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TÍTULOS DE CRÉDITO
O título é um instrumento que representa o crédito. O crédito é a troca de uma prestação que deveria ser executada de imediato para uma prestação futura. O título de crédito, previsto no art. 887 do Código Civil, é um documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, produzindo efeitos somente quando preencher os requisitos da lei. 
A partir da análise do art. 887 do Código Civil, podemos verificar três princípios rudimentares, sendo: (i) cartularidade; (ii) literalidade; e (iii) autonomia, que se divide em dois subprincípios, abstração e inoponibilidade. 
Cartularidade deriva da palavra “papel”, devendo o título ser representado de forma material. A posse da cártula é imprescindível para o exercício do direito contido no título, e se torna efetivo credor apenas aquele que obtém a posse. Algumas doutrinas mencionam a desmaterialização dos títulos de crédito em virtude do desenvolvimento tecnológico e a criação de títulos de créditos magnéticos. 
O princípio da literalidade, previsto no art. 22, inciso I e art. 23 do Projeto de Novo Código Comercial, aduz que só produzirá efeitos jurídicos e cambiais os atos lançados no próprio título. O referido princípio assegura às partes a exata correspondência entre o que está disposto no título e o direito que ele representa. O credor pode exigir tudo que contém na cártula, do mesmo modo que o devedor só terá obrigação de pagar o que está ali expresso. Sua quitação, via de regra, deverá ser dada no próprio título. 
Previsto no art. 22, inciso II e art. 24 do Projeto de Novo Código Comercial, o princípio da autonomia consiste na independência entre si das obrigações representadas por um mesmo título de crédito, dessa forma, caso uma obrigação contraída por um título esteja repleta de vícios, estes não infectarão as demais relações jurídicas advindas desse mesmo título. Esse princípio é divido em dois subprincípios, o da abstração, que desconecta os títulos de crédito das causas geradoras da obrigação e do negócio jurídico originário, e a inoponibilidade das exceções pessoais que explicita que o portador do título não pode ser atingido por vícios relativos a negócio do qual ele não participou, isto é, o título chega a ele livre dos vícios que eventualmente adquiriu em relações anteriores, conforme se verifica pelo disposto no art. 22, inciso III e art. 25 do Projeto de Novo Código Comercial. 
Os títulos de crédito podem ser classificados quanto ao modelo, subdividindo-se em vinculados, aqueles que atendem padrão exigido por lei, como cheque e duplicata, ou livres, aqueles sem padrão obrigatório, que gera ao emitente o poder de dispor sobre elementos essenciais do título, por exemplo a nota promissória. 
Quanto à estrutura, classifica-se em ordem de pagamento, em que o sacador do título ordena que o sacado pague determinado montante, e em promessa de pagamento, que caracteriza um compromisso assumido pelo sacador em pagar o título. 
Por fim, quanto à circulação, os títulos podem ser ao portador, os quais não identificam o credo sendo transferidos por simples tradição, e o nominativos, que identificam o credor e sua transferência pressupõe além da tradição, a existência de outro ato jurídico representado pela expressão à ordem e não à ordem, onde o primeiro é transferido mediante endosso e o segundo veda a circulação (caso venha a circular se operará por cessão civil).
O endosso surge como uma forma de facilitar a circulação de crédito. Trata-se de um ato cambiário em que se transfere o crédito representado por título à ordem (de pagamento), isto é, o credor do título de crédito, denominado endossante, transmite todos seus direitos do título a outrem (endossatário). 
O endosso produz dois efeitos: o de transferir a titularidade do crédito e responsabilizar o endossante, que passará ser coobrigado/codevedor por meio de responsabilidade solidária e sem benefício de ordem, ou seja, se o devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar o endossante sem se preocupar com a ordem. 
Para a transferência somente é necessário assinar no verso do título. Se for feito na frente, deverá conter, além da assinatura do endossante, a identificação de que se trata de um endosso. 
O endosso pode ser em branco ou em preto. No primeiro caso, o endossante transfere a titularidade sem definir o endossatário sendo que o endossado será aquele que portar o título. No caso do endosso em preto, o endossado é definido, isto é, o endossante endossa para endossatário específico. 
A transferência de um título importa na transferência do crédito. Quando há a legitimação da posse do documento a alguém, sem transferência da titularidade do crédito, chamamos de endosso impróprio. Há duas modalidades de endosso impróprio: (i) endosso-mandato; e (ii) endosso caução. No endosso mandato o endossatário terá poderes de agir como se fosse o endossante, representando e exercendo em nome deste os direitos constantes no título. O endosso caução caracteriza-se quando o endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída perante o endossatário. 
No que concerne ao oval, este é o ato cambiário pelo qual um terceiro, denominado avalista, garante o pagamento do título de crédito nas mesmas condições que o devedor do título, o avalizado. O aval deve ser dado no anverso do título, bastando simples assinatura do avalista. Pode ser feito no verso também, mas necessitará da expressão mencionando se tratar de aval. 
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