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EXERCÍCIO 1 Se se perfurar o grande epíplon com um alfinete, quantas camadas de epitélio pavimentoso simples atravessará o alfinete? Um alfinete que perfure o grande epíplon atravessa quatro camadas de epitélio pavimentoso simples. O grande epíplon é um mesentério pregueado, sendo cada prega constituída por duas camadas de epitélio pavimentoso seroso. EXERCÍCIO 2 Explique o significado funcional das diferenças entre os tipos de tecido epitelial nas três regiões da faringe. O epitélio pavimentoso estratificado da orofaringe e da laringofaringe protege-as da abrasão dos alimentos aquando da deglutição. O epitélio ciliado pseudoestratificado da nasofaringe favorece o movimento do muco, produzido na cavidade nasal e na nasofaringe, para a orofaringe e para o esófago. Não desempenha funções de protecção da nasofaringe contra a abrasão dado que os alimentos normalmente não entram nesta cavidade. EXERCÍCIO 3 Por que é que o encerramento da abertura entre a orofaringe e a nasofaringe durante a deglutição é importante? O que pode acontecer se uma pessoa se começar a rir descontroladamente enquanto tenta engolir um líquido? A nasofaringe deve estar encerrada durante a deglutição para impedir o refluxo dos alimentos para o seu interior ou para a cavidade nasal. Uma vontade incontrolável de rir pode relaxar o palato mole, abrir a nasofaringe e provocar a entrada de líquido na cavidade nasal. EXERCÍCIO 4 O que é que acontece quando se tenta engolir e falar ao mesmo tempo? Normalmente, se alguém tentar deglutir e falar em simultâneo a epiglote eleva-se, os músculos laríngeos que encerram a abertura da laringe ficam extremamente relaxados e os alimentos, sólidos ou líquidos, podem entrar para a laringe, provocando a sufocação. EXERCÍCIO 5 Explique por que motivo pode ocorrer um pequeno aumento do pH sanguíneo após uma refeição pesada. Ao pH elevado do sangue, especialmente nas veias que transportam sangue do estômago, é chamado “vaga alcalina pós-prandial”. Após uma refeição pesada o pH sanguíneo pode aumentar, porque à medida que os iões bicarbonato passam das células do estômago para o líquido extracelular o pH deste aumenta. À medida que se dão as trocas iónicas entre o líquido extracelular e o sangue, o pH sanguíneo também aumenta. EXERCÍCIO 6 Explique porque é que a produção de secretina, em resposta à acidez do quimo, e a sua estimulação da secreção de iões bicarbonato, constitui um mecanismo de bicarbonato, constitui um mecanismo de feedback negativo. A produção de secretina e a sua estimulação da secreção de iões bicarbonato constitui um mecanismo de feedback negativo pois, à medida que o pH do quimo no duodeno diminui, devido à presença de ácido, a secretina provoca um aumento da secreção de iões bicarbonato que vai aumentar o pH, restituindo o equilíbrio dos valores do pH duodenal. EXERCÍCIO 7 Preveja os efeitos de uma diarreia prolongada. O principal efeito de diarreia prolongada verifica-se no sistema cardiovascular e os seus efeitos são semelhantes aos de uma hemorragia maciça. A hipovolémia continua a aumentar. A tensão arterial diminui, estabelecendo-se um ciclo de feedback positivo e, caso não exista intervenção clínica, pode conduzir a uma falência cardíaca. 1. Os doentes anestesiados por vezes vomitam. Sabendo que os anestésicos eliminam o reflexo da deglutição, explique a razão pela qual é perigoso um doente anestesiado vomitar. Com a perda do reflexo da deglutição, as cordas vocais não vão ocluir a glote. Assim, o conteúdo do vómito pode entrar na laringe e obstruir as vias respiratórias inferiores 2. A acloridria é uma situação em que o estômago deixa de produzir ácido clorídrico e outras secreções. Qual é o efeito desta situação no processo digestivo? E no número de eritrócitos? Quando não existe uma quantidade de ácido clorídrico adequada, o pH gástrico não é suficientemente baixo para activar a pepsina. Deste modo, a ausência da função da pepsina determina uma digestão deficiente das proteínas. Contudo, se os alimentos forem bem mastigados, as enzimas proteolíticas existentes no intestino delgado (p. ex., tripsina, quimotripsina) conseguem digerir as proteínas. Se a secreção gástrica de factor intrínseco diminuir, a absorção de vitamina B12 fica comprometida. A existência de quantidades reduzidas de vitamina B12 pode determinar a redução da produção de eritrócitos (anemia perniciosa). 3. Durante a semana dos exames finais, Vítor Apoquentado sentiu a dor de uma úlcera duodenal. Descreva as possíveis razões para tal. Explique que hábitos poderão explicar o aparecimento da úlcera e recomende um tratamento razoável. Embora, em última análise, as úlceras gástricas sejam, aparentemente, provocadas por bactérias, a hiperprodução de ácido clorídrico devida ao stresse pode constituir um factor contributivo. Recomenda-se a redução da produção de ácido clorídrico. Para além do recurso à antibioterapia, são também recomendadas medidas como o relaxamento, medicamentos que reduzam a secreção gástrica ácida e antiácidos para neutralizar a acidez gástrica. São também recomendadas refeições fraccionadas, uma vez que a distensão do estômago estimula a produção de ácido. É importante a instituição de medidas dietéticas, como sejam o aconselhamento para evitar a ingestão de álcool, alimentos com cafeína e muito ricos em proteínas, uma vez que estes alimentos estimulam a produção de valências ácidas. Recomenda- se a ingestão de ácidos gordos, uma vez que estes inibem a produção de ácidos, ao determinar a libertação de polipéptido inibidor gástrico e de colecistoquinina. O stresse também estimula o sistema nervoso simpático, o qual inibe a secreção das glândulas duodenais. Assim, a camada de muco que reveste o duodeno é menos espessa e este fica mais susceptível à acção dos ácidos gástricos e das enzimas. O relaxamento após as refeições diminui a actividade simpática e aumenta a actividade parassimpática. 4. Os cálculos biliares muitas vezes obstruem o canal colédoco. Quais são as consequências desta obstrução? A ausência de bílis devida à obstrução do canal hepático comum pode conduzir à instalação de icterícia (devido à acumulação de pigmentos biliares no sangue) e a fezes descoradas – acólicas – (devido à ausência de pigmentos biliares nas fezes). A obstrução do canal hepático comum determina dor abdominal, náuseas e vómitos. A absorção das gorduras fica comprometida devido à ausência de sais biliares no duodeno e as fezes irão ser moles e volumosas. A diminuição da absorção das gorduras vai reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis, como a vitamina K, o que vai perturbar a coagulação. 5. Um doente tem uma lesão medular a nível da L2. De que forma é que esta lesão afetará a sua capacidade de defecar? Quais os componentes da defecação que se mantêm e quais os que se perdem? A pessoa vai manter a capacidade para defecar. Após as refeições, os reflexos gastrocólico e duodenocólico podem iniciar movimentos de massa e propulsionar as fezes para o recto. No recto, os reflexos locais e o reflexo da defecação (integrado na porção sagrada da medula espinhal e não necessitando de comunicação com os centros superiores do sistema nervoso central) provocam a defecação. A percepção da necessidade de defecar está perdida (devido à ausência de afluxo sensorial ao cérebro) bem como a capacidade para evitar voluntariamente a defecação por intermédio do esfíncter anal externo. 6. Os intestinos (cólon) podem ficar ocasionalmente ocluídos. Conhecendo as funções do cólon e os fatores que determinam o movimento do seu conteúdo, preveja o efeito da oclusão no conteúdo do cólon a montante do ponto de obstrução. A acumulação de conteúdo intestinal a montante da obstrução e a acção das bactérias sobre este vão determinar um aumento local da pressão osmótica. A água vai-se deslocar, por osmose, para o cólon, a montantedo local da obstrução. A oclusão intestinal constitui uma situação muito grave e tem de ser tratada rapidamente. O aumento de volume e a distensão do tubo digestivo acima do local da obstrução vai comprimir a mucosa. Esta compressão pode ocluir os vasos sanguíneos da mucosa e originar a sua necrose. A necrose da mucosa vai aumentar a sua permeabilidade, permitindo que microrganismos tóxicos e outras substâncias existentes no tubo digestivo entrem em circulação, conduzindo ao estabelecimento de um choque séptico.
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