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Resolução de questões sobre Acessão- TRABALHO DE DIREITO DAS COISAS- ACESSÕES NATURAIS OU ARTIFICIAIS

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Resolução de questões
APG A: Gustavo Rezende, Lara Gomes, Leandra Lima, Lucas Brito, Mayrla Oliveira e Otávio Moura.
QUESTÃO 01- O QUE É ACESSÃO?
De acordo com Álvaro Villaça Azevedo, a doutrina no geral conceitua a acessão como a junção material de coisas, que tornará o proprietário do bem principal, proprietário do bem acessório. Concomitante a isso, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald afirmam que as acessões são um modo originário de aquisição de propriedade, pois a partir dela, o indivíduo passará a ser titular de tudo a que se adere ao bem principal. Em suma, pode-se caracterizar como o direito de acrescer aos bens tudo o que se incorpora nele, seja de maneira natural ou de forma artificial.
Contudo, deve-se levar em consideração, também, o princípio da vedação do enriquecimento sem causa, o que quer dizer que não é só por algo está incorporado a propriedade de alguém, passará a ser também propriedade dela.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. POSSUIDORA DE MÁ-FÉ. DIREITO À INDENIZAÇÃO. DISTINÇÃO ENTRE BENFEITORIA NECESSÁRIA E ACESSÕES. ALEGADA ACESSÃO ARTIFICIAL. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 1. As benfeitorias são obras ou despesas realizadas no bem, com o propósito de conservação, melhoramento ou embelezamento, tendo intrinsecamente caráter de acessoriedade, incorporando-se ao patrimônio do proprietário. 2. O Código Civil (art. 1.220), baseado no princípio da vedação do enriquecimento sem causa, conferiu ao possuidor de má-fé o direito de se ressarcir das benfeitorias necessárias, não fazendo jus, contudo, ao direito de retenção. 3. Diferentemente, as acessões artificiais são modos de aquisição originária da propriedade imóvel, consistentes em obras com a formação de coisas novas que se aderem à propriedade preexistente (superficies solo cedit), aumentando-a qualitativa ou quantitativamente. 4. Conforme estabelece o art. 1.255 do CC, na acessões, o possuidor que tiver semeado, plantado ou edificado em terreno alheio só terá direito à indenização se tiver agido de boa-fé. 5. Sobreleva notar a distinção das benfeitorias para com as acessões, sendo que "aquelas têm cunho complementar. Estas são coisas novas, como as plantações e as construções" (GOMES, Orlando. Direitos reais. 20. ed. Atualizada por Luiz Edson Fachin. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 81). 6. Na trilha dos fatos articulados, afastar a natureza de benfeitoria necessária para configurá-la como acessão artificial, isentando a autora do dever de indenizar a possuidora de má-fé, demandaria o reexame do contexto fático-probatório dos autos, o que encontra óbice na Súmula n. 07 do STJ. 7. Recurso especial a que se nega provimento.
(STJ - REsp: 1109406 SE 2008/0283559-7, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 21/05/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/06/2013)
QUESTÃO 02- QUAIS AS MODALIDADES DE ACESSÃO?
O artigo 1.248 do Código Civil, define as formas de aquisição por acessão, podendo ser:
I - por formação de ilhas;
II - por aluvião;
III - por avulsão;
IV - por abandono de álveo;
V - por plantações ou construções.
Paralelo à isso, tem-se jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CONSTRUÇÃO REALIZADA EM IMÓVEL EM CONDOMÍNIO - AQUISIÇÃO POR ACESSÃO DA CONSTRUÇÃO - HERDEIROS - REQUISITOS LEGAIS. 1. A propriedade imóvel conduz à aquisição por acessão de construções (CC, art. 1.248) e toda construção existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário (CC, art. 1.252). 2. "A ocupação de imóvel do espólio por um dos herdeiros, não configura esbulho" (STJ, REsp 515.175/RJ). 3. "A procedência do pedido de reintegração de posse pressupõe a prova do preenchimento dos requisitos do art. 927 do Código de Processo Civil" (STJ, AgRg no AREsp 273.408/MG). (TJ - MG - AC: 10145130557849001 Juiz de Fora, Relator: José Flávio de Almeida, Data de Julgamento: 16/11/2016, Câmaras Cíveis / 12ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 23/11/2016).
QUESTÃO 03- É CORRETO AFIRMAR QUE SE DIVIDEM EM HUMANAS E NATURAIS?
Não só é correto, como é a definição abraçada pelas doutrinas. Os doutrinadores definem dois grandes grupos, dentre os quais estão essas classificações: Acessões Naturais e Acessões Artificiais (ou Industriais). O jurista Flávio Tartuce traz que as acessões naturais ou fatos jurídicos stricto sensu, são os quatro primeiros incisos do artigo supracitado, logo a formação de ilhas, aluvião, avulsão ou abandono de álveo, que ocorrem por fatos da natureza, sem intervenção do homem. Já na segunda, temos o inciso V, sendo as acessões por plantações ou construções, que decorrem da interferência do homem (2020, p. 192).
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO CONDENATÓRIA - CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS DECORRENTES DE IMPLANTAÇÃO DE REFLORESTAMENTO - DAÇÃO EM PAGAMENTO DO IMÓVEL SEM CLÁUSULA QUE DISPUSESSE ACERCA DA PROPRIEDADE DA COBERTURA VEGETAL LENHOSA - TRIBUNAL A QUO QUE MANTEVE A SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - INSURGÊNCIA DA AUTORA - RECLAMO DESPROVIDO. Cinge-se a controvérsia em definir: a) qual a natureza jurídica da cobertura vegetal lenhosa destinada ao corte, ou seja, se é ou não considerada acessório da terra nua e b) se, na dação em pagamento de imóvel sem cláusula que disponha sobre a propriedade das árvores de reflorestamento, a transferência do imóvel inclui a plantação. 1. Violação ao art. 535 do CPC/1973 não configurada. O Tribunal a quo dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas, apreciando integralmente a controvérsia posta nos autos, não se podendo, ademais, confundir julgamento desfavorável ao interesse da parte com negativa ou ausência de prestação jurisdicional. 2. Conforme consta dos artigos 79 e 92 do Código Civil, salvo expressa disposição em contrário, as árvores incorporadas ao solo mantêm a característica de bem imóvel, pois acessórios do principal, motivo pelo qual, em regra, a acessão artificial recebe a mesma classificação/natureza jurídica do terreno sobre o qual é plantada. 2.1 No entanto, essa classificação legal pode ser interpretada de acordo com a destinação econômica conferida ao bem, sendo viável transmudar a sua natureza jurídica para bem móvel por antecipação, cuja peculiaridade reside na vontade humana de mobilizar a coisa em função da finalidade econômica. 2.2 Desta forma, em que pese seja viável conceber a natureza jurídica da cobertura vegetal lenhosa destinada ao corte, a depender da vontade das partes, como bem móvel por antecipação, no caso, consoante estabelecido no artigo 287 do Código Civil, essa classificação não salvaguarda a pretensão da autora, pois é inviável a esta Corte Superior, ante os óbices das Súmulas 5 e 7/STJ, promover o reenfrentamento do acervo fático-probatório dos autos com vistas a concluir de maneira diversa das instâncias ordinárias acerca dos sucessivos negócios jurídicos entabulados relativamente ao imóvel rural e as cláusulas e condições de referidos ajustes. Ademais, diante da presunção legal de que o acessório segue o principal e em virtude da ausência de anotação/observação quando da dação em pagamento acerca das árvores plantadas sobre o terreno, há que se concluir que essas foram transferidas juntamente com a terra nua. 3. Transferido por escritura pública de dação em pagamento o imóvel e as plantações pela empresa cedente já em 1983, resta ineficaz a cessão de direitos realizada por essa ao autor em 2004, pois nessa ocasião não mais detinha os direitos objeto da transmissão, a revelar verdadeira venda a non domino, insuscetível de concretização. 4. Recurso especial desprovido.
(STJ - REsp: 1567479 PR 2011/0271419-1, Relator: Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 11/06/2019, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2019 RSTJ vol. 255 p. 840)
Fonte: TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Direito das Coisas - vol. 4. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020. 9788530989361. 
QUESTÃO 04- SE APLICA A BENS MÓVEIS E IMÓVEIS?
Sim, Arnold Wald que é defensor dessa ideia, ainda especifica as formas que isso pode acontecer:de imóvel a imóvel, de móvel a imóvel e de móvel a móvel. A primeira, de imóvel a imóvel, ocorre mediante fenômenos naturais, através da aluvião, avulsão, formação de ilhas e rios e álveo abandonado.
A segunda, de móvel a imóvel, como é o caso da semeadura, a plantação e a construção, que são os considerados acessórios da terra. Se alguém semeia, planta ou edifica em seu terreno, mesmo que com acessórios de outras pessoas, adquirirá a propriedade deles, mas claro, devendo reembolsar o devido ao proprietário, segundo o art. 1.254 do Código Civil.
Por fim, temos a forma de móvel a móvel, podendo ocorrer através da comistão (mistura de coisas sólidas ou secas), confusão (mistura de coisas líquidas), adjunção (justaposição de uma coisa sobre a outra) e especificação (trabalho em coisa alheia, criando uma nova espécie).
Fonte: AZEVEDO, Álvaro Villaça. Curso de Direito Civil: Direito das Coisas, 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

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