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Aula 01 Imunologia p/ EBSERH (Biomédico) Professor: Denise Rodrigues 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 78 AULA 01: Imunologia II SUMÁRIO PÁGINA 1. Saudação Inicial 01 2. Mecanismos de Resposta Imune 02 3. Sistema Complemento 10 4. Anticorpos e Suas Funções 32 5. Sistema HLA 51 6. Lista de Questões 65 7. Gabarito 77 8. Referências Bibliográficas 78 Saudação Inicial Olá, pessoal! Fico muito feliz de encontra-los aqui novamente! Após terem conhecido os princípios de Imunologia durante a primeira aula, vocês estão preparados para aprofundar o estudo de mecanismos efetores do sistema imune. Ressalto que ainda não chegamos nos assuntos principais do edital recente da EBSERH para biomédico (banca AOCP), primeiramente estamos revisando a base de imunologia. Porém, essa base é importante para um melhor aprendizado do conteúdo das futuras aulas. Se você se sentir preparado, também pode partir direto para os exercícios. Na aula de hoje iremos resolver muitas questões de provas anteriores. E sempre que possível serão de concursos para EBSERH e da banca AOCP. Mãos à obra? 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 78 Mecanismos de Resposta Imune Reações da Imunidade Inata Vocês recordam que a principal barreira entre o hospedeiro e o meio ambiente são os epitélios de revestimento da pele e dos tratos gastrointestinal e respiratório? Os agentes infecciosos entram por essas vias e tentam colonizar o organismo. O epitélio serve simultaneamente como uma barreira física contra infecções, mas também uma barreira funcional, pois interfere no crescimento de micro-organismos através da produção de agentes antimicrobianos naturais. Os micro-organismos que rompem o epitélio, e também células mortas, são detectados por fagócitos (ex: macrófagos residentes), células dendríticas e outras células sentinelas (incluindo os linfócitos e as células epiteliais e endoteliais). O sistema imunológico inato reconhece estruturas que são comuns a diversas classes de micro- organismos e que não estão presentes nas células normais do hospedeiro. As moléculas microbianas reconhecidas são, em geral, chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMP, do inglês, pathogen-associated molecular patterns). Os receptores da imunidade inata que reconhecem essas estruturas são chamados de receptores de reconhecimento de padrões. Além disso, o sistema imunológico inato também reconhece moléculas que são liberadas a partir de células danificadas ou necróticas. Essas moléculas são chamadas de padrões moleculares associados ao dano (DAMP, do inglês, damage-associated molecular patterns). As respostas subsequentes ao reconhecimento de DAMPs servem para eliminar as células danificadas e iniciar processos de reparo tecidual. Existem quatro famílias principais de receptores celulares na imunidade inata: Receptores tipo Toll (TLR, do inglês, Toll-like receptors), CLR (receptores de lectina tipo C), NLR (receptores tipo NOD) e RLR (receptores tipo RIG). 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 78 1. (CESPE/2013/SEGESP-AL/Perito Criminal-Biomedicina) Acerca dos micro- organismos que causam infecções, julgue o item a seguir. Bactérias flageladas apresentam em sua superfície uma proteína chamada flagelina, reconhecida por receptores do tipo Toll 5 (TLR5) na resposta imunológica inata. CERTO ERRADO Comentário: Para essa questão é importante saber que os diferentes receptores TLR são específicos para diferentes componentes dos micro- organismos. Por exemplo, TLR-2 reconhece vários lipoglicanos bacterianos; os TLR-3, 7 e 8 são específicos para ácidos nucleicos virais, TLR-4 é específico para o LPS (endotoxina), o TLR-5, para uma proteína flagelar bacteriana chamada flagelina, e o TLR-9, para oligonucleotídios CpG não metilados, que são abundantes no DNA microbiano. Além disso, é válido lembrar que muitos TLR estão presentes na superfície celular (reconhecimento de produtos dos micro-organismos extracelulares) e outros estão nos endossomas (onde estarão micro-organismos que foram ingeridos). Gabarito: CERTO. 2. (CONSULPLAN/2015/HOB/Técnico Superior da Saúde – Farmacêutico Bioquímico) Sobre a imunidade inata e adquirida, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A característica em comum dos mecanismos da imunidade inata é que eles reconhecem e respondem aos microǦorganismos, reagindo a substâncias não bacterianas. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 78 ( ) A imunidade inata contrapõeǦse à imunidade adquirida, que precisa ser estimulada e adaptada para encontrar o microǦorganismo antes de se tornar eficaz. ( ) A imunidade inata não está direcionada especificamente contra microǦorganismos, mas é um mecanismo de defesa inicial e poderoso capaz de controlar, e até mesmo erradicar, as infecções antes que a imunidade adquirida se torne ativa. ( ) Cada componente do sistema imunológico inato pode reconhecer muitas bactérias, vírus ou fungos como, por exemplo, os fagócitos que expressam receptores para o lipopolissacarídeo bacteriano (LPS, também chamado de endotoxina) presente em muitas espécies bacterianas, mas que não é produzido pelas células dos mamíferos. ( ) Os receptores do sistema imunológico inato estão codificados na linhagem germinativa, não sendo produzidos pela recombinação somática dos genes. A sequência está correta em: A) V, F, F, V, F. B) F, V, V, F, F. C) F, V, F, V, V. D) V, F, V, F, F. Comentário: A primeira e a terceira sentença são as que contêm erros. A imunidade inata, conforme vimos, reage contra micro-organismos e produtos de células lesadas e apresenta sim diferentes mecanismos direcionados especificamente contra microǦorganismos. Gabarito: C. Após a etapa de reconhecimento, diferentes tipos de reações podem ocorrer. As principais respostas imunes inatas protetoras a diferentes tipos de micro-organismos são as seguintes: • Bactérias extracelulares e fungos são combatidos principalmente por meio de resposta inflamatória aguda, na qual neutrófilos e monócitos são recrutados ao local de infecção e também pelo sistema do complemento. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 78 • A defesa contra bactérias fagocitadas e intracelulares é mediada por macrófagos, que são ativados por receptores TLR e outros sensores, bem como por citocinas. • A defesa contra vírus requer a participação das células NK e interferons tipo 1, principalmente. Podemos então resumir que as principais reações do sistema imune inato que atuam para eliminar micro-organismos são: (1) a resposta inflamatória aguda; e (2) os mecanismos de defesaantiviral; (1) Resposta Inflamatória Aguda A inflamação é induzida pelo reconhecimento de patógenos ou dano celular e mediada por citocinas (por exemplo TNF e IL-1), consiste em múltiplas etapas, incluindo o recrutamento de leucócitos (principalmente e primeiramente neutrófilos e também monócitos) e o vazamento de proteínas plasmáticas através dos vasos sanguíneos (devido aumento da permeabilidade), a ingestão de micro-organismos e restos celulares por fagócitos e sua destruição. Os neutrófilos e os macrófagos ingerem (fagocitam) patógenos e destroem os micro-organismos ingeridos em vesículas intracelulares A fagocitose é um processo de ingestão de partículas com mais de 0,5 ┢m de diâmetro. Ela tem início com receptores de membrana ligando- se ao micro-organismo. Os principais receptores fagocíticos são alguns receptores de reconhecimento de padrões, como receptores de manose e outras lectinas, e receptores para anticorpos e complemento. Micro- organismos opsonizados com anticorpos e fragmentos do complemento são capazes de ligar-se avidamente a receptores específicos em fagócitos, resultando em uma internalização muito maior. Os micro-organismos são ingeridos nos fagossomas, que se fundem com lisossomas, e os micro- organismos são destruídos pelas enzimas e por diversas substâncias 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 78 tóxicas produzidas nos fagolisossomas. Uma dessas enzimas, chamada de oxidase fagocitária, converte rapidamente o oxigênio molecular em ânion superóxido e radicais livres, um processo chamado surto oxidativo (ou surto respiratório). Esses radicais livres são chamados de intermediários reativos do oxigênio (ROS, do inglês, reactive oxygen species), sendo tóxicos para os micro-organismos ingeridos. Uma segunda enzima, chamada de óxido nítrico sintase induzida (iNOS), catalisa a conversão da arginina em óxido nítrico (ON), que também é uma substância microbicida. O terceiro conjunto de enzimas, as proteases lisossômicas, quebra as proteínas microbianas. Os neutrófilos utilizam mecanismos adicionais para destruir micro- organismos. Eles podem liberar conteúdos de grânulos microbicidas no ambiente extracelular. Em resposta a patógenos e mediadores inflamatórios os neutrófilos morrem e, durante esse processo, eles expelem seus conteúdos nucleares para formar redes de histonas (poderosas proteínas antimicrobianas) e outros componentes, que são chamados de Redes Extracelulares de Neutrófilos (NET, do inglês, Neutrophil Extracellular Traps). Essas NET interceptam bactérias e fungos e matam os organismos. Em alguns casos, as enzimas e ROS liberadas no espaço extracelular podem causar lesão nos tecidos do hospedeiro. Esse é um exemplo de como a inflamação, que normalmente é uma resposta de proteção contra as infecções, pode também causar lesão tecidual. Dois tipos de fagócitos circulantes, os neutrófilos e os monócitos, estão entre as células sanguíneas recrutadas para locais de infecção, onde irão reconhecer e ingerir micro- organismos para dentro de vesículas para que sejam destruídos por substâncias microbicidas. Os neutrófilos, também chamados de leucócitos polimorfonucleares (PMN), são os leucócitos mais abundantes no sangue, totalizando entre 4.000 e 10.000 por milímetro cúbico. Em resposta às infecções, a produção dos neutrófilos na medula óssea cresce 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 78 rapidamente, e seu número pode aumentar para 20.000 por mL de sangue. A produção de neutrófilos é estimulada pelas citocinas, conhecidas como fatores estimulantes de colônias (CSF, do inglês, colony- stimulating factors), sendo o neutrófilo o primeiro tipo celular a responder à maioria das infecções, particularmente às infecções bacterianas e fúngicas e, portanto, é a célula dominante na inflamação aguda. Os neutrófilos ingerem os micro-organismos na circulação e entram rapidamente nos tecidos extravasculares nos locais de infecção, onde também ingerem e destroem micro-organismos. Essas células também são recrutadas a locais de dano tecidual na ausência de infecção, onde iniciam a depuração de detritos celulares. Os neutrófilos vivem por apenas algumas horas nos tecidos, sendo, portanto, os primeiros agentes de socorro, mas não oferecem defesa prolongada. Vamos ver um exemplo recente de como isso foi cobrado em prova de concurso? 3. (AOCP/2015/ EBSERH – HC - UFG/Biomédico) “A medula óssea tem contribuição fundamental na efetivação do processo inflamatório, através da liberação e aumento na produção dos leucócitos” (HOKAMA e MACHADO, 1997). Paciente chegou ao pronto atendimento do hospital municipal com quadro inflamatório agudo. Considerando - se a resposta medular à infecção, na chamada fase inicial, pôde ser observada no hemograma presença, principalmente, de qual tipo de leucócitos? (A) Neutrófilos. (B) Monócitos. (C) Eritrócitos. (D) Trombócitos. (E) Eosinófilos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 78 Comentário: vocês devem ter percebido que vimos essa questão em nossa aula 00. Na aula de hoje vimos esse conteúdo em mais detalhes. Gabarito: A Os monócitos são leucócitos menos abundantes que os neutrófilos, totalizando 500 a 1.000 células por milímetro cúbico de sangue e também ingerem micro-organismos no sangue e nos tecidos. Os monócitos que entram nos tecidos extravasculares se diferenciam em macrófagos que, diferentemente dos neutrófilos, sobrevivem por longos períodos nesses locais. Macrófagos residentes são encontrados no tecido conjuntivo saudável e em todos os órgãos do corpo. Os macrófagos desempenham vários papéis importantes na defesa do hospedeiro – eles produzem citocinas que iniciam e regulam a inflamação, ingerem e destroem micro-organismos, além de limpar tecidos mortos e iniciar o processo de reparação tecidual. Anda no contexto da imunidade inata e inflamação, outro granulócito importante é o mastócito. Essas são células derivadas da medula óssea com grânulos citoplasmáticos abundantes que estão presentes na pele e no epitélio mucoso. Os mastócitos podem ser ativados por produtos microbianos ligando-se aos TLR, como parte da imunidade inata ou por um mecanismo dependente de um anticorpo especial (IgE). (2) Mecanismos de Defesa Antiviral A defesa imunológica inata contra vírus no meio intracelular é mediada principalmente por células NK (que reconhecem células infectadas e estressadas e respondem destruindo essas células) e também por citocinas chamadas interferons. Interferons tipo 1 induzem a resistência a infecção e replicação virais, chamada de estado antiviral. IFN tipo I, que incluem várias formas de IFN-g e um IFN- ┚, são secretados por muitos tipos de células infectadas por vírus. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 78 Quando ativadaspor células infectadas, as células NK esvaziam os conteúdos de seus grânulos citoplasmáticos, os quais entram nas células infectadas e ativam enzimas que induzem a apoptose. Os mecanismos citotóxicos das células NK, que são os mesmos mecanismos usados pelos linfócitos T citotóxicos (CTL), resultam na morte de células infectadas. Portanto, assim como com os CTL, as células NK funcionam para eliminar reservatórios celulares e erradicar as infecções causadas por micro- organismos intracelulares, como os vírus. As células NK ativadas sintetizam e secretam a citocina interferon- gama. O IFN-gama ativa macrófagos para se tornarem mais efetivos na eliminação de micro-organismos fagocitados. As citocinas secretadas pelos macrófagos e células dendríticas que encontraram micro- organismos aumentam a capacidade de células NK para proteger contra infecções. Três dessas citocinas ativadoras de células NK são a interleucina-15 (IL-15), os interferons tipo 1 (IFN tipo 1) e a interleucina-12 (IL-12). A IL-15 é importante para o desenvolvimento e a maturação das células NK, e os IFN tipo 1 e a IL-12 reforçam as funções das células NK. Então as células NK e os macrófagos são exemplos de dois tipos de células que funcionam cooperativamente para eliminar micro-organismos intracelulares: os macrófagos ingerem os micro-organismos e produzem IL-12, a IL-12 ativa as células NK a secretar IFN-gama, e este ativa os macrófagos para matar os micro- organismos ingeridos. As células NK também reconhecem e eliminam células irreparavelmente lesionadas (infectadas por vírus, por exemplo) e células tumorais. Estas células apresentam diversas alterações, dentre essas, podem ter uma reduzida expressão de moléculas de MHC classe I em sua superfície. As células NK possuem receptores para reconhecimento de MHC classe I e, num estado de baixa expressão dessas moléculas e baixa ocupação desses receptores, a atividade citolítica das células NK fica desinibida, provocando a destruição seletiva das células anormais. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 78 Além dos mecanismos celulares da resposta inata que acabamos de ver, muitas proteínas plasmáticas estão envolvidas na defesa natural do hospedeiro, incluindo as Proteínas do Complemento, as quais podem também ser ativadas por micro-organismos (Via Alternativa). Logo mais iremos conhecer em detalhes o Sistema Complemento. Sistema Complemento O sistema complemento é um conjunto de proteínas circulantes e de membrana celular que desempenham papéis importantes na defesa do hospedeiro contra micro-organismos e na lesão tecidual mediada por anticorpos. O sistema complemento é sensível ao calor e pode ser ativado pelos micro-organismos na ausência de anticorpos (Via Alternativa), como parte da resposta imune inata à infecção, e pelos anticorpos ligados aos micro-organismos (Via Clássica), como parte da imunidade adquirida. A ativação das proteínas do complemento envolve a clivagem (proteólise) sequencial dessas proteínas (uma reação em cascata/uma cascata enzimática) e leva à geração de moléculas efetoras que participam de diferentes maneiras na eliminação dos micro-organismos. As proteínas do complemento ativadas passam a apresentar ligação covalente com as superfícies celulares onde ocorre a ativação, garantindo que as funções efetoras fiquem restritas aos locais devidos. O sistema complemento é rigorosamente regulado por moléculas presentes nas células normais do hospedeiro, o que visa a impedir uma ativação descontrolada e potencialmente nociva do complemento. Vias de Ativação do Complemento Duas das três principais vias de ativação do complemento, a Via Alternativa e a Via da Lectina, são iniciadas por micro-organismos na ausência de anticorpo. A terceira, chamada Via Clássica, é iniciada por alguns isotipos de anticorpos ligados aos antígenos. A proteína do complemento mais abundante no plasma, chamada de C3, desempenha um papel central nas três vias de ativação. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 78 1) Via Alternativa de Ativação do Complemento: é desencadeada quando um produto da hidrólise de C3, chamado de C3b, é depositado na superfície de um micro-organismo. Aí, a C3b forma ligações covalentes estáveis com proteínas microbianas ou polissacarídeos. A C3b ligada ao micro-organismo liga-se a outra proteína chamada de fator B, que é quebrado por uma protease plasmática para gerar o fragmento Bb. Esse fragmento continua ligado à C3b, e o complexo C3bBb se rompe enzimaticamente em mais proteínas C3, que funcionam como a “via da C3 convertase alternativa”. Como consequência dessa atividade convertase, mais moléculas de C3b e de C3bBb são produzidas e se ligam ao micro- organismo. Algumas das moléculas de C3bBb ligam uma molécula adicional C3b, e o complexo C3bBb3b funciona como C5 convertase, para causar a ruptura da proteína C5 do complemento e iniciar as etapas finais da ativação do complemento. A via alternativa pode ser ativada por muitas bactérias Gram negativas (sendo as mais significativas a Neisseria meningitidis e N. gonorrhoeae), algumas Gram positivas, certos vírus, parasitas, células vermelhas heterólogas e até mesmo por algumas proteínas (por exemplo proteases e produtos da via de coagulação). Essa via resulta na lise desses organismos e uma eventual deficiência de C3 resulta em uma susceptibilidade aumentada a esses agentes. Uma proteína, o fator do veneno da cobra (CVF), tem sido extensivamente estudada pela sua habilidade de também ativar esta via. A Via Alternativa é uma via mais primitiva e, provavelmente, as vias Clássica e da Lectina se desenvolveram a partir dela. Lembrem-se de que a via alternativa proporciona um meio de resistência não específica contra infecção, sem a participação de anticorpos e, portanto, faz parte de uma primeira linha de defesa contra uma variedade de agentes infecciosos. E a via alternativa de ativação do sistema complemento já foi cobrada em prova, hein! Vamos exercitar: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 78 4. (2010/FGV/FIOCRUZ/Farmácia/Tecnologista em Saúde - Desenvolvimento de Biofármacos) O sistema do complemento consiste de um grupo de várias proteínas plasmáticas que interagem sequencialmente e produzem substâncias que medeiam várias funções da resposta inflamatória. A ativação do complemento é iniciada pelas vias clássica, da lectina ou pela alternativa. Entre os componentes do complemento, a que poderia estar ausente e o sistema ainda permanecer capaz de ativar a via alternativa é: a) C1, C2 e C3. b) C2, C3 e C4. c) C3. d) C1, C2 e C4. e) C1, C3 e C4. Comentário: A proteína do complemento mais abundante no plasma, chamada de C3, desempenha um papel central em todas as três vias. No caso da via alternativa, a mesma é desencadeada quando um produto da quebra de C3, chamado de C3b, é depositado na superfície de um micro-organismo. A C3 não poderia, portanto, estar ausente, o que invalida todas as alternativas,exceto a letra D. Gabarito: D. 2) Via Clássica de Ativação do Complemento: é um mecanismo da imunidade humoral adaptativa, tendo em vista que é desencadeada quando anticorpos IgM ou algumas subclasses de IgG (IgG1 e IgG3 nos seres humanos) se ligam a antígenos (por exemplo, numa superfície celular microbiana). Como resultado dessa ligação, as regiões adjacentes da porção Fc do anticorpo se tornam acessíveis e ligam a proteína do complemento C1 (que é composta por um componente de ligação chamado de C1q e duas proteases chamadas de 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 78 C1r e C1s). O C1 ligado torna-se ativo como enzima, resultando, então, na ligação e na clivagem sequencial de duas outras proteínas, C4 e C2. C4b (um dos fragmentos da C4) fica ligada de maneira covalente ao anticorpo e à superfície microbiana onde o anticorpo está ligado, em seguida liga a C2, que é clivada pela C1 ativa para produzir o complexo C4b2a. Este complexo é a via da C3 convertase clássica, que funciona para quebrar a C3, e o C3b gerado se liga novamente ao micro- organismo. Parte de C3b se liga ao complexo C4b2b, e o complexo C4b2a3b funciona como C5 convertase, que cliva a proteína do complemento C5. Alguns dos produtos da via clássica têm atividades biológicas potentes que contribuem para as defesas do hospedeiro. Alguns desses produtos também têm efeitos prejudiciais se produzidos de maneira não regulada. Abaixo um resumo das atividades biológicas dos componentes da via clássica. Atividade Biológica dos Produtos da Via Clássica Componente Atividade Biológica C2b Procinina; clivada pela plasmina para liberar cinina, que resulta em edema C3a Anafilotoxina; pode ativar basófilos e mastócitos induzindo sua degranulação resultando no aumento da permeabilidade vascular e contração das células da musculatura lisa, levando à anafilaxia C3b Opsonina; promove fagocitose e ativa fagócitos, reveste os micro- organismos permitindo sua ligação 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 78 por células fagocitárias por meio de receptores para o C3b expresso nos fagócitos. Opsonização: revestir um micro- organismo com moléculas que são reconhecidas por receptores em fagócitos. C4a Anafilotoxina (mais fraca que C3a) C4b Opsonina também; Se a via clássica não for regulada poderá haver produção contínua de C2b, C3a e C4a. Por isso, é necessário que haja uma maneira de regular a atividade da via clássica. Abaixo um resumo das maneiras pelas quais a via clássica é regulada. Regulação da Via Clássica Componente Regulação Todos C1-INH; dissocia C1r e C1s de C1q C3a CInativador C3a (C3a- INA; Carboxipeptidase B); Inativa C3a C3b Fatores H e I; Fator H facilita a degradação de C3b pelo Fator I C4a C3-INA C4b Proteína ligadora de C4 (C4-BP) e Fator I; C4-BP facilita a degradação de C4b pelo Fator I; C4-BP também previne a associação de C2a com C4b bloqueando assim a formação da 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 78 C3 convertase A importância de C1-INH na regulação da via clássica é demonstrada pelo resultado de uma deficiência neste inibidor. Deficiências de C1-INH estão associadas com o desenvolvimento de angioedema hereditário. Veja como isso caiu em uma prova para biomédico: 5. (2008/UPENET-IAUPE/HEMOPE/Biomédico) No edema angioneurótico hereditário, há uma deficiência de C1INH (inibidor de C1= componente 1 do sistema complemento), que resulta no consumo maior de: A) C2 e C4. B) C4 e C3. C) C1r e C3. D) C1q e C5. E) C1s e C3. Comentário: O componente C1 em questão é uma enzima que cliva C4 em dois fragmentos C4a e C4b. E também cliva C2 em C2a e C2b. C1-INH atua como regulador que dissocia C1, inativando-a, ou seja, inibe sua atividade de clivagem sobre C4 e C2. Pronto, temos nossa resposta: deficiência de C1-INH resulta em maior consumo de C2 e C4. Gabarito: A 3) Via da Lectina: é muito similar à via clássica, entretanto, não é iniciada por anticorpo. Ela inicia quando uma proteína plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante de manose (MBL, do inglês, mannose- binding lectin), liga-se à manose terminal nas glicoproteínas da superfície 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 78 de micro-organismos. A MBL é estruturalmente similar ao componente C1 da via clássica e serve para ativar C4. As etapas subsequentes são, em essência, as mesmas encontradas na via clássica. Como é iniciada por um produto bacteriano, na ausência de anticorpos, essa via também é considerada um componente da imunidade inata. O resultado líquido das três etapas iniciais da ativação do complemento é que os micro-organismos adquirem um revestimento de C3b ligado por interação covalente. As vias de ativação diferem em seu início, mas, depois que são desencadeadas, as etapas seguintes são as mesmas. As etapas posteriores da ativação do complemento são iniciadas pela ligação de C5 a C5 convertase, e pela proteólise de C5, que dá origem a C5b. Os componentes restantes, C6, C7, C8 e C9 ligam-se na sequência a um complexo nucleado pelo C5b. A proteína final na via, C9, polimeriza-se para formar um poro na membrana celular, permitindo a passagem de água e íons, o que causa a morte do micro-organismo. Este poli-C9 é o componente-chave do Complexo de Ataque à membrana (MAC, do inglês, membrane attack complex), e sua formação é o resultado final da ativação do complemento. Veja abaixo uma figura que resume as etapas das vias de ativação do Sistema Complemento: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 78 Funções do Sistema Complemento O sistema complemento desempenha um papel importante na eliminação de micro-organismos durante as respostas imunes inatas e adaptativas. A ativação do complemento resulta na produção de várias 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 78 moléculas biologicamente ativas que contribuem para a resistência, anafilaxia e inflamação e tem significância biológica e patofisiológica. A opsonização é provavelmente a função mais importante do complemento na defesa contra micro-organismos. Veja abaixo uma figura que resume as principais funções efetoras de produtos do Sistema Complemento:26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 78 As deficiências hereditárias das proteínas do complemento são causas de doenças em seres humanos Há deficiências genéticas conhecidas para a maioria dos componentes individuais do complemento, mas a deficiência de C3 é a mais séria, resultando em uma profunda suscetibilidade a infecções e, geralmente, é fatal no início da vida. As deficiências das proteínas iniciais da via clássica, C2 e C4, podem não apresentar consequência clínica ou podem resultar na suscetibilidade a infecções ou são associadas a uma incidência elevada de lúpus eritematoso sistêmico (doença auto-imune). A incidência elevada de lúpus pode ocorrer em virtude de a via clássica funcionar para eliminar os complexos imunes da circulação, e esse processo é comprometido nos indivíduos que não possuem C2 nem C4. As deficiências de C9 e formação do MAC resultam no aumento da suscetibilidade a infecções por Neisseria. Alguns indivíduos herdam uma forma de polimorfismo no gene que codifica a MBL, levando à produção de uma proteína que é funcionalmente defeituosa; tais defeitos estão associados ao aumento da suscetibilidade a infecções. Além de suas funções efetoras antimicrobianas, o sistema complemento fornece estímulos para o desenvolvimento de respostas imunes humorais. Quando C3 é ativado por um micro- organismo pela via alternativa, um de seus produtos de ruptura, o C3d, é identificado pelo receptor do complemento tipo 2 (CR2) nos linfócitos B. Os sinais enviados por esse receptor estimulam as respostas das células B contra micro-organismos. Regulação da Ativação do Complemento Conforme já foi exemplificado em relação à Via Clássica de Ativação, existem proteínas regulatórias das vias de ativação, impedindo, assim, uma lesão das células do hospedeiro mediada pelo complemento. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 78 O fator de aceleração do decaimento (DAF, do inglês, decay- accelerating factor) é uma proteína da superfície celular ligada ao lipídio que interrompe a ligação do fator Bb com C3b ou a ligação de C4b com C2a, bloqueando assim a formação da C3 convertase e terminando a ativação do complemento tanto pela via alternativa como pela via clássica. O cofator proteico de membrana (MCP, do inglês, membrane cofator protein) serve como cofator para a proteólise de C3b em fragmentos inativos, um processo que é mediado por uma enzima plasmática chamada de fator I. O CR1 pode deslocar o C3b e promover sua degradação. A proteína regulatória chamada de inibidor C1 (C1 INH), conforme já falamos, suspende precocemente a ativação do complemento, no estágio da ativação de C1. As proteínas regulatórias adicionais limitam a ativação do complemento nas últimas etapas, como a formação do MAC. As deficiências hereditárias das proteínas regulatórias causam uma ativação excessiva e patológica do complemento. Além do edema angioneurótico hereditário causado pela deficiência de C1-INH, existe uma doença chamada hemoglobinúria paroxística noturna que resulta da deficiência de uma enzima que sintetiza a âncora glicolipídica de diversas proteínas da superfície celular, incluindo as proteínas regulatórias de complemento, DAF e CD59. Nesses pacientes, a ativação descontrolada do complemento ocorre nos eritrócitos, provocando sua lise. Por sua vez, a deficiência dos fatores H e I da proteína regulatória resulta na ativação aumentada do complemento e em níveis reduzidos de C3, provocando aumento de suscetibilidade à infecção. 6. (CESPE/2013/SESA-ES/Biólogo) O sistema composto de proteínas que funcionam de maneira integrada na defesa do organismo contra infecções e na produção de quadros inflamatórios, apresentando como funções 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 78 principais a indução e a liberação de mediadores inflamatórios, opsonização, promoção de fagocitose e lise bacteriana é denominado: A) Sistema proteico plasmático de reparação. B) Sistema complemento. C) Sistema de coagulação. D. Sistema humoral. E. Sistema ABO. Comentário: Após ter estudado as principais funções do sistema complemento, essa questão se torna fácil. Não tem erro! Gabarito: B Reações da Imunidade Adquirida O sistema imunológico adquirido, por sua vez, tem como principais estratégias (tanto da imunidade humoral quanto celular) as seguintes: • Anticorpos secretados ligam-se aos micróbios extracelulares, bloqueiam sua capacidade de infectar células do hospedeiro e promovem sua ingestão e subsequente destruição por fagócitos. • Fagócitos ingerem os micro-organismos e as células T auxiliares aumentam a capacidade microbicida dos fagócitos. • Células T auxiliares recrutam leucócitos para destruir micróbios e intensificam a função de barreira epitelial para expelir micro-organismos. • Os linfócitos T citotóxicos destroem as células infectadas pelos micro- organismos (que estão intracelulares e inacessíveis aos anticorpos). As respostas imunes adquiridas se desenvolvem por etapas, cada uma correspondendo a ações particulares dos linfócitos, conforme a figura abaixo resume: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 78 Vamos conhecer essas etapas? Captura e Exposição dos Antígenos Microbianos Os micro-organismos que entram através do epitélio e seus antígenos proteicos são capturados pelas células dendríticas residentes que são transportadas para os nódulos linfáticos. As células dendríticas processam esses antígenos proteicos originando peptídeos que são expostos na superfície ligados às moléculas de MHC. As células T virgens reconhecem esses complexos peptídeos-MHC e essa é a primeira etapa na inicialização da resposta das células T. Os antígenos proteicos também são reconhecidos pelos linfócitos B nos folículos linfóides de órgãos linfóides periféricos. Lembrando que os polissacarídeos e outros antígenos não proteicos são capturados nos órgãos linfoides e reconhecidos pelos linfócitos B, mas não pelas células T. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 78 As células dendríticas que apresentam os antígenos às células T virgens são ativadas para expressar moléculas chamadas de co- estimuladoras e para secretar citocinas, ambas necessárias, juntamente com o antígeno, para estimular a proliferação e a diferenciação dos linfócitos T. Conforme já vimos, a resposta imunológica inata a alguns micro- organismos e antígenos polissacarídeos resulta na ativação do sistema complemento, o qual também gera produtos comdiversas funções. Alguns produtos gerados pelo complemento intensificam a proliferação e a diferenciação de linfócitos B. O antígeno (muitas vezes designado por sinal 1) e as moléculas produzidas durante as respostas imunológicas inatas (sinal 2) funcionam de forma cooperativa para ativar os linfócitos. O requerimento de um “sinal 2” dependente da presença de um dado micro-organismo assegura que a resposta imunológica adquirida seja induzida por patógenos e não por uma substância inofensiva. Os sinais gerados nos linfócitos pela ocupação dos receptores antigênicos e dos receptores para co-estimuladores leva à transcrição de vários genes, os quais codificam para citocinas, receptores de citocinas, moléculas efetoras e proteínas que controlam a sobrevivência e o ciclo celular. Todas essas moléculas estão envolvidas nas respostas dos linfócitos. Imunidade Mediada por Célula: Ativação dos Linfócitos T e Eliminação dos Micro-organismos A imunidade mediada por células é o braço da imunidade adaptativa que erradica infecções por micro-organismos associados a células e utiliza dois tipos de células T. Quando as células T virgens são ativadas, elas secretam citocinas que atuam como fatores de crescimento e respondem a outras citocinas secretadas pelas APCs. A combinação de sinais (antígeno, co-estimuladores e citocinas) estimula a proliferação das células T e sua diferenciação em células T efetoras. As células T efetoras geradas nos órgãos linfoides podem migrar de volta para o 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 78 sangue e então para qualquer lugar onde o antígeno esteja presente. Essas células efetoras são reativadas pelos antígenos nos locais de infecção e desempenham as funções responsáveis pela eliminação dos agentes agressores. Existem diversos subtipos de Linfócitos T efetores. Classicamente os dois principais subtipos são os auxiliares (Th) e os citotóxicos, com propriedades funcionais distintas: 1) As células T auxiliares ou T helper (Th) ou T CD4+ são células que estão no centro da imunidade mediada por células e, quando ativadas, podem iniciar vários tipos de resposta imune de acordo com as citocinas que secretam e que irão mediar suas funções e modular funções de outras células do sistema imune. São responsáveis por orquestrar outras células da resposta imune na erradicação de patógenos e são também muito importantes na ativação dos Linfócitos B, macrófagos ou mesmo Linfócitos T CD8. Veremos diferentes perfis de resposta de linfócitos T auxiliares logo mais, em detalhes. 2) Os linfócitos T citotóxicos ou T CD8+ estão envolvidos principalmente nas respostas antivirais e possuem também atividade antitumoral. Os LT CD8+ matam diretamente as células com micro- organismos em seu citoplasma, eliminando os reservatórios de infecção. Esses micro-organismos podem ser vírus ou bactérias que são ingeridas pelos macrófagos, mas que aprenderam a escapar das vesículas dos fagócitos para o citoplasma (onde ficam inacessíveis à maquinaria de morte dos fagócitos, restritas às vesículas). 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 78 Funções efetoras de linfócitos T auxiliares Existem diferentes subpopulações de linfócitos T auxiliares e, quando as células não iniciadas Th0 são ativadas, podem se diferenciar em linfócitos T helper que se subdividem funcionalmente pelo perfil de citocinas que produzem. Durante o estímulo fornecido por uma APC, na dependência do ambiente de citocinas presente, um linfócito precursor Th0 pode se tornar um linfócito Th1, Th2, Th3 ou Th17. Embora morfologicamente indistinguíveis, essas células apresentam distintos padrões de citocinas secretadas e, consequentemente, diferentes respostas efetoras. Em teoria, podemos então identificar quatro tipos de resposta. Eu disse “em teoria” porque essa divisão clara existe para fins didáticos, mas, na realidade, muitas reações acontecem ao mesmo tempo, a fim de produzir a resposta mais adequada de acordo com o patógeno envolvido ou momento da infecção. A ativação relativa de células Th1 e Th2 em resposta a um micro-organismo irá determinar a evolução do processo infeccioso. Th1 (promove resposta celular): O perfil de resposta Th1 ocorre com grande produção de interleucina 2 (IL-2, induz proliferação e potencializa Linfócitos T CD8+), interferon-gama (IFN- ┛, ativa fagócitos para destruição de micro-organismos e estimula produção de opsonizantes) e interleucina 12 (IL-12), originando uma resposta mediada por células (resposta imune do tipo celular) e inibindo a Th2. Em geral, é produzida em resposta a micro-organismos intracelulares ou que estão infectando células, principalmente protozoários, bactérias intracelulares, vírus e fungos. Os linfócitos T CD4+ do subgrupo Th1 aumentam a capacidade dos fagócitos em destruir micro-organismos. Em resumo, citocinas produzidas pelas células Th1 ativam macrófagos e participam na geração de células T citotóxicas, resultando em uma resposta imune mediada por células. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 78 Th2 (promove a resposta humoral): caso se apresente um perfil de resposta Th2 de linfócitos T CD4+, teremos estimulação de inflamação rica em eosinófilos, que é importante na defesa contra helmintos e bactérias extracelulares que serão mortos pelas proteínas dos grânulos de eosinófilos ativados. Teremos a produção de IL-4 (estimula produção de anticorpos IgE que se fixa a receptores para porção Fc em mastócitos e em eosinófilos), IL-5 ( induz produção e ativação de eosinófilos) e IL-10, levando à ativação de linfócito B e consequente liberação de anticorpos e também inibição de Th1. As citocinas produzidas por células Th2, assim como pela ativação de mastócitos mediada por IgE, estimulam a secreção de muco e o peristaltismo no trato intestinal, promovendo a expulsão de parasitas do intestino. As células Th2 secretam citocinas que inibem a ativação clássica dos macrófagos e estimulam a via alternativa de ativação dos macrófagos. IL-4 e IL-10 inibem a via clássica de ativação dos macrófagos (a que estimula suas funções microbicidas). IL-4 e também IL-13 podem ativar os macrófagos a expressar receptores para manose e a secretar fatores de crescimento que agem sobre os fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno e a fibrose (resposta de macrófagos estimulada pela chamada “via alternativa de ativação”). A ativação alternativa dos macrófagos mediada pelas citocinas Th2 pode participar do reparo tecidual após uma lesão e pode contribuir para a fibrose e os danos teciduais em pacientes com infecções parasitárias crônicas ou doenças alérgicas. Th3: as células T regulatórias (Treg) expressam um importante fator de transcrição (forkhead xBo P3 – FOXP3), que está presente naturalmente no sistema imune. As células Treg são imprescindíveis para manutenção da tolerância e da homeostasia imune, pois tem função de regular a atividade de outras células T e prevenir autoimunidade. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH(Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 78 Th17: Ocorre produção de IL-17 pelas células T CD4+, uma citocina pro- inflamatória, importante na defesa contra infecções por seu efeito de recrutamento de macrófagos e neutrófilos para o sítio da infecção, ou seja, inflamação. As células Th17 também induzem outras células a secretar citocinas que são importantes para o recrutamento de neutrófilos e, em menor escala, de monócitos. Lembre-se de que a inflamação também é uma das principais reações da imunidade inata. Porém, tipicamente, quando as células T estimulam inflamação, a reação é mais forte e mais prolongada do que quando ela é evocada por respostas imunes inatas. Além da inflamação, as células Th17 estimulam a produção de substâncias antimicrobianas, designadas como defensinas, que funcionam como antibióticos endógenos localmente produzidos. Funções efetoras de linfócitos T Citotóxicos Os Linfócitos T CD8 reconhecem antígenos intracitoplasmáticos apresentados por moléculas MHC de classe I, que são expressas por praticamente todas as células nucleadas. Células infectadas por vírus e células tumorais normalmente são reconhecidas pelos LT CD8. Após adesão às células alvo apresentando um antígeno associado ao MHC e co- estímulo adequado, os LT CD8 proliferam e, em um encontro subsequente, podem eliminar por citotoxicidade qualquer célula que apresente esse antígeno especifico, independente da presença de moléculas co-estimulatórias. Os LT CD8 induzem a morte da célula alvo pela ação de perforinas (proteínas formadoras de poros na membrana, permitindo entrada de íons e água e a lise celular) e introdução de granzimas (induzem a via de morte celular programada, apoptose). Também podem levar à apoptose pela expressão do receptor Fas L (CD95) que interage com a molécula Fas nas células alvo. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 78 7. (FGV/2010/FIOCRUZ/Tecnologista em Saúde - Imunologia) Assinale a afirmativa que apresenta as características que distinguem uma célula Th1 de uma Th2. a) O nível de expressão do receptor para antígenos é diferente, sendo a expressão menor em células Th2. b) A célula Th1 expressa a molécula CD8, enquanto a Th2 expressa CD4. c) O conjunto de citocinas produzidas por células Th1 e Th2 é diferente, ocorrendo (entre outras citocinas) produção de IL-4 pela Th2 e interferon - gama pela Th1. d) A célula Th2 é importante para a ativação de macrófagos, já que secreta grande quantidade de IL-5. e) A célula Th1 é necessária para a produção de IgE, já que secreta grandes quantidades de interferon - gama. Comentário: De acordo com o que acabamos de ver, a única alternativa que não apresenta incorreções no que se refere às citocinas liberadas pelos respectivos perfis de linfócito T auxiliar é a letra C. Gabarito: C 8. (FGV/2010/FIOCRUZ/Médico Alergista e Imunologista) A célula T CD4+caracteriza-se, funcionalmente, por: a) Produzir anticorpos b) Secretar componentes da via clássica do sistema complemento c) Reconhecer antígenos associados a moléculas de MHC de classe I d) Serem capazes de ativar macrófagos e) Secretar componentes da via alternada do sistema complemento. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 78 Comentário: vimos que as células T CD4 efetoras com perfil Th1 de produção de citocinas promovem a resposta imune do tipo celular. Uma das formas é pela liberação de interferon - gama que irá ativar fagócitos para a destruição de micro-organismos. Gabarito: D 9. (CESPE/2013/SESA-ES/Biólogo) Os linfócitos T citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e infectadas por vírus por meio da A) liberação de histaminas, que são agentes pró-inflamatórios. B) fagocitose, ou seja, englobamento da célula infectada. C) produção de perforinas (proteínas), que abrem orifícios nas membranas plasmáticas provocando a lise das células, e indução de apoptose nas células-alvo. D) destruição da célula infectada por produção de imunoglobulinas. E) marcação e transporte da célula-alvo para destruição no baço. Comentário: Única alternativa correta é a letra C, pois, pelo que vimos da função efetora de Linfócitos T citotóxicos, sabemos que induzem a lise ou a apoptose em células alvo com participação de perforinas e granzimas. Gabarito: C Imunidade Humoral: Ativação dos Linfócitos B e Eliminação dos Micro-organismos Extracelulares Com sua ativação, os linfócitos B proliferam e então se diferenciam em células plasmáticas (plasmócitos) que secretam diferentes classes de anticorpos (com diferentes funções) ou em células de memória. Muitos antígenos polissacarídicos e lipídicos têm múltiplos determinantes antigênicos (epítopos) idênticos que são capazes de ocupar muitas moléculas receptoras para os antígenos em cada célula B e iniciar o processo de ativação da célula B. Antígenos proteicos globulares típicos, não são capazes de se ligar a vários receptores antigênicos, e a resposta 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 78 completa das células B aos antígenos proteicos requer ajuda das células T CD4+. As células B ingerem os antígenos proteicos, os degradam e expõem peptídeos ligados às moléculas de MHC para o reconhecimento pelas células T auxiliares. As células T auxiliares expressam citocinas e proteínas de superfície celular, as quais trabalham juntas para ativar as células B. Conforme já foi dito, muitas das descendentes dos clones das células B expandidas se diferenciam em plasmócitos. Estas células secretoras irão produzir anticorpos que têm sítios de ligação ao antígeno idênticos aos dos anticorpos de superfície celular (receptores das células B) que primeiramente reconheceram esses antígenos. Atenção! Os polissacarídeos e os lipídeos estimulam a secreção principalmente da classe IgM de anticorpos. Os antígenos proteicos estimulam as células T auxiliares a induzir linfócitos B para produzir anticorpos de classes diferentes IgG, IgA e IgE. A produção de diferentes classes de anticorpos com especificidade para o mesmo antígeno aumenta a capacidade de defesa na resposta mediada por anticorpos, permitindo que possuam várias funções (estudaremos isso logo mais nesta aula). As células T auxiliares também estimulam para que ocorra a produção de anticorpos com maior afinidade aos antígenos. Esse processo, chamado de maturação da afinidade, aumenta a qualidade da resposta imunológica humoral. A resposta imunológica humoral apresenta defesa contra os micro-organismos de diversas maneiras. Os anticorpos se ligam aos micro-organismos impedindo-os de interagir e ligar às células do hospedeiro (neutralização). Os micro-organismos recobertos com 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 78 anticorpos (opsonizados) são marcadoscomo alvos para a fagocitose porque os fagócitos (neutrófilos e os macrófagos) expressam receptores para os anticorpos. Além disso, os anticorpos ativam o sistema complemento, gerando produtos que promovem a fagocitose e a destruição dos micro-organismos, conforme já vimos. E temos ainda funções específicas desempenhadas por alguns anticorpos em determinados sítios anatômicos, que veremos mais à frente. Depois que os linfócitos B se diferenciam em células secretoras de anticorpos e em células de memória, uma fração dessas células sobrevive durante longos períodos, mas a maioria das células B ativadas morre. Esta perda gradual e programada das células B ativadas contribui para o declínio fisiológico da resposta imune humoral. Esse processo se dá pela inibição da produção de anticorpos por um mecanismo de feedback negativo em que os anticorpos ligados aos antígenos formam imunocomplexos com antígenos residuais e suspendem a ativação das células B pelo envolvimento de um receptor de porção Fc presente nas células B e que tem função inibitória sobre esses linfócitos. Esse mecanismo é chamado de retroalimentação de anticorpo. Declínio da Resposta Imune e Memória Imunológica A maioria dos linfócitos efetores induzidos por um patógeno infeccioso morre por apoptose depois que o micro-organismo é eliminado e o sistema imunológico retorna ao seu estado basal, de repouso, chamado de homeostasia. Isso ocorre porque os micro-organismos provêm estímulo essencial para a sobrevivência e a ativação dos linfócitos, e porque as células efetoras têm vida curta. Por esse motivo, assim que o estímulo é eliminado, os linfócitos ativados deixam de viver. A ativação inicial dos linfócitos gera células de memória de vida longa, as quais podem sobreviver por anos após a infecção e montam respostas rápidas e vigorosas para um encontro repetido com o antígeno. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 78 Anticorpos Os anticorpos existem em duas formas, como receptores de antígenos ligados à membrana das células B ou como proteínas secretadas. Anticorpos secretados estão presentes no sangue e nas secreções das mucosas, onde eles agem para neutralizar e eliminar micro- organismos e toxinas. Lembrando que os anticorpos são também chamados de imunoglobulinas (Ig), por possuírem função na imunidade e, ao mesmo tempo, características de mobilidade eletroforética lenta das globulinas. Anticorpos secretados reconhecem antígenos microbianos e toxinas por meio de seus domínios/regiões variáveis da mesma maneira que os receptores de antígenos ligados à membrana dos linfócitos B. As regiões constantes de alguns anticorpos secretados têm a capacidade de se ligar a outras moléculas que participam da eliminação de antígenos: essas moléculas incluem receptores de fagócitos e proteínas do sistema complemento. Assim, anticorpos têm diferentes funções em diversos estágios na resposta da imunidade humoral: anticorpos ligados à membrana nas células B reconhecem antígenos e iniciam a resposta imunológica humoral, e anticorpos secretados neutralizam e eliminam os antígenos e suas toxinas na fase efetora dessa resposta. Todas as moléculas de anticorpos são semelhantes estruturalmente. Apesar disso, podem ser separadas em classes e subclasses, em razão de diferenças quanto a características físico-químicas como tamanho, solubilidade e comportamento frente a antígenos. Uma molécula de anticorpo consiste em quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas cadeias leves (L) idênticas e duas cadeias pesadas (H) idênticas, unidas por pontes dissulfídricas formando uma proteínas globular em forma de “Y”. Tanto as cadeias pesadas quanto as leves são formadas por uma região variável e uma região constante. A região variável (V) é a porção que reconhece o antígeno e a região constante (C) promove estabilidade estrutural e, no caso das cadeias pesadas, media também as funções efetoras dos anticorpos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 78 A haste do “Y” é denominada porção ou fragmento Fc (de Fragment crystallizable) e é responsável pela atividade biológica dos anticorpos. Os “braços” da molécula em “Y” são denominados porção ou fragmento Fab (de Fragment antigen binding ou fragmento de ligação ao antígeno) e constituem a região de ligação ao antígeno. Cada “braço” é formado pela região V de uma cadeia pesada e de uma cadeia leve que, em conjunto formam o local de ligação ao antígeno. Veja as figuras abaixo: As moléculas de imunoglobulinas apresentam diferenças na sequência de aminoácidos nas porções Fab, em regiões hipervariáveis denominadas regiões determinantes de complementariedade (CDR), que formam uma superfície complementar para o epítopo (presente no antígeno) e determinam a especificidade do anticorpo. A diversidade existente nesses sítios de ligação ao antígeno é o que garante que haja um repertório quase ilimitado de especificidades de anticorpos. O número de diferentes tipos de anticorpos que podem ser produzidos por um organismo animal é muito grande. Como previsto na teoria da seleção clonal, todos os indivíduos apresentam numerosos linfócitos gerados clonalmente, e cada clone, derivado de um único 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 78 precursor, é capaz de reconhecer um determinante antigênico e responder a ele. Um indivíduo pode reconhecer de 109 a 1011 determinantes antigênicos diferentes. Assim, temos muitos clones de linfócitos com receptores de especificidades distintas e esses clones surgem antes do encontro com o antígeno. Mas como são geradas as diferentes sequencias da região variável? Quando e como essa diversidade é gerada? O número de genes no genoma humano que codifica a região variável na linhagem germinativa é muito reduzido para justificar a diversidade dos anticorpos. Na verdade, parte dessa diversidade está intimamente ligada ao processo de maturação dos linfócitos, a diversidade é gerada durante a diferenciação. Por meio de recombinação gênica é que é produzida a extraordinária diversidade de anticorpos. Outra questão importante é que os antígenos podem apresentar múltiplos epítopos. E os epítopos de um antígeno podem ser reconhecidos separadamente por diferentes linfócitos, cada um com seu receptor específico. A resposta imune a um antígeno pode ser, portanto, policlonal, com vários clones de linfócitos sendo ativados. Cinética dos Anticorpos Resposta primária: ocorre após o primeiro contato com o imunógeno. Tem como uma de suas características principais a necessidade de um tempo maior para a produção de anticorpos. A primeira exposição leva a produção de baixos níveis de imunoglobulinas, geralmente de classe IgM e, como a produção de anticorpos é lenta nessa fase e depende de muitos fatores, há um período variável (de dias a semanas e meses) de latência antes do aparecimento de anticorpos na circulação, o qual nós chamamos de “janela imunológica”. Esse período varia de dias a várias semanas e até meses, dependendo do tipo e da dose do antígeno, da via de introdução, de características imunológicas do indivíduo e do método usado para detectar os anticorpos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologiapara EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 78 O que é janela imunológica? Janela imunológica é o período entre a infecção e o início da formação de anticorpos específicos contra o agente causador. Importância É muito importante saber que, se uma pessoa for doar sangue ou mesmo fazer um exame para saber se tem alguma infecção durante o período de janela imunológica, os resultados poderão ser negativos, mesmo que ela já esteja infectada. Isso porque a maioria dos testes é baseada na pesquisa de anticorpos produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao agente infeccioso e não na pesquisa direta do agente. E, como já sabemos, após contato com o agente infeccioso, a resposta imune adaptativa humoral levará um determinado tempo para acontecer, o que explica, portanto, a existência da janela imunológica. Voltando à resposta primária, após o período de janela imunológica, a produção de anticorpos alcança um platô e depois declina para concentrações mínimas. Ainda nessa fase primária, pequenas concentrações de IgG são produzidas e linfócitos de memória também. Resposta secundária: ocorre após a segunda exposição a um mesmo antígeno. Suas principais características são: período reduzido de fase de latência até a produção de altos níveis de anticorpos, os quais são predominantemente IgG (mas também outras classes) e detectáveis dentro de um a dois dias. As células de memória clonadas proliferam rapidamente em linfócitos efetores. Os anticorpos produzidos em uma resposta secundária tem maior avidez pelo antígeno e sua produção pode 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 78 ser estimulada a partir de uma exposição significativamente menor ao antígeno (dose). O declínio do título de anticorpos no soro é lento, permitindo sua detecção por um período extenso. A resposta secundária pode ser acionada mesmo após muitos anos do contato e resposta primária. Classes dos anticorpos A classe de um anticorpo é definida pela estrutura de sua cadeia pesada. Sendo que algumas classes possuem ainda subtipos de acordo com a atividade funcional. Anticorpos que contêm diferentes cadeias pesadas pertencem a diferentes classes ou isotipos. As cinco classes principais de imunoglobulinas (Ig) são: IgM, IgD, IgG, IgA e IgE. Essas imunoglobulinas diferem, por exemplo, em tamanho, cargas elétricas, composição de aminoácidos, ou seja, diferem nas suas propriedades 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 78 físicas e também biológicas e efetoras. Vamos agora verificar as principais características e funções de cada isotipo de Ig: IgM: Esta Ig é expressa na superfície das células B funcionando como receptor de antígenos ou pode ser secretada. Geralmente se apresenta como molécula pentamérica, 900.000 daltons, está localizada principalmente no meio intravascular e corresponde a aproximadamente 10% do total de imunoglobulinas. As cinco cadeias são ligadas entre si por pontes dissulfeto e por uma cadeia polipeptídica inferior chamada de cadeia J. Tem grande capacidade de ativar o sistema complemento e promover lise celular por sua eficiente ligação com C1q, mas NÃO atravessa a barreira placentária. Sua porção Fc é também capaz de ser ligada por receptores de frações Fc em células fagocitárias. É geralmente denominado anticorpo “frio”, pois a fixação desse anticorpo ao antígeno é máxima a baixas temperaturas, como 4°C, é mais fraca a 25ºC e praticamente nula a 37ºC. Também é dita um “anticorpo completo”, são mais favoráveis para utilização em testes de aglutinação devido sua propriedade de causar aglutinação, pois apresentam maior tamanho e valência múltipla (pela organização pentamérica). Classicamente, é o anticorpo da resposta primária, o primeiro anticorpo a ser produzido sendo, posteriormente, acompanhado pela produção de anticorpos da classe IgG. Os anticorpos IgM ficam presentes por um curto período de tempo, normalmente desaparecendo de três a seis meses após uma infecção, enquanto os anticorpos IgG permanecem presentes por longo período, por vezes o resto da vida. Portanto, a presença de anticorpos IgM é um indicativo de infecção aguda ou recente, e a presença somente de IgG, indica uma infecção passada. Entretanto, com o desenvolvimento nos últimos anos de novas metodologias que apresentam maior sensibilidade para o diagnóstico dos processos infecciosos, já se sabe da possibilidade de detecção de IgM por um período mais prolongado. Esses anticorpos IgM, denominados residuais, podem ser detectados, geralmente, em valores baixos, até 18 a 24 meses após a infecção. A sua 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Igor Realce Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 78 presença, juntamente com anticorpos IgG, por vezes, dificulta a interpretação do tempo de infecção. Além disso, os anticorpos IgM podem ser detectados na reinfecção ou reativação de processos infecciosos. IgG (possui subclasses IgG 1, 2 , 3 e 4): molécula monomérica, 160.000 daltons, é a principal imunoglobulina sérica, chega a cerca de 75% do total de Ig do organismo. Está igualmente distribuída nos compartimentos extracelulares e é a única com a importante propriedade de atravessar a barreira placentária, pela ligação a receptores Fc das células placentárias. Algumas subclasses tem boa capacidade de ativar complemento, como a IgG 1 e IgG 3, exceto a IgG 4, ocasionando amplificação de resposta inflamatória, a qual já estudamos. Provoca também a opsonização da célula-alvo. Pode ser ligada em sua porção Fc por receptores de Fc de monócitos, macrófagos e polimorfonucleares, o que permite maior aderência e melhor internalização do antígeno por essas células fagocitárias. Em comparação à IgM, a IgG é a que surge mais tardiamente no curso de uma infecção e também a que é produzida em uma resposta secundária, ou seja, uma segunda exposição a determinado antígeno. A capacidade de ligação dos anticorpos IgG (avidez) é diretamente proporcional ao tempo de infecção. Em quadros infecciosos com até três a quatro meses de evolução, a IgG apresenta uma baixa avidez, enquanto que, em infecções com mais de quatro meses de evolução, os anticorpos IgG apresentam alta avidez. Em algumas situações, os anticorpos IgG podem apresentar uma avidez intermediária, o que impossibilita a definição segura do tempo de infecção. Geralmente IgG é denominada anticorpo “quente”, pois a fixação do anticorpo se dá de maneira ótima a 37°C. IgD: Corresponde a menos de 1% do total das imunoglobulinas plasmáticas. Conforme vimos em nossa aula 00, a IgD, juntamente com igM, está presente na superfície dos linfócitos B maduros. Participa na diferenciação das células B, porém, sua função biológica ainda precisa ser melhor esclarecida. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 78 IgA: é a imunoglobulina predominantenas secreções mucosserosas como a saliva, lágrima, colostro, leite, secreções nasais, traqueobronquiais e geniturinárias, na secreção presente no lúmen do intestino delgado e outras. Por sua localização, é importante na neutralização de agentes infeccioso que consigam adentrar o organismo, evitando a colonização por esses patógenos. É muito resistente às enzimas proteolíticas, por isso consegue atuar nas secreções sem sofrer inativação pelas enzimas ali presentes. Está em pequenas quantidades na circulação sanguínea. A IgA secretada é um dímero. IgE: está em baixas concentrações no soro, sendo encontrada principalmente nas membranas superficiais de mastócitos (e também basófilos). A IgE desempenha papel importante na imunidade contra os helmintos e em reações alérgicas. A interação de antígenos com moléculas de IgE ligadas a mastócitos resulta na liberação de grânulos contendo aminas vasoativas, como a histamina, que causam vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares, bem como enzimas proteolíticas que podem matar bactérias ou toxinas microbianas inativas. Os mastócitos também sintetizam e secretam mediadores lipídicos (p. ex., prostaglandinas) e citocinas (p. ex., TNF), que estimulam a inflamação. Os produtos dos mastócitos também oferecem defesa contra helmintos e estão envolvidos nos sintomas das doenças alérgicas. Esses mediadores podem produzir broncoespasmo, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração de músculo liso e quimioatração de outras células inflamatórias (eosinófilos, por exemplo). Os eosinófilos têm receptores de alta afinidade para a porção Fc de IgE. Essa classe de Ig sensibiliza células nas superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e brônquica. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 78 Os receptores de antígenos dos linfócitos B virgens, que são células maduras, mas que ainda não encontraram os antígenos, são a IgM e a IgD ligadas à membrana. Após a estimulação por antígenos e linfócitos T auxiliares, o clone de linfócito B antígeno-específico pode expandir-se e diferenciar-se em uma progênie que secreta anticorpos. Algumas progênies das células B que expressam IgM e IgD podem secretar IgM, e outras progênies das mesmas células B podem produzir anticorpos de outras classes de cadeias pesadas. Essa mudança na produção do isótipo da Ig é chamada de troca de classe (ou isótipo) de cadeia pesada. As porções Fc da cadeia pesada podem ser alteradas durante a resposta imunológica humoral sem que 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 78 seja modificada a especificidade de um clone de célula B, ou seja, sem alteração nas porções Fab. Anticorpos são capazes de se ligar a uma ampla variedade de antígenos, incluindo macromoléculas e pequenas moléculas químicas. A razão para isso é que o circuito CDR de ligação ao antígeno das moléculas do anticorpo pode se juntar para formar fendas capazes de acomodar pequenas moléculas ou para formar uma superfície plana, que é capaz de acomodar muitas moléculas maiores, incluindo partes de proteínas. Anticorpos ligam-se aos antígenos por ligações não covalentes, reversíveis, incluindo pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e interações com base nas cargas. Diferentes epítopos de antígenos proteicos podem ser reconhecidos baseando-se na sequência de aminoácidos alongados (epítopos lineares) ou na forma (epítopos conformacionais). Alguns desses epítopos podem estar escondidos na molécula antigênica e serão expostos apenas como resultado de uma alteração físico-química. A força com a qual uma superfície de ligação de antígeno de um anticorpo se liga a um epítopo de um antígeno é chamada de afinidade de interação. A afinidade é frequentemente expressa pela constante de dissociação (Kd), que é a concentração molar requerida de um antígeno para ocupar metade das moléculas de anticorpo disponíveis em solução; quanto menor a Kd, mais alta é a afinidade. A maioria dos anticorpos produzidos em uma resposta imunológica primária possui uma Kd entre 10−6 e 10−9 M, mas com a repetida estimulação antigênica (p. ex., em uma resposta imunológica secundária) a afinidade aumenta para uma Kd entre 10−8 e 10−11 M. Esse aumento na força de ligação do antígeno é chamado de maturação da afinidade. Lembram que cada molécula em “Y” de um anticorpo IgG, IgD e IgE tem dois sítios de ligação de antígeno, correto? A IgA secretada é um dímero, e dessa forma possui quatro sítios de ligação ao antígeno, e a IgM secretada é um pentâmero, com 10 sítios de ligação ao antígeno. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 78 Portanto, cada molécula desses anticorpos pode ligar dois a 10 epítopos de um antígeno, ou epítopos em dois ou mais antígenos próximos. A força total de ligação é muito maior do que a afinidade de um único antígeno ligado a um anticorpo, e é chamada de avidez de uma interação. Atenção: Avidez é a força da interação entre o anticorpo presente numa amostra e os diferentes epítopos de um antígeno polivalente (ou seja, a avidez da ligação antígeno-anticorpo). A avidez aumenta no decorrer de uma infecção. Anticorpos produzidos contra um antígeno podem ligar outros antígenos estruturalmente similares. A ligação a epítopos similares denomina-se reação cruzada. O conhecimento sobre a produção e manipulação de anticorpos, como, por exemplo, a produção de anticorpos monoclonais, representa um dos mais importantes avanços tecnológicos em imunologia, com implicações grandiosas para a clínica médica e a pesquisa. Atualmente, os anticorpos monoclonais são amplamente utilizados como terapêuticos e reagentes para o diagnóstico de muitas doenças em humanos. Em aula futura de nosso curso, estudaremos os métodos imunológicos e suas aplicações. Atenção! Os anticorpos e suas funções é um dos assuntos de imunologia mais cobrados em provas de concurso. Para que vocês tenham ideia, quase tudo que foi solicitado nas questões que separei para esta aula foi perguntado de maneira idêntica/muito similar em várias provas, de diferentes bancas. Vale a pena se dedicar a esse tópico! Vamos verificar o aprendizado: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Igor Realce Imunologia para EBSERH (Biomédico) Teoria e exercícios comentados Prof. Denise Rodrigues ʹ Aula 01 Prof. Denise Rodrigues www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 78 10. (IBFC/2015/EBSERH-CHC-UFPR\Biomédico) Faça a associação correta entre as classes de imunoglobulinas (letras) e suas características (número). A) IgA B) IgE C) IgG 1. Capacidade de atravessar a placenta 2. Proteção de mucosas e secreções 3. Capacidade de se fixar a mastócitos A) A-2; B-3; C-1 B) A-2, B-1, C-3 C) A-3, B-1, C-2 D) A-1; B-2; C-3 E) A-3; B-2; C-3 Comentário: questão recente de concurso da EBSERH para biomédico, bem típica sobre imunoglobulinas. Isso é bastante cobrado: as funções específicas de cada isotipo. Ao lembramos que a IgA é a Ig das secreções presentes nas mucosas, já eliminamos as letras C, D e E, pois temos a associação de “A” com o número “2”. Com relação a IgE, também vimos sua implicação nas alergias e que isso está relacionado
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