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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. JOÃO MAGAL, pessoa física, inscrito no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado ..., inscrita na OAB nº .../PR, com endereço eletrônico ..., com escritório profissional sito à R. ..., nº ..., bairro ..., Curitiba, Estado do Paraná, CEP ..., onde recebem intimações, com fulcro no artigo 1.015, V do Código de Processo Civil, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PLEITO DE TUTELA CAUTELAR RECURSAL I. DO PREPARO O agravante requer o deferimento da justiça gratuita, por não ter condições de arcar com as custas processuais sem prejudicar o seu sustento, bem como o de sua família, desse modo, apresenta declaração de hipossuficiência. II. DA TEMPESTIVIDADE O presente recurso é tempestivo, visto que a publicação de intimação ocorreu em 05/05/2020, assim, o prazo é de 15 dias úteis para interposição do recurso, que termina em 26/05/2020. Termos que, P. Deferimento. Curitiba, ... de maio de 2.020. ADVOGADO OAB EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUTOS Nº: 0000000.00-0000.00.0000 ORIGEM: 50º VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA-PR AGRAVANTE: JOÃO MAGAL AGRAVADA: MARIA DA LUA Eméritos Julgadores! I- A EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO. João Magal ingressou com ação de Nulidade Contratual em face de Maria da Lua, pleiteando a nulidade do contrato firmado entre as partes. Na petição inicial o agravante também formulou pedido de tutela de urgência de natureza antecipada referente ao contrato firmado. Considerando que não possui condições financeiras de pleitear em juízo sem o prejuízo próprio e o de sua família, o agravante requereu a concessão dos benefícios da justiça gratuita, juntando com a petição inicial declaração firmada de próprio punho e documentos que embasavam o seu pedido. Em decisão de fls. ..., houve o MM. Dr. Juiz “a quo”, indeferiu o pedido de concessão da justiça gratuita, determinando ao autor o imediato recolhimento das custas e despesas processuais, sob pena de extinção do processo. Ocorre que grave equívoco cometeu o juízo, estando presentes os requisitos necessários para a reforma da decisão, como será demonstrado. II- AS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA OU DE INVALIDAÇÃO DA DECISÃO. A controvérsia cinge-se à presença dos requisitos necessários à concessão da assistência judiciária gratuita. O agravante sustenta não ter condições de arcar com as custas processuais, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. Conforme dispõe o artigo 98 do NCPC, a pessoa que não dispor de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça: Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”. De acordo com o §3º do artigo 99, a alegação de insuficiência deduzida pela pessoa física é presumida como verdadeira. Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. §1º. Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. §2º. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. §3º. Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. (...) §6º. O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos. §7º. Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento”. Nesse sentido, o TJPR entende que: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIA COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. DECISÃO QUE INDEFERIU O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA A AUTORA. INSURGÊNCIA. COMPROVAÇÃO DE REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. PARTICULARIDADES FÁTICAS CONDINZENTE COM A POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. NECESSIDADE DE REFORMA. BENEFÍCIO QUE MERECE SER CONCEDIDO. ART. 932, V, DO CPC. RECURSO PROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA (TJPR - 17ª C. Cível - 0024434-71.2019.8.16.0000 - Curitiba - Rel.: Sandra Bauermann - D.J 30.05.2019) III- DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL A decisão ora agravada indeferiu o pedido de concessão da justiça gratuita. Porém, necessário o deferimento, em caráter de urgência, da antecipação da tutela recursal, pois o Magistrado a quo indeferiu o benefício da gratuidade judiciária por entender que não restou comprovada a hipossuficiência financeira da parte autora. No entanto, é possível impugnar a concessão do benefício em qualquer fase do processo, oportunidade em que o Magistrado a quo poderá reexaminar a questão. Ainda que a decisão que defere ou indefere a gratuidade judiciária não sofre os efeitos da coisa julgada ou da preclusão. Nesse sentido, o TJPR entende que: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PROVA DE RENDA COMPATÍVEL COM O BENEFÍCIO. Para fins de concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, exige-se prova da hipossuficiência econômica, não bastando, para tanto, mera declaração de incapacidade financeira. Agravante que comprova ganhos mensais compatíveis com o benefício postulado. Ademais, cabe ao Juiz revogar a AJG, ou à parte adversa impugnar a concessão, mediante elementos que comprovem a desnecessidade. Arts. e da Lei nº 7º 8º 1.060 (TJRS, 7ªCCv, AI 70046295499,/50. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. André Luiz Planella Villarinho, 23.11.2011). O legislador previu no art. 1.019, I do Código de Processo Civil que: Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão. Deste modo, requer-se o deferimento do recurso em sede de antecipação de tutela, comunicando o juízo “a quo” da decisão proferida. Em suma, não existem nos autos elementos suficientes a afastar a presunção iuris tantum em favor da agravante, restando evidenciado que, no momento atual, não possui condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do próprio sustento. IV- REQUERIMENTO Diante do exposto, requer-se que o presente recurso seja conhecido e provido, deferindo-se, liminarmente, o pedido de antecipação da tutela recursal. Termos que, P. Deferimento. Curitiba, ... de maio de 2020. ADVOGADO OAB
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