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XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba A LOGÍSTICA COMO INSTRUMENTO DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA EMPRESAS: O Desafio da Sustentabilidade Industrial Rúbia Jucianne Guimarães Calçado1, Vilma da Silva Santos2, Viviane Fushimi Velloso3, Paulo César Ribeiro Quintairos4, Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira5 1 Pós-graduada em MBA Gerência de Logística Integrada e Operações - Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – Brasil – rubiacalcado@uol.com.br 3 Professora do Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – vilma70@gmail.com 3 Professora do Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – vivianefv@gmail.com 4 Professor do Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – quintairos@gmail.com 5 Orientador - Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – edson@unitau.br Resumo: Nota-se, cada vez mais, que a logística vem causando uma verdadeira revolução nos negócios e atividades nos mais variados portes e segmentos empresariais, pelo fato de influenciar não somente os projetos de concepção de produtos e de seleção de mercados-alvo como, também, vem criando novas relações de parceria, de alianças estratégicas, de seleção de fornecedores e de muitos outros processos vitais à dinâmica do negócio e, sobretudo, à sua eficiência e capacidade de rápida resposta. Dessa forma, o trabalho analisou a logística como um instrumento para desenvolver as estratégias para obter vantagem competitiva. Realizou-se pesquisa bibliográfica exploratória sobre logística. Verificou-se que a busca das organizações por vantagem competitiva neste “mercado globalizado” tem levado empresas a elaborem melhores estratégias buscando maior eficiência em seus negócios. Porém, a vantagem competitiva só ocorrerá se houver melhor relacionamento entre todos os elementos que compõem a cadeia produtiva de um produto ou serviço. Além disso, é importante que o relacionamento entre parceiros de negócios seja o melhor possível, pois contribuirá positivamente para a coordenação de ações entre ambos. Palavras-chave: Logística. Vantagem Competitiva. Estratégias. Área do Conhecimento: III - ENGENHARIAS. Introdução Poucas áreas de estudo têm impacto tão significativo no padrão de vida de uma sociedade quanto a logística. Quase todas as esferas da atividade humana são afetadas, direta ou indiretamente, pelo processo logístico. Num país com as dimensões territoriais do Brasil e com as fontes de suprimentos das diversas matérias-primas e produtos acabados espalhados em termos geográficos, fica fácil observar a importância da distribuição física e logística, para suprir mercados heterogêneos. Além disso, os processos logísticos devem corresponder às necessidades de movimentar informações, produtos e matérias de forma mais rápida, confiável e segura, contornando-se problemas de distâncias, de circulação, embasando-se nos conceitos de racionalidade, tanto operacional quanto econômica. Assim, a logística está posicionada para se tornar, junto com um sistema de informações bem estruturado, o novo modelo de gestão da empresa, permitindo coordenar e integrar todos os processos ao longo da cadeia produtiva, ampliando em muito as atividades e fronteiras de uma organização. Soma-se a isto, conforme Novaes (2001), as oportunidades geradas por sua utilização passam a criar valor para o cliente, e, dessa forma, proporciona um diferencial no que tange a administrar e gerenciar empresas. Metodologia O presente estudo utiliza-se de dois tipos de pesquisa. A primeira consiste na revisão XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba bibliográfica, que busca identificar casos de interesse; a segunda na exploratória para o estudo de caso. A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema e a partir de referências teóricas já publicadas, utilizadas como dado secundário, e por meio da Internet, foram feitas consultas a artigos, apostilas de cursos e seminários que deram sustentabilidade ao trabalho como um todo. No que se refere à bibliografia exploratória, procurou teorias em sites da internet, livros e trabalhos de conclusão de cursos em geral. Definição de Logística Existem várias expressões definindo logística no entanto entende-se que todas convergem para a mesma coisa, sendo somente apresentada de forma diferente. Alvarenga (2000) conceitua logística, como soma de atividades que visam maximizar o resultado de uso de matérias, desde sua origem até sua oferta no ponto de vendas. Dias (1993) diz que é uma atividade que visa coordenar o fluxo de materiais, produtos e serviços. Já Nazário (2000) afirma que é a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o usuário. Na realidade o grande conceito é aquele em que o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Entretanto, para Ballou (1993), a logística trata do planejamento, organização, controle e realização de outras tarefas associadas à armazenagem, transporte e distribuição de bens e serviços. História da Logística Novaes (2001) cita que a logística foi examinada pela primeira vez sob o prisma acadêmico no início do século XX, embora como atividade humana já exista há séculos. John Crowell tratou dos custos e fatores que afetavam a distribuição de produtos agrícolas no Report of the Industrial Commission on the Distribution of Farm Products. No mesmo ano, L.D.H.Weld introduziu os conceitos de utilidade de marketing (momento, lugar, posse) e de canais de distribuição. Em 1922, Fred Clark identificou o papel da logística em marketing. Em 1927 o termo logística foi definido de modo similar ao utilizado na atividade. Com o acontecimento da Segunda Grande Guerra Mundial, Alvarenga (2000) cita que a logística teve um impulso em evolução e refinamento. Utilizada em conjunto com uma nova filosofia empresarial emergente na década de 50, “o conceito de marketing”, a logística acabou sendo associada ainda mais intensamente com o serviço ao cliente e os componentes de custo de marketing da empresa. Dias (1993) menciona que passado o período da Segunda Grande Guerra, e com a evolução conseguida pelos militares, e do posterior crescimento do marketing, o primeiro grande marco da logística empresarial vem a ocorrer com o lançamento de um The Economy´s Dark Continent, ao referir a logística como a face obscura da economia, verdadeiro território por explorar, e a última fronteira da gestão. Ou seja, para Novaes (2001), a logística moderna englobou vários fatores imprescindíveis para o melhor desempenho e competitividade das empresas no mundo globalizado. A busca constante de redução de custos e de tempo de entrega bem como trajetos diferentes otimizaram o serviço da logística. Por conseqüência, ou não, houve o aumento da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidadeconstante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios. A Logística no Brasil A logística no Brasil está passando por um período de mudanças, tanto em termos de práticas empresariais quanto de eficiência, qualidade e disponibilidade de infra-estrutura de transportes e comunicações, elemento fundamentais para uma logística moderna. É um período de riscos (devido às enormes mudanças que precisam ser implementadas) e oportunidades (espaços significativos para melhorias na qualidade do serviço e aumento de produtividade). De acordo com Novaes (2001), no Brasil, a partir da segunda metade da década de 90, houve um interesse maior pelo tema, devido à busca pela competitividade da indústria nacional com a abertura comercial iniciada no Governo Collor, no início da década e fortalecida pela valorização cambial com o Plano Real. O tema passou por uma evolução, sendo esta dividida em cinco eras: do campo ao mercado; funções segmentadas; funções integradas; foco no cliente; logística como elemento diferenciador. Nesse contexto, Nazário (2000) descreve que no Brasil ainda é recente o emprego da Logística de uma forma integrada, como uma nova estratégia capaz de criar, dentro das empresas, XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba uma sincronização entre todos os seus departamentos. Mesmo nos Estados Unidos, onde ela nasceu no pós-guerra, ou na Europa, o seu emprego sempre foi importante na distribuição física de produtos acabados. O Papel da Logística na Empresa De acordo com Christopher (1999), sob o ponto de vista do sistema logístico, três fatores são de primária importância no estabelecimento da capacidade dos serviços de transporte, como seguem: • Custo: é relacionado ao pagamento, para movimentação do produto entre dois pontos, mais as despesas próprias relacionadas aos estoques em trânsito; • Velocidade: é o tempo necessário para completar um movimento entre duas localizações; e • Consistência: refere-se à variação no tempo entre um número de movimentos entre as mesmas localidades. Consistência do serviço é a mais importante característica do transporte. Para Christopher (1999), os elementos de um sistema logístico não atuam de forma individual e se justificam pela contribuição que dão à performance total do sistema. Um relacionamento funcional chamado trade- off, existente entre os componentes, pode estimular ou esconder a performance combinada. Acima de tudo, a administração logística está relacionada ao planejamento, à coordenação e às operações. A partir de planos estratégicos, são definidas políticas e sistemas operacionais, que devem ser coordenadas de maneira a obter performance dos objetivos, adicionando valor aos serviços com baixos dispêndios possíveis no custo total. Funções da Logística Christopher (1999) cita que as atividades da função logística integrada podem ainda ser decompostas em três grandes grupos: • Atividades estratégicas: estas atividades relacionam-se às decisões e à gestão estratégica da própria empresa. A função logística deve participar de decisões sobre serviços, produtos, mercados, alianças, investimentos, alocação de recursos; • Atividades táticas: estas atividades relacionam-se ao desdobramento das metas estratégicas e ao planejamento do sistema logístico. Envolvem decisões sobre fornecedores, sistemas de controle de produção, rede de distribuição, subcontratação de serviços; e • Atividades operacionais: estas atividades relacionam-se à gestão do dia-a-dia da rede logística. Envolve a manutenção e melhoria do sistema, solução de problemas. As Aplicações Logísticas A função logística, para ser bem executada, deve responder a algumas questões básicas, diluídas ao longo da cadeia de suprimento que está demonstrado esquematicamente na Figura 1. Figura 1 – Cadeia de Abastecimento Fonte: Novaes (2001). Analisando a cadeia acima, pode-se dividi-la em quatro grandes grupos: O primeiro como sendo o grupo dos fornecedores; o segundo, o grupo de empresas manufatureiras, que transformam as diversas matérias-primas em produtos acabados; o terceiro grande grupo são os centros de distribuição, responsáveis em receber, acondicionar e entregar os produtos ao quarto grande grupo, que são os consumidores finais. Contudo, no cenário em que as empresas atuam, além de revelar muita complexidade, verifica-se uma grande competitividade. Por esta razão, elas estão constantemente buscando o estabelecimento de vantagens competitivas face à concorrência. Christopher (1999) descreve que para obter esse diferencial, o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva, isto é, uma posição de superioridade sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente, principalmente se a gestão estiver com foco no modelo simplificado baseado na trilogia dos “3 Cs”, companhia, clientes e concorrentes (Figura 2). Figura 2 - Vantagem Competitiva e os “3 Cs” Fonte: Christopher (1999). XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba O relacionamento desses três componentes, implica a implementação bem sucedida do conceito integrado de administração da logística para proporcionar o nível necessário de satisfação do cliente ao menor custo possível. E, buscando atingir tais objetivos, cada organização parte para o encontro do seu próprio caminho; contudo, a opção pela logística como instrumento de um bom desempenho tem sua base na administração estratégica dos materiais e das informações, direcionando, de forma eficaz, os produtos desde sua origem até seu destino final. Discussão Das muitas mudanças que ocorreram no pensamento gerencial nos últimos dez anos, talvez a mais significativa tenha sido a ênfase dada à procura de estratégias que proporcionassem um valor superior aos clientes. A vantagem competitiva não pode ser compreendida olhando-se para uma empresa como um todo. Ela deriva das muitas atividades discretas que uma organização desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo relativo da empresa e criar a base para a diferenciação. A cadeia de valor desdobra a empresa em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma organização ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente importantes de maneira mais barata, ou melhor, do que seus concorrentes. A vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desempenham estas atividades discretas dentro da cadeia de valor. Para ganhar vantagem competitiva sobre seus rivais, uma empresa deve proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades de modo mais eficiente do que seus concorrentes ou desempenhando atividades de forma que crie maior valor percebido pelo comprador. Pode-se afirmar que o gerenciamento logístico tem potencial para auxiliar a organização de alcançar tanto a vantagem em custo/produtividade como a vantagem em valor, uma vez que a fonte de vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a organização diferenciar-sede seus concorrentes aos olhos do cliente, e, em segundo lugar, pela sua capacidade de operar a baixo custo, e, portanto, com lucro maior. Porém, as bases do sucesso comercial em qualquer contexto competitivo, na mais elementar das considerações, são conquistadas através da vantagem de custo ou da vantagem de valor, ou, de maneira ideal, de ambas. Conclusão O processo de globalização mundial fez as empresas repensarem suas estratégias competitivas, em que a aceleração da transformação tecnológica, a disputa em mercados globais contra correntes globais e o aumento das expectativas dos consumidores são fatores a se considerar, para a manutenção e prosperidade de uma empresa. E, a logística é importante porque cria valor para os consumidores e fornecedores da empresa, valores estes, expressos em tempo e lugar. Ou seja, ela poderá ser, portanto, o caminho para a diferenciação de uma empresa aos olhos de seus clientes, para a redução dos custos e para agregação de valor, o que irá ser refletido num aumento da lucratividade. E, uma empresa mais lucrativa e com menores custos estará em uma posição de superioridade em relação aos seus concorrentes. Porém, a logística por si só não alcançará esses resultados, sendo necessário que esteja inserida no processo de planejamento de negócio da organização e alinhada com os demais esforços para atingir sucesso no seu segmento de atuação e, dessa forma, obter a vantagem competitiva. Neste sentido, uma gestão eficiente melhora as relações estratégicas entre empresas, fornecedores e clientes; o relacionamento a longo prazo auxilia o desempenho tanto do fabricante, quanto dos fornecedores. Referência ALVARENGA, A. C. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 3 ed. São Paulo: Edgar Blücher, 2000. BALLOU, H. R. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pioneira, 1999. DIAS, S.R. Estratégia e canais de distribuição. São Paulo: Atlas, 1993. NAZÁRIO, P. Logística empresarial a perspectiva. São Paulo: Atlas, 2000. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, atividades e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
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