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Cap 1 - Introdução à auditoria fiscal

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A Auditoria corresponde a uma função independente, que busca priorizar a qualidade 
dos processos e a otimização dos resultados operacionais. Representa um conjunto de 
processos metodológicos e técnicos de análises e levantamentos criteriosos de 
informações, constituindo-se em um estudo e uma forma de avaliação sistemática de 
procedimentos, rotinas e práticas internas de uma empresa e de suas demonstrações 
contábeis. 
A Auditoria Contábil objetiva angariar elementos suficientes para saber se os registros 
contábeis foram efetuados em consonância com os princípios fundamentais de 
contabilidade, bem como se as demonstrações contábeis refletem de forma adequada a 
situação econômica e financeira da empresa no período examinado. 
Assim, a Auditoria Fiscal visa comprovar se a entidade realizou, adequadamente, as 
suas obrigações tributárias, se provisionou corretamente os riscos derivados e as possíveis 
contingências fiscais. Além disso, verifica se foram realizados os pagamentos efetivos dos 
tributos, em consonância aos prazos e aos formalismos legais, ou seja, analisa o 
cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes de forma correta. 
A auditoria fiscal pode ser realizada por meio das entidades fiscalizadoras do Estado, 
mas, também, por auditores internos e externos às empresas. Assim, a fiscalização 
tributária é desenvolvida pelos órgãos de fiscalização e procura, essencialmente, verificar 
se o contribuinte, pessoa física ou jurídica, está cumprindo fielmente suas obrigações fiscais 
e de forma correta. Desta forma, os órgãos fiscalizadores procuram diminuir diferenças, 
acaso existentes, entre o imposto definido por Lei e o imposto declarado por alguns 
contribuintes, com o objetivo de combater a evasão fiscal. 
 
 
Inteligência Fiscal 
 
A Inteligência Fiscal corresponde ao acompanhamento da situação fiscal das empresas e 
busca obter e desenvolver o controle de informações sensíveis aos aspectos financeiros da 
organização. Desta forma, a inteligência fiscal, do ponto de vista da fiscalização, 
corresponde a um serviço de inteligência que se prepara com o intuito de desenvolver 
ações que permitam mitigar os riscos potenciais à arrecadação de impostos. 
No âmbito da fiscalização, a inteligência fiscal corresponde a uma metodologia de 
auditoria, que vem sendo aprimorada e está, sobretudo, orientada ao combate à 
sonegação. 
 
 
1.2 Métodos e Técnicas de Auditoria Tributária 
De uma forma básica, podemos dizer que a auditoria procura verificar a coerência de 
atos e de seus registros, sua mensuração, análise, avaliação e se os registros contábeis 
estão sendo escriturados de forma correta. E, assim, refazer o caminho de apuração ou 
verificá-lo para chegar ao cálculo dos valores dos tributos que foram recolhidos e se os 
mesmos estão corretos. 
 Dentre os procedimentos utilizados na auditoria, podemos destacar os seguintes: 
• Circularização (confirmação externa); 
• Refazimento e conferência de somas e cálculos; 
Contagem e inspeção de itens físicos; 
 
• Exame e obtenção de comprovantes autênticos; 
• Análise dos registros auxiliares e fiscais; 
• Profunda revisão de todos ou da maioria dos critérios de avaliação utilizados; • 
Conformidade desses com os princípios contábeis; 
• Obtenção de dados de diferentes fontes e seu cruzamento a fim de apurar 
discrepâncias eventuais. 
 Desta forma, explicaremos a seguir os métodos e técnicas mais utilizadas. 
● O exame dos registros auxiliares e fiscais, o exame busca verificar a regularidade de 
alguns saldos, tais como o de compras efetuadas, o de vendas realizadas, o de 
impostos a recolher e os autos de infração lavrados contra a empresa objetos de 
contestação judicial ou administrativa observando-se o desfecho. 
● O método da circularização (confirmação externa), por ser esta uma técnica bastante 
empregada para a confirmação de saldos em diversas contas, sobretudo nas de 
fornecedores e nas duplicatas a receber, também é utilizado em diversas situações. 
● A contagem dos itens físicos do estoque, acompanhada pelo auditor, é muito 
importante, uma vez que os estoques representam, normalmente, boa parte do ativo 
da empresa, dependendo de seu ramo de atuação. Salienta-se que o auditor 
precisarealizar o chamado “corte” antes de iniciar inventário, evitando a entrada e a 
saída de produtos durante a contagem, fato que prejudicaria a realização correta da 
ação. 
● A revisão dos critérios de avaliação, em que é analisado o Balanço Patrimonial da 
empresa, considera seus aspectos qualitativos (composição física) e quantitativo (se 
traduz corretamente nos bens, direitos e obrigações da empresa). Nesse caso, o 
auditor também precisa avaliar se este está de acordo com os princípios contábeis 
fundamentais e os requisitos normativos e legais. 
 
A base da opinião do auditor precisa ser registrada em “papéis de trabalho”, constituindo 
prova da realização trabalho realizado. Nestes precisam constar os procedimentos 
efetuados pelo auditor, procurando abranger a auditoria realizada. 
 A chamada Revisão Final é realizada pelo auditor ainda na empresa, após o 
trabalho de campo, e tem como insumos, os papéis de trabalho, que substanciam todos os 
procedimentos executados, representando as verificações, os exames, as diligências e as 
verificações efetuadas. Precisa ser feita na empresa, uma vez que, caso ocorra alguma 
dúvida, ali estão os elementos de verificação ou comprovação. 
 
 
1.3 Planejamento à Execução da Legislação Tributária Federal 
Após verificar a situação geral da empresa a ser auditada e dos seus controles internos, o 
auditor precisa iniciar a auditoria, inicialmente, formulando um plano de trabalho. Nesse 
plano é que são estabelecidas as verificações a serem realizadas. 
Além disso, elabora-se um cronograma para selecionar os procedimentos a serem 
executados, estabelecendo sua oportunidade e amplitude. 
O planejamento constitui uma fase primordial na auditoria, por ser o momento em que 
se trava conhecimento com a empresa se define o plano de trabalho por meio de um 
cronograma de auditoria, projetando-se a extensão e o aprofundamento da ação, bem como 
a necessidade de realização de testes de avaliação ou validação dos controles internos. 
 
O objetivo principal de uma auditoria fiscal reside no exame dos registros contábeis e 
fiscais que foram escriturados pela empresa, confirmando sua exatidão sob o aspecto fiscal, 
para apurar fraudes ou irregularidades que resultem em desvio de recursos financeiros do 
Estado. 
 
 Desta forma, podemos classificar a Auditoria Fiscal: • Quanto ao seu objetivo; 
–Preventiva destinada a transmitir orientações sobre a escrituração correta dos fatos 
administrativos e sobre a interpretação das leis fiscais. 
– Repressiva para apurar possíveis faltas cometidas na escrituração da empresa, capazes 
de refletir no recolhimento dos tributos sob sua responsabilidade. 
• Quanto aos meios de exame; 
– Livros Fiscais quando são examinados os Livros Fiscais e Comerciais, bem como os 
documentos ou bens; 
– Documentos, Mercadorias e Bens quando a auditoria é realizada a fim de validar a origem 
e a legalidade de documentos, mercadorias e bens da empresa. 
• Quanto às técnicas de execução; 
– Especial em virtude de fator não rotineiro,ou especial, a auditoria é focada no exame de 
determinados casos isolados. 
– Extraordinária motivada por denúncias ou fatos relevantes e inesperados que requererem 
diligências autorizadas ou providências imediatas. 
– Setorial focadas em determinados atividades profissionais ou setores econômicos. 
A Auditoria Fiscal, segundo a sua abrangência e o seu tempo de duração, também pode ser 
assim classificada: 
• Volante focada em áreas geográficas predeterminadas, em período de tempo limitado. 
• Fixa exercida a partir de postos fiscais. 
• A prazo certo realizada em um limite de tempo predeterminado. 
• Permanentes acompanhando de forma constante o desenvolvimento de 
determinadas atividades, devido a importância das mesmas. 
• Intermitente realizada de forma periódica e alternada em estabelecimentos 
determinados.

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