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Administração Colonial e Economia na História do Brasil

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ESCRAVIDÃOHISTÓRIA
Uma Rotina Diária de Revisão 
para a reta final do Enem.
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ESCRAVIDÃO
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ESCRAVIDÃOHISTÓRIA
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
Em face das dificuldades encontradas pela grande 
maioria dos donatários na administração das capitanias 
hereditárias, o próprio rei D. João III iniciou o projeto de 
revisão da recente política de colonização do Brasil. Em 
1548, o rei transformou a capitania da Bahia em capitania 
da Coroa, criando o Governo-Geral naquela localidade, o 
qual deveria promover a centralização da administração 
colonial e prestar auxílio aos donatários. Francisco 
Pereira Coutinho, donatário da capitania da Bahia, havia 
sido devorado pelos índios tupinambás. O sistema de 
capitanias hereditárias não foi abolido, mas os donatários 
ficariam subordinados ao governador-geral.
O primeiro governador-geral do Brasil foi Tomé 
de Souza, o qual recebeu suas atribuições em um 
regimento datado de 1548. Além de promover a 
centralização administrativa da colônia e prestar 
o auxílio aos donatários, cabia ao Governo-Geral 
estabelecer a defesa da colônia no caso de ataques 
de estrangeiros ou de indígenas, fiscalizar e recolher 
impostos para a Coroa, promover a interiorização, entre 
outras obrigações. Os cargos de capitão-mor, ouvidor-
mor e provedor-mor, responsáveis, respectivamente, 
pela defesa, justiça e fisco, foram criados juntamente 
com o de governador-geral. Foi criado também o cargo 
de alcaide-mor para a cidade de Salvador.
Os primeiros padres jesuítas chegaram ao Brasil na 
expedição de Tomé de Souza. A Companhia de Jesus, 
criada pelo soldado espanhol Ignácio de Loyola, foi 
organizada no clima de Contrarreforma Católica e era 
peça fundamental no projeto de expansão da fé católica 
para regiões coloniais, em um período em que o cisma 
protestante ameaçava as posições da Igreja Católica. A 
Ordem dos Jesuítas foi apelidada de “tropa de choque 
de Cristo” pelo papel de vanguarda que exercia na 
expansão católica nas posses ultramarinas e pela sua 
hierarquia militarizada. Os jesuítas acrescentavam, 
ainda, um quarto voto além dos tradicionais votos de 
celibato, obediência e pobreza, a obediência ao Papa.
OS JESUÍTAS
No Brasil, a Companhia de Jesus teria papel de extrema 
relevância até o século XVIII, quando foi expulsa 
durante as reformas pombalinas. Dotados de uma 
formação intelectual clássica, os jesuítas detiveram 
na colônia uma espécie de monopólio no campo da 
educação, sendo responsáveis pelo ensino dos colonos 
e pela conversão do gentio ao catolicismo. Além da 
educação, a administração de sacramentos como o 
batismo e o casamento eram outras estratégias da 
Igreja Católica para expandir sua fé. A proteção das 
populações indígenas, entretanto, sempre foi um ponto 
de atrito entre a Ordem religiosa e certos colonos 
que, a despeito das proibições reais, tencionavam 
utilizar os ameríndios como uma alternativa barata ao 
trabalho escravo negro. A Coroa admitia, entretanto, 
que os índios capturados em “guerras justas” fossem 
empregados no trabalho compulsório.
CÂMARAS MUNICIPAIS
O sistema de governo municipal na colônia era 
preenchido por meio de eleições trienais que escolhiam 
um pequeno número de vereadores entre os chamados 
“homens bons”, derivação de uma sociedade moderna 
do Antigo Regime que nega qualquer princípio 
de igualdade. Os “homens bons” poderiam ser 
identificados como católicos, grandes proprietários 
que possuíssem preferencialmente títulos de nobreza 
em uma sociedade colonial aristocrática que tentava 
reproduzir os padrões europeus. As Câmaras 
Municipais eram compostas por um procurador, um 
escrivão, um tesoureiro e, eventualmente, oficiais 
camarários e juízes do povo.
As Câmaras Municipais tinham por competência 
resolver assuntos pertinentes ao cotidiano das 
populações coloniais que viviam nas vilas, tais como 
abastecimento, limpeza pública e urbanização. Em 
1696, a Coroa portuguesa introduziu a figura do Juiz 
de Fora, um magistrado responsável por presidir os 
trabalhos da Câmara Municipal, tomando-lhe parte de 
sua autonomia de caráter local. Muitos juízes de fora, 
entretanto, acabavam criando laços estreitos com a 
vila em que exerciam seu mister e identificando suas 
demandas mais com a localidade e menos com as 
aspirações metropolitanas.
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ECONOMIA E SOCIEDADE
A Cana-de-açúcar foi o principal protagonista durante 
muito tempo da economia colonial, principalmente, pelo 
fato dos fortes fatores que favoreceram sua produção. 
Entre eles, temos: Mercado Consumidor Europeu com 
forte demanda, crise do comércio português com 
as índias, ausência de concorrência, altos lucros, 
experiência portuguesa anterior (Madeira, Açores, 
Cabo Verde), condições naturais favoráveis (clima e 
solo, massapé) e investimento econômico holandês.
O tabaco se constituiu um importante produto 
secundário, principalmente, pelo seu relevante valor 
na troca por escravos africanos, inclusive, ocorrendo 
incentivo da sua produção em paralelo ao da cana-
de-açúcar. Toda esta estrutura compreende aquilo 
que denominamos como PLANTATION, que tem como 
principais características: o latifúndio (grandes áreas 
de terras), monocultora (foco produtivo em um único 
produto), exportador (produção voltada para o mercado 
externo) e escravista (mão de obra escrava como a 
principal força de produção, apesar das existências de 
algumas funções assalariadas).
A produção do açúcar era organizada em uma 
estrutura espacial que constava das seguintes áreas: 
Casa Grande (moradia do senhor de engenho), Senzala 
(moradia dos escravos que trabalhavam no engenho), 
Casa dos trabalhadores livres (pequenas residências), 
moenda (maquinário usado no processo produtivo do 
açúcar), Capela (local dos rituais religiosos), Canavial 
(reservado para o plantio de açúcar) e plantações de 
subsistências.
Outro elemento econômico foi o mercado interno que estabelecia uma circulação independente dos ditames 
metropolitanos visando a produção para subsistência dos colonos, com isso, fugindo de uma total passividade 
colonial e constituindo peculiaridades sociais e econômicas. Por último, podemos trazer ainda como se constituía 
a organização da sociedade, que tinha as seguintes características: Rural (economia voltada para agricultura), 
patriarcal (baseada no controle masculino), aristocrática (baseada na posse de terras), estratificada (de caráter 
censitário), teocêntrica (forte influência religiosa) e escravista (intensificação do tráfico de escravos africanos). 
A proibição da escravidão indígena pela Coroa concebia o índio como um súdito, o que legalmente não permitia 
que o índio fosse considerado escravo. O apogeu do trabalho escravo dos nativos ocorrera entre 1540 a 1570, 
principalmente, nos atuais estados de Pernambuco e Bahia. A partir de 1570, a Coroa Portuguesa pretendeu criar 
legislação para proibir a escravização indígena, porém permitindo brechas legais para a sua utilização.
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Os jesuítas (liderados por Manuel da Nóbrega), que 
chegaram com o primeiro governador geral para iniciar 
a conversão dos índios. Com isso, os índios recebiam a 
catequese, com prioridade na conversão das crianças. 
Desta forma, os índios eram agrupados em “reduções”, 
que eram uma espécie de comunidade liderada pelos 
jesuítas. Por isso, foram criadas para reformular o 
padrão cultural dos índios e reforçar o processo de 
conversão.Com a dificuldade da exploração da mão de 
obra indígena, houve o início da escravidão africana, 
que se constituiu como mais lucrativa através do tráfico 
transatlântico. Além disso, a Igreja Católica legitimou a 
exploração de cativos e ainda utilizou mitos (exemplo, 
o mito de Cam)para justificar o ato.
O escravo, ao chegar no Brasil, tinha duas direções 
possíveis: meio rural ou urbano. Os Escravos rurais 
(maiores quantitativos escravos no Brasil) residiam 
nas famosas senzalas e atuavam, principalmente, na 
economia canavieira (Nordeste) e cafeeira (Sudeste). A 
maior parte atuava durante todo processo produtivo. No 
caso canavieiro, poderiam ser encontrados na lavoura, 
passando pela produção do açúcar no engenho, na 
casa da moenda, nas caldeiras e na casa de purgar. 
Agiam também na agricultura de abastecimento interno, 
na criação de gado e nas pequenas manufaturas. 
Diariamente trabalhavam de quatorze a dezesseis horas.
 Já no caso dos Escravos urbanos (ou de ganho), eles 
tinham inúmeros tipos de empregos, com isso, alguns 
tinham liberdade de locomoção. Inclusive, alguns 
residiam até em domicílios separados (dependiam da 
negociação com o senhor). Podemos constatar das 
atividades urbanas casos como os cativos que agiam 
no trabalho artesanal eram mais caros; ainda havia os 
que atuavam no carregamento de objetos e dejetos (os 
“tigres”) e pessoas; trabalhavam também nas ruas com 
a prestação de serviços, na realização de trabalhos 
manuais ou vendendo coisas. Escravos vendedores 
ambulantes e quitandeiros (atuavam, principalmente, 
no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Recife e outras 
cidades), que buscavam nas ruas ocupações. Eles 
deveriam dar parte da renda aos seus senhores, que era 
combinada por dia, e o restante (quando havia) usavam 
para se manter ou comprar sua alforria (liberdade).
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EXERCÍCIOS
(UNIRIO) A colonização brasileira no século XVI foi organizada sob duas formas administrativas, 
Capitanias Hereditárias e Governo-Geral. Assinale a afirmativa que expressa corretamente uma 
característica desse período.
a) As capitanias, mesmo havendo um processo de exploração econômica em algumas delas, garantiram 
a presença portuguesa na América, apesar das dificuldades financeiras da Coroa.
b) As capitanias representavam a transposição para as áreas coloniais das estruturas feudais e 
aristocráticas europeias.
c) As capitanias, sendo empreendimentos privados, favoreceram a transferência de colonos europeus, 
assegurando a mão de obra necessária à lavoura.
d) O governo-geral permitiu a direção da Coroa na produção do açúcar, o que assegurou o rápido 
povoamento do território.
e) O governo-geral extinguiu as donatárias, interrompendo o fluxo de capitais privados para a economia 
do açúcar.
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(UEL) A centralização político-administrativa do Brasil colônia foi concretizada com a
a) criação do Estado do Brasil.
b) instituição do governo-geral.
c) transferência da capital para o Rio de Janeiro.
d) instalação do sistema das capitanias hereditárias.
e) política de descaso do governo português pela atuação predatória dos bandeirantes.
VÍDEO
(UEL) A instalação do governo-geral em 1549 contribuiu para que a colonização do Brasil passasse 
de transitória para efetiva. Havia um forte motivo que alimentava as esperanças dos portugueses: os 
espanhóis, nas terras vizinhas encontraram o que buscavam. Ao tomar medidas procurando assegurar a 
posse sobre o vasto território, a Coroa portuguesa estava motivada pelas notícias sobre:
a) o modelo de colonização, dependente da iniciativa privada que se revelava pouco eficaz nos Açores e 
na Madeira.
b) as feitorias que vinham dando provas de eficiência como fortificações sólidas para a defesa da terra.
c) as semelhanças das culturas pré-cabralinas do Brasil e pré-colombianas da América Central.
d) os negócios da Índia em crescente lucratividade, sem riscos de prejuízos e decepções.
e) a descoberta de metais preciosos nas terras altas sul-americanas voltadas para o Pacífico.
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(Fuvest-SP) “Eu el-rei D. João III, faço saber a vós, Tomé de Sousa, fidalgo da minha casa que ordenei 
mandar fazer nas terras do Brasil uma fortaleza e povoação grande na Baía de Todos-os-Santos. (...) 
Tenho por bem enviar-vos por governador das ditas terras do Brasil.”
“Regimento de Tomé de Sousa”, 1549
As determinações do Rei de Portugal estavam relacionadas
a) à necessidade de colonizar e povoar o Brasil para compensar a perda das demais colônias agrícolas 
portuguesas do Oriente e da África.
b) aos planos de defesa militar do império português para garantir as rotas comerciais para a Índia, 
Indonésia, Timor, Japão e China.
c) a um projeto que abrangia conjuntamente a exploração agrícola, a colonização e a defesa do território.
d) aos projetos administrativos da nobreza palaciana visando à criação de fortes e feitorias para atrair 
missionários e militares ao Brasil.
e) ao plano de inserir o Brasil no processo de colonização escravista semelhante ao desenvolvido na 
África e no Oriente.
VÍDEO
(PUCCampinas) Os governos-gerais foram instituídos como a única solução político- administrativa viável 
para a colonização efetiva do Brasil na segunda metade do século XVI, porque:
a) a instituição do sistema, em 1548, suprimiu definitivamente a divisão da colônia em capitanias 
hereditárias.
b) o governo-geral representava a centralização político-administrativa da colônia, que se tornava 
imperativa, pelo sucesso da maioria das capitanias hereditárias.
c) o risco crescente, criado com a autonomia excessiva das capitanias hereditárias, levou o Estado 
metropolitano a organizar o governo-geral para substituí-las.
d) o governo centralizado na colônia correspondia melhor à definição absolutista do próprio governo 
metropolitano.
e) o governo-geral constituía-se, em nível político, como um regime descentralizado e, em nível 
econômico, como uma grande empresa particular, estando à frente o governador, o único responsável 
pelo investimento inicial e pelo incentivo à produção
VÍDEO

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