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Fisiologia do Trato gastrointestinal Síndrome de Dumping e obstipação intestinal. A síndrome de dumping pode ser consequência da realização de operações bariátricas; sua prevalência pode chegar a até 50% em gastrectomias parciais. Ela caracteriza-se por um conjunto de sintomas vasomotores e gastrointestinais, associados ao esvaziamento gástrico rápido ou à exposição súbita do intestino delgado aos nutrientes. Ocorre após gastrectomias parciais ou completas, tornando-se assim complicação significativa que ocorre por causa da realização de alguns tipos de procedimentos bariátricos envolvendo gastrectomia, mas também pode ocasionar-se como consequência de danos no nervo vago. A presença súbita do conteúdo gástrico na porção proximal do intestino delgado tem como resposta fisiológica a liberação de bradicinina, serotonina e enteroglucagon, juntamente com líquido extracelular, levando aos sintomas iniciais (necessidade de deitar, palpitação, hipotensão arterial, taquicardia, fadiga, tontura, sudorese, dor de cabeça, rubor, calor, sensação de saciedade, dor epigástrica, diarreia, náusea, vômito, cólica, inchaço em menos de 30 min, e dentro de 90 min a 3 h, aos sintomas tardios (transpiração, tremor, dificuldade em concentrar-se, perda de consciência e fome) devido à alta secreção de insulina provocando a hipoglicemia. Ela ocorre com mais frequência após técnicas combinadas, podendo apresentar sintomas gastrointestinais e autonômicos, manifestando-se precoce ou tardiamente. Sintomas vasomotores tardios estão relacionados ao aumento dos níveis de insulina, seguidos por hipoglicemia reativa, embora outros hormônios, como glucagon, possam estar envolvidos. Obstipação intestinal: Poderão existir várias causas, possivelmente simultâneas, responsáveis pela obstipação, incluindo a ingestão inadequada de líquidos e fibras, um estilo de vida sedentário e alterações ambientais. A obstipação poderá ser agravada pela gravidez, viagens ou alterações na dieta. Em algumas pessoas poderá ser o resultado de, repetidamente, ignorarem a vontade para defecar. Outras causas mais graves incluem lesões no intestino grosso. Mais raramente, a obstipação poderá ser um sintoma de esclerodermia, lúpus, ou ser consequência de doenças do sistema nervoso ou endócrino, como as doenças da tiróide, a esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC e lesões da medula. 1) Descrever os processos básicos realizados pelo TGI (motilidade, absorção, digestão, secreção) e sua regulação neuro-endócrina. Motilidade -> A motilidade no trato gastrointestinal tem dois propósitos: transportar o alimento da boca até o ânus e misturá-lo mecanicamente para quebrá-lo uniformemente em partículas pequenas. Esta mistura potencializa a exposição das partículas às enzimas digestivas, pq aumenta a sua área de superfície. A motilidade gastrointestinal é determinada pelas propriedades do músculo liso do trato GI e modificada por sinais químicos provenientes das fibras nervosas, por hormônios e substância parácrinas. O músculo liso gastrintestinal se contrai espontaneamente A maior parte do trato GI é composta por músculo liso unitário, com grupos de células eletricamente conectadas por junções comunicantes que criam segmentos contráteis. Regiões diferentes apresentam diferentes tipos de contração. Contrações tônicas, que são mantidas por minutos ou horas, ocorrem em alguns enfincteres de músculo liso e na porção proximal do estômago. Contrações fásicas, com ciclos de contração-relaxamento que duram apenas alguns segundos, ocorrem na região distal do estômago e no intestino delgado. ● Ciclos de contração e relaxamento do músculo liso são associados com ciclos espontâneos de despolarização e repolarização conhecidos como potenciais de ondas lentas. Os potenciais de ondas lentas diferem dos potenciais marcapasso do miocárdio, pois eles têm uma frequência muito menor e não chegam ao limiar de cada ciclo. Uma onda lenta que não alcançam o limiar não causa uma contração na fibra muscular. Quando um potencial de onda lenta alcança o limiar, os canais de Ca²+ dependentes de voltagem presentes na fibra muscular se abrem, o Ca²+ entra e a célula dispara um ou mais potenciais de ação. A fase de despolarização do potencial de ação, como nas células autoexcitáveis miocárdicas, resulta da entrada de Ca²+ na célula. Além disso, a entrada do Ca²+ inicia a contração muscular. A contração do músculo liso, assim como o músculo cardíaco, é graduada de acordo com a quantidade de Ca²+ que entra na fibra. Quanto maior a duração das ondas lendas, mais potenciais de ação são disparados, e maior é a força da contração muscular. Do mesmo modo, quanto maior a duração das ondas lentas, maior é a duração da contração. Tanto a amplitude quanto a duração podem ser modificadas por neurotransmissores, hormônios ou moléculas parácrinas. ● A frequência das ondas lentas varia em cada região do trato digestório, variando de 3 ondas/min no estômago e 12 ondas/min no duodeno. Pesquisas atuais revelam que as ondas lentas são originadas em uma rede de células chamadas de células intersticiais de Cajal. Essas células musculares lisas modificadas estão localizadas entre as camadas de músculo liso e os plexos nervosos intrínsecos e podem atuar como intermediárias entre os neurônios e o músculo liso. ----> As células intersticiais de Cajal funcionam como marca-passos das ondas lentas em diferentes órgãos do TGI. As ondas lentas, que iniciam espontaneamente nas células intersticiais de Cajal, se espalham para as camadas musculares lisas adjacentes através de junções comunicantes. Assim, como no sistema de condução cardíaco, o marca-passo mais rápido em grupo de células intersticiais determina o ritmo (“marca o passo”) de todo o grupo. A obs de que as células intersticiais parecem coordenar a motilidade GI tem levado aos pesquisadores a trabalhar para estabelecer uma associação entre as células intersticiais e os distúrbios funcionais do intestino, como a síndrome do colo irritável e a constipação crônica. O músculo liso gastrintestinal apresenta diferentes padrões de contração As contrações musculares no trato GI ocorrem de acordo com 3 padrões gerais. to. Entre as refeições, quando o trato está em grande parte vazio, ocorre uma série de contrações que começam no estômago e passam lentamente de segmento em segmento, levando aproximadamente 90 minutos para alcançarem o intestino grosso. Este padrão, denominado complexo motor migratório, é uma função de “limpeza da casa” que varre as sobras do bolo alimentar e bactérias do trato GI superior para o intestino grosso. As contrações musculares durante e após uma refeição seguem um dos dois outros padrões. O peristaltismo são ondas progressivas de contração que se movem de uma seção do trato GI para a próxima, assim como as “ondas” humanas que ondulam em torno de um estádio de futebol ou de uma arena de basquete. No peristaltismo, os músculos circulares contraem o segmento apical a uma massa, ou bolo, de alimento. Essa contração empurra o bolo para a frente até um segmento receptor, onde os músculos circulares estão relaxados. O segmento receptor, então, contrai, continuando o movimento para a frente. As contrações peristálticas empurram um bolo para a frente a uma velocidade entre 2 e 25 cm/s. O peristaltismo no esôfago propele o material da faringe para o estômago. A peristalse contribui para a mistura do bolo no estômago, porém, na digestão normal, as ondas peristálticas intestinais são limitadas a curtas distâncias. Os hormônios, os sinais parácrinos e o sistema nervoso autônomo influenciam a peristalse em todas as regiões do trato GI. Nas contrações segmentares, segmentos curtos (1-5 cm) de intestino contraem e relaxam alternadamente. Nos segmentos contraídos, o músculo circular contrai e o músculo longitudinal relaxa. Essas contrações podem ocorrer aleatoriamente ao longo do intestino ou a intervalos regulares. As contrações segmentares alternadas agitam oconteúdo intestinal, misturando-o e mantendo-o em contato com o epitélio absortivo. Quando os segmentos contraem sequencialmente, em uma direção oral-aboral, os conteúdos intestinais são propelidos por curtas distâncias. Os distúrbios de motilidade estão entre os problemas gastrintestinais mais comuns. Eles variam de espasmos esofágicos e retardo do esvaziamento gástrico (estômago) a constipação e diarreia. A síndrome do colo irritável é um distúrbio funcional crônico caracterizado por alteração dos hábitos intestinais e dor abdominal. Diabetes: esvaziamento gástrico lento O diabetes melito atinge quase todos os sistemas de órgãos. O trato digestório não é exceção. Um problema que assola mais de um terço de todas as pessoas com diabetes é a gastroparesia, também chamada de esvaziamento gástrico lento. Nestes pacientes, o complexo motor migratório está ausente entre as refeições e o esvaziamento do estômago é lento. Muitos pacientes, como consequência, sofrem de náuseas e vômitos. A causa da gastroparesia diabética não está esclarecida, porém estudos recentes com modelos animais e pacientes mostram perda ou disfunção das células intersticiais de Cajal. Essas células funcionam como marca-passos e como ligação entre as células musculares lisas GI e os sistemas nervosos autônomo e entérico. Considerando o modelo cardíaco do marca-passo externo, os pesquisadores estão testando um marca-passo gástrico implantável para promover a motilidade gástrica em pacientes diabéticos com gastroparesia grave. O sistema nervoso entérico controla a motilidade, a secreção e o crescimento do trato digestório. O sistema nervoso entérico é localizado inteiramente na parede intestinal, começando no esôfago e se estendendo até o ânus. O número de neurônios nesse sistema entérico é de aprox. 100 milhões, que é quase a quantidade existente na medula espinal. Esse SNE é importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal. O SNE é composto por dois plexos: o plexo externo, que é o plexo mioentérico ou plexo de Auerbach e o plexo interno, denominado plexo submucoso ou plexo de Meissner. O plexo mioentérico controla quase todos os movimentos gastrointestinais e o plexo submucoso controla a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. Substâncias neurotransmissoras liberadas pelos terminais nervosos de diferentes tipos de neurônios entéricos, entre eles: Acetilcolina, norepinefrina, trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, polipeptídeo intestinal vasoativo, somatostatina, leuencefalina, metencefalina, bombesina. A acetilcolinana, na maioria das vezes, excita a atividade gastrointestinal. A norepinefrina quase sempre inibe a atividade gastrointestinal e a epinefrina também (a epinefrina chega ao TGI principalmente pelo sangue). ● A estimulação parassimpática aumenta a atividade do sistema nervoso entérico: A estimulação desses nervos parassimpático causa o aumento geral da atividade de todo o sistema nervoso entérico e intensifica a atividade da maioria das funções gastrointestinais. ● A estimulação simpática, em geral, inibe a atividade gastrointestinal: A intensa estimulação do sistema nervoso simpático pode inibir os movimentos motores do intestino e pode bloquear a movimentação do alimento pelo trato gastrointestinal. Reflexos gastrointestinais: 1- Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico. 2- Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal 3- Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal. Absorção de carboidratos: -Inicia na boca com a enzima ptialina (amilase salivar) presente na saliva. Essa enzima vai hidrolisar a maltose em pequenos polímeros de glicose. -No estômago a ação da ptialina continua no fundo do estômago por 1h e depois cessa por causa do ph ácido. -Então, no intestino delgado (duodeno) será excretado o sulco pancreático que possui amilase pancreática, digerindo todo o restante dos carboidratos por ter uma ação mais potente do que a salivar. -Sacarose: frutose + glicose -Lactose: galactose + glicose -Maltose: glicose + glicose -Os produtos finais da degradação de CHO são monossacarídeos hidrossolúveis que serão absorvidos imediatamente para o sangue porta. (Glut 2 e Glut 5) Os carboidratos são absorvidos como mossacarídeos A absorção intestinal da glicose e da galactose utiliza transportadores idênticos aos encontrados no túbulo proximal renal: um simportador apical glicose-Na+ SGLT e um transportador basolateral GLUT2. Esses transportadores movem tanto a galactose quanto a glicose. A absorção de frutose, entretanto, não depende de Na+. A frutose se move livremente através da membrana apical por difusão facilitada pelo transportador GLUT5 e através da membrana basolateral pelo GLUT2. Foco clínico: O metabolismo dos enterócitos (e das células do túbulo proximal) aparentemente difere da maioria das outras células pelo fato de estas transportadores não usarem a glicose como sua fonte preferencial de energia. Estudos atuais indicam que estas células usam o aminoácido glutamina como sua principal fonte de energia, permitindo que a glicose absorvida passe sem alterações para a circulação sanguínea. Intolerância à lactose A lactose, ou açúcar do leite, é um dissacarídeo composto de glicose e de galactose. A lactose ingerida deve ser digerida antes de ser absorvida, uma tarefa feita pela enzima da borda em escova lactase. Em geral, a lactase é encontrada apenas em mamíferos jovens, exceto em alguns seres humanos de ascendência europeia. Essas pessoas herdaram um gene dominante que lhes permite produzir lactase após a infância. Os cientistas acreditam que o gene da lactase forneceu uma vantagem seletiva para os seus antepassados que desenvolveram uma cultura em que o leite e seus derivados desempenham um papel importante. Em culturas não ocidentais, nas quais os produtos lácteos não fazem parte da dieta após o desmame, a maioria dos adultos não tem o gene e sintetiza menos lactase intestinal. A redução da atividade da lactase é associada a uma condição conhecida como intolerância à lactose. Se uma pessoa com intolerância à lactose beber leite ou ingerir seus derivados, ela pode ter diarreia. Além disso, bactérias no intestino grosso fermentam a lactose, produzindo gás e ácidos orgânicos, levando ao inchaço e à flatulência. A solução mais simples é remover os produtos do leite da dieta, apesar de já estar disponível o leite pré-digerido com lactas. Absorção de proteínas: As proteínas ingeridas podem ser absorvidas como pequenos peptídeos e possuem implicações na medicina, pq esses peptídeos podem atuar como antígenos, que são substâncias que estimulam a formação de anticorpos e resultam em reações alérgicas. Consequentemente, a absorção intestinal de peptídeos pode ser um fator significativo no desenvolvimento de alergias alimentares e intolerância a alimentos. Em recém-nascidos, a absorção de peptídeos ocorre principalmente nas células da cripta intestinal. Ao nascimento, como as vilosidades intestinais são muito pequenas, as criptas são bem expostas ao conteúdo luminal. À medida que as vilosidades crescem e as criptas têm menos acesso ao quimo, a alta taxa de absorção de peptídeos presente ao nascimento declina continuamente. Se os pais retardam o início da ingestão de peptídeos indutores de alergias pelos bebês, o TGI tem oportunidade para amadurecer, diminuindo a probabilidade da formação de anticorpos. Um dos antígenos mais comuns responsável por alergias a alimentos é o glúten, um componente do trigo. A incidência de alergias por glúten na infância tem diminuído desde a década de 1970, quando os pais foram orientados a não alimentar os bebês com cereais à base de glúten até que eles tivessem vários meses de idade. Absorção de gorduras As gorduras lipofílicas, como ácidos graxos e monoacilgliceróis,são absorvidos primariamente por difusão simples. Eles saem de suas micelas e difundem-se através da membrana do enterócito para dentro da célula. Inicialmente, os cientistas acreditavam que o colesterol também se difundia através da membrana do enterócito, mas a descoberta de um fármaco, chamado de ezetimibe, que inibe a absorção do colesterol, sugere que estejam envolvidas proteínas de transporte. Os experimentos agora indicam que algum colesterol é transportado através da borda em escova da membrana por transportadores de membrana específicos, dependentes de energia, incluindo o chamado NPC1L1, a proteína que é inibida por ezetimiba (que é um fármaco usado para o controle de dislipidemias). Uma vez dentro dos enterócitos, os monoacilgliceróis e os ácidos graxos movem-se para o retículo endoplasmático liso, onde se recombinam, formando triacilgliceróis. Os triacilgliceróis, então, combinam-se com colesterol e proteínas, formando grandes gotas, denominadas quilomícrons. Devido ao seu tamanho, os quilomícrons devem ser armazenados em vesículas secretoras pelo aparelho de Golgi. Os quilomícrons, então, deixam a célula por exocitose. O grande tamanho dos quilomícrons também impede que eles atravessem a membrana basal dos capilares. Em vez disso, os quilomícrons são absorvidos pelos capilares linfáticos, os vasos linfáticos das vilosidades. Os quilomícrons passam através do sistema linfático e, por fim, entram no sangue venoso logo antes que ele se direcione para o lado direito do coração. Alguns ácidos graxos curtos (10 ou menos carbonos) não são agrupados em quilomícrons. Esses ácidos graxos podem, portanto, atravessar a membrana basal dos capilares e ir diretamente para o sangue. O intestino absorve vitaminas e minerais Em geral, as vitaminas solúveis em lipídeos (A, D, E e K) são absorvidas no intestino delgado junto com as gorduras – razão pela qual os profissionais da saúde se preocupam com o consumo excessivo de “falsas gorduras”, como o olestra, que não são absorvidas. A mesma preocupação existe em relação ao orlistat (Lipoxen®), um inibidor da lipase utilizado para perda de peso. Os usuários deste auxiliar de perda de peso são aconselhados a tomar um multivitamínico diário para evitar deficiências vitamínicas. As vitaminas solúveis em água (vitamina C e a maior parte das vitaminas B) são absorvidas por transporte mediado. A principal exceção é a vitamina B12, também conhecida como cobalamina por conter o elemento cobalto. Obtemos a maior parte de nosso suprimento dietético de B12 de frutos do mar, carnes e laticínios. O transportador intestinal para B12 é encontrado somente no íleo e reconhece a B12 somente quando a vitamina está complexada com uma proteína, chamada de fator intrínseco, secretada pelas mesmas células gástricas parietais que secretam ácido. Uma preocupação sobre o extensivo uso de fármacos que inibem a secreção ácida gástrica, como os inibidores da bomba de prótons é que eles possam causar a redução da absorção da vitamina B12. Na ausência completa do fator intrínseco, a severa deficiência de vitamina B12 causa uma condição conhecida como anemia perniciosa. Digestão de proteínas: -As proteínas não sofrem digestão na boca, então sua degradação inicia no estômago. -A enzima pepsina presente no estômago, entre outras, juntamente a acidez proporcionada pelo HCl resulta na quebra das proteínas, transformando-as em dipeptídeos e tripeptídeos. -A pepsina é especial porque consegue, inclusive, digerir colágeno que reveste a carne, permitindo que as proteínas que estão inseridas na carne sejam digeridas pelas demais enzimas. -Quando a pessoa não produz pepsina no suco gástrico, a carne ingerida é menos processada por outras enzimas e, portanto, pode ser mal digerida. -No intestino delgado ocorre a maior parte da degradação proteica por causa das enzimas proteolíticas pancreáticas. -Ao entrar no duodeno as enzimas tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase e elastase começam a agir. -A proelastase é convertida em elastase, digerindo as fibras de elastina, abundantes em carnes. - A maioria das proteínas é digerida até dipeptídeos e tripeptídeos, poucas sendo quebradas em AA. -Os enterócitos, presentes nas vilosidades do duodeno e jejuno, finalizam a digestão por meio de peptidases específicas presentes no citosol deles. Essas enzimas específicas quebram os dipeptídeos e tripeptídeos nos AA específicos de forma mais rápida e transferem eles para o sangue. -Raramente proteínas inteiras são absorvidas, quando isso ocorre pode ocasionar distúrbios alérgicos ou imunológicos. Os sais biliares facilitam a digestão de gorduras Gorduras e moléculas relacionadas à dieta ocidental incluem triacilgliceróis, colesterol, fosfolipídeos, ácidos graxos de cadeia longa e vitaminas lipossolúveis. Aproximadamente 90% das calorias das gorduras vêm dos triacilgliceróis, pois eles são as formas principais de lipídeos, tanto de plantas quanto de animais. A digestão enzimática das gorduras é feita por lipases, enzimas que removem dois ácidos graxos de cada molécula de triacilglicerol. O resultado é um monoglicerol e dois ácidos graxos livres. No entanto, a cobertura de sais biliares da emulsão são intestinal dificulta a digestão, uma vez que a lipase é incapaz de penetrar nos sais biliares. Por essa razão, a digestão de gorduras também requer a colipase, um cofator proteico secretado pelo pâncreas. A colipase desloca alguns sais biliares, permitindo à lipase acessar as gorduras por dentro da cobertura de sais biliares. Os fosfolipídeos são digeridos pela fosfolipase pancreática. O colesterol livre não é digerido e é absorvido intacto. Enquanto a digestão enzimática e mecânica prossegue, ácidos graxos, sais biliares, mono e diacilgliceróis, fosfolipídeos e colesterol coalescem para formar pequenas micelas no formato de discos. As micelas, então, entram na fase aquosa sem agitação da borda em escova. Digestão e absorção no intestino grosso De acordo com a visão tradicional do intestino grosso, nenhuma digestão significativa de moléculas orgânicas acontece ali. No entanto, recentemente, essa visão tem sido revista. Agora sabemos que inúmeras bactérias que habitam o colo degradam uma quantidade significativa de carboidratos complexos e de proteínas não digeridos por meio da fermentação. O produto final inclui lactato e ácidos graxos de cadeia curta, como o ácido butírico. Muitos desses produtos são lipofílicos e podem ser absorvidos por difusão simples. Os ácidos graxos, por exemplo, são usados pelos colonócitos como seu substrato preferencial para obtenção de energia. As bactérias colônicas também produzem quantidades significativas de vitaminas absorvíveis, sobretudo vitamina K. Os gases intestinais, como o sulfeto de hidrogênio, que escapam do trato gastrintestinal, são produtos menos úteis. Alguns alimentos contendo amido, como os feijões, são notórios por sua tendência a produzirem gases intestinais (flato). Digestão de ácidos nucleicos: Os ácidos nucleicos são digeridos formando bases e monossacarídeos Os polímeros de ácidos nucleicos, DNA e RNA, são apenas uma parte muito pequena da maioria das dietas. Eles são digeridos por enzimas pancreáticas e intestinais, primeiro em seus componentes nucleotídicos e depois em bases nitrogenadas e monossacarídeos. As bases são absorvidas por transporte ativo, e os monossacarídeos são absorvidos por difusão facilitada e transporte ativo secundário, bem como outros açúcares simples Regulação neuroendócrina: -Neurotransmissores: 1. Acetilcolina- excita a atividade do TGI; 2. Norepinefrina e epinefrina- quase sempre inibe a atividade do TGI; (secretadas pela adrenal) 3. Os demais são misturas de agentes excitatórios e inibitórios (trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, substância P, polipeptídeo intestinal vasoativo, somatostatina, leuencefalina, metencefalina e bombesina. -A gastrina promove o esvaziamento gástrico mais rápido,uma vez que intensifica a atividade da bomba pilórica também. Além disso, tem efeitos potentes na secreção de suco gástrico bastante ácido e auxilia na função motora do estômago. Os peptídeos secretados pelas células do trato GI podem atuar como hormônios ou como sinais parácrinos. Alguns desses peptídeos GI foram primeiro descritos e nomeados em outros sistemas corporais. Como seus nomes nada têm a ver com as suas funções no sistema GI, aprender a sua terminologia pode ser um desafio. No sistema digestório, os peptídeos GI excitam ou inibem a motilidade e a secreção. Alguns peptídeos parácrinos são secretados para o lúmen, onde eles se ligam a receptores na membrana apical para desencadear uma resposta. Outros são secretados no líquido extracelular, onde eles difundem curtas distâncias para agir em células vizinhas. Os peptídeos GI também atuam fora do trato GI, e algumas de suas mais importantes ações envolvem o cérebro. Por exemplo, em estudos experimentais, o hormônio GI colecistocinina (CCK) melhora a saciedade, dando a sensação de que a fome foi saciada. No entanto, a CCK também é produzida por neurônios e funciona como um neurotransmissor no cérebro, assim é difícil determinar quanto da resposta normal de saciedade é devida à CCK proveniente do intestino. Outro peptídeo GI, a grelina, é secretado pelo estômago e age no cérebro para aumentar a ingestão alimentar. Os pesquisadores têm agora sequenciados mais de 30 peptídeos provenientes da mucosa GI, porém somente alguns deles são amplamente aceitos como hormônios. Alguns peptídeos têm efeitos parácrinos bem definidos, mas a maioria entra em uma longa lista de candidatos a hormônios. Além disso, conhecemos moléculas reguladoras não peptídicas, como a histamina, que funcionam como sinais parácrinos. Devido à incerteza associada ao campo, restringimos o foco neste capítulo às principais moléculas reguladoras. Hormônios GI Os hormônios GI, como todos os hormônios, são secretados no sangue e transportados através do corpo. Eles atuam sobre o trato GI, em órgãos acessórios, como o pâncreas, e em alvos mais distantes, como o encéfalo. Os hormônios do trato GI ocupam um lugar interessante na história da endocrinologia. Em 1902, dois fisiologistas canadenses, W. M. Bayliss e E. H. Starling, descobriram que o quimo ácido que entrava no intestino delgado vindo do estômago causava a liberação de suco pancreático, mesmo quando todos os nervos que se dirigem para o pâncreas eram cortados. Uma vez que a única comunicação restante entre o intestino e o pâncreas era a circulação de sangue entre eles, Bayliss e Starling postularam a existência de algum fator circulante (humoral) liberado pelo intestino. Quando extratos duodenais aplicados diretamente no pâncreas estimularam a secreção pancreática, eles souberam que estavam lidando com uma substância química produzida pelo duodeno. Eles nomearam a substância de secretina. Posteriormente, Starling propôs que o nome geral hormônio, da palavra grega que significa “eu excito”, fosse dado a todo agente humoral que atua em um local distante da sua liberação. Em 1905, J. S. Edkins postulou a existência de um hormônio gástrico que estimula a secreção gástrica ácida. Foram necessários mais de 30 anos para os pesquisadores isolarem um extrato relativamente puro do hormônio gástrico, e foi em 1964 que o hormônio denominado gastrina foi finalmente purificado. Por que a pesquisa sobre os hormônios digestórios demorou tanto para ser desenvolvida? A principal razão é que os hormônios GI são secretados por células endócrinas isoladas, espalhadas entre outras células da mucosa epitelial . A única maneira de se obter esses hormônios era fazer um extrato bruto de todo o epitélio, um procedimento que também liberava enzimas digestórias e moléculas parácrinas produzidas em células vizinhas. Por essa razão, era muito difícil dizer se o efeito fisiológico induzido pelo extrato provinha de um único hormônio, de mais de um hormônio ou de um sinal parácrino, como a histamina. Secreção -> Em um dia típico, 9L de líquido passam através do lúmen do trato GI de um adulto. Apenas cerca de dois litros desse volume entram no sistema GI pela boca. Os 7L restantantes vêm da água corporal secretada junto com as enzimas e o muco. Cerca de metade do líquido secretado vem de órgãos e glândulas acessórios, como as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado. Os 3,5L restantes são secretados pelas células epiteliais do próprio trato digestório. O Sistema digestório secreta íons e água Uma grande parte dos 7 litros de líquido secretados pelo sistema digestório a cada dia é composta de água e íons, particularmente Na+, K+, CL-, HCO3- e H+. Os íons são primeiro secretados para dentro do lúmen do trato e depois são reabsorvidos. A água segue o gradiente osmótico criado pela transferência de solutos de um lado do epitélio para o outro. A água move-se através das células epiteliais via canais de membrana ou entre as células (via paracelular). As células epiteliais gratrintestinais, como as do rim, possuem membranas apical e basolateral distintas. Cada superfície celular contém proteínas para transporte ativo, difusão facilitada e movimento de íons através de canais abertos (vazamento). O arranjo de canais e transportadores nas membranas apical e basolateral determina o movimento resultante de solutos através do epitélio. Além disso, o Na+ pode também mover-se através de junções permeáveis entre as células em algumas partes do trato digestório. Secreção de gastrina As células G, encontradas profundamente nas glândulas gástricas, secretam o hormônio gastrina no sangue. Em reflexos curtos, a liberação de gastrina é estimulada pela presença de aminoácidos e de peptídeos no estômago e por distensão do estômago. O café (mesmo o descafeinado) também estimula a liberação de gastrina – uma razão para que pessoas com síndromes de secreção ácida excessiva evitem a ingestão de café. A liberação de gastrina é também desencadeada por reflexos neurais. Os reflexos curtos são mediados por um neurotransmissor do SNE, chamado de peptídeo liberador de gastrina (GRP). Nos reflexos cefálicos, os neurônios parassimpáticos do nervo vago estimulam as células G para que elas liberem gastrina no sangue. A principal ação da gastrina é promover a liberação de ácido. Ela faz isso diretamente por agir nas células parietais e indiretamente por estimular a liberação de histamina. Secreção Ácida As células parietais profundas nas glândulas gástricas secretam o ácido gástrico (HCl) no lúmen do estômago. A secreção ácida no estômago é, em média, de 1 a 3 litros por dia e pode criar um pH luminal tão baixo quanto 1. O pH citoplasmático das células parietais é de cerca de 7,2, ou seja, as células bombeiam H contra um gradiente que pode ser 1,5 milhão de vezes mais concentrado no lúmen. O ácido gástrico tem múltiplas funções: O ácido no lúmen do estômago causa a liberação e a ativação da pepsina, uma enzima que digere proteínas. O ácido desencadeia a liberação de somatostatina pelas células D. A somatostatina é discutida posteriormente na seção de sinais parácrinos. O HCl desnatura proteínas por quebrar as ligações dissulfeto e de hidrogênio que mantêm a estrutura terciária da proteína. Cadeias proteicas desenoveladas podem deixar as ligações peptídicas entre os aminoácidos mais acessíveis à digestão pela pepsina. O ácido gástrico ajuda a destruir bactérias e outros microrganismos ingeridos. O ácido inativa a amilase salivar, cessando a digestão de carboidratos que iniciou na boca. Secreção enzimática O estômago produz duas enzimas: pepsina e uma lipase gástrica. A pepsina realiza a digestão inicial de proteínas. Ela é particularmente efetiva no colágeno e, assim, tem um importante papel na digestão de carne. A pepsina é secretada na forma inativa pepsinogênio pelas células principais das glândulas gástricas. O ácido estimula a liberação de pepsinogênio por meio de um reflexo curtomediado no SNE. Uma vez no lúmen do estômago, o pepsinogênio é clivado à pepsina ativa pela ação do H, e a digestão proteica inicia. A lipase gástrica é cossecretada com a pepsina. As lipases são enzimas que quebram triacilgliceróis. No entanto, menos de um terço da digestão de gordura ocorre no estômago. Secreções parácrinas As secreções parácrinas da mucosa gástrica incluem histamina, somatostatina e fator intrínseco. A histamina é um sinal parácrino secretado pelas células semelhantes às enterocromafins (células ECL) em resposta à estimulação por gastrina ou por acetilcolina. A histamina difunde-se para o seu alvo, as células parietais, estimulando a secreção ácida por se ligar a receptores H2 nas células parietais . Os antagonistas de receptores H2 (p. ex., cimetidina e ranitidina) que bloqueiam a ação da histamina são a segunda classe de fármacos usados para tratar a hipersecreção ácida. O fator intrínseco é uma proteína secretada pelas células parietais, mesmas células gástricas que secretam ácido. No lúmen do estômago e do intestino delgado, o fator intrínseco se complexa com a vitamina B12, um passo que é necessário para a absorção da vitamina no intestino. A somatostatina (SS), também conhecida como hormônio inibidor do hormônio do crescimento, é secretada por células D no estômago. A somatostatina é o sinal de retroalimentação negativa primário da secreção na fase gástrica. Ela reduz a secreção ácida direta e indiretamente por diminuir a secreção de gastrina e histamina. A somatostatina também inibe a secreção de pepsinogênio. Secreção isotônica de NaCl As células das criptas do intestino delgado e do colo secretam uma solução isotônica de NaCl em um processo similar ao passo inicial da salivação. O cloreto do LEC entra nas células via transportadores NKCC e, em seguida, sai para o lúmen através de um canal de Cl, conhecido como canal regulador de condutância transmembrana de fibrose cística, ou canal CFTR. O movimento do Cl negativamente carregado para o lúmen atrai o Na por meio do gradiente elétrico através de junções comunicantes celulares. A água segue o Na ao longo do gradiente osmótico criado pela redistribuição do NaCl. O resultado é a secreção de solução salina isotônica. Secreção de enzimas A maior parte das enzimas pancreáticas são secretadas como zimogênios, que devem ser ativados no momento de chegada no intestino. Este processo de ativação é uma cascata que inicia quando a enteropeptidase da borda em escova (previamente chamada de enterocinase) converte o tripsinogênio inativo em tripsina (Fig. 21.14b). A tripsina, então, converte os outros zimogênios pancreáticos em suas formas ativas. Os sinais para a liberação das enzimas pancreáticas incluem distensão do intestino delgado, presença de alimento no intestino, sinais neurais e hormônio CCK. As enzimas pancreáticas entram no intestino em um fluido aquoso que também contém bicarbonato. Secreção de bicarbonato A secreção de bicarbonato para o duodeno neutraliza o ácido proveniente do estômago. Uma pequena quantidade de bicarbonato é secretada por células duodenais, mas a maior parte vem do pâncreas. A produção de bicarbonato requer altos níveis da enzima anidrase carbônica, níveis similares àqueles encontrados nas células tubulares renais e nos eritrócitos (pp. 577, 646). O bicarbonato produzido a partir de CO2 e água é secretado por um trocador apical Cl-HCO3 (Fig. 21.14c). Os íons hidrogênio produzidos juntamente com o bicarbonato deixam a célula por trocadores Na-H na membrana basolateral. O H então reabsorvido na circulação intestinal ajuda a equilibrar o HCO3 colocado na circulação quando as células parietais secretaram H no estômago. O cloreto trocado por bicarbonato entra na célula pelo cotransportador NKCC na membrana basolateral e sai por um canal CFTR na apical. O Cl luminal, então, reentra na célula em troca de HCO3 entrando no lúmen. Defeitos na estrutura ou na função do canal CFTR causam a doença fibrose cística, e a perturbação da secreção pancreática é uma característica dessa doença. Na fibrose cística, uma mutação herdada faz a proteína do canal CFTR ser defeituosa ou ausente. Como resultado, a secreção de Cl e fluido cessa, mas as células caliciformes continuam a secretar muco, resultando em espessamento do muco. No sistema digestório, o muco espesso obstrui ductos pancreáticos pequenos e impede a secreção de enzimas digestórias no intestino. Nas vias aéreas do sistema respiratório, onde o canal CFTR também é encontrado, a falha na secreção de líquido dificulta o movimento mucociliar devido ao muco espesso, levando a infecções pulmonares recorrentes. Em ambos, pâncreas e criptas intestinais, a secreção de sódio e água é um processo passivo, dirigido por gradientes eletroquímicos e osmóticos. O movimento de íons negativos do LEC para o lúmen cria um gradiente elétrico negativo no lúmen que atrai Na. O sódio move-se a favor do gradiente eletroquímico através de junções comunicantes entre as células. A transferência de Na e de HCO3 do LEC para o lúmen cria um gradiente osmótico, e a água segue por osmose. O resultado final é a secreção de uma solução aquosa de bicarbonato de sódio. 2) Definir as funções do sistema digestório e as vantagens que ele traz para organismo. O estômago possui três funções gerais: Armazenamento: O estômago armazena alimento e regula a sua passagem para o intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão e da absorção. Digestão: O estômago digere a comida, química e mecanicamente, formando a mistura “cremosa” de partículas uniformemente pequenas, chamada de quimo. Defesa:O estômago protege o corpo por destruir muitas das bactérias e outros patógenos que são deglutidos juntamente com a comida ou aprisionados no muco das vias respiratórias. Ao mesmo tempo, o estômago precisa proteger a si mesmo de ser agredido por suas próprias secreções. A função primária do TGI é transportar nutrientes, água e eletrólitos do meio externo para o meio interno do corpo. A comida que ingerimos existe principalmente na forma de macromoléculas, como proteínas e carboidratos complexos; então, nosso sistema digestório precisa secretar enzimas poderosas para digerir os alimentos gerando moléculas que sejam pequenas o bastante para serem absorvidas para o interior do corpo. Ao mesmo tempo, entretanto, essas enzimas não devem digerir as células do próprio trato gastrointestinal. Se os mecanismos protetores contra a autodigestão falham, podemos desenvolver lesões conhecidas úlceras pépticas nas paredes do trato GI. Outra função do sistema digestório é equilibrar a entrada e saída de líquido. Além disso, enfrenta um desafio que é repelir invasores externos. A maior área de contato entre o meio interno e o mundo exterior está no lúmen do sistema digestório. Consequentemente, o trato GI com sua área de superfície total do tamanho aproximado de uma quadra de tênis , enfrenta diariamente o conflito entre a necessidade de absorver água e nutrientes e a necessidade de evitar que bactérias, vírus e outros patógenos entrem no corpo. Para que isso ocorra, o epitélio transportador do TGI é auxiliado por um conjunto de mecanismos fisiológicos de defesa, incluindo muco, enzimas digestivas, ácido e a maior coleção de tecido linfático do corpo, o tecido linfático associado ao intestino (GALT). Estima-se que 80% de todos os linfócitos do corpo são encontrados no intestino delgado. 3) Compreender os equilíbrios relacionados ao TGI: hidroeletrolítico, osmótico, ácido-básico. https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2014/11/eletrolitico.pdf Homeostasia hídrica e eletrolítica Múltiplos sistemas integram o equilíbrio hidroeletrolítico O processo do equilíbrio hidroeletrolítico é realmente integrado, uma vez que envolve os sistemas respiratório e circulatório, além das respostas renais e comportamentais. Ajustes feitos pelos pulmões e pelo sistema circulatório estão principalmente sob controle neural, podendoser executados de forma bastante rápida. A compensação homeostática pelos rins ocorre de forma mais lenta porque os rins estão principalmente sob controle endócrino e neuroendócrino. Por exemplo, uma pequena mudança na pressão arterial, que resulta de um aumento ou de um decréscimo do volume sanguíneo, é rapidamente corrigida pelo centro de controle cardiovascular no encéfalo. Se as mudanças de volume são persistentes ou de grande magnitude, os rins agem para ajudar a manter a homeostasia. Perdas gastrintestinais (diarréia, vômitos, aspiração gástrica) levam a um desequilíbrio hídrico e eletrolítico. O Sódio, o potássio e o cloro são eletrólitos típicos encontrados no organismo. Esses são componentes essenciais de fluidos corporais, como sangue e urina e, ajudam a regular a distribuição de água ao longo do organismo além de desempenhar um papel importante no equilíbrio ácido básico. O rim é o órgão mais importante na regulação do volume e da composição dos fluidos corporais, mesmo que outros órgãos como o coração, o fígado, os pulmões e a glândula pituitária ajudem a manter o equilíbrio eletrolítico. Considerando os fluídos corporais, o sódio (Na+ ) é o principal cátion extracelular, o potássio (K+ ) é o principal cátion intracelular e o cloro (Cl- ) é o principal ânion extracelular (Tabela 1). As https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2014/11/eletrolitico.pdf concentrações de Na+ e K+ são mantidas pela bomba Na-K ATPase das membranas plasmáticas, a qual transporta de forma ativa o Na+ para o exterior das células e K+ para o interior. Equilíbrio hídrico O balanço hídrico pode ser definido como a diferença entre a água que entra no organismo, por meio da ingestão de água, bebidas e alimentos, e a água produzida pelo metabolismo, menos o total de água perdido através dos diversos mecanismos corporais O cloro é essencial no equilíbrio hídrico e na regulação da pressão osmótica e no equilíbrio ácidobásico onde desempenha um papel especial no sangue pela ação do desvio de cloretos. Além disso, no suco gástrico o cloreto também tem importância especial na produção do ácido clorídrico. O cloreto das secreções gástricas é derivado do cloreto do sangue e normalmente é reabsorvido durante os últimos estágios da digestão no intestino grosso. Tanto a ingestão quanto a excreção do cloreto é inseparável das do sódio. O hormônio ADH intensifica a excreção de cloro e reduz a sua absorção pelos túbulos renais. Em relação às perdas de água no organismo, estas podem ser provenientes do trato respiratório e gastrointestinal, da pele e dos rins. Estima-se que as perdas pela respiração sejam cerca de 250 mL a 350 mL por dia em indivíduos sedentários, podendo aumentar para 500 mL a 600 mL por dia para pessoas ativas. Em relação à pele, as perdas podem ocorrer por meio de difusão insensível ou pelo suor. As perdas insensíveis são em torno de 450 mL em média por dia, enquanto que as perdas por meio do suor são extremamente variáveis e dependentes de fatores metabólicos e ambientais. Enquanto que nas fezes, as perdas, em geral, mantêm-se constantes, em torno de 100 mL a 200 mL por dia, excetuando casos de diarreia, por exemplo. Toda água ingerida através de alimentos sólidos ou líquidos é digerida e absorvida pelo trato gastrointestinal, sendo depois distribuída nos espaços corporais. Em 24 horas, o aporte de líquidos ao intestino delgado é de aproximadamente 8 L (2 L provenientes da dieta e 6 L provenientes de secreções de glândulas salivares, estômago, pâncreas, fígado e duodeno), dentre os quais 6,5 L são absorvidos por essa região do trato gastrointestinal, enquanto o restante será absorvido pelo intestino grosso. A água é absorvida em mais de um local do corpo. -A água é transportada através da membrana intestinal inteiramente por difusão. -Quando o quimo está suficientemente diluído, a água é absorvida da mucosa intestinal pelo sangue das vilosidades, quase inteiramente, por osmose.- 3. A maior parte da água ingerida vem dos alimentos e da bebida. A maior perda de água é 1,5 L/dia perdida na urina. Quantidades menores são perdidas nas fezes, na evaporação pela pele e no ar umidificado exalado. 4. A reabsorção renal conserva a água, mas não pode repor a água perdida pelo corpo. 5. Para produzir urina diluída, o néfron deve reabsorver solutos sem reabsorver água. Para concentrar a urina, o néfron deve reabsorver água sem reabsorver soluto. 6. O filtrado que deixa o ramo ascendente da alça de Henle é diluído. A concentração final da urina depende da permeabilidade à água do ducto coletor. 7. O hormônio hipotalâmico vasopressina controla a permeabilidade do ducto coletor à água de forma graduada. Quando a vasopressina está ausente, a permeabilidade à água é praticamente zero. 8. A vasopressina promove a inserção de aquaporinas (poros para a água) na membrana apical das células do néfron distal . 9. Um aumento na osmolalidade do LEC ou uma diminuição na pressão arterial estimulam a liberação da vasopressina pela neuro- -hipófise. A osmolalidade é monitorada por osmorreceptores hipotalâmicos. A pressão arterial e o volume sanguíneo são detec- tados por receptores localizados nos seios carotídeos e aórticos e nos átrios, respectivamente. 10. A alça de Henle é um multiplicador em contracorrente que gera uma alta osmolalidade no líquido intersticial medular através do transporte ativo de Na, Cl e K para fora do néfron. Essa alta osmolalidade medular é necessária para a formação da urina concentrada à medida que o filtrado flui ao longo dos ductos coletores. 11. Os vasos retos formam um sistema de troca em contracorrente que remove a água reabsorvida pelo túbulo renal, impedindo que a água dilua o interstício medular. 12. A ureia contribui para a alta osmolalidade na medula renal. Equilíbrio ácido-básico 25. O pH do corpo é estritamente regulado porque o pH afeta as pro- teínas intracelulares, como enzimas e canais de membrana. 26. A ingestão de ácidos dos alimentos e a produção de ácido pelos processos metabólicos são o maior desafio ao equilíbrio do pH corporal. A principal fonte de ácidos é o CO2 da respiração, que reage com a água para formar ácido carbônico (H2CO3). 27. O corpo lida com as mudanças no pH através do uso de tampões, da ventilação e da secreção ou reabsorção renal de H e HCO3. 28. O bicarbonato produzido a partir do CO2 é o tampão extracelular mais importante do organismo. O bicarbonato tampona os ácidos orgânicos produzidos pelo metabolismo. 29. A ventilação pode corrigir distúrbios no equilíbrio acido-básico pois mudanças na plasmática podem afetar tanto o conteúdo sanguíneo de H como o de HCO3. Um aumento na PCO2 estimula os quimiorreceptores centrais. centrais. Um aumento na concentração plasmática de H estimula os quimiorreceptores carotídeos e aórticos. O aumento da ventilação elimina CO2 e reduz a concentração plasmática de H+. 30. Na acidose, os rins secretam H e reabsorvem HCO3. 31. Na alcalose, os rins secretam HCO3 e reabsorvem H+. 32. As células intercaladas do ducto coletor são responsáveis pela regulação fina do equilíbrio acido-básico. As células intercaladas tipo A são ativadas na acidose, ao passo que as tipo B são ativadas na alcalose. MECANISMOS COMPORTAMENTAIS NO EQUILÍBRIO DO SAL E DA ÁGUA Embora os reflexos neurais, neuroendócrinos e endócrinos desempenhem um papel-chave na homeostasia do sal e da água, as respostas comportamentais são críticas no restabelecimentodo estado normal, principalmente quando o volume do LEC di- minui ou a osmolalidade aumenta. Beber água é normalmente a única forma de repor a água perdida, ao passo que ingerir sal é a única forma de aumentar o conteúdo corporal de Na. Ambos os comportamentos são essenciais para o equilíbrio normal do sal e da água. Os médicos precisam reconhecer a ausência desses comportamentos em pacientes que estão inconscientes ou incapazes de obedecer a desejos comportamentais e precisam ajustar o tratamentode acordo com isso. A área que estuda as bases biológicas para o comportamento, incluindo beber e comer, é chamada de psicologia fisiológica. Controle integrado do volume e da osmolalidade. As compensações homeostáticas para mudanças no equilíbrio do sal e da água seguem a lei de ação das massas. Líquidos e solutos adicionados ao corpo precisam ser removidos, e líquidos e solutos perdidos pelo corpo precisam ser repostos. Contudo, a compensação perfeita nem sempre é possível. Absorção isosmótica da água A água é transportada através da membrana intestinal inteiramente por difusão. A difusão obedece às leis usuais da osmose. Portanto, quando o quimo está suficientemente diluído, a água é absorvida através da mucosa intestinal pelo sangue das vilosidades, quase inteiramente por osmose. Por outro lado, a água pode também ser transportada na direção oposta - do plasma para o quimo. Esse tipo de transporte ocorre especialmente quando soluções hiperosmóticas são lançadas do estômago para o duodeno. Em questão de minutos, água suficiente será transferida por osmose, para tornar o quimo isosmótico ao plasma. O sódio é o eletrólito responsável pela manutenção do equilíbrio osmótico sendo absorvido no intestino delgado por transporte ativo ligado a absorção de aminoácidos, bicarbonato e glicose. Além de regular a pressão osmótica, o sódio também é importante na manutenção do potencial de membrana, essencial em funções celulares como contrações musculares e transmissão de impulsos nervosos e na regulação do equilíbrio ácido básico, onde atua associado ao cloreto e ao bicarbonato. A regulação da concentração de sódio no organismo é controlada endocrinamente mediante mecanismos direcionados não somente para manter o nível de sódio sanguíneo como também manter a relação Na:K no fluido extracelular. 4) Conceituar cirurgia bariátrica, seus tipos e complicações (normais e anormais) decorrente do processo pós-operatório. ● Vantagens e desvantagens; ● Riscos e benefícios. http://www.scielo.br/pdf/rprs/v26n1/20476.pdf A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma técnica de grande auxílio na condução clínica de alguns casos de obesidade. A indicação desta intervenção vem crescendo nos dias atuais e baseia-se numa análise abrangente de múltiplos aspectos do paciente. A seleção de pacientes requer um tempo mínimo de 5 anos de evolução da obesidade e história de falência do tratamento convencional realizado por profissionais qualificados. A cirurgia estaria contra-indicada em pacientes com pneumopatias graves, insuficiência http://www.scielo.br/pdf/rprs/v26n1/20476.pdf renal, lesão acentuada do miocárdio e cirrose hepática. Alguns autores citam contraindicações psiquiátricas que ainda são fonte de controvérsias e motivo de discussão posterior. As cirurgias são classificadas como disabsortivas e/ou restritivas. São reconhecidas 3 técnicas de tratamento cirúrgico3. A gastroplastia vertical com bandagem foi desenvolvida em 1982 por Mason. É uma cirurgia restritiva que consiste no fechamento de uma porção do estômago através de uma sutura, gerando um compartimento fechado. A utilização de um anel de contenção resulta em um esvaziamento mais lento deste “pequeno estômago”. Com este procedimento, os pacientes experimentam uma redução em média de 30% do peso total nos primeiros anos. Porém, observa-se uma queda na velocidade de perda de peso para menos de 20% após 10 anos de seguimento. Uma das razões propostas para este fato é o aprendizado realizado pelos pacientes. Eles passam a selecionar e ingerir alimentos líquidos hipercalóricos com uma passagem rápida pelo “estômago estreitado” (p. ex.: “milk shake”, leite condensado, etc.). A ‘’Lap Band’’ é uma outra técnica cirúrgica restritiva, relativamente recente. Consiste na implantação videolaparoscópica de uma banda regulável na porção alta do estômago. Este artefato fica conectado a um dispositivo colocado sob a pele, o que permite o ajuste volumétrico do reservatório gástrico criado. Esta técnica ainda carece de uma melhor avaliação em estudos de seguimento. Nos últimos anos, entretanto, vem predominando uma terceira técnica que reúne a restrição à disabsorção, chamada de cirurgia de Capella. Aqui, a gastroplastia está associada a uma derivação gastrojejunal em formato da letra Y (chamada de Y de Roux). Este procedimento consiste na restrição do estômago para se adaptar a um volume menor que 30 ml. A redução de volume da cavidade é obtida através da colocação de um anel de contenção na saída do compartimento formado (orifício menor que 1.5 cm) e conexão com uma alça intestinal. A ingestão de carboidratos simples pode, assim, ocasionar a chamada síndrome de “dumping” (náuseas, vômitos, rubor, dor epigástrica, sintomas de hipoglicemia). Esta síndrome pode desempenhar um importante papel na manutenção da perda de peso. Com este procedimento, os pacientes obtêm perdas médias na ordem de 35% a longo prazo. É uma técnica segura e com uma baixa morbidade. Valeria a pena, também, ressaltar um outro procedimento cirúrgico utilizado menos freqüentemente por alguns centros médicos em pacientes extremamente obesos. Esta seria a técnica de Scopinaro: um “bypass” biliopancreático parcial com gastrectomia distal. Os resultados esperados com a cirurgia bariátrica incluem: Perda de peso, melhora das comorbidades relacionadas e da qualidade de vida. Utilizando estes parâmetros, o estudo de seguimento (“Bariatric Analysis and Reportig Outcome System – BAROS”)4 padronizou um conjunto de instrumentos para avaliação dos resultados obtidos com pacientes submetidos à cirurgia. No estudo SOS5 (Swedish Obese Subjects), foi encontrada uma melhora da qualidade de vida, dos parâmetros cárdio-respiratórios (dor torácica, dispnéia, apnéia do sono e hipertensão6) e metabólicos (diabetes e distúrbios lipídicos7) associados a uma perda substancial de peso induzida pela cirurgia. A mortalidade perioperatória está em torno de 0.3 a 1.6 %. As complicações do período pós-operatório podem ser classificadas em precoces e tardias. ● A má absorção de nutrientes é umas das explicações para a perda de peso alcançada com o uso de técnicas disabsortivas como a derivação biliopancreática/duodenal switch (DBP), sendo que cerca de 25% de proteína e 72% de gordura deixam de ser absorvidos. Automaticamente, nutrientes que dependem da gordura dietética para serem absorvidos, como as vitaminas lipossolúveis e o zinco, estão mais suscetíveis a uma má absorção nesse tipo de procedimento. Benefícios da cirurgia: Seus benefícios são inegáveis. Uma pesquisa publicada no JAMA – The Journalofthe American Medical Association, aponta que pacientes obesos que se submeteram à cirurgia bariátrica têm uma taxa de sobrevida maior, em longo prazo, quando comparados a pacientes obesos que não realizaram o procedimento. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Saúde Coletiva com pacientes atendidos pelo sistema de saúde VeteransAffairs, em Seattle, nos Estados Unidos. Além disso, a revista médica inglesa Lancet Diabetes &Endocrinology publicou uma pesquisa que revela que a cirurgia bariátrica é o procedimento mais eficaz na cura do diabetes tipo 2. Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) junto com o MooresCancer Center, afirmam que a cirurgia bariátrica reduz em até 81% chances de câncer de útero. Mas de nada adianta reduzir o estômago se não houver mudanças de hábitos alimentares e de estilo de vida. Após a cirurgia bariátrica, a quantidade e o tipo de alimentos a serem consumidos devem ser limitados. Desvantagens da cirurgia: Pacientes no pós-operatório da cirurgia bariátrica podem apresentar complicações nutricionais. Uma delas é a deficiência de micronutrientes como Cálcio, Ferro, Vitamina D e Vitamina B12. Em determinados casos é importante, inclusive, a suplementação de micronutrientes logo a partir do terceiro dia do pós-operatório Queda de cabelos Esta é uma questão frequente. Em qualquer forma deemagrecimento, seja ela clínica ou cirúrgica pode acontecer perda de cabelos, normalmente entre 6 e 8 meses de pós operatório ou de tratamentos clínicos para obesidade que logrem expressiva perda de peso. O "metabolismo" do paciente quando perde peso tenta diversas formas de poupar energia, sacrificando algumas funções consideradas "não vitais" como por exemplo a manutenção do crescimento e preservação dos folículos capilares. Outra causa de queda/enfraquecimento dos cabelos, apesar de ser muito precoce no pós operatório, são deficiências leves de micronutrientes, como vitaminas A, complexo B e D, dentre outros. Normalmente, esse problema do cabelo é de curta duração e com a estabilização do peso, o cabelo melhora. No caso de deficiência de micronutrientes, sua reposição é importante para o tratamento. Ao mudar a anatomia gastrointestinal, os procedimentos afetam a produção de hormônios intestinais de forma a reduzir a fome e o apetite, além de aumentar a sensação de saciedade. O resultado final é a redução do desejo de comer e a frequência da alimentação. Curiosamente as mudanças hormonais promovidas cirurgicamente são opostas às produzidas pela perda de peso dietética: Mudanças hormonais da cirurgia bariátrica Melhoram a perda de peso ao manter ou aumentar o gasto energético (calorias queimadas). Na verdade, algumas cirurgias até aumentam o gasto energético em relação ao tamanho do peso. Desta forma, a perda de peso cirúrgica tem chance maior de durar por mais tempo, pois um balanço energético adequado é criado. Mudanças hormonais dietéticas Na perda de peso dietética o gasto energético é reduzido para níveis menores do que seriam previstos pela perda de peso e pela mudança na composição corporal. Esta mudança desequilibrada na energia pode levar, muitas vezes, ao reganho de peso. A perda de peso motiva o paciente a praticar exercícios como nadar, caminhar, pedalar e outras atividades físicas e também está associada a diversas outras mudanças no corpo, que ajudam a reduzir os defeitos no metabolismo das gorduras. A combinação entre redução de peso e exercícios melhora a capacidade corporal de queimar gordura, leva a uma atitude mais positiva e reduz o nível de estresse. Outra consequência é a redução de hormônios como a insulina (usada para regular o nível de açúcar) e o cortisol (hormônio do estresse). A captação e o armazenamento de gordura são reduzidos por esta combinação. Com a maior perda de peso o paciente começa a praticar mais atividades físicas, como nadar, caminhar, pedalar e muito mais. Além disso, a combinação de redução de peso e exercícios melhora a capacidade do corpo em queimar gordura, leva a uma atitude positiva e reduz o nível de estresse. A perda de peso massiva causada pela cirurgia bariátrica também reduz hormônios como a insulina (usada para regular o nível de açúcar) e cortisol (hormônio do estresse). Também melhora outros fatores que reduzem a captação e o armazenamento de gordura em depósitos. A atividade física também é componente fundamental no combate à obesidade. Por isso, a cirurgia bariátrica pode ser uma ferramenta útil para auxiliar pessoas obesas a quebrar o ciclo de ganho de peso e ajudar a perder peso, além de manter a perda em longo prazo e melhorar a qualidade de vida e saúde de forma geral. 5) Definir dieta enteral e seus tipos (local e em relação a dieta). https://www.accamargo.org.br/sites/default/files/2018-07/Manual-Nutricao-Enteral.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/220938/2471769/Guia+-+Nutri%C3%A7%C3%A3 o+Enteral+%282%29.pdf/4b7a7f0c-4547-4a2d-b1de-00601bf9245e A nutrição enteral é uma forma de alimentação para pacientes que não devem ou conseguem se alimentar por via oral (boca), como em casos de cirurgia da região da cabeça e do pescoço, esôfago, estômago, etc. https://www.accamargo.org.br/sites/default/files/2018-07/Manual-Nutricao-Enteral.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/220938/2471769/Guia+-+Nutri%C3%A7%C3%A3o+Enteral+%282%29.pdf/4b7a7f0c-4547-4a2d-b1de-00601bf9245e http://www2.ebserh.gov.br/documents/220938/2471769/Guia+-+Nutri%C3%A7%C3%A3o+Enteral+%282%29.pdf/4b7a7f0c-4547-4a2d-b1de-00601bf9245e A ingestão dos alimentos pode ser feita por meio de uma sonda (passagem naso/orogástrica) posicionada ou implantada no estômago e no intestino delgado. Nesse caso, os alimentos estão na forma líquida ou em pó e têm o mesmo valor nutricional que obteria pelo consumo de alimentos, e também são digeridos da mesma maneira, contendo tudo que necessita diariamente, incluindo carboidratos, proteínas, gordura, vitaminas, minerais e água. A nutrição enteral é administrada ao paciente por meio de uma sonda fina, que é um tubo fino, macio e flexível, e que leva a dieta líquida diretamente para o estômago ou intestino. Pode ser posicionada via nasal (no nariz) ou oral (na boca), ou ainda implantada através de procedimento cirúrgico, realizado pelo médico, no estômago, duodeno ou jejuno (ostomia). Nasoenteral em posição gástrica (NG): Pelo nariz, descendo até o estômago. Sonda nasoenteral em posição intestinal (NJ): Pelo nariz, descendo até o intestino (jejuno). O procedimento é simples e indolor. Sonda de gastrostomia: Diretamente no estômago, por meio de pequeno orifício no abdômen. Geralmente através de sonda de alimentação de silicone, com diâmetro que variam de 14 a 26 french, com âncora ou balão de fixação interna e discos de fixação externa, que são colocadas por diversas técnicas, gastrostomias percutânea endoscópica (GEP), gastrostomias radiológica percutânea, gastrostomias cirúrgicas, aberta (Stamm, Witzel, Janeway), gastrostomias laparoscópica. Sonda de jejunostomia: Diretamente no intestino, por meio de pequeno orifício no abdômen. Geralmente através de sondas de alimentação de poliuretano com diâmetro de 8 a 10 french, que podem ser colocadas pela técnica endoscópica percutânea (JEP), ou através de uma sonda de gastrostomia, ou por técnica cirúrgica aberta (Wtzel). Há ainda a possibilidade de acesso jejunal por cateter através de agulha, utilizando cateter de polivínil de 16 Ga ou de Jejunostomias em Y de Roux, usando cateter de silicone com balão. TIPOS DE DIETAS ENTERAIS Existem diferentes categorias de fórmulas nutricionais disponíveis para a utilização de indivíduos com necessidades alimentares especiais. Basicamente, elas diferem entre si por serem produzidas com alimentos (artesanal) ou serem industrializadas. DIETA ARTESANAL OU CASEIRA: É uma dieta que você prepara em sua casa, com alimentos geralmente utilizados na alimentação habitual da família (leite, frutas, arroz, feijão, carne, etc.), que devem ser cozidos, liquidificados e coados. DIETA INDUSTRIALIZADA: É uma dieta pronta, vendida comercialmente nas versões em pó (deve ser diluída em água filtrada) e líquida (pronta para uso). Esta dieta fornece todos os nutrientes necessários para atender os requerimentos nutricionais e para a manutenção da saúde. Há produtos para os pacientes com situação metabólica específica. CUIDADOS COM A CONSERVAÇÃO DA DIETA ENTERAL A dieta enteral deverá ser preparada preferencialmente para seu consumo imediato ou deverá ser consumida em até 24 horas. • Caso não seja possível, a dieta enteral poderá ser preparada e acondicionada em frascos previamente identificados e higienizados. Estes frascos deverão ser armazenados fechados em uma geladeira (preferencialmente na prateleira superior), não os colocando na porta. • Em dias de calor, retirar a dieta da geladeira de 15 a 30 minutos, e em dias de frio, cerca de 60 minutos antes do horário de administrar a dieta. • A dieta não deve ser congelada, bem como não pode ser aquecida em banho-maria ou em forno micro-ondas (o calor pode alterar a composição da dieta). • Se sobrar dieta, esta deverá ser descartada, pois não é recomendado reaproveitá-la de um dia para o outro. FORMULAÇÕES DISPONÍVEIS: Conforme complexidade dos nutrientes: Elementares ou Monoméricas São aquelas em que os macronutrientesse apresentam na sua forma mais simples e hidrolisadas. As proteínas se apresentam principalmente na forma de aminoácidos livres, os hidratos de carbono na forma simples e os lipídios em forma de ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais. Oligoméricas ou peptídicas São aquelas em que principalmente as proteínas estão na forma de hidrolisado, como no hidrolisado de lectoalbuminas, no hidrolisado de soja e outros. Os hidratos de carbono podem ser complexos ou não e os lipídios estão em sua maior concentração na forma de triglicerídeos de cadeia média (TCM) e ácidos graxos essenciais (AGE). Poliméricas São aquelas em que os macronutrientes se encontram na sua forma intacta, necessitando de sofrer digestão prévia à sua absorção. As proteínas estão na forma de caseinatos, sojas, lectoalbuminas, os lipídios na forma de óleo de milho, canola, girassol, podendo ter ou não adição de 11 TCM, AGE, e os hidratos de carbono na forma de maltodextrina, sacarose, podendo ou não ter a presença de fibras. Para realizar a dieta o ideal é ter um frasco para armazenar a dieta enteral e um equipo para conectar a dieta do frasco na sonda do paciente. Com ele pode-se controlar o fluxo da dieta por meio da pinça de rolete (válvula). Paciente pode apresentar diarréia: Verificar se a dieta está sendo administrada em temperatura e gotejamento adequados, assim como as condições de higiene dos utensílios e do manipulador. Se não houver melhora, consulte o médico e/ou nutricionista. ( Três ou mais episódios de fezes líquidas em grande quantidade). Paciente pode apresentar refluxo: Administrar a dieta com o paciente sentado ou com a cabeceira elevada (pelo menos 45°). Diminua a velocidade do gotejamento. Respeite os intervalos entre as dietas determinadas pelo nutricionista. Paciente pode apresentar obstipação intestinal: Consulte o nutricionista para uma possível alteração da dieta ou o médico para a introdução de algum medicamento. Paciente pode apresentar obstrução da sonda: Com uma seringa de 20 ml, administre água morna em forma de jato para remover possíveis resíduos de dietas ou medicamentos. Caso não solucione o problema, entre em contato com a equipe médica.
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