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IMT Manual do Curso 126 - Miofascial

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Curso de Manipulação Miofascial 
_______________________________________________________________________________________________ 
1 
___________________________________________________________________ 
Sandra Mendes 
 
 
 
 
 
TEXTO DE APOIO 
 
 
CURSO DE MANIPULAÇÃO MIOFASCIAL 
Parte I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCENTE: 
Sandra Mendes 
 
IMT 2015 www.imt.pt
Curso de Manipulação Miofascial 
_______________________________________________________________________________________________ 
2 
___________________________________________________________________ 
Sandra Mendes 
Manipulação Miofascial 
 
Sistema Fascial 
A fáscia é um tecido forte que se espalha por todo o corpo numa teia tridimensional 
desde a cabeça aos pés sem interrupção, envolvendo todo e qualquer tecido do corpo desde a 
célula, grupo de músculos, ossos, órgãos, etc. Mais concretamente a fáscia é conhecida como 
tecido conectivo o qual é composto por colagénio (que actua como cola) e elastina (que actua 
como elástico) criando dessa forma a conexão entre toda e qualquer estrutura do corpo 
humano. A fáscia ou tecido conectivo dá e mantém a elasticidade de toda e qualquer parte do 
nosso corpo, órgãos, músculos, etc. sem permitir exageros devido ao colagénio que mantém 
os limites da flexibilidade. 
A fáscia não envolve apenas todo o músculo, mas também envolve toda e qualquer 
fibra da qual o músculo é composto, assim como cada miofibrila, e cada pequena parte até ao 
nível celular. Desta forma é a fáscia que determina o funcionamento e o comprimento do 
músculo e de toda e qualquer estrutura do corpo. 
Ela envolve nervos, ossos, artérias, veias e ductos assim como os músculos e é o 
maior organizador do corpo, organizando e separando toda e qualquer estrutura do corpo e 
organizando os músculos em unidades funcionais. 
A fáscia é o componente básico do sistema músculo esquelético do corpo e em 
circunstâncias normais ela deve ser flexível e deslizante. No entanto, através de traumatismos, 
processos inflamatórios, más posturas, cirurgias, stress, etc., criam-se restrições e aderências 
na fáscia e entre esta e os tecidos vizinhos o que faz com que ela se torne mais sólida e dessa 
forma encurte as fibras fasciais o que cria pressão em áreas sensíveis, provocando dor e 
restrições de movimento. Esta é também a razão do mau funcionamento de órgãos, músculos 
e do corpo em geral. 
A causa principal de dores somáticas, de dores somato-viscerais ou somato 
emocionais são disfunções miofasciais. 
É comum os pacientes que estão sobrecarregados com crónicas ou fortes 
compressões miofasciais terem grande agitação mental, irritação, desgaste, cansaço, 
incómodos, insónias e outros pensamentos e emoções desagradáveis. 
Estima-se que cerca de 90% dos pacientes tenham disfunções miofasciais. Os testes 
que actualmente se fazem como os raios X, TC e muitos outros, não mostram as restrições 
IMT 2015 www.imt.pt
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Sandra Mendes 
miofasciais e dessa forma o paciente não obtém um diagnós
suas dores. Desta forma ele não recebe o tratamento correcto e eficaz para o seu problema.
A adicionar ao traumatismo físico
ser guardadas e acumuladas no corpo durante anos acabando por provocar doença ou 
doenças. O tempo não cura estas coisas que existem nos tecidos, antes pelo contrário, 
enterra-as cada vez mais na fáscia.
Uma vez que a fáscia envolve toda e qualquer estrutura do nosso corpo, facilmente se 
compreende que a Libertação Miof
particularmente indicada para dores (musculares, articulares, de coluna, cervical, etc., sejam 
elas crónicas ou não), problemas de ATM, fibromialgia, síndroma de fadiga crónica, espasmos 
e espasticidade, escolioses, disfunções neurológicas, disfunções articulares e musculares, 
situações geriátricas e pediátricas, lesões desportivas, reabilitação de 
movimento, síndromas pré menstruais e muitas outras condições. 
 Fáscia Superficial e Profunda
A fáscia é dividida em superficial e profunda. A fáscia superficial é um emaranhado 
solto de tecido fibroelástico conectado à face interna da pele, provendo constante feedback 
consciente e inconsciente ao sistema nervoso central.
 
 A fáscia profunda varia em densidade e é responsável pela compartimentalização do 
corpo separando e envolvendo órgãos viscerais. Epimís
folhas fasciais contribuindo para a eficiência no desenvolvimento de tensão muscular.
Curso de Manipulação 
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miofasciais e dessa forma o paciente não obtém um diagnóstico completo acerca da causa das 
suas dores. Desta forma ele não recebe o tratamento correcto e eficaz para o seu problema.
traumatismo físico, o stress emocional ou as emoções negativas podem 
ser guardadas e acumuladas no corpo durante anos acabando por provocar doença ou 
. O tempo não cura estas coisas que existem nos tecidos, antes pelo contrário, 
as cada vez mais na fáscia. 
a fáscia envolve toda e qualquer estrutura do nosso corpo, facilmente se 
ompreende que a Libertação Miofascial ajude em quase todos os problemas de saúde sendo 
particularmente indicada para dores (musculares, articulares, de coluna, cervical, etc., sejam 
elas crónicas ou não), problemas de ATM, fibromialgia, síndroma de fadiga crónica, espasmos 
e espasticidade, escolioses, disfunções neurológicas, disfunções articulares e musculares, 
situações geriátricas e pediátricas, lesões desportivas, reabilitação de todo o tipo, restrições de 
movimento, síndromas pré menstruais e muitas outras condições. 
 
Figura 1 
 
Fáscia Superficial e Profunda 
em superficial e profunda. A fáscia superficial é um emaranhado 
conectado à face interna da pele, provendo constante feedback 
consciente e inconsciente ao sistema nervoso central. 
A fáscia profunda varia em densidade e é responsável pela compartimentalização do 
corpo separando e envolvendo órgãos viscerais. Epimísio, perimísio e endomísio representam 
folhas fasciais contribuindo para a eficiência no desenvolvimento de tensão muscular.
Manipulação Miofascial 
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tico completo acerca da causa das 
suas dores. Desta forma ele não recebe o tratamento correcto e eficaz para o seu problema. 
emocional ou as emoções negativas podem 
ser guardadas e acumuladas no corpo durante anos acabando por provocar doença ou 
. O tempo não cura estas coisas que existem nos tecidos, antes pelo contrário, 
a fáscia envolve toda e qualquer estrutura do nosso corpo, facilmente se 
ascial ajude em quase todos os problemas de saúde sendo 
particularmente indicada para dores (musculares, articulares, de coluna, cervical, etc., sejam 
elas crónicas ou não), problemas de ATM, fibromialgia, síndroma de fadiga crónica, espasmos 
e espasticidade, escolioses, disfunções neurológicas, disfunções articulares e musculares, 
todo o tipo, restrições de 
em superficial e profunda. A fáscia superficial é um emaranhado 
conectado à face interna da pele, provendo constante feedback 
A fáscia profunda varia em densidade e é responsável pela compartimentalização do 
io, perimísio e endomísio representam 
folhas fasciais contribuindo para a eficiência no desenvolvimento de tensão muscular. 
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Curso de Manipulação Miofascial 
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Sandra Mendes 
 
 Músculos e fáscias são funcionalmente ligados combinando as propriedades de tecidos 
contrácteis e não-contrácteis. Mecanismos reflexos também contribuem com a função edesenvolvimento neural via receptores na fáscia subcutânea, pele e tecidos conectivos. Pelas 
suas expansões a aponeurose superficial envolve profundamente todo o sistema contráctil 
muscular, é um envoltório funcional. 
 
 A massa visceral contida na cavidade abdominal encontra-se em perpétuo movimento 
e há uma membrana que interliga todos os órgãos, o peritoneu, que é formado pela fáscia 
superficial. 
 
 O SNC é cercado pelo tecido fascial (dura-máter) que se conecta ao osso do crânio, de 
forma que a disfunção desses tecidos pode ter efeitos profundos e disseminados. 
 
 O Sistema Nervoso está ligado a tecidos e estruturas circundantes e são essenciais 
para amplitude de movimento normal do sistema nervoso. Quando o corpo não está em 
alinhamento, a fáscia pode realizar o seu trabalho até um ponto crítico. Então, se uma área da 
fáscia alcançou sua expansão máxima e não pode cobrir a área designada, o restante da 
fáscia deve mover-se até aquela parte. 
 
 A distorção da fáscia causa em outra parte do corpo uma compressão pela parede da 
fáscia que a cobre. Enquanto as outras áreas da fáscia tentam manter pressões iguais em 
todas as partes do corpo, a fáscia fica totalmente alongada, e acomodações futuras não podem 
ser feitas. As partes que podem ser comprimidas irão sustentar compressão máxima para 
compensar aquelas estruturas que não podem ser comprimidas. A única maneira que o corpo 
pode permanecer erecto contra a gravidade é adoptando mais assimetrias posturais. 
 
 Não há deformidade única, isolada ou localizada; não pode haver correcção única, 
isolada ou localizada. Todo tratamento de uma deformidade ou de uma simples limitação 
articular só pode ser global. 
 
O nome da fáscia varia segundo o órgão que ela recobre: 
- aponeuroses para os músculos; 
- pleura para os pulmões; 
- pericárdio para o coração; 
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- peritoneu, mesentério ou aumento (maior e menor) para as vísceras abdominais; 
- meninges para o sistema nervoso. 
 
 
Funções da Fáscia 
 
O comportamento mecânico da fáscia tem um papel essencial em todas as funções e 
na manutenção da integridade anatómica das suas várias peças. 
 
 
Figura 2 
 
 
Nível Mecânico Local : 
 
 O nível mecânico local da fáscia tem muitas e variadas consequências, os tecidos 
executam papéis vitais nas áreas tão diversas quanto à suspensão e a protecção, a retenção, a 
separação, a absorção de choque, e a atenuação da pressão. 
 
 
Suspensão e Protecção 
Suspensão 
 Os elementos fasciais que possuem um papel em suspender as várias estruturas do 
corpo interno como, por exemplo, o mesentério, os ligamentos, e fáscia verdadeiros garantem 
a coesão interna fornecendo pontos de apoio, os quais mantêm cada órgão no seu lugar 
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apropriado. 
 
 A sustentação resultante é firme, mas, na maioria dos casos, não são rígidas, de modo 
que cada órgão retenha algum grau de mobilidade, isto é, algum jogo no sistema do acessório. 
 
 A mobilidade essencial para a habilidade de responder às forças diversas a que o 
corpo humano regularmente exposto, também participa no contexto geral da mobilidade do 
próprio corpo - que é essencial para a expressão completa do corpo, em muitas funções 
diferentes e processos fisiológicos. 
 
 O conjunto da fáscia tem um papel importante na suspensão de outras estruturas, não 
somente nas cavidades do corpo, mas igualmente na periferia. Os elementos da fáscia tais 
como as aponeuroses e os ligamentos constituem o sistema de apoio para todos os músculos 
e articulações, visto que as fáscias verdadeiras suportam todas as estruturas. 
 
 Este sistema periférico investe e fornece pontos de acessório para todas estruturas, os 
nervos, os músculos, e as articulações onde as mesmas são escoradas em pontos fixos nos 
ossos. Assim, o sistema fascial tem um papel fundamental em manter a integridade anatómica 
do corpo no conjunto de suas estruturas. 
 
 A integridade da estrutura do tecido ósseo depende do estado funcional do próprio 
tecido e, pela extensão, da condição fisiológica do corpo no conjunto. Por si só, um osso é inútil 
- a sua funcionalidade e suas interacções com outros elementos esqueléticos dependem 
exclusivamente dos meios do acessório que a unem aos ossos vizinhos. 
 
 Embora o esqueleto forneça a estrutura e pontos de escora, não obstante, dependente 
em tecidos macios para a manutenção de sua coesão e função, ou seja, depende da fáscia. 
Consequentemente, há uma inevitável, recíproca interdependência entre os tecidos 
esqueléticos e macios - e desse modo entre a estrutura e a função e a função e a estrutura. O 
papel da fáscia em suspender outras estruturas varia de acordo com a região do corpo 
considerado. 
 
 As fascias têm capacidades diferentes para alongar em posições diferentes, por 
exemplo, a pele pode alongar dez vezes mais do que um tendão - este reflecte o facto de que o 
tendão está composto por fibras organizadas paralelamente. 
 
 A espessura de fibras do colágeno é órgão-específico, mas igualmente muda com 
idade. A elasticidade da fáscia tende a diminuir com idade. A função da suspensão mostra a 
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adaptação notável às situações diferentes. Assim, durante a gravidez o útero torna-se dilatado, 
enorme, que necessita de alongamento de todos os ligamentos associados - sem nenhum tipo 
de dor. O útero é dilatado, mas também a cavidade abdominal, dilatando as fáscias da parede 
abdominal, outra vez sem causar nenhuma dor. As situações fisiológicas em que os ligamentos 
uterinos são sujeitados ao esforço e à tensão, respondem transformando-se uma calcificação 
mais espessa e submetendo-se; nada como este acontece durante a gravidez. 
 
 Após o parto, o útero reverte gradualmente a seu estado normal, isto é, ele retrai para 
recuperar seus tônus e elasticidade original. Este fenómeno pré-programado pode conduzir um 
pensar que as fáscias têm algum tipo de memória mecânica. 
 
 A obesidade, por exemplo, uma circunstância que pode ser considerada patológica. O 
aumento considerável no volume necessita distensão das fáscias para conter o tecido em 
excesso. Entretanto, quando o peso é perdido outra vez, sobretudo se o processo é gradual, as 
fáscias quase sempre voltam ao tónus e elasticidade original. Isto é um notável exemplo de 
adaptação. 
 
 
 As fáscias demonstram um grau notável de maleabilidade que permitem adaptar-se 
constantemente às forças a que estão sujeitas. São igualmente capazes da reversão à sua 
configuração original porque estão pré-programados para reconhecer o estado fisiológico 
normal do corpo, contando que eles são dados algum auxílio exterior dentro de um prazo 
razoável. 
 
Protecção 
Além do que seu papel na manutenção, as fáscias igualmente são a base de um 
mecanismo protector que garante a integridade física e fisiológica do corpo, ou seja, a 
homeostasia. O mecanismo da protecção depende de um número de factores diferentes e é 
baseado não somente na solidez, mas igualmente na contractibilidade e na elasticidade do 
tecido fascial. 
 
 
 
 
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Manutençãoda Integridade 
 
 As fáscias, em virtude de sua força, protegem a integridade 
diferentes do corpo e ajudam os órgãos a preservar sua forma. Isto não depende da rigidez 
completa, mas ao contrário, é o resultado da flexibilidade e adaptação. O grau 
flexibilidade varia entre partes diferentes do corpo.
 
 
Tem também como função auxiliar a circulação dos fluidos co
junto à acção muscular, ajuda a comprimir as veias no seu interior, aumentando
venoso. Qualquer contracção
actividade dinâmica e resultar 
A fáscia influencia dire
seu ambiente externo. Pressão ou tensão anormal altera
de resíduos, resultando em alterações na função da célula.
constância da pressão osmótica, tensão do tecido
e substância fundamental para o bom metabolismo.
 
 
Curso de Manipulação 
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Manutenção da Integridade anatómica: 
scias, em virtude de sua força, protegem a integridade anatómica
diferentes do corpo e ajudam os órgãos a preservar sua forma. Isto não depende da rigidez 
completa, mas ao contrário, é o resultado da flexibilidade e adaptação. O grau 
flexibilidade varia entre partes diferentes do corpo. 
também como função auxiliar a circulação dos fluidos corporais. Como se contrai 
ção muscular, ajuda a comprimir as veias no seu interior, aumentando
ção, tensão, ou desequilíbrio na fáscia pode impedir ou
tividade dinâmica e resultar numa diminuição do retorno venoso e congestionamento.
A fáscia influencia directa ou indirectamente o metabolismo das células, por causa do
. Pressão ou tensão anormal altera a difusão de nutrientes
em alterações na função da célula. A célula precisa de uma adequada 
constância da pressão osmótica, tensão do tecido do líquido intersticial circundante 
stância fundamental para o bom metabolismo. 
 
Figura 3 
Manipulação Miofascial 
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anatómica das partes 
diferentes do corpo e ajudam os órgãos a preservar sua forma. Isto não depende da rigidez 
completa, mas ao contrário, é o resultado da flexibilidade e adaptação. O grau exacto de 
rporais. Como se contrai 
ção muscular, ajuda a comprimir as veias no seu interior, aumentando o retorno 
ou desequilíbrio na fáscia pode impedir ou inibir esta 
congestionamento. 
olismo das células, por causa do 
a difusão de nutrientes e a eliminação 
A célula precisa de uma adequada 
do líquido intersticial circundante 
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Conceito de Tensegridade 
 
Tensegridade descreve um princípio de relações estruturais, sistemas inteiros ligados 
dinamicamente de modo que as forças se traduzem imediatamente em todos os lugares. Uma 
mudança numa parte é reflectida em toda a parte, as forças são transferidas globalmente em 
toda a estrutura. 
O sistema músculo-esquelético é uma sinergia de músculos e ossos. Os músculos e os 
tecidos conectivos fornecem tracção contínua e os ossos, compressão descontínua, 
fortalecendo-se mutuamente - ossos e cartilagens oferecem compressão para fora contra a 
rede miofascial e esta tensiona tentando puxar para dentro em direcção ao centro. Tracção e 
compressão essenciais para estabilidade e mobilidade do corpo. 
A imagem usual do esqueleto como uma pilha de blocos e os músculos como cabos 
movimentando cada bloco isoladamente, não funciona na prática clínica. Como citado 
anteriormente, o aumento da tensão em uma região se reflecte em toda a estrutura, o que 
explica a presença de dor em um ponto do corpo, ocorrendo a uma distância da causa do 
problema. 
O Sistema do Movimento Humano é dinâmico, funcional e todas as suas estruturas são 
interconectadas, portanto, devemos pensar no paciente como um sistema complexo e não 
como uma dor localizada. 
 
 
 
 
Figura 4 
 
 
 
 
 
 
 
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Indução Miofascial 
 A indução Miofascial é uma terapia que através de um toque suave liberta tensões, 
emoções e somatizações existentes e acumuladas nos tecidos, desmemorizando os tecidos e 
as células das suas memórias, traumatismos, tensões e somatizações acumulados ao longo da 
vida. 
 Todo e qualquer traumatismo fica registado a nível celular levando as células e os 
tecidos a entrarem em disfunção e alteração de funcionamento, dando origem (muitas vezes 
anos mais tarde) a problemas de saúde variados. 
 As emoções vividas ao longo da vida acabam sendo somatizadas nas células e tecidos 
levando-os a alterarem o seu funcionamento. 
 A indução Miofascial usa um toque suave para conseguir sentir e libertar essas 
memórias, tensões e somatizações para que os tecidos alcancem de novo a sua flexibilidade e 
elasticidade. 
Traumatismos, inflamações, cirurgias, más posturas, e outras situações criam 
alterações na fáscia que acabam por criar pressões e tensões, resultando muitas vezes em 
pressão excessiva nos nervos, nos músculos, nos vasos sanguíneos, nos vasos linfáticos, nas 
estruturas ósseas e nos órgãos. 
A importância da indução miofascial torna-se bem patente quando compreendemos 
que a fáscia envolve e penetra em cada músculo, osso, órgão, indo até ao nível celular e que 
ela pode criar uma força ou pressão de cerca de 140 kgs por centímetro quadrado quando 
tensa, o que pode provocar fortes dores e limitações de movimentos ou mesmo mau 
funcionamento de órgãos, nervos, vasos, etc. 
É comum que os pacientes sobrecarregados com crónicas ou fortes compressões 
miofasciais terem grande agitação mental, irritação, desgaste, cansaço, incómodos, insónias e 
outros pensamentos e emoções desagradáveis. Também é comum ouvi-los dizer quão 
profundamente aliviados eles ficam dos seus pensamentos e emoções depois da terapia lhes 
ter aliviado as compressões e os pontos dolorosos associados. 
 A fáscia é constituída sobretudo por colagénio e elastina o que permite elasticidade e 
resistência contra estiramentos excessivos. 
Quando essa elasticidade se perde, as dores, os desconfortos e outros problemas de 
saúde costumam ser os resultados. 
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Curso de Manipulação Miofascial 
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Sandra Mendes 
 Na parte muscular a fáscia tem um papel primordial uma vez que são os músculos que 
movimentam os ossos e são os músculos que estando tensos (devido a alterações na sua 
fáscia), criam as escolioses, as lordoses, os problemas cervicais, etc., etc. 
É uma terapia para libertar a fáscia muscular e trabalhar todo o sistema sacro craniano 
conseguindo-se assim resultados que se tornam duráveis e permanentes. 
É bem conhecido o efeito do relaxamento que muitas técnicas e terapias têm sobre os 
músculos e sobre as dores, devendo-se isso à libertação das tensões dos tecidos (músculos). 
No entanto, essas tensões voltam mais depressa do que gostaríamos, acabando-se 
por voltar ao mesmo. A razão é simples: elas não alteram a fáscia, ou seja, não alteram a 
estrutura da fáscia e assim os tecidos e o corpo voltam de novo ao padrão que estão 
habituados a ter. O alívio acaba assim por ser temporário e por não se manter. 
 Para que isso não aconteça temos de fazer a desmemorização celular ou melhor a 
desmemorização da fáscia, ou seja, libertar a fáscia das suas tensões e compressões e dastensões e compressões que ela está a exercer sobre o corpo, órgãos, músculos, nervos, vasos 
sanguíneos, etc.. 
As alterações da fáscia criam um padrão nos tecidos que funciona como uma memória 
ou um padrão que não desaparece enquanto não se alterar essa mesma fáscia, ou seja, 
enquanto não se alterar a estrutura elastina - colagénio que a compõem. 
Quando se altera a fáscia, devolvendo a elasticidade e flexibilidade aos tecidos, e se 
retira a pressão dos tecidos, as dores desaparecem, a circulação sanguínea, linfática e nervosa 
melhoram. 
Indicações : 
• Cefaleias e enxaquecas. 
• Sinusite. 
• Zumbidos, tonturas, etc. 
• Traumatismos na cabeça. 
• Problemas da ATM (articulação 
temporo mandibular). 
• Problemas respiratórios (asma, 
bronquite, etc.) 
• Problemas pediátricos. 
• Desordens do défice de atenção 
• Hiperactividade. 
• Dores de costas, lombalgias, etc. 
• Dores cervicais. 
• Escolioses, lordoses, cifoses, etc. 
• Fibromialgia. 
• Desordens do tecido conectivo. 
• Síndroma de Fadiga Crónica. 
• Tendinites. 
• Dores crónicas. 
• Paralisias. 
• Depressão. 
• Depressão pós parto. 
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• Autismo; Paralisias. 
• Dislexia e problemas de 
aprendizagem. 
• Problemas de olhos como estrabismo, 
nistagmus, etc. 
• Dificuldades de coordenação motora. 
• Síndrome pré menstrual. 
• Lesões desportivas recorrentes. 
• Artrite e Artrite Reumatóide. 
• etc. 
 
Tipos de Dor 
A dor é uma sensação de desconforto e que é muitas vezes resultado de algo que não 
está bem com uma zona do corpo. 
As dores podem ter uma origem: 
a) física, 
b) fascial, 
c) somático emocional, 
d) psicossomática, 
e) emocional, 
f) origem na alma 
g) outras origens. 
 
Dor Crónica 
 A dor crónica define-se como dor persistente ou recorrente quando existe por mais de 
três meses. Ela pode dever-se a qualquer uma das causas acima faladas. 
 
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Sandra Mendes 
Dores Físicas 
 As dores de origem física devem-se a alterações existentes no corpo que comprimem 
os receptores nervosos de dor. As alterações físicas comprimem os mecanorreceptores que 
por sua vez enviam ao sistema nervoso a informação de dor e de desconforto. 
Este é o tipo de dor com que todos nós já lidámos por diversas vezes ao longo da 
nossa vida quer essa dor tenha sido resultado de um corte, de uma pancada ou de qualquer 
outro traumatismo ou mesmo de uma cirurgia. 
Este tipo de dor é aquele com que todos estamos familiarizados e é aquele que é 
facilmente compreensível. 
Da mesma forma uma queda ou outro traumatismo provoca também dor. 
O que se passa nestes casos é que os receptores nervosos são comprimidos e 
"disparam" impulsos eléctricos, informando-nos de que existe dor em determinado local. 
Por norma após algum tempo (horas, dias ou semanas) as dores vão diminuindo e 
desaparecendo à medida que o corpo vai recuperando. 
Nos casos em que a dor não desaparece, então estamos perante situações em que o 
corpo se mantém alterado ou a causa da dor não foi resolvida. 
Nestas situações há que corrigir as causas da dor acabando a dor por desaparecer 
sem mais problemas nem complicações. 
 
Dores Fasciais e Miofasciais 
Quando a dor se manteve demasiado tempo ou melhor dizendo, quando as causas se 
mantêm demasiado tempo, muitas das vezes entra-se em alterações fasciais e nas dores 
fasciais, ou como são chamadas muitas das vezes, nas dores miofasciais. 
As dores miofasciais são muito mais difíceis de resolver pois a fáscia encontra-se 
alterada e este é um tecido que é muito mais difícil de corrigir do que os problemas e dores 
musculares. 
A fáscia é um tecido que deveria ser flexível e elástico dentro de determinados valores 
e é um tecido que cria e mantém toda a estrutura do nosso corpo indo da cabeça aos pés. A 
fáscia liga todo o corpo e dessa maneira transmite ao longo do corpo todo e qualquer 
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problema. É muito conhecido o facto de muitas dores se manifestarem bem longe das suas 
origens. 
O facto da fáscia ser contínua e manter todo o corpo interligado, explica a razão dos 
problemas se deslocarem ao longo do corpo ou dos sintomas e das dores muitas vezes 
estarem muito longe das causas que lhe dão origem. 
Dores Somático Emocionais ou Somato Emocionais 
As dores somático emocionais são dores que existem e doem no físico (no corpo) e 
que se sentem no corpo mas que têm uma componente emocional muito forte. Elas são 
memórias celulares de traumatismos físicos e emocionais que se alojaram no corpo aquando 
de algum traumatismo ou problema que a pessoa viveu. 
As dores somático emocionais têm uma componente física e emocional (e por vezes 
também psicológica) e que se manifestam no corpo e nos tecidos. 
Elas normalmente têm uma componente física de dor, uma vez que se formaram 
aquando de um traumatismo físico. 
Elas por norma são formadas aquando de um traumatismo físico em situações em que 
existia uma forte componente emocional (e por vezes psicológica) envolvida. 
No entanto, muitas destas dores somático emocionais podem não ter qualquer 
traumatismo físico associado e terem apenas uma origem emocional e ou psicológica. Ou seja, 
a pessoa pode ter passado por uma situação demasiado forte em termos emocionais e 
somatizou essas emoções em algum lugar do seu corpo. 
Com o tempo ela começa a ter dores nesse local e os tecidos vão alterando e sofrendo 
alterações até essas alterações se tornarem visíveis. 
As emoções contraem o corpo e os nossos órgãos e dessa forma provocam dores sem 
a existência de qualquer traumatismo físico. 
Estas dores somático emocionais são bem reais e provocam dores físicas bem reais 
mas, têm uma forte componente emocional por detrás, componente emocional essa que pode 
alterar por completo a maneira da pessoa ver a vida e de lidar com a vida. 
Para além da dor e das disfunções que este tipo de dor provoca no corpo ou órgão, ela 
também afecta toda a parte emocional e psicológica da pessoa. 
Muitos dos problemas psicológicos que as pessoas apresentam vêm não de problemas 
psicológicos mas sim das somatizações emocionais que se encontram nos tecidos e que 
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alteram por completo a pessoa em termos psicológicos. Ou seja, são as somatizações 
existentes no corpo que provocam alterações emocionais e psicológicas uma vez que estão 
constantemente a enviar essa informação ao sistema nervoso. 
Após a remoção de uma dor somático emocional é muito frequente a pessoa mudar 
bastante em termos emocionais e psicológicos, (para além de eliminar da sua dor física e das 
disfunções corporais associadas). 
Estas dores conseguem confundir qualquer profissional pois as queixas da pessoa são 
bem localizadas e muitas vezes não têm a ver com traumatismos físicos. Para além disto, 
todos os exames e testes que a pessoa faz ou faça não mostram qualquer problema. Da 
mesma forma, todos os tratamentos tradicionais que a pessoa faça não costumam dar 
quaisquer resultados. 
 
Dores Psicossomáticas 
Estas dores como o seu nome diz são dores que apesar de doerem no corpo e deserem bem reais em termos físicos, nada têm a ver com o físico. 
Dói imenso em termos físicos e a dor pode ser ou não localizada mas ela não está lá 
no físico apesar de dar essa sensação. Ou seja, não existe alteração de tecidos, nem existe 
alteração da fáscia, nem existe uma somatização capaz de provocar dor. 
A verdade é que até pode existir algo no físico, mas essa dor não está no físico. A dor 
não existe no corpo. Ou seja a dor não tem uma causa física para a sua existência. 
A dor não existe nos tecidos (não existe nada físico a provocá-la) apesar de ser bem 
sentida e das dores que provoca serem bem reais. 
Ela pode estar relacionada com algum traumatismo físico ocorrido no passado, mas 
agora essa dor não é física mas sim psicossomática. Ou seja esta dor não existe em termos 
físicos mas em termos psicossomáticos (manifesta-se no físico, mas não porque exista um 
problema físico, mas sim porque existe algo a nível psicológico, mental e ou emocional). 
O facto da pessoa ou do local ter sofrido dor no passado, leva a pessoa a acreditar que 
a lesão ainda se mantém e leva os profissionais a acreditarem que o problema ainda se 
mantém. 
Estas dores enganam quer a pessoa/paciente quer os mais diversos profissionais pois 
são bem reais e são bem dolorosas, apesar de não serem físicas. 
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Estas dores são quase sempre constantes ao longo do dia e muitas das vezes 
incapacitam a pessoa por completo para o seu dia a dia. 
Esta é outra das razões das dores crónicas. 
A resolução destas dores psicossomáticas passa por: 
1) Compreender e levar a pessoa/paciente a ver que elas não são físicas. 
Esta é uma tarefa muitas vezes bastante complicada pois a pessoa não acredita que 
algo que dói tenha um origem emocional ou psicológica e continua a teimar que o que tem é 
dor física. Afinal o que dói é o corpo e torna-se difícil alguém acreditar que o seu corpo não tem 
nada. 
Infelizmente enquanto a pessoa não permitir que se faça outro tipo de abordagem, não 
é possível eliminar as suas dores "físicas" (que se manifestam no físico). Esta é uma das 
causas de algumas fibromialgias e dores crónicas "não terem cura". 
Quando a pessoa não admite que as dores possam ser da sua cabeça e ela não aceita 
fazer tratamento à sua parte mental, emocional e psicológica ela não se vai conseguir libertar 
deste tipo de dor. 
Algumas fibromialgias e dores crónicas são psicossomáticas e nada têm a ver com o 
físico. 
2) Fazer um trabalho de procura e libertação das origens emocionais ou psicológicas que estão 
por detrás das dores psicossomáticas. 
Também aqui o problema não é nada fácil pois a pessoa nunca vai ao psicólogo para 
trabalhar uma dor "física". 
3) Muitas das vezes as dores psicossomáticas também têm uma mistura de dores físicas e 
emocionais (sobretudo na sua origem) que estão de tal maneira interligadas que se torna muito 
difícil saber por onde começar e mesmo quando se sabe por onde começar, os resultados 
levam tempo e dão demasiado trabalho. 
As dores psicossomáticas são também muitas vezes encontradas na fibromialgia e em 
dores crónicas e o facto de doerem no físico leva os pacientes a nunca acreditarem que elas 
tenham uma causa emocional nem psicológica e dessa forma torna-se impossível fazer seja o 
que for para as aliviar. 
Esta é a principal razão porque muitas dores crónicas e algumas fibromialgias não se 
conseguem eliminar enquanto a pessoa não aceitar fazer um trabalho emocional e psicológico 
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para se libertar das suas emoções e dos problemas (e de outros componentes) que lhe 
provocaram fortes alterações emocionais e ou psicológicas. 
Chegados aqui, poderíamos pensar que bastava fazer apenas um trabalho a nível 
emocional e psicológico e tudo se resolveria. 
Nada mais errado. A maior parte destes problemas emocionais e psicológicos estão 
muito abaixo do nível de consciência da pessoa e ela não se apercebe de que eles existem 
nem de que eles a afectam. 
A pessoa por mais que olhe para o seu passado nunca consegue encontrar nenhum 
trauma nem nenhum problema emocional e muito menos um que possa ser responsável pelas 
suas dores. (Na verdade pode nem existir nenhum problema no seu passado). 
A maior parte destes problemas emocionais existem a um nível inconsciente e sem 
qualquer percepção da pessoa acerca da sua existência. Da mesma forma podem nem existir 
no seu passado como traumas ou problemas. 
Quando determinada dor se mantém ao longo de anos, apesar das boas abordagens e 
terapêuticas efectuadas, então é bom suspeitar de que pode existir algo "invisível" por detrás 
da dor. 
No entanto, levar a pessoa a olhar sua mente e as suas decisões tomadas a nível 
inconsciente ou que existem no seu inconsciente não é nada fácil uma vez que isso requer 
prática; e muita colaboração da pessoa. 
Este costuma ser o factor mais difícil de ultrapassar uma vez que nunca ninguém nos 
ensinou a fazer esse trabalho. 
Para além disto o problema, a dor e a doença foram a solução encontrada pela pessoa 
e pelo seu inconsciente para lidarem e resolverem determinado problema e ficar sem esse 
problema, dor ou doença é algo que a pessoa inconscientemente nunca quer fazer. 
E como todos sabemos, o nosso inconsciente tem muito mais força do que a nossa 
vontade consciente. 
E esta é a principal razão pela qual muitas pessoas nunca se conseguem libertar de 
fibromialgias, dores crónicas, doenças, problemas, sentimentos, etc. 
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Dores da Alma 
As dores da alma são dores diferentes das dores emocionais. As dores emocionais se 
devem a conflitos internos ou externos que a pessoa vive ou viveu. Estas dores emocionais 
alteram o funcionamento do sistema nervoso, emocional e hormonal com todos os problemas 
que daí acabam por surgir: depressão, ansiedade, stress, obesidade, problemas de saúde, etc. 
As dores emocionais se não resolvidas na hora acabam por serem somatizadas com 
as consequências que daí surgem quer em termos de alterações físicas com os respectivos 
problemas de saúde, quer em alterações mentais/emocionais/hormonais com as respectivas 
consequências. 
Muitas das vezes qualquer terapia que ajude a reduzir o stress pode ser bastante 
benéfica na eliminação das dores emocionais pois a pessoa fica mais capaz de olhar e de 
resolver os seus assuntos, os seus conflitos e as suas dores emocionais. 
Já a dor da alma é algo bem mais profundo e que está fora do nosso controle racional 
e consciente. A dor da alma é algo que se sente mas que não se vê e como tal que não se 
consegue controlar. A dor da alma pode ser dito que é algo que existe no “inconsciente” pois 
sente-se, está lá, mas não se consegue alcançar. 
Para entendermos o que é a dor da alma, temos de entrar em Constelações Familiares 
ou nos conhecimentos de Rupert Sheldrake, ou na física quântica que nos mostra e prova que 
o mundo em que vivemos é apenas uma materialização de algo que existe a nível energético o 
que vem de encontro à célebre equação de Einstein onde ele mostra que a matéria é apenas 
energia condensada. 
As dores da alma, sendo algo bem profundo dentro de nós, requerem uma abordagem 
diferente e bem mais profunda. As dores da alma raramente têm a ver com conflitos 
conhecidos ou vividos pois esses acontecimentosprovocam dores emocionais. As dores da 
alma têm mais a ver com o funcionamento da mente e com o nosso SER mais profundo. O 
nosso EU, ou SER mais profundo, funciona com base no amor profundo que nos leva a dar a 
nossa vida pelo outro ao nosso lado ou a viver a dor e o sofrimento do outro ao nosso lado. 
Este é um funcionamento completamente diferente da nossa mente pois tem mais a ver 
com o funcionamento do nosso EU profundo. 
Para aceder a estas dores que muitas vezes são herdadas ou que existem sem 
qualquer consciência da nossa parte, precisamos de fazer uso de Constelações Familiares ou 
de abordagens que usem os conhecimentos das Constelações Familiares. 
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Lidar com a alma e lidar com o inconsciente profundo é algo que sempre esteve 
envolto em mistérios e que sempre foi alvo de críticas e de muita incompreensão. 
No entanto, em todas as civilizações e culturas sempre se falou e lidou com estes 
assuntos e mesmo na nossa sociedade temos grandes cientistas e profissionais a trabalharem 
nesta área. 
Aceder à alma e ao inconsciente é a única forma de eliminar as dores da alma que nos 
afectam a todos os níveis. 
Como aqueles que trabalham nesta área sabem, lidar com a alma é lidar com a pessoa 
na sua pureza e lidar com o amor profundo que existe dentro de cada um, onde o julgamento é 
posto de parte e se permite que a pessoa e sua alma se possam exprimir e dessa forma deixar 
que suas dores possam se libertar. 
Saber fazer isto requer muitos conhecimentos, muita prática, muita sensibilidade e 
muita experiência pois só dessa forma se conseguem resultados. 
 
 
 
Contra-indicações absolutas 
 
- Aneurismas 
- Fracturas e lesões agudas de tecidos moles (esperar até à completa cicatrização) 
- Feridas abertas 
- Pacientes que fazem terapia corticóide (esperar 2 a 3 meses) 
- Febre 
- Pacientes hemofílicos 
- Tumores malignos 
- Estados inflamatórios dos tecidos moles – fase aguda 
- Doenças infecciosas 
- Osteoporose em estados avançados 
- Deficiências circulatórias agudas – Ex: Síndrome vertebrobasilar 
- Terapia anti-coagulante 
- Diabetes avançada 
- Flebite avançada 
- Osteomielite 
- Hematomas 
- Hipersensibilidade da pele – Ex: Queimadura solar, dermatite 
- Falta de aceitação por parte do paciente. 
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Contra-indicações relativas 
- Aterioesclerose avançada 
- Doenças auto-imunes 
- Espondilite anquilosante na fase aguda 
- Doenças maníaco depressivas 
- Paralisia cerebral em estados severos 
- Trombose 
- Epilepsia 
- Cirurgia plástica (esperar até 6 semanas) 
- Cefaleias e enxaquecas não diagnosticadas 
- HTA 
- Avançada instabilidade da coluna 
- DIU 
- Menstruações fortes 
- Gravidez (não aplicar nos primeiros três meses e nunca sobre o ventre materno no restante 
da gravidez) 
- Atletas de alta competição (3 dias antes das provas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Revisão Anatómica e biomecânica da cintura Lombo-Pélvica 
 
O equilíbrio mecânico da região pélvica não é fácil de manter e também não são fáceis 
de explicar as suas conexões em função do equilíbrio do sistema miofascial. 
Ao analisar os movimentos nesta região do corpo, há que ter em conta que a estabilidade da 
região lombopélvica depende de três níveis articulares de muita importância e uma complexa 
actividade da musculatura que suporta os seus movimentos: a coxo-femural, a sacro-ilíaca, a 
região lombo-pélvico e também o soalho pélvico muitas vezes esquecido. 
 
A fáscia superficial na região pélvica cobre o músculo quadrado lombar. A fáscia do 
psoas esta directamente relacionada com a fáscia ilíaca. As fáscias da parede abdominal 
dividem-se numa fáscia superficial, que controla os músculos oblíquos maiores do abdómen, 
numa parte anterior que se inserem na linha alba. Para baixo, continua até ao púbis através da 
inserção do músculo obliquo maior do abdómen. 
 
A um nível mais profundo se une á fáscia transversal, a que se adere parcialmente o 
músculo abdominal transversal, que passa imediatamente atrás dos rectos abdominais, 
chegando a unir-se á fáscia ilíaca. Na sua parte mais inferior, insere-se no canal inguinal, 
realizando assim uma conexão entre o sistema fascial e o membro inferior. 
 
O sacro está integrado na cintura pélvica através das articulações sacro-ilíacas, como 
uma cunha entre dois ossos, e realizam movimentos antagónicos e invertem-se entre si. 
Diferentes autores classificam esta articulação como sinartrose ou anfiartroses. A articulação 
sacro-ilíaca tem a forma de L, e está rodeada por uma cápsula articular forte e curta, também 
possui um complexo e potente aparelho ligamentar, que fortalece a articulação 
contrabalançando com a mobilidade da mesma, e por outro lado capaz de absorver os 
impactos da marcha. 
 
A principal função das articulações sacro-ilíacas é a de transmitir o peso e as forças desde a 
parte superior do tronco para as extremidades inferiores. 
A teoria clássica refere que existe uns movimentos sobre o eixo axial denominados de nutação 
e contra-nutação (alguns autores referem que este eixo passa por S2, outros opinam que 
passa pelo ponto anterior do promotório do sacro), podemos então concluir que talvez estes 
movimentos não se realizem sobre um eixo fixo, mas sim sobre um eixo que vai alterando 
segundo a idade da pessoa e as particularidades específicas do seu aparato locomotor. 
 
A amplitude dos movimentos mencionados é muito reduzida e pode variar de um 
individuo para o outro. 
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Durante o movimento de nutação, o sacro gira de tal maneira que o promontório desliza 
para baixo e para a frente e o vértice do sacro para trás, no movimento de contra-nutação 
acontece o contrário. 
O grau de nutação aumenta quando a pessoa se encontra em bipedestação, e 
principalmente se se produz uma hiperlordose, a contra-nutação aumenta nas posições sem 
carga, como por exemplo quando a pessoa está deitada. 
 
O movimento do sacro não envolve só os as articulações do sacro-ilíacas como 
também estão afectadas a articulação lombo-sacra e as articulações coxo-femurais. O último 
disco intervertebral adapta-se ao plano da base do sacro inclinando-se para a frente. 
 
As articulações sacro-ilíacas estão rodeadas pelos músculos maiores e mais potentes 
do corpo humano: os erectores do tronco, o psoas, quadrado lombar, o piramidal, abdominais 
oblíquos e os glúteos. Embora nenhum destes músculos actue directamente sobre as 
articulações sacro-ilíacas, capacitam outras articulações para realizarem movimento sobre elas 
como o caso da coluna lombar e coxo-femural, no entanto as mudanças posturais e a alteração 
do peso corporal pode desenrolar uma força capaz de mover as articulações sacro-ilíacas. 
 
Certos investigadores como o caso de Vleeming1992, revelaram que o movimento de 
nutação está controlado pela tensão do ligamento sacrotuberoso e o de contra-nutação pela 
tensão do fascículo largo do ligamento sacro-ilíaco posterior. 
A excessiva laxidez ligamentarou um transtorno miofascial na região sacro-ilíaca 
podem produzir desequilíbrios e desenvolver quadros dolorosos. 
Os principais músculos desta região são o psoas, o piramidal e o glúteo maior. Quando 
existem restrições miofasciais, estas alteram o equilíbrio funcional. 
Desde o ponto de vista da eficácia do sistema miofascial, considera-se que o musculo 
psoas é uma pedra fundamental no equilíbrio do corpo bem organizado. Ele que une 
directamente a caixa torácica com a coxa, fixa-se bilateralmente sobre ambos os lados das 
vértebras lombares. Através das fáscias, as inserções inferiores do trapézio e do diafragma, 
como é o caso dos pilares do diafragma, o psoas também pode influir na qualidade do ritmo 
respiratório. Por outro lado, o plexo lombar é um complexo que se move dentro e ao redor do 
psoas. 
Ao estudar a dinâmica do sistema fascial do corpo, não é exagerado denominar o 
psoas como o eixo funcional do corpo, não esquecendo a íntima relação fascial que possui 
com todas as vísceras pélvicas e lombares. 
O psoas e os músculos rectos do abdómen devem trabalhar em perfeita coordenação, 
o seu equilíbrio é básico para a marcha assim como para a perfeita posição bípede. 
O psoas actua ainda como uma espécie de bomba que estimula a circulação dos 
líquidos, processo que se realiza geralmente durante a marcha com cada passo que damos. 
 
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Acção cruzada da fáscia toraco-lombar 
 
Certos investigadores consideraram que a acção da fáscia toraco-lombar representa 
um factor indispensável ao correcto funcionamento das articulações sacro-ilíacas. Esta fáscia 
facilita assim uma conexão funcional entre o músculo grande dorsal de um lado e o músculo 
glúteo maior do lado contrário. O músculo grande dorsal não exerce uma acção directa sobre a 
coluna lombar como por exemplo o movimento de flexão do tronco. 
 
Disfunções Miofasciais 
 
Não é nada fácil estabelecer os parâmetros da “normalidade funcional” e muito mais 
difícil faze-lo tendo em conta que o corpo é um sistema integral. A estrutura corporal tem uma 
natureza circular, através da qual todos os segmentos corporais se relacionam entre si. Por 
esta razão a análise de qualquer um dos segmentos separados é quase inútil. Como por 
exemplo se a cabeça está desviada do eixo corporal, automaticamente outros elementos se 
desviam como processo de compensação ficando fora da sua posição funcional fisiologia. 
Estes desvios em “rotação” formam espirais de compensação que envolvem os planos fasciais. 
O mecanismo homeostático do sistema fascial realizará um trabalho complexo implicando 
todos os elementos necessários para manter a integridade funcional do corpo e facilitar assim 
um melhor desenvolvimento da estrutura corporal. O corpo que aparentemente funciona 
correctamente, apoiando-se nas compensações criadas pelo sistema fascial pode considerar-
se um corpo são? 
 
 
Definição da disfunção miofascial 
 
A expressão disfunção não é um termo novo e foi utilizado por numerosos grupos de 
especialistas para definir diferentes estados de patologia do aparelho locomotor. Mennell 
utilizou a palavra disfunção para descrever a perda de um movimento normal de algo “que não 
funciona correctamente”. 
Geralmente este estado e um lógico processo de limitações do movimento adaptadas a 
um deficiente comportamento postural. Com o tempo e o repetido stress mecânico o tecido 
sofre uma acumulação de pequenos mas recorrentes traumatismos. Estes traumatismos, assim 
como também os traumatismos graves, no seu processo natural de reparação do tecido, 
produzem aderências que gradualmente reduzem a elasticidade do tecido, convertendo-se 
numa dolorosa e limitante cicatriz. Ao realizar-se o movimento este tecido será posto em 
tenção antes de chegar ao extremo do movimento fisiológico o que produz dor. 
 
 
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Restrição (limitação funcional) miofascial 
 
O traumatismo assim como também o aumento de stress mecânico, estimula a 
secreção das fibras de colagénio do tecido afectado, ao mesmo tempo, produz-se a diminuição 
do volume da substância fundamental, tornando o tecido conectivo mais sólido e menos fluído. 
O endurecimento do tecido conectivo altera a livre circulação dos fluído; em consequência 
torna totalmente ou parcialmente bloqueada a entrada de nutrientes. As capacidades do tecido 
conectivo em respeito à sua elasticidade, plasticidade e visco-elasticidade ficam reduzidas. 
 
 
 Técnicas Miofasciais para a região lombopélvica 
 
- Plano transverso 
 
Objectivo: libertar restrições na região pélvica, primeiro esperar 90 a 120 segundos para obter 
a primeira libertação, e logo seguir a direcção do movimento que indica o corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Descompressão lombossacra 
 
Técnica: a mão estabilizadora do terapeuta é colocada debaixo das vértebras lombares, cm a 
mão inferior é executada uma tracção muito suave em direcção aos pés do paciente. A 
aplicação total da técnica demora cerca de 5 minutos até se conseguir a libertação da fáscia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Indução da fáscia do psoas 
 
Objectivo: esta técnica é utilizada para eliminar as restrições do psoas associadas a quadros 
dolorosos, e a restrições do movimento da coluna lombar. A pressão é efectuada com os dedos 
na posição vertical, a uma distância de aproximadamente 3 cm, lateralmente ao umbigo e 
directamente sobre o psoas. O paciente mantém os joelhos flectidos. 
 
 
 
 
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- Indução da fáscia do quadrado lombar 
 
Objectivo: esta técnica tem como objectivo preparar o psoas para técnicas mais profundas; 
 
Técnica: esta técnica realiza-se com o bordo cubital do antebraço colocado na metade do 
espaço formado entre a última costela e a crista ilíaca, executa-se uma pressão moderada 
sobre a massa muscular em direcção à marquesa, que deve durar entre 3 a 5 minutos. De 
seguida pode fazer-se um movimento de flexão/extensão do ombro, movendo o antebraço de 
forma transversa em respeito ao corpo do paciente. O antebraço não deve deslizar na pele 
mas sim mover-se junto dela. 
 
 
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- Alongamento do quadrado lombar 
 
Objectivo: produzir um estiramento do quadrado lombar e dos erectores da coluna lombar, 
assim como a descompressão das raízes da coluna lombar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Mãos cruzadas 
 
Objectivo: produzir uma libertação profunda da fáscia do quadrado lombar, é uma técnica longa 
onde se espera a libertação miofascial do quadrado lombar.- Indução da fáscia do quadrado lombar II 
 
Objectivo: libertar a fáscia da região lombar 
Técnica: 1ª fase 
 O terapeuta coloca o seu cotovelo do braço craniano na região lombar, lateralmente à 
linha das apófises espinhosas do lado a tratar, com a mão caudal, empurra o ilíaco e a massa 
glútea em direcção craniana. Esta manobra permite encurtar o quadrado lombar e permite um 
acesso mais fácil á sua fáscia. Deve manter-se esta posição cerca de 120 segundos. 
 
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Técnica: fase 2 
 
O paciente roda o corpo de forma a que fique virado para os pés do paciente, posteriormente o 
cotovelo da caudal realiza uma tracção em direcção caudal, deve esperar-se até que se 
produza a libertação fascial.extremidade cranial exerce uma pressão firme até á massa do 
quadrado lombar, ao mesmo tempo que com a mão inferior leva ao estiramento caudal do 
membro inferior 
 
 
 
 
 
 
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- Indução dos isquiotibiais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Tratamento longitudinal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Mãos cruzadas na fáscia toracolombar 
 
 
 
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TEXTO DE APOIO 
 
 
CURSO DE MANIPULAÇÃO MIOFASCIAL 
 II Parte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCENTE: 
Sandra Mendes 
 
IMT 2015 www.imt.pt
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2 
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Manipulação Miofascial 
 
Restrições Miofascias dos Membros Inferiores 
 Função principal dos membros inferiores é o suporte corporal durante a marcha. Cada 
alteração estrutural ou funcional num dos segmentos leva a diversas compensações, e com o 
tempo e o uso prolongado, provocam compensações no sistema fascial. 
 O objectivo das técnicas de tratamento é de equilibrar a fáscia a este nível. O 
tratamento nesta região é imprescindível, visto que, a maior parte das restrições miofasciais 
que ocorrem na região lombo-pélvica, coluna dorsal e cervical, se produzem em consequência 
das alterações miofasciais dos membros inferiores. Como tal, quando o tratamento é aplicado 
apenas para as restrições locais, em zonas onde se apresentam os sintomas, geralmente o 
alívio será temporal. Durante a avaliação de um problema postural, dor muscular ou miofascial 
na coluna vertebral, deve-se avaliar também os membros inferiores, pois existe uma grande 
relação biomecânica entre estas diversas estruturas. 
 
 
● Fisiopatologia das Restrições na Fáscia Plantar 
 
 Anatomicamente, a fáscia plantar tem origem na tuberosidade do calcâneo e se 
estende em direcção distal, cobrindo a musculatura intrínseca do pé. As expansões da 
aponeurose plantar se estendem e inserem-se nos dedos do pé. 
 
Figura 1 
 
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Figura 2 
 
 A fáscia plantar apresenta dois planos, um superficial, e outro profundo. A fáscia 
superficial divide-se em três partes: interna, intermédia e externa, formando desta forma, uma 
aponeurose plantar extremamente forte e desenvolvida. 
 Juntamente com os músculos extrínsecos e intrínsecos da planta do pé, a fáscia 
plantar tem como função, controlar os arcos da bóveda plantar e manter a sua integridade, 
sobretudo o arco interno. Outra função, é estabilizar o pé na última fase de cada passo durante 
a marcha. É de destacar a importância do equilíbrio funcional entre os músculos tibial posterior 
e longo peronial, que estabilizam o pé formando um ângulo recto em relação com a tíbia. O 
longo peronial também é responsável por fixar o bordo interno do arco do pé, através do 
controle da posição do 1º metatarso. A estabilização do arco interno do pé também é dada pelo 
sistema ligamentar e este reforçado pelo músculo tibial anterior. 
 
Figura 3 
 
 A fáscia plantar suporta diversos estiramentos, sobretudo quando existem 
deformidades, tais como, alterações dinâmicas do arco transversal nos problemas associados 
a metatarsalgias. Normalmente as forças de estiramento se concentram, na inserção da fáscia 
a nível do calcâneo, mas também se podem estender ao longo de toda a expansão da fáscia 
plantar. Estas restrições levam a grandes alterações patológicas durante a marcha em todos os 
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tipos de terrenos, sendo que após o repouso nocturno essas alterações são mais evidentes e a 
marcha torna-se mais difícil para o paciente. 
 As técnicas de indução miofascial, têm como objectivo, aumentar a mobilidade e 
melhorar a função da bóveda plantar. 
 Na avaliação deve-se efectuar o diagnóstico diferencial entre os problemas miofasciais 
e os problemas de disfunção osteoarticular. As limitações presentes na elasticidade da fáscia 
plantar manifestam-se por um deficiente mecanismo funcional dos isquiotibiais, alterações na 
curvatura lombar (lordose), e numa posição de hiperextensão das vértebras cervicais 
superiores. 
 
● Fisiopatologia das Restrições na Perna 
 As lâminas profundas do sistema fascial dividem os músculos da perna, formando, 
juntamente com a tíbia e o perónio, quatro compartimentos: 
 - Anterior: contém os músculos tibial anterior e os extensores dos dedos; 
 - Interno: rodeia o tibial posterior, flexor longo do hállux e flexor longo dos dedos; 
 - Externo: contém o curto e longo peronial 
 - Posterior: controla os gémeos, solear e o músculo plantar. 
 
 
Figura 4 
 
 
Restrições do compartimento anterior: 
- Produzem-se frequentemente em desportistas amadores, não estando preparados para 
esforços intensos. 
- Dor pode ser extremamente intensa, que por vezes incapacita totalmente o indivíduo para a 
prática desportiva. 
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- Restrições a este nível diminuem a amplitude de movimento da dorsiflexão do pé, o que 
afecta a fluidez da marcha, tornando-se dolorosa. 
- Poderá provocar uma estabilização lateral precária do tornozelo. 
 
Restrições do compartimento interno: 
- Relacionadas a actividades desportivas de corrida, sobretudo em superfícies rígidas. 
- Dor surge no bordo interno da tíbia. 
- Geralmente afecta a origem do tibial posterior 
- Em consequência a um repetido e prolongado stress mecânico, poderá causar em situações 
extremas, por tracção, uma fractura na tíbia. 
- A restrição miofascial mantida no tempo, dificulta a marcha, provoca cãibras e doresnocturnas. 
 
Restrições do compartimento externo: 
- Pouco frequentes. 
- Normalmente aparecem algumas horas após a execução de exercícios intensos. 
 
Restrições do compartimento posterior: 
- Pode ser afectado pelo uso excessivo. 
- A dor provocada pelas restrições pode irradiar para a planta do pé. 
- Podem-se acrescentar às patologias deste compartimento as rupturas que ocorrem com 
frequência nos gémeos, que podem variar de uma leve dor até importantes dificuldades para 
efectuar a marcha. 
- A limitação funcional mantida no tempo, ou recidivas das rupturas, afectam o correcto 
funcionamento do tendão de Aquiles, podendo produzir uma lesão grave e inclusive uma 
ruptura total. 
- A fáscia plantar é um prolongamento funcional do tendão de Aquiles, e como tal, ao avaliar 
uma estrutura deve-se imperativamente avaliar a outra, e se necessário tratar as duas. 
 
 
Figura 5 
 
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● Fisiopatologia das Restrições no Joelho 
 A articulação deve cumprir com duas funções primordiais que parecem contraditórias, 
ou seja, a estabilidade e a mobilidade. Estruturalmente, esta tarefa complexa é conseguida 
através de três unidades: compartimentos tibiofemural interno e externo, e articulação 
patelofemural. Estas três unidades devem funcionar em perfeito equilíbrio, adaptando-se 
constantemente às necessidades dos complexos articulares inferiores (pé e tornozelo), e 
superiores (articulação coxo-femural, sacroilíaca, lombosacra e lombar). 
 
 
Figura 6 
 
A articulação que se encontra mais susceptível a qualquer alteração na restrição fascial 
é a femuropatelar. Ao longo da amplitude de movimento de flexão e extensão, a patela move-
se dentro do sulco, praticamente com cada alteração da contracção do quadricípede, que 
controla a sua estabilidade e o seu trajecto longitudinal. Deve existir um alinhamento adequado 
da patela no plano frontal, determinada pelo ângulo Q. Um aumento da pressão dentro da 
articulação e dor patelofemural, podem ser provocadas por alterações do comportamento da 
patela, e consequentemente levar à condromalácia. 
 
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Figura 7 
 
 Será importante referir também, a inserção meniscorotuliana do tendão quadricípede, o 
que coloca em manifesto, um amplo controlo da eficácia mecânica deste grupo muscular 
complexo na maioria das actividades da patela. 
 Na região anterior da patela, a lâmina fascial é extremamente fina, e insere-se na 
tuberosidade anterior da tíbia e na cabeça do perónio, contactando na face lateral com a banda 
iliotibial. 
 Os tratamentos de indução miofascial nesta região são de capital importância e 
promovem um eficiente funcionamento do quadricípede, controlado pelo deslocamento do 
sistema fascial livre e equilibrado. 
 A fáscia da coxa rodeia esta estrutura como se fosse uma malha, em que na região 
lateral é mais espessa, formando a banda iliotibial, formando um engrossamento da 
aponeurose femural, que se deve à sua específica função anatómica na mecânica da 
articulação do joelho, contribuindo para a sua estabilidade. A banda iliotibial possui outra 
função específica na estabilização lateral da pélvis durante a marcha e apoio unipodal, 
coordenando as funções da musculatura da região. 
 
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Figura 8 
 
 
 
● Fisiopatologia das Restrições Posteriores do Joelho 
 Na região da fossa poplítea existe uma interconexão entre os tendões dos isquiotibiais 
e gémeos, obrigando a um entrecruzamento entre estes, sendo que o seu comportamento 
altera na flexão e extensão do joelho. Na flexão os gémeos separam-se dos isquiotibiais, e na 
extensão aproximam-se formando uma unidade funcional. Desta forma, na flexão os músculos 
da parte posterior da fossa poplítea trabalham separadamente e na extensão em conjunto 
promovendo a estabilidade. Esta é uma das conexões que permite as funções antagónicas da 
articulação do joelho, ou seja, movimento eficiente e com máxima estabilidade. 
 Na fossa poplítea o sistema fascial é extremamente forte e densa no centro e fina e 
elástica lateralmente, na região tendinosa. A lâmina profunda da fáscia é protegida pelo 
sistema nervoso e vascular do membro inferior. 
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Figura 9 
 
 
 
Figura 10 
 
 
Figura 11 
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Técnicas Miofasciais para os Membros Inferiores 
 
 
● Indução miofascial para restrições transversais da fáscia plantar 
 
- Objectivo: libertar restrições da fáscia plantar deste o ponto de origem e ao longo de 
toda a extensão transversal. 
 
 - Execução da técnica: estabiliza-se o pé do paciente com ambas as mãos por debaixo 
da inserção da fáscia na região do calcâneo. Contacta-se com os polegares a nível da planta 
do pé na zona da restrição, e as interfalângicas proximais dos dedos indicadores devem estar 
flectidas e apoiadas sobre o dorso do pé. Para executar a técnica, separa-se as mãos, 
exercendo uma tracção para fora. Mantém-se a pressão exercida e vai-se eliminado as 
restrições em todos os planos do espaço. A técnica é efectuada entre 5 a 10 minutos. 
 
 
 
 
● Indução miofascial para restrições longitudinais da fáscia plantar 
 
- Objectivo: libertar restrições da fáscia plantar ao longo de toda a extensão 
longitudinal. 
 
 - Execução da técnica: o terapeuta suporta o calcâneo com uma das mãos e com a 
outra mão estabiliza a nível dos metatarsos. Contacta-se com os polegares na planta do pé, no 
bordo interno. Em seguida, efectua-se uma tracção, afastando os polegares, promovendo um 
alongamento da fáscia no sentido longitudinal. Durante a execução da técnica deve-se 
controlar o grau de flexão e extensão do hállux, pois permite ajustar o grau de tensão sobre a 
fáscia plantar de uma forma mais completa. Mantém-se a pressão exercida e vai-se eliminado 
as restrições em todos os planos do espaço. A técnica é efectuada entre 5 a 10 minutos. 
 
 
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● Indução miofascial da fáscia do tricípe sural 
 
- Objectivo: libertar restrições da fáscia no compartimento posterior, permitindo um 
aumento da flexibilidade e aumento da amplitude de movimento da dorsiflexão. Esta amplitude 
encontra-se frequentemente restringida por um uso inadequado, ou por uma posição sentada 
prolongada. Esta técnica é constituída por três fases. 
 
 - Execução da técnica: 
 1ª fase: coloca-se a mão caudal sobre a massa muscular do tricípe sural, 
próximo ao tendão de Aquiles e a mão cranial sobre o tricípe na região da restrição. A mão 
caudal estabiliza o músculo, e com a mão cranial efectua-se um movimento de deslizamento 
transverso. Efectua-seum movimento de deslizamento transverso 10 a 15 vezes. 
 
 
 
 
 
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 2ª fase: o terapeuta fixa o tricípe sural com ambas as mãos, e coloca-se o 
polegares na região da restrição. Efectuam-se movimentos de deslizamento transverso 
aumentando progressivamente a pressão, segundo a tolerância do paciente. Efectua-se um 
movimento de deslizamento transverso 10 a 15 vezes. 
 
 
 
 
 3ª fase: coloca-se o joelho do paciente em flexão a 90º, e o terapeuta senta-se 
sobre a marquesa do lado a tratar. Com a polpa dos dedos de ambas as mãos, efectua-se uma 
pressão no espaço entre os gémeos de dentro para fora. A pressão é mantida durante 5 
minutos, e vai-se efectuando movimentos de estiramento de pequena amplitude no sentido da 
libertação. 
 
 
 
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● Técnica de mãos cruzadas para o compartimento anterior da perna 
 
- Objectivo: libertar restrições da fáscia no compartimento anterior. 
 
 - Execução da técnica: coloca-se uma das mãos na região infrapatelar e a outra sobre 
o terço inferior da perna. Efectua-se um pouco de compressão e tracção. A pressão é mantida 
durante 5 minutos, e vai-se efectuando a técnica no sentido da libertação. 
 
 
 
 
 
 
● Indução miofascial do quadricípede 
 
- Objectivo: libertar restrições do quadricípede, aumentando o espaço necessário para 
uma contracção mais efectiva. Qualquer restrição a este nível provoca alterações na eficácia 
mecânica da articulação do joelho. Esta técnica é constituída por três fases. As duas primeiras 
fases são para eliminar restrições superficiais e a última é dirigida para as restrições mais 
profundas. 
 
- Execução da técnica: 
 1ª fase: coloca-se a mão caudal acima do joelho, sobre o ventre muscular do 
quadricípede e a mão cefálica sobre a região da restrição. A mão caudal estabiliza, enquanto a 
mão cefálica efectua movimentos de deslizamento transversal de pequena amplitude sobre a 
massa muscular. Efectua-se um movimento de deslizamento transverso 10 a 15 vezes. 
 
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 2ª fase: para restrições no sentido longitudinal, efectua-se um movimento com 
a polpa dos dedos no sentido caudo-cefálico. Aumenta-se progressivamente a pressão, 
consoante a tolerância do paciente. Efectua-se um movimento de deslizamento longitudinal 10 
a 15 vezes. 
 
 
 
 
 
 3ª fase: coloca-se as mãos cruzadas sobre o quadricípede, com a mão cefálica 
na região supra-patelar e a caudal no terço superior da massa muscular. A técnica é executada 
seguindo sempre os mesmos princípios de uma técnica de mãos cruzadas. 
 
 
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● Indução miofascial do quadricípede – Outra variante 
 
- Objectivo: libertar restrições do quadricípede. Alterações a nível da estabilização do 
tornozelo, problemas do compartimento anterior da perna e muitos dos problemas femuro-
rotulianos, ao longo do tempo podem-se converter em condromalácia, que se relaciona com o 
desequilíbrio da fáscia do quadricípede. Esta é uma técnica de longa duração e é constituída 
por 4 fases. 
 
- Execução da técnica: 
 1ª fase: coloca-se ambas as mãos sobre o quadricípede, de forma a que a mão 
cranial contacte com o terço superior da massa muscular e a mão caudal sobre o terço inferior. 
Em seguida, dá-se um pouco de compressão, e efectua-se um deslizamento para fora da 
massa muscular, sem permitir o movimento de rotação externa do membro inferior. A posição é 
mantida durante 90 a 120 segundos. No final volta-se à posição neutra. 
 
 
 
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 2ª fase: mantendo a posição das mãos, aplica-se o mesmo procedimento que 
da 1ª fase, mas efectuando um deslizamento da massa muscular para dentro, ou seja, no 
sentido oposto. 
 
 
 
 3ª fase: coloca-se as mãos cruzadas sobre o quadricípede, com a mão cefálica 
na região supra-patelar e a caudal no terço inferior da massa muscular. A técnica é executada 
seguindo sempre os mesmos princípios de uma técnica de mãos cruzadas. Efectua-se a 
libertação tridimensional durante 5 minutos. 
 
 
 
 
 
 4ª fase: esta fase é dirigida à libertação infra-rotuliana. Coloca-se a mão cranial 
sobre o tendão rotuliano, exercendo pressão no sentido cefálico. A mão caudal é colocada na 
fossa poplítea, e será exercida uma tracção no sentido caudal. A pressão é mantida durante 5 
minutos. 
 
 
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 5ª fase: na presença de uma dor intensa na região infra-rotuliana, pode-se 
alterar os contactos e colocar uma mão na região poplítea e outra por cima do bordo superior 
da rótula, a nível do terço inferior do quadricípede. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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● Indução miofascial para o tensor da fáscia lata 
 
- Objectivo: libertar restrições do tensor da fáscia lata. As restrições miofasciais a este 
nível, provocam dor que pode impossibilitar a marcha rápida, e não permite que o paciente 
assuma a posição de decúbito lateral sobre o lado que se encontra afectado. Esta técnica é 
constituída por 3 fases. 
 
- Execução da técnica: 
 1ª fase: coloca-se ambas as mãos sobre o TFL. Com os polegares é exercida 
uma pressão em direcção ao quadricípede. A pressão é mantida durante 5 minutos. 
 
 
 
 
 2ª fase: para eliminar as restrições miofasciais superficiais, utiliza-se uma 
técnica de deslizamento longitudinal. A mão cranial estabiliza a articulação coxo-femural, e com 
a mão caudal efectuam-se 3 traços longitudinais lentos e profundos ao longo do TFL em 
direcção caudal (não se devem sobrepor os traços). 
 
 
 
 
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 3ª fase: para eliminar as restrições miofasciais profundas, utiliza-se uma 
técnica de mãos cruzadas, respeitando sempre os mesmos princípios. Coloca-se a mão caudal 
a nível da coxo-femural e a mão cranial sobre o terço médio do TFL. Efectua-se a libertação 
tridimensional durante 5 minutos. 
 
 
 
 
 
 
● Indução miofascial para os isquiotibiais 
 
- Objectivo: libertar restrições dos isquiotibiais, permitindo uma aumento de 
flexibilidade. Esta técnica é constituída por 4 fases. 
 
- Execução da técnica: 
 1ª fase: apoia-se o membro inferior do paciente do lado afectado

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