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CONTABILIDADE DE CUSTOS I A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu- ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis- taram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil- idade, segurança e modernidade, visando à satis- fação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Cristiane de Carvalho Pimenta. Contabilidade de Custos I / Pimenta, Cristiane de Carvalho. - Multivix, 2020. Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 3MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS > Quadro 5: Principais diferenças entre custos e despesas 20 > Quadro 8: Principais diferenças entre investimentos e gastos 25 > Quadro 11: Exemplos de aplicação dos Princípios Contábeis 27 > Quadro 2 – Exemplo de como ocorrem os custos semifixos 38 > Quadro 4 – Demonstrativo dos custos de produção 40 > Quadro 10 – Custos indiretos de uma empresa 47 > Quadro 13 – Etapas da apuração do CPV 52 > Tabela 1 - Vantagens e desvantagens do método do custeio por absorção 63 > Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do método do custeio variável 64 > Quadro 1 - Demonstração de resultados de uma empresa comercial 112 > Quadro 2 - Principais diferenças entre a contabilidade de custos e a contabilidade financeira 114 > Quadro 1 - Confrontação das receitas com os custos 141 5MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS > Figura 1: Matéria-prima é um exemplo de custos relacionados à produção 15 > Figura 2: Aspectos importantes quanto à classificação de custos 16 > Figura 3: Pagamento de comissões é um exemplo de despesas 17 > Figura 4: Os produtos estocados correspondem ao produto final 19 > Figura 6: Maquinários SÃO um exemplo de um investimento permanente 22 > Figura 7: Classificação dos gastos 23 > Figura 9: Investimentos não planejados refletem em prejuízos para a empresa 26 > Figura 12: Mão de obra direta é um custo de transformação 29 > Figura 13: Esquema dos custos primários 30 > Figura 1 – A mão de obra é um custo direto 36 > Figura 3 – Variação dos custos semivariáveis por nível de produção 38 > Figura 5 – Comportamento dos custos variáveis 40 > Figura 6 – Exemplos de custos indiretos de fabricação 43 > Figura 7 – Uso de estimativas e critérios de rateio na atribuição dos custos indiretos 43 > Figura 8 – Setor de controle de qualidade (mão de obra indireta) 45 > Figura 9 – A escolha do critério de rateio é feita em função do recurso mais utilizado na produção 47 > Figura 11 – A representação dos departamentos 49 > Figura 12 – As empresas são divididas em departamentos 50 > Figura 1 Exemplo de custear: acumulação ou reunião de custos 60 > Figura 2 - Critérios para escolher o método de custeio 61 > Figura 3 - Distinção entre custos e despesas 66 > Figura 3 - Distinção entre custos e despesas 67 > Figura 5 - Condições básicas de um custo direto 68 > Figura 6 - A farinha de trigo é um exemplo de material direto na produção de pão 69 > Figura 7 - Elementos principais dos custos em manufatura 70 6 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 > Figura 8 - O material direto precisa ser de fácil identificação 71 > Figura 9 - O serviço de limpeza é um exemplo de serviço complementar 72 > Figura 10 - Diversidade de profissionais encontrada em uma empresa 74 > Figura 11 - A embalagem corresponde a um material direto 75 > Figura 1 - Exemplo de estoque de produtos a serem vendidos 83 > Figura 2 - É fundamental que as empresas controlem seus estoques 85 > Figura 3 - A vantagem de controlar o estoque é a disponibilidade de informações para as tomadas de decisão 86 > Figura 4 - Contagem física dos itens de um estoque 87 > Figura 5 - A apuração do resultado pode ser mensal, trimestral 89 > ou semestral, para fins de gestão 89 > Figura 6 - O estoque de veículos é exemplo de um bem que utiliza o preço específico 90 > Figura 7 - Movimentação de mercadorias 92 > Figura 8 - Movimentação de mercadorias pelo método a preço de reposição 93 > Figura 9 - Movimentação de mercadorias pelo método PEPS 93 > Figura 10 - Movimentação de mercadorias pelo método UEPS 94 > Figura 11 - Avaliação pelo método do custo médio ponderado móvel 94 > Figura 12 - Movimentação de mercadorias pelo método do custo médio ponderado móvel 95 > Figura 13 - O ideal para o mercado é o equilíbrio da economia 96 > Figura 14 - Os critérios de avaliação de estoque UEPS e custo médio ponderado fixo tendem a distorcer os resultados 97 > Figura 1 - A contabilidade de custos controla os gastos das indústrias 102 > Figura 2 - A indústria de petróleo é um exemplo de indústria em função da transformação 103 > Figura 3 - Manipulação dos valores monetários 104 > Figura 4 - As informações contábeis são relevantes para o governo brasileiro 105 > Figura 5 - Fórmula utilizada pela contabilidade de custos 107 7MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 > Figura 6 - A demanda de custos de um setor produtivo 108 > Figura 7 - Fórmula utilizada pela contabilidade financeira 109 > Figura 8 - Empresas industriais deram origem à contabilidade de custos 111 > Figura 11 - Pessoas físicas também utilizam a contabilidade financeira 115 > Figura 12 - A contabilidade de custos e a contabilidade financeira protegem os recursos das empresas 116 > Figura 13 - O contador e suas atribuições 117 > Figura 1 - Usuários do plano financeiro 124 > Figura 2 - O período do plano financeiro varia de acordo COM CADA EMPRESA 124 > Figura 3 - O controle está situado no limite entre as receitas e as despesas 127 > Figura 4 - Esquema básico de controle de custos 128 > Figura 5 - As empresas fazem investimentos com objetivo de alcançar bons retornos 129 > Figura 6 - Dinheiro em espécie é um exemplo de bens numerários 130 > Figura 7 - A cada ano, um percentual do valor do bem será depreciado 133 > Figura 8 - Tipos de depreciação 134 > Figura 9 - Possíveis formas de ocorrência de um desembolso 136 > Figura 10 - Exemplo clássico de desembolso 137 > Figura 11 - Um simples bolsa é um objeto de custos 139 > Figura 12 - O valor das vendasbrutas é igual ao somatório de todas as vendas 141 8 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1UNIDADE 2UNIDADE 4UNIDADE 3UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 11 1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS 15 1.1 CONCEITO DE CUSTOS E DESPESAS 15 1.2 AS DIFERENÇAS ENTRE CUSTOS E DESPESAS 18 1.3 CONCEITO DE INVESTIMENTOS E GASTOS 21 1.4 DIFERENÇAS ENTRE INVESTIMENTOS E GASTOS 25 1.5 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS 27 1.6 CONCEITOS CONTÁBEIS RELACIONADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS 29 2. ABORDAGEM GERAL SOBRE CUSTOS 35 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 35 2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 35 2.2. COMPORTAMENTO DOS CUSTOS 39 2.3. CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 42 2.4. CRITÉRIOS DE RATEIO 46 2.5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO 49 2.6. CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS 52 3. OBJETO DE CUSTEIO E ELEMENTOS DOS CUSTOS DE MANUFATURA 59 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 59 3.1 O QUE É OBJETO DE CUSTEIO 60 3.2 FINALIDADE DOS MÉTODOS DE CUSTEIO 62 3.3 TIPOS DE OBJETOS DE CUSTEIO 65 3.4 FORMAÇÃO DOS CUSTOS EM MANUFATURA 68 3.5 ELEMENTOS DOS CUSTOS EM MANUFATURA 70 3.6 ENTENDENDO OS ELEMENTOS DOS CUSTOS EM MANUFATURA 73 4. METODOLOGIA DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 81 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 81 4.1 CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 82 4.2 IMPORTÂNCIA DE CONTROLAR OS ESTOQUES 84 4.3 TIPOS DE INVENTÁRIOS 87 4.4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 90 4.5 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 92 4.6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES 95 9MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5UNIDADE 6UNIDADE 5. CONTABILIDADE DE CUSTOS x CONTABILIDADE FINANCEIRA 101 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 101 5.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS 101 5.2 CONTABILIDADE FINANCEIRA 104 5.3 OBJETIVOS 106 5.4 RELAÇÃO ENTRE CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE FINANCEIRA 110 5.5 DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE FINANCEIRA 113 5.6 UTILIZAÇÃO DOS DADOS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA AS TOMADAS DE DECISÃO 117 6. UMA ABORDAGEM COMPLEMENTAR SOBRE CUSTOS 123 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 123 6.1 O PLANEJAMENTO DE CUSTOS 123 6.2 O CONTROLE DE CUSTOS 126 6.3 ENTENDENDO OS TIPOS DE INVESTIMENTOS 129 6.4 DEPRECIAÇÃO 132 6.5 DESEMBOLSO E PERDAS 136 6.6 OBJETO DE CUSTOS E OUTROS CONCEITOS 139 REFERÊNCIAS 144 10 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 11MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Bem-vindos à disciplina de Contabilidade de Custos I, na qual iremos estudar para aprofundar seus conhecimentos sobre os custos inerentes ao contexto empresarial, no que tange à produção e manutenção de suas atividades. Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, essa disciplina foi orga- nizada em seis unidades, com conteúdos que visam apoiar seu processo de ensino-aprendizagem sobre a contabilidade de custos inerentes do segmento empresarial. Inicialmente, na Unidade 1 de introdução à disciplina abordan- do conceitos e termologias importantes no cenário de custos, com essa base conceitual podemos evoluir para as abordagens práticas de custos como: os objetos de custeio, os elementos dos custos de manufatura, a metodologia de controle e avaliação de estoques, a diferença entre a contabilidade de custos e a financeira. Objetivos da disciplina Após esse processo de aprendizagem, esperamos que, até o final da disciplina, vocês possam: • ampliar a compreensão sobre a terminologia contábil; • conhecer as diferenças entre os conceitos contábeis; • compreender a importância da contabilidade financeira e da contabilidade financeira; • aprender a metodologia de avaliação e controle de estoque. Ao longo da disciplina, serão abordados exemplos, casos práticos, saiba mais, disponibilidade de download de conteúdo complementares, orientações para pesquisas complementares aos estudos, assim como os exercícios de fixação e reforço da aprendizagem. Porém, antes de iniciar a leitura, gostaríamos que vocês parassem um instante para refletir sobre algumas questões: • O que é Contabilidade de Custos? • O que é Contabilidade Financeira? • O que são Princípios Contábeis? • O que são e como diferenciar custos de despesas? 12 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Não se preocupe caso não compreenda os temas mencionados; não quere- mos que vocês respondam de imediato a todas essas questões. Contudo, es- peramos que, até o final dos estudos, vocês consigam formular essas respostas. Enfim, esperamos promover reflexões pertinentes sobre o assunto e desejamos bons estudos! 13MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 14 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I > introduzir conceitos relevantes utilizados na contabilidade de custos; > compreender as diferenças entre custos, despesas, investimentos e gastos; >conhecer e compreender como os princípios contábeis são aplicados à contabilidade de custos; > apresentar conceitos pertinentes à contabilidade de custos. > introduzir conceitos relevantes utilizados na contabilidade de custos; > compreender as diferenças entre custos, despesas, investimentos e gastos; >conhecer e compreender como os princípios contábeis são aplicados à contabilidade de custos; > apresentar conceitos pertinentes à contabilidade de custos. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 15MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS Nesta unidade, será abordada uma base conceitual da contabilidade de cus- tos. Essas informações são importantes para compreensão de termos técnicos aplicados na abordagem e na prática contábil nas empresas. 1.1 CONCEITO DE CUSTOS E DESPESAS Uma empresa, ao adquirir matéria-prima para produção de um produto, con- trai custos. Vamos iniciar conhecendo a definição que alguns autores atribuem ao termo tão utilizado em contabilidade de custos: Custos são os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, sejam eles desembolsados ou não. Só são reconhecidos como custos no momento da fabricação de um produto ou execução de um serviço. Correspondem aos valores gastos com a fabricação dos produtos (CREPALDI S.; CREPALDI G., 2018, p. 20). FIGURA 1: MATÉRIA-PRIMA É UM EXEMPLO DE CUSTOS RELACIONADOS À PRODUÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2020). 16 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como os custos são utilizados diretamente com a produção, a matéria-prima é um bom exemplo a ser mencionado. Atenção Embora seja complexa a classificação dos custos em relação à fabricação de produtos, os custos podem ser categorizados em custos diretos e indiretos. Outro exemplo de custos é a mão de obra responsável diretamente pela fabricação de um bem. Qualquer produto, para ser produzido, necessita de mão de obra no processo produtivo, sem a qual ficaria in- viável sua produção. Em função disso, a mão de obra é considerada imprescindível e responsável direta na produção de um bem. Na produção de um bem, tudo o que é utilizado para que a matéria seja transfor- mada no produto, a contabilidade registra comocustos. É fundamental, quanto à classificação dos custos em comércio, saber com exatidão: FIGURA 2: ASPECTOS IMPORTANTES QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS Dinheiro • quanto foi utilizado? • em que foi utilizado? Fonte: Elaborado pela autora (2020). Para que a empresa tenha conhecimentos exatos de quanto em dinheiro foi utilizado e em que foi utilizado, é necessário que o empresário seja consciente e disciplinado. No entanto, o que acontece, na prática, é uma redução no con- trole dos custos quando a empresa está em uma boa fase. Cabe à contabilidade de custos a missão de identificar os custos, dentre os va- lores gastos pela empresa, para o desenvolvimento de suas atividades. Vamos entender agora o que são despesas e como elas são vistas pelas empre- sas e pelo setor contábil. No caso das despesas, temos como definição: 17MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I São gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, que provocam redução do patrimônio. Também podem ser definidas como valores gastos com a comercialização e a administração das atividades empresariais. Geralmente, são gastos mensais (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 19). Para a empresa realizar vendas, as empresas se utilizam de vendedores; estes, por sua vez, recebem percentuais sobre o valor das vendas, ou seja, recebem comissões. Para a Contabilidade de Custos, comissões são consideradas como despesas para as empresas. FIGURA 3: PAGAMENTO DE COMISSÕES É UM EXEMPLO DE DESPESAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Um segundo exemplo de despesas são os honorários advocatícios. Saiba Mais Para reforçar o entendimento sobre custos e despesas, acesse o link: http://www. portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou- despesa.htm. http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm 18 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As despesas são feitas para aquisição de bens e serviços, utilizados nos setores comercial, administrativo e financeiro, com a finalidade de, direta ou indireta- mente, obter receitas. As despesas podem ser diretas e indiretas. Entendendo a classificação das despesas diretas Tem relação direta com o faturamento, por exemplo, fretes de entrega, impostos diretos sobre o faturamento, comissões de vendas etc. Entendendo a classificação das despesas indiretas Não tem relação com o faturamento, por exemplo, salários e encargos sociais, aluguéis, tarifas públicas, condomínio etc. Os gastos e as despesas são elementos distintos e precisam ser classificados corretamente para fins de contabilização. 1.2 AS DIFERENÇAS ENTRE CUSTOS E DESPESAS Agora que você já sabe o conceito de custos e despesas, vamos aprender quais são as diferenças entre esses termos tão utilizados na contabilidade de custos. Para Viceconti (2018), diferenciar custos e despesas não é uma tarefa simples. Nesse sentido, vejamos um exemplo: Os gastos realizados com embalagem de perfumes de uma grande empresa de cosméticos representam custos, se forem feitos no decorrer da produção (no caso de o produto ser vendido embalado), e serão considerados despesas, se forem feitos no encerramento da produção (caso o produto possa ser vendi- do embalado ou não). Podemos concluir, dessa forma, que os gastos adiciona- dos ao produto nas indústrias são contabilizados como despesas. No caso do leite, é um produto que só pode ser vendido embalado, configuran- do a embalagem um custo ocorrido durante o processo produtivo. Já no caso do sabão (que pode ser vendido embalado ou não), se o custo para ser embalado ocorrer durante o processo produtivo, será considerado custo; se o custo para ser embalado for após o processo produtivo, será considerado despesa. 19MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Dica Os gastos realizados na produção até o produto final – produto pronto para venda em estoque – são custos; após esse momento, todos os demais gastos são despesas. Essa questão representa uma importante dica para diferenciar custos de despesas FIGURA 4: OS PRODUTOS ESTOCADOS CORRESPONDEM AO PRODUTO FINAL Fonte: Plataforma Deduca (2020). Em uma empresa, os custos são diversos, em função da complexidade para que toda a estrutura empresarial funcione plenamente. Vejamos outros exemplos de custos: • combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; • aluguéis e seguros do prédio da fábrica; • depreciação dos equipamentos da fábrica; • gastos com manutenção das máquinas da fábrica. (VICECONTI, 2018, p. 29) 20 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Agora, exemplos de despesas: • gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas; • conta telefônica do escritório e de vendas; • aluguéis e seguros do prédio do escritório. (VICECONTI, 2018, p. 29) Como você pode observar, existem infinitos custos e despesas, os quais variam de empresa para empresa, em função do porte da empresa e da atividade. Leitura Complementar Para que você reforce o aprendizado sobre as diferenças entre custos e despesas, pesquise no site https://www.dicionariofinanceiro. com/custo-e-despesa/ e aumente seus conhecimentos de contabilidade de custos para fortalecer a sua formação como profissional. Os custos e despesas apresentam diferenças significativas, sendo fundamental que você entenda com clareza quais são. Vejamos, então, as principais diferenças entre custos e despesas: QUADRO 5: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CUSTOS E DESPESAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS Custos Despesas Gastos utilizados diretamente com a produção Gastos não utilizados diretamente com na produção Gastos que não reduzem o patrimônio da empresa Gastos que reduzem o patrimônio da empresa Gastos feitos durante o processo produtivo Gastos feitos após o processo produtivo Fonte: Elaborado pela autora (2020). Para Crepaldi e Crepaldi (2018), as despesas incluem todos os elementos que são identificados no setor administrativo, no setor financeiro, setor de vendas, entre outros setores que possam minimizar a receita, ou seja, o lucro da em- presa. Em razão das despesas influenciarem diretamente o resultado do exer- cício da empresa, podendo reduzir o lucro, é que a empresa, por meio da con- tabilidade de custos, precisa administrar sistematicamente seus gastos. https://www.dicionariofinanceiro.com/custo-e-despesa/ https://www.dicionariofinanceiro.com/custo-e-despesa/ 21MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Custos antes das vendas Antes das vendas, os custos são elementos integrantes do estoque de matéria-prima, do estoque de produtos em processo e do estoque de produtos acabados. Custos depois das vendas Os custos depois das vendas tornam-se despesas, obedecendo ao Princípio da Competência (reconhecimento simultâneo das despesas com as receitas). Podemos concluir que as despesas influenciam diretamente o resultado do exercício, diferentemente dos custos. É importante atentar que, se os gastos forem utilizados diretamente na produ- ção, são considerados custos; em contrapartida, se os gastos não forem utiliza- dos diretamente na produção, são considerados despesas. 1.3 CONCEITO DE INVESTIMENTOS E GASTOS Chegou o momento de aprendermos sobre investimentos. Sob o ponto de vista da Contabilidade, os investimentos são valores em que a empresa investe com a finalidade de obter retornos futuros. Saber identificá-los faz toda a dife- rença para o patrimôniodas empresas. Cursos de capacitação para funcionários é considerado investimento, pois eles estarão mais capacitados, gerando melhorias para a empresa. Vamos à definição de investimentos: São todos os gastos ativados em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos. É realizado na obtenção de um bem para o ativo da entidade, bem este ativado em função de sua vida útil ou porque será atribuído a exercícios futuros (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 20). Nesse sentido, as empresas, para investirem, precisam visualizar retornos sig- nificativos em curto ou em longo prazo. Os investimentos no setor produtivo, máquinas, equipamentos e veículos promovem melhorias na produção, con- sequentemente nos lucros. 22 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 6: MAQUINÁRIOS SÃO UM EXEMPLO DE UM INVESTIMENTO PERMANENTE Fonte: Plataforma Deduca (2020). Curiosidade É possível afirmar que todo custo reflete um investimento; porém, nem todo investimento é considerado um custo. A classificação dos investimentos está diretamente atrelada ao período de retorno, e esses investimentos podem ser circulantes (estoques de matéria- prima e produtos para comercialização) e permanentes (equipamentos de produção e instalações). Sob o ponto de vista da Contabilidade, os gastos são recursos financeiros utilizados para que a empresa atinja seus objetivos empresariais. Em relação aos gastos, estes são definidos como: São os encargos financeiros efetuados por uma entidade com vista à obtenção de um produto ou serviço qualquer para a produção de um bem ou para a obtenção de uma receita. Representados por entrega ou promessa de entrega de ativos (geralmente dinheiro). (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 19) 23MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Os gastos são utilizados para diversas finalidades. Vejamos alguns exemplos: • gastos feitos para aquisição de matéria-prima; • gastos com salários; • gastos com comissões sobre vendas. Os gastos classificam-se em: FIGURA 7: CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS Custos Desperdícios Perdas DespesasGASTOS Fonte: Elaborado pela autora (2019). A princípio, tudo é considerado gasto; posteriormente, cada gasto recebe a sua classificação. Para reforçar a importância de se conhecer esses conceitos, vamos ver a per- cepção de outros autores. Vejamos outro conceito de investimentos: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. (MARTINS, 2018, p. 25) Não existe empresa que faça investimentos sem ter como objetivo retorno fu- turo, de diversas naturezas. Os gastos são necessários e representam sacrifício para as empresas. 24 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Agora, o conceito de gastos: Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos. (MARTINS, 2018, p. 24) A complexidade que envolve os gastos requer atenção redobrada no momen- to de classificá-lo corretamente. Saiba Mais Como conteúdo complementar a esse tópico, Investimentos e Gastos, acesse o link: https:// www.financaspraticas.com.br/investir/como- investir-meu-dinheiro/hora-de-investir/gasto-ou- investimento e complemente seus estudos. Vejamos mais um exemplo de investimentos e gastos. Quando uma empresa adquire ações de outras empresas, tal investimento é um gasto, podendo ser classificado como investimento circulante ou não circulante em função do interesse da empresa que levou à compra dessas ações. O dinheiro destinado pelas empresas em serviços de logística, na distribuição de seus produtos, é considerado um gasto. Embora os gastos realizados pelas empresas sejam constantes, os investimentos são mais significativos. https://www.financaspraticas.com.br/investir/como-investir-meu-dinheiro/hora-de-investir/gasto-ou-investimento https://www.financaspraticas.com.br/investir/como-investir-meu-dinheiro/hora-de-investir/gasto-ou-investimento https://www.financaspraticas.com.br/investir/como-investir-meu-dinheiro/hora-de-investir/gasto-ou-investimento https://www.financaspraticas.com.br/investir/como-investir-meu-dinheiro/hora-de-investir/gasto-ou-investimento 25MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I No próximo tópico, vamos aprender sobre as diferenças entre investimentos e custos. 1.4 DIFERENÇAS ENTRE INVESTIMENTOS E GASTOS Assim como não é tarefa fácil entender a diferença entre custos e despesas, ele pode afirmar a diferença entre gastos e investimentos. Está preparado para avançarmos ? Então, vamos lá! Quando falamos em investimentos, estamos falando de aquisição de equipamento de produção; já no caso dos gastos, temos como exemplo o pagamento de salários. Vejamos as diferenças entre investimentos e gastos: QUADRO 8: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE INVESTIMENTOS E GASTOS PRINCIPAIS DIFERENÇAS Investimentos Gastos Gasto com expectativa de retorno após determinado período Gasto com objetivo de obtenção de bens e serviços para a produção Agrega valor para a empresa Gera sacrifício para a empresa Em geral, tem relação com o futuro Está relacionado ao presente Fonte: Elaborado pela autora (2020). Como você pode observar, são grandes as diferenças entre investimentos e gastos! Os investimentos geram retornos significativos para as empresas; já os gastos não, porém sua ocorrência é inevitável. Atenção Gastos são valores que não foram previstos inicialmente, porém surgiram em decorrência de uma necessidade da empresa, e não serão repassados ao cliente final. 26 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Portanto, a contabilidade de custos tem muita relevância no que tange à gestão de custos, até mesmo os investimentos, que, geralmente, proporcionam retornos satisfatórios. Se não forem analisados com cautela, podem gerar gastos desnecessários e prejuízos para a empresa. FIGURA 9: INVESTIMENTOS NÃO PLANEJADOS REFLETEM EM PREJUÍZOS PARA A EMPRESA Fonte: Plataforma Deduca (2020). Downloads Para saber mais sobre investimentos e gastos, faça o download do material do Instituto de Pesquisas e Estudos Contábeis do Rio de Janeiro, pelo link: https://ipecrj.com.br/wp-content/uploads/2017/03/ palestra_quarta_conhecimento_custos_despesas. pdf. https://ipecrj.com.br/wp-content/uploads/2017/03/palestra_quarta_conhecimento_custos_despesas.pdf https://ipecrj.com.br/wp-content/uploads/2017/03/palestra_quarta_conhecimento_custos_despesas.pdf https://ipecrj.com.br/wp-content/uploads/2017/03/palestra_quarta_conhecimento_custos_despesas.pdf 27MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 1.5 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS Os princípios contábeis regem a Contabilidade e sempre devem ser praticados pelos profissionais do setor contábil. Podemos afirmar que atuam como uma bússola, orientando as práticas contábeis, representando o pilar da Contabili- dade e seguindo as determinações legais das Resoluções nº 750/93 e nº 774/94 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Downloads Para conhecer mais profundamente os princípios contábeis, façao download das resoluções do CFC, acessando o link: http:// portalcfc.org.br/wordpress/ wp-ontent/uploads/2013/01/ Livro_Principios-e-NBCs.pdf. Os Princípios Contábeis estão diretamente relacionados ao exercício da profissão con- tábil, contribuindo para o cumprimento das exigências dos Códigos de Pronuncia- mento Contábeis. A aplicação dos Princí- pios Contábeis garante o registro correto dos fatos contábeis, assim como permite a mensuração exata do patrimônio empresarial. Segundo Crepaldi e Crepaldi (2018), os princípios contábeis são: Princípio da En- tidade, Princípio da Continuidade, Princí- pio da Oportunidade, Princípio do Registro pelo Valor Original, Princípio do Regime de Competência e Princípio da Prudência. Os Princípios Contábeis surgiram a partir da necessidade de padronização das práticas contábeis, gerando maior segurança e confiabilidade à situação finan- ceira da empresa. Cada princípio está relacionado a uma prática ou processo contábil que visa aos processos éticos e legais determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), conforme apresentado na tabela seguinte: QUADRO 11: EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Princípio Exemplo Princípio da Entidade Os bens da pessoa jurídica não se confundem com os bens da pessoa física. Princípio da Continuidade Continuidade da empresa por tempo indeterminado. http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-ontent/uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-ontent/uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-ontent/uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-ontent/uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf 28 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Princípio Exemplo Princípio da Oportunidade Para segurança das informações contábeis, os registros contábeis devem ser feitos após sua ocorrência. Princípio do Registro pelo Valor Original ou Custo Histórico Os valores destinados ao funcionamento de um bem devem ser somados ao valor de compra. Princípio do Regime de Competência Compra de um bem em setembro com pagamento em outubro. Este bem deverá ser reconhecido no mês de aquisição. Princípio da Prudência As receitas devem ser estimadas a um valor menor e as despesas a um valor maior. Fonte: Elaborada pela autora (2020). Os Princípios Contábeis são considerados a essência da Contabilidade, nor- teando todas as práticas contábeis, visando ao controle e à manutenção do patrimônio das empresas. Todo bem possui um tempo de vida útil, ou seja, todo bem possui um tempo de vida relacionado diretamente ao seu funcionamento e tal informação é relevante para o registro contábil desse bem. Durante o tempo de vida útil de um bem, todas as despesas necessárias, desde a instalação até manutenção, são consideradas no custo histórico desse bem. Como você pode constatar, os Princípios Contábeis são de grande relevância para a área de Ciências Contábeis, sem os quais seria inviável fazer uma leitura uniforme dos registros contábeis. 29MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 1.6 CONCEITOS CONTÁBEIS RELACIONADOS À CONTABILIDADE DE CUSTOS Outros conceitos relevantes para estudarmos nesta disciplina são custos de oportunidade, custos primários, custos comuns, custos marginais e custos de oportunidade. A abordagem de tais conceitos é importante para a gestão dos custos. Uma vez conhecendo os custos, é possível geri-los eficientemente, planejá-los e re- duzi-los, mantendo um controle adequado. Os custos de transformação, também conhecidos como custos de conversão, configuram a mão de obra, tanto a direta quanto a indireta, energia, horas de máquina etc. Não são incluídos nos custos de transformação a matéria-prima nem produtos comprados para uso ou para industrializar. A mão de obra de uma indústria de produtos eletrônicos é um exemplo típico de custo de transformação. FIGURA 12: MÃO DE OBRA DIRETA É UM CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2020). Os custos primários são representados por dois elementos relevantes: a maté- ria-prima e a mão de obra direta. Por exemplo, o tecido, que é a matéria-prima utilizada na confecção de roupas, é um custo primário. 30 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Vale ressaltar que nos custos primários não estão incluídos os custos diretos restantes, bem como são diferentes dos custos diretos. Para exemplificar, vamos pensar na embalagem do produto. Esse item é con- siderado um custo direto, e não um custo primário. Ambos os tipos de custos, direto e primário, apresentam diferenças entre si. Vale ressaltar que os custos diretos são diversos custos relacionados diretamente à produção; já os custos primários são formados por apenas dois elementos. Observe o esquema que retrata os custos primários: FIGURA 13: ESQUEMA DOS CUSTOS PRIMÁRIOS Matéria- -prima Mão de obra direta Custos primários Fonte: Elaborado pela autora (2020). Temos custos comuns, que são considerados até um dado momento da pro- dução. A partir do ponto de segregação, os produtos acabados passam a ter di- ferença entre si. No segmento de indústria farmacêutica, isso é muito comum. Os custos marginais representam o custo incorrido a mais que a empresa tem na produção de uma unidade extra de um produto. Duas características im- portantes desse custo são: tem relação com os custos variáveis e acontece no momento em que a empresa opera em capacidade ociosa. Os custos de oportunidade são um conceito também muito utilizado em eco- nomia. Vejamos o que significa. Em custos de oportunidade Representam o quanto a empresa sacrificou de recursos em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa em vez de outra, sendo denominados custo econômico ou custos não contábeis. Trata-se do valor associado à melhor alternativa não escolhida. Ao se fazer determinada escolha, deixam-se de lado as demais possibilidades, pois são excludentes. À alternativa escolhida associa-se como “custo de oportunidade” o maior benefício NÃO obtido dentre as possibilidades NÃO escolhidas, isto é, “a escolha de determinada opção impede o 31MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I usufruto dos benefícios que as outras opções poderiam proporcionar”. (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 26). Em outras palavras, o custo de oportunidade ocorre quando uma empresa que produzia determinada quantidade de um produto resolve produzir um novo produto. Para isso, terá de deixar de produzir alguns itens do primeiro produto para produzir esse novo produto, transferindo recursos do primeiro para o se- gundo produto. O custo de oportunidade é exatamente no valor perdido por não produzir o primeiro produto. Como você pode observar na imagem, a empresa transfere recursos de um produto para produzir outro produto. O valor da renúncia de um produto em detrimento de outro produto caracte- riza o custo de oportunidade. Downloads Para complementar seus estudos, faça o download do material do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro no link: http://webserver. crcrj.org.br/APOSTILAS/A0084P0449.pdf e aprenda mais e mais. Vejamos outros termos utilizados em contabilidade de custos. Materiais diretos São materiais que representam diretamente os produtos, como matéria-prima e embalagem. Mão de obra direta É a mão de obra utilizada diretamente na produção de um bem, como o operário que manuseia um equipamento de produção. http://webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0084P0449.pdf http://webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0084P0449.pdf 32 CONTABILDIADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Rateios São os custos indiretos relacionados aos produtos em processo. Como exemplos, temos a depreciação de equipamento rateado, em função do tempo de utilização. Embora esses conceitos tenham sido abordados no final da unidade, eles tam- bém são importantes em contabilidade de custos. CONCLUSÃO Ao longo desta unidade, aprendemos que os custos se referem aos gastos re- lativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, sendo que as despesas das empresas são gastos com bens e serviços não uti- lizados nas atividades produtivas, consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, podendo até mesmo provocar redução do patrimônio da empresa. Reforçamos que a principal diferença entre custos e despesas está no fato de os custos não serem deduzidos no patrimônio da empresa. No que se refere às despesas, deduzem-se do patrimônio, tendo influência direta no lucro. Lem- bramos que os gastos efetuados para a compra de bens ou serviços que visam à produção podem ser classificados como gastos, custos, despesas, perdas ou desperdício. Aprendemos, também, que os investimentos são gastos almejando retorno fu- turo, que pode ser no curto, médio ou longo prazo. A principal diferença entre investimentos e gastos é que os investimentos são gastos com expectativa de retorno após determinado período e os gastos têm objetivo de aquisição de bens e serviços para a produção. Reforçamos a importância dos princípios contábeis para os profissionais do setor por tratar de diretrizes que guiam as práticas contábeis, tornando os re- gistros contábeis confiáveis e seguros. Dessa forma, evitam-se transtornos le- gais para as empresas e responsáveis pelo setor contábil, desde que sigam os Princípios da Entidade, Princípio da Continuidade, Princípio da Oportunidade, Princípio do Registro pelo Valor Original, Princípio do Regime de Competên- cia e Princípio da Prudência. 33MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Em contabilidade de custos, destacamos alguns termos que geram dúvidas em profissionais do setor, como os custos de transformação geralmente as- sociados à mão de obra direta e indireta, energia, horas de máquina etc.; os custos primários: mão de obra direta e matéria-prima; os custos marginais: re- presentam o custo incorrido a mais que a empresa tem na produção de uma unidade extra de um produto. Custos de oportunidade conhecidos também como custo econômico ou custos contábeis representam um item em detri- mento de um outro item que foi renunciado. Toda essa abordagem de introdução à contabilidade de custos tende a agre- gar conceitos relevantes na continuidade da disciplina, objetivando, posterior- mente, a correta aplicação de tudo o que foi aprendido no âmbito profissional, promovendo eficiência e segurança às práticas contábeis. ANOTAÇÕES UNIDADE 2 > classificar os custos; > compreender como os custos se comportam; > apresentar os custos indiretos de fabricação, os critérios de rateio e a departamentalização; e > contabilização dos custos. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 34 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 35MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 2. ABORDAGEM GERAL SOBRE CUSTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, faremos uma abordagem mais ampla sobre custos. Você vai aprender a classificar os custos e como estes se comportam de acordo com o volume de produção. Vai estudar sobre os custos indiretos, os critérios de rateio e a departamentalização, além de conhecer como os custos são con- tabilizados pelo setor contábil. O aprendizado desse assunto é muito importante para a prática contábil, já que pode contribuir com o profissional na correta aplicação dos custos, objeti- vando utilizá-los estrategicamente em prol da empresa. Para finalizar esta introdução, nesta unidade, trataremos dos seguintes tópicos: • classificação dos custos; • comportamento dos custos; • custos indiretos de fabricação; • critérios de rateio; • departamentalização; e • contabilização dos custos. Bons estudos! 2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS A classificação dos custos é um tema relevante para as empresas. Quando são classificados corretamente, a organização dispõe de informações reais que po- dem auxiliar na definição do valor de venda de seus produtos. Segundo Viceconti e Neves (2018), os custos são classificados em relação aos produtos fabricados e aos níveis de produção. Primeiramente, vamos aprender a classificação em relação aos produtos fabri- cados, que são os custos diretos e indiretos. 36 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os custos diretos são aqueles que podem ser incorporados de forma direta à produção, em função do conhecimento exato da quantidade consumida du- rante esse processo. São custos de fácil identificação e classificação. Vejamos alguns exemplos: matéria-prima e mão de obra. FIGURA 1 – A MÃO DE OBRA É UM CUSTO DIRETO Fonte: Plataforma Deduca (2019). Há situações em que o custo é considerado direto por natureza, no entanto, por ser tão mínimo o valor, não vale a pena incorporá-lo ao produto, sendo as- sim, é visto como custo indireto. Os custos indiretos são aqueles que precisam ser mensurados, rateados ou es- timados para serem incorporados a um produto. São custos apropriados indi- retamente. O modelo utilizado para as estimativas desses custos é conhecido como base ou critério de rateio. Como exemplo, podemos indicar gastos com verniz e cola na produção de móveis. Os gastos com esses materiais são difíceis de serem incorporados a um produto específico como custos diretos, sendo assim, são considerados indiretos. 37MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I No caso de uma empresa cuja produção é apenas de um único produto, todos os custos são considerados diretos, porque é fácil mensurar. Outros exemplos de custos diretos: Material de embalagem, depreciação de equipamento (na produção de um produto apenas) e energia elétrica das máquinas (quando for possível identificar o consumo de produção de cada produto). Outros exemplos de custos indiretos: Depreciação de equipamento (na produção de mais de um produto), salários dos chefes de supervisão da equipe de produção, gastos com limpeza da fábrica e energia elétrica que não pode ser atribuída ao produto. Já em relação aos níveis de produção, temos os custos fixos, custos semifixos, custos variáveis e custos semivariáveis. Os custos fixos representam valores que são iguais, independentemente da quantidade produzida. Um bom exemplo desse tipo de custo é o aluguel da empresa ou fábrica, pois implica cobrança mensal independentemente de lu- cro, vendas, produção ou dias trabalhados, porém pode sofrer variações ao lon- go do tempo (aumento anual do aluguel). Por sua vez, os custos semifixos são aqueles que se apresentam fixos em de- terminado nível de produção, porém variam se o nível de produção também variar, como nos casos em que a demanda de produção surge a partir de uma campanha da empresa. Um exemplo desse cenário são as empresas de cho- colates, cujo maior período de produção se dá na época da Páscoa. Podemos pensar também nas empresas de eletrônicos, que aumentam a produção para as vendas de fim de ano. Veja essa relação de produção na tabela a seguir. Quanto maior a produção, maior o número de supervisores, o que, por conse- quência, faz aumentar os custos com encargos e salários. 38 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017,Publicada no D.O.U em 23/06/2017 QUADRO 2 – EXEMPLO DE COMO OCORREM OS CUSTOS SEMIFIXOS Volume de produção Quantidade necessária de supervisores CUSTOS EM R$ (SALÁRIOS+ ENCARGOS) 0 – 20.000 1 120.000,00 20.001 – 40.000 2 240.000,00 40.001 – 60.000 3 360.000,00 60.001 – 80.000 4 480.000,00 Fonte: Adaptada de Viceconti e Neves (2018, p. 20). Os custos variáveis são justamente o contrário dos custos fixos, já que variam de acordo com a quantidade produzida. Como exemplo principal, temos a ma- téria-prima. Quanto mais produzir, mais matéria-prima será necessário para atender o volume de produção. Em casos de não ter produção, não haverá cus- to variável, apenas custos fixos. São exemplos de custos variáveis os materiais indiretos consumidos e as horas extras de produção. FIGURA 3 – VARIAÇÃO DOS CUSTOS SEMIVARIÁVEIS POR NÍVEL DE PRODUÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2019). Os custos semivariáveis sofrem variação em função do nível de produção, po- rém possuem valor fixo mesmo que não haja produção. À medida que o nível 39MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I de produção varia, os custos semivariáveis também variam. Por exemplo, no 1º nível, a produção é 1, e os custos de produção equivalem a X. Já no 2º nível, a produção é 2, e os custos de produção equivalem a Y, e assim sucessivamente Exemplos de custos semivariáveis são o valor da conta de energia elétrica da fábrica e a locação de copiadora. Nesse sentido, haverá cobrança da conta de energia elétrica mesmo que não haja produção, de igual modo, o aluguel de uma copiadora terá de ser pago também. Outros exemplos que podemos citar são: IPTU, depreciação de equipamentos (método linear), salários de seguran- ças e porteiros da fábrica e prêmios de seguros. Entender a classificação dos custos é fundamental para o bom andamento dos estudos desta disciplina. Vimos que os custos devem ser contabilizados devidamente para evitar não apenas uma má gestão dos custos, mas também transtornos legais às empresas. 2.2. COMPORTAMENTO DOS CUSTOS O fato de os custos variáveis serem diretamente proporcionais ao volume de produção resulta no custo variável unitário (CVu). Em outras palavras, o custo variável dividido pelo volume produzido é fixo, ou seja, constante, conforme ex- plicam Viceconti e Neves (2018). Em contrapartida, o custo fixo (CF) é constante independentemente do volume produzido. Já o custo fixo unitário (CFu), que é o custo fixo dividido pelo volume produzido, é sempre decrescente. Por exemplo, o custo variável unitário (CVu) é constante. Observe: 10,00 (CV) ÷ 1 (Q) = 10,00 (CVu) 20,00 (CV) ÷ 2 (Q) = 10,00 (CVu) Agora, observe como o custo fixo unitário (CFu) é decrescente: 100,00 (CF) ÷ 1 (Q) = 100,00 (CFu) 100,00 (CF) ÷ 2 (Q) = 50,00 (CFu) Vejamos um exemplo que demonstra os custos de produção de 0 a 100 uni- dades, em R$: 40 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 QUADRO 4 – DEMONSTRATIVO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO QQ C. FIXO CF (R$) C. VARIÁVEL (CV) R$ CUSTO TOTAL(CT) R$ CUSTO FIXO UNIT. (CFu) R$ CUSTO VAR. UNIT. (CVu) R$ CUSTO MÉDIO (CMe) R$ 0 100,00 0,00 100,00 - - - 1 100,00 10,00 110,00 100,00 10,00 110,00 2 100,00 20,00 120,00 50,00 10,00 60,00 3 100,00 30,00 130,00 33,33 10,00 43,33 4 100,00 40,00 140,00 25,00 10,00 35,00 - - - - - - - 99 100,00 990,00 1.090,00 1,01 10,00 11,01 100 100,00 1.000,00 1.100,00 1,00 10,00 11,00 Fonte: Adaptada de Viceconti e Neves (2018, p. 21). Observe que o custo fixo é constante, ou seja, é sempre R$ 100,00, indepen- dentemente do volume produzido. Mas e o custo fixo unitário? Como ele se comporta? O custo fixo unitário é sempre decrescente, isso acontece porque é resultado da divisão de um valor fixo (100,00) por volumes produzidos cada vez mais elevados. Nesse sentido, se a empresa fabrica apenas uma unidade, o custo fixo unitário equivale a R$ 100,00 ÷ 1, que é igual a R$ 100,00. Por outro lado, se a produção for de quatro unidades, o valor será igual a R$ 25,00 (100 ÷ 4). O custo variável sempre cresce de acordo com o volume de produção. Assim, haverá maior consumo de matéria-prima se a empresa produzir um volume maior do produto. FIGURA 5 – COMPORTAMENTO DOS CUSTOS VARIÁVEIS Fonte: Plataforma Deduca (2019). 41MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Vejamos agora o custo variável unitário. Observe, na Figura 4, que ele é sempre igual a R$ 10,00. Isso nos permite supor que, se a produção dobrar, o custo de matéria-prima também dobrará. Grande parte dos contadores segue essa linha de raciocínio, entendendo que, se a produção dobrar, o custo de matéria-prima também dobrará, no entanto, isso não ocorre em todos os casos. É possível que haja uma “junção” da classificação dos custos em relação aos produtos fabricados e aos níveis de produção. Nesse sentido, vejamos alguns exemplos desses custos, quando eles ocorrem simultaneamente, ou seja, tanto em relação aos produtos fabricados como em relação aos níveis de produção. Custo direto e variável: Como exemplo, podemos citar o consumo de material direto na produção. Custo indireto e variável: Como exemplo, podemos citar o consumo de material indireto na produção. Custo indireto e fixo: O seguro da fábrica representa um custo indireto e fixo para a empresa. Custo direto e fixo: A mão de obra utilizada nas máquinas que precisam de manutenção. Como podemos notar, o comportamento dos custos é complexo e dinâmico, sendo tarefa árdua trabalhar corretamente com esses elementos. Assim, para uma compreensão efetiva desse assunto, são necessárias muitas leituras teóri- cas. Um material interessante é o artigo “Análise do comportamento dos cus- 42 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 tos das empresas brasileiras listadas no Download Clique aqui para ter acesso ao artigo Análise do comportamento dos custos das empresas brasileiras listadas no segmento da construção civil da BM&FBOVESPA diante das mudanças no nível de atividade no período de 2005 a 2014. segmento da construção civil da BM&FBOVESPA diante das mudanças no nível de atividade no período de 2005 a 2014”, dos autores Gabriela Silveira, Antô- nio Carlos Lopes, Cristiane Huppes e Rafael Noriller. A gestão dos custos fixos e dos custos vari- áveis visa facilitar o controle dos custos de uma empresa, gerando equilíbrio ao orça- mento da organização. Ademais, conhecer o comportamento dos custos auxilia a em- presa nas tomadas de decisão e em casos de projeção para melhor estimar os níveis de produção. 2.3. CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Nas empresas industriais, existem diversos custos indiretos inerentes à produ- ção até que o produto final esteja pronto para venda. Para Viceconti e Neves (2018), os custos indiretos de fabricação correspondem à totalidade dos gastos feitos pela empresa para a produção que não estão classificados como gastos com material direto ou mão de obra direta. Como exemplo desses custos, temos: despesas gerais de produção, despesas gerais de fabricação, despesas indiretas de fabricação, gastos gerais de produção, cus- tos gerais de fabricação, custos gerais de produção etc. Leitura Complementar Aprenda mais sobre os custos indiretos de fabricação realizando a leitura do texto Custo indireto de fabricação aplicado, do autor Ivan de Sá Motta, disponível no link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-75901968000100005. https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos162016/191.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901968000100005 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901968000100005 43MULTIVIX EADCredenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I De acordo com Viceconti e Neves (2018), o termo mais correto é “custos gerais de fabricação (CGF)” ou “custos gerais de produção (CGP)”. Por se tratar de gas- tos na produção, não cabe chamá-los de despesas, porém existem CGF que são diretos, sendo assim, não há coerência em chamá-los de custos indiretos. Excluindo-se os custos diretos de produção, os demais custos são considerados indiretos. Vejamos exemplos de CIF: FIGURA 6 – EXEMPLOS DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Exemplos de CIF – CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Material indireto Mão de obra indireta Seguro de fábrica Depreciação de máquinas Fonte: Elaborada pela autora (2019). Um exemplo disso é o caso do consumo de energia elétrica de uma máquina ou de um equipamento que possui medidor. Nessa situação, o medidor estará sempre monitorando o consumo de energia, ou seja, o consumo de energia gasto na produção de cada produto. FIGURA 7 – USO DE ESTIMATIVAS E CRITÉRIOS DE RATEIO NA ATRIBUIÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS Fonte: Plataforma Deduca (2019). 44 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dessa forma, o custo de energia elétrica será direto, pois existe para identificar o quanto de energia elétrica cada produto gastou até ficar pronto. No entanto, boa parte dos custos gerais de fabricação não tem como ser atribuída aos produtos, por não ter como mensurar isso, necessi- tando de critérios de rateio para sua desti- nação a cada produto. Você aprenderá sobre critérios de rateio no próximo tópico. Porém, não há como abor- dar os custos indiretos sem mencionar os critérios de rateio. Nessa abordagem, utilizaremos o termo “custos indiretos de fabricação (CIF)”, por ser o mais convencional e utilizado na prá- tica contábil. Veja no glossário a definição de dois custos indiretos de fabricação. Para Crepaldi e Crepaldi (2018), os custos indiretos são aqueles que não têm como serem relacionados diretamente aos pro- dutos. Diante disso, para apropriá-los, são necessários rateios. Como o próprio nome já revela, os custos indiretos só poderão ser incorporados de maneira indireta aos itens produzidos, utilizando-se de estimativas e crité- rios de rateio. É o caso, por exemplo, do setor de qualidade. Em geral, os custos indiretos de fabricação variam de empresa para empresa. Por exemplo, o material de limpeza utilizado por uma empresa que presta ser- viços de limpeza e conservação será considerado material direto (custo direto). Por outro lado, no caso de um indústria de biscoitos, o material de limpeza uti- lizado na limpeza da fábrica será considerado material indireto (custo indireto). Glossário Mão de obra indireta: é o tipo de mão de obra que não é calculada em nenhum tipo de produto ou serviço realizado, tais como profissionais do setor de qualidade e mão de obra de supervisores. Material indireto: são os tipos de itens utilizados em ações de apoio à fabricação ou, ainda, são os itens que têm relação não significativa com o produto, como graxas, lubrificantes, lixas etc. 45MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I FIGURA 8 – SETOR DE CONTROLE DE QUALIDADE (MÃO DE OBRA INDIRETA) Fonte: Plataforma Deduca (2019). Existem algumas considerações importantes sobre custos indiretos. Vejamos a seguir. Gastos em geral e administrativos, se não forem objetivamente ligados à produção, não poderão ser atribuídos aos custos dos produtos. Despesas financeiras, gastos extraordinários e despesas com vendas também não devem ser atribuídos aos custos dos produtos. 46 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Aprendemos que as empresas trabalham diariamente consumindo bens e serviços, que são incorporados direta ou indiretamente à produção, necessi- tando constantemente identificar tais custos para a correta interpretação des- ses elementos. 2.4. CRITÉRIOS DE RATEIO Você sabe o que é rateio? Rateio representa um método utilizado na organi- zação dos custos, é a prática da divisão dos CIF. Em última instância, trata-se da destinação dos custos dos objetos de custeio, tendo como referência um critério de rateio já estabelecido. De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018), os principais critérios de rateio dos custos indiretos de fabricação são: quantidade produzida, consumo de mate- riais diretos, mão de obra direta aplicada, horas-máquinas e receitas de vendas. Em relação aos custos indiretos, devemos ressaltar que precisam ser destina- dos por vários centros de custos e, posteriormente, repassados aos produtos, processo conhecido como rateio dos custos indiretos. A escolha do critério de rateio deve ser feita considerando-se o tipo de recurso mais utilizado no pro- cesso produtivo. No caso de uma indústria de pães, o recurso mais utilizado é a farinha de trigo. Nesse sentido, o critério de rateio a ser empregado é o consumo de materiais diretos. Onde pesquisar Para aprender um pouco mais sobre os critérios de rateio, acesse o link a seguir: https:// anaiscbc.emnuvens .com.br/anais /art ic le/ viewFile/3042/3042. . Um custo indireto ou uma reunião de custos indiretos possui relação com o objeto de custo, por meio da base de alocação de custos. Os custos indiretos de fabricação, quando verificados isoladamente para uma mensuração real, possuem relação mínima com o produto. Alguns exemplos disso são: manu- tenção de máquinas, depreciação, seguros, vigilância, aluguéis, energia elétri- ca, pró-labore do diretor de produção etc. Observe a seguir uma colocação sobre essa questão: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/3042/3042 https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/3042/3042 https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/3042/3042 47MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Os custos indiretos devem ser atribuídos ao processo de produção, entre as diversas unidades operacionais autônomas, denominadas “centros de custos”, que constituem a menor unidade de acumulação de custos na empresa (CREPALDI; CREPALDI, 2018, p. 62). FIGURA 9 – A ESCOLHA DO CRITÉRIO DE RATEIO É FEITA EM FUNÇÃO DO RECURSO MAIS UTILIZADO NA PRODUÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2019). Vejamos um exemplo prático, considerando os dados a seguir dos custos indi- retos do departamento de colocação de tampas em garrafas no 1º semestre: QUADRO 10 – CUSTOS INDIRETOS DE UMA EMPRESA Mão de obra indireta R$ 11.200,00 Lubrificantes R$ 2.450,00 Energia elétrica R$ 3.325,00 Depreciação R$ 1.750,00 Custos indiretos diversos R$ 4.200,00 Fonte: Adaptada de Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 62). Nesse semestre, foram produzidas 24.500 dúzias de garrafas de 500 ml, 28.000 dúzias de garrafas de 1 litro e 17.500 dúzias de garrafas de 1,5 litro. Vamos cal- cular o rateio dos custos indiretos das garrafas: 48 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Custos indiretos: R$ 22.925,00 Total de embalagens produzidas = 70.000 unidades Custo indireto por embalagem = R$ 22.925,00 / 70.000 unidades = R$ 0,3274 / unidade Custo da embalagem Garrafas de 500 ml: 24.500 u × R$ 0,3274 = R$ 8.023,75 Garrafas de 1 litro: 28.000 u × R$ 0,3274 = R$ 9.170,00 Garrafas de 1,5 litro: 17.500 u × R$ 0,3274 = R$ 5.731,25 Total: R$ 22.925,00 Garrafas de 500 ml (R$ 8.023,75) e de 1 litro (R$ 9.170,00) = R$ 17.193,75 Nesse exemplo, o critério de rateio utilizado foi o de quantidade produzida. Além dos principais critérios de rateio citados no início do tópico, existem ou- tros tipos, os quais vamos conhecer a seguir. A iluminação da fábrica é um custo comumou indireto em relação ao departamento, e o critério de rateio é a área ocupada, o número de lâmpadas ou os pontos de luz. O custo do refeitório é um custo comum ou indireto em relação ao departamento, e o critério de rateio é o número de empregados. Também existem os seguintes critérios de rateio: número de empregados e custos de materiais. 49MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Aprendemos que os critérios de rateio são extremamente relevantes, pois aju- dam no orçamento, na redução de custos, em planejamentos etc., permitindo tomadas de decisões assertivas. 2.5. DEPARTAMENTALIZAÇÃO O que é departamentalização? Segundo Crepaldi e Crepaldi (2018), é o setor fabril dividido em segmentos, conhecidos como departamentos, nos quais são contabilizados todos os custos de produção neles incluídos de modo geral. As empresas são segmentadas em departamentos, cuja representação é expressa por meio de um organograma. FIGURA 11 – A REPRESENTAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS Fonte: Plataforma Deduca (2019). A definição de departamento é que este é parte mínima, formada, na maioria das vezes, por funcionários e maquinários, em que os custos indiretos são reu- nidos para posteriormente serem destinados aos produtos. 50 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os tipos de departamentos são produtivos e de serviços. No primeiro caso, os custos são atribuídos de maneira direta aos produtos. Já no segundo caso, isso não é possível, uma vez que os produtos não transitam por esses departamen- tos. Vejamos cada tipo de departamento a seguir. Os departamentos produtivos atuam proporcionando alguma alteração ao produto. Por exemplo, em uma indústria têxtil, o departamento de costura e o departamento de acabamento modificam alterações no tecido. Por sua vez, os departamentos de serviços atuam prestando serviços a todos os outros departamentos produtivos, não tendo contato com o produto. Por exemplo, em uma indústria de massas, o setor de manutenção e almoxarifado não tem contato com o produto. FIGURA 12 – AS EMPRESAS SÃO DIVIDIDAS EM DEPARTAMENTOS Fonte: Plataforma Deduca (2019). Em conjunto, os departamentos produtivos e os departamentos de serviços unem forças, em função do mesmo objetivo, ou seja, são interdependentes, um não funciona sem o outro. 51MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Exemplos de departamentos produtivos: São exemplos de departamentos produtivos os departamentos de acabamento, prensas e usinagem, pois realizam algum tipo de alteração no produto. Exemplos de departamentos de serviços: São exemplos de departamentos produtivos os departamentos de limpeza, expedição e administração geral da fábrica. <FIM O.A SANFONA> A departamentalização promove a eficiência operacional nas empresas, ge- rando benefícios tanto no departamento produtivo quanto no departamento de serviços. Para entender como as empresas criam seus departamentos, organizando uma estrutura que atenda às suas demandas de maneira eficiente, leia o artigo disponibilizado no download a seguir. Download Faça o download do artigo sobre departamentalização e aprenda ainda mais sobre esse assunto: http://www.oms. supergestor.com/material5. pdf. Vamos conhecer mais exemplos de depar- tamento de produção e de serviços: aplai- namento, montagem, tapeçaria e pintura. Já exemplos de departamento de serviços são os seguintes: moagem, perfuração, gal- vanização, malharia, mistura, refinaria e en- garrafamento. O departamento, na maioria dos casos, é um centro de custos, em outras palavras, no departamento estão reunidos os custos para depois serem destinados aos produ- tos (departamento de produção) ou aos demais departamentos (departamentos de serviços). Pode ocorrer que um único departamento agregue mais de um centro de custos. São objetivos da departamentalização dos custos: http://www.oms.supergestor.com/material5.pdf http://www.oms.supergestor.com/material5.pdf http://www.oms.supergestor.com/material5.pdf 52 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • promover melhorias no controle dos custos; e • possibilitar definição mais exata dos custos dos produtos. A expedição e o controle de qualidade são exemplos de centros de custos. Aprendemos que, com a departamentalização, a empresa atua por setores ou departamentos. No departamento produtivo, os custos são apropriados diretamente. Já no departamento de serviços, não é possível apropriar os custos, tendo em vista que o produto fabricado não passa pelo departamento de serviços. A departamentalização gera organização e favorece os resultados empresariais. 2.6. CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS Vamos iniciar este tópico abordando a apuração do CPV, que é o custo do pro- duto vendido. Para Crepaldi e Crepaldi (2018), o custo do produto vendido é a soma dos materiais diretos (MD), da mão de obra (MOD) e dos custos indiretos de fabricação (CIF), com ajustes para mais ou para menos, em função da varia- ção dos estoques de produtos acabados e de produtos em processo. A soma desses elementos é chamada de custos de produção. Temos: CP = MD + MOD + CIF A apuração do CPV requer a realização de algumas etapas para a total apura- ção dos custos. Observe na tabela seguinte: QUADRO 13 – ETAPAS DA APURAÇÃO DO CPV Etapas da apuração do CPV Separação entre custos e despesas Separação entre custos diretos e indiretos Apropriação dos custos diretos aos produtos Rateio dos custos indiretos aos produtos Fonte: Elaborada pela autora (2019). É fundamental saber diferenciar a mão de obra direta (MD) da mão de obra indireta (MOI). Quando um funcionário, operador de máquina, produz um pro- duto por vez, essa mão de obra é MOD. Ainda que fabrique mais de um produ- to por vez, sendo possível mensurar o tempo de cada um, ainda temos a MOD. 53MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Agora, se for necessário fazer uso de algum critério de rateio, temos a MOI. Se um funcionário de uma indústria atua exclusivamente na produção de um brinquedo, essa mão de obra é direta. Se ele atua na produção de dois brin- quedos, sendo possível calcular o tempo gasto na produção de cada um, ain- da temos mão de obra direta. Agora, se não for possível calcular o tempo de produção, sendo necessário utilizar um critério de rateio, essa mão de obra é indireta. Após a realização de todas as etapas, é o momento da contabilização dos cus- tos em razonetes: Custo de produção Estoque de produtos em processo (EPP) MD xxx (a) (a) xx MOD xx x(b) CIF Total xxx Estoque de produtos acabados (EPA) Custo dos produtos vendidos (CPV) (b) xx (c) xx x(c) xxx Agora, vejamos as legendas de cada lançamento contábil: À medida que os custos de produção (MD + MOD + CIF) são utilizados, ocorre a transferência para a conta EPP, lançamento (a). De modo geral, os lançamen- tos ocorrem em partidas mensais. Conforme os produtos são finalizados, esses custos são transferidos da conta EPP para a conta EPA, lançamento (b). No momento da venda dos produtos, os custos são transferidos da conta EPA para a conta CPV, lançamento (c), encerrando-se a contabilização dos custos. Cabe algumas considerações importantes sobre a mão de obra direta e alguns elementos agregados à mão de obra. 54 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Mão de obra direta: É considerada mão de obra direta se houver como calcular o tempo consumido, sem que seja necessário incorporação indireta ou rateio. Elementos integrantes da mão de obra direta: São elementos formadoresda mão de obra direta os salários e os encargos sociais. Os encargos sociais sofrem variação de empresa para empresa. Uma das razões dessa variação são os direitos assegurados por acordos ou convenções coletivas de trabalho. Não é simples a questão de os encargos sociais serem atribuídos à mão de obra. Vejamos uma dica a seguir: Dica Uma maneira mais fácil de mensurar o valor dos encargos sociais é identificar o gasto anual cabível à empresa e, após isso, dividi-lo pelas horas que o empregado de fato permanece à disposição da empresa. Os encargos sociais que cabem à mão de obra podem variar, por exemplo, os benefícios sociais e a rotatividade de funcionários contribuem para essa variação. Para finalizar este tópico, aprendemos que a contabilização dos custos obede- ce a algumas etapas, pois é necessário realizar a separação correta dos custos e, na sequência, contabilizá-los. CONCLUSÃO Nesta unidade, aprendemos que os custos são classificados em relação aos produtos fabricados e aos níveis de produção, podendo ainda ser classifica- dos como custos diretos e indiretos. Cabe relembrar que os custos diretos são aqueles que podem ser incorporados de forma direta à produção, em função do conhecimento exato da quantidade consumida, como a matéria-prima e a mão de obra, por exemplo. 55MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I Já os custos indiretos são aqueles que precisam ser mensurados, rateados ou estimados para serem incorporados a qualquer produto. Em última instância, são custos apropriados indiretamente. No tocante aos níveis de produção, temos os custos fixos, os custos semifixos, os custos variáveis e os custos semivariáveis. Os custos fixos representam valores que são iguais, independentemente da quantidade produzida, como no caso do aluguel. Por sua vez, os custos semi- fixos são aqueles que se apresentam fixos em determinado nível de produção, porém variam se o nível de produção também variar. Os custos variáveis são justamente o contrário dos custos fixos, pois variam de acordo com a quanti- dade produzida. Como exemplo principal, temos a matéria-prima. Por fim, os custos semivariáveis sofrem variação em função do nível de produção, porém possuem valor fixo mesmo que não haja produção. Nesta unidade, também aprofundamos a abordagem referente aos custos indiretos de fabricação (CIF), os quais correspondem à totalidade dos gastos feitos pela empresa para a produção. Não classificados como gastos com ma- terial direto ou mão de obra direta, são aqueles que não têm como serem rela- cionados diretamente aos produtos. Nesse sentido, para apropriá-los, é neces- sário realizar rateios. Exemplos de custos indiretos de fabricação são: material indireto, mão de obra indireta, seguro de fábrica e depreciação das máquinas. Em relação aos critérios de rateio dos custos indiretos de fabricação, temos os seguintes: quantidade produzida, consumo de materiais diretos, mão de obra direta aplicada, horas-máquinas e receitas de vendas. Vimos ainda que os custos indiretos precisam ser destinados por vários centros de custos e, posteriormente, repassados aos produtos. Esse processo é conhe- cido como rateio dos custos indiretos, o que representa um método utilizado na organização dos custos, em suma, é a prática da divisão dos CIF. Além disso, apresentamos o conceito de departamentalização, que representa a segmentação das empresas no setor fabril, dividindo as áreas da organiza- ção em segmentos ou departamentos, nos quais são contabilizados todos os custos de produção, representados visualmente, na maioria das vezes, por um organograma. Os departamentos produtivos de uma empresa atuam com a alteração do produto (como o departamento de corte e o departamento de costura, por exemplo). Já os departamentos de serviços atuam prestando ser- viços a todos os outros departamentos produtivos, não tendo contato direto com o processo produtivo (a exemplo do setor de manutenção e almoxarifado). 56 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em relação aos custos dos produtos vendidos (CPV), consideramos a soma dos materiais diretos (MD), da mão de obra (MOD) e dos custos indiretos de fabri- cação (CIF), com ajustes para mais ou para menos, em função da variação dos estoques de produtos acabados e de produtos em processo. Estudamos que a soma desses elementos é classificada como custos de produção, respeitando- -se a seguinte fórmula: CP é = MD + MOD + CIF. Por fim, vimos que as etapas de apuração do CPV são: separação entre custos e despesas, separação entre custos diretos e indiretos, apropriação dos custos di- retos aos produtos e rateio dos custos indiretos aos produtos. Após a realização dessas etapas, é o momento de fazer a contabilização nos razonetes. ANOTAÇÕES 57MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I UNIDADE 3 > conceituar o que é objeto de custeio; > conhecer as finalidades dos objetos de custeio; > classificar os tipos de objetos de custeio; > identificar os elementos de custeio em manufatura; > explicar como os custos são formados em manufatura. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 58 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 59MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE DE CUSTOS I 3. OBJETO DE CUSTEIO E ELEMENTOS DOS CUSTOS DE MANUFATURA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, faremos uma abordagem acerca dos objetos de custeio e dos elementos dos custos de manufatura. Você vai aprender o que são os objetos de custeio, suas finalidades e como são classificados. Vamos abordar também como os custos em manufatura são for- mados e quais são os elementos que os compõem. Esse aprendizado é muito importante para o contexto contábil prático, princi- palmente na identificação do método de custeio mais adequado a ser utiliza- do nas empresas. Além disso, conhecer a formação dos custos em manufatura e seus aspectos contribui sobremaneira para o profissional da área de conta- bilidade, no sentido de classificar corretamente os custos em empresas indus- triais, evitando-se, assim, equívocos na mensuração desses elementos. Cabe ressaltar que, nesta unidade, abordaremos objetivamente os seguintes tópicos: • o que é objeto de custeio; • finalidade dos objetos de custeio; • tipos de objetos de custeio; • formação dos custos em manufatura; • elementos dos custos em manufatura; • entendendo os elementos dos custos em manufatura. Bons estudos! 60 CONTABILIDADE DE CUSTOS I MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.1 O QUE É OBJETO DE CUSTEIO Objeto de custeio (ou método de custeio), segundo Crepaldi S. e Crepaldi G. (2018), é a metodologia utilizada para que os custos sejam apropriados aos produtos. Basicamente, são dois os tipos de métodos utilizados: o custeio por absorção e o custeio variável (ou direto), que servem para qualquer sistema de acumulação de custos. Mas qual seria a principal diferença entre esses dois tipos de métodos de cus- teio? É isso que vamos aprender agora! Basicamente, a diferença está na forma pela qual os custos fixos são tratados. Nesse sentido, veremos como os custos são classificados em relação ao volume de produção. Vamos ver, então, alguns termos importantes para o prosseguimento deste assunto. O termo “custear” quer dizer reunir ou definir custos. FIGURA 1 EXEMPLO DE CUSTEAR: ACUMULAÇÃO OU REUNIÃO DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2019). Por outro lado, o termo “custeio” (ou “custeamento”) diz respeito a metodolo- gias utilizadas para apurar os custos, as quais procedem as ações de
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