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MOTORES A COMBUSTÃO INTERNA Análise dos Ciclos Termodinâmicos Ciclos-padrão a ar • Estudos dos ciclos reais são de grande complexidade → O fluido ativo varia sua composição durante os processos. • Complexidade dos próprios processos. • A modelagem em ciclos padrão com hipóteses simplificadoras → permitem análises qualitativas , e até quantitativas e permitem aplicações dos conceitos termodinâmicos Sistemas de potencia a gás Motores de combustão interna • Turbinas • Motores a combustão a combustão interna alternativos os processos ocorrem dentro do arranjo cilindro-pistão com movimento alternativo. Dois tipos de motores a combustão interna: • Ignição por centelha • Ignição por compressão MOTORES A COMBUSTÃO INTERNA Ciclos padrão a ar - hipóteses • O fluido ativo é ar • Os calores específicos são considerados constantes e a temperatura ambiente • Não há admissão nem escape ( não há necessidade de se trocar os gases queimados por nova mistura → permite a utilização da 1° lei da termodinâmica para volume de controle. • Os processos de compressão e expansão são isentrópicos → adiabáticos+ reversíveis. Ciclos padrão a ar - hipóteses • A combustão é substituída por uma fonte externa de calor ao fluido ativo → este fornecimento de calor pode ser isocórico, isobárico ou uma combinação de ambos. • Para voltar às condições iniciais, o calor será retirado por uma fonte fria em um processo isocórico • Todos os processos são considerados reversíveis Ciclos padrão a ar Estaremos analisando três ciclos que aderem ao ciclo padrão ar idealizado: -Ciclo Otto – padrão a ar do ciclo do motor de ignição por faísca a 4 tempos. -Ciclo Diesel – padrão a ar do ciclo do motor de ignição espontânea. -Ciclo Dual , ou de Sabathè Estes ciclos diferem entre si somente pelo modo que se dá o processo de adição de calor que substitui a combustão no ciclo real. Ciclo Otto - Diagramas p-V e T-S Os eixos das abscissas – Propriedades Termodinâmicas extensivas – volume, entropia → propriedades que dependem da massa do fluido ativo, portanto do tamanho do motor. Ciclo Otto - Diagramas p-V e T-S • As propriedades termodinâmicas extensivas quando divididas pela massa do sistema → propriedades específicas → se transformam em propriedades intensivas. Ex: Volume específico 𝑣 = 𝑉 𝑚 , Entropia específica 𝑠 = 𝑆 𝑚 . • Propriedades Termodinâmicas intensivas – Não dependem da quantidade de matéria no sistema. Ex.: pressão, temperatura. Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s 1-2 - É um processo de compressão isoentrópica do ar conforme o pistão se move do ponto morto inferior para o ponto morto superior. Área (P-v) 1-2- 𝑉2 −𝑉1 = 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟 ( negativo) Área ( T-s) 1-2 = nula → não haverá calor trocado (adiabático) Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s 2-3 –É uma transferência de calor a volume constante , isocórico para o ar a partir de uma fonte externa enquanto o pistão está no ponto morto superior, simula o calor liberado pela combustão. Área ( T-s ) 2-3-𝑠4-𝑠1= 𝑄2−3 calor fornecido ao sistema (positivo). Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s 3-4- É uma expansão isentrópica ( curso de potencia) Área ( P-v) 3-4-𝑣1-𝑣2= 𝑊𝑒𝑥𝑝 ( positivo) Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s 4-1 – Completa o ciclo através de um processo a volume constante no qual o calor rejeitado pelo ar conforme o pistão está no ponto morto inferior. Simula o calor rejeitado nos gases ao “abrir a válvula de escape”, imaginando-se uma queda brusca de pressão. Área ( T-s) 4-1-𝑠1-𝑠4 = 𝑄4−1 calor rejeitado Ciclo Otto - Diagramas p-v e T-s O trabalho líquido do ciclo pode ser expresso por: 𝑊𝑐 = 𝑊𝑒𝑥𝑝 −𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟 = 𝑄2−3 − 𝑄4−1 “Lei de Kelvin-Planck para motores térmicos = É impossível construir um motor térmico cíclico que transforme em trabalho todo o calor recebido de uma fonte quente” A eficiência térmica 𝜂𝑡 = 1 − 𝑄4−1 𝑄2−3 Ciclo Otto - Eficiência Térmica A eficiência térmica do ciclo Otto ↑ com o ↑taxa de compressão 𝑝2 𝑝1 = 𝑟 𝜂𝑡 = 1 − 1 𝑟𝑘−1 onde 𝑘 = 𝐶𝑝 𝐶𝑣 Ciclo Otto - Eficiência Térmica Ciclo Otto - Eficiência Térmica - O aumento da taxa de compressão é interessante somente até um determinado valor onde o aumento de r resulta em variações desprezíveis no 𝜂. - Em motores a combustível a taxa máxima é função da resistência do combustível a auto ignição; -Taxas excessivas para um determinado combustível pode ocasionar um fenômeno denominado detonação = “ batidas de pino” Ciclo Otto Em virtude das limitações de desempenho como autoignição, e problemas ambientais → as taxas de compressão dos motores a ignição por centelha com gasolina sem chumbo estão entre 9,5 a 11,5. Pressão média do Ciclo 𝑃𝑚𝑐 Por definição a pressão média do ciclo é uma pressão que, se fosse aplicada na cabeça do pistão , ao longo de um curso , realizaria o mesmo trabalho do ciclo. 𝑉2−𝑉1 = 𝑉𝑑𝑢 (cilindrada unitária) 𝑃𝑚𝑐 = 𝑊𝑐 𝑉𝑑𝑢 ( propriedade intensiva) Pressão média do Ciclo 𝑃𝑚𝑐 Potencia do ciclo 𝑁𝑐 𝑁𝑐 = 𝑊𝑐 𝑛 𝑥 Onde x = 1 → motores 2T x = 2 → motores 4T n = rotação do eixo 𝑁𝑐 = 𝑃𝑚𝑐.𝑉𝑑. 𝑛 𝑥 Fração residual de gases f No final do processo de escape, mas dentro do cilindro , permanece uma certa massa de gases que fará parte da massa total da mistura no próximo ciclo. 𝑓 = 𝑚𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑡𝑜𝑡 = 𝑚𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑟 +𝑚𝑐𝑜𝑚𝑏 +𝑚𝑟𝑒𝑠 * No PMI Ciclo Diesel – Padrão a ar do ciclo de ignição espontânea O ciclo de ar padrão Diesel é um ciclo que considera que a adição de calor ocorre durante um processo a pressão constante, que se inicia com o pistão no ponto morto superior. Ciclo Diesel – Padrão a ar do ciclo de ignição espontânea Ciclo Diesel – Padrão a ar do ciclo de ignição espontânea Área(P-V)– 1-2-3-4 = 𝑊𝑐 , trabalho do ciclo Área(T-S)–1-2-3-4 = 𝑄𝑢 = 𝑄2−3 − 𝑄4−1 = 𝑊𝑐 Eficiência Térmica Ciclo Diesel 𝜂𝑡 = 1 − 1 𝑟𝑣 𝑘−1 . 𝑇3 𝑇2 𝑘 − 1 𝑘. 𝑇3 𝑇2 − 1 *Para uma mesma taxa de compressão , a eficiência térmica do Ciclo Otto é sempre ↑do que o Ciclo Diesel → combustão a volume constante ↑ eficiente que combustão a pressão constante Ciclo Diesel – Padrão a ar do ciclo de ignição espontânea 0 ciclo Diesel padrão ar sempre corresponderá a uma taxa de compressão mais elevada que a dos ciclos Otto. Comparação dos ciclos – Otto /Diesel Fixar algumas características → Fazer comparação do desempenho/eficiência dos ciclos→ conclusões sobre a conveniência da utilização de um ou de outro. Comparação geométrica pelos diagramas P-V e T-S → Familiarização dos processos, ciclos , áreas que representam trabalho e calor Comparação dos ciclos – Otto /Diesel Condições pré fixadas para comparação: 1- Mesma taxa de compressão 𝑟𝑣 e mesmo calor fornecido 𝑄1 Sobreposição no P-V o ciclo Diesel / T-S Comparação dos ciclos – Otto /Diesel - No ciclo Diesel de 2’ traça-se a isobárica até 3.’ - No diagrama P-V o ponto 3’ pode estar a esquerda ou a direita da linha 3-4. - Verificando no T-S, a isobárica 2’3’ tem uma menor inclinação que a isocórica 2-3 - Para o mesmo Q fornecido a área A23B = A2’3’b, portanto o ponto 3’ deverá estar a direita de 3-4 → área C3’BD compense a área 23C - Portanto no diagrama P-V , na isocórica os pontos estarão na ordem 4’-4-1. Comparação dos ciclos – Otto /Diesel Conclusão: Verificando a área 1’4’D ˃ A14B = o ciclo Otto teria uma maior eficiência energética , pois para o mesmo 𝑄1 (calor fornecido) tem um menor valor de 𝑄2 ( calor cedido). Comparação dos ciclos – Otto /Diesel 2- Mesma pressão máxima e mesmo calor fornecido 𝑄1 Comparação dos ciclos – Otto /Diesel - Novamente para posicionarmos o ponto 3’ traçamos pelo ponto 3 uma isobárica (com menor inclinação que a isocórica. - A área A23C = A2’3’B → a área 22’3’D = área BD3C → pela hipótese que 𝑄1 seja o mesmo. - Na isocórica os pontos estarão na ordem 14’4 Comparação dos ciclos – Otto/Diesel Conclusão: A área A1’4’B ˂ A14C = O ciclo Diesel teria uma maior eficiência energética pois para o mesmo calor 𝑄1( calor fornecido ) teremos um menor 𝑄2 ( calor rejeitado) . Diagramas para misturas combustível-ar - O afastamento dos resultados numéricos obtidos com os ciclos-padrão a ar X ciclos reais = idealização dos processos cíclicos + considerar o fluido ativo como ar e este como gás ideal. - Uma melhor aproximação é conseguida considerando a presença do combustível + gases residuais na nova mistura+ o estado de dissociação nas reações de combustão em equilíbrio químico+ a variação dos calores específicos com a temperatura. Diagramas para misturas combustível-ar - Ao se considerar estes inúmeros fatores → o cálculo analítico pelas leis da termodinâmica muito complexo = construção de diagramas + rotinas computacionais . - Rotinas computacionais permitem a determinação das propriedades termodinâmicas das misturas combustível-ar + propriedades dos produtos de combustão. Diagramas para misturas combustível-ar - O fluido ativo = mistura de ar + combustível + gases residuais + umidade. - O tipo de combustível influi nas propriedades termodinâmicas da mistura. - Rotinas computacionais foram desenvolvidas para obtenção das propriedades termodinâmicas dos gases que compõe o fluido ativo em levantamentos experimentais. Diagramas para misturas combustível-ar - Para temperaturas ↓ 1000 K a dissociação nos produtos de combustão é desprezível → quantificação dos componentes dos gases queimados + carga fresca é feita de forma simplificada. - Para temperatura ↑ 1000 K ocorre considerável dissociação química nos produtos da combustão - A ocorrência da dissociação química tem dois aspectos importantes: . Redução da massa molecular média . Aumento do calor específico médio dos gases queimados. - Assim seria imprecisa a determinação da temperatura de gases de oxidação , usando a forma simplificada. Diagramas para misturas combustível-ar - Se a hipótese de equilíbrio químico local for considerada, a quantificação dos componentes químicos quando há dissociação = resolução de um sistema de equações não lineares - Estas equações representam as constantes de equilíbrio para cada reação entre os produtos da combustão. - Resolução = algoritmos de resolução robusta+ Tempo de processamento → convergência. Diagramas para misturas combustível-ar - Uma forma simplificada para a determinação das propriedades termodinâmicas dos produtos de combustão de hidrocarbonetos + oxigênio foi desenvolvida por MARTIN,M.K.;HEYWOOD,J.B – Combustion Science and Technology, Vol 15,1977,pp 1-10. Diagramas para misturas combustível-ar Equação química da combustão: 𝐶𝐻𝑦𝑂𝑧𝑁𝑤 + 1 𝜑 1 + 𝑦 4 − 𝑧 2 𝑂2 + 𝜓𝑁2 → 𝑛 ′ 𝑐𝑜2𝐶𝑂2 + 𝑛′𝐻2𝑂𝐻2O+ 𝑛 ′ 𝑐𝑜𝐶O+ 𝑛 ′ 𝐻2𝐻2+ 𝑛 ′ 𝑜2𝑂2 +𝑛 ′ 𝑁2𝑁2 𝜑 = 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 𝑎𝑟𝑒𝑠𝑡𝑒𝑞𝑢𝑖𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝜓= relação entre as frações molares do nitrogênio e do oxigênio na atmosfera ( valor típico = 3,76 ) Estequeometria do motor a combustão interna Todo combustível queima e reage com o ar em uma determinada proporção e para qualquer tipo de volume. Esta taxa não deve, apesar de parecida, ser confundida com a taxa de compressão. A razão estequiométrica de um motor a gasolina com 22% de etanol fica em torno de 13,3:1, ou seja, em qualquer cilindrada ou volume a razão será sempre de 13,3 partes de ar para 1 parte de gasolina. Nos motores com diferentes combustíveis esta razão muda. Nos motores a álcool(etanol) esta taxa fica em torno de 9,0:1 resultante do tipo e característica do combustível mais ou menos calorífico, justificando um consumo maior nesses tipos de motores. O diesel tem uma taxa com apenas 15,2:1 o que torna esses tipos de motores mais econômicos. O gás fica em torno de 15,4:1 e a gasolina pura em torno de 14,7:1. Diagramas para misturas combustível-ar Razão entre os calores específicos em função da temperatura Diagramas para misturas combustível-ar Razão entre calores específicos em função da temperatura ( condição e estequiometria ). Diagramas para misturas combustível-ar Efeito da dissociação química dos produtos de combustão de iso-octano a 30 bar. Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de compressão 1-2- O processo de compressão é isentrópico por hipótese . No diagrama P-V a curva 𝑝. 𝑉𝑘= cte , utilizando valores de k calculados para cada temperatura e razão de equivalência 𝜑 ao longo do curso de compressão. Ciclo padrão-ar Otto 1-2 Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível -Comparação entre a curva de pressão , no tempo de compressão, para um ciclo padrão x ciclo ar iso-octano Há uma redução da pressão ao longo de todo curso de compressão da mistura ar+combustível +- 2bar no PMS. Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de adição de calor 2-3 – o diagrama abaixo apresenta a subida de pressão para os casos comparados, supondo uma adição de calor de 2.000 kj/kg de mistura. Nota-se uma elevação maior de pressão no ciclo padrão ar com propriedades constantes do que no ciclo ar+combustível Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de expansão 3-4 -Similarmente ao processo de compressão , admitindo processo isoentrópico , é obtida uma curva P-V a partir da equação 𝑝. 𝑉𝑘 = 𝑐𝑡𝑒 . Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de expansão 3-4 A figura anterior mostra a evolução de pressão no tempo de expansão para os casos comparados. A pressão de expansão no ciclo padrão ar é maior que a pressão do ciclo ar+combustível com as propriedades variáveis em grande parte do curso → maior trabalho positivo . Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de escape 4-1 – A figura adiante mostra o fechamento dos ciclos pela queda de pressão a volume constante. O ciclo ar+combustível com propriedades variáveis apresenta menor área delimitada no P-V , numericamente igual ao trabalho liquido ar padrão propriedades constantes → O cálculo dos processos termodinâmicos com FA ( fluido ativo) formado ar+combustível + propriedades variáveis + dissociação química = resultados + próximos aos valores reais Solução dos ciclos Otto por meio de rotinas computacionais para misturas ar+combustível Processo de escape 4-1 – A figura a seguir identifica a diferença de trabalho realizado . Solução do ciclo Diesel e ciclo Misto O mesmo procedimento é semelhante para ser empregado nos ciclos Diesel e Misto. - A combustão é considerada a pressão constante no ciclo Diesel - A adição de calor e realizada parcialmente a volume constante e parcialmente a pressão constante , no ciclo Misto. - Em ambos os casos basta definir quais serão as durações em ângulo de virabrequim, das etapas de adição de calor. Comparação dos ciclos reais x teóricos Mesmo com a melhoria dos diagramas para misturas e produtos de combustão → apresentam afastamento dos valores reais. + devido aos padrões dos processos ideais que do comportamentos do FA ( boa aproximação do ciclo ideal) Comparação dos ciclos reais x teóricos → A figura apresenta a comparação do ciclo Otto padrão ar e o ciclo de ignição por faísca. Admissão e Escape -A área compreendida entre os dois corresponde a um trabalho negativo utilizado para troca do fluido. É o trabalho de “bombeamento” é englobado no trabalho perdido pelos atritos. -Em motores com controles de carga via restrição de fluxo ( borboletas, dumpers) essa área será tanto maior quanto mais fechada estiver a borboleta. - Se os dutos de admissão e escape forem bem dimensionados o motor a plena aceleração deveria apresentar essa área praticamente desprezível. Perdas de Calor-No ciclo teórico, ao processos de compressão e expansão são considerados isentrópicos, enquanto no ciclo real as perdas são sensíveis. - Na compressão esta diferença não é tão grande, mas na expansão quando o gradiente de temperatura entre o cilindro e o meio é muito grande há grande troca de calor → afastamento ciclo padrão Perda por tempo finito de combustão - No ciclo teórico a combustão é considerada instantânea, processo isocórico. - Na prática a combustão leva um tempo não desprezível em relação ao à velocidade do pistão. - Por esta razão a centelha deve ser dada antes do PMS, e a expansão se inicia antes da combustão alcançar a máxima pressão possível. - O instante ideal de ignição é aquele em que o balanço do trabalho negativo na compressão e o trabalho positivo na expansão seja o máximo = o avanço da ignição para o maior torque na condição de operação. Perdas pelo tempo finito de abertura da válvula de escape - No ciclo teórico o escape foi substituído por uma expansão isocórica, na qual cedia calor para um reservatório frio. - No ciclo real, o tempo de abertura na válvula de escape, o tempo para o processo de saída dos gases sob pressão é finito → abrir válvula com antecedência. - Quanto mais adiantada a abertura da válvula em relação ao PMI mais se perde área na parte superior mas menos área será perdida na área inferior. O instante de abertura da válvula = otimizar a área nessa região. - É o resultado do balanço entre o trabalho negativo no final do curso de expansão e o trabalho necessário para expulsar os gases queimados no tempo de escapamento - Estima-se pelos diagramas que estas perdas podem ser distribuídas 60% devido as perdas de calor, 30% ao tempo finito de combustão , e 10% devidos a abertura da válvula de escape Propriedades e curvas características dos motores Momento de força , conjugado no eixo ou torque (T) Com o motor em funcionamento , tem- se um momento torçor médio positivo = Torque. Para se medir o torque é necessário impor ao eixo um momento externo resistente de mesmo valor , isto é feito por um dinamômetro. ( Freio Prony, hidráulicos, elétricos ) Propriedades e curvas características dos motores Potencia efetiva ( 𝑵𝒆) É a potencia medida no eixo do motor 𝑁𝑒 = 𝑇.𝑛 716,2 , (rpm,cv, Nm) Propriedades e curvas características dos motores Potencia Indicada (𝑵𝒊) É a potencia desenvolvida no ciclo termodinâmico do fluido ativo. 𝑁𝑖 = 𝑊𝑖 . 𝑛 𝑥 . 𝑧 n= rotação do motor X= 1,2 para 2T, 4T , respectivamente Z= número de cilindros do motor. Relação entre as potencias 𝑄 = 𝑚𝑐. 𝑝𝑐𝑖 𝑄 = Calor fornecido pela combustão por unidade de tempo ( Kcal/h, kW...etc.) 𝑚𝑐= consumo , fluxo ou vazão em massa ( kg/h..etc.) pci= poder calorifico inferior do combustível ( kcal/kg..etc.) TAI = temperatura de autoignição do combustível Relação entre as potencias Eficiência Térmica 𝜂𝑡 = 𝑁𝑖 ሶ𝑄 Eficiência global ou térmica efetiva 𝜂𝑔 = 𝑁𝑒 ሶ𝑄 Eficiência mecânica 𝜂𝑚 = 𝑁𝑒 𝑁𝑖 Combustíveis - A grande maioria dos motores a combustão interna utiliza combustíveis derivados de petróleo. - Alguns países utilizam a adição de biocombustíveis ( álcool , biodiesel ) ou o utilizam na forma pura. - O processo mais comum de obtenção é a destilação atmosférica e a vácuo. Combustíveis - Destilação Atmosférica Na destilação atmosférica são separadas várias frações: Gás Combustível Gás Liquefeito Nafta : corte entre 30 a 250 °C , hidrocarbonetos de 4 a 12 átomos de carbono. Querosene: Hidrocarbonetos de compostos parafínicos destilam ente 150 a 300 °C . Diesel : hidrocarbonetos destilam entre 200 a 380 °C , separados em diesel leve e pesado ( alto teor de enxofre) Os resíduos de fundo de torre possui frações mais pesadas , que se destilariam a temperaturas mais elevadas → formação de coque nas tubulações → aquece até o limite da temperatura e destila a vácuo. Combustíveis – Destilação a Vácuo A destilação a vácuo é projetada para produção de lubrificantes e gasóleos utilizados como combustíveis em outras unidades. Produzem 4 famílias de óleos: Spindle- baixa e média viscosidade Neutros- ampla faixa de viscosidades Bright Stock- viscosidades médias Cilindro - alta viscosidade. O resíduo de destilação a vácuo , frações altíssimo peso molecular → fabricação de asfalto , combustíveis para caldeiras. Combustíveis – Craqueamento catalítico fluido Contato dos gasóleos com um catalizador + 750°C = quebrando aleatoriamente em moléculas menores. O craqueamento produz: GLP – a maior parte do GLP em uma refinaria é obtido pelo processo de craqueamento Nafta – destilação entre 30 e 220°C , produção de gasolina. Óleo leve de reciclo Óleo decantado – Utilizado como diluente para a produção de óleos combustíveis e asfalto. Combustíveis - Gasolina -Misturas de diversas naftas obtidas do processamento do petróleo, balanceadas para um desempenho satisfatório em várias condições operacionais. - As especificações representam um compromisso qualidade x desempenho x meio ambiente . - Quanto mais rígidas as especificações + difícil e $ obter uma mistura que atenda as exigências. Combustíveis - Gasolina No Brasil as gasolinas são classificadas como: - Gasolina A – isenta de álcool etílico anidro, sendo sua comercialização restrita entre o refinador e o distribuidor. - Gasolina C – com adição de 22% (volume) de alcool etílico anidro , podendo ter o teor seu teor variando entre 18 a 25 % em função da safra . Comercializada nos postos de combustível. As propriedades que mais influenciam no desempenho do veículo são octanagem e volatilidade. Combustíveis - Gasolina Octanagem ou Nro de Octano: E a grandeza que representa a resistência da mistura do combustível +ar à autoignição responsável pela detonação Combustíveis - Gasolina - A detonação é um fenômeno relacionado com a combustão espontânea, não desejada. - Os hidrocarbonetos que possuem alta temperatura de autoignição resistem mais a autodetonação. Combustíveis - Gasolina Nos motores que os fatores que influenciam a detonação estão relacionados à temperatura e pressão: - Temperatura da mistura na câmara: quanto menor menos provável a detonação é influenciada pela taxa de compressão, temperatura da mistura na admissão, temperatura das paredes em função do arrefecimento do motor. Combustíveis - Gasolina Nos motores que os fatores que influenciam a detonação estão relacionados à temperatura e pressão: Pressão da mistura: quanto menor , menos provável a detonação, é influenciada pela taxa de compressão, pressão da mistura na câmara, que depende da pressão do ambiente, da abertura da borboleta aceleradora e da existência de sobre alimentação Combustíveis - Gasolina Nos motores que os fatores que influenciam a detonação estão relacionados à temperatura e pressão: Avanço da faísca : quanto mais avançada , maior a temperatura da câmara de combustão e mais provável a detonação. 1 pto de octanagem equivale a 1° de avanço em motor. Combustíveis - Gasolina Nos motores que os fatores que influenciam a detonação estão relacionados à temperatura e pressão: Qualidade da mistura: quanto mais próxima da estequiométrica, levemente rica, mais provável a detonação. Turbulências: quanto mais intensas , menos provável a detonação pois reduzem o tempo de combustão e homogeneízam a mistura e a temperatura da câmara . O aumento da rotação favorece as turbulências. Combustíveis - Gasolina A volatilidade de um combustível é importante tanto para o manuseio seguro, quanto para o desempenho do motor. Combustíveis - Gasolina Na destilação, o ponto T10, indica a quantidade de componentes leves da gasolina → garantem a partida a frio O ponto T50 é um indicador do desempenho durante a fase de aquecimento do motor. O ponto T90 indica a quantidade de componentes de pontos de ebulição elevados na gasolina→ relacionados diretamente a economia de combustível ( componentes de maior densidade) e formação de depósitos.As frações mais pesadas tendem a aumentar a emissão de poluentes e causar a diluição do oleo lubrificante. Combustíveis - Gasolina - Quando a mistura entra no cilindro o combustível não vaporizado ou condensado nas partes mais frias do motor pode adsorver no óleo da superfície do cilindro, diluindo o lubrificante→ desgaste e o combustível no óleo → tende a iniciar o processo de formação de borra. - Para se evitar esse problema → especifica-se a temperatura máxima de 90 % de evaporação do combustível. - Para veículos carburados a volatilidade é mais crítica→ se o combustível tiver menor volatilidade, a distribuição para os cilindros pode ser inadequada e a vaporização total pode só ocorrer durante o processo de combustão.→ mistura desbalanceada → aumento de consumo. - Se o combustível for excessivamente volátil, atingirá a vaporização completa no coletor de admissão. Combustíveis - Gasolina Poder calorífico:PC, é a quantidade de calor liberada por unidade de massa de um combustível quando queimado completamente a uma dada temperatura ( 18 a 25°C ) , sendo os produtos de combustão resfriados até a temperatura inicial da mistura de combustível. Tonalidade térmica de um combustível: TT, expressa a quantidade de energia contida na unidade de massa ou volume da mistura ar-combustível a uma pressão e temperatura definidas. → é uma propriedade da mistura ar-combustível. Combustível – Óleo Diesel - O consumo de óleo diesel no mundo não se restringe somente ao uso veicular, uso agrícola, ferroviário , marítimo, geração de energia, pequenas caldeiras. - Para o uso veicular, as suas especificações variam de acordo com as especificações de cada pais. - Recebe a adição de +- 5,0 – 0,5 % de biodiesel ( ANP) - Atendimento elevada demanda, esquemas de refino para conversão de frações mais pesadas da destilação em produtos nobres. - Na composição final do diesel as correntes utilizadas são balanceadas de modo a atender as especificações e normas, assim suas propriedades variam em função dos teores dos seus componentes. Combustível – Óleo Diesel Combustível – Óleo Diesel Qualidade de ignição : cetanagem ou numero de cetano (NC) -Mede a qualidade de ignição do óleo diesel e tem influencia direta na partida do motor, no funcionamento sob carga e nas emissões. -É a propriedade de um combustível que descreve como entrará em autoignição. Fisicamente, o numero de cetano é o tempo decorrido entre o início da injeção do combustível e o inicio da combustão, e é denominado “atraso de ignição” Combustível – Óleo Diesel -Um atraso muito longo provoca acúmulo de combustível já vaporizado e sem queimar na câmara, que tende a se queimar de uma só vez provocando uma subida brusca na pressão na câmara, um forte ruído chamado batida diesel. - Combustíveis com numero de cetano adequado ( motores pequenos necessitam maior numero de cetano) apresentam melhor partida a frio, menor erosão dos pistões, menor tendência a depósitos na camara de combustão, menor tendência a pós ignição, menor consumo e emissões mais controladas. Combustível – Óleo Diesel Combustível – Óleo Diesel Após a injeção , ocorrem alguns fenômenos consecutivos e simultâneos até que o inicio da combustão ocorra: - Aquecimento e vaporização das gotículas de diesel em contato com o ar em alta temperatura, fazendo com que o ar esfrie até que a combustão se inicie. - Formação de uma mistura inflamável através da mistura dos vapores com o ar circundante. - Após o início da combustão, com o aumento da turbulência gerada , os fenômenos de aumento da temperatura e pressão do meio facilitando mais a vaporização. - Final da queima, em que permanecem pequenas goticulas que não queimaram , se aglomeram em flocos compostos na sua maioria de carbono, chamados de particulados após exaustão dos gases. Combustível – Óleo Diesel Massa específica: Relação entre a massa e o volume do produto a uma temperatura específica , valores fora da faixa especificada indica presença de contaminantes. Viscosidade: Viscosidade alta, causam pouca atomização e alta penetração do jato em função da queda de pressão nos injetores pelo aumento da perda de carga na bomba e linhas. Com viscosidade baixa a queima se processa muito perto do bico injetor, provocando distorção nos furos dos bicos em decorrência das temperaturas elevadas Combustível – Óleo Diesel Lubricidade: A necessidade de reduzir as emissões de Sox dos gases de escapamento exigiu a redução drástica dos teores de enxofre . Como consequência , houve uma significativa redução de compostos que garantiam uma propriedade de lubrificação → inserção de aditivos Combustível – Óleo Diesel Combustão: Algumas características do óleo diesel são indicativas do seu desempenho. Ensaios de número de cetano , resíduo de carbono e cinzas avaliam este desempenho.
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