Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA I Eixo Reprodutivo O meio externo tem certo controle sobre a reprodução, a luz, por exemplo, interfere na reprodução de algumas espécies, não só a luz, o ambiente como um todo. No caso da luz, em algumas espécies, vai chegar através do nervo ótico, a pineal que por sua vez, na presença da luz produzirá menos melatonina e na falta de luz, produzirá mais melatonina. LUZ → - Melatonina ESCURO → + Melatonina A luz tem uma influência positiva no caso da reprodução da égua e da gata. A escuridão tem uma influência positiva sob a reprodução da ovelha e da cabra. No caso da vaca isso não interfere muito. O estimulo positivo, quer seja pela presença ou ausência de melatonina, esse estímulo positivo vai atuar sob o hipotálamo e este vai por sua vez produzir e liberar o GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas). Os hormônios existem todo o tempo, didaticamente, pode-se dizer que em determinada fase tem-se a predominância de certo hormônio, mas sempre existem níveis basais dos demais. Têm-se momentos de alta produção de um hormônio e em outros momentos em que a produção é baixíssima, mas não é ausente. Os hormônios têm duas formas de liberação, a liberação tônica e a cíclica. A liberação tônica é aquela que está acontecendo a todo o momento para manter o sistema funcionando, é uma liberação pulsátil, obedece a uma frequência, tem alta amplitude e baixa frequência. A liberação cíclica tem alta amplitude e alta frequência. O GnRH vai atuar na hipófise e vai promover a liberação das gonadotrofinas → FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Temos o LHt (LH tônico) e o LHc (LH cíclico) e o FSHt e FSHc. Há momentos em que há uma liberação do LHt e há momentos que precisa do LHc, o mesmo ocorre com o FSH. Quem mantém os pulsos de LHt é o GnRHt, que libera tanto LHt quanto FSHt, quando ocorre uma liberação de GnRHc, é o mesmo GnRH, o que muda é a quantidade e a forma de liberação. Esses hormônios gonadotróficos vão atuar nos ovários promovendo o crescimento folicular, a ovulação e a luteinização. Quem atua no crescimento folicular é o LHt e o FSHt, porque o crescimento é paulatino. O LH e o FSH atuam no processo de crescimento folicular. O LH é um hormônio que em ação sinérgica com o FSH, promove o crescimento do folículo. Ai o folículo cresce, quando isso acontece, ele produz um hormônio que é o estrógeno, através da ação do LHt e FSHt o folículo vai crescer e a medida que cresce vai produzir estrógeno. O estrógeno é o hormônio que muda a fisiologia do trato reprodutivo feminino, ele tem uma ação sob o trato reprodutivo e sob os centros sexuais do hipotálamo, então esse estrógeno é o hormônio responsável pelo cio ou estro. À medida que o folículo vai crescendo chega determinado momento que a concentração de estrógeno é alta, ele tanto vai atuar no sistema reprodutivo como em outras partes do organismo, como nos centros sexuais do hipotálamo para que a fêmea manifeste estro, só que esse estrógeno vai sendo produzido em pequenas quantidades, até chegar em uma grande quantidade, quando chega em determinado nível na corrente circulatória, o estrógeno vai atuar sobre o hipotálamo e também pela hipófise (menor importância). Quando o estrógeno atua sobre o hipotálamo, ele vai fazer um mecanismo de feedback negativo sob os centros de liberação tônica e este mesmo estrógeno vai fazer um feedback positivo sob os centros de liberação cíclica. Quando houver a liberação do GnRH cíclico este vai atuar sobre a hipófise para promover a liberação de LHc e FSHc, esse LHc vai atuar sob esse folículo maduro e vai promover a sua ovulação. Uma vez que promoveu a ovulação, o estrógeno cai na corrente circulatória, porque com a ovulação a fonte produtora de estrógeno é eliminada. Quando o nível de estrógeno cai na corrente circulatória isso leva a uma parada da liberação cíclica e ao estímulo da liberação tônica (não tem mais estrógeno elevado para funcionar o cíclico). Agora quem age é o LHt que vai promover a luteinização (o LHt promove o crescimento folicular e a luteinização). GnRHt → LHt e FSHt → folículo cresce → maturidade → grande liberação de estrógeno → GnRHc → LHc → ovulação → estrógeno cai → GnRHt → LHt e FSHt → luteinização A luteinização é a formação do corpo lúteo, entrando em ação a progesterona que antes estava em níveis basais, começa a aumentar na corrente circulatória, então a medida que o corpo lúteo vai amadurecendo, vai aumentado seu nível de progesterona, chega em determinado ponto faz um platô. Enquanto estiver alta, a progesterona vai atuar sob os centros de liberação cíclica provocando um feedback negativo, então o tônico está atuando, o folículo cresce, só que a fase final não acontece por causa da progesterona, o crescimento folicular depende do LHt e do FSHt. Porém, o final do crescimento folicular e a ovulação dependem do LHc, só que este LHc só é liberado quando a progesterona está baixa, com a progesterona alta não há liberação do LHc. Quando o animal está no cio, seu estrógeno alcançou o nível mais alto e seu nível de progesterona está baixo. O folículo é chamado ao desenvolvimento pelo FSHc. Houve a ovulação, com isso, houve a formação do CL que produziu progesterona, só que essa progesterona vai controlar a outra onda, atuando sobre os centros de liberação cíclica fazendo um feedback negativo. Os folículos crescem, a todo momento tem-se estrógeno e progesterona, mas o estrógeno não atinge seu máximo, porque a progesterona não deixa, mas o folículo está crescendo. Enquanto a progesterona estiver alta os folículos crescem, permanecem instáveis durante uns dias e depois ele entra em atresia e vem uma nova onde de crescimento folicular. Progesterona alta: atresia! Aí vem uma nova onda de crescimento folicular, progesterona está alta, cresce uma nova onda. Progesterona está alta e quando cai esse feedback negativo é removido e esse folículo continua seu crescimento, aumenta a produção de estrógeno e leva ao pico de LHc e a uma nova ovulação, mas para isso a progesterona teve que cair. Enquanto o folículo que está maduro ovula, ao mesmo tempo ele está chamando outro ao desenvolvimento. Quem faz a progesterona cair? Aqui entra um novo personagem na história, que é o útero, na maioria das espécies domésticas (não acontece no caso da cadela, macaca e mulher, então o útero não controla a atividade ovariana nessas espécies, quem controla é o próprio ovário → fatores (ninguém sabe exatamente o que é)). Quando a fêmea está em estro, todos os mecanismos são ativados para que a perpetuação da espécie seja possível, então quando o folículo cresce, ele produz o máximo de estrógeno e a fêmea manifesta cio, se tornando apta ou sensível a ação do macho, permitindo a copula. Esse estrógeno também atua no sentido de favorecer, preparar o trato reprodutivo para a gestação (progesterona também tem essa função), preparando o útero para a concepção. Havendo a concepção, esse concepto vai sinalizar para o útero dizendo “tem alguémcrescendo aqui dentro, e só vou crescer se a progesterona continuar alta!”, se a progesterona cair o concepto morre, pois é ela que vai atuar sobre o útero para que este se torne um ambiente propício para o desenvolvimento de outro individuo, não só do ponto de vista imunológico, mas do ponto de vista nutricional, por meio do leite uterino → zigoto ao chegar no útero, não tem placenta, até que esta se forme, ele é nutrido pelo leite uterino (secreção das glândulas endometriais). O estrógeno faz as glândulas crescerem e a progesterona faz com que elas produzam o leite uterino. O concepto vai sinalizar (mecanismo de reconhecimento materno da gestação) para que esse útero não produza um fator que venha a impedir a produção de progesterona. Não havendo concepção ou havendo falha na concepção, o útero começa a produzir prostaglandina-F2-alfa que atua sobre o CL, promovendo a luteólise. Quando o CL deixa de existir, deixa de existir progesterona, o feedback negativo é eliminado e o folículo que estava desenvolvendo vai continuar seu crescimento se tornando um folículo maduro, produzindo um nível elevado de estrógeno, fazendo a fêmea entrar em cio, fazendo um feedback negativo sobre os centros de liberação tônica e um feedback positivo sob os centros de liberação cíclica que vai promover a liberação do LHc e do FSHc. O LHc que vai promover a ovulação e depois volta para o LHt para a luteinização e o FSH por sua vez vai promover um novo desenvolvimento de uma nova onda de crescimento folicular, que se houver uma falha nesse processo e não houver produção de progesterona, esse folículo que começou a se desenvolver no dia que ela estava em estro, vai ser aquele que ela vai manifestar cio poucos dias depois, se esse corpo lúteo formar, ele entra em atresia (difícil entender sem olhar ele explicando no quadro). Se houver um defeito no hipotálamo, o folículo cresce, mas ele não faz o feedback positivo, não maturando e não ovulando, ou seja, entra em atresia. O folículo começa a desenvolver no ovário feminino desde que a fêmea está nos primeiros 3 meses de gestação, uma vez que é definido o sexo. O ovário feminino já está pronto aos 110 dias de gestação, mas nesse eixo, não está maduro, e por isso que a bazerra não manifesta cio, porque não há sincronismo nesse eixo, que só estará sincronizado a partir da puberdade, que é um indicativo do sincronismo do hipotálamo-hipófise-ovário. Então quando o sistema endócrino sincroniza esses processos, tem-se o ciclo completo que é a puberdade. Se o útero não produz PGF2α a progesterona fica alta e isso faz com que não haja liberação do GnRHc e esse folículo não chega a sua plenitude não produzindo estrógeno, não manifestando cio em intervalos regulares, pois seu folículo não atinge sua plenitude de desenvolvimento, com isso ela fica em anestro. AULA II Anatomia, histologia e fisiologia Sistema Genital Feminino O sistema genital feminino é composto basicamente de 3 componentes, é uma divisão prática, porque a gônadas ou ovários são estruturas também comum aos machos, que seriam os testículos e no caso da fêmea seria os ovários. Tem-se um sistema tubular derivado dos ductos mesonéfricos no caso dos machos e tem-se no caso das fêmeas derivados dos ductos paramesonéfricos as trompas, útero, cervix e vagina. Após a vagina tem-se a genitália externa que é composta pelo vestíbulo vaginal, lábios e clitóris. Essa estrutura externa é do ponto de vista biológico comum aos machos. Então, o embrião tem uma fase inicial em que é indiferenciado tendo propensão para macho e para fêmea, quando define para macho, a gônada vira testículo e a genitália externa vira pênis, prepúcio, bolsa escrotal, etc. Quando é definido para fêmea, a gônada vira ovário, o sistema tubular próprio da fêmea desenvolve e a genitália externa é modificada. Inicialmente, o sistema tubular não é conectado a genitália externa, quando é fundido da origem a prega himenal. Tudo que está posterior a prega himenal é vestíbulo da vagina, uma inflamação nessa área é uma vestibulite. Durante a micção há constrição dessa prega himenal juntamente com o arqueamento da coluna vertebral e contração dos membros posteriores que evita o refluxo de urina para dentro da vagina, pois ela é acida e irritante, provocando uma vaginite, e obviamente se a fêmea se entrar no cio com a vagina inflamada, o sêmen ao entrar em contato com esse pus irá morrer. Se a vaca tiver uma lesão na prega himenal decorrente do parto, é arriscado que posteriormente ela tenha problema de fertilidade por causa de refluxo de urina ou menos pela entrada de ar na vagina. Em égua é relativamente comum a pneumovagina e a urovagina. Éguas com pneumovaginas são inférteis, é um problema cirúrgico. O que é cavidade abdominal e o que é cavidade pélvica? Tem-se o bordo anterior do púbis, tudo que está anterior ao bordo anterior do púbis é cavidade abdominal e tudo que está posterior é cavidade pélvica. Quando a vaca está na gestação avançada o útero está caído para a cavidade abdominal, já no caso da novilha com 30 dias de gestação, está na cavidade pélvica. Anatomia topográfica: tem-se o reto e abaixo dele só tem uma estrutura que é o trato reprodutivo e abaixo do trato reprodutivo tem-se a bexiga. Quando se introduz a mão no reto dentro da cavidade pélvica de uma novilha, em condições fisiológicas encontra-se a parede do reto, trato reprodutivo e em alguns casos consegue-se palpar a bexiga. É importante observar a posição do corno uterino da vaca que fica na cavidade sob a forma de chifre de carneiro e o ovário fica nas extremidades. O trato reprodutivo da égua não tem a forma de chifre de carneiro, ele abre lateralmente, tem a forma de Y ou Y aberto, ele não vira para baixo como na vaca, ele sai lateralmente. Quando vai se palpar o útero da égua deve-se ir para um lado e para o outro e palpar os ovários. A) Ovário Pode estar localizado na cavidade pélvica ou cavidade abdominal, tem as duas posições. Esse conhecimento é importante quando se palpa um animal jovem não gestante (cavidade pélvica) ou um animal mais velho ou pelo tempo de gestação avançado (projetado para dentro da cavidade abdominal). O ligamento largo é a plataforma de sustentação de todo trato reprodutivo, quando o animal fica gestante o trato reprodutivo começa a se projetar para dentro da cavidade abdominal por causa do peso, acontece que, o animal jovem depois que pari, seu útero se projeta para a cavidade e depois ele vem involuindo e volta para sua posição anterior ao parto (esse anterior leia-se quase, pois cada vez que ocorre a gestação o útero vai e volta, mas não volta totalmente). A posição do útero vai depender da idade do animal (vaca velha tem ovário maior do que vaca jovem), da espécie (em geral o trato reprodutivo do gado europeu é maior do que o do indiano), da raça e do estado fisiológico (gestante ou não). Isso é importante ao se fazer o exame clínico. Função: o ovário tem 2 funções, uma exócrinae uma endócrina, a função exócrina, que seria a produção de óvulos e a endócrina, a produção de estrógeno e progesterona. O folículo produz estrógeno e o corpo lúteo produz progesterona. Forma: é variada nas espécies, em uma mesma espécie ou em um mesmo animal sua forma pode variar ao longo da vida reprodutiva. O ovário no caso dos ruminantes, em geral é arredondado. Então tem-se, por exemplo, numa novilha ou animal jovem, um ovário do tamanho de um avelã com forma arredondada, e essa forma pode ser alterada no animal adulto, porque quando se tem o ovário, no animal adulto vai haver o crescimento de folículo que vai alterar a forma desse ovário e depois que ocorre a ovulação, tem-se a formação do corpo lúteo que também se projeta para fora do ovário no caso dos ruminantes. Então como o ovário é pequeno e o corpo lúteo é grande, ele não tem como crescer dentro do ovário, então ele se projeta para fora provocando uma projeção. O corpo lúteo na maioria das espécies é maior do que a estrutura que lhe deu origem, então este corpo lúteo as vezes chega a ocupar ¾ do tamanho do ovário, se projetando para fora na maioria das espécies. Existe uma exceção, no caso dos equídeos que o ovário tem uma forma de rim, em que o corpo lúteo cresce dentro dele e nesse caso, o corpo lúteo que vai se formar é menor do que a estrutura que lhe deu origem, porque o corpo lúteo é interior no ovário. A ovulação na égua ocorre na fossa de ovulação, diferente das outras espécies em que a ovulação pode ocorrer em qualquer ponto da superfície ovariana. Então, na vaca tem como palpar o CL, na égua é difícil, pois este está dentro do ovário. A forma do ovário no caso dos ruminantes é arredondada podendo chegar ao tamanho de um avelã, claro que seu tamanho é proporcional ao tamanho do animal. Nos bovinos em condições saudáveis o ovário vai chegar ao máximo no tamanho de uma noz. Na vaca velha, a tendência é encontrar um ovário maior e mais duro, porque cada vez que ocorre a ovulação, neste ponto ocorre uma cicatrização e fibrose. Ao longo da vida reprodutiva do animal o ovário vai sendo revestido por tecido conjuntivo, então a tendência na vaca velha é o ovário ser fibrosado e mais duro. No caso dos equídeos, como citado anteriormente, tem-se o formato de rim e as ovulações ocorrem unicamente na fossa da ovulação. O epitélio que recobre o ovário nos ruminantes e na maioria das espécies é o mesmo epitélio que recobre o ovário da égua somente na fossa. A égua não consegue ovular pelo epitélio porque há uma capsula de tecido conjuntivo recobrindo o ovário e o único ponto em que existe um epitélio ovariano é na fossa da ovulação. Como a fossa da ovulação é pequena, enquanto na vaca se consegue 10 ovulações numa superovulação, na égua jamais se conseguirá isso por causa do tamanho da fossa da ovulação. O folículo da vaca mede 15-18 mm e o da égua chega a 36 mm, sendo maior que uma noz, muitos chegam a ser do tamanho de um ovo de galinha caipira. No caso dos suínos, caninos e felinos que são animais de múltiplas ovulações, como crescem vários folículos ao mesmo tempo na superfície ovariana, ele pode tomar a forma de cacho de uva. Tamanho e peso: obviamente vai variar. Se é um animal europeu é maior; Se é um ovário de uma vaca indiana, velha ou jovem; Se está tendo atividade reprodutiva ou não. Esses fatores vão afetar o tamanho e peso do ovário. No caso dos bovinos, o ovário esquerdo é menor e menos funcional que o direito, em geral 60% das ovulações vai ocorrer no ovário direito, isso é atribuído a presença do rúmen. Hipoplasia na vaca ocorre mais no ovário esquerdo e cisto folicular vai acontecer mais no ovário direito. Vários tumores ocorrem com mais frequência no ovário direito. No caso da égua, o ovário tem seu tamanho e peso variado, porque a égua é um animal de reprodução estacional, então quando chega fora da estação de reprodução, esse ovário entra num processo de repouso ou até de atrofia, quando se palpa égua fora da estação de reprodução, nota-se que o ovário é menor que uma noz e isso não é patológico. Durante a estação de reprodução a formação de folículo e presença de corpo lúteo aumenta o tamanho do ovário e na égua isso é brutal, tem égua que só ovula com um folículo de 43 mm ou maior. Tem égua que chega a crescer 4 a 5 folículos no ovário. Se fosse em uma vaca, diria que era cisto, mas na égua é totalmente normal. Estrutura: o ovário tem o revestimento externo que antigamente era chamado de epitélio germinativo, porque acreditava-se que desta superfície ovariana é que germinava os oócitos. Mais tarde verificaram que a fêmea já nasce com seu potencial reprodutivo pré-determinado, então não se faz uma hipoplasia, a fêmea já nasce fértil. A partir de 100 dias, o ovário da vaca já está pronto. O epitélio do ovário é apenas uma túnica que permite que ovulações ocorram em qualquer ponto da sua superfície. Abaixo dessa túnica tem-se na maioria das espécies os elementos nobres do ovário, que seriam os folículos em diferentes fases de desenvolvimento. Assim que ocorre a ovulação, a cavidade deixada se enche de sangue deixando um corpo hemorrágico, depois se desenvolve um corpo lúteo, tudo isso na camada cortical do ovário. Então na maioria das espécies com exceção dos equídeos, a camada cortical é onde estão as estruturas que se desenvolverão ao longo do ciclo reprodutivo. E tem-se a parte medular onde tem tecido conjuntivo, nervos que acessam o ovário para poder manter a estrutura ovariana. No caso da égua houve uma inversão, então a estrutura da cortical ficou central e a medular está mais na periferia do ovário. A irrigação e inervação que ocorre central nos não equídeos é periférica nos equídeos. Folículos: tem-se os folículos primários, não se deve confundir folículo primário com oócito primário. No folículo secundário tem-se o oócito primário, não se deve confundir folículo com oócito. Nós temos os folículos primordiais ou primários, os folículos secundários e terciários em crescimento, folículo maduro e pré-ovulatório. O folículo primário é uma célula com o núcleo grande que é chamado de vesícula germinativa (núcleo do oócito) e tem-se células planas em volta de oócito e ficam sobre forma de ninhos na camada cortical do ovário. Quando esse folículo é “chamado” ao desenvolvimento, não se sabe o que determina qual folículo vai se desenvolver. Essa célula vai desenvolver uma zona pelúcida, tem-se o núcleo do oócito e as células planas vão se tornar cuboidais e começam a se multiplicar em camadas em volta do oócito. Forma-se zona pelúcida e células da camada da granulosa. O folículo está se desenvolvendo, nisso tem-se também as células da camada da teca crescendo externamente, dentro do folículo, as células começam a produzir liquido que forma um compartimento entre a camada granulosa e a camada da teca. Então o folículo quando cresce e passa de primordial para secundário,começa a formar zona pelúcida e as células anteriormente planas começam a se tornar cuboidais e se multiplicam. Em volta dessa estrutura existe uma membrana chamada membrana basal (não entra vaso sanguíneo na camada da granulosa, porque este elemento é um corpo estranho, pois tem composição genética diferente, se entrar sangue o corpo vai destruir o oócito → reação imunológica), as células da camada granulosa que passam fatores e resíduos para o oocito. As células da camada granulosa começam a produzir liquido e começam a se “acotovelar” formando o antro folicular. A partir dai o folículo é denominado terciário que possui em seu interior um oocito primário. Esse folículo entra numa fase de crescimento e com atividade hormonal chega ao ponto de ovular, tornando-se um folículo pré-ovulatório. Uma vez que esse folículo se tornou pré-ovulatório, devido a ação hormonal, ele irá ovular e depois que ele ovula, essa cavidade que fica, se enche de sangue formando o corpo hemorrágico que possui um coágulo e células da camada da granulosa que vão se multiplicar e sob ação hormonal essas células vão passar a produzir progesterona. Então, quando ocorre a substituição deste coagulo por células da camada da granulosa luteinizada isso passa a se chamar corpo lúteo ou corpo amarelo. Se houver concepção, esse corpo lúteo vai persistir em algumas espécies por toda a gestação e em outras espécies por só uma fase da gestação e esse CL recebe o nome de CL gravídico, porque devido a gestação este CL aumenta o seu tamanho e aumenta o nível de produção de progesterona. Quando o animal está gestante tem-se a produção de progesterona básica e tem um aumento na produção de progesterona. O diagnóstico de gestação pela dosagem de progesterona é baseado neste diferencial, porque se sabe que a espécie em condições normais produz “x” de progesterona e quando esse animal está gestante ele produz “x” mais alguma coisa, então essa diferença de progesterona pelo CL é que diz que a fêmea está gestante, pois o nível de progesterona está acima daquilo que normalmente é produzido no animal cíclico. Se não ocorre a gestação, esse CL entra em um processo de destruição, vai ocorrer a invasão de células de tecido conjuntivo e esse CL vai ceder a capacidade de produzir progesterona. Vai ser substituído por tecido conjuntivo e vai acabar em corpus albicans ou corpo branco. Cada folículo que entra em atresia vai sendo substituído por tecido conjuntivo, por isso com o tempo o ovário vai ficando fibrosado. B) Trompas (ou Ovidutos) Localização idem ovários. Todo o trato reprodutivo está assentado numa plataforma que é o ligamento largo. São duas trompas, é um ducto sinuoso e flexuoso e que faz o contato com o ovário e o útero. Então, uma vez que ocorre a ovulação, a função da trompa é captar esse óvulo e conduzir até o útero. Assemelha-se à miojo, até seu diâmetro é parecido. Sua função é o meio de contato do ovário com o útero. Para a fertilização nós temos dois elementos essenciais, o óvulo e o espermatozoide, que são células únicas. Quando se trata de uma célula, para que ela se mantenha viva, ela precisa de nutrição, então uma das funções da trompa seria nutrição do óvulo e do espermatozoide. Na trompa é que vai ocorrer a fertilização (fusão dos pronúcleos masculino e feminino). Ela propicia um meio adequado à fertilização para o espermatozoide sofrer uma série de alterações → capacitação espermática. Depois disso, ocorre a formação do zigoto que também será nutrido pelo liquido tubário. A trompa, após a fertilização conduz o zigoto para o interior do útero. Basicamente a trompa tem função de captação, nutrição e condução. Voltando ao folículo: O líquido folicular é o meio de comunicação das células da camada da granulosa, elas tem comunicação entre elas através das junções celulares e tem comunicação através deste liquido. O ovário enquanto está com CL produzindo progesterona, tem um folículo terciário ao mesmo tempo se desenvolvendo produzindo estrógeno, quando não ocorre fecundação ou no final da gestação é formado o corpus albincans. A trompa é divida em 3 porções: - Pavilhão ou infundíbulo: é aquela extremidade da trompa que possui forma digitiforme que sob ação hormonal se posiciona como que abraçando o ovário para a captação do óvulo. Histologicamente, não há fibra muscular nesta porção, é bastante delgada e membranosa, a luz da trompa tem um aspecto rendado, com vilosidades que se ramificam. - Ampola: dilatação da trompa, maior parte desta. Histologicamente, possui pregas primárias com troncos secundários com algumas fibras musculares. - Istmo: entra em contato com o útero. Histologicamente, é a porção muscular, funciona como um esfíncter, pois o órgão reprodutor feminino é desprotegido. Portanto, esse esfíncter protege o ovário. Proteção do órgão reprodutor feminino: primeiro tem-se os lábios da vulva que ficam colabados, não permitindo a entrada de bactérias. A segunda proteção seria a própria constrição himenal, que impede o refluxo de urina. Depois tem a cérvix que se fecha sob ação hormonal impedindo a entrada de bactérias. E a outra proteção quando a cérvix se abre, no momento do cio sob ação hormonal, é o istmo que é um músculo que vai impedir a entrada de bactérias na trompa evitando uma infecção da trompa. A fertilização ocorre na junção istmo-ampolar, ou seja, na passagem da ampola para o istmo. Uma vez que ocorreu a ovulação, o óvulo vem descendo pela ampola. Existe o epitélio tubarico que vai movimentar esse ovulo, impedindo que ele se fixe na parede da trompa. Primeiro a trompa produz líquido (células caliciformes) e depois o epitélio tubário é ciliado (sob ação hormonal – estrógeno - ficam batendo, se movimentando), o que impede que o óvulo pare na trompa. Isso faz com que óvulo junto com as células do cumulus oofuros fique rodando e o ovulo vai sendo desnudado para que quando ele chegue na junção istmo-ampolar o espermatozoide consiga penetrar. Antigamente, em termos de fertilização in vitro usava-se estas células da trompa para poder fazer o meio de cultivo do oócito em monocamada de células tubárias, mas com o surgimento de doenças como a vaca louca, foram criados meios artificiais de desenvolvimento. No caso dos bovinos, a trompa se afunila no fim do corno uterino e no caso dos equídeos a extremidade do corno uterino é arredondada (como um salsichão) e a trompa se projeta para dentro do corno e o istmo termina dentro do corno uterino, funcionando como um esfíncter. Se tiver que entrar bactérias, em qual das duas, as bactérias entrariam para provocar uma inflamação tubárica com maior facilidade? Na que se afunila (bovinos) é mais fácil. A salpingite é mais facilmente encontrada em bovinos. C) Útero Localização idem ovários. Sua função é a gestação e conduzir o espermatozoide em direção as trompas. Quando o espermatozoide está no trato genital, o útero funciona como se estivesse sugando-o (movimento caudo-cranial)fazendo com que ele alcance a trompa. Além disso, o útero nutre o espermatozoide durante sua passagem através das glândulas uterinas. Uma vez que o zigoto entra no útero, esse zigoto tem como receber nutrição da mãe indiretamente, há uma necessidade dele sobreviver no útero até que a placenta se desenvolva, então outra função do útero é, sob ação da progesterona, produz o leite uterino que mantem o zigoto vivo ate a formação da placenta. No momento do parto a função do útero é contrair para expulsar o concepto sob ação hormonal. O útero é dividido em corpo e corno, sendo o corpo comum aos dois cornos. O corpo uterino no caso dos ruminantes é extremamente pequeno, a proporção corpo-corno é cerca de 1:10 na vaca e 1:1 na égua, na ovelha e na cabra é de 1:4 e no caso da porca é 1:20 a 1:30. Coelhas e ratas tem útero duplex: duas cervix e dois cornos. A parte interna do útero não é igual para todas a espécies, temos que chamar atenção para o caso dos ruminantes que possuem uma placenta do tipo cotiledonária, então existe dentro do útero áreas especializadas aglandulares que são as chamadas carúnculas, nesses pontos que haverá o estabelecimento da placentação, então somente nesses pontos é que a placenta se fixa. A área glandular do útero são as porções localizadas entre uma carúncula e outra, a área que produz prostaglandina e leite uterino. Existem cerca de 70 a 120 áreas carunculares no caso dos ruminantes, que vão estabelecer contato. A importância disso é que quando o animal tem uma infecção uterina grave, ocorre uma necrose dessas áreas, o que pode levar a uma subfertilidade ou ate mesmo infertilidade. O útero é uma estrutura muscular com fibras em diferentes direções, um trançado de fibras musculares, pra quando o bezerro crescer estas fibras não se separarem, para que o útero possa crescer em todas as direções. Na luz do útero tem-se o endométrio que é a parte glandular do útero, que produz prostaglandina e leite uterino, sob ação hormonal suas glândulas crescem e sob ação hormonal da progesterona suas glândulas entram em secreção. No caso da égua, se pegar uma infecção, há uma substituição dessas glândulas endometriais por tecido fibroso, por outro lado com o passar da idade essas glândulas na égua vão sendo substituídas por tecido conjuntivo fibroso o que causa infertilidade. Quando falta progesterona? Folículo cresceu, porém ele não ovulou, o que vai acontecer? Se ele não ovulou, não produziu progesterona, se não produziu progesterona, aquele bloqueio do desenvolvimento folicular lá no GnRH não vai acontecer, então esse folículo quando crescer vai crescer mais rápido que o outro, do que se fosse no ciclo normal então ela vai repetir o cio num período mais curto. D) Cervix É o colo do útero, vem do latim e quer dizer pescoço, é o pescoço do útero. A função da cervix é impedir a penetração de microrganismos, pois sob ação da progesterona ela se fecha e impede a entrada (na gestação). No momento do parto a cervix relaxa sob ação do estrógeno (baixa progesterona) e permite a passagem do concepto. Sua função é basicamente proteger o útero. Quando a fêmea está no cio, a cervix relaxa sob ação do estrógeno. Quem vai proteger esse útero é o epitélio cervical que produz um muco que lava constantemente a cavidade vaginal, além de ter propriedade bactericida, impedindo que microrganismos adentrem o útero. Mas e se passar bactérias para o útero? Sob ação do estrógeno, ocorre um aumento da vascularização do útero, que fica edemaciado. Então, esse aumento da irrigação provoca uma vasodilatação favorecendo a passagem de células de defesa para o útero, ou seja, o sistema imunológico ira fagocitar essas bactérias, sob ação do estrógeno. Sob ação da progesterona a cervix se fecha e o muco se torna extremamente pegajoso formando o tampão mucoso da gestação, que impede a penetração de microrganismos. Quando a progesterona cai, o estrógeno sobe hidratando esse muco fazendo com que ele perca esse aspecto denso, então ele se solta para que aconteça o parto. A cervix se projeta um pouco para dentro da vagina e essa cavidade que se forma se chama fundo de saco vaginal ou fornix vaginal, a vagina é um órgão oco e a cervix faz um bico para dentro da vagina, do lado se forma o fornix vaginal. E) Vagina A vagina é aglandular, só possui glândulas perto da cervix que na verdade é um resquício de epitélio cervical. Ela contém poucas fibras musculares lisas, não possui capacidade de contração. Possui dobras na sua parede que se dilatam no momento do parto. Sofre ação hormonal, isto é bastante evidente no caso da cadela, gata, rata e da mulher, porque sob ação do estrógeno a parede interna da vagina torna seu epitélio espessado, preparando o animal para a fase de receptividade sexual intensa, o epitélio se torna pavimentoso estratificado queratinizado. Quando o estrógeno desaparece e a progesterona aumenta, não tem mais atividade sexual, com isso o epitélio perde essa área queratinizada. A delimitação da vagina é do óstio caudal da cervix até próximo ao meato urinário. F) Ligamentos do útero O ligamento de sustentação do útero é o ligamento largo do útero, então esta é a plataforma. Por ele passa a artéria uterina média, esse ligamento é uma plataforma de sustentação, como uma rede. Do lig. Largo do útero tem-se o lig. Intercornual, tem uma variante do lig. Largo que é uma mesossalpinge que se liga a trompa e tem-se aquele que fixa o ovário em sua posição que é o mesovário. Por isso que quando a vaca está gestante o ovário acompanha o útero, estão ligados. É importante saber sobre a mesossalpinge, pois em algumas situações ocorre a aderência desta ao ovário. G) Glândulas vestibulares Se abrem no vestíbulo, sob ação hormonal produzem uma ação viscosa que facilita a cópula. AULA III Exame Ginecológico da Vaca Não-Gestante Não importa o escore do animal, a nossa obrigação é excluir a possibilidade do animal estar gestante. “Mas ela está com bezerro ao pé”; Você foi chamado, porque o animal está com algum problema. O fato dela estar com o bezerro ao pé significa que não tem outro bezerro dentro da barriga dela? Isso acontece. As vezes o pessoal faz parto, tira o bezerro da barriga dela e fala “ah acabou”, e o bezerro que realmente está problemático está em posição distócica dentro da barriga da mãe e isso não foi identificado. Então, a primeira obrigação nossa é excluir a possibilidade de o animal estar gestante. Inclusive por causa da necessidade ?? como é o caso de você fazer o exame no animal e notar à palpação, ou ate no exame ?? que o concepto está numa posição inadequada e você vai informar ao proprietário a necessidade de se fazer uma intervenção, devido a posição daquele bezerro. Uma coisa importante também na questão de diagnóstico de gestação é por causa de medicação. Então, um dos medicamentos que induz o aborto é o corticoide, dexametazona. Então, se o animal tem algum tipo de problema ou em que há aplicação de corticoideno gado, você precisa excluir a possibilidade de o animal estar gestante. Não adianta dizer que o proprietário não informou, a responsabilidade é sua, muito cuidado com processos judiciais. Nós que temos que fazer o exame clinico, saber se o animal está gestante, para então, saber qual tipo de medicamento você vai indicar, se é algum medicamento que produz alguma teratologia, você precisa saber, evitar abortos futuros. Fase do ciclo estral: esse animal está manifestando cio ou não? Está ciclando ou não? Por quê esse animal ainda não está gestante (se for o caso) se está ciclando? Como ainda ninguém viu esse animal manifestar cio? Perguntas que se deve fazer na propriedade, e precisamos determinar se o animal está ciclando, qual seria a fase do ciclo estral desse animal. Causas de infertilidade: esse animal está repetindo o cio constantemente, já foi inseminado não sei quantas vezes, já foi coberto não sei quantas vezes, qual é a causa da infertilidade? Minha vaca pariu e está com febre, mostra distúrbios puerperais. Quando trabalhamos com bovinos é diferente com cães, em alguns casos até com equinos. Porque quando você trabalha com bovinos, em geral você trabalha com POPULAÇÃO e ao fazer o exame ginecológico é importante que você saiba chegar na propriedade e verificar qual é a situação do rebanho (alimentação – reprodução é energia e fósfgoooro) a liberação dos hormônios são dependentes de energia e fósforo. Para que o animal venha a ciclar há necessidade de energia e fósforo, que vem através da nutrição. Energia (amido), proteína (soja), fósforo (solo). Se a vaca é de alta produção de leite a demanda/gasto de energia é grande. Fósforo e cálcio são eliminados pelo leite, se não houver reposição você vai ter problemas nessa propriedade. Então, você precisa determinar se o problema que você está diante é um problema individual ou populacional. Se o problema é individual, a vaca está doente. Agora quando se chega na propriedade e o cara fala “as vacas estão tudo vazias, elas pariram e não dão cio”. Você está diante de um caso populacional. Então, você não vai ficar penando em dar remédio na veia, porque o cara vai vender as vacas, vai quebrar e vocês vão estar sem assistência técnica. Muitas vezes você tem que corrigir a parte nutricional, corrigindo a parte nutricional, o resto você vai corrigir indiretamente. Verificar tipo de alimento, quantidade, quantas vezes, onde, como. Analisar as vacas se estão magras ou gordas. (gráfico de vacas gordas e magras) A pergunta é, por que essas vacas estão magras? Por que a grande maioria está nesse estado? Por que tem algumas que estão nesse estado? Essa vaca aqui está magra por causa de que? Ah, porque ela está doente? Não necessariamente, porque essa vaca está misturada no lote, ela pariu recentemente, está no auge da lactação, só que a ração que ela come é a mesma que as outras vacas de baixa produção. As vezes é uma vaca novilha, mais tímida, ela chegou no rebanho e fica isolada, quando ela vai comer as matriarcas do rebanho batem nela e ela não come. Enfim, o fato de estar magra não significa que está doente. “Está magra porque está com pneumonia”, ai é um caso isolado, mas se existe um lote de vacas magras tem que saber se pariu recentemente ou não. Como é feita a distribuição de ração desse animais. Aqui concentra a maior parte do rebanho, de repente o camarada trata do rebanho como um todo, então se ele da uma quantidade x de ração, todas aquelas vacas que estiverem dentro daquele padrão e que aquele x de ração for suficiente, ela vai estar aqui (porque ela vai comer o suficiente para ela). Você vai ter alguns casos em que ela vai estar gorda, por que? Normalmente quando você observa vacas gordas, ela está no final da lactação, estão no curral há longo tempo, então em vez de ela estar comendo para manter a gestação e leite ela está comendo e só mantendo, porque ela não tem gasto de energia nenhum. Muitas vezes ela está comendo o que era pra ser das “margas”. Em se tratando de Gado de leite, o excesso de gordura é dinheiro perdido, porque a gordura é leite que deveria ter saído. Vacas gordas podem ser pouco férteis ou inférteis, como elas não estão reproduzindo, mas as vezes são vacas boas de leite, o cara vai manter no rebanho e chega um certo tempo a lactação dela diminuiu e sobra nutriente para a própria mantença. O proprietário fica na expectativa de que ela vai emprenhar de novo. Então, chegar na propriedade e olhar o rebanho como um todo e chegar a algumas conclusões. Avaliar o estado de saúde geral do animal, problemas hereditários, o animal tem condições de repoduzir? Saúde genital: parto foi normal? Eliminou a placenta? Animal come, bebe, se movimenta? Se o animal se mostrar bem em termos de saúde geral, não há necessidade de realizar exame genital. Após analisar saúde hereditária, geral e genital, você pode prever a condição que esse animal tem para a produção. Identificação do animal: nome, raça, cor, chifre, importante para a emissão de laudos; evita processos. Exame ginecológico: normalmente quando se trabalha com vacas, eu falei pra você que a gente tem que olhar o rebanho como um todo, mas quando você vai palpar, você tem que olhar cada animal individualmente. Quando você olha, você vê se o animal está gordo ou magro, mais ativo, mais adequado ou não, se é bravo ou não, está quieto. Observar fenótipo da vaca como um todo, a vaca precisa ter cara de vaca kkk. Aspecto de uma vaca: traços, teto, órgão genital, para saber se tem um distúrbio hormonal, por exemplo, e a vaca apresentar traços de boi, comportamentos de macho; pode indicar distúrbios de fertilidade. Normalmente, o ponto de partida é o que aconteceu na ultima gestação, depois do parto (como foi o parto, como foi a eliminação da placenta), quanto durou o parto, como foi a evolução do puerpério (se teve febre, se andou com a cauda elevada, esforço responsivo = normalmente indica infecção, retenção de placenta), animais que fazem infecção uterina no puerpério, o intervalo de outra concepção dela será adiantado. O animal já manifestou cio? Intensidade, duração, intervalo entre estros, foi feito tratamento, já foram realizadas inseminações, quantas? Concebeu? Como foi o intervalo desses estros? Está emprenhando depois que perde, no caso de aborto? Estágio da lactação, saber há quanto tempo que pariu e quanto produz de leite. Se for uma quantidade muito boa, não precisa reproduzir ainda. Com 6 meses de parto a produção de leite começa a descender e começa a entrar no cio. Problema é só com uma ou com várias? Se for várias pode indicar problemas na nutrição. Comportamento geral, inquietude são sinais de estro. Saúde geral: enfermidades, alimentação e manejo (piso de cimento é abrasivo, o casco fica mole e começa a sentir dor e não fica receptiva à cobertura). Conformação geral do animal; conformação da genitália externa e glândula mamária (se desenvolvem às custas de estrógeno eprogesterona). Quando a vaca está próximo ao momento do parto, o ligamento sacrotuberal relaxa e afunda, elevando a base da cauda. Paralelamente o nível de progesterona está caindo e de estrógeno subindo, com isso a vulva aumenta seu tamanho e se torna mais edemaciada, a glândula mamária estará mais inflamada, porque está se preparando para a produção de colostro. Em alguns casos pode haver relaxamento desse ligamento, como no caso de cisto folicular e ai deve-se perguntar sobre cio, como foi, quando, intervalo. Fossa isquiorretal: espaço entre anus e vulva. Quando a vaca está em bom escore, essa área fica preenchida por gordura, mas quando ela emagrece ou envelhece há deficiência de gordura e o peso das vísceras traciona o reto, então a vulva faz movimento e fica em posição oblíqua, quando o animal passa a defecar e urinar, por cima dos lábios vulvares e isso propicia a penetração de microrganismos e infecção. Vulva: tamanho dos lábios vulvares reduzido é por causa de hipoplasia gonadal > não tem folículo > não tem estrógeno > não haverá ovulação > não haverá corpo lúteo > não haverá progesterona > ??? ● Vulva aumentada: cistos foliculares, inflamações, proximidade do parto (hormonal). ● São simétricos ou assimétricos? Normal são lábios simétricos e justapostos para impedir entrada de bactérias. Constrição himenal – segunda proteção. Cervix – terceira proteção. Istimo – quarta proteção do trato reprodutivo (esfíncter de proteção). Pode estar assimétrico, pode ser causada por veterinário, inflamação, hiperplasia. Pode comprometer a proteção da cavidade vaginal e propicia a entrada de fezes e infecção. ● Superfície da vulva: uma das funções do estrógeno é fazer edema da vulva e ela fica com aspecto mais liso. Porém sob ação da progesterona essa edemaciação regride. Quando regride, a pele fica enrrugada. Progesterona não tem ação antiinflamatória!!! O estrógeno tem uma ação inflamatória e a progesterona acaba com essa ação. ● Coloração normal: rósea. Pode estar avermelhada em casos de inflamação (vulvite, vestibulite) - ação do estrógeno (porque aumenta vascularização), também está edemaciada, brilhante (porque está havendo produção de secreção pelo trato reprodutivo), pode estar anêmica (vacas magras com deficiência de mineral). ● Fechamento: completo, justaposição. Incompleto: em casos de laceração, degenerações císticas, ● Pelos: em condições normais, podemos notar que estão secos, podem estar úmidos, aglutinados com muco, sob ação de estrógeno elimina muco e movimenta a causa isso leva ao muco ficar nessa região e os pelos aglutinados. Pode significar estro, como também infecção. ● Descarga vulvar: a descarga vulvar normal da vaca deve ser cristalino (clara de ovo). Pode estar com aspecto sanguinolento (hemorragia do metaestro = após terminar o estro alguns capilares se rompem e esse sangue se mistura com o resto do muco e acaba sendo eliminado. Não tem nada a ver com menstruação). Menstruação: níveis de progesterona cai na corrente circulatória. Hemorragia do metaestro = o estrógeno caiu, ela ovulou e progesterona começa a subir, apenas significa que a vaca deu cio. Após o parto, o útero está contraindo para poder eliminar os restos placentários, então ela elimina uma secreção viscosa, densa, não tem odor, achocolatada = Lóquio. Como foi o pós parto? Viu eliminar alguma secreção? Como era a secreção? Secreção aguada = puerpério comprometido, porque por ação das bactérias o muco se torna aguado. Com pus = infecção. Palpação: imobilização do animal, introduzir a mão no reto, unhas aparadas para não machucar, não aplicar força. Se entrar ar, deve-se estimular o peristaltismo e a vaca solta pum e consegue fazer a palpação. Ponto de referência: o trato reprodutivo está apoiado no ligamento do ovário. Deve ter mobilidade, se não tiver deve ter aderência ou ela está gestante. Localização da cervix: cavidade pélvica. Tamanho varia com idade da vaca, raça, se já pariu. Formato: cilíndrico em condições normais, sinuosidade pode ser provocada por lesão em inseminação. Útero: Pode estar na cavidade pélvica, abdominal, depende de idade, raça. Tamanho: 3 dedos, 4 dedos. Bifurcação, nesse ponto observar se está simétrico ou assimétrico (a direita ou a esquerda; leve, moderado) Sob ação da progesterona fica flácido; sob ação do estrógeno fica erétil, contrátil (espera encontrar folículo). Contratilidade: c1= pouco contrátil (progesterona), c2 = contratilidade moderada (estrógeno esta subindo), c3 = fortemente contrátil. Conteúdo: líquido, massa, crepitação, ar, tipo, quantidade, cor, odor. Trompas: normalmente não conseguimos palpar, exceto essa porção que se assemelha a um miojo, que é o istimo. (em infecção fica dura - salpingite). Quando consegue palpar a trompa, ou a vaca esta com hidrossalpinge, ou se tiver dura salpingite – em ambos os casos, o animal não tem condição de reproduzir. Ovários: localização cavidade abdominal ou pélvica; tamanho: noz, bola de gude; presença/ausência de folículo. Como está o folículo? Duro, grandes, tensa, flutuação. Corpo lúteo áspero, duro = em regressão (CLR). AULA IV Exame Ginecológico da Vaca Gestante O objetivo deste exame é dizer com 100% de certeza se a vaca está gestante ou não. Quando não se tem certeza, deve-se repetir o exame. Outra coisa importante é fazer o diagnóstico precoce de gestação, pois cada dia que o animal permanece vazio significa um prejuízo de 40 litros de leite por dia por animal (animais que tem essa média de produção). Quando não se tem a data da cobertura, esse exame pode determinar a idade do concepto e dependendo da situação, determinar se o animal está vivo ou não e até mesmo seu sexo (60-70 dias na vaca). O fato de uma fazenda não usar inseminação, não significa que não vai encontrar uma vaca gestante, pois touros pulam cercas. Deve-se evitar provocar abortos de forma desnecessária, pois aborto sempre é complicado, principalmente após a fixação da placenta, pois aborto significa retenção de placenta → infecção uterina → ATB → descarte de leite. Se tratando de vacas holandesas, muitas vezes é difícil o diagnóstico precoce de gestação até mesmo com o ultrassom, porque existem sinais da gestação que são comuns a outras enfermidades, e muitas vezes podem ser confundidos com gestação. O diagnóstico é também importante para a previsão do parto, determinando a idade provável para a gestação podendo assim fazer a secagem da vaca no tempo correto → últimos 2 meses muitos nutrientes são enviados para o concepto e se esta vaca estiver em lactação ocorre o risco de ao invés de a vaca jogar esses nutrientes para o desenvolvimento do concepto, ela vai desviar parte desses nutrientes para a lactação, o que prejudica o desenvolvimento fetal e a cria nasce com peso inferior. Outro ponto é confirmar se as anotações estão corretas por meio do diagnóstico. No caso de coberturas indesejáveis, se você faz uma detecção precoce desta gestação, você está em tempo hábil de provocar um aborto sem complicações, então quando antes for feito o diagnóstico melhor será.Fazer diagnóstico diferencial: é preciso fazer o diagnóstico diferencial da gestação com outras enfermidades do útero. Ao se fazer a palpação do animal, muitas vezes a pessoa não tem condição de verificar todos os sinais inerentes à gestação e pode acontecer de diagnosticar uma vaca como gestante, mas na verdade ela tem alguma enfermidade no útero. Isso deve ser verificado. Outra coisa é verificar se esse animal vai precisar de ajuda obstétrica ou não, quando o animal gestante sofre algum acidente, por exemplo, e se deseja verificar se está tudo bem com o feto. Muitas vezes observam-se sinais de gestação em animais não gestantes ou animais com enfermidades como aumento do volume do útero, o fato dele estar distendido não significa que a vaca está gestante, ele pode estar repleto de liquido. Estes sinais característicos específicos da gestação podem ser detectados por vários métodos. É possível o diagnóstico de gestação com 18-21 dias, pode-se não ter certeza se ela está gestante com 18-21 dias, mas posso afirmar que ela não está gestante. Para dizer que ela não está getasnte percebe-se a ausência de corpo lúteo no ovário → sem progesterona → sem gestação. Mas se tiver corpo lúteo, eu não posso afirmar que ela esta gestante, pois existem muitas enfermidades que leva a persistência do CL, ou seja, qualquer enfermidade que provocar dano ao endométrio. Se ao palpar o útero e perceber que este está erétil, não havendo corpo lúteo e um folículo bem desenvolvido, pode significar que essa vaca está retornando ao estro. Quais são os sinais de gestação? 1) O primeiro sinal de gestação que nós vamos observar vai ser a presença da chamada vesícula amniótica. Ela pode ser observada por volta de 28-30 dias, sendo menor do que uma jabuticaba pequena. É uma bolinha que ao palpar o corno uterino, ela corre, como se estivesse solta. Não é aconselhável a palpação da vesícula amniótica, pois ela é muito delicada. Não se deve insistir em palpa-la, pois se ela se tornar hemorrágica, vai ocorrer morte embrionária e a vaca vai retornar ao cio. Quando está se formando a vesícula amniótica também estará se formando o saco alantoide, então começa a haver liquido na extremidade do corno uterino. É importante palpar cada corno uterino isoladamente, se observar um corpo lúteo do lado esquerdo, o desenvolvimento do concepto será do lado esquerdo (o desenvolvimento do concepto é ipsi-lateral ao corpo lúteo). Na extremidade do corno uterino é que se começa a perceber a presença de liquido, pois é a parte baixa do corno uterino, ao se fazer uma compressão suave, tem-se uma sensação de flutuação (comparar os dois lados, se a sensação é a mesma dos dois lados, há uma grande probabilidade de não ser gestação, pois essa percepção de liquido vai ser ipsi-lateral ao corpo lúteo e nessa fase inicial ainda não tem membrana alantoide no corno oposto, então não se pode achar o mesmo nível de flutuação. Se for gestação gemelar, obviamente sentirá isso nos dois cornos, mas também terá dois corpos luteos, mas se for gêmeos idênticos ai é complicado, sendo melhor repetir o exame). Quando há flutuação, a parede uterina se encontra mais fina. Exame de ultrassom: quando se detecta uma estrutura mais ecogênica próximo do cordão umbilical, é macho, se está mais distante do cordão umbilical é fêmea. Depois dos 50 dias, a VA fica mais difícil de palpar, pois fica mais frouxa. 2) Assimetria de corno uterino: normalmente observada por volta de 45 dias, em novilhas, com 38 dias pode-se observar. O corno que estará maior é o corno gestante (ipsi-lateral ao corpo lúteo). Não ocorre na vaca a migração embrionária (raríssimo) como ocorre na porca. A assimetria por si só, não caracteriza uma gestação, pois a vaca após o parto tem um corno uterino assimétrico, pode ocorrer também em casos de piometra, podendo estar simétrico também quando tem-se gestação gemelar. Assimetria é um sinal indicativo de gestação, não a assimetria por si só, mas associada ao corno uterino aumentado de tamanho, sua parede mais fina, presença de liquido em seu interior e ipsi-lateral ao corpo lúteo. 3) Prova do beliscamento: excetuando a vesícula amniótica, é o primeiro sinal seguro de a vaca estar gestante. Forma-se o saco alantoide ou a membrana corio-alantoide, está se formando dentro do útero, pega-se com a ponta dos dedos fazendo um movimento de belisco e então sente-se que a membrana desliza dentro do útero. Parede do útero está fina, presença de liquido, flutuação e beliscamento é positivo: vaca está gestante. (pode ser feito depois dos 45 dias até o final da gestação). Só é percebida no corno de maior diâmetro, na fase mais adiantada da gestação, pode ser realizada em ambos os cornos (membrana corio-alantoide ocupou o corno oposto). 4) Placentoma: é a fusão da parte fetal com a parte materna, na superfície da membrana coriônica tem uma área especializada na superfície do corio que são os cotilédones e tem-se a área materna que são as carúnculas, então naquele ponto especifico há a troca nutricional entre mãe e concepto. Entre essas áreas é possível fazer o beliscamento, que é possível de ser feito até o final da gestação, desde que ele seja feito entre as áreas carunculares. O placentoma começa a ser identificado a partir de 80 dias de gestação no corno de maior tamanho, na área de maior curvatura → pequenos botões de mais ou menos 1 cm de diâmetro. Nem todo placentoma é do mesmo tamanho, portanto a referencia é a área de maior curvatura do corno uterino. 5) O feto: pode ser identificado a partir de 80-90 dias de gestação. É feita a prova do balotamento, introduz-se a mão e faz tipo um toquezinho (movimento de tapinha), quando se faz isso, jogo o concepto para cima e ele bate de volta na mão, sente-se uma massa sólida batendo na mão (não da pra identificar que parte do corpo é). Quando se tem essa sensação, sabe-se que tem uns 90 dias. Outra possibilidade é levar a mão a base do útero (ainda é contornável) jogando o concepto para cima. Quando chega por volta do quarto mês de gestação, 110 dias mais ou menos, ainda se consegue palpar a grande curvatura do útero, depois dessa fase, fica muito difícil. Quando chega por volta de 4-5 meses, o concepto está descendo, a cervix está pesada. Surge a duvida, ele está descendo ou esta subindo? Com 4-5 meses de gestação ele está descendo, com 6 meses ele está no assoalho ou no piso abdominal, e ainda é relativamente pequeno nessa fase, em que ao se fazer a palpação não se consegue palpar nada, o que faz algumas pessoas acharem que a vaca está vazia, nessa fase ele começa a retornar. Para diferenciar, tem que se palpar a cabeça do bezerro (o coquinho), percebe-se a extremidade do crânio do feto e quando ele esta subindo o crânio está maior. 6) Outra coisa que ajuda é o frêmito da artéria uterina média, quando chega 4 meses, a necessidade nutricional do concepto aumenta, então vai ocorrer uma hipertrofia da artéria uterina média. Elainicialmente só vai estar presente do lado ou ipsi-lateral ao corno gestante, depois que o concepto cresce, a necessidade aumenta então se observa frêmito em ambos os lados, mas a artéria de maior calibre será sempre ipsi-lateral a gestação. Então quando chega 6 meses há um aumento da pulsação da artéria do lado esquerdo, porém como ela não está gestante do lado esquerdo, não se observa frêmito, mas do lado oposto tem-se frêmito e com 7 meses tem-se frêmito nas duas artérias que estão mais calibrosas (frêmito mais evidente ipsi-lateral ao corno gestante), isso é um indicativo de que o concepto está vivo. A artéria está sofrendo um processo de hipertrofia, portanto sua parede estará fina, a importância disso é que se houver a morte do concepto e ínicio da sua mumificação, ao palpar o útero pode-se detectar o feto, mas ao palpar a artéria uterina percebe-se que não tem frêmito, o que significa que o concepto morreu, a artéria diminui o seu calibre e fica com a parede mais grossa. Quando a gestação está no final, pode-se fazer uma leve compressão no globo ocular do concepto, se o animal está vivo ele se movimenta, ou então se coloca a mão na boca, e principalmente a partir do oitavo mês de gestação, pode-se observar o reflexo de sucção, que é um sinal de viabilidade do concepto, ou pode-se fazer uma pressão entre os cascos. O frêmito vai estar presente ainda depois do parto, tem vacas que 5 dias após o parto ainda tem frêmito da artéria uterina. O útero durante a gestação expande e sua parede fica fina, depois do parto, ele retorna e a parede fica mais grossa e sente-se rugas na parede, estrias longitudinais (característico de útero em processo de involução) e tem assimetria. Vesícula amniótica é palpável até 50 dias de gestação, dai pra frente não consegue mais palpar (ela está la). Os cornos uterinos: não é um sinal típico da gestação, mas soma-se aos demais. A prova do beliscamento, a partir dos 40-45 dias é positiva e esse sinal vai acompanhar a gestação até o final, porque nada mais é do que o deslizamento da membrana corio-alantoide. O feto a partir de 80-90 dias é palpável através do balotamento, observa-se flutuação, quando chega por volta de 180 dias ele é não palpável, pois está no assoalho e por volta do sétimo mês ele começa a retornar e já se posiciona para o nascimento e por volta de 210 dias está próximo a cavidade pélvica, com isso, a glândula mamária estará mais inflamada, terá um relaxamento do ligamento sacro-tuberal, então tem os sinais de proximidade do parto. Os placentomas: a partir de 80 dias em diante são palpáveis. Frêmito da arteria uterina média: a partir de 120 dias é um sinal importante. O diâmetro da arteria vai aumentando. Cervix: é um sinal adicional, fica pesada e projetada para a cavidade abdominal, mas não é um sinal seguro do mesmo jeito que a assimetria dos cornos por si só também não é um sinal seguro de gestação. Idade do concepto abortado 2 meses: tamanho de um camundongo 3 meses: tamanho de um rato 4 meses: tamanho de um gato pequeno 5 meses: tamanho de um gato grande 6 meses: tamanho de um beaglle x (x+2) = ccc x: idade da gestação em meses ccc: comprimento inserção do crânio a inserção da cauda em centímetros AULA V Considerações sobre a fisiologia da gestação Gestação: é o período compreendido entre a concepção e parto. Então, a partir do momento em que houve a fertilização, o animal é considerado gestante, do ponto de vista fisiológico, embora do ponto de vista hormonal não tenha nada que possa nos dar a certeza de que a concepção tenha ocorrido, dai alguns problemas na avaliação de fertilidade de rebanho, quando se trabalha as vezes com animais que você não sabe se está gestante ou não. Morte embrionária: é a interrupção da gestação antes do processo de diferenciação embrionária que ocorre em torno de 45 dias, considerando a grande maioria das espécies. Esse processo de diferenciação embrionária se refere ao processo de formação dos órgãos, da formação do indivíduo. Aborto: é a expulsão do concepto antes do período normal da gestação. No aborto, o indivíduo é eliminado sem condições de sobreviver no ambiente. Então, se uma vaca já está próxima ao parto, porém o individuo é eliminado morto ou sem condição de sobrevida é considerado um aborto. Só que se ele é expulso antes do período normal da gestação, mas com condições de sobrevida, não se tem um aborto, tem-se um prematuro. Natimortos: o indivíduo é expulso no período normal da gestação, porém nasceu morto. Não é aborto. (Indivíduo que também tenha morrido nas primeiras 24h.) A duração da gestação é bastante variável. Existe uma variação conforme raças e dentro da própria raça existe uma variação muito grande. Nós adotamos valores médios, por exemplo, nos bovinos, 280 dias de média, mas o fato de determinar 9 meses, não significa que se uma vaca tiver uma gestação um pouco mais prolongada que isso não está normal. A duração da gestação está ligada a raça, idade, sexo, número de conceptos (gêmeos geralmente a gestação é mais curta), época do ano, alimentação, condição ambiental, estresse, tudo isso influencia na duração da gestação. Tem enfermidades que levam a um prolongamento anormal da gestação em que muitas vezes você tem que intervir com a cesariana. Quem determina o momento do nascimento é o concepto através da liberação de corticoides pela adrenal do feto, então se o feto tiver uma hipoplasia da adrenal, essa gestação vai durar mais. De acordo com o processo de desenvolvimento do indivíduo, nós temos a gestação dividida em períodos. O primeiro período é chamado de ovo ou zigoto, ele vai da fecundação até o 12º dia, quando inicia a formação das membranas embrionárias. Observe que os sinais da gestação são depois da formação de membrana embrionária. O período de ovo zigoto termina quando inicia o processo de formação dos anexos embrionários. Para o animal iniciar uma gestação, temos que pensar no sistema integrado, ou seja, ovário e útero. Se o animal iniciou uma gestação, uma ovulação tem que ter acontecido, um corpo lúteo vem se formando, processo dinâmico. Tem que se pensar o que está acontecendo no útero, o que está acontecendo no ovário e lembrar que o útero responde ao ovário. Uma vez que houve a ovulação, o óvulo caiu na trompa e começou a sofrer o processo de migração, até chegar o local da fertilização, onde o espermatozoide vai estar esperando, pois o ápice do crescimento folicular é caracterizado pelo pico de estrógeno, que é quando o animal entra em cio para que haja sincronismo entre copula e fertilização. Se não houver esse sincronismo, a perpetuação da espécie estará comprometida, então vai ocorrer a fertilização e a contração vai levar esse zigoto até o útero. Nesse processo de divisão celular o processo de transporte continua, e ele vai chegar ao útero, na forma de mórula (16 a 32 células). O zigoto chega ao útero por volta do 3º dia no caso da porca; 4-5º dia nos ruminantes; nos equídeosno 5º dia raramente, em geral é no 6-7º dia, em égua velhas pode chegar no 8º dia (TE em equinos); e na cadela por volta do 6-7º dia. De uma maneira geral, o zigoto adentra no útero por volta do 6º dia. Na égua acontece algo interessante, porque o processo chamado de reconhecimento materno da gestação ocorre precocemente. Uma vez que ocorre a fertilização e começa o processo de divisão celular, este zigoto produz uma substância que é a chamada PGE2, sua base é o acido araquidônico. Essa PGE2 é produzida pelo zigoto na égua precocemente, sendo produzida no zigoto nestes primeiros dias de gestação. Ela atua na altura do esfíncter do istmo e provoca o seu relaxamento. Desta forma o zigoto consegue adentrar no útero. Se ocorrer um defeito no zigoto e ele não produzir PGE2 ou se não ocorrer a fertilização, esse istmo permanece fechado. Então, quando se lava a égua para poder recolher embriões, raramente se colhe um óvulo degenerado, que em condições normais ele não adentra no útero, pois ele não produz PGE2. Então a trompa fica fechada, com o tempo esse ovulo degenera e é absorvido pela própria trompa. Zigotos defeituosos morrem, são absorvidos e o animal repete o cio em intervalos regulares. Portanto, o fato de uma vaca ter repetido cio não que dizer que não houve fertilização. Ela pode ter acontecido, porém por um óvulo velho, ou o sptz demorou a chegar no local da fertilização, ou a IA foi feita cedo demais, sptz velho. Paralelo a isso, ocorrendo a ovulação, o processo leva em torno de 12 dias. Durante o processo de migração do óvulo e posteriormente do zigoto através da trompa, lá no ovário, o corpo lúteo está amadurecendo e produzindo progesterona. Essa progesterona por sua vez está atuando tanto na trompa (modificando sua composição para que o meio seja adequado à sobrevida do zigoto) e no útero (preparando-o para o recebimento do zigoto – produção de leite uterino). O zigoto quando chega no útero não tem como receber nutrientes da corrente circulatória, pois não existe placenta. Então esse ovo fica na luz do útero, por isso que se lava o útero da égua e da vaca consegue tirar o zigoto. O zigoto fica livre na luz do útero até haver a formação de placenta, até lá ele é alimentado pelo leite uterino (secreção produzida pelas glândulas endometriais sob ação da progesterona). Depois temos a fase de embrião propriamente dito, chamada fase de organogênese, vai até o 34º dia na ovelha, fim do processo de diferenciação embrionária. Se a morte ocorrer antes disso, há morte embrionária. Ocorre por volta do 40º dia na vaca e 50-60º dia na égua. Se a morte acontecer na vaca nesses primeiros 45 dias, tem-se morte embrionária. A fase de organogênese é a fase mais importante da gestação, pois é nela que vai ocorrer a formação de tecidos dos sistemas do individuo, no final dessa fase, tem-se o individuo em miniatura já possuindo todos os sistemas de maneira rudimentar. Na fase de embrião ou organogênese (começa por volta do 12º ao 15º dia) está acontecendo o reconhecimento materno da gestação → processo de sinalização do concepto para o útero de que ali está se desenvolvendo um individuo e que esse útero não devera produzir a PGF2α. Nesse processo de reconhecimento, o zigoto chega no interior do útero e começa a emitir sinais para o útero no sentido de informa-lo de que ele não deverá produzir PGF2α , pois ali está se desenvolvendo um individuo e que ele precisa da progesterona alta para continuar a sobreviver. Em algumas espécies ocorre a fertilização. Nós sabemos que o óvulo inicialmente tem a zona pelúcida. A fertilização ocorre depois da passagem do sptz pela zona pelúcida e há a fusão dos pronúcleos masculino e feminino. Ai a célula começa a se desenvolver dentro da zona pelúcida, as células vão se dividindo. Até a formação de mórula não há crescimento. Se pegar um óvulo e pegar um zigoto de 6 dias, eles tem o mesmo tamanho, pois não há crescimento, ai depois dessa fase de de 6-7 dias, as células começam a crescer e a zona pelúcida vai ficando fininha, juntamente com o processo de digestão que vai ocorrer por enzimas presentes no útero. Esta zona pelúcida se abre, e ai dentro do útero fica aquela massa celular que se diferenciou ou vai se diferenciar para formar os anexos fetais que é o trofoblasto e tem o botão embrionário onde se tem o embrioblasto. O trofoblasto que vai dar origem a placenta, seu desenvolvimento não é igual em todas as espécies, ele cresce de maneira circunscrita no caso da égua, da cadela e da gata. No caso da porca e da vaca, o trofoblasto se alonga e forma como se fosse uma tripinha, ocupando parte do corpo uterino (nesse processo de alongamento de trofoblasto ele vai sinalizando para o útero dizendo que tem um concepto se desenvolvendo impedindo que o útero produza prostaglandina – essa é a função do alongamento do trofoblasto). Isso é importante porque no caso da égua, com 28 dias, é possível dar um diagnostico de gestação com relativa precisão, porque o crescimento é circunscrito e pela palpação percebe-se essa bolinha. Essa fase é tão importante que por volta do 22º dia, ao fazer a ultrassonografia já pode-se observar o batimento cardíaco. Quando se faz a ultrassonografia na égua com 22 dias, éguas velhas tem propensão a fazer morte embrionária, então é necessário para saber se o concepto está vivo ou não. Outra importância dessa fase é que as alterações teratológicas ocorrem exatamente nessa fase, como alterações do trato reprodutivo. No caso da égua essa fase vai ate o 50º-60º dia, no seu caso especifico, por volta de 40 dias, o corpo lúteo primário diminui um pouco a produção de progesterona, então por volta de 40 a 60 dias ocorre em uma região do útero chamada cálices endometriais. O cório adentra nessas estruturas (nos cálices) e começa a produzir um hormônio chamado gonadotrofina coriônica equina (ação semelhante aos hormônios gonadotróficos produzido no cório). A ECG tem uma atividade predominantemente ao FSH, mas também tem uma atividade LH, então por volta de 40 a 60 dias, como esse CL primário começa a diminuir a produção de progesterona, a ECG começa a ser lançada na corrente circulatória e vai estimular o ovário através desse FSH a crescer folículos, então vários folículos vão crescer no ovário. Pode ocorrer ovulação? Pode, mas a grande maioria desses folículos que desenvolveram vão sofrer ação desse LH, sofrendo um processo de luteinização. Quando isso ocorre, eles iniciam a produção de progesterona, então esses novos corpos lúteos que se formam devido a essa ação da ECG são chamados de corpos lúteos secundários ou corpos lúteos acessórios, cuja função é produzir progesterona juntamente com o CL primário para que a gestação venha a se manter até que a placenta assuma 100% da produção de progesterona. A ECG atua nos ovários → estimula crescimento folicular (alguns podem ovular) → luteinização → produção de progesterona → CL primário
Compartilhar