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Da aquisição da propriedade imóvel

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Aquisição por acessão 
É o modo originário de aquisição de propriedade, que tem como fundamento o princípio “a coisa acessória segue o principal”. 
De acordo com Clóvis beviláqua a acessão se trata de um “modo originário de adquirir, em virtude do qual fica pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu bem” ( Direito das coisas, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1951, v. I, p. 142). A aquisição de coisa por acessão não depende de ingresso de registro imobiliário, o qual possui apenas efeito publicitário e regularizatório.
As formas de acessão estão positivadas no art. 1.248 de nosso Código Civil: 
Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções. 
A acessão é subdividida em duas espécies sendo elas: a natural e a artificial. No âmbito da acessão natural ocorre quando acontecem fenômenos da natureza em si, como por exemplo a formação de ilhas, aluvião, avulsão e por último abandono do álveo, é válido afirmar que referida espécie de acessão não necessita de intervenção humana. 
Já no âmbito da acessão artificial; por plantações e construções, se trata de tudo aquilo que tenha intervenção/mão de obra humana. 
Pode ser entendido também sobre o artigo analisado, que a acessão possui uma natureza originária e não se deriva de negócio jurídico causal mas sim de um fato jurídico, ou comportamento o qual a lei fornece efeitos de aquisição da propriedade. As formas de acessão mencionadas necessitam de dois elementos sendo eles; a união entre duas coisas separadas até então e um caráter acessório de uma das coisas em confronto com outra, e por fim a classificação válida a se fazer é que a coisa acedida é a principal e a acedente é a acessória, a acessória sempre acompanha a principal. 
I. Por formação de ilhas:
	O dicionário nos define ilha como uma extensão de terra firme cercada de modo durável por água doce ou salgada em toda a sua periferia, mas para o mundo jurídico as ilhas são um importante assunto a ser tratado, pois em sua grande maioria se tem a formação natural, e sem intervenção humana. Para a solução das possíveis perguntas existe o nosso código civil artigo 1.249 e o nosso código marítimo.
Desta forma, aponta Maria Helena Diniz “que somente interessam ao Direito Civil as ilhas formadas em rios não navegáveis ou particulares, por pertencerem ao domínio particular.” DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: Direito das coisas. v. 4, São Paulo: Saraiva, 2005 p. 146.
	As ilhas poderão ser de uso comum ou dominical. Entende-se como uso comum os mares territoriais, nos mesmos incluídos os golfos, bahias, enseadas e portos, as correntes, canais, lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis, as correntes de que se façam estas águas, as fontes e reservatórios públicos, as nascentes quando forem de tal modo consideráveis que, por si só, constituam o “caput fluminis“, os braços de quaisquer correntes públicas, desde que os mesmos influam na navegabilidade ou flutuabilidade. 
a ilha é um acúmulo paulatino de areia, de cascalho e materiais levados pela correnteza, ou rebaixamento de águas, deixando a descoberto e a seco uma parte do fundo ou do leito. “DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: Direito das coisas. v. 4, São Paulo: Saraiva, 2005. P. 146.
	Ressalta-se que o Art. 20 da CF/88 garante os bens da união. De toda forma é possível que se tenha ilhas ou aguas particulares. Mas define-se como particular nascentes e todas as águas situadas em terrenos que também o sejam, quando as mesmas não estiverem classificadas entre as águas comuns de todos. (Vide Art. 1.249 do CC e o Código Marítimo Brasileiro)
	Mas estas ilhas também poderão ser formadas em rios cuja a margem é de proprietários diferentes, desta forma a nossa doutrina e o nosso código garante que as ilhas formadas entre o “meio rio” e uma das margens será considerado como acréscimo do terreno ribeirinho. Estas ilhas também poderão se formar pelo desdobramento de um novo braço de corrente mas neste caso ela pertencerá ao proprietário do(s) terreno(s) a custa que se formaram. 
II. Aluvião:
Trata-se de um meio originário de aquisição da propriedade imóvel por acessão, em decorrência do aumento vagaroso de terras à margem de rios, resultante do desvio das águas ou de enxurradas. Nesse caso, o favorecido não está obrigado a indenizar o prejudicado, já que tal fato decorre de fenômeno da natureza. 
Tem-se duas formas de aluvião: a aluvião própria e a aluvião imprópria.
A aluvião própria é quando o rio acaba por trazer materiais como areia, cascalho, etc, formando na frente do terreno ribeirinho, uma área de terra que vai se estender a propriedade.
A aluvião imprópria está prevista no parágrafo único e ocorre quando há o recuo do rio, ou seja, quando a água do rio baixa (seca) e surge uma faixa de terra em frente a propriedade.
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Referencias: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Direito das Coisas. v.V, São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
III. Avulsão:
Trata-se do desprendimento, por força natural e violenta, de uma porção considerável de um prédio, o qual se juntará ao terreno de outro proprietário, consolidando-se duas coisas em uma. Encontra definição no artigo 1.251 do Código Civil de 2002:
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
O proprietário beneficiado pelo deslocamento de terra poderá consolidar a titularidade sobre a parte acrescida se, no prazo decadencial de um ano a contar da data do fenômeno, o proprietário prejudicado permanecer inerte e não exigir a parte desfalcada.
No decorrer do prazo de um ano, o proprietário do prédio beneficiado poderá optar por consentir que se remova a parte acrescida ou indenizar o proprietário cujo prédio foi desfalcado. Note-se que a indenização ocorre independente da culpa do novo proprietário, ocorre apenas para evitar o enriquecimento ilícito.
Cabe ressaltar que a porção de terra desfalcada deve ser considerável e identificável. Sendo insignificante, tratar-se-á de aluvião, e não poderá ser reivindicada.
IV. Álveo abandonado:
Álveo abandonado está disposto no artigo 1252 do Código Civil o que diz : 
Art. 1,252: O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
 Trata se de Rio ou leito por onde águas passam e ocorre a mudança do curso das águas, este tipo se dá quando o rio ou leito muda o curso por decorrências naturais, este é ca­so de aqui­si­ção por aces­são, pas­san­do o ál­veo aban­do­na­do a per­ten­cer aos pro­prie­tá­rios ri­bei­ri­nhos das ­duas mar­gens. 
O álveo de abandono não é causa de indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
V. Construções e plantações:
	As mesmas ao contrário das ilhas são formadas por mão de obra humana, tendo em vista isto, o nosso código deverá nos garantir segurança jurídica sobre o assunto pois o mesmo é muito comum em todos os Estados brasileiros, e muito recorrente no município que habituamos. 
	Estas construçõesou plantações podem ser definidas como móveis e imóveis, sendo imóveis, poderá ser próprio ou alheio. O próprio sendo considerado como benfeitoria ao bem e alheio considerado como mera acessão ou coisa. (Exemplo Art. 1.253 do CC).
	As acessões poderão ser formadas artificialmente (Art. 1.253 a 1.257 do CC), formadas pelo trabalho humano como as plantações. Ressalta-se que como o bem poderá ter caráter oneroso e submeter-se a regra de que tudo que se incorpora o bem tem a responsabilidade daquele que for considerado proprietário (seja principal ou eventual).
	Todo tipo de construção ou plantação realizada já existente em um terreno presume-se que foi realizada pelo seu proprietário e a sua custa, sendo assim, aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. 
	Para melhor compreensão do tema é importante definir que acessão artificial são obras que dão vida a uma coisa nova e/ou que se aderem a propriedade anterior existente e benfeitorias são despesas feitas para a coisa ou obras feitas na mesma. 
	“Acessões artificiais e benfeitorias são institutos que não se confundem. As benfeitorias são incluídas na classe das coisas acessórias (art. 96, CC), conceituadas como obras e despesas feitas em coisas alheias para conservá-las (necessárias), melhorá-las (úteis), embelezá-las (voluptuárias). Já as acessões artificiais inserem-se entre os modos de aquisição da propriedade imobiliária, consistindo em obras que criam coisas novas, aderindo à propriedade preexistente.” FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2006, p. 323. 
Para a apreciação do assunto o nosso tribunal já constituiu jurisprudência sobre sendo:
“Realizada no bem constrito (terreno). Indivisibilidade. Acessão artificial. Artigo 1255 do Código Civil. 1. A circunstância de a propriedade do terreno ser da empresa devedora e a propriedade da edificação ser dos embargantes constitui hipótese de condomínio indivisível. De regra, verificada acessão (edificação) realizada no bem constrito (terreno), este passa a ter a condição de indivisível, devendo ser reservado valor correspondente à parcela do co-proprietário sem olvidar direito de preferência do mesmo na aquisição do bem.
2. In casu, como há acessão de boa-fé, e para evitar prejuízo a eventual arrematante, o qual, provavelmente, estará sujeito à discussão judicial em relação ao artigo 1255, “caput” e parágrafo único do Código Civil, o leilão do imóvel (terreno) somente poderá ser levado a leilão após dirimida, nas vias apropriadas, a controvérsia acerca da acessão artificial.
3. Apelação parcialmente provida.”
“TRF4. 1ª Turma. Apelação Civel: AC 6983 RS 2004.71.07.006983-7. Rel. Artur César de Souza. Data do Julgamento: 26/07/2006. DJ 23/08/2006 P. 998. http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1222776/apelacao-civel-ac-6983-rs-20047107006983-7-trf4. Acesso em 12/04/2009.”
Todas as hipóteses citadas estão previstas no Art. 1.253 ao Art. 1.259 do CC. 
	
A acessão poderá ser por meio de um animal, mas nosso código não nos trás uma legislação sobre o determinado assunto, assim a doutrina como parte fundamental da nossa legislação nos trás o seguinte conhecimento.
	
“Quando o animal doméstico volta ou passa a viver em outra propriedade, passa aquele proprietário a deter o direito sobre ele, sendo que o semovente voltou à condição de res nullius.” VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. v. V. São Paulo: Atlas, 2005, p. 168.
· Referências Bibliográficas:
· Direito das coisas, Rio de Janeiro, Freitas Bastos
· DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: Direito das coisas
· GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - Direito das Coisas
· FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais
· VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil

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