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Ao longo da unidade estudamos sobre os gêneros discursivos e como eles afetam diretamente as relações humanas e de comunicação no que diz respeito ao uso da língua. Sabemos que diversos fatores influenciam diretamente na maneira como um indivíduo se comunica, e isso varia de acordo com sua cultura, criação, meio em que vive, situação classe econômica e nível de escolaridade.	 
O Brasil é um país de grande extensão e, dessa forma, permite que exista uma grande pluralidade de povos. Estes, mesmo falantes da Língua Portuguesa, continuam tendo suas próprias maneiras de falá-las ou expressá-las. 	
Sabemos ainda que os gêneros discursivos sofrem variações quanto ao uso da língua formal ou informal. Um mesmo indivíduo pode abarcar em sua comunicação diferentes variações, como, por exemplo, quando este tem que se expressar durante uma reunião de trabalho (língua formal) ou em uma comemoração com amigos (língua informal).
Diante deste contexto, identifique diferentes gêneros discursivos presentes na nossa língua e como eles se transformam de acordo com o emprego em diferentes contextos sociais e geográficos de comunicação, verificando em qual campo estes gêneros se alocam mais tipicamente, se no formal ou no informal. 
A partir dessa reflexão, então, eleja uma região do Brasil e cite alguns exemplos de atos de preconceito linguístico que os povos da região sofrem e o que isso reflete na em sua vivência e comunicação na sociedade, articulando com sua exposição acerca dos gêneros discursivos.
RESPOSTA:
Fazendo uma breve análise sobre a Comunicação, se faz necessário relembrar que com o tempo até chegar a sociedade contemporânea existe uma diversidade de práticas sociais, e que dentro delas podemos sublinhar a importância da comunicação humana, efetuada através três aspectos: 
A linguagem: que é a capacidade que uma pessoa tem de se comunicar ou transmitir informações, como por exemplo a representação de um pensamento, desejo e emoção, mas também é concebida como um instrumento de comunicação, por meio da elaboração de esquemas que ilustram o sistema de comunicação entre um emissor e um receptor além de ser um processo de interação. A linguagem pode ser verbal, não verbal ou mista.
A língua: por conseguinte, é um aspecto da linguagem que utiliza as palavras como código comunicativo e se materializa por meio da fala. A língua obedece a determinadas leis, normas e regras, possui caráter social e coletivo. Ela pertence a uma comunidade e é abstrata.
A fala: é concreta, dinâmica e de cunho individual.
Nessa segunda fase, apresentarei sob forma de quadro os gêneros discursivos que podemos encontrar em nossa língua, os quais são variados e abrangem diferentes esferas sociais:
No exemplo a seguir abordarei duma forma sintetizada o conceito de norma culta e o que podemos chamar de erro na língua, que são dois aspectos intrinsecamente ligados apesar de serem diferentes.
Para explicar o conceito de erro em relação à comunicação, tomemos o exemplo 
apresentado por Terra (2008, p. 96): “qual seria a roupa ‘certa’: paletó e gravata ou 
camiseta, sandália e bermudas? Evidentemente, a resposta só pode ser: depende”. Ou seja, você escolhe sua vestimenta de acordo com a ocasião. Quanto mais formal a situação for, mais formal sua vestimenta será. Portanto, não existe roupa certa ou errada, existe apenas uma roupa adequada ou inadequada. 
Com a linguagem ocorre algo semelhante. Em uma conversa espontânea com amigos e familiares, em um churrasco de domingo, por exemplo, a variação da linguagem utilizada nesse caso certamente será a informal, também conhecida como linguagem coloquial, sem preocupação com as normas gramaticais. 
Contudo, não se pode afirmar que, nessa situação, as pessoas estejam falando errado, uma vez que a linguagem está adequada à situação comunicativa em que se encontram. 
Se, por outro lado, você é convidado pelo chefe do departamento em que trabalha para palestrar em uma conferência em que estarão diversos representantes de outras empresas, torna-se necessário que a linguagem utilizada seja formal, o mais próximo possível do que ditam as regras da gramática da língua. 
Não seria adequado, nesse caso, utilizar a linguagem coloquial, pois a situação comunicativa exige um nível de formalidade maior da linguagem, assim como da vestimenta. 
O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente das desigualdades sociais e das diferenças das variações em determinadas classes sociais.	Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da língua são consideradas inferiores. 
As demais variações linguísticas são processos naturais, que ocorrem em todas as línguas e são responsáveis por suas adaptações e alterações. As principais variações são:  
 
a) Variação diastrática: esse tipo de variação ocorre devido as diferenças entre estratos e grupos sociais, relacionando-se a fatores socioculturais, identitários e econômicos. Isso significa que um falante de uma comunidade carente não fala da mesma forma que um morador de uma zona nobre, assim como um adulto não fala da mesma forma que um adolescente. Exemplos disso podem ser a presença do R no lugar do L em palavras como “blusa” e “brusa”, e em gírias que compõem o léxico particular de uma comunidade, como “gato” e “pão”.   
b) Variação diatópica: essa variação ocorre em função das diferenças regionais. Isso significa que, embora estejam no mesmo país, um cearense não fala da mesma forma que um gaúcho, pois ambos possuem suas particularidades. Um exemplo disso é a palavra “tangerina” que dependendo da região pode receber outras denominações como “mexerica” e “bergamota”. 
c) Variação diafásica: exposta no exemplo acima essa variação relaciona-se com o contexto comunicativo e determina a forma como devemos interagir com nossos interlocutores. Isso significa que, dependendo da ocasião, o falante deve optar pela formalidade ou pela informalidade, por exemplo.  
COM BASE NO PRECONCEITO LINGUÍSTICO: 
É fato que dominar as normas que regem a gramática normativa é importante para o nosso cotidiano. No entanto, desde a infância somos expostos a visões preconceituosas às pessoas que cometem algum desvio da gramática tradicional, mesmo que estejamos entendendo a mensagem. Assim, muitas vezes corrigimos o indivíduo de forma constrangedora e diminuímos a inteligência assim de um falante, sem considerar sua realidade e o contexto comunicativo ao qual está inserido, isto independe de região ou Estado, mas sim do meio social em que o cidadão está inserido. 
Esse comportamento é extremamente nocivo e provoca o silenciamento de diversos grupos sociais (que muitas vezes já são estigmatizados), fazendo com que muitas pessoas se sintam inseguras na hora de interagir com um outro falante.  
Por fim, não quis tratar de uma região ou Estado do Brasil, mas sim trata-lo neste aspecto de repressão à linguagem como um todo.
Acredito que temos que reconhecer o dinamismo da língua portuguesa, e isso se faz essencial para o desenvolvimento individual e, consequentemente, de uma sociedade.
Para isso, é necessário romper esse pensamento de que há apenas uma forma de se falar corretamente, e procurar assumir a pluralidade e a diversidade cultural existentes no Brasil e em países externos a ele.
Portanto, buscando-se assim, sempre ter empatia pelo próximo e compreender que mesmo com alguns desvios gramaticais a mensagem está sendo passada e entendida, nos tornando não só pessoas melhores, mas também “poliglotas” em nossa própria língua/linguagem.

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