer a higiene. No 
estágios terminais da doença, todas 
as capacidades de comunicação po-
dem ser perdidas, porém em muitos 
casos a mobilidade é preservada até 
tardiamente.
Os pacientes com doença de Alzhei-
mer costumam vir a óbito pelas mes-
mas doenças que afetam idosos de-
bilitados que não apresentam essa 
demência, como sepse, pneumonia 
e insuficiência cardíaca, principal-
mente devido ao fato de que esses 
indivíduos perdem a capacidade de 
expressar suas necessidades e a fal-
ta de um cuidado adequado e bem 
treinado pode vir a deixar passar si-
nais de desconforto, que quando não 
notados precocemente, evoluem para 
quadros mais graves. Por exemplo, 
pacientes com Alzheimer em locais 
quentes ou condições favoráveis po-
dem sofrer desidratação, cujos sinais 
podem passar despercebido pelo cui-
dador, evoluindo a óbito por choque 
hipovolêmico. 
A duração e evolução clínica da do-
ença de Alzheimer é longa, porém 
9DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
variável, levando o paciente com de-
mência leve até a morte no período de 
2 a 3 anos ou uma década. Vale pon-
tuar que, apesar do principal sintoma 
dessa doença ser déficit de memória, 
há formas atípicas dessa síndrome, 
como a atrofia cortical posterior, na 
qual os déficits são visuoespaciais 
(praxia construtiva) sem a amnésia 
anterógrada.
Figura 3. Áreas do cérebro envolvidas com a memória. Fonte: //italo.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Captura-
-de-Tela-2019-05-06-a%CC%80s-14.16.21.png
10DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
SAIBA MAIS! 
A memória consiste na capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações, sendo uma das 
principais funções neurológicas que tornam os indivíduos distintos. A aquisição depende dos 
mecanismos de aprendizagem, enquanto a evocação está relacionada com a lembrança. Exis-
tem dois principais tipos de memória: memória declarativa e não declarativa (memória de proce-
dimento). A memória declarativa é aquela que pode ser descrita por meio de palavras, enquanto 
a memória de procedimento está relacionada com aprendizagens de sequências motoras. Há 
ainda as classificações de memória de longa ou curta duração, que se diferem pelo tempo 
de retenção da informação, e memória retrógrada e anterógrada, que se diferenciam pela 
capacidade de lembrar de informações anteriores ou de armazenar novas informações, 
respectivamente. As áreas corticais cerebrais responsáveis pela memória incluem princi-
palmente o hipocampo, o giro denteado, o córtex entorrinal, o córtex para-hipocampal e o 
córtex cingulado posterior, cada uma mais ou menos envolvida com determinados aspectos da 
memória. Porém, outras regiões cerebrais podem estar relacionadas com essa função cognitiva, 
especialmente na formação da memória, tais como a amígdala, importante no processamento 
das emoções, e cerebelo, fundamental nas funções motoras.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DIFICULDADE 
DE ORIENTAÇÃO 
ESPAÇO-
TEMPORAL
DISFUNÇÃO DE 
LINGUAGEM
AMNÉSIA 
ANTERÓGRADA
DISFUNÇÃO 
EXECUTIVA
LEMBRANÇA 
INICIAL DE EVENTOS 
ANTERIORES
DÉFICT COGNITIVO
DELÍRIOS
COMPORTAMENTO 
PSICÓTICOS
MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS
HUMOR DEPRIMIDO
DÉFICIT MOTOR
REDUÇÃO DA 
VELOCIDADE DE 
PENSAMENTO
11DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
4. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da doença de Alzhei-
mer se baseia na história clínica, 
achados histopatológicos, biomarca-
dores e exames de imagem. A histó-
ria clínica direciona o diagnóstico para 
as demências, sendo provável o aco-
metimento por doença de Alzheimer 
quando o paciente apresenta início 
insidioso dos sintomas, ou seja, tem 
início gradual e evolui para perda de 
memória, além do agravamento da 
cognição por relato ou observação de 
pessoas próximas. Os déficits cog-
nitivos iniciais podem ser divididos 
em distúrbio amnésico ou distúrbio 
não amnésio (pouco comum), que in-
clui afasia (distúrbio de linguagem), 
distúrbio visuoespacial ou distúrbio 
comportamental/executivo. 
Embora existam déficits na capaci-
dade cognitiva, os outros aspectos 
do exame neurológico na doença de 
Alzheimer normalmente se apresen-
tam normais, sendo relativamente 
frequentes sinais extrapiramidais, in-
cluindo rigidez, bradicinesia, marcha 
dos pés arrastados e alterações pos-
turais. As funções motoras e senso-
riais são poupadas, assim, anormali-
dades oculomotoras, cerebelares ou 
nos nervos periféricos identificadas 
no exame neurológico sugerem ou-
tras doenças neurológicas e não Al-
zheimer. Isso é importante salientar, 
visto que devem ser afastadas outras 
causas de demência, como doença 
cerebrovascular (AVC), outras doen-
ças neurodegenerativas e até mesmo 
manifestações neurológicas secun-
dárias ao uso de medicações.
Os exames de imagem auxiliam na 
determinação do diagnóstico de Al-
zheimer, que é um diagnóstico de 
inclusão, ou seja, se o histórico e os 
exames de imagem sugerirem Al-
zheimer e outras exclusões possam 
ser verificadas, é possível confirmar 
a doença com segurança. Assim, pa-
cientes com suspeita de Alzheimer 
podem ser submetidos à ressonân-
cia magnética (RM), tomografia por 
emissão de pósitrons (PET-TC) e to-
mografia de emissão de pósitrons 
com fluorodesoxiglicose (FDG-PET). 
As imagens cerebrais podem ser di-
vididas em estruturais, funcionais ou 
histológicas. As imagens estruturais 
são fornecidas por RM ou TC, e são 
usadas principalmente para afastar 
outras causas de demência, como 
tumores, hematomas ou acidentes 
vasculares.
Na RM, pacientes com Alzheimer 
apresentam atrofia difusa exagerada 
para a idade, envolvendo especial-
mente a região hipocampal e outras 
áreas de associações corticais-cha-
ve, como os lobos temporais late-
rais, lobos parietais inferiores, córtex 
cingulado posterior e lobos frontais 
laterais. Além disso, a RM também 
revela a dilatação dos ventrículos la-
terais e o alargamento dos sulcos 
corticais, principalmente nas regiões 
12DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
temporais. A RM volumétrica tem 
sido usada, pois o Alzheimer provoca 
redução do volume cerebral especial-
mente no lobo medial, auxiliando no 
diagnóstico diferencial em relação às 
outras demências, podendo ser útil 
no diagnóstico precoce da doença. 
Na demência frontotemporal (DFT), 
por exemplo, a atrofia é mais marcan-
te no lobo frontal.
Figura 4. Imagens coronais em série de uma RM de um paciente com Alzheimer. A imagem da esquerda foi de um 
exame realizado quando o paciente se apresentava clinicamente normal e a imagem da direita foi feita 11 anos depois, 
quando o paciente apresentava demência. Observa-se uma drástica atrofia hipocampal com a evolução da doença. 
Fonte: GOLDMAN, Lee, SCHAFER, Andrew L, et al. Goldman-Cecil. Medicina. 25ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2018.
Os exames de emissão de pósitron 
fornecem imagens funcionais, sendo 
sensíveis ao metabolismo cerebral, 
sendo úteis para o diagnóstico pre-
coce do Alzheimer, bem como para o 
acompanhamento da evolução da do-
ença. A FDG-PET se baseia no grau 
de metabolismo da glicose, exibindo 
reconstruções da relação de capta-
ção de glicose regional no córtex, en-
quanto a PET-TC avalia especialmen-te a deposição anormal de amiloide e 
da proteína tau e, por isso, também é 
caracterizado como um exame que 
fornece imagem histológica. Dessa 
forma, a PET-TC é bastante útil na di-
ferenciação do Alzheimer e outras de-
mências, pois esta doença apresenta 
maior carga de placas amiloides do 
que a DFT e outras doenças neurode-
generativas. Porém, como essas pla-
cas também estão presentes em pes-
soas idosas sadias, é questionável se 
sua identificação auxilia na detecção 
precoce de Alzheimer. 
13DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
Figura 5. Imagens do PET-TC e RM em indivíduos normais, com doença de Alzheimer e com DFT (FTD em inglês). O 
sinal verde representa baixos níveis de ligação inespecífica da substância branca. As setas representam a retenção 
proeminente do agente da imagem amiloide nos cortices frontal e parietal. Fonte: https://radiologyassistant.nl/assets/
dementia-role-of-mri/a509797720938b_FDG-pet.jpg
14DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
Figura 6. Imagem do FDG-PET. As cores mais quentes (amarela e laranja) representam as áreas de captação normal 
de glicose, enquanto as cores frias (azul e verde) representam as regiões com hipometabolismo, mostrando que na do-
ença de Alzheimer, há um hipometabolismo nas regiões temporal e parietal. MCI: comprometimento cognitivo leve (em 
inglês Mild cognitive impairment) Fonte: https://doctorlib.info/pharmacology/stahls-essential-psychopharmacology-4/
stahls-essential-psychopharmacology-4.files/image554.jpg
Aqui!
O diagnóstico da doença de Alzhei-
mer definitivo é feito através dos acha-
dos histopatológicos, caracterizados 
pela presença significativa de placas 
neuríticas e emaranhados neurofibri-
lares, sendo necessária a presença de 
pelo menos seis placas neuríticas e 
emaranhados neurofibrilares visíveis 
no córtex frontal, temporal ou parie-
tal. Entretanto, o diagnóstico de Al-
zheimer é predominantemente feito 
pela história clínica e pelos exames 
de imagem, visto que a biópsia é um 
procedimento invasivo e deve ser evi-
tado nos casos em que se pode con-
firmar a patologia por outros meios. 
Assim, a certeza definitiva da doença 
de Alzheimer só é estabelecida por 
necropsia. Os biomarcadores, por sua 
vez, podem ser pesquisados no líqui-
do cefalorraquidiano (LCR) através de 
punção (menos invasiva que a bióp-
sia, porém também é um método que 
deve ser evitado). O principal biomar-
cador é o ẞ-amiloide, mas a proteína 
tau, bem como os genes da PSEN1, 
PSEN2 e da APP também podem su-
gerir o diagnóstico de Alzheimer.
A Doença de Alzheimer pode ser con-
fundida com outras patologias, que 
devem ser afastadas no momento do 
diagnóstico. A demência por corpús-
culos de Lewy pode ser confundida 
com Alzheimer devido às característi-
cas histológicas, porém ela cursa com 
parkinsonismo, alucinações visuais 
proeminentes e um tipo específico de 
distúrbio do sono. Além da da demên-
cia por corpúsuclos de Lewy, a doença 
de Alzheimer apresenta outros diag-
nósticos diferenciais, a saber: doen-
ça de Huntington, doença de Wilson, 
esclerose lateral amiotrófica, entre 
outras, que se diferem principalmen-
te por apresentarem um component 
motor não característico da doença de 
Alzheimer. No entanto, o Alzheimer é 
comumente confundido com a doen-
ça vascular cerebral, da qual é pratica-
mente impossível distinguir.
15DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
MAPA – DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
GENE DA APP β-amiloideTAU GENE DA PSEN1 E PSEN2
MARCADORES 
BIOLÓGICOS
RM
FDG-PET
PET - TC
EXAMES DE IMAGEM
EMARANHADOS 
NEUROFIBRILARES
PLACAS NEURÍTICAS
EXAME 
HISTOPATOLÓGICO
PRINCIPAIS 
SINTOMAS
ACOMETIMENTO 
INSIDIOSO
Apraxia
Distúrbios de execução
Dificuldades na orientação 
espaço-temporal
Distúrbio espaçovisual
Distúrbios de 
Linguagem
Distúrbios de memória Principalmente memória anterógrada
HISTÓRIA CLÍNICA
16DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
5. TERAPÊUTICA
A doença de Alzheimer ainda não 
possui cura estabelecida, sendo ma-
nejada apenas com cuidados pa-
liativos que reduzem os sintomas e 
buscam conferir maior qualidade de 
vida aos pacientes. Com isso, existem 
duas principais classes de drogas uti-
lizadas no tratamento dessa doença, 
que são os inibidores da acetilcolines-
terase e a mamentina. 
O principal déficit neurotransmissor 
na doença de Alzheimer é na trans-
missão colinérgica, ou seja, aquela 
coordenada pela acetilcolina. Assim, 
os inibidores da acetilcolinesterase 
são utilizados por atuarem aumen-
tando o tempo de ação da acetilcolina 
na fenda sináptica, intensificando sua 
transmissão, visto que a acetilcolines-
terase é uma enzima que degrada a 
acetilcolina liberada, regulando seu 
tempo de ação. Assim, os inibidores 
da acetilcolinesterase são colinomi-
méticos, estando nesses grupos a do-
nepezila (5 a 10 mg/dia), galantamina 
(16 a 24 mg/dia), rivastigmina (6 a 12 
mg/dia), entre outros, que podem ser 
administrados por via oral e alguns 
por adesivo cutâneo. Esses fármacos 
retardam a progressão dos sintomas 
por 6 a 12 meses em pacientes com 
Alzheimer leve a moderada a um nível 
significativo mas clinicamente margi-
nal, porém não o fazem aos 3 anos 
da doença (tempo médio que leva ao 
óbito). Porém, não há evidências de 
que esses medicamentos retardem a 
progressão biológica deste demência.
Figura 7. Mecanismo de ação dos inibidores da acetilcolinesterase. A primeira imagem mostra a ação normal da 
enzima, convertendo colina em ácido acético, enquanto a segunda imagem mostra a inibição dessa enzima por car-
bamatos/organofosforados, que pode ser reversível ou irreversível. Os fármacos utilizados no tratamento da doença 
de Alzheimer podem ser inibidores reversíveis ou irreversíveis. Fonte: https://carbamatosorganofo.wixsite.com/home/
blank-8
17DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
A memantina é um antagonista não 
competitivo do receptor NDMA de 
afinidade baixa a moderada, que 
atua na transmissão do glutamato. 
Os antagonistas não competitivos 
atuam em um receptor diferente do 
agonista, provocando atenuação do 
efeito gerado pelo agonista. O recep-
tor NMDA do glutamato é um dos 
principais receptores do sistema glu-
taminérgico, desenvolvendo impor-
tante papel na mediação de funções 
de cognição, memória, plasticidade 
neural e neurotoxicidade. A ativação 
desses receptores promove a abertu-
ra de canais de cálcio e sódio, favore-
cendo seu influxo, bem como a saída 
de potássio. A memantina impede a 
entrada de cálcio e sódio, bem como a 
saída de potássio, regulando os níveis 
elevados de glutamato que podem 
gerar disfunção neuronal. Essa dro-
ga parece retardar a progressão do 
declínio funcional de pacientes com 
Alzheimer moderada a grave quando 
usada em dose de 20mg/dia.
Figura 8. Mecanismo de ação da memantina. Fonte: https://psicofarmacos.info/images/graficos/nmda2.gif
18DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
Outros tratamentos! 
Além das drogas já mencionadas, al-
guns estudos revelaram que a vita-
mina E é eficiente no controle da pro-
gressão do Alzheimer em pacientes 
no estágios de moderado a grave. A 
vitamina E funciona como um antioxi-
dante, “combatendo” os radicais livres 
do organismos, reduzindo a lesão do 
tecido neurológico. Porém, outras vi-
taminas não mostraram igual eficácia 
no tratamento do Alzheimer.
É importante pontuar que não exis-
tem tratamentos preventivos para 
o Alzheimer. Um dieta saudável e 
balanceada, associada a exercícios fí-
sicos e atividades de lazer cognitiva-
mente estimulantes são aconselhá-
veis, especialmente por protegeram 
contra hipertensão arterial e diabe-
tes, que são fatores de risco para esta 
demência, porém não há evidências 
de que são protetivos contra a doen-
ça de Alzheimer. Quando se iniciam 
as manifestações dessa doença, é 
preciso orientar corretamente a famí-
lia e cuidadores, especialmente em 
relação às questões de segurança 
quanto à supervisão de medicações, 
finanças e na direção de veículos. De-
ve-se ainda evitar e/ou supervisionar 
o uso de ferramentas potencialmente 
perigosas, como armas de foco.Além 
disso, como os pacientes com Alzhei-
mer comumente vagueiam e se per-
dem, distanciando-se de suas casas, 
é importante que a família atente para 
identifica-los de alguma forma, como 
com colares ou até mesmo tatuagens 
visíveis que tenham informações de 
contato dos familiares.
19DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
MAPA MANEJO
DONEPEZILA
Contato e Interação Social
Farmacológico
MANEJO
Não-farmacológico
Atividade física supervisionada
Atividades produtivas (ex: artesanato)
MEMANTINAINIBIDORES DAS COLINESTERASES
ANTAGONISTA 
DO RECEPTOR DE 
GLUTAMATO
POTENCIALIZA 
ACETILCOLINA
GALANTAMINA
RIVASTIGMINA 
20DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
MAPA MENTAL – DOENÇA DE ALZHEIMER
DOENÇA DE 
ALZHEIMER
AMNÉSIA 
ANTERÓGRADAHUMOR DEPRIMIDO DÉFICIT COGNITIVO
MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS
INIBIDORES DAS 
COLINESTERASES
MEMANTINA
CONDUTAS NÃO-
FARMACOLÓGICAS
TERAPÊUTICA
MARCADORES 
BIOLÓGICOS
EXAME 
HISTOPATOLÓGICO
DIAGNÓSTICO
EMARANHADOS 
NEUROFIBRILARES
PLACAS NEURÍTICAS
FISIOPATOLOGIA
EXAMES DE IMAGEMHISTÓRIA CLÍNICA
21DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
GOLDMAN, Lee, SCHAFER, Andrew L, et al. Goldman-Cecil. Medicina. 25ª ed. Rio de Ja-
neiro. Elsevier, 2018.
KUMMAR, Vina, et. Al. Robbins & Cotran. Bases patológicas das doenças. 8ª ed. Rio de 
Janeiro. Elsevier, 2010.
Rowland LP, Pedley TA. Merritt: Tratado de Neurologia. 12ª ed. Rio de Janeiro. Editora 
Guanabara Koogan, 2011.
MACHADA, Angelo, HAERTEL, Lucia M. Neuroantaomia Funcional. 3ª ed. São Paulo. 
Atheneu, 2013.
22DOENÇA DE ALZHEIMER (NEUROLOGIA)

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