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Texto O Profissional de Educação Física na área da saúde - Reflexões e desafios para o contexto pós-pandemia

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GFD206 - INTRODUÇÃO AO BACHARELADO 
DOCENTE: ALESSANDRO TEODORO BRUZI 
DISCENTE: RODRIGO DE SOUZA ALVES 
ROTEIRO DE ESTUDO ORIENTADO II 
 
A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ÁREA DA SAÚDE: 
REFLEXÕES E DESAFIOS PARA O CENÁRIO PÓS-PANDEMIA COVID-19 
 
O atual evento da pandemia do Covid-19 tem marcado consideravelmente a 
sociedade do século XXI e consequentemente o planeta. No decorrer da história, as 
calamidades continuamente nos deixaram uma herança de reflexão, de lições e de 
mudanças. Assim, se torna necessário e desafiador para o Profissional de Educação 
Física (PEF) repensar suas práticas quanto aos novos modelos que vão sendo 
introduzidos nesse cenário. Será possível para o PEF construir novas perspectivas 
para sua profissão num contexto pós-pandemia? Porventura, conseguirá repensar 
as tendências atuais e desenvolver ações emergenciais que garantam 
encaminhamentos dentro das novas exigências da área da saúde? Ainda que em 
período de isolacionismo e distanciamento social, essas e outras questões se fazem 
necessárias no campo do debate, afim de questionar a prática e igualmente buscar 
o aperfeiçoamento da profissão. 
O PEF lida diretamente com o ser humano em movimento. Esse movimentar-
se que é inerente aos processos dinâmicos do nosso desenvolvimento desde as 
primeiras fases da vida (Gallahue e Ozmun, 2013). Neste sentido, em relação as 
várias possibilidades na área de Educação Física, sabe-se através de pesquisas em 
saúde que a prática regular da atividade física (movimento), traz grandes benefícios 
à qualidade de vida do ser humano. Portanto, é responsabilidade do PEF um 
profundo engajamento na profissão para que as suas intervenções sejam capazes 
influenciar ou modificar o estilo de vida do ser humano, da sociedade e do cotidiano. 
Em relação as políticas públicas para o PEF, essas já somam algumas 
conquistas, uma delas é a Lei de nº 9.696 de 1º de setembro de 1998 que 
regulamentou a normas da profissão, criação do Conselho Federal (CONFEF) e 
Conselhos Regionais de Educação Física (CREF), bem como trouxe à tona as 
responsabilidades do profissional não apenas com os conceitos do desporto e lazer, 
mas também com a área da saúde. Embora existam esse conjunto de normativas, 
infelizmente ainda se percebem algumas fragilidades na atuação do PEF quanto às 
possibilidades dentro da área da saúde, assim como um distanciamento dos 
conhecimentos científicos pertinentes à promoção da qualidade de vida da clientela. 
De acordo com a World Health Organization (WHO), qualidade de vida é o 
entendimento do indivíduo sobre sua inserção na vida, no contexto da cultura e 
sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, 
padrões e preocupações (WHOQOL GROUP, 1994). Neste sentido, a inserção do 
PEF na área de atenção básica à saúde, surgiu da necessidade de se reformularem 
novas políticas de saúde pública no Brasil, dentre elas a criação da Estratégia Saúde 
da Família (ESF), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), nas quais 
configuravam-se equipes multiprofissionais afim de cumprir os objetivos de se 
estabelecer a saúde como um direito social de todos – daí a importância do SUS – 
sendo o PEF identificado como profissional de saúde por intermédio da Resolução 
CNS - N° 218, de 6 de março de 1997, sobretudo em razão do crescimento nas taxas 
de incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Mas, apesar 
dessas adequações, faltam incentivos e recursos para a melhoria da qualidade de 
vida do PEF que muitas vezes possui curtos contratos de trabalho e baixos salários, 
o que reflete significativamente nos encaminhamentos desses profissionais 
(RODRIGUES, 2013). 
Percebe-se também que o PEF está engajado em concepções as quais não 
contemplam muitas vezes os conceitos de saúde. A chamada tendência fitness 
bastante presente na mídia, tem se tornado um produto muito vendido no mercado 
de academias de ginásticas, clubes entre outros espaços semelhantes que aderem 
a essa prática. E hoje, num cenário de pandemia, vários desses ambientes estão 
fechados. Como podem esses locais serem referências para a promoção da saúde? 
(LIVE, FLAUSINO, 2020). 
Para além disso, estamos assistindo um crescente surgimento de ferramentas 
onde se disseminam informações sobre essa tendência como aplicativos para 
smartphones ou a ação de digital influencers – alguns deles sem formação na área 
– que exibem diariamente conteúdos sobre exercícios físicos para obtenção do corpo 
ideal. Em outras palavras, uma construção identitária inerente aos padrões de corpo 
perfeito impostos pelas mídias sociais onde mais excluem do que incluem, colocando 
o indivíduo sem um acompanhamento adequado para realizar atividades de forma 
fragmentada, como numa linha de montagem, não atendendo a uma compreensão 
global do ser humano em sua totalidade. 
Trazendo a discussão sobre a atuação do PEF para o cenário atual, é preciso 
problematizar a prática e abrir novas perspectivas sobre como será a realidade 
profissional daqui para frente. No Brasil segundo as fontes do Ministério da Saúde, 
o número de diagnósticos por Covid-19 já ultrapassa um milhão, o de óbitos mais de 
55 mil ainda crescendo. Apesar de haverem profissionais empenhados na linha de 
frente do combate ao coronavírus, existe também, a carência de governantes que 
estejam comprometidos com a ciência ou que possam inspirar, ordenar e subsidiar 
uma solução global organizada (HARARI, 2020). O isolamento social é uma forma 
de interromper a propagação do vírus, porém trouxe também mudanças repentinas 
que atingiram diretamente o cotidiano e a vida muitas pessoas. Causando alterações 
radicais no estilo de vida da população, além do mais, deixando fragilizada a saúde 
física e mental, aumentando os níveis de estresse, ansiedade e depressão em 
muitos (JIMÉNEZ-PAVÓN, 2020). Sendo assim, é preciso que o PEF possua uma 
base sólida em sua formação inicial, possibilitando-lhe repensar a sua prática nos 
dias atuais, sobre uma Educação Física que atenda aos novos conceitos e consiga 
acompanhar as mudanças. Mesmo no distanciamento, utilizar de forma correta as 
novas tecnologias, com o objetivo de aproximar a sociedade dos conhecimentos e 
isso só será possível a partir de estudo organizado, maiores direcionamentos na 
formação básica e continuada, bem como o comprometimento com o conhecimento 
científico a fim de respaldar as condutas relacionadas às práticas de intervenção. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
BRASIL. Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da 
Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais 
de Educação Física 1998; 
 
GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D. Compreendendo o 
desenvolvimento motor-: bebês, crianças, adolescentes e adultos. AMGH Editora, 
2013. 
 
GROUP, The Whoqol. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): 
development and general psychometric properties. Social science & medicine, v. 46, n. 12, 
p. 1569-1585, 1998. In: FLECK, Marcelo Pio de Almeida et al. Desenvolvimento da versão 
em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-
100). Brazilian Journal of Psychiatry, v. 21, n. 1, p. 19-28, 1999; 
 
HARARI, Yuval Noah. Na batalha contra o coronavírus, faltam líderes à humanidade. Breve 
Companhia – Ensaio – Ed Companhia das Letras, 2020; 
 
JIMÉNEZ-PAVÓN, David; CARBONELL-BAEZA, Ana; LAVIE, Carl J. Physical exercise as 
therapy to fight against the mental and physical consequences of COVID-19 quarantine: 
Special focus in older people. Progress in cardiovascular diseases, 2020. 
 
LIVE, FLAUSINO, Noler Heyden. A atuação do professional de Educação Física da área 
da saúde. Lavras 2020, Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1OpknQXAHdI0-iif-
wS8Ul8FkUmBvPyQd/view obtido em 22/06/2020; 
 
https://drive.google.com/file/d/1OpknQXAHdI0-iif-wS8Ul8FkUmBvPyQd/viewhttps://drive.google.com/file/d/1OpknQXAHdI0-iif-wS8Ul8FkUmBvPyQd/view
RODRIGUES, José Damião et al. Inserção e atuação do profissional de educação física na 
atenção básica à saúde: revisão sistemática. Revista Brasileira de Atividade Física & 
Saúde, v. 18, n. 1, p. 05-15, 2013;

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