Prévia do material em texto
Tema 01 – A proteção jurídica do meio ambiente Bloco 1 Mariana Battochio Stuart Direito Penal Ambiental W BA0508_V1.0 Evolução histórica da proteção ambiental • Surgimento da preocupação com as questões ambientais. 1972- Primeira Conferência Mundial Sobre o Homem e o Meio Ambiente • Considerada a gênese. • Criação PNUMA. • Proteção ambiental como entrave ao crescimento econômico e social das nações. 1982 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente • Conferência de Nairobi – Quênia. • Sede do PNUMA. • Poucos avanços. • Apenas recapitulou as medidas protetivas de 1972. 1987 - Relatório Brundtland • Comissão da ONU. • Presidida Gro Brundtland. • Conceito de Desenvolvimento Sustentável. 1992 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento/ECO 92 • Conferência mais relevante para proteção ambiental. • Assinatura de inúmeros tratados. • Assunção de compromissos e metas. • Surgimento de declarações que trouxeram os princípios de Direito Ambiental. 2002 - Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável • Johannesburgo – Rio +10. • Poucos avanços. • Combate ao terrorismo – pós 11 de setembro de 2001. • Causa ambiental em segundo plano. 2012 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento • Rio+20 – RJ. • Comemoração dos 20 anos da ECO92. • Nenhuma meta ou acordo significativo. • Conceito de Economia Verde: § Economia de baixo carbono, § Eficiência na utilização dos recursos naturais, § Socialmente inclusiva. Conceito de Direito Ambiental Conjunto de regras e princípios que cuidam da proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Ramo multidisciplinar, pois dialoga com Direito Civil, Penal, Administrativo… Natureza jurídica do Direito Ambiental Direito Público X Direito Privado Direito Difuso – artigo 225 CF e 81, parágrafo único CDC. Pertence a todos sem pertencer a ninguém individualmente. Transindividual: ultrapassa a esfera de uma só pessoa, atingindo a todos indistintamente. PNMA Lei 6.938/1981 Norma infraconstitucional mais importante em matéria ambiental. Criou o SISNAMA. Art. 6°. Conjunto de órgãos que tutelam o meio ambiente. Inovou com a responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente. Constituição Federal de 1988 Art. 225 – pioneira ao estabelecer um capítulo exclusivo ao MA. Elevou o equilíbrio ecológico ao rol dos direitos fundamentais. Rol do art. 5° CF Exemplificativo. Não taxativo. Espécies de meio ambiente • Meio ambiente físico ou natural; • Meio ambiente artificial ou urbano; • Meio ambiente cultural: artigo 215 e 216 CF; • Meio ambiente do trabalho. Meio Ambiente Físico ou Natural: tudo que existe independentemente de ação antrópica. Leis: Código Florestal, SNUC, PNRH, PNRS, PNSB. Meio Ambiente Artificial ou Urbano: art. 182 e Estatuto da Cidade – Lei 10.257/2001. F.S.P urbana: plano diretor. F.S.P. rural: art. 186 CF. Aproveitamento adequado dos recursos naturais. Respeito às normas trabalhistas. Bem-estar que favoreça o proprietário e trabalhadores. Meio Ambiente Cultural: art. 215 e 216 CF. Modos de fazer, criar, viver. Patrimônio cultural. Meio Ambiente do Trabalho: art. 200, VIII, CF. Salubridade do trabalhador. Qualidade de vida laboral. Tema 01 – A proteção jurídica do meio ambiente Bloco 2 Mariana Battochio Stuart Direito Penal Ambiental Princípios basilares do Direito Ambiental • Doutrina: aponta muitos princípios do DA. Veremos os mais relevantes ao nosso estudo. Normas jurídicas Podem ser: PRINCÍPIOS ou REGRAS. Regras: descrição de comportamentos, aplicadas através de subsunção (encaixe do fato à norma). Princípios: enunciados que exprimem ideais, valores. Hierarquia elevada. Um princípio pode anular as regras que o contrariam. Importância dos princípios no Direito Ambiental Ausência de codifição. Harmonia e unidade ao sistema. Desenvolvimento sustentável • Princípio basilar do Dir. Amb. § Relatório Brundtland: solidariedade intergeracional. § Tripé da sustentabilidade. Prevenção e precaução Princípios acautelatórios. Prevenção: atua em situações em que os danos ao MA são conhecidos pela prática de determinada atividade. Precaução: atua diante da incerteza científica. In dubio pró ambiente. Poluidor-pagador • Art. 4 , inciso VII, 6938/1981. • Não é um direito à poluição. O nome leva a uma compreensão equivocada. • Agora chamado de princípio da responsabilidade. • Finalidade repressiva e preventiva. • Internalizar as externalidades negativas. Subsidiariedade da indenização em $ • A lei estabelece uma preferência pela recuperação do meio ambiente degradado. • Somente se não for possível restaurar o status quo ante o MA, admite-se que haja a indenização em pecúnia. Usuário – Pagador Art. 4, inciso VII, da PNMA. • Aquele que utiliza os recursos naturais com finalidades econômicas vai ter que arcar com os custos da utilização. • Ex.: art. 19 Lei 9433/97 PNRH. Usuário – Pagador Cobrança pelo uso dos recursos hídricos. Reconhece os recursos naturais como bens econômicos. Incentiva o uso racional. Evita a super exploração. Protetor-recebedor Art. 6, Inciso II, PNRS – Lei 12.305/2010. • Caráter premial: incentiva economicamente quem protege o MA. • Fomenta condutas positivas à conservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Vedação de retrocesso Vale tanto para os Direitos fundamentais quanto para os DH’s. Uma vez estabelecido um piso mínimo protetivo, eu jamais poderei reduzir esta proteção. Ex. de aplicação: as ADIN propostas contra o Código Florestal. Princípio da participação ou compartilhamento Art 225, caput, da Constituição Federal. A coletividade é chamada para auxiliar o Poder Público com a proteção dos recursos naturais. Participação Popular – acesso à informação, acesso à justiça e possibilidade de influir/participar nas tomadas de decisões estatais. Princípio da função socioambiental da propriedade Art. 1228, parágrafo 1° do CC. Art. 182 e 186 CF. Conhecido como ecologização da propriedade. Direito de propriedade passa a não ser mais absoluto. Dever de cumprir as finalidades sociais e econômicas, além de preservar os recursos naturais