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Reconhecimento de patermidade COMPLETAR DADOS

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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DA ____ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE GOIÂNIA - GO
--------------------------------------------------, brasileira, menor, solteira, estudante, nascida em 30 /07/2013, certidão de nascimento registrada sob o -------------------------------------------- no Cartório de Registro --------------------------------- neste ato representada por sua genitora, a senhora LORRAINY -------------------------------, brasileira, solteira, autônoma, portadora do RG de nº ----------------------------, e do CPF nº 748------------------------------, residente e domiciliada na -------------------------------------------------------, CEP: -------------------, telefone: (---)------------------, não possui endereço eletrônico, em, respeitosamente, à elevada presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS
Em face de -----------------------------------, brasileiro, solteiro, aposentado, RG e CPF desconhecidos, residente e domiciliado na -----------------------------------, CEP: ------------------------------, telefone e endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Requerem os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA por serem pobres na forma da Lei, conforme declaram no documento anexo, não podendo arcar com às custa processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e da sua família, nos termos das Leis n.º 1.060/50 e n.º 7.115/83 e consoante art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, razão pela qual são assistidos pelo Núcleo de Pratica Jurídica da -------------------.
II - DO NÃO INDEFERIMENTO POR DADOS INCOMPLETOS
A parte autora não tem a informação dos dados dos documentos do requerido, bem como desconhece número do seu telefone e CEP de sua residência. Não obstante, de acordo com o disposto nos §1º e 3º do art. 319 do CPC, tais informações não podem ensejar a emenda, tampouco o indeferimento da inicial, sob pena de se restar configurado intransponível óbice ao acesso à justiça.
III – DOS FATOS
A genitora da autora conheceu o requerido em ______. Durante o tempo do relacionamento sobrevieram 01 (uma) filha---------------------------------------- que nasceu em -------------------, conforme certidão de nascimento em anexo.
O genitor só fez o teste de paternidade após o pai socioafetivo pedir, o exame foi realizado quando a menor tinha 03 anos de idade, que foi comprovado a paternidade e mesmo assim o genitor não registou a menor.
Diante da negligência do genitor, o senhor --------------------------------------- atual companheiro da genitora, registrou a menor como sua filha, fazendo o papel de pai socioafetivo, a genitora e seu parceiro não querem que o nome de seu companheiro seja retirado da certidão de nascimento da filham, porem tem ciência do direito da filha em ser registrada com o nome do pai biológico. 
Após o requerido tomar conhecimento que o exame de DNA ter dado positivo, declarou que iria registrar a menor portanto foi embora e nunca mais apareceu e nunca procurou a genitora para auxiliar com uma pensão alimentícia ou outros meios (roupas, sapatos, alimentos in natura, etc). também nunca demonstrou interesse em conviver com a criança, de modo que não exerce o direito de visita. Atualmente a autora é mantida apenas pela genitora e seu companheiro -------------------------------------------.
IV - DO DIREITO AO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE 
O direito do Autor vem primordialmente amparado pelo Código Civil ao dispor:
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
Art. 1609. O reconhecimento casamento é irrevogável filhos havidos fora do e dos será feito:
(...)
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
No mesmo sentido, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) dispõe sobre o direito da criança em ter reconhecido o seu estado de filiação, em especial em seu Art. 27 que assim dispõe:
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Nesse mesmo sentido temos o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás:
EMENTA.....: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. REGISTRO CIVIL. INCLUSÃO DO PATRONÍMICO PATERNO. DIREITO FUNDAMENTAL DA MENOR. 1. O artigo 20 da Lei nº 8.069 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, expõe que os filhos, terão direitos e qualificações, não sendo permitidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. O artigo 27 da mesma lei, designa que o reconhecimento do estado de filiação é direito indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição. 2. Ademais, o art. 102, nº 4 da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73), determina a averbação no livro de nascimento do reconhecimento voluntário dos filhos (ilegítimos) havidos fora do relacionamento conjugal, situação na qual se enquadra o apelante. Outrossim, a Lei nº 8.560/92 impõe ao juiz que presidiu a ação de investigação de paternidade, a remessa do termo de reconhecimento ao Oficial de Registro para averbação. 3. In casu, devida a inclusão do patronímico paterno, eis que tal direito é corolário do reconhecimento da paternidade da autora, o qual se deu em audiência de conciliação, mormente porque a exclusão do sobrenome do genitor só é admitido quando comprovado o justo motivo, o que não se verifica nos autos em exame. 4. Não merece acolhida o pleito alternativo do apelante, que pretende a inclusão de seu nome composto no registro civil de sua filha, quando deve incluir seu sobrenome. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. Decisão....: decisão nos autos. ( TJGO; Apelação Cível 0245007-68.2017.8.09.0144; Relator: MARIA DAS GRAÇAS CARNEIRO REQUI, Órgão Julgador 1ª Câmara Cível da Comarca de Silvania; Data do Julgamento:05/09/2019)
Tal artigo consubstancia a pretensão da Autora, visto que indisponível e imprescritível, podendo ser reconhecida trata-se de direito qualquer momento.
V - RECONHECIMENTO JUDICIAL DE PATERNIDADE MULTIPARENTALIDADE 
Mesmo que a menor já tenha um pai registral, o direito o reconhecimento e registro conjunto da paternidade biológica.
O reconhecimento da paternidade biológica fundamentado em exame de DNA, merece ser reconhecida sobretudo porque o pai biológico mantém seu dever constitucional, não podendo dispensar-lhe os deveres de cuidado, sustento e afeto.
Este entendimento já predomina em alguns Tribunais: 
 RECONHECIMENTO JUDICIAL DE PATERNIDADE. MULTIPARENTALIDADE. Ação ajuizada pelo pai biológico para reconhecimento da paternidade da ré. Sentença recorrida que reconheceu a paternidade fundada em resultado de exame de DNA positivo. (..). Situação típica de multiparentalidade, confirmada por laudo da equipe multidisciplinar. Existência de paternidade socioafetiva com o pai registral não exclui a paternidade biológica do recorrente. Precedente normativo proferido em sede de Recurso Extraordinário com repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Pedido que atende aos interesses e é formulado por todos os envolvidos (filha, pai registral/social, mãe e pai biológico). Recurso provido em parte. (TJSP; Apelação Cível 1001117-95.2018.8.26.0125; Relator (a): Francisco Loureiro; Órgão Julgador: 1a Câmara de Direito Privado; Foro de Capivari 1a Vara; Data do Julgamento: 28/02/2020)
Por tais razões, independente da filiação socoioafetiva preexistente, deve ser reconhecida a paternidade biológica.
VI - Dos alimentos.
O dever de prestação de alimentos está previsto expressamente na Constituição Federal, em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazer as necessidades vitais da autora, vez que esta não pode provê-las por si.
Por sua vez, conforme prescreve o artigo 1694 do Código Civil:Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Neste contexto, Yussef Said Cahali, esclarece que alimentos, em seu significado vulgar, é:
“Tudo aquilo que é necessário à conservação do ser humano com vida”, e em seu significado amplo, “é a contribuição periódica assegurada a alguém, por um título de direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção” (CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 6. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais).
Em que pese, a genitora da autora passa por dificuldades que não lhe permite arcar sozinha com as despesas de sustento da autora.
A genitora é autônoma e para conseguir a manter as despesas da menor a genitora depende da ajuda de seu atual companheiro tendo apenas um salário mínimo, arcando sozinha com as despesas de escola, materiais escolares, transporte escolar e alimentação, contudo seu atual companheiro auxilia na manutenção do lar.
Sendo assim o genitor da criança recebe dois salários mínimos e sua irmã informou a genitora da menor que atualmente ele adquiriu um lote. A genitora tem o gasto de 1 salário mínimo com a autora. 
Assim, nos termos do artigo 1694 do Código Civil:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
É sabido que nas ações de alimentos é cabível a fixação de alimentos provisórios, conforme dispõe o art. 4º da Lei 5.478/68 “
Art. 4º Ao despachar o pedido, o Juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
No caso em tela, em consequência das dificuldades financeiras da genitora da menor, necessário se faz a fixação, como Tutela de Urgência, tendo em vista que o requerido possui situação econômica financeira estável.
À vista disso, requer a Vossa Excelência a fixação de alimentos provisórios em caráter de urgência, no valor mensal de 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente para satisfação das necessidades da filha.
Vale lembrar que consoante a súmula 277 do STJ, 
“Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação”.
Com o mesmo entendimento temos o Egrégio Tribunal de Justiça de Goiás que concedeu alguns dos pedidos da Apelação Cível:
EMENTA.....: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECINHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS  E PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS. MAJORAÇÃO DO VALOR ARBITRADO. TERMO INICIAL. EXAME DNA. 1. No arbitramento da verba alimentar há de ser observado o binômio necessidade e possibilidade. 2. Evidenciada prova cabal apta a demonstrar ter o réu/agravado condições de arcar com os alimentos  em patamar superior ao que fora arbitrado, deve ser reformada a decisão que fixou os alimentos provisórios em 30% do salário mínimo, majorando-os ao patamar de um salário mínimo. 3. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que, nos termos do artigo 13, § 2º, da Lei nº 5.478/68, a fixação do termo inicial dos alimentos não deve ser o da fixação, mas sim da citação. 4. Embora existente nos autos exame de DNA realizado sob o programa PAI PRESENTE, trata-se esta de prova unilateral produzida antes do ajuizamento da ação originária e, nesta senda, não submetida ao crivo do contraditório e ampla defesa, devendo ser mantida a determinação de coleta de material genético. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.DECISÃO....: DECISÃO NOS AUTOS. ( TJGO; Agravo de Instrumento: 5196421-85.2019.8.09.0000; Relator: JEOVA SARDINHA DE MORAES; Órgão Julgador 6ª Câmara Cível da Comarca de Goiânia; Data do Julgamento: 31/07/2019) 
Com tudo que foi exposto nota – se que a genitora necessita de ajuda para a criação da autora e o pai biológico tem condições de arcar com 30% do salário mínimo hoje vigente que nada mais é que um valor simbólico de R$ 721,70 (setecentos e vinte e um reais e setenta centavos) para auxiliar no que for necessário para a criação de sua filha.
VII - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
1) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil;
2) O arbitramento de alimentos, em 30% equivalente em R$ 721,70 (setecentos e vinte e um reais e setenta centavos);
3) A citação do réu para responder a apresentação, querendo;
4) Seja designada a audiência de conciliação, e não havendo êxito seja designada audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva das partes e testemunhas;
5) Intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do artigo 698, do Código de Processo Civil;
6) A TOTAL PROCEDÊNCIA da demanda, para fins de declarar reconhecimento da paternidade juntamente com o nome do pai socioafetivo no Registro Civil.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Cidade, dia, mês e ano.
Advogados
OAB

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