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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA – 6º SEMESTRE
JULIANA MELISSA SILVA SALES
NILUANA SILVA VASCONCELOS
TULIANE KATLEN DIAS DE SOUSA MOURA
STEPHANIE DE PAULA SILVA PINHO
Produção textual Interdiciplinar em grupo
CASTANHAL
2019
JULIANA MELISSA SILVA SALES
NILUANA SILVA VASCONCELOS
TULIANE KATLEN DIAS DE SOUSA MOURA
STEPHANIE DE PAULA SILVA PINHO
Produção textual Interdiciplinar em grupo
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia Da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas Corpo e Movimento; Avaliação na Educação; Filosofia para Crianças; Fundamentos, Organização e Metodologia da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; Seminário Interdisciplinar; Estágio Curricular Obrigatório II: Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Professores: Eloise Werle de Almeida; Mari Clair Moro Nascimento; Okçana Battini; Jackeline Rodrigues Gonçalves Guerreiro; Natalia da Silva Bugança; Natalia Gomes dos Santos.
Tutora de sala: Mara Cristine dos Santos e Santos
CASTANHAL
2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO	4
2 DESENVOLVIMENTO	5
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
4 REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO 
O movimento é muito importante para o pleno desenvolvimento da criança. Desde o nascimento, ela já passa a utilizar o próprio corpo para interagir com o ambiente e com as pessoas. Segundo Vygotsky, há uma ‘zona de desenvolvimento proximal’, que se refere à distância entre o nível de desenvolvimento atual – determinado através da solução de problemas pela criança, sem ajuda de alguém mais experiente – e o nível potencial de desenvolvimento – medido através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes.”
É de fundamental importância para a criança promover a construção da sua própria identidade e autoimagem, mediante o conhecimento do seu corpo, desenvolvendo assim capacidades motoras básicas como rolar, andar, correr, pular, dançar, rasgar, recortar, ter noção de cuidados com o seu corpo, adotando hábitos de higiene, familiarizando-se principalmente com sua imagem, descobrindo e reconhecendo as sensações que o seu corpo produz, seus movimentos, suas possibilidades e limites.
Independentemente de ser uma instituição pública ou privada, sabe-se que muitas Escolas, contam com metodologias de ensino inovadoras, recursos e tecnologias acessíveis às crianças, projetos pedagógicos com bases internacionais de modelos produtivos em educação, enfim, a Escola evoluiu.
Mas, quando o assunto é o corpo e o movimento dentro da sala de aula, a modernidade volta à moda antiga. É muito mais confortável para o professor quando as crianças estão imóveis e em silêncio, produzindo algo que ele supostamente acredita ser o conhecimento.
Nessa perspectiva esta produção textual propõe uma discussão sobre o corpo e o movimento na escola e suas possibilidades.
 2. DESENVOLVIMENTO
Há algum tempo, passamos a acreditar que a escola deve se preocupar apenas com a Educação da mente. Para João Batista Freire, corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emanciparem. 
Embora na educação infantil o movimento seja valorizado, há muitas práticas que colaboram com a importante crítica feita por Henri Wallon, psicólogo francês, ainda na transição do século XIX para o século XX: “Para a escola, a aprendizagem deve ser baseada naquilo que é imóvel. O movimento é visto como algo que atrapalha!”.
Muitas vezes o movimento é compreendido como desordem, bagunça desvalorizando assim o rico potencial que a criança pode alcançar através dele em várias dimensões. Nessa perspectiva o RCNEI (1998, p. 19), aponta que:
[...] um grupo disciplinado não é aquele em que todos se mantêm quietos e calados, mas sim um grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brincadeiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crianças.
Considerar o corpóreo em “tempo integral” deve ser parte do currículo escolar, pois somos corpóreos e relacionamo-nos por meio da corporeidade. Essa última não pode ser negada em situações de ensino e de aprendizagem. É necessária uma transformação das práticas pedagógicas e da concepção do professor frente aos processos de ensino e de aprendizagem dos conteúdos de ensino mediados pelas diferentes linguagens. Veiculadas por essas diferentes linguagens, todas as formas de comunicação influenciam a maneira de sentir e entender o mundo em que se vive, assim como construir expectativas e representar a imagem de si próprio.
Nesta perspectiva as atividades de raciocínio e as atividades físicas são tradicionalmente percebidas, em nossa cultura, de formas distintas e estanques. A valorização demasiada das atividades mentais em detrimento das atividades físicas também é um fenômeno ainda presente na civilização ocidental.
Estudos psicológicos do desenvolvimento humano demonstraram a importância do uso do corpo no desenvolvimento cognitivo da criança. A partir de então, a relação entre corpo e mente vem sendo alvo de inúmeros estudos e indagações. O corpo deve ser entendido não somente como algo biológico e orgânico que possibilita a visão, a audição, o movimento, mas é também um lugar que permite expressar emoções.
A criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante.
Toda aprendizagem passa pelo corpo. Uma aprendizagem nova vai integrar a aprendizagem anterior; ainda quando aprendemos algo novo, temos o corpo presente no tipo de aprendizagem e não se inclui somente como ato, mas também como prazer; porque o prazer está no corpo, sua ressonância não pode deixar de ser corporal.
Existem muitas formas de possibilitar isso. A psicomotricidade, a dança, a música e as brincadeiras em si, são excelentes recursos adorados pelos pequenos.  A dança por exemplo é a livre expressão da criança; é a oportunidade de encontrar em si mesma as respostas para a construção de um ser humano mais seguro, autoconfiante e com uma excelente imagem de si mesmo. Colabora com a melhoria da criatividade, imaginação, autonomia e socialização.
O professor, ao reconhecer que o conhecimento surge a partir das experiências vividas pelo corpo, poderá perceber tanto a autonomia quanto a dependência do corpo com o meio em que está inserido. Sendo assim, considera-se que na própria ação do aluno há cognição, tendo em vista que a aprendizagem emerge do corpo a partir das suas relações com o entorno e as produções humanas só são possíveis por sermos corpo. Dançar, narrar, ler, escrever, contar, jogar são produções do sujeito humano que é corpo.
O grande desafio para nós, profissionais da educação, está em considerar que o corpo não é instrumento somente para as aulas de Educação Física, ou ainda apenas um conjunto de órgãos, sistemas ou objeto de programas de promoção de saúde ou lazer. O corpo em toda sua dimensão pode e deve ser trabalhado nas diferentes práticas educativas propostas nos currículos e viabilizados por todas as disciplinas.
Precisamos pensar cada vez mais no aluno como um todo unitário. Como global e não separado em partes como estamos acostumados a observar no dia a dia. Essa nova visão da corporeidade reporta-se à educação baseada neste princípio, no qual toda a educação é educação do homem em todos os seus aspectos e não apenas de uma parte do homem.
Dessa forma, o educador deve ter um olhar diferenciado para essas questões, principalmente refletir sobre as diversidades de práticas pedagógicasque caracterizam esse universo infantil e as funções atribuídas ao movimento. Em algumas práticas qualquer gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. Em outras práticas, para muitos professores, a repetição constante de exercícios é essencial para que a criança se desenvolva.
Neste sentido, Wallon (1975, apud, MALUF 1999), diz que as instituições, de uma maneira geral, persistem em imobilizar as crianças em uma carteira ou mesa, restringindo a fluidez das emoções e do pensamento, imprescindíveis para o desenvolvimento completo da pessoa. Para ele, o movimento depende basicamente da organização dos ambientes para as crianças se movimentarem, se expandirem. A motricidade possui caráter pedagógico pela propriedade do gesto e do movimento quanto a sua representação.
No ensino fundamental a criança tem uma capacidade maior de refletir sobre suas ações, de tomar consciência dos mecanismos que controlam seus movimentos. O professor deve estimular a criança a descrever seus movimentos, socializar suas descobertas, criando possibilidades para que ela estruture de forma mais significativa e mais consciente estes gestos. É enfatizada, nas séries iniciais, a combinação de movimentos e sua aplicação em atividades mais complexas e específicas da cultura corporal. A Educação Física pode sistematizar interfaces com diversos campos da educação, envolvendo os temas transversais e projetos transdisciplinares.
	PLANOS DE AULA
	DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
	Nome da escola: 
Professor (a): Rita
Série: 3º ano
Período: Manhã
Número de Alunos: 25
Data: 30/10/2019
	TEMA
Jogando e Representando
	OBJETIVO GERAL
Desenvolver a linguagem oral e corporal, explorando as possibilidades de movimento do corpo.
	OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecimento dos limites do corpo.
Exploração das possibilidades de movimento do corpo.
Analisar e refletir sobre o corpo e os movimentos
Controlar gradualmente o movimento do corpo.
Aprender sobre a imagem corporal e suas relações com o meio;
Compreender como o simbolismo se apresenta através do corpo;
	METODOLOGIA
1ª etapa 
Sente com os alunos em uma roda e converse sobre as possibilidades de movimentação do nosso corpo. Pergunte quais movimentos eles costumam realizar no dia a dia quando acordam (como o espreguiçar), ao escovar os dentes, ao caminhar até a escola ou quando brincam com os colegas. Com a turma espalhada pela quadra ou pelo local em que ocorre a aula, dê comandos para que realizem os movimentos discutidos, como se espreguiçar, caminhar, saltar, entre outros. Representar como o corpo se comporta quando: estamos com medo, com frio, com sono, com raiva; etc.
2ª etapa 
Pergunte como os animais se deslocam. Ouça os exemplos das crianças e questione como esses movimentos podem ser imitados. Solicite que realizem os movimentos de diferentes animais. Diga para se posicionarem como se estivessem dentro de um ovo, tal e qual um pintinho antes de nascer. Em seguida, estimule-os a imitar desde o nascimento do pintinho até sua transformação em galo ou galinha.
	Agora, pergunte aos alunos sobre como dormem, comem, correm ou se espreguiçam os animais que conhecem. Comece pelos animais domésticos (cachorros, gatos etc.) e, depois, fale dos animais de fazendas (porco, vaca, ovelha, pato etc.), sempre pedindo para imitá-los. Vale também imitar animais que seriam vistos em um safári na África, por exemplo, leões ferozes e girafas enormes, ou, então, aqueles que habitam a floresta Amazônica, como macacos saltitantes e jacarés de bocas enormes.
3º etapa
Prepare previamente um par de ilustrações de diferentes tipos de animais (sapos, tigres, elefantes, patos etc.), distribua a cada aluno, um papel dobrado onde está a ilustração de um animal (cada animal tem o seu PAR representado em outro papel, ou seja, deverá ter duas imagens de cada animal).
Ao seu sinal, os alunos desdobram o papel para verem o desenho nele representado. A partir daí os alunos deverão representar corporalmente o animal que lhe cabe procurando o seu par em um outro colega que também fará o mesmo.
Os últimos alunos a se reconhecerem e se agruparem sairão da brincadeira.
Os papeis são recolhidos embaralhados e novamente distribuídos para uma nova rodada com os alunos remanescentes.
Obs. Nenhum som ou frase deve ser dita durante as representações.
	RECURSOS
Imagens de animais; Lápis; Lápis de cores diversas; Papéis
	AVALIAÇÃO
Utilizando lápis diversos e papel, pedir para que os alunos desenvolvam os seguintes desafios, ou pelo menos um deles, justificando-os na apresentação:
1. Sua imagem corporal hoje (montar um boneco que represente seu corpo);
2. Sua imagem corporal ontem (quando era bebê);
3. Sua imagem corporal amanhã (quando estiver velho);
4. Sua imagem corporal participando de uma das brincadeiras vivenciadas durante as aulas.
Através da análise dos trabalhos e envolvimento do aluno, o professor poderá avaliar se ouve o entendimento e apreensão de conhecimento acerca das informações e vivências transmitidas durante a aula visando detectar se houve aproximação entre os objetivos da aula e a concretização da mesma.
	REFERÊNCIAS
MORAES, Fernando Cesar de Carvalho. Sobre o corpo da criança na escola: um estudo de caso. Intermeio: Revista do Mestrado em Educação. Campo Grande: MS. vol. 11. n. 22. p. 50-65. 2005.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasilia: MEC/SEF. Vol.3, 1998.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inteligência não se desprende do movimento. Quando mexemos as mãos para falar em público, quando a criança levanta da carteira ou mesmo quando copia as coisas da lousa em pé, é uma forma de libertar o movimento para que se possa pensar e se comunicar bem. Uma educação bem conduzida é determinante para o desenvolvimento psíquico, intelectual e psicomotor do aluno. É condição fundamental para a educação incentivar a propor um conteúdo estruturado e adaptado para a sua aplicação. Fazendo com que os alunos aprendam brincando e para que eles possam também refletir não só sobre regras e limites, mas também sobre como aprender das mais diferentes formas. O objetivo principal deste trabalho em sala de aula é mediar o processo de como olhamos nossos companheiros, como nos olhamos e como olhamos nosso mundo, isto é, para que as pessoas saibam muito mais do que experimentaram pessoalmente e para que sua experiência com o mundo exterior, que constitui a realidade, através desses exercícios e brincadeiras, seja um meio de aceitação de si próprio, de suas limitações e do outro, atuando assim na sociedade de forma a construir um mundo melhor.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Trad. M. Resende, Lisboa, Antídoto, 1979. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto et alii. São Paulo, Livraria Martins Fontes, 1984.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro. São Paulo, Scipione, 1997.
Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Izabel Galvão. Ed.Vozes. Tel.: (21) 224-0864.
MORAES, Fernando Cesar de Carvalho. Sobre o corpo da criança na escola: um estudo de caso. Intermeio: Revista do Mestrado em Educação. Campo Grande: MS. vol. 11. n. 22. p. 50-65. 2005.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasilia: MEC/SEF. Vol.3, 1998.
GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Sentir, pensar, agir-Corporeidade e educação. 5 ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
CALÁCIA, Deborah. O papel do corpo e do movimento para a aprendizagem. Revista Na Escola. Agosto, 2016. Disponível em: http://naescola.eduqa.me/atividades/movimento/o-papel-do-corpo-e-do-movimento-para-a-aprendizagem/. Acesso em: outubro, 2019.
FARAH, M. H. S. F. O corpo na escola: mapeamentos necessários. Paidéia. Ribeirão Preto, v. 20, n. 47, p. 401-410, set/dez, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103863X2010000300012&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: out. 2019. 
MOREIRA, W.W. Contribuiçõesdo jogo e do esporte para a corporeidade de crianças e adolescentes. Revista @mbienteeducação. São Paulo, v. 12, n. 1, p. 192-202, jan/abr, 2019. Disponível em: http://publicacoes.unicid.edu.br/index.php/ambienteeducacao/article/view/697. Acesso em: out. 2019. 
SILVA, M. de F. G. da; SANTANA, I. M. de. Interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas de professoras do Ensino Fundamental. Revista de Educação, Ciência e Cultura. Canoas, v. 23, n. 2, 2018. Disponível em: https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Educacao/article/viewFile/4467/pdf. Acesso em: out. 2019.

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