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Avaliação individual escrita - ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

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Anderson Dias Da Silva 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO INDIVIDUAL ESCRITA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CABO FRIO 
2020 
 
 
 
Com a chegada do Novo Código de Processo Civil, os juristas procuraram criar um 
código que facilitasse o acesso à justiça, desta forma, na busca de uma melhor produtividade 
na tramitação processual e rápida solução do litígio, foi elencado, como norma fundamental, o 
princípio da primazia de julgamento de mérito, no artigo 4º CPC. Essa norma fundamental 
coloca como prioridade a solução do mérito em detrimento dos trâmites processuais. Com 
essa pegada legislativa, a tendência é colocar em prática o processo como meio, como uma 
forma de almejar a resposta jurisdicional sobre o direito material. (BAGGENSTOSS et al, 
2018) 
É nessa linha que se desenvolve o pensamento exposto por Vilas- Bôas (2009) 
vejamos: 
O princípio da celeridade é a busca pela prestação jurisdicional ou administrativa 
rápida, levando em consideração a segurança, para se chegar o mais breve possível à 
solução dos conflitos existentes. Nenhuma lide merece se perpetuar no tempo. Uma 
justiça tardia já não é mais justiça. Assim, devem-se buscar solucionar os conflitos 
intersubjetivos qualificados por uma pretensão resistida de forma mais breve 
possível, evitando, assim, as dilações indevidas, os recursos meramente 
procrastinatórios, ou seja, evitando usar mecanismos para dificultar chegar ao 
resultado final. 1 
 
 DOS FATOS. 
No presente caso, o autor ingressou com a ação de alimento em face do Réu, seu 
genitor, que no decorrer do processo concordou em pagar o valor mensal que foi pleiteado. 
Contudo, no decorrer do processo foi apontada uma irregularidade pelo Ministério público, 
obedecendo ao que dispõe o artigo 82, inciso I, do código de processo civil, acerca de 
menores incapazes. Com isso, a titular da vara onde a ação foi ajuizada, prudentemente, 
determinou a intimação do autor para que dessa forma não houvesse vícios no decorrer do 
processo. Entretanto, devido ao lapso temporal do momento da identificação do vicio feito 
pelo Ministério Público, até a intimação, o autor atingiu a maioridade. Todavia há de convir, 
que a formalidade exigida pela lei, não tem a proporção de anular uma ação de alimentos. A 
propósito, este tem sido o entendimento jurisprudencial a respeito: 
 
1 Vilas-Bôas. Disponível em: <http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/consilium_03_24.pdf> 
Acesso em: 20 de Junho de 2020. 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. PEDIDO DE 
CESSAÇÃO/REDUÇÃO DA VERBA. DESCABIMENTO. MANUTENÇÃO DA 
SENTENÇA. 
1. O defeito apontado na representação processual da parte autora, no sentido de que 
constou apenas o genitor como outorgante na procuração juntada ao processo e, não 
como representante legal da menor, consagra mera irregularidade, passível de pronta 
sanação. 
2. O fato de a alimentada ter implementado a maioridade civil já na fase recursal, 
por si só, não enseja a cessação da obrigação. 
3. Não tendo a alimentante se desincumbido de comprovar sua impossibilidade para 
alcançar os alimentos fixados na sentença, ônus que lhe competia (Conclusão nº 37 
do Centro de Estudos deste Tribunal), deve ser mantido o pensionamento neste 
patamar (12,5% do salário mínimo nacional), não merecendo acolhimento o pedido 
de redução. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70075807438, Oitava 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, 
Julgado em 08/03/2018). 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. 
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. IRREGULARIDADE SANÁVEL. 
MAIORIDADE DA ALIMENTANDA. NECESSIDADES NÃO JUSTIFICADAS. 
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA CONFIRMADA. 1. A ausência de regularização 
da representação processual é mera irregularidade sanável, não justificando a 
nulidade do feito, mesmo porque nenhum prejuízo experimentou a ré, que 
apresentou contestação e interpôs recurso contra a sentença que lhe foi desfavorável. 
2. A maioridade civil, por si só, não é suficiente para eximir o alimentante da 
obrigação de prestar alimentos, sendo indispensável, todavia, prova cabal da 
necessidade, por parte do alimentando, a qual deixa de ser presumida. Considerando 
que a alimentanda já atingiu a maioridade, possuiu um filho e comprovou estar 
matriculada em instituição de ensino somente após a prolação da sentença 
exoneratória, bem como não apresenta problemas de saúde ou outra situação 
excepcional, a confirmação da procedência da ação é medida que se impõe. 
PRELIMINAR DESACOLHIDA E APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 
70074738576, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandra 
Brisolara Medeiros, Julgado em 27/09/2017). 
(TJ-RS - AC: 70074738576 RS, Relator: Sandra Brisolara Medeiros, Data de 
Julgamento: 27/09/2017, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da 
Justiça do dia 02/10/2017)

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