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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL
MARIA SOUZA, brasileira, viúva, comerciária, inscrita no CPF nº906.305.210-34 e RG, nº6003283758, residente e domiciliada na Rua Perimetral, nº105, Bairro Jardim Eldorado,  Caxias do Sul, RS, por sua advogada e bastante procuradora, conforme instrumento de procuração em anexo, vem perante Vossa Excelência nos termos do artigo 186, artigo 927 § único e artigo 730 e seguintes todos do Código Civil e por fim artigo 14 do CDC propor a presente 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS 
em face de Visate, inscrita no CNPJ XXXXXXXXX, , com sede na XXXXXX nº xxxx, xxxxxxxxxx, na cidade de Caxias do Sul/RS CEP xxxxxx, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DA JUSTIÇA GRATUITA
A requerente não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência.
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
DOS FATOS
No dia 23 de fevereiro de 2018, estava retornando para casa após um dia de trabalho normal, utilizando o transporte coletivo municipal (VISATE), quando ocorreu um acidente de trânsito com este ônibus e um veículo pertencente à Caixa Econômica Federal, dirigido por um funcionário da mesma.
Maria teve fraturas na perna esquerda e mão direita, além de traumatismo craniano. O quadro agravou-se ainda mais em função de que a mesma sofre de osteoporose. Foi necessário que Maria permanecesse 30 dias internada no Hospital Pompeia, onde fez diversas cirurgias.
Embora tivesse plano de saúde, Maria teve que arcar com gastos hospitalares adicionais de R$34.874,00 (trinta e quatro mil, oitocentos e setenta e quatro reais), conforme comprova através de notas fiscais anexas, sendo que até o momento ainda não está recuperada das lesões sofridas, tendo de permanecer em casa para repouso absoluto;
Importante salientar que em razão do trauma sofrido, Maria também está sob tratamento psicológico, sem previsão de término, cujo custo mensal é de R$800,00 (oitocentos reais), eis que seu plano de saúde não cobre esse gasto. 
Maria é viúva e mora sozinha, sendo que após retornar para casa foi obrigada a custear uma cuidadora para lhe auxiliar, cujo gasto mensal é de aproximadamente R$500,00 (quinhentos reais). Maria terá de realizar, ainda, diversas sessões de fisioterapia, mas isso ocorrerá a partir do mês de maio/2018.
Até a presente ação as partes envolvidas no acidente não auxiliaram Maria em nada, sendo que alegam que não tiveram culpa no acidente.
DO DIREITO
É preciso enfatizar, que a dignidade da pessoa humana é um dos princípios fundamentais da Constituição Brasileira (CF/88, art. 1º, III) é vetor para a identificação material dos direitos fundamentais, apenas estará assegurada quando for possível ao homem uma existência que permita a plena fruição de todos os direitos fundamentais.
Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente à configuração dos “danos morais” sofridos pela Autora, a moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc. V, da Carta Magna/1988 e ainda os artigos 186 e 927, do Código Civil.
Oportuno se torna dizer que também, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, no seu art. 6º protege a integridade moral dos consumidores e o art. 14º enfatiza que o fornecedor de serviço responde independentemente de culpa pelo dano causado:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor.
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais e difusos.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."
No caso em tela, vislumbra, com clareza, a prova do descaso, e descuido e até mesmo negligencia com que agiu a Ré.
A responsabilidade da empresa transportadora é objetiva e decorrente do dever de resguardar a incolumidade física das pessoas transportadas (artigo 734 do Código Civil).
Se tratando de contrato de transporte de pessoas, a empresa transportadora assume a obrigação de zelar pela integridade física do passageiro desde o embarque até o seu destino. 
Ainda em recente julgado das nossas turmas recursais temos o seguinte entendimento:
APELAÇÃO CÍVEL - CONSUMIDOR - CONTRATO DE TRANSPORTE - ACIDENTE EM COLETIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - DANO MORAL CONFIGURADO - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO - PROVIMENTO. Restou comprovada nos autos a condição de passageiro do autor quando do acidente ocorrido em coletivo de propriedade da ré. Vislumbra-se ofensa projetável em sua subjetividade que ultrapassa o mero dissabor do cotidiano. O valor da indenização deve ser compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e a duração do sofrimento experimentado, a capacidade econômica do causador do dano e as condições sociais da vítima. Na hipótese vertente, verifica-se que o apelante teve afastamento de apenas 1 (um) dia de suas atividades. Presente o dever de indenizar. Fixação em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Reforma da sentença. Inversão do ônus sucumbenciais. Recurso provido.
(TJ-RJ - APL: 00484105320128190038, Relator: Des(a). EDSON AGUIAR DE VASCONCELOS, Data de Julgamento: 04/03/2020, DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL)
DO “QUANTUM” INDENIZATÓRIO
Uma vez reconhecida à existência do dano moral, e o consequente direito à indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do quantum pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do prejuízo, mas também sob o cunho de caráter punitivo ou sancionário, preventivo, repressor.
E essa indenização que se pretende em decorrência dos danos morais, há de ser arbitrada, mediante estimativa prudente, que possa em parte, compensar o "dano moral" sofrido pela Autora, conforme demonstrado no caso em tela.
Com relação à questão do valor da indenização por esses danos morais, trazer à colação entendimento jurisprudencial à respeito da matéria:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. TRANSPORTE DE PESSOAS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO COM PEDIDO LIMINAR. QUEDA NO ÔNIBUS APÓS FREADA BRUSCA. LESÃO NO OMBRO. ROMPIMENTO DE TENDÃO. DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. PERDA FUNCIONAL PARCIAL NO MEMBRO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DANOS MATERIAIS. Gastos com exames e medicamentos que devem ser ressarcidos, pois devidamente comprovados. DANOS MORAIS. Impõe-se a majoração da indenização por danos morais para R$ 10.000,00, a fim de melhor atender aos objetivos da sanção pecuniária no caso concreto. DANOS ESTÉTICOS. Os alegados danos estéticos não foram comprovados, não bastando para tanto a conclusão do laudo pericial de que a autora teve perda funcional no membro. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. A freada brusca não pode ser utilizada como justificativa para afastamento de cobertura, sob fundamento de que a apólice não prevê cobertura para acidentes causados por tal hipótese. Cobertura para danos morais não contratada. Denunciação de lide julgada procedente em parte. APELOS PARCIALMENTE PROVIDOS. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70070812110, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz Pozza, Julgado em 24/11/2016)
Assim, em hipótese de lesionamento, cabe ao agente suportar as consequências de sua atuação, desestimulando-se, com a atribuição de pesadas indenizações, atos ilícitos tendentes a afetar os referidos aspectos da personalidade humana.
DOS DANOS EMERGENTES
Quanto aos danos materiais emergentes no caso em análise, a autora está sob tratamento psicológico (sem previsão de término), cujo custo mensal é de R$800,00, eis que seu plano de saúde não cobre esse gasto.
A autora é viúva e mora sozinha, sendo que após retornarpara casa foi obrigada a custear uma cuidadora para lhe auxiliar, cujo gasto mensal é de aproximadamente R$500,00. 
A autora teve que arcar com gastos hospitalares adicionais de R$34.874,00, muito embora tivesse plano de saúde, pois estes não foram cobertos pelo plano. Ainda terá de realizar diversas sessões de fisioterapia, mas isso ocorrerá a partir do mês de maio/2018.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência de:
a) Seja recebida a presente petição, juntamente com os documentos anexos indispensáveis para a demanda, bem como deferida processamento regular de acordo com as normas legais;
b) A concessão do Benefício da Gratuidade de Justiça, em razão de ser a Autora pessoa pobre na forma específica da lei;
c) Determinar a citação da Ré, nos termos do artigo art. 18 da Lei 9099/95, na pessoa do seu representante legal, para que querendo, responda nos termos da presente, sob pena de sofrer os efeitos da revelia; devendo a mesma ser JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE;
d) Condenar a Ré, ao pagamento de uma indenização, de cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causados a Autora, tudo conforme fundamentado, em valor pecuniário justo e condizente com o caso apresentado em tela, qual, no entendimento da Autora, amparado em pacificada jurisprudência, deve ser equivalente a R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou então, em valor que esse Juízo fixar, pelos seus próprios critérios analíticos e jurídicos;
e) A condenação do Réu ao pagamento do valor das despesas médicas hospitalares a título de danos emergentes no valor de R$ 34.874,00 (trinta e quatro mil, oitocentos e setenta e quatro reais), corrigidos e atualizados monetariamente até a data do efetivo pagamento.
f) A condenação do Réu ao pagamento do valor de R$ 800,00, (oitocentos reais), por tempo indeterminado, referente ao tratamento psicológico, corrigidos e atualizados monetariamente até a data do efetivo pagamento e de maneira mensal.
g) A condenação do Réu ao pagamento do valor de R$ 500,00, (quinhentos reais), por tempo indeterminado, referente a cuidadora para lhe auxiliar, corrigidos e atualizados monetariamente até a data do efetivo pagamento e de maneira mensal.
h) A condenação do Réu a pagamentos mensais a ser realizados a partir de maio de 2018 referente a sessões de fisioterapia, valores serão anexos comprovantes a partir do início das sessões;
i) Incluir na esperada condenação da Ré, a incidência juros e correção monetária na forma da lei em vigor, desde sua citação;
j) Condenar o réu também nas custas processuais e nos honorários de sucumbência no percentual de 20% (vinte por cento) do valor da condenação, conforme disposição do artigo 85, §§ 1º e 2º do Código de Processo Civil;
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos e em especial a juntada de novos documentos que se façam necessários para a apuração da demanda.
Dá se a causa o valor de R$ 47.474,00 (quarenta e sete mil, quatrocentos e setenta e quatro reais).
Nestes termos pede e espera deferimento.
Caxias do Sul, xx, xxxxx de 2018.
Advogado
OAB/RS xxxxxxxxx

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