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Tecnologia da Comunicação e da Informação A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Regina Tavares Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites 5 A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Conceitos, contribuições e reflexões sobre as TICs na educação • A onda • A reconfiguração dos saberes no ensino superior • EaD no contexto nacional Fonte: Thinkstock / Getty Im ages Os objetivos desta Unidade são: · Estimular a compreensão do arcabouço teórico e reflexivo sobre as TICs no cenário da educação · Conhecer o histórico e os principais aspectos da educação a distância on-line · Analisar de forma crítica as principais alterações provocadas pelas TICs no ambiente escolar Esta unidade contempla o papel das TICs para a democratização do ensino, especialmente do ensino a distância. Além disso, será possível conhecer o histórico e os principais aspectos da educação a distância on-line, as revoluções provocadas por ela na sala de aula, no currículo e no comportamento de docentes e discentes em diferentes situações de aprendizagem. Esperamos que você se sinta envolvido com o conteúdo desta unidade. Não se esqueça de acessar os demais itens de nosso material didático e bons estudos! 6 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Contextualização Que tal aprender algo novo com a ajuda de vídeos e sem sair de casa? Este é o tentador convite proposto pela Khan Academy. De álgebra à literatura inglesa, desde 2004, a plataforma de vídeos pretende revolucionar a educação. De lá para cá, não houve quem não se curvasse ao visionário e fundador da Khan Academy, Salman Khan. A volumosa lista de fãs do Khan traz nomes representativos, a exemplo de Bill Gates. No começo, havia apenas a pretensão de auxiliar sua irmã mais nova com os deveres de casa, especialmente, os de matemática. Hoje, o jovem empresário já fi gura entre um dos mais bem-sucedidos de sua geração e sua organização se situa no Vale do Silício, ao lado de outras instituições renomadas como Intel, Microsoft, Yahoo, etc. As aulas em vídeo são ministradas por pesquisadores e docentes das mais variadas instituições de ensino superior do mundo. Em vídeos curtos e descomplicados, Khan oferece aprendizagem sobre diferentes áreas do conhecimento, assim como ferramentas capazes de emitir informações sobre o desempenho de cada estudante ao longo dos cursos, entre outros aplicativos. Também é possível notar a pluralidade de cursos oferecidos em diferentes línguas. Khan assegura que suas videoaulas serão sempre disponibilizadas gratuitamente, e para todos. O idealismo e a versatilidade de Khan já seduziram inúmeros executivos de áreas como Economia e Tecnologia da Informação a abandonarem seus trabalhos e se dedicarem à educação on-line. Ao contrário do que muitos pensam, Khan acredita que a dita EaD (Educação a Distância) não comprometerá ou ameaçará o lugar cativo das aulas presenciais e tradicionais, nem tampouco a valorização dos educadores. Porém, Khan crê numa iminente revolução nas salas de aula. E alguns sinais já estão por aí, por exemplo, na presença da lógica dos games no ambiente escolar e na intitulada técnica da “sala de aula invertida”. No primeiro caso, elementos como “superação de fases” ou “gratifi cações imediatas” – próprias do universo dos games – aspiram invadir a sala de aula, a fi m de cativar o público infanto-juvenil sempre ávido por jogos. No segundo caso, a proposta é deixar de executar em casa exercícios refl exivos a partir de embasamentos teórico-conceituais ministrados na escola. O ideal, para essa tendência pedagógica, é usar a sala de aula para exercitar juntos – estudantes e professores – aquilo que foi apreendido em diferentes mídias sobre conceitos, noções e normas em qualquer lugar, inclusive no lar doce lar. Pronto para o futuro? Então, se desafi e e conheça o projeto Khan. Em português, já é possível encontrar mais de 1.000 vídeos e 100 mil exercícios pelo endereço: pt.khanacademy.org Regina Tavares de Menezes (texto publicado no Blog Cruzeiro do Sul Educacional.) Disponível em: http://blog.cruzeirodosul.edu.br/?tag=ead) 7 Conceitos, contribuições e refl exões sobre as TICs na educação “I can’t get no satisfaction” Rolling Stones A epígrafe acima faz analogia à postura que o docente e o discente devem assumir na contemporaneidade: a insatisfação. Não estar satisfeito motivará você a indagar sua condição na sociedade como sujeito histórico determinante, possibilitando avaliar suas atitudes e o estimulando a se reinventar a cada situação de ensino-aprendizagem, inclusive quando diante das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Com as novas noções de tempo e espaço impostas pela Sociedade da Informação1 , assim intitulada por Manuel Castells (2006), e promovidas pelas tecnologias, a informação pode ser encontrada em diversos dispositivos e a qualquer hora do dia, modifi cando as relações sociais diversas, entre elas, as acadêmicas. 1 Ver mais na unidade O emergir da sociedade da informação e sua recente cultura da convergência, da disciplina Tecnologias da Comunicação e da Informação. Nesse sentido, o docente é um dos atores determinantes para a condução da reconfi guração de saberes, ou ainda para a construção de novos paradigmas educacionais. Cabe a esse relevante profi ssional de nossa sociedade, [...] o desenvolvimento da capacidade de aprender a descobrir sempre, atentando para o fato de que o importante nos dias atuais não é aprender, mas aprender a aprender, como um processo a ser cultivado por toda a existência. (GUEVARA, DIB, 2007, p. 177-178) A nova postura de constante aperfeiçoamento e inquietação do corpo docente se caracteriza como um sinal da andragogia, em outras palavras, a arte ou ciência capaz de ajudar o adulto a aprender. Justamente o que vem ser a antítese do modelo tradicional pedagógico que se traduz em: a arte e a ciência de ensinar as crianças, apenas. Nessa interação dialética e de andragogia, os que ensinam também são os que aprendem; afi nal, a geração dos estudantes que aí está representa os ditos “nativos digitais”, ou seja, aqueles nascidos em uma ocasião histórica na qual as TICs já vivenciavam seu auge. Sendo assim, por vezes, os estudantes possuem extrema habilidade no manuseio das tecnologias e diante das noções de virtualidade no cotidiano – principalmente quando são comparados aos referidos “imigrantes digitais”, indivíduos que nasceram anteriormente ao surgimento e boom das TICs. 8 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Nesse cenário, é inegável observar que jamais a informação e a comunicação foram tão facilmente produzidas, manuseadas e compartilhadas. A um clique, a geração de nativos digitais acessa bancos de dados diversos, sites, hipertextos, redes sociais e muito mais sem a imposição sistêmica e periódica do calendário letivo ou até mesmo a condução de um professor, o que propicia a sensação de que o acesso veloz e fl uído ao conhecimento condiciona a escola à defasagem. Em verdade, o aluno dessa geração sente-se autônomo e independente em relação à escola quando o assunto é acessar a cultura humana. Assim, cabe aos docentes associarem suas experiências educacionais, seus valores, suas propostas pedagógicas às novas metodologias, novas proposições, aos novos currículos, entre outras possibilidades, possivelmente, advindas de jovens estudantes. Assim, o papel do professor deve ser o de articulador e não mais o de exclusivo detentor do conhecimento. Tal atitude apresenta relação estrita com a construção cognitiva ideal do conhecimento, aquela já enunciada pelo educador Paulo Freire2. Como é possível deduzir, não se refere à tecnologia apenas e sim a uma nova postura do docente, a de eterno aprendiz. 2 Paulo Freire (Recife,19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) é provavelmente o mais influente pensador brasileiro, inspirou movimentos culturais e sociais nas últimas décadas, particularmente no Brasil, mas também por toda América Latina e em outros países do terceiro mundo. O diálogo, o engajamento e a dialética ação- reflexão-ação são os elementos centrais de sua obra. 9 Segundo os ensinamentos de Paulo Freire, a educação não deve ser “bancária”, ou seja, o aluno não deve ser considerado como mero receptor de conteúdos sem que se faça relevante no processo denominado “EDUCAR”. A interação, o dinamismo e o reconhecimento do indivíduo como sujeito histórico são fundamentais. Portanto, o estudante é decisivo no processo de construção e reconfi guração dos saberes promovidos no ambiente escolar. Ele deve ter representação de categoria para criticar, debater e sugerir alternativas para a formação acadêmica de si e de seus colegas, a fi m de atingir justiça, desenvolvimento e cidadania social. Os estudantes devem ter ainda a capacidade de selecionar os estilos de aprendizagem mais favoráveis à sua formação. Para esse nível de autonomia estudantil é preciso priorizar o objetivo da educação contemporânea como sendo a formação de cidadãos críticos, conscientes, refl exivos e “insatisfeitos”. Dessa forma, a educação será interativa, democrática, inteligível, socialmente responsável e holística. 10 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs A onda Fonte: Vern Evans / Wikimedia Commons O autor norte-americano Alvin Toffl er acredita que o mundo foi interpelado por três ondas. A primeira está sob a ótica da agricultura, na qual o homem cultivava o necessário ao seu próprio sustento. Nessa circunstância, a educação era excludente para com os menos abastados economicamente, os negros, as mulheres, entre outras categorias sociais. Já a segunda onda é orientada pelo signo da industrialização. Nessa fase, o modelo de educação prevalecente é uma reprodução do sistema de produção industrial de massa, como afi rma Litto (1996), no qual as estruturas hierárquicas tendem a se reproduzir. Nos regimes de trabalho taylorista e fordista, a divisão do trabalho foi imposta àquele que participava do processo integral de um artefato, inclusive da concepção prazerosa presente de sua criação artístico-intelectual. Dessa forma, a satisfação e a justifi cativa presentes no trabalho dos “tempos modernos”3 são insufi cientes para garantir o entusiasmo necessário às metas audaciosas dos donos da fábrica. 11 3 Referência ao filme Tempos Modernos, no qual focaliza-se a vida na sociedade industrial caracterizada pela produção do sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à “modernidade” e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização. Em meados da década de 1970, logo após a “década dourada” do capitalismo, como assim denominou Eric Hobsbawm, as sociedades industriais ocidentais, em especial os países ditos subdesenvolvidos, têm sofrido diversos impasses no que concerne à empregabilidade. “A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise” (HOBSBAWN, 1995, p. 393). Segundo Harvey (1996), a reestruturação produtiva tornou o mercado de trabalho altamente competitivo e instável. Novos aspectos o invadem e fazem sofrer os que não conseguem se adaptar. Alguns desses aspectos são: visão totalitária do processo de trabalho, sensibilidade aguçada no relacionamento interpessoal, empresa afetuosa e acolhedora, fl exibilização hierárquica, entre outros. Para atender às expectativas desse novo perfi l de empregador, faz- se necessária a presença de um profi ssional altamente capacitado, habilidoso, crítico, entre outras características. Obviamente, não seria possível reduzir a crise da empregabilidade a essa mudança de paradigmas no mercado de trabalho, aos avanços tecnológicos ou ao processo de globalização. Outros fatores são determinantes, como: força de trabalho excedente; enfraquecimento do poder sindical; inserção de novos trabalhadores – como mulheres, idosos e imigrantes; a convergência de segmentos profi ssionais; o surgimento de novas profi ssões; a fl exibilização legislativa-trabalhista; a virtualização de determinadas áreas; a terceirização; a quarteirização, etc. (SCHWARTZ, 2000). Como resultado da segunda onda, o ensino-aprendizagem é controlado de forma soberana pelo corpo docente. O conhecimento é excessivamente compartimentado em inúmeras disciplinas, de pouco ou quase nenhum sentido relacional aos estudantes; a memorização extremada é valorizada e a fragmentação/espacialização formam profi ssionais para ingresso imediato no sistema produtivo capitalista tradicional. Sendo assim, é cabível concluir que o taylorismo e o fordismo universalizaram a educação no mundo, porém, também a degradaram para fi ns específi cos. Já faz algum tempo que a formação técnica se sobrepôs à cidadã e que tal realidade deve ser modifi cada pela terceira onda. A teoria da terceira onda de Toffl er vem alertar para o surgimento de uma nova era econômica e social, baseada no ritmo frenético e veloz da informação e da comunicação e que, como esperado, interfere sobremaneira no ambiente escolar. 12 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Face ao ritmo frenético pelo qual a comunicação transita para além do espaço e do tempo, o ensino-aprendizagem tradicional pouco se modifi cou. Estamos diante da disposição física da sala de aula, da avaliação, da metodologia, entre outras práticas pedagógicas similares às empregadas no século passado. O mundo mudou, mas a escola ainda se mostra relutante à renovação de sua essência. Em um cenário confl itante, a escola torna-se desinteressante aos olhos do estudante que, ao se queixarem de aulas enfadonhas, mal assimilam a chateação dos professores ao serem vitimados pela indisciplina e o descaso. Enquanto isso, o mundo do trabalho exige profi ssionais que saibam lidar com o encolhimento do mercado de trabalho, a fl exibilização legislativa-trabalhista em determinadas áreas, a virtualização, as barreiras etárias, entre outros fatores. Paralelamente, é evidente a exigência por profi ssionais que compreendam a redefi nição do mercado de trabalho e suas características atuais: conhecimento, atualização, cidadania e autenticidade. Para Schwartz (2000, p. 23), a pró-atividade também deve ser uma premissa, pois “é o trabalhador que precisa se adaptar com rapidez ao mercado, em vez de fi car esperando que surjam, vindas do próprio mercado, as oportunidades que correspondam ao seu perfi l atual”. Em suma, são necessários profi ssionais multifuncionais; não os chamados generalistas, mas aqueles capazes de se renovar diante dos desafi os da contemporaneidade, independente das habilidades adquiridas ou não na escola. Destaca-se, ainda, a exigência por pessoas capazes de combinar habilidades e técnicas profi ssionais a interesses, gostos, preferências, valores éticos e a aspectos mais subjetivos ainda, como respeito, humildade, motivação, etc. Isso porque a preservação das estruturas hierárquicas será substituída pela formação de grupos de interesses similares. Esse aspecto entra em concordância com as duas características primordiais da Terceira Onda, levantadas por Toffl er (1980, p. 356): “Uma é a mudança para um nível mais alto de diversidade na sociedade – a desmassifi cação da sociedade de massa. A segunda é a aceleração – o andamento mais rápido a que ocorre a mudança histórica”. Por fi m, vale dizer do clamor do mercado de trabalho por um profi ssional que preze a formação continuada, ou seja, o constante aperfeiçoamento técnico, ético, estético e, principalmente, teórico. Por tudo o que foi exposto, notamos a demanda por um cidadão munido de competências e habilidades ímpares, tais como a insatisfaçãocom o status quo. 13 A reconfi guração dos saberes no ensino superior Em agosto de 2015, vários profi ssionais tiveram a oportunidade de participar do Fórum de Lideranças – Desa� os da Educação – promovido pelas empresas Blackboard e Grupo A. Diante de inúmeras discussões sobre as práticas pedagógicas vigentes em diversas partes do mundo, inclusive no plano nacional, uma palestra foi extremamente oportuna para refl etir sobre a prática docente no ensino superior. Tratava-se da palestra de Peter Dourmashkin, professor de cátedra do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Repleto de generosidade e carisma, o pesquisador e docente revelou como sentia orgulho de seus estudantes. Não pelo fato de serem atentos à toda e qualquer aula expositiva, mas pela reconhecida competência de resolverem problemas. Para o acadêmico, o mérito está na aplicação de competências e habilidades de diversos campos científi cos perante a resolução de problemas. No MIT, o professor não inicia sua aula com uma exposição, mas com um problema a ser resolvido em conjunto, numa sala de confi gurações distintas do habitual, sempre à luz do que se leu dias anteriores em casa. Em suma, a preocupação de Peter se situa na formação de espíritos pesquisadores. Não à toa, alunos egressos do MIT têm se destacado pelo número considerável de prêmios Nobel ganhos – é a pesquisa a grande retroalimentadora da prática docente no cotidiano do ensino-aprendizagem. O exemplo relatado acima nos remete à vivência efetiva da terceira onda de Toffl er e nos permite refl etir sobre a escola que almejamos em nosso país. Veja abaixo um exemplo de aplicação da metodologia ativa do MIT no Brasil. Na imagem, nova confi guração de sala de aula da Universidade de São Paulo (USP) 14 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Leia uma reportagem sobre a importação da metodologia ativa do MIT para as Universidades brasileiras: http://goo.gl/J1KvUH EaD no contexto nacional Perante as limitações do Estado brasileiro em um país de dimensões continentais – no que tange à democratização do ensino, em especial, o superior –, as TICs permitem ofertar a educação a distância como resposta a demanda de escolarização e profi ssionalização de qualidade imposta pela Sociedade da Informação. Os métodos antigos de educação mostram-se incapazes de serem adequados à crescente demanda por aprendizagem distribuída e, com isso, surgem conceitos como: aprendizagem aberta, educação a distância, aprendizagem fl exível e aprendizagem eletrônica (e-learning) (GUEVARA; DIB, 2007, p. 178). A conclusão de Guevara é oportuna, pois tendo em vista que a modalidade a distância não exige a presença física de docentes e estudantes em uma ocasião síncrona, o acesso à educação se amplia exponencialmente. Graças à expansão da Internet e de ferramentas interativas de multimídia, torna-se possível a conexão de pessoas oriundas de diferentes localidades geográfi cas e contextos culturais diversos. Portanto, inegavelmente, a EaD possui relevância social na medida em que inclui socialmente os que não ingressaram no ensino superior por indisponibilidade de tempo ou por morarem distante de instituições de ensino. A partir dessa modalidade em questão, foi e é possível promover cursos profi ssionalizantes, campanhas de alfabetização, capacitação e interação entre líderes e empregados de diferentes perfi s e segmentos, além de formações educacionais formais em diferentes níveis de ensino. A noção de Educação a Distância brasileira é defi nida no Decreto n. 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005), conforme se observa a seguir: Art. 1º - Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. O processo educativo caracterizado pelas vivências a distância contempla o estudo e a leitura dos materiais didáticos autorais, ou seja, do conteúdo teórico, das videoaulas, dos exercícios, etc.; além de mecanismos de interação com tutores, tais como fórum, chat, e-mail, entre outros recursos. 15 Sobre os tutores, pesquisadores como Lázaro e Asensi (apud SILVA, 2008, p. 37) defi nem que: [...] ser tutor é ser professor que se encarrega de atender diversos aspectos que não são tratados nas aulas. O tutor também é o professor, o educador integral de um grupo de alunos. A tutoria é uma atividade inerente à função do professor, que se realiza individual e coletivamente com os alunos em sala de aula a fim de facilitar a integração pessoal nos processos de aprendizagem; é a ação de ajuda ou orientação ao aluno que o professor-tutor pode realizar além de sua própria ação docente e paralelamente a ela. Com a evolução da EaD no contexto nacional, o aumento da produção científi ca na área, o ótimo desempenho dos alunos egressos no Exame Nacional dos cursos, o reconhecimento da qualidade de seus cursos por parte das comissões de avaliação do Ministério da Educação, essa modalidade de ensino tem sido respeitada e equiparada aos cursos presenciais de tradição. Na reportagem a seguir, contempla-se reportagem sobre o excelente desempenho dos alunos EaD no Exame Nacional de Curso (ENADE): http://goo.gl/RZYbIv 16 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Material Complementar » Como a escola pode fazer uso das TICs? Esta e outras indagações são discutidas amplamente por especialistas do assunto no vídeo produzido pela TV Escola e intitulado As novas tecnologias em sala de aula. Em meio ao debate, fi ca claro que as tecnologias precisam ser associadas a inúmeros fatores para o pleno desenvolvimento do indivíduo, entre eles: à valorização e à capacitação docente. De fato, não há como reconfi gurar os saberes educacionais sem revolucionar o pensamento acadêmico tradicional. Participe dessa refl exão e acesse ao link: https://youtu.be/2s861rPUAEY2. » Compreenda a história da EaD no Brasil e no mundo no artigo publicado pela ABED – Associação Brasileira da Educação a Distância: http://goo.gl/3gkKf0 » Interessantes referências bibliográfi cas estão à disposição digitalmente para download no site: http://livros.universia.com.br/ » O site http://www.dominiopublico.gov.br/ pode ser uma dica de repositório de objetos de aprendizagem. Lá você econtra vídeos, livros e muitos outros elementos . 17 Referências CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede, vol. 1. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2006. GUEVARA, Arnoldo Jose de Hoyos; DIB, Vitória Catarina. Da sociedade do conhecimento à sociedade consciência: princípios, práticas e paradoxos. São Paulo: Saraiva, 2007. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2011. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. TOFLER, Alvin. A terceira onda. 16. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980. H A R V E Y , David. Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 6 ed. São Paulo: Loyola, 1996. HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. LITTO, Fredric M. Repensando a educação em função de mudanças sociais e tecnologias recentes. In: OLIVEIRA, Vera Barros (org.). Informática em psicopedagogia. São Paulo: SENAC, 1996. p. 85-110. PORTAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Educação a Distância. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/busca-geral/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12928- educacao-a-distancia. Acesso em: 18 jan. 2016 SCHWARTZ, Gilson. As pro� ssões do futuro. São Paulo: PubliFolha, 2000. SILVA, Marinilson Barbosa. O processo de construção de identidades individuais e coletivas do ser-tutor no contexto da educação a distância, hoje. Tese de doutorado – Programa de Pós-graduação em Educação, UFRGS,Porto Alegre, 2008. 18 Unidade: A reconfiguração dos saberes sob a perspectiva das TICs Anotações .
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