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HISTÓRIA E MEMÓRIA
Alexsandro da Silva Senes
Edilazio Edimilton Pacheco Araujo
 Flávio Roberto dos Santos
Paulo Antônio Tureck 
Professor-Tutor Externo: Heloisa Barreto Klein
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
História (HID0602) – Prática do Módulo IV
20/06/2018
RESUMO
A história relata feitos coletivos como guerras, cultura, costumes, religião e sociedade, mas, também feitos individuais como governos/líderes, filósofos, inventores, pintores entre outros. Desta forma a história utilizou-se de uma visão eurocêntrica, o velho continente monopoliza ainda boa parte da história, o que prejudica um estudo mais homogêneo e bem fundamentado na diversidade, preceitos que estão ausentes na história de cada cultura e região. O ensino de História passou por modificações, se modernizando para atender as atuais necessidades da educação, uma ordem cronológica facilitou o aprendizado, afinal a cronologia serve para facilitar a compreensão do tempo, mas, não resume toda a História situando épocas e fatos ocorridos, esta linha temporal permite um olhar mais superficial, e com diretrizes mais produtivas que o estudo mais aprofundado e cientifico. 
Palavras-chave: Memória, Tempo e Identidade.
1 INTRODUÇÃO
O estudo de história sofreu com o tempo muitas mudanças, trazendo consigo benefícios que enriquecem os conteúdos abordados para o ensino de história, desta forma melhorando os métodos utilizados pelos professores e historiadores.
Por estudar o passado, a história possui uma ligação na sua essência com o tempo, por este detalhe a história torna-se única e muito abrangente, trabalhando com memórias, com escritos e pinturas, entre outras fontes usadas para desvendar o enigma que é a história humana como um todo.
Os métodos de ensino usados para o ensino de história, atualmente partem do pressuposto de uma ordem cronológica, facilitando o aprendizado que antes era dificultado pela dispersão dos acontecimentos e das datas, esta linha temporal permite um olhar mais superficial, e com diretrizes mais produtivas que o estudo mais aprofundado e cientifico.
2 HISTÓRIA E MEMÓRIA
A história como ciência está ligada ao conhecimento do tempo, por um longo período a história foi passada oralmente, mas, com a invenção da escrita passou a ser gravada e obteve reconhecimento, por possuir documentos para argumentos bem fundamentados, passando a ser vista como ciência. A história caiu em descrença, fazendo com que a identidade cultural em algun momentos fosse perdida, desta forma, atualmente está sendo recuperada a identidade que fora perdida, afinal alguns fragmentos históricos dependem de uma ou mais visões, foi o caso de relatos da segunda guerra mundial, que vieram à tona somente depois do fim dela, através das cartas de soldados que estavam no fronte, estes relatos mostravam uma realidade bem diferente das relatadas por superiores e políticos, com estas fontes foi possível equipara-las e tirar uma conclusão mais precisa do que foi exposto sobre a guerra e seus impactos.
A história relata feitos coletivos como guerras, cultura, costumes, religião e sociedade, mas, também feitos individuais como governos/líderes, filósofos, inventores, pintores entre outros. Desta forma a história utilizou-se de uma visão eurocêntrica, o velho continente monopoliza ainda boa parte da história, o que prejudica um estudo mais homogêneo e bem fundamentado na diversidade, preceitos que estão ausentes na história de cada cultura e região. O ensino de História passou por modificações, se modernizando para atender as atuais necessidades da educação, uma ordem cronológica facilitou o aprendizado, afinal a cronologia serve para facilitar a compreensão do tempo, mas, não resume toda a História situando épocas e fatos ocorridos, esta linha temporal permite um olhar mais superficial, e com diretrizes mais produtivas que o estudo mais aprofundado e cientifico. Alguns continentes que possuem uma história tão antiga quanto a europeia, sendo desconhecido pelo ocidente, merecem algum destaque como a África, Ásia e o Oriente Médio onde possuem uma história diferente com uma cultura aparte e que é esquecida pelo mundo ocidental.
Cada indivíduo traz consigo memórias e uma bagagem histórica muito rica, podemos perceber isto através dos diferentes costumes, das diferentes culturas em que estamos integrados, tornando-se banal a nosso olhar, todas estas memórias tornam-se fatos históricos, a história nos dias de hoje atravessa um período de readaptação, deixando de ser somente datas e decoreba, para usar outras fontes de pesquisa, tornando-a mais verídica, “A tomada de consciência da construção do fato histórico, da não-inocência do documento lançou uma luz reveladora sobre os processos de manipulação que se manifestam em todos os níveis da constituição do saber histórico”( LE GOFF, 5ª ed. 2003, p. 11). Diferentes pontos de vista são essenciais para a pesquisa, desde que sejam confiáveis. A História usa das memórias como fonte de pesquisa para preencher lacunas, e dar coerência aos fatos narrados, respondendo questões com a de onde viemos? O que passamos? E onde devemos pisar no futuro? Estas questões transformaram a história em uma matéria única, que nos traz os acontecimentos e suas consequências, “A história é émula do tempo, repositório dos factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro” (DOM QUIXOTE). Seu aprendizado é fruto de experiências, que em sociedade vivenciamos ao longo dos anos, envolvendo sempre a ação do homem, impactando na esfera social, ambiental e material. Pode-se tomar de exemplo o modo de organização social (no âmbito social), o desmatamento (no âmbito ambiental) e as pirâmides (no âmbito material). 
Com a história pode-se ver a evolução social que o homem vem atravessando, tendo um avanço tecnológico crescente e dinâmico. Muitas das descobertas arqueológicas tornaram-se possíveis graças a estas tecnologias inovadoras, trazendo consigo construções, costumes, que antes só ficavam em nosso imaginário, neste período de Ascenção tecnológica pode-se desvendar estes mistérios que cercam a vida, alguns são considerados patrimônios da humanidade, nossas memórias de um passado distante, que hoje consideramos ultrapassados, mas servem de lembrete de um passado glorioso para cada cultura.
2.1 COMPREENDENDO A HISTÓRIA
O ensino de História passou por modificações, se modernizando para atender as atuais necessidades da educação, uma ordem cronológica facilitou o aprendizado, afinal a cronologia serve para facilitar o aprendizado, mas, não resume toda a História situando épocas e fatos ocorridos, esta linha temporal permite um olhar mais superficial, e com diretrizes mais produtivas que o estudo mais aprofundado e cientifico. Alguns continentes que possuem uma História tão antiga quanto a europeia, sendo desconhecido pelo ocidente, merecem algum destaque como a África, Ásia e o Oriente Médio onde possuem uma história diferente, com uma cultura aparte e que é esquecida pelo mundo ocidental. Com isso se obteve um valor inestimável voltado para a disciplina de história, muitos estudiosos e estudiosas do campo da história, tem com seus esforços, já a algum tempo, tentado mostrar uma forma mais racional e abrangente de entender e discutir o estudo da história, Jaques Le Goff é um exemplo de historiador contemporâneo. A compreensão do passado e presente tem papel fundamental na forma de entender o tempo, a linha temporal exige uma atenção, os acontecimentos que são dispostos muitas vezes foram interpretados, pois nem sempre se usou a data de nascimento de cristo como marco, para a contagem dos anos, e como no atual marco usado a.C.(antes de cristo) ou d.C.(depois de cristo), o próprio nascimento de cristo não está totalmente correto, descobriu-se que o responsável por datar o ano que jesus nasceu confundiu o Herodes, personagem que mandou matar a criança que seria o próximo messias. No campo da história as descobertas nem sempre são precisas e, portanto, devemossempre buscar informações antes de concluirmos algo, sendo esta conclusão levada com seriedade e com uma diversidade de fontes, para concluir o historiador deve de fato ter muito conhecimento, leituras, pesquisas e pessoas a quem possa depositar confiança e verdade nas palavras.
Assim como Paulo Freire destaca “ A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. ” (PAULO FREIRE, 2002). Há uma parte em comum em todas as ciências, o pedagógico, este que e inerente a educação, seja ela de crianças, adolescente, jovens ou adultos. A história como parte pedagógica, usa de forma consciente e precisa todo o conteúdo abordado, assim como Paulo Freire destaca a alegria de ensinar e aprender devem estar unidas, principalmente no contexto da escola onde o futuro se molda.
Devemos não somente criticar mas aprender com o passado, se não houvesse a igreja para unir os povos bárbaros e romanos, possivelmente os árabes teriam invadido a Europa, e hoje a nossa história é guiada pelo mesmo pressuposto, se não fosse as bombas atômicas a segunda guerra se estenderia por anos sendo imprevisível e talvez falássemos hoje alemão como língua universal, e os Estados Unidos da América não seriam a grande potência mundial que despontaria da américa. A história em sua essência não julga, ela somente possui o saber, agora rotular é algo que está longe de um historiador, o passado é imutável, mais o que foi passado já foi presente, assim entra em cena a contribuição da história com o presente. Surge então um conceito no ocidente: antigo e moderno. Estes conceitos são denominações de tradicional e recente respectivamente, no entanto obtém-se o desmerecimento entre eles, o antigo é ultrapassado e não é mais usado, o moderno tem-se a falsa sensação de que é bom e inovador, mas ambos atualmente coexistem, onde o moderno paira existe o antigo ainda funcionando muito bem, fazendo uma mescla e criando um misto entre tradicional e moderno. A tradição vem de nossos antepassados que nos passarão pela tradição, temos exemplos deste os cultos religiosos, a cultura, o próprio convívio em sociedade (círculo social) é muitas vezes herança, e na atualidade molda as diferenças tão citadas em nossa sociedade. Por moderno temos a tecnologia que impressiona cada dia mais, o avanço da tecnologia no século XXI é admirável, facilitando a vida de muitos, conectando todos em momento real a chamada globalização, com o avanço da internet está se acessando com facilidade conteúdos, seja documentos, fotos, vídeos dentre outros mecanismos, este avanço está muito intensificado e em um curto período, havendo um choque cultural muito grande e nunca antes presenciado, podendo gerar reflexos sociais em um futuro bem próximo, a individualidade e o aumento de indivíduos antissociais acarreta em problemas psicológicos e de relacionamento. No entanto, faz parte do processo evolutivo que ocorre desde os primórdios, o “velho” dá lugar ao “novo”.
2.2 MEMÓRIA E IDENTIDADE
O Pau-Brasil é um ícone da História brasileira, foi o primeiro produto a ser comercializado proveniente da nova colônia portuguesa, por causa de sua madeira nobre e de boa queima, foi usada para aquecer ambientes, tendo em vista sua queima lenta, e também por sua tintura, tal tintura era extraída da madeira e possuía uma cor rubra, que foi usada para pintar vestimentas e móveis, que para a época foi um grande diferencial, tendo um elevado valor comercial e sendo muito cobiçado pela nobreza, isto em torno de 1500 a 1530. Os indígenas eram os responsáveis por cortar e carregar os navios, em troca recebiam dos portugueses bugigangas como espelhos, objetos de ferro, machados, entre outras quinquilharias, que os indígenas não possuíam, esta forma de troca comercial leva o nome de escambo, e foi a primeira realizada em solo brasileiro.
A extração do Pau-Brasil era regulamentada pela coroa portuguesa, a coroa expedia licenças, que eram necessárias para se ter um controle de mercado, mas, havia uma exigência como pagamento, adentrar as novas terras, cerca de 330 léguas (1386 km) para o interior, desta forma a coroa portuguesa obteria progresso em demarcar suas novas terras, conhecendo suas fronteiras. O primeiro a possuir uma licença foi Fernando de Noronha, em torno de 1501, outros países cobiçaram o Pau-Brasil pelo fator econômico, foi o caso de Espanha e França, que extrairão a madeira de forma ilegal, a Espanha se viu obrigada a respeitar o tratado de Tordesilhas, já a França contestava o tratado, que considerava uma lastima, e continuou a exploração ilegal.
Atualmente o Pau-Brasil é protegido por lei, e já beirou a extinção, desta forma, tenta-se proteger este tesouro nacional, que se recupera graças a conscientização sobre sua importância, muitas mudas já foram plantadas e distribuídas em todo território brasileiro. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história sofre críticas por lidar com o tempo, afinal a cronologia serve para facilitar o aprendizado, mas, não resume toda a história temporal, onde havia o feudalismo da forma tradicional europeia, havia o “feudalismo” árabe, asiático, americano entre outros que seguiam uma linha completamente diferente, nas américas ainda se encontravam na pré-história por exemplo.
Os métodos de ensino passaram por evoluções, e atualmente com o uso da tecnologia evoluiu de uma forma sem precedentes, o professor está tendo que correr atrás de métodos que se adequem a real necessidade de seus estudantes, proporcionando mais interesse e centralidade a eles, organizando toda essa informação que é adquirida com a tecnologia e dando um sentido utilitário para sua vida profissional e social.
A vivência que cada um possui se obtém memórias, a história serve de ponte para acessar estas memórias, seja de destaque a uma nação ou individual, forma-se assim uma grande colcha de retalhos que se conecta com suas diferenças e igualdades, tendo diversas fontes para formar uma opinião o historiador é um eterno aprendiz do tempo passado e presente.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
LE GOFF, Jacques. História e Memória / Jaques Le Goff; Tradução Bernardo Leitão... [et al.]. – 5ªed. – Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.
SAAVEDRA, Miguel de Cervantes. Dom Quixote de La Mancha / Miguel de Cervantes Saavedra; Tradução Almir de Andrade e Milton Machado. ​​​Editora brasileira, SP: Livraria José Olympio Editora, 1952.
SILVA, Bruno Isaías da. “Exploração do Pau Brasil”; InfoEscola. Disponível em <https://www.infoescola.com/historia/exploracao-do-pau-brasil/>

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