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Educação Musical

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Prévia do material em texto

2016
Educação Musical
Prof.ª Débora Costa Pires
Prof. Luiz Roberto Lenzi
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Débora Costa Pires
Luiz Roberto Lenzi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 780
L575e Pires; Débora Costa Pires
 Educação musical / Débora Costa Pires; Luiz Roberto Lenzi : 
UNIASSELVI, 2016.
 218 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0021-7
 
 1.Música. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
aprEsEntação
Caro acadêmico! Este Caderno de Estudos tem como objetivo 
apresentar os conteúdos referentes à Educação Musical. Para isso, é importante 
que você conheça como a música percorreu o seu desenvolvimento histórico.
Na Unidade 1, você irá (re)descobrir a orquestra sinfônica, com os seus 
mais variados instrumentos musicais e também conhecer um pouco mais sobre 
a história destes instrumentos. Verá também que a voz humana faz referência 
como um eficiente instrumento musical e meio para classificar as vozes dos 
instrumentos. Ainda, nesta unidade, você conhecerá as propriedades do som e 
os elementos da música, ferramentas com as quais os compositores constroem 
suas obras, moldadas em um gênero e uma forma musical.
Na Unidade 2, você mergulhará na história da música, desde os primeiros 
registros arqueológicos, atravessando séculos de desenvolvimento musical, com 
alguns dos compositores mais significativos de cada período histórico.
Na Unidade 3, você conhecerá um pouco sobre a educação musical, 
seus objetivos e algumas importantes propostas. A trajetória do ensino musical 
no Brasil pela história também será mostrada. Além disso, você poderá 
entender a inserção do ensino musical desde a educação infantil até o ensino 
médio, passando pelo ensino fundamental. Você poderá também conhecer 
outros espaços para atuação, como as escolas de música, bandas e fanfarras.
Durante o transcorrer das leituras você encontrará exercícios e dicas 
para apreciação musical. É importante que, além de estudar os conteúdos 
deste caderno, você, caro leitor, procure pesquisar na web interpretações 
e performances das obras aqui sugeridas. Em música é essencial que você 
exercite uma escuta mais refinada. Da mesma forma que você deve apreciar 
atentamente uma obra de artes visuais. Na música, você precisa ampliar 
seu repertório sonoro e exercitar a sua escuta musical para perceber e 
compreender os detalhes que poderiam passar despercebidos. Este caderno 
vai ajudá-lo a “ouvir musicalmente”, desenvolvendo uma escuta ativa.
Ao escrever este caderno, procuramos ser objetivos para que você 
possa compreender os fundamentos que tornam possíveis a organização dos 
sons em música, a sua inserção na vida cultural e social e, como consequência, 
a importância do seu ensino. Em outras palavras, se a música é hoje da 
maneira como a conhecemos, é porque existe uma história e conhecer esta 
trajetória amplia nossa visão de mundo e transforma a nossa realidade. 
Como a artista Fayga Ostrower já disse, “a arte é uma forma de crescimento 
para a liberdade, um caminho para a vida”.
Boa leitura!
Os autores
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 - INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS .................................................... 1
TÓPICO 1 - A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES ............................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 VOZ HUMANA COMO INSTRUMENTO MUSICAL ................................................................. 4
3 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS ................................................................................... 6
3.1 INSTRUMENTOS DE CORDAS .................................................................................................... 7
3.2 INSTRUMENTOS DE SOPRO ....................................................................................................... 11
3.3 INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO ............................................................................................. 17
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 - A OBJETIVIDADE MUSICAL ....................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 PROPRIEDADES DO SOM ................................................................................................................ 27
2.1 ALTURA ............................................................................................................................................ 27
2.2 DURAÇÃO ....................................................................................................................................... 34
2.3 INTENSIDADE ................................................................................................................................ 36
2.4 TIMBRE ............................................................................................................................................. 38
3 ELEMENTOS DA MÚSICA................................................................................................................ 39
3.1 MELODIA ......................................................................................................................................... 39
3.2 HARMONIA ..................................................................................................................................... 40
3.3 RITMO ............................................................................................................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47
TÓPICO 3 - AS FORMAS E OS GÊNEROS MUSICAIS .................................................................49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 FORMAS MUSICAIS .......................................................................................................................... 49
2.1 FORMA BINÁRIA ........................................................................................................................... 56
2.2 FORMA TERNÁRIA ....................................................................................................................... 57
2.3 RONDÓ ............................................................................................................................................. 58
2.4 TEMA E VARIAÇÕES ..................................................................................................................... 58
2.5 FORMA SONATA ............................................................................................................................ 60
3 GÊNEROS EM MÚSICA ..................................................................................................................... 61
3.1 GÊNEROS DA MÚSICA INSTRUMENTAL ............................................................................... 61
3.2 GÊNEROS DA MÚSICA VOCAL ................................................................................................. 64
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 68
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
suMário
VIII
UNIDADE 2 - HISTÓRIA DA MÚSICA ............................................................................................. 71
TÓPICO 1 - MÚSICA ANTIGA E MÚSICA NA IDADE MÉDIA ................................................. 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 MÚSICA ANTIGA ............................................................................................................................... 73
3 MÚSICA NA IDADE MÉDIA ............................................................................................................ 79
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 88
TÓPICO 2 - MÚSICA RENASCENTISTA E BARROCA ................................................................ 89
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89
2 MÚSICA RENASCENTISTA ............................................................................................................. 89
3 MÚSICA BARROCA ............................................................................................................................ 96
RESUMO DO TÓPICO 2 .....................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
TÓPICO 3 - CLASSICISMO E ROMANTISMO .............................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 MÚSICA CLÁSSICA ..........................................................................................................................105
3 MÚSICA ROMÂNTICA ....................................................................................................................111
RESUMO DO TÓPICO 3 .....................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121
TÓPICO 4 - MÚSICA MODERNA.....................................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 UMA NOVA LINGUAGEM MUSICAL .........................................................................................123
3 ROMPENDO TRADIÇÕES ..............................................................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 4 .....................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................139
UNIDADE 3 - MÚSICA E EDUCAÇÃO ...........................................................................................141
TÓPICO 1 - EDUCAÇÃO MUSICAL ................................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO MUSICAL ...........................................................................144
3 PROPOSTAS EM EDUCAÇÃO MUSICAL ...................................................................................147
4 PROPOSTAS EM EDUCAÇÃO MUSICAL DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX ...149
4.1 ÉMILE JAQUES-DALCROZE ......................................................................................................149
4.2 EDGAR WILLEMS ........................................................................................................................151
4.3 CARL ORFF ....................................................................................................................................152
4.4 ZOLTÁN KODÁLY .......................................................................................................................154
4.5 HEITOR VILLA-LOBOS ...............................................................................................................155
5 PROPOSTAS EM EDUCAÇÃO MUSICAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX ...157
5.1 RAYMOND MURRAY SCHAFER ...............................................................................................157
5.2 JOHN PAYNTER ............................................................................................................................159
5.3 HANS-JOACHIM KOELLREUTER ............................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 1 .....................................................................................................................163
IX
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
TÓPICO 2 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NO BRASIL ...........................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
2 PERÍODO JESUÍTICO .......................................................................................................................169
3 PERÍODO IMPERIAL ........................................................................................................................1724 REPÚBLICA .........................................................................................................................................173
4.1 CANTO ORFEÔNICO ..................................................................................................................175
4.2. CANTO ORFEÔNICO E A REVOLUÇÃO DE 30....................................................................176
5 DITADURA ..........................................................................................................................................179
6 EDUCAÇÃO MUSICAL NA CONTEMPORANEIDADE .........................................................181
RESUMO DO TÓPICO 2 .....................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................184
TÓPICO 3 - MÚSICA NA SALA DE AULA .....................................................................................185
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................185
2 EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................................................................................187
3 ENSINO FUNDAMENTAL .............................................................................................................189
4 ENSINO MÉDIO ................................................................................................................................191
5 ESPAÇOS ALTERNATIVOS ............................................................................................................193
5.1 ESCOLAS DE MÚSICA ................................................................................................................194
5.2 BANDAS E FANFARRAS .............................................................................................................195
6 REPERTÓRIO MUSICAL .................................................................................................................197
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................199
RESUMO DO TÓPICO 3 .....................................................................................................................204
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................206
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................207
X
1
UNIDADE 1
INSTRUMENTOS MUSICAIS E 
PARTITURAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• identificar e classificar os mais variados instrumentos musicais de acordo 
com a produção de som;
• entender as propriedades do som e seus registros em música;
• compreender como uma obra musical é construída por meio das formas e 
dos gêneros musicais.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer desta 
unidade você encontrará atividades que irão lhe auxiliar na compreensão 
dos conceitos em questão.
TÓPICO 1 – A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
TÓPICO 2 – A OBJETIVIDADE MUSICAL
TÓPICO 3 – AS FORMAS E OS GÊNEROS MUSICAIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
1 INTRODUÇÃO
Se você observar qualquer agrupamento musical, irá perceber que 
normalmente estarão usando instrumentos para expressar sua musicalidade, ou 
então, apenas a própria voz como instrumento. Nesta unidade você primeiramente 
estará familiarizado com os mais variados instrumentos musicais e como eles 
estão organizados de acordo com sua construção e produção sonora.
Desde as mais populares bandas de rock até as grandes orquestras 
sinfônicas, você irá perceber que é utilizada uma grande diversidade de 
instrumentos musicais, para produzir aquele som desejado.
FIGURA 1 – INSTRUMENTOS MUSICAIS DIVERSOS PROPORCIONAM UM SOM 
DIFERENCIADO
FONTE: Disponível em: <http://www.hollywoodreporter.com/review/under-covers-yo-la-
tengo-832206>. Acesso em: 5 abr. 2016.
Para melhor compreender este universo, vamos iniciar este percurso 
falando sobre o equipamento musical mais natural: a voz humana.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
4
2 VOZ HUMANA COMO INSTRUMENTO MUSICAL
Como a própria palavra diz, “instrumento” é um meio para uma 
finalidade. É algo que você utiliza ou manuseia para exercer a atividade que se 
propôs a fazer. No entanto, musicalmente falando e de acordo com Dourado 
(2004, p. 167), trata-se de 
qualquer artefato, dispositivo, aparelho ou qualquer objeto construído, 
adaptado pelo homem ou encontrado na natureza, que é utilizado para 
produzir sons determinados ou indeterminados, os quais, organizados 
ou não, são passíveis de serem identificados como música sob o ponto 
de vista de alguma concepção artística ou social [...].
Assim, podemos conceber um violão como um instrumento musical, por 
exemplo, e da mesma forma um tambor, um violino ou mesmo uma comum 
caixa de fósforos no batucar de um chorinho. A voz humana está inserida neste 
contexto, pois além dela própria ser um instrumento musical, é um eficaz meio 
natural para classificar o registro dos demais instrumentos. Mas de que forma se 
dá esta classificação?
Podemos organizar a voz humana em vozes femininas (agudas) e vozes 
masculinas (graves). Nas femininas encontramos vozes que são ainda mais 
agudas, e a estas denominamos como “soprano”, enquanto que naquelas que não 
são tão agudas (ou mais graves que a soprano) denominamos de “contralto”. No 
mesmo raciocínio, as vozes masculinas também são organizadas como “tenor” 
para mais agudo e “baixo” para mais grave. O quadro a seguir mostra essa 
classificação e ainda algumas subclassificações, em vista do amplo alcance da voz 
humana nas mais tênues diferenças.
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS VOZES HUMANAS 
Vozes
femininas
Soprano
Sopra ligeiro
Soprano lírico
Soprano dramático
Mezzosoprano
Contralto
Alto ligeiro
Alto
Alto dramático
Vozes 
masculinas
Tenor
Contratenor
Tenor ligeiro
Tenor lírico
Tenor dramático
Tenor heroico
Barítono
Barítono "Martin" ou 
francês
Barítono verdiano
Barítono-baixo
Baixo Baixo cantanteBaixo profundo
Mais
agudo
Mais grave
FONTE: Massin (1997, p. 40)
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
5
Cabe ressaltar que aspectos que diferenciam uma cantora soprano para 
contralto não é apenas o alcance de notas mais agudas ou mais graves, mas sim 
toda a complexidade e heterogeneidade do corpo humano no que diz respeito 
à massa corporal, estrutura muscular e estrutura óssea na emissão do som. Da 
mesma forma para com os cantores tenores e barítonos, barítonos e baixos.
FIGURA 2 – CANTORA LÍRICA (SOPRANO) RENÉE FLEMING EM SOLO COM 
ORQUESTRA
FONTE: Disponível em: <http://www.cleveland.com/musicdance/index.ssf/2016/01/
cleveland_orchestra_pulls_out.html>. Acesso em: 5 abr. 2016.
Entendendo a voz humana como um meio de expressar a música, e, 
sobretudo para aqueles que desejam aprimorar sua técnica vocal, faz-se necessário 
compreender melhor o funcionamento deste complexo instrumento em sua 
anatomia e sua fisiologia. Esta compreensão permite que o cantor utilize métodos 
eficazes de projeção de voz, respeitando os limites físicos pessoais. Também os 
professores de canto, com base nestes conhecimentos, “podem corrigir as falhas 
de seus alunos e ensinar a eles a técnica vocal que se fundamente na natureza 
anatômica e fisiológica humana”, (MARTINEZ, 2000, p. 155).
DICAS
Você pode encontrar vários exemplos de cantores da atualidade no portal 
Youtube. Sugerimos aqui alguns para as principais vozes: Diana Damrau (soprano ligeiro), Renée 
Fleming (soprano), Jose Carreras (tenor), Bryn Terfel (baixo-barítono) e Robert Lloyd (baixo).
UNIDADE 1| INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
6
3 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
Ao observarmos uma grande orquestra sinfônica moderna, de 80 até 
120 músicos instrumentistas num mesmo palco, perceberemos uma grande 
variedade de instrumentos, com formatos que nos são familiares e outros, um 
tanto estranhos.
Os instrumentos musicais da orquestra sinfônica podem ser classificados 
em grandes famílias e, numa visão geral e simplista, podemos diferenciá-los em 
três categorias: cordas, sopros e percussão.
FIGURA 3 – DISPOSIÇÃO GERAL DOS INSTRUMENTOS NA ORQUESTRA SINFÔNICA
percussão
maestro
cordas
sopros
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Existem métodos de classificação de instrumentos que são muito precisos 
quanto aos critérios de produção sonora. Um dos mais eficientes é o método desenvolvido 
pelos musicólogos europeus Erich Moritz van Hornbostel (1877-1935) e Curt Sachs (1881-
1959), chamado de método “Hornbostel & Sachs”. 
NOTA
A Figura 3 mostra a disposição dos instrumentos da orquestra diante do 
maestro, com a família das cordas logo à frente, família dos sopros logo atrás e 
por último a família da percussão. Vamos conhecer mais adiante os personagens 
desta grande família sonora. A palavra orquestra tem origem grega (Orkestra) e
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
7
[...] indicava onde o coro deveria dançar e cantar. Em meados do 
período Barroco francês, orquestra passou a denominar-se o local do 
palco onde trabalham os músicos. Atualmente, uma orquestra é um 
conjunto de instrumentos de cordas, ao qual podem ser agregadas 
madeiras, metais, harpa, percussão, teclados e outros, dependendo 
da partitura. Costuma-se creditar a Monteverdi a organização de um 
dos primeiros grupos que poderiam ser definidos como orquestras, 
da forma como conhecemos hoje. O número de instrumentistas e 
formações variou enormemente até o final do século XX, quando, após 
as instrumentações grandiosas de Wagner, Strauss, Berlioz, Mahler 
e Bruckner, o conjunto terminou por estabilizar-se em uma média 
de cem instrumentistas. A orquestra sinfônica moderna completa 
ainda conserva o padrão do final do século XIX: violinos, violas, 
violoncelos e contrabaixos (em números aproximados: 32, 12, 12 e 8, 
respectivamente), oboés, flautas, clarinetas e fagotes (em grupos de 
quatro cada, incluindo músicos que costumam alternar com oboé e 
corne inglês, flauta e Piccolo, clarineta e clarone, e fagote e contrafagote), 
4 trompetes, 3 trombones, 5 a 8 trompas, 1 tuba, tímpanos, percussão 
miscelânea, harpa e piano. (DOURADO, 2004, p. 238-239).
Outra denominação que acabou se tornando sinônimo de orquestra é o 
termo “filarmônica”. Em sua origem, significa “amantes da música”, ou ainda 
representava um grupo de instrumentistas de caráter amador. Na atualidade, 
tanto orquestra como filarmônica possuem o mesmo sentido.
Como você pode ver, a orquestra sinfônica da atualidade abrange uma 
imensa variedade de instrumentos, e em algumas obras, compositores utilizam 
novas e exóticas fontes sonoras, como instrumentos amplificados eletronicamente, 
instrumentos orientais e até objetos ou máquinas.
3.1 INSTRUMENTOS DE CORDAS
A família dos instrumentos de cordas pode ser subdividida em duas:
• cordas friccionadas e
• cordas tangidas (dedilhadas).
Na primeira, o som é produzido pela fricção de outro objeto nas cordas, o 
que normalmente é feito pelo arco, e na segunda, as cordas são apenas dedilhadas. 
Vamos nos ater, neste primeiro momento, aos instrumentos de cordas friccionadas, 
pois são estes os que formam o maior corpo da orquestra.
Ao vermos uma orquestra sinfônica interpretando alguma obra, 
imediatamente à nossa frente está o regente e a grande família das cordas 
friccionadas: os violinos, as violas, os violoncelos (ou apenas cello) e os contrabaixos.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
8
FIGURA 4 – A FAMÍLIA DO VIOLINO
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Pode-se dizer que a família do violino é uma família completa, pois seus 
instrumentos abarcam todas as possibilidades de vozes, desde os sons mais 
agudos com o violino até os mais graves com o contrabaixo. Assim temos o 
violino como soprano, a viola como contralto, o violoncelo como tenor e, 
obviamente, o contrabaixo como baixo. No entanto, não é uma regra arbitrária, 
pois qualquer destes instrumentos em algum momento pode exercer uma 
função de voz mais próxima. 
Vale ressaltar que, com exceção da voz humana, os instrumentos não são 
femininos por serem classificados como mais agudos ou masculinos por emitirem sons mais 
graves. Instrumentos musicais não têm gênero! Na verdade, eles têm um alcance de notas 
muito maior que a voz humana.
NOTA
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
9
Assim como o instrumento, o arco é feito de madeira e fios de crina de cavalo 
ou mesmo material sintético, que são presos e esticados no arco, a fim de produzir o 
som por meio de fricção. No entanto, o instrumentista pode dispensar o uso do arco 
em algum momento específico e fazer uso de “pizzicato”, ou seja, dedilhar as cordas.
DICAS
Pesquise na internet a obra de Johann e Josef Strauss, “Pizzicato-Polka”, para 
ver e ouvir o som do dedilhado na família do violino. Para o uso do arco, pesquise no mesmo 
portal “Pequena Serenata Noturna”, do compositor Wolfgang Amadeus Mozart.
O instrumentista movimenta o arco em direções opostas e a isto chamamos 
de “arcada”. Este termo, segundo Dourado (2009), refere-se ainda a sinais 
gráficos que orientam o músico acerca do trecho musical de cada arcada, como 
as ligaduras de arco. As técnicas de manuseio do arco possuem tradições antigas, 
que culminaram em tendências educativas, mais conhecidas como “escolas de 
arco” e ensinam sobre os “golpes de arco” que orientam como articular as notas. 
Finalmente, nós temos a “articulação”, e para melhor exemplificar este 
conceito, imagine o som como as vogais do nosso alfabeto: “a, e, i, o, u”. As vogais 
estão para o som assim como as consoantes do alfabeto estão para a articulação. 
As consoantes são como “sons mudos” e servem para dar forma ao som. Da 
mesma maneira como a acentuação das articulações difere em cada idioma, 
assim também a articulação difere em cada estilo musical. Trata-se de um aspecto 
comum a todos os instrumentos.
Entre os instrumentos da família do violino, destacam-se os famosos 
instrumentos construídos pelo luthier italiano Antônio Stradivari (1644-1737). 
Considerado o melhor artista na construção destes instrumentos em todos os tempos, 
Stradivari ainda é insuperável em termos de qualidade (SADIE, 1994). Apesar de 
estes exemplares datarem do início do século XVIII, muitos deles ainda estão em 
atividade, utilizados por virtuoses, e seu valor é estimado em milhões de dólares.
Um dos instrumentos mais antigos de que se tem notícia, tanto na família 
das cordas dedilhadas como também nas demais famílias, parece ser o arco 
musical (MASSIN, 1997), datando do século III a.C. Atualmente encontramos 
seus derivados, como a harpa e o violão. A história da música através dos séculos 
nos mostra que a harpa passou por um grande desenvolvimento, tanto no 
Oriente como no Ocidente, assumindo formatos diferentes. No antigo Egito já 
havia harpas “com quatro cordas e medindo dois metros de altura” (MASSIN, 
1997, p. 16). Houve um período em que o instrumento caiu em desuso e retornou 
na Idade Média. Mais adiante na História, precisamente na segunda metade do 
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
10
século XVIII, o instrumento foi aperfeiçoado e difundido. Foi na França, por volta 
de 1800, que a harpa foi aperfeiçoada definitivamente, utilizando sete pedais 
que permitem ao harpista tocar em todas as tonalidades possíveis. A partir do 
Romantismo os compositores passaram a utilizar este instrumento em suas 
composições envolvendo grupos maiores. Normalmente usa-se de uma a duas 
harpas numa grande orquestra.
Outro parente do arco musical é a lira, usada na Mesopotâmia e no Egito. 
Na antiga Grécia é que surgiu este instrumento,com uma pequena caixa de 
ressonância e cordas presas a ela (MASSIN, 1997).
Encontramos outros instrumentos de cordas dedilhadas na música 
popular, como o violão, a guitarra e o contrabaixo elétrico. O parente mais 
antigo destes é o alaúde, encontrado já no Egito e Mesopotâmia no século II a.C. 
Foi, sobretudo, na Europa dos séculos XVI e XVII que o alaúde desempenhou 
importante papel na música instrumental. Compositores como Monteverdi 
(1567-1643) e Haendel (1685-1759) utilizaram a tiorba (ou arquialaúde), um 
sucessor do alaúde usado para acompanhar outros instrumentos. No século XVII 
foi desenvolvido outro modelo, com um braço de aproximadamente dois metros, 
usado como instrumento na voz do baixo: o Guitarrone. Também o bandolim é 
muito comum mesmo nos tempos atuais, em diversos formatos e modelos.
FIGURA 5 – FAMÍLIA DAS CORDAS DEDILHADAS
FONTE: O autor
Cavaquinho
Contrabaixo elétrico
Violão
Banjo
Guitarra elétrica Harpa moderna
Viola caipira
Bandolim
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
11
Entre os mais conhecidos popularmente estão a guitarra elétrica e o violão. 
A guitarra elétrica (assim como o contrabaixo) é amplamente difundida na música 
popular, especialmente no gênero rock e seus derivados, com as distorções e 
pedais de efeitos. O violão, especialmente no Brasil, é instrumento essencial para 
gêneros como samba e seus derivados, como a bossa-nova e o chorinho, assim 
como a viola caipira em seu particular gênero musical.
3.2 INSTRUMENTOS DE SOPRO
Na grande família dos sopros, o som se dá pela coluna de ar que passa pelo 
interior do instrumento. No entanto, apenas a emissão do ar não é suficiente para 
gerar som, é preciso de um corpo que vibre para que o instrumento amplifique 
este som. Assim como nos violinos o som é produzido pela fricção do arco na 
corda, no violão o som é gerado quando sua corda é dedilhada. Já os instrumentos 
de sopro necessitam de um corpo vibrante específico. É justamente esta a questão 
que faz com que os sopros sejam subdivididos em duas famílias:
• metais e 
• madeiras.
A subfamília das madeiras possui uma grande variedade de instrumentos e 
utiliza uma palheta presa na boquilha do instrumento para vibrar conforme o sopro 
e assim produzir o som. Assim são os instrumentos como clarinetes e saxofones. Nos 
clarinetes nós encontramos tamanhos diversos, como o clarinete em Eb (mi bemol 
– mais agudo), o clarinete em Bb (si bemol), o clarinete em A (lá – mais grave), o 
clarinete baixo em Bb (uma oitava mais grave) e o clarinete alto em Eb (mi bemol), 
englobando as quatro vozes: soprano, alto, tenor e baixo. O clarinete deriva da 
charamela, instrumento usado na Idade Média, sobretudo popularmente na França.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
12
Já os saxofones possuem uma história bem mais recente. Na década de 
1840, o inventor belga Adolphe Sax (1814-1894), entre tantos inventos, desenvolveu 
uma família de instrumentos que levou seu próprio nome: os saxofones. O saxofone 
tem o corpo de metal e pertence à família das madeiras, devido ao seu timbre e 
produção sonora, a palheta (SADIE, 1994). Sax criou uma família completa: sax 
soprano, sax alto, sax tenor, sax barítono e sax baixo. Atualmente é muito difundido 
nas big bands, em gêneros como jazz e também no repertório sinfônico.
FIGURA 6 – FAMÍLIA DOS SOPROS: MADEIRAS
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
13
FIGURA 7 – FAMÍLIA DOS SOPROS: MADEIRAS. OS INSTRUMENTOS DE ADOLPHE SAX
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
A flauta transversal e o flautim (ou flauta picollo) são instrumentos 
que diferem dos demais, pois não utilizam palhetas e sim o que chamamos de 
embocadura livre. Atualmente feita de metal, originalmente era construída em 
madeira e está entre os instrumentos mais antigos de que se tem notícia. Estudos 
revelam que este instrumento desapareceu da “arte ocidental após a queda de 
Roma, ressurgindo nos séculos X e XI” (SADIE, 1994, p. 331). Existe um número 
muito grande de instrumentos desta espécie, como a flauta de pã, a flauta doce e 
a flauta vaso (mais conhecida como ocarina).
Existem ainda os instrumentos de palheta dupla, como os da família do oboé, 
o que inclui o oboé d’amore, o corne-inglês, o fagote e o contrafagote. Assim como a 
flauta, também possui uma história que nos remete ao antigo Egito. Na Idade Média 
era comum o uso de instrumentos de formatos diversos, mas com a mesma produção 
de som: a palheta dupla. Naquela época, estes instrumentos foram denominados 
como “hautbois” (madeira alta). Somente a partir de 1660, o oboé passou a ter as 
dimensões atuais, porém, necessitava de aperfeiçoamento. Juntamente com a flauta 
transversal, é um instrumento amplamente utilizado no repertório de compositores 
clássicos como Mozart, Haydn e Beethoven, assim como do Romantismo.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
14
O fagote representa o tenor desta família e o contrafagote o baixo. Estes 
dois diferem dos oboés por possuírem um tubo metálico e curvo unindo as 
palhetas ao corpo do instrumento. Seu antecessor provavelmente foi a dulçaína, 
na Europa do século XVII. Compositor do Barroco, Antonio Vivaldi (1678-1741) 
escreveu 37 concertos para o fagote como instrumento solista, acompanhado 
por uma pequena orquestra de cordas. Também foi amplamente utilizado no 
repertório do Classicismo e Romantismo.
DICAS
Para ver e ouvir as madeiras, pesquise no portal Youtube o “Quinteto Villa-
Lobos”, formado por uma flauta transversal, um oboé, um clarinete, um fagote e uma trompa. 
Perceba a diferença de timbres com os instrumentos mais agudos e graves.
Voltando ao nosso quadro que ilustra a formação da orquestra sinfônica 
(Figura 3), chegamos agora em uma seção de instrumentos que fica situada atrás 
dos violinos e das madeiras: trata-se da seção dos metais. Estes instrumentos são 
os responsáveis pelas partes mais intensas (ou mais fortes) no repertório sinfônico. 
Assim como nas madeiras, os metais também são numerosos em variedade, com 
instrumentos que alcançam as notas mais agudas e outros que contrastam em 
notas muito graves. A produção sonora destes instrumentos se dá pela vibração 
dos lábios e o instrumento irá amplificar esta vibração. Entre os metais, podemos 
encontrar os seguintes instrumentos:
• Trompete picollo
• Trompete
• Flügelhorn
• Trompa
• Trombone tenor
• Trombone baixo
• Euphonium (Tenorhorn, baritone, bombardino)
• Tuba, souzafone
Entre os instrumentos mais agudos desta família está o trompete e suas 
origens remetem-nos ao antigo Egito, Assíria e Israel. Seu formato era curto, numa 
peça de madeira, bronze ou prata (SADIE, 1994). Trata-se de um instrumento 
que passou por muitas mudanças ao longo da história, tanto no seu formato e 
acessórios quanto à sua função social. “Em sua forma moderna, tem um tubo que 
mede 130cm (para o instrumento em Bb) de diâmetro e cilíndrico, até se alargar 
numa campana cônica” (SADIE, 1994, p. 964), possuindo ainda três válvulas 
(chamadas de pistos), possibilitando assim que o instrumento toque todas as 
notas num alcance aproximado à tessitura da voz soprano.
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
15
DICAS
Você pode ver e ouvir divertidos exemplos dos metais em ação, pesquisando 
no portal Youtube o quinteto de metais “Canadian Brass” (ou mesmo outros grupos). Ali 
você encontrará formações com dois trompetes, um trombone, uma trompa e uma tuba, 
contemplando as vozes soprano, alto, tenor e baixo.
O trompete tem suas variantes, com o menor deles, o trompete piccollo 
(com afinações em Si bemol e Lá). Trompetes um pouco maiores são mais 
comuns, principalmente nas afinações de Si bemol (Bb), Dó (C) e Mi bemol (Eb). 
Nas orquestras normalmente são utilizados três trompetes, dependendo da obra.
O trombone (Bb) possui o dobro de comprimento do trompete em Bb e um 
bocal mais largo, assim como a campana. Não utiliza pistos no seu manuseio e sim 
uma vara flexível, que faz com que o comprimento do instrumentose alongue, 
tornando possível a execução de todas as notas, num alcance aproximado à voz 
do tenor e barítono. O trombone tem suas origens no século XV, mais conhecido 
como sacabuxa (SADIE, 1994), e no século XVII já estava consolidado na música 
sacra, acompanhando o coro. Esta função social perdurou até o século XVIII e 
compositores utilizavam o trombone nas obras em que desejavam um toque mais 
religioso ou mesmo espiritual. O formato deste instrumento pouco foi alterado, 
apenas ampliou-se a campana e o tubo, proporcionando um som mais encorpado. 
Embora com pouquíssimo uso, há ainda o trombone picollo, que com frequência 
é confundido como um “trompete de vara”, assim como o trombone de válvulas 
(ou de pistos), que é confundido como “trompete baixo”.
Tanto o trombone como o trompete são amplamente utilizados em outros 
gêneros musicais, como o jazz, nas grandes big bands americanas e também nas 
bandas militares.
Já a trompa possui origens mais remotas: segundo Sadie (1994), trompas 
eram feitas de conchas, chifres de animais etc. É um formato diferente do 
trompete e do trombone, pois é curvilíneo e vai gradativamente aumentando o 
diâmetro. Isto permite ao instrumentista a possibilidade de uma gama maior de 
notas musicais sem o uso de válvulas. Amplamente utilizada nas orquestras do 
século XVIII e XIX, a trompa ainda tinha a sua forma natural, porém, possuía 
acessórios para que o instrumentista pudesse tocar outras notas. Pequenos tubos 
podiam ser colocados entre o bocal, deixando o instrumento mais curto ou mais 
longo, permitindo maior alcance de notas, mas com o inconveniente de parar de 
tocar para fazer a troca do tubo.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
16
FIGURA 8 – FAMÍLIA DOS SOPROS: METAIS
Em 1818, Stölzel e Blühmel resolveram este problema com a invenção 
das válvulas para as trompas, tornando a trompa um instrumento mais versátil, 
possibilitando tocar todas as notas dentro de seu alcance. Na orquestra sinfônica 
moderna é comum observarmos a presença de quatro a seis trompas.
O instrumento mais grave (e consequentemente o maior) da família dos 
metais é a tuba e é utilizado como o baixo da seção dos metais. A região em que a 
tuba normalmente toca localiza-se abaixo do trombone. O som é mais aveludado, 
mais se aproximando da trompa do que do trompete e trombone. Mais jovem dos 
metais, a tuba foi desenvolvida somente nos anos de 1820, 1830. O instrumento 
que antecede a tuba é o “oficleide”, que se assemelha com um saxofone baixo, 
porém, com bocal. Curiosamente, o oficleide acabou em desuso, cedendo lugar 
à tuba. Compositores como Richard Wagner (1813-1883), Gustav Mahler (1860-
1911) e Richard Strauss (1864-1949) utilizaram esses instrumentos (oficleide e 
tuba) em sinfonias, não só como acompanhamento e reforço sonoro, mas como 
instrumento com partes solísticas.
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
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O compositor e maestro militar americano John Philip Sousa (1854-
1932) desenvolveu uma variante da tuba especialmente para o uso nas bandas 
militares. A tuba convencional não é um instrumento confortável para ser usado 
num desfile, por exemplo. Com um formato completamente diferente, de modo 
que o instrumentista pudesse apoiar o instrumento no ombro, o assim chamado 
“sousafone” resolveu esta questão com eficiência, sendo muito popular nos 
Estados Unidos e também no Brasil.
Desta forma, o trompete, a trompa, o trombone e a tuba abarcam as vozes 
respectivamente como soprano, contralto, tenor e baixo. Além destes, outros 
instrumentos são usados especificamente em algumas obras para orquestra, 
como o “euphonium”, que muito se assemelha com a tuba, porém soa na altura do 
trombone. Da mesma forma, o trompete encontra outro instrumento equivalente 
com um som mais aveludado, trata-se do “Flügelhorn”.
3.3 INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO
Já vimos uma série de instrumentos de cordas e sopros e quem são os 
personagens destas grandes famílias. Finalmente, veremos a seção que fica no 
fundo da orquestra, mas nem por isso é menos numerosa: a seção da percussão. 
Até aqui, a nossa compreensão acerca dos instrumentos da orquestra sinfônica 
já está mais elaborada e o nosso gráfico da orquestra também pode ser aprimorado.
FIGURA 9 – DISPOSIÇÃO APRIMORADA DOS INSTRUMENTOS NA ORQUESTRA SINFÔNICA
percussão
violoncelos
baixos2º violinos
1º violinos
maestro
violas
madeiras
metais
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
18
Os instrumentos de percussão sempre foram muito populares, desde 
a Idade Média até o século XVII, com grande diversidade. Eram utilizados 
principalmente nas danças. O ritmo sempre foi algo muito intenso nestes 
períodos. No entanto, no Classicismo musical, a busca pela melodia colocou a 
percussão num segundo plano. A exceção fica com os tímpanos, mas sempre 
com um moderado uso. A partir do Romantismo, a percussão começou a ganhar 
espaço nas orquestras.
O tambor pode ser considerado como um dos mais antigos instrumentos, 
presente em várias culturas e em várias épocas históricas. Os tambores podem 
ser percutidos com baquetas ou mãos. Podem ser sacudidos, dedilhados ou 
friccionados e podem possuir os mais diversos formatos: “semiesféricos, 
cilíndricos, em forma de barril, de cone duplo, de ampulheta (cintados), cônicos 
ou caliciformes”. (SADIE, 1994, p. 921). Na verdade, existe uma quantidade 
gigantesca de instrumentos nesta família. São tantos, que alguns deles podem ter 
nomes diferentes.
Nos instrumentos de percussão, o som é produzido pelo choque de 
dois corpos, por exemplo, uma baqueta atingindo a pele de um tambor. Muito 
simples, não é? Acontece que após esse toque, a pele continua vibrando e a caixa 
deste tambor funciona como objeto ressonante, faz com que a vibração seja 
amplificada, justamente pela forma do tambor. Se tirarmos a pele deste tambor 
e a tocássemos com a baqueta, não teremos o som do tambor, pois não haverá 
ressonância suficiente.
O princípio é muito simples: imagine um instrumento que você viu 
anteriormente, um violão. Nele, a corda dedilhada produz uma vibração e a caixa 
do violão funcionará como um amplificador deste som. Se tirarmos a corda do 
instrumento e a esticarmos na mesma tensão que estava no violão e dedilhá-la, 
também não teremos aquele som característico. Assim, sempre precisamos de um 
corpo vibrante e ao mesmo tempo um objeto ressonante.
Nós já falamos que existem vários critérios para classificar os instrumentos. 
No caso da percussão, poderíamos classificar desta forma:
• Idiofones percutidos – o instrumento vibra como um todo. Ex.: afuxê, pratos, 
xilofone.
• Membranofones percutidos – o instrumento utiliza uma membrana, uma pele 
que é esticada no instrumento. Ex. bumbo, atabaque, tímpanos.
Outra maneira mais simples seria uma classificação também em duas categorias:
• Instrumentos que têm entonação definida.
• Instrumentos que não têm entonação definida.
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
19
A entonação (ou entoação) é a maneira pela qual um som é emitido. Se 
tivermos um som definido, significa que podemos identificá-lo como uma nota 
específica (um Dó, por exemplo). No caso de um som com entoação indefinida, 
seria extremamente difícil reconhecer uma nota, é o caso de um prato sendo 
percutido com baqueta, por exemplo.
Em termos de percussão, um dos instrumentos mais utilizados em todas as 
orquestras é o tímpano. Tratam-se de tambores semiesféricos com uma membrana, 
uma pele, normalmente de material sintético ou couro. Esta membrana é esticada 
no corpo do instrumento e um mecanismo acionado por um pedal faz com que 
essa membrana seja tensionada sobre o instrumento. Quanto mais tensão, mais 
agudo se torna o som ao tocar. Dessa forma, o músico pode acionar o pedal para 
alcançar a nota dó, por exemplo. No entanto, apenas um tímpano não é suficiente 
para todas as notas, além de que o acionamento do pedal não é rápido. 
Faz-se necessário o uso de outros tímpanosde tamanhos diferentes 
para as demais notas. Normalmente, se usa um par central, mas em obras mais 
complexas são necessários até cinco tímpanos.
FIGURA 10 – INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO COM ALTURA DE SOM DEFINIDA
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Os instrumentos de teclado representam uma subclassificação na família 
da percussão. Ali encontramos o xilofone, que tem as teclas de madeiras e tubos 
acoplados imediatamente abaixo das teclas, para amplificar o som. O nome vem 
do grego (xylo = madeira, phone = som) e “sua origem não é clara, podendo ter 
ancestralidade africana ou asiática” (SADIE, 1994, p. 1037). Nestas culturas ainda 
são usados instrumentos primitivos, com teclas amarradas. Da mesma família deste 
instrumento encontramos a Marimba, que tem um som um pouco mais aveludado.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
20
DICAS
Um exemplo musical interessante para ouvir o som do xilofone está na obra do 
compositor francês Camile Saint-Saëns (1835-1921), “O Carnaval dos Animais”, no movimento 
intitulado “Dança Macabra”. O som do xilofone nos dá a impressão de que usam ossos ao 
invés de teclas...
Outro instrumento de teclas é o Glockenspiel (do alemão, “sinos que 
tocam”, ou mesmo “carrilhão”). Muito similar ao xilofone, este instrumento 
tem dimensões reduzidas e suas teclas são de metal. Assim como o xilofone, é 
necessário o uso de baquetas para tocá-lo. O vibrafone segue na mesma família 
de teclas percutidas, porém, é utilizado um pequeno motor elétrico capaz de 
amplificar o som numa espécie de vibrato (MASSIN, 1997).
Ainda nos instrumentos com entoação definida, nós temos o Gongo. 
Trata-se de “um disco metálico, em geral de bronze, ligeiramente abaulado, com 
uma saliência arredondada no centro, que pode estar em posição horizontal ou 
suspensa...” (MASSIN, 1997, p. 32).
Outro importante personagem deste universo instrumental da música 
é o piano, onde o som é obtido na percussão de suas cordas. Desta maneira, 
alguns teóricos defendem o piano como instrumento de cordas, enquanto que 
outros o defendem como instrumento de percussão. Ao tocar nas teclas do piano, 
o teclado aciona um martelo que percute uma corda, produzindo assim o som 
correspondente à tecla. O piano, como o conhecemos atualmente, tem uma 
história que remonta a 1770. No entanto, o mais antigo ancestral é o Dulcimer, 
utilizado na Idade Média. Evoluindo na sua construção, nos tempos de Johann 
Sebastian Bach (1685-1750), o clavicórdio, de som mais fraco, porém suave, era 
muito utilizado. Já o cravo, por exemplo, era muito similar, mas ao acionar as 
teclas, pinças beliscavam as cordas. Assim, o princípio de produção sonora é 
diferente (MASSIN, 1997).
Ao final do século XVIII, muitas inovações foram aperfeiçoando o piano: o 
instrumento podia tocar de maneira forte (do italiano forte) e também fraca (piano). 
Por isso, o instrumento era chamado de forte-piano, mas logo a denominação seria 
simplificada em “piano”. No século XIX inventores ingleses criaram o piano de 
armário, uma versão vertical do piano. Instrumento muito versátil, é utilizado como 
instrumento solo, ou acompanhamento em diversos gêneros musicais, desde o jazz, 
o samba, a música de câmara ou como solista com acompanhamento de orquestra.
A celesta é um instrumento da família do piano. No entanto, o teclado 
aciona um martelo revestido de feltro que percute lâminas metálicas de diferentes 
formatos ao invés de cordas, como no piano.
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
21
FIGURA 11 – O PIANO E SEUS FAMILIARES
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
DICAS
Ouça a Sonata Nº 21 “Waldstein”, Op. 53 em Dó maior, de Ludwig van Beethoven. 
Você vai perceber a versatilidade do piano nesta magnífica obra.
Nos instrumentos de entoação indefinida, existe um número gigantesco. 
Após o período Clássico, a partir do Romantismo, compositores como Ludwig 
van Beethoven (1770-1827) e Hector Berlioz (1803-1869) introduziram em suas 
composições para grande orquestra, instrumentos de percussão que até então 
não eram utilizados, ou mesmo que não faziam parte da tradição musical daquela 
época. Além do uso comum dos tímpanos, Beethoven introduziu bumbo e pratos 
na sua 9ª Sinfonia, e Berlioz foi ainda mais audacioso: a percussão passou a 
marcar presença no repertório da orquestra sinfônica (MASSIN, 1997). Nascido 
na França, Berlioz foi um dos pioneiros nesse sentido e é autor dos critérios 
que adotamos aqui para classificar os instrumentos de percussão em entoação 
definida e indefinida.
Na figura a seguir, mostramos alguns instrumentos de percussão 
utilizados nas orquestras e também na música popular.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
22
FIGURA 12 – INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO SEM ENTOAÇÃO DEFINIDA
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Finalizando este tópico, segundo Philippe Beaussant (MASSIN, 1997), os 
instrumentos de percussão com entoação indefinida têm uma diversidade que 
parece sempre aumentar. O autor, parafraseando o próprio Berlioz, diz que
...qualquer corpo sonoro pode tornar-se instrumento de música, desde 
que haja a intenção de encará-lo como tal. O potencial instrumental 
nutriu-se, ao longo deste século, mais de objetos incorporados à 
execução musical do que propriamente de instrumentos inventados. 
(MASSIN, 1997, p. 33).
Um divertido exemplo de um corpo sonoro sendo utilizado como 
instrumento musical pode ser visto na obra intitulada “The Typewriter” (a 
Máquina de Escrever), do compositor americano Leroy Anderson (1908-1975), 
que utiliza uma máquina de escrever como instrumento solista.
TÓPICO 1 | A ORQUESTRA, SEUS INSTRUMENTOS E VOZES
23
FIGURA 13 – A MÁQUINA DE ESCREVER, DE LEROY ANDERSON
FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nW8dGwa2zRw>. Acesso em: 
5 abr. 2016.
Até aqui, você viu um grande número de instrumentos musicais, divididos 
nas três grandes famílias. Agora podemos compreender melhor a estrutura de 
uma grande orquestra sinfônica.
FIGURA 14 – A FILARMÔNICA DE BERLIM
FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=j2Hk2SZGrRY>. Acesso em: 
6 jun. 2016.
24
 Neste tópico vimos que:
• A voz humana pode ser considerada um instrumento musical e é um meio 
natural e eficaz para classificar o registro de altura dos sons dos instrumentos 
musicais, por exemplo, do mais agudo para o mais grave em: soprano, contralto, 
tenor, barítono e baixo.
• Os demais instrumentos musicais podem ser classificados em cordas, sopros 
e percussão.
• Podemos subclassificar as cordas em friccionadas (família do violino) e tangidas 
(harpa, violão, guitarra...).
• Os sopros se dividem em madeiras (flauta, oboé, clarinete, fagote, saxofone...) e 
metais (trompete, trombone, trompa, euphonium, tuba...).
• A percussão pode ser subclassificada em instrumentos que não possuem 
entoação definida, como: afuxê, ganzá, triângulo, pratos, tantã, bateria, congas, 
pandeiro, castanhola, reco-reco, etc., e instrumentos com entoação definida, 
como Glockenspiel, tímpanos, xilofone, campanas tubulares, vibrafone etc.
• Segundo o compositor Berlioz, qualquer corpo sonoro pode tornar-se 
instrumento de música, desde que haja a intenção de encará-lo como tal.
RESUMO DO TÓPICO 1
25
1 Um exemplo muito eficiente para você ver e ouvir os mais variados 
instrumentos da orquestra sinfônica moderna está na obra do compositor 
francês Maurice Ravel (1875-1937), “Bolero”. Você ouvirá muitos 
instrumentos fazendo solos e uma grande sonoridade no final. Procure 
esta obra no Youtube e faça uma escuta atenta, buscando reconhecer, com o 
auxílio das imagens, os sons emitidos por cada instrumento.
2 Ao ouvir as suas músicas preferidas, faça o exercício de “escutar mais além”, 
para identificar quais instrumentos musicais estão presentes. Faça uma lista 
dos instrumentos que você conseguiu identificar em cada música.
3 Na mesma música que você ouviu, quais instrumentos estão em evidência? 
Você pode descrever?
4 Palavras Cruzadas Musicais.
AUTOATIVIDADE
o maior dos metais
Sou
ancestral
foi o
sacabuxa
Beethovenusou este
instrumento
na sonata
"Waldstein"
L
Inst. da
família
das 
madeiras
Renée (?),
cantora
soprano
Abreviatura de
Violoncello
Da família do 
violino
Cordas, (?) e
Percussão
Usado para friccionar as
cordas do violino
Inst. criado por
John P. Sousa
Voz mais aguda
Invenção de uma 
belga,Instrumento de 
metal da família das
madeiras
26
27
TÓPICO 2
A OBJETIVIDADE MUSICAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iremos tratar dos elementos musicais presentes no som e 
suas maneiras de registrá-los em partituras. Veremos que os aspectos técnicos 
da arte musical dialogam com outras áreas de estudo, como a física acústica. As 
quatro propriedades do som, a altura, a duração, a intensidade e o timbre, são os 
personagens que jogam com os elementos musicais que compreendem a melodia, 
a harmonia e o ritmo.
Você verá que, apesar da música ser uma arte, existem fundamentos 
técnicos e científicos que dão objetividade aos sons quando combinados de forma 
artística, resultando em música.
2 PROPRIEDADES DO SOM
Quando falamos em música, estamos nos referindo a um campo da arte 
que acontece num plano temporal. A obra de arte musical só existe quando 
está sendo interpretada, quando músicos estão tocando seus instrumentos 
ou cantando a composição. Assim, é necessário aprimorar nossa fruição 
musical para percebermos os sutis detalhes de uma obra musical, para que não 
passem despercebidos. Neste primeiro momento vamos estudar o som e suas 
propriedades, ou seja, vamos entender como percebemos os sons musicais.
2.1 ALTURA
Quando falamos em altura em música, num primeiro momento podemos 
pensar que estamos nos referindo ao volume do som ou sua intensidade. 
Popularmente, altura tem o significado de “aumentar o som”. No entanto, o termo 
refere à frequência de um som determinável, uma nota musical. Exemplificando, 
se começamos uma escala com a nota dó, seguimos com ré, mi, fá, sol e assim por 
diante, estamos subindo com os sons.
Tudo o que ouvimos se dá graças às ondas sonoras, vibrações que chegam 
ao nosso ouvido interno e posteriormente codificadas no cérebro. Porém, podemos 
classificar o que ouvimos em dois aspectos: som e ruído.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
28
De maneira geral, tanto som quanto ruído consistem num fenômeno que a 
física explica. No entanto, caro leitor, estamos tratando da arte da música e, dessa 
forma, quando falamos em som, estamos nos referindo a algo que é desejável, 
algo que podemos determinar e identificar como uma nota musical, com uma 
altura definida.
O físico alemão Heinrich Hertz (1857-1894) estudou este campo da 
física demonstrando a existência das ondas sonoras. Por meio de seus estudos, 
Hertz quantificou as ondas sonoras determinando frequências para os sons. As 
“unidades de medida das ondas sonoras”, a partir de então chamadas de Hertz 
(abreviatura Hz) são determinadas por ciclos por segundo (DOURADO, 2004). 
Assim, ficou convencionado que a nota lá (situada no meio do teclado do piano) 
possui uma frequência de 440 Hz. Ao aumentar este número, ou seja, ao subir a 
frequência gradativamente, teremos um “lá” um pouco mais agudo, mais alto, 
até que chegue na nota “si”. Cada nota musical possui sua frequência específica 
e uma pequena oscilação é normal, nada impede uma orquestra inteira tocando 
com um lá ajustado para 443 Hz, por exemplo.
Por isso o som é algo que podemos determinar, identificar como frequência 
e então classificar como uma nota musical.
DICAS
Se você prestar atenção ao cotidiano, vai perceber que existem muitos sons 
determináveis: um liquidificador, um cortador de grama ou qualquer motor por vezes emitem 
sons com frequência suficiente para identificarmos como uma nota musical!
Quando falamos em ruído, queremos dizer que se trata de um som (ou 
mais sons ao mesmo tempo) que possui uma frequência indefinida, dificultando 
ou tornando quase impossível o reconhecimento da frequência como uma ou 
mais notas musicais. Musicalmente falando, ruído é um som indesejável!
Na figura a seguir, você pode conferir a frequência de algumas notas 
musicais.
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
29
FIGURA 15 – ALGUMAS NOTAS MUSICAIS E SUAS FREQUÊNCIAS
DÓ
261 Hz
Mais
Grave Mais
Agudo
Ré 293 Hz
Mi 329 Hz
Fá 349 Hz
Sol 391 Hz
Si 493 Hz
Lá 440 HzSOL
SI
LÁ
FÁ
RÉ
MI
FONTE: Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/introducao/
tabela1.html>. Acesso em: 26 abr. 2016. Diagramação: Luiz Lenzi.
Veja que, quanto mais alta a frequência, mais alta (mais aguda) fica a nota 
musical. Quanto mais baixa a frequência, mais baixa (mais grave) a nota. Entre as 
notas Lá e Si temos uma diferença de apenas 53 Hz, isso significa que estes dois 
sons estão muito próximos. Quanto maior a diferença entre Hertz em duas notas, 
mais distantes estes sons estarão um do outro.
Quando uma orquestra sinfônica (ou qualquer grupo musical) vai se 
apresentar ou mesmo ensaiar, primeiramente os músicos ajustam a afinação 
de seus instrumentos, para que estejam “afinados” uns com os outros. Os 
músicos utilizam a nota Lá (440Hz) para afinar os seus instrumentos. Segundo 
Dourado (2004, p. 25), “em 1960 estabeleceu-se internacionalmente o padrão de 
440 Hz, mas apesar disso as sinfônicas atuais costumam afinar entre 440 e 445 
Hz. O diapasão mais frequente empregado nas orquestras vibra em 442 Hz”. O 
termo diapasão é usado para definir a altura da afinação e também se refere ao 
equipamento para afinar. Existem diapasões eletrônicos dotados com um pequeno 
microfone embutido e um visor que orienta o músico a fazer esse ajuste. É o que 
se chama “afinar o instrumento”, para que todos toquem na mesma afinação e 
não “desafinados”. O diapasão mais simples é em formato de garfo (Figura 16), 
que “quando percutido contra uma das mãos ou objeto, produz som de altura 
determinada, estabelecendo um padrão de afinação”. (DOURADO, 2004, p. 107). 
FIGURA 16 – MODELOS DE DIAPASÃO
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
30
Os instrumentos musicais são construídos com uma afinação específica, 
cada qual dentro de seu contexto histórico. Na família das cordas, o violino, por 
exemplo, possui quatro cordas que são afinadas por meio de tensão. Quanto mais 
tensão, mais agudo o som que a corda emitirá. Cada corda é ajustada para emitir 
as seguintes notas:
FIGURA 17 - A AFINAÇÃO DO VIOLINO
Mi (659 Hz)
Lá (440 Hz)
Ré (293 Hz)
Sol (195 Hz)
O múscio usa as cravelhas para
chegar na tensão necessária para
ajustar a afinação. Micro afinadores em cada corda
permitem um ajuste preciso
FONTE: Luiz Lenzi (29016)
Em instrumentos de outras famílias, como os metais, a afinação é feita 
por meio de ajuste do comprimento do instrumento. Os metais possuem “voltas 
de afinação” (ou bomba de afinação) que podem ser ajustadas deixando o 
instrumento um pouco mais comprido. Dessa forma, o som que o instrumento 
emite se torna mais grave (mais baixo), pois aumentamos o comprimento dele. 
Normalmente, os instrumentos de sopro são construídos com uma afinação mais 
alta. Ao puxar a volta de afinação, teremos um instrumento que entoará as notas 
musicais com uma afinação mais baixa. Estaremos, assim, alterando a altura de 
todas as notas que o instrumento poderá fazer. 
FIGURA 18 - AFINAÇÃO DO TROMBONE
Bomba de afinação permite abertura e assim,
toma o trombone um pouco mais comprido. O
som, como consequência, terá a frequência
mais baixa, no ajuste da afinação desejada.
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
31
Você pode se perguntar: “Por que o instrumento já não vem com a afinação 
ajustada de fábrica?” O que acontece é que a frequência do som oscila de acordo com 
condições ambientais como frio, calor e a umidade relativa do ar. O material de que o 
instrumento é construído reage nestas diferentes situações ambientais. Numa determinada 
situação climática, a madeira do violino reage de maneira diferente do metal do trombone 
e, assim, os ajustes não serão os mesmos. Uma diferença de apenas 1 ou 2Hz de afinação 
numa orquestra interfere na qualidade de uma obra musical.
IMPORTANTE
Nos instrumentos como o violino e o trombone e tantos outros não é 
possível “ver” as notas musicais. Se observarmos um instrumento de teclado 
(piano, Glockenspiel, xilofone...) você poderá ver as teclas que correspondem a 
todas as notas e ter uma melhor noção do alcance em relação à altura. O teclado 
do piano moderno representa um bom exemplo para entendermos melhor a 
grafia das notas musicais quanto à altura. Estes teclados possuem uma extensão 
de sete oitavas (uma oitava representa a sequência dó, ré, mi, fá, sol, lá, si e dó) e 
¼ (SADIE, 1994), sendo que cada tecla representa uma nota totalizando 88 teclas. 
A nota mais grave é a primeira da esquerda para a direita, Lá – 27 Hz e a mais 
aguda, a última, Dó – 4.186 Hz. Basta comparar os números para perceber que a 
distância entre estes dois sons é enorme, tratam-se de notas extremas.
FIGURA 19 - O TECLADO DO PIANO E AS NOTAS MUSICAIS
DÓ DÓ DÓDÓ
1 oitava 1 oitava
DÓ DÓ
DÓ
CENTRAL
RÉ MI FÁ SOL LÁ SI
DÓ
CENTRAL
DÓ
261
Hz
293
Hz
329
Hz
349
Hz
391
Hz
440
Hz
493
Hz
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
32
Segundo Bohumil Med (1996), até o século XI a altura dos sons era a única 
propriedade a ser escrita como orientação. As informações então eram muito vagas 
e pouco se sabia quanto tempo deveria durar tal nota na sua altura. O sistema de 
notação como conhecemos hoje foi o resultado de um longo desenvolvimento 
histórico. O uso do pentagrama, ou a pauta de cinco linhas para a notação 
musical, data do século XIII, mas foi a partir do século XVII que o pentagrama se 
consolidou como um padrão para a escrita musical (SADIE, 1994).
O pentagrama, no entanto, não suporta toda a gama de notas musicais. 
Conforme a necessidade de uma maior altura ao se escrever a música na pauta, 
linhas suplementares são adicionadas acima (mais agudas, altas) e abaixo (mais 
graves, baixas) do pentagrama.
FIGURA 20 – LOCALIZAÇÃO DAS NOTAS MUSICAIS NO PENTAGRAMA
DÓ RÉ
MI FÁ
SOL LÁ
SI
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Observe que no pentagrama as notas musicais são colocadas nas linhas e 
nos espaços. O símbolo que lembra um “S” logo no começo da pauta é chamado 
de Clave de Sol. Da mesma forma, utiliza-se uma segunda pauta, com um símbolo 
diferente, chamado de Clave de Fá. 
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
33
FIGURA 21 – CLAVE DE SOL E CLAVE DE FÁ
SOL
mais grave mais agudo
DÓ
CENTRAL
DÓ RÉ
RÉ
MI
MI
FÁ
FÁ
LÁ SI
DÓ RÉ
MI FÁ
SOL
SOL
SOLLÁ
LÁ
LÁSI
SI
SIDÓ
DÓ
CLAVE DE SOLCLAVE DE FÁ
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
A figura seguinte coloca o teclado do piano com suas 88 notas (teclas) e 
apresenta o alcance em relação à altura de uma série de instrumentos musicais, 
tanto de sopros, cordas, percussão e também na voz humana. A figura contempla 
ainda a grafia no pentagrama, possibilitando verificar e comparar as regiões de 
alcance de altura de cada instrumento e voz.
FIGURA 22 – EXTENSÃO DAS VOZES E DOS INSTRUMENTOS
violino
soprano
mezzo-soprano
clarinete baixo
oboé
corne inglês
flautimtrombone
trompete
trompa
flauta
clarinete
contrafagote
fagote
tuba
contratenor
baritono
baixo
contralto
contrabaixo
violoncello
harpa
CORDAS
MADEIRAS
METAIS
DÓ DÓ DÓ DÓ
CENTRAL
DÓ DÓ DÓ DÓ
VOZES
viola
tenor
FONTE: BENNETT (1998, p. 6). Diagramação: Luiz Lenzi.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
34
Assim, quando falamos em altura, também nos referimos às notas dó, ré, 
mi, fá, sol, lá e si, pois cada uma possui uma altura definida.
2.2 DURAÇÃO
Agora que você já viu a primeira propriedade que é a altura, vamos refletir 
sobre outra das quatro propriedades do som: a duração.
Se você pode tocar notas musicais no seu instrumento, significa que estas 
notas ocuparão um espaço de tempo. O conceito é muito simples: a duração, 
como propriedade do som, define que um som pode ser curto ou longo. Citando 
Bohumil Med (1996, p. 12), duração é a “extensão de um som; é determinada pelo 
tempo de emissão das vibrações”. Mas como os músicos sabem quanto tempo 
devem sustentar as notas musicais? Historicamente, a música era tocada ou 
cantada e posteriormente alguma forma de registro era feita. Estes registros nem 
sempre eram eficientes, pois a carência de uma simbologia gráfica mais precisa 
tornava a interpretação difusa entre os intérpretes. Não obstante, a tradição e a 
cultura se encarregaram de sustentar o desenvolvimento da escrita musical.
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá na Unidade 2 como foi o desenvolvimento da escrita musical através 
dos séculos e como este processo ainda é dinâmico!
Usaremos um artifício simples para demonstrar a lógica dos sinais gráficos 
que irão nos orientar acerca do tempo que as notas devem ser sustentadas: o 
relógio. Ao adotar os segundos como referência de tempo, você logo perceberá que 
esta pulsação é estável, são exatas sessenta pulsações por minuto. Imagine a figura 
em seguida, representando um espaço de tempo equivalente a quatro segundos. 
Dividindo a figura pela metade e assim sucessivamente, você terá figuras de 
formatos diferentes fazendo referência à duração de tempos também diferentes.
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
35
FIGURA 23 - EXEMPLO DE DURAÇÃO DOS SONS 
4 segundos
2 segundos
1 segundos
1/2 segundo
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Desta maneira, nós temos quatro sinais gráficos diferentes que orientam 
sobre a duração de um som. Sabemos aqui que as figuras dobram de tamanho, 
indicando o dobro de tempo (de baixo para cima). A menor figura ocupa metade 
de uma pulsação do relógio, ou seja, ocupa o espaço de tempo de meio segundo, 
enquanto que a maior figura possui quatro pulsações ou quatro segundos.
A lógica que queremos demonstrar é de que essas figuras sempre têm 
o dobro ou a metade de tempo em relação à sua figura vizinha. O critério dos 
segundos que utilizamos é apenas referência como exemplo.
ESTUDOS FU
TUROS
Ainda neste tópico voltaremos a falar sobre a notação gráfica dos sons em 
forma de partituras!
Na partitura musical você verá que o som, ou melhor, as notas musicais 
têm seus sinais gráficos distintos que representam a sua duração. No entanto, os 
sons podem ser grafados de várias maneiras. Um simples exercício demonstra a 
duração dos sons:
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
36
FIGURA 24 – SONS CURTOS E SONS LONGOS
sons mais
curtos
sons
curtos
sons
longos
sons mais
longos
sons curtos e
longos, simultâneos
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Saberemos se um som é curto ou longo ao compararmos com outro som. 
Se não tiver a mesma duração, será ou mais curto ou mais longo em relação ao 
outro. O conceito de duração em música se dá pela relação dos sons. A figura a 
seguir explica esta ideia:
FIGURA 25 – RELAÇÃO DE DURAÇÃO CURTO X LONGO
Estes dois sons têm o mesmo tamanho. Porém, em relação com outro 
som, pode ser mais curto
ou mas longo.
curto curtolongo longo
FONTE: Luiz Lenzi (2016) 
2.3 INTENSIDADE
A próxima propriedade do som que veremos é a intensidade. Esta 
propriedade trata da “amplitude das vibrações; é determinada pela força ou pelo 
volume do agente que a produz. É o volume sonoro”. (MED, 1996, p. 12).
A ideia de volume nos remete à extensão, ao tamanho, é uma grandeza 
que tem relação com a amplitude do som. Assim como a frequência define a 
altura de um som, a amplitude da onda sonora irá determinar a intensidade, se 
este som será forte ou fraco.
No cotidiano, percebemos que sons mais fortes necessitam de uma fonte 
sonora que libere muita energia. É o caso de um grito, uma explosão, um avião 
decolando, um intenso tráfego de veículos e assim por diante. Fontes sonoras que 
emitem sons fracos necessitam pouca energia: murmúrios, o som da respiração 
em repouso etc.
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
37
FIGURA 26 – A AMPLITUDE DO SOM
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
Segundo a Figura 26, quanto maior a amplitude da onda, mais forte será 
o som. Vemos claramente três picos de amplitude, os pontosfortes da esquerda 
para direita. Em seguida, sons ritmados com amplitude menor, porém, mais 
compactos, densos. Ao final, o som diminui em intensidade.
Quando necessitamos expressar intensidade na música escrita, ou seja, 
nas partituras, algumas abreviaturas são colocadas logo abaixo do trecho a que se 
refere. O compositor, ao escrever, assinala se determinado trecho deve ser tocado 
ou cantado de maneira forte ou fraca. Como já colocamos, o desenvolvimento 
das partituras é um longo processo histórico e assim também é na questão da 
grafia da intensidade. A gama de sons que vai do muito fraco ao muito forte 
é assinalada na partitura com abreviaturas no idioma italiano, convencionadas 
historicamente. Foi a partir de 1750 que esta prática de notação gráfica começou 
a ser adotada pelos compositores (MED, 1996).
FIGURA 27 – INDICATIVOS DE INTENSIDADE EM MÚSICA
fff molto fortíssimo, com a máxima força.
ff fortíssimo, muito forte.
f forte, forte.
mf mezzoforte, meio forte.
mp mezzopiano, meio fraco.
p piano, fraco, suave.
pp pianíssimo, muito suave.
ppp molto pianíssimo, o mais suave possível.
FONTE: MED (1996, p. 214)
Numa orquestra sinfônica, quando os músicos interpretam um trecho 
musical em mezzoforte, por exemplo, o regente é quem vai orientar sobre o grau 
de força utilizado para esta dinâmica. Isto porque a concepção de intensidade 
é algo muito particular, subjetivo. Assim, o regente irá controlar a dosagem de 
força, irá equilibrar a emissão das notas pelos músicos para que encontrem o tal 
“mezzo-forte” comum.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
38
2.4 TIMBRE
Nossa última propriedade do som, o timbre, refere-se, segundo Dourado 
(2004, p. 331), ao que “diferencia a qualidade de sons de igual intensidade e 
frequência devido à presença maior ou menor de determinados harmônicos e 
sua relação com a fundamental”. Para exemplificar este conceito, se você ouvir 
um trompete e um acordeão tocando a mesma nota, vai perceber que ainda assim 
há uma diferença na qualidade dos sons. Você vai perceber que se trata de sons 
de qualidades diferentes – mas a mesma nota!
O que acontece quando identificamos uma nota musical tocada por um 
trompete é que estamos ouvindo e identificando o timbre deste instrumento. Como 
já vimos, as notas musicais possuem suas frequências particulares, mas o que 
acontece é que outras frequências “soam” junto com a principal. Estas frequências 
múltiplas presentes num som gerador é o que chamamos de harmônicos. Mais 
adiante, na Figura 30, estaremos falando novamente sobre os harmônicos.
Se um clarinete tocar o dó central, estaremos ouvindo um determinado 
número de harmônicos, muito diferente da quantidade de harmônicos de um 
violoncelo. No primeiro, o som é produzido pela vibração da palheta e, no segundo, 
pela fricção da corda. Condições diferentes de produção sonora irão determinar 
a quantidade de harmônicos presentes no som e, desta forma, iremos identificar 
o timbre destes instrumentos. A combinação de instrumentos (madeiras, metais, 
cordas e percussão) resulta em variedade de timbres, enriquecendo a proposta 
musical. Na Figura 28 vemos diferentes instrumentos resultando na variedade 
de timbres característica do jazz: o contrabaixo, guitarra, saxofone tenor e bateria.
FIGURA 28 – DIFERENTES INSTRUMENTOS NUM GRUPO DE JAZZ
FONTE: Disponível em: <http://www.truman.edu/majors-programs/majors-minors/
music-major/music-ensembles/>. Acesso em: 23 maio 2016.
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
39
3 ELEMENTOS DA MÚSICA
Agora que você já conhece as propriedades do som, poderá vislumbrar 
os elementos musicais utilizados pelos compositores ao criarem suas obras: a 
melodia, a harmonia e o ritmo.
3.1 MELODIA
De acordo com Dourado (2004, p. 200), a melodia é, “de forma genérica, 
certa sequência de notas organizada sobre uma estrutura rítmica que encerra 
algum sentido musical”. Encontraremos melodias muito diferentes nas várias 
culturas do nosso planeta, cada qual com suas tradições que lhes são particulares. 
De forma popular, ouve-se dizer que o canto dos pássaros também representa 
uma melodia, o que é discutível. Não há na natureza a melodia, trata-se de uma 
invenção humana. É correto afirmar que os pássaros emitem sons determináveis, 
como as notas musicais. No entanto, o canto das aves representa no máximo um 
“motivo” ou um “inciso”. O “motivo” refere-se à menor parte reconhecível de 
uma melodia. Uma melodia é formada a partir de motivos. 
Podemos fazer uma analogia de melodia com o texto escrito: uma 
combinação de três ou quatro palavras já começa a fazer algum sentido, o que 
poderia representar um “motivo”. Outras combinações de palavras podem 
acrescentar mais sentido e, da mesma forma, uma combinação de motivos irá 
criar uma frase musical.
Normalmente, você pode até esquecer a letra de uma música, mas 
vai lembrar-se da melodia, pois é um elemento muito marcante. A melodia 
normalmente é o elemento mais evidente e pode ter mais de uma voz, como 
nas duplas sertanejas onde cantam a primeira e a segunda voz. A primeira é a 
melodia em si, enquanto que a segunda complementa e reforça harmonicamente 
a melodia.
Você pode ter ainda um contracanto, uma segunda melodia que faz 
contraste com a primeira. As melodias normalmente possuem pontos de repouso, 
que equivalem às vírgulas que colocamos nos textos. Servem para dar sentido 
e também para literalmente respirar, e os pontos finais representam os finais 
de frases. O final de uma frase musical nos traz uma sensação de que a música 
acabou ou que terá continuidade. A organização das melodias como frases 
musicais acontece de forma métrica, como se cada frase de nosso texto escrito 
possuísse a mesma quantidade de palavras. A organização de frases musicais se 
dá no tempo, por isso a organização métrica do tamanho das frases musicais nos 
auxilia em sua compreensão.
Cada nota de uma melodia, quando escrita na partitura, terá o seu devido 
lugar. Se a melodia sobe e depois desce, também a posição escrita das notas irá 
subir e descer, e assim por diante.
UNIDADE 1 | INSTRUMENTOS MUSICAIS E PARTITURAS
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FIGURA 29 – EXEMPLO DE MELODIA
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
3.2 HARMONIA
Outro elemento da música é a harmonia. Assim como a melodia, 
a harmonia é resultado de um desenvolvimento humano, portanto, não 
encontramos a harmonia musical na natureza. Não encontramos na natureza um 
acorde de dó maior, ou uma cadência perfeita. Entretanto, a harmonia musical 
como a conhecemos é fruto de um contínuo desenvolvimento histórico. A 
palavra harmonia significa um acordo entre partes de um todo, uma organização 
equilibrada destas partes. Assim, podemos afirmar que um grupo de jazz numa 
bela performance musical é um grupo harmonioso. No sentido objetivo da música, 
harmonia é a combinação de sons de acordo com um sistema. A combinação dos 
sons origina-se da série harmônica, como já falamos neste tópico.
Reforçando este conceito, Med (1996, p. 92) nos ensina que “Um som 
musical não se constitui de apenas uma nota. Juntamente com o som principal 
soam sons secundários, bem fracos e quase imperceptíveis. O som principal é 
chamado som fundamental e os sons que o acompanham são os sons harmônicos”.
Imagine uma corda de um instrumento musical sendo tangida: haverá 
a vibração da corda inteira e também uma vibração nas metades. Além disso, a 
vibração também ocorrerá em terços de maneira menos intensa, em quartos e assim 
sucessivamente. São os sons harmônicos que acompanham o som fundamental.
TÓPICO 2 | A OBJETIVIDADE MUSICAL
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FIGURA 30 – SONS HARMÔNICOS
am
pl
itu
de
 d
a 
vi
br
aç
ão
 d
a 
co
rd
a
sons harmônicos, originários do som fundamental
som fundamental = Dó
dó dó sol sol sibmidó dó
FONTE: Luiz Lenzi (2016)
O exemplo aqui é a nota dó, porém, todas as outras notas geram série 
harmônica. Assim você começa a perceber a construção do sistema harmônico 
musical. O sistema harmônico irá tratar de um acompanhamento da melodia, 
numa sequência de acordes. Um

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