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RESUMÃO - PERIODONTIA BÁSICA 3° ANO

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Periodontia Básica 
@odonto.by.gibbs – direitos autorais 
 
Gengiva Inserida 
• Apresenta-se inserida no periósteo e a superfície dental através de fibras gengivais 
• Sua extensão é maior na região de incisivos superiores e inferiores. 
• Normalidade: cor rósea, aspecto casca de laranja e textura firme 
 
Gengiva Interproximal 
• Também chamada de papila interdental 
• Vai desde o ponto de contato até a região de margem gengival vestibular 
• Dente anterior = formato triangular 
• Dente posterior = formato trapezoidal 
COL = é um espaço com acúmulo de placa bacteriana, favorecendo a penetração das toxinas 
bacterianas. É favorável para a doença periodontal. Essa região apresenta epitélio estratificado não 
queratinizado 
 
Gengiva Marginal 
• Também chamada de gengiva livre 
• É um tecido justaposto à superfície dental 
• Cor rósea, aspecto liso, sem brilho e não aderido ao dente. 
 
Sulco Gengival 
- É um espaço gengival localizado entre a margem gengival e a superfície dental 
- Tem formato de V 
- Limite coronário: margem gengival 
- Limite apical: epitélio juncional 
- Limites laterais: superfície dental e tecido gengival 
Sulco Histológico X Sulco Clínico 
 
❖ Sulco histológico: distância da margem gengival até a porção mais coronária do epitélio 
juncional de tamanho 0,69mm 
 
❖ Sulco clínico: determinado pela sonda periodontal, sendo a distância da margem gengival até a 
profundidade de penetração da sonda no interior do tecido periodontal no interior do tecido 
gengival. Profundidade de 0 a 3mm 
 
Importância clínica: o sulco histológico é o local onde os términos de preparos para próteses e 
restaurações podem adentrar. Por isso, considera-se um limite de 0,5mm da margem gengival 
para não invadir o espaço biológico. O sulco clínico determina a condição periodontal. 
 
Espaço Biológico 
 
❖ É a área de união entre a gengiva e a superfície dental. 
❖ É o que vai determinar a aderência da gengiva ao redor do dente. 
❖ Determinado pela distância da crista óssea à base do sulco gengival. 
❖ A partir do fim da crista óssea até a porção mais coronária do epitélio juncional 
 
Histologia da Gengiva 
❖ Epitélio gengival = epitélio oral + epitélio sulcular + epitélio juncional 
 
Epitélio Oral 
- é um epitélio escamoso pavimentoso estratificado queratinizado 
- compreende a gengiva livre ou inserida até a linha muco gengival 
- 4 camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea 
- alta renovação celular = turnover de 10 a 15 dias 
Epitélio Sulcular 
- é um epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado 
- 4 camadas de células = basal, escamosa, granulosa e córnea 
 
Epitélio Juncional 
- origem: união do epitélio oral + epitélio reduzido do órgão do esmalte 
- é um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado 
- 2 camadas de células = basal e espinhosa 
- pequeno nº de células = 10 a 15 células apenas 
- renovação celular = alta e mais rápida (6 a 7 dias) 
- adesão: à superfície dental em superfície de esmalte no nível da junção cemento – esmalte 
pela membrana basal. 
 
RISCO PARA DOENÇA PERIODONTAL? = apresenta maior espaço entre as células, pouco número de 
células e frágil união com a superfície dental. 
 
Camadas Epiteliais 
❖ Basal: é uma camada germinativa com células cuboides aderidas à lâmina basal por 
hemidesmossomos, unidas às células laterais por “gaps” e também hemidesmossomos. Faz a 
proteção e síntese de macromoléculas da lâmina basal. 
 
❖ Espinhosa: possui células com formato irregular, com elevada quantidade de filamentos 
citoplasmáticos. 
 
❖ Granulosa: células mais achatadas com citoplasma rico em grânulos querato – hialinos 
 
❖ Córnea: o processo de queratinização está próximo de se completar. As células são paralelas 
à superfície e não tem núcleo. 
 
Tipos Celulares 
❖ Queratinócitos: é a principal célula, constituinte em todas as camadas epiteliais 
❖ Melanócitos: células de produção da melanina e proteção contra radiação ionizante. 
❖ Langherhans: envolvidas no processo de defesa do hospedeiro. Contato com o antígeno 
❖ Merkel: são localizadas na camada basal e associadas com axônios. 
❖ Linfócitos, Neutrófilos, Mastócitos: principais células de defesa encontradas no juncional e TC. 
 
Tecido Conjuntivo Gengival 
❖ Colágeno (60 a 65% de fibras colágenas) 
❖ Fibroblastos como principais células (5%) 
❖ Leucócitos macrófagos (3%) 
❖ Vasos sanguíneos e linfáticos (35%) 
❖ Nervos e substância amorfa (35%) 
 
Fibras Gengivais 
❖ São responsáveis por manter a forma, morfologia do contorno gengival e inserção gengival. 
- Dento Gengival: surgem da superfície do cemento na região e penetram no interior da gengiva livre 
- Alvéolo Gengival: partem da crista alveolar e penetram na gengiva inserida 
- Transseptal: cervical de cada dente adjacente e se estendem em localizações semelhantes em superfícies M /D 
- Circunferencial: contínuas ao redor do dente 
 
 
 
Inervação do Periodonto 
❖ Mecanocepção: sensação de dor, pressão e tato no tecido gengiva, ligamento periodontal, 
cemento e osso alveolar. Possuem seu centro trófico no gânglio semilunar 
 
❖ Propriocepção: somente no ligamento periodontal. É responsável pela sensibilidade profunda e 
informação relativa a movimentos e posições. 
 
 
Etiologia das Doenças Periodontais 
❖ Fator etiológico primário = biofilme dental 
❖ Biofilme = comunidade bacteriana dinâmica, organizada e não mineralizada 
❖ Biofilme = envolvido por camada de polissacarídeos extracelulares e glicoproteínas salivares 
 
a) Formação da Película Adquirida 
❖ É uma camada de moléculas que se aderem diretamente aos tecidos duros 
❖ Possibilita a adesão de microrganismos 
❖ Formação: glicoproteínas salivares, proteoglicanas e anticorpos salivares 
 
b) Colonização Inicial 
❖ Inicia-se após a formação da película 
❖ Ocorre a adesão dos primeiros microrganismos 
❖ Microrganismos = apresentam potencial de adesão pelas adesinas (fímbrias) 
❖ Principais = Streptococcus ssp e Actinomyces ssp (Gram + aeróbios) 
 
c) Multiplicação 
❖ Colonizadores iniciais se multiplicam e se organizam, possibilitando a chegada de novas 
bactérias 
 
d) Colonização Secundária 
❖ Fenômeno de co – agregação = as bactérias que não tinham o potencial de adesão na 
película adquirida agora vão se aderir aos colonizadores iniciais. 
 
❖ Com a chegada dessas bactérias, o biofilme se torna mais espesso e começam a ser criadas 
áreas de anaerobiose, favorecendo a chegada de bactérias anaeróbias em especial de 
Porphyromonas gingivalis. 
 
 
Mecanismo de Adesão Bacteriana 
❖ Agentes citotóxicos = endotoxinas e lipopolissacarídeos 
❖ Produção de enzimas histolíticas (colagenese e protease) 
❖ Invasão tecidual e celular 
 
Cálculos Gengivais 
- Matéria Alba: é um material sem adesão à superfície dentária composta por restos de 
alimentos, células descamadas e bactérias mortas ou isoladas. Não possui organização celular, 
sendo de mais fácil remoção (sai apenas com um jato de ar). 
 
- Cálculo Supragengival: possui coloração dependente da dieta, podendo ser branco, branco – 
amarelado ou até mesmo preto no caso dos fumantes. Está diretamente relacionado com a 
presença de placa bacteriana e proximidade dos ductos salivares provenientes das glândulas 
salivares maiores. Sua dureza é moderada e sua aderência é menor. – fonte de minerais 
provenientes da saliva. 
 
- Cálculo Subgengival: é detectado através de sensibilidade táctil com uso da sonda periodontal. 
Possuí maior aderência a superfície dental com maior dureza. Muito relacionado com as faces 
proximais dos dentes e não é uniforme em relação ao cálculo supragengival. Seus minerais são 
provenientes do fluído gengival e exsudato inflamatório. 
 
Aderência do cálculo ao dente: através da calcificação da película entrando em contato com os 
cristais de esmalte, cemento ou dentina (estruturasmineralizadas). 
 
Patogênese da Doença Periodontal 
❖ A doença periodontal é causada pelo biofilme 
❖ Envolve a resposta do hospedeiro frente à agressão que ocorra nos tecidos 
 
Mecanismos de Defesa Natural 
❖ Saliva 
❖ Epitélio oral, sulco e juncional 
❖ Fluido do sulco gengival 
❖ Tecido conjuntivo 
❖ Microcirculação 
 
Resposta Inata 
❖ É aquela que ocorre independentemente do tipo de bactéria instalada ou do tipo de agressão 
sofrida pelo hospedeiro. 
 
❖ É pronta para atuar nas diferentes situações de agressões sem especificidade 
 
❖ Dividida em 4 etapas = lesão inicial, precoce, estabelecida. e avançada 
Resposta Imune 
❖ Possui especificidade, atuando diretamente contra patógenos 
❖ Inicialmente = sistema imune reconhece o antígeno 
❖ Posteriormente = desenvolver uma ação especifica contra aquele antígeno 
 
1. os antígenos são capturados por células de Langherhans (que são células atuantes na 
imunidade). Essas células levam o antígeno até os nódulos linfáticos. 
 
2. Nos nódulos, a resposta imune pode acontecer de duas formas: Imune Humoral e Imune 
Celular. 
 
3. Humoral = quando os antígenos chegam aos nódulos, os plasmócitos produzem anticorpos 
específicos contra microrganismos periodontais, que são levados pelos vasos sanguíneos 
até a gengiva através do transudato (que sai dos vasos sanguíneos dilatados devido a 
inflamação) – no tecido, os anticorpos vão atuar sobre as bactérias no sulco gengival, 
causando a destruição microbiana através de agregação, precipitação e fagocitose. 
 
4. Celular = quando os antígenos chegam aos nódulos linfáticos estimulam as células b e as 
células t que são especificas contra as bactérias periodontopatogênicas. Elas vão se 
proliferar nos nódulos linfáticos e penetram na corrente sanguínea. Dessa forma, acontece 
a migração celular para os tecidos. Com essa migração, essas células iniciam suas funções 
na resposta imune celular e humoral. – os anticorpos serão produzidos localmente pelos 
plasmócitos e as células t serão responsáveis por “gerenciar” a resposta imune local, com 
produção de citocinas e produtos antibacterianos 
 
 
 
 
Fatores de Risco Para Doença Periodontal 
❖ Fumo 
❖ Diabetes Mellitus 
 
FUMO 
❖ Pode ser considerado o fator de risco mais importante. 
❖ Atua de diferentes formas promovendo desequilíbrio na resposta do individuo 
 
O fumo pode provocar: 
- Vasoconstrição periférica 
- Redução de oxigênio, favorecendo o ambiente periodontal para patógenos anaeróbios 
- Bolsas periodontais com mais patógenos 
- Alteração da fagocitose, quimiotaxia e adesão dos neutrófilos 
- Reduz a produção de anticorpos das células b e t 
- Menor redução na profundidade de sondagem 
 
 
{Cotinina} 
- Produto da metabolização da nicotina 
- Reduz a proliferação celular, renovação e função dos fibroblastos 
- Atuação negativa na produção de colágeno 
 
 
DIABETES MELLITUS 
❖ É uma desordem endócrina relacionada com a deficiência na produção de insulina 
❖ Glicose sanguínea = promove glicolisação de proteínas e lipídios = forma a AGES 
 
A diabetes mal controlada provoca: 
- Microbiota subgengival mais patogênica 
- Nível de glicose no fluido gengival aumentado 
- Metabolismo do colágeno causando menos fibroblastos e colágeno frágil 
- Alteração na função dos neutrófilos 
- Aumento da espessura do endotélio 
- Redução de oxigênio 
 
AGES 
❖ Ativação dos osteoclastos 
❖ Produção de colagenase 
❖ Baixa migração de leucócitos 
❖ Difusão de oxigênio 
❖ Destruição tecidual 
❖ Alteração na renovação do colágeno 
 
Periodontites 
❖ Crônica: 
- Inflamação gengival 
- Sangramento à sondagem 
- Perda de inserção clínica 
- Bolsas periodontais 
- Retração gengival 
- Reabsorção óssea 
- Aumento de mobilidade dental 
 
Características gerais Classificação por Extensão 
- cálculo supra e subgengival - Localizada = menos de 30% dos sítios 
- ocorre mais em adultos - Generalizada = mais de 30% dos sítios 
- microbiota variável 
- classificada por extensão e severidade 
 
Classificação por Severidade 
- Leve = perda de inserção clínica de 3mm 
- Moderada = perda de inserção clínica de 5mm 
- Severa = perda de inserção clínica maior que 7mm 
 
❖ Agressiva Classificação por Extensão 
- Predileção por pessoas mais jovens - Localizada = perda de inserção M e IC 
- Progressão da doença é rápida - Generalizada = M e IC + outros dentes 
- Característica hereditária 
- Rápida destruição óssea 
- Anormalidade nos fagócitos 
- Proporções de Porphyromonas gingivalis 
Gengivites 
❖ Sinais e sintomas confinados a gengiva 
❖ Biofilme = inicia ou aumenta a severidade da lesão 
❖ Aumento dos contornos gengivais 
❖ Edema e fibrose 
❖ Mudança de cor para um vermelho vivo ou avermelhado 
❖ Aumento do fluido gengival 
❖ Sangramento espontâneo ou estimulado 
❖ Elevada temperatura sulcular 
❖ Ausência de perda de inserção 
 
Classificação por Extensão 
❖ Localizada = menos de 30% dos sítios envolvidos 
❖ Generalizada = mais de 30% dos sítios envolvidos. 
 
Patologias Ulcerativas Necrosantes 
❖ Gengivite ulcerativa necrosante 
❖ Periodontite ulcerativa necrosante 
 
Gengivite Ulcerativa Necrosante 
❖ Etiologia = relacionada a uma tríade de fatores: 
 
- Fatores locais (gengivite pré existente, fumo e estresse) 
- Fatores sistêmicos (doenças debilitantes e déficit nutricional) 
- Microbiota específica (bacilos fusiformes e espiroquetas) 
 
❖ Sinais clínicos da GUN 
- Necrose da papila gengival (formação de crateras interproximais ou inversão papilar) 
- Regiões de necrose cobertas por pseudomembranas acinzentadas 
- Eritema e odor fétido 
- Aumento da salivação e dor 
- Sangramento gengival espontâneo ou provocado 
- Linfoadenopatia cervical, febre, leucocitose, dor de cabeça e pulsação 
 
Periodontite Ulcerativa Necrosante 
❖ Presença de necrose e ulceração na gengiva 
❖ Halitose e gosto metálico na boca 
❖ Margem gengival ulcerada contornada por linha eritematosa 
❖ Dor espontânea 
❖ Pseudomembrana acinzentada 
❖ Crateras ósseas interproximais 
❖ Febre e linfoadenopatia 
❖ Perda significativa de inserção / reabsorção óssea 
 
Plano de Tratamento em Periodontia 
❖ Terapia Inicial 
- Orientações de higiene bucal 
- Remoção do cálculo supragengival e placa supragengival 
- Remoção das áreas de retenção de placa 
- Remoção de dentes condenados 
- Modificação dos hábitos iatrogênicos 
❖ Terapia Básica 
- Raspagem e alisamento radicular 
- Presença de bolsas e pseudobolsas 
- Apenas indicada para cálculos subgengivais 
 
❖ Reavaliação 
- Após 45 dias da realização da terapia básica 
- Melhor cicatrização após esse período 
- Sempre que fizer terapia básica, fazer reavaliação 
- Novo exame clínico + novo periograma 
- Reavaliar a profundidade de sondagem = possível eliminação das bolsas 
 
❖ Terapia Cirúrgica 
- Tratamento de lesões de furca 
- Aumento de coroa clínica 
- Acesso para raspagem e alisamento radicular 
- Cirurgias pré protéticas, regenerativas e mucogengival.

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