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PETIÇÃO

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Dr. Wellington Hermogenes
Advogado OAB SP n°433.557
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE JABAQUARA/SP.
 FRANKLIN PEREIRA FERREIRA, brasileiro, solteiro, motorista, portador da cédula de identidade RG n° 44.814.603-4 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o n° 363.196.748/90, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua Henrique Caiado, n° 07, Vila Capela, São Paulo/SP, CEP: 04415-130, Franklin_boy1@hotmail.com e 
SUELLEN RODRIGUES COELHO, brasileira, divorciada, motorista, portadora da cédula de identidade RG n° 49.143.105-3 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o n° 421.780.038/00 residente e domiciliada na Rua Bassano, n° 05, Vila Capela, São Paulo/SP, CEP: 04415-110, suellenrodriguescoelho@yahoo.com.br , 
por seu advogado que esta subscreve (procuração anexo), com fundamento na Lei 8078/90 que dispõe sobre a Proteção do Consumidor e demais dispositivos legais, vêm, respeitosamente perante Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO DE RESPONSABILIZAÇÃO POR VÍCIO DO PRODUTO C/C INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E MATERIAIS E LUCROS CESSANTES
Em face de UNIDAS SEMINOVOS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 04.437.534/0060/90, com sede na cidade de São Bernardo do Campo/SP, na Av. Brigadeiro Faria Lima, n° 777, Centro, São Bernardo do Campo/SP, CEP: 09720-010 pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DA JUSTIÇA GRATUITA
Os Requerentes atualmente laboram na função de motoristas de aplicativos, no entanto, não dispõem de recursos financeiros para custear as despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio ou de suas famílias.
Conforme previsto no artigo 5o, inciso LXXIV da CRFB/88, artigo 1o ao 4° da Lei 1.060/50, alterados pela Lei 7.510/86, artigo 98°,Caput do CPC.
Visto que os Requerentes não provêm de recursos financeiros para arcar com a demanda judicial, sem prejuízo próprio ou de suas famílias, fazem jus ao benefício da Justiça Gratuita, conforme disposto acima.
DA COMPETÊNCIA DO FORO
Quanto à competência territorial, o art. 101, inciso I, do CDC, estabelece que nas ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, a ação pode ser proposta no domicílio do Autor. Portanto, a ação deve ser processada e julgada por este douto juízo.
DOS FATOS
Os Requerentes adquiriram da Requerida na data de 19 de Fevereiro de 2019, um veículo usado de marca Renalt, modelo Logan, placa GIH 4944 SP, ano de fabricação 2016, ano modelo 2017, Renavan n° 01094021692, cor prata, na data de 19 de fevereiro de 2019, pela importância de R$ 38.500,00 (TRINTA E OITO MIL E QUINHENTOS REAIS), sendo pago de entrada o montante de R$ 1.600,00 (MIL E SEISCENTOS REAIS) de entrada e o restante financiado em 48 PARCELAS DE R$ 1.303,00 (MIL TREZENTOS E TRÊS REAIS), que somados com a entrada, chega ao valor de R$ 64.144,00 (SESSENTA E QUATRO MIL CENTO E QUARENTA E QUATRO REAIS), (docs. em anexo). 
	Os Requerentes compraram o veículo no intuito de utilizá-lo em conjunto para trabalharem como motoristas de aplicativos, revezando o uso do veículo, onde ambos passaram a depender 100% dos ganhos auferidos pelas corridas realizadas.
No entanto, o veículo apresentou problemas com menos de 1 (um) mês de uso, havendo a necessidade de trocar por completo todo o sistema de freio do veículo.
Contudo, os requerentes foram informados pelo vendedor, que o veículo embora fosse usado, estava em perfeitas condições de conservação e que pouco tempo havia sido feito vistoria e passado por check-up em oficina de sua confiança.
Porém, no mês de maio de 2019, os Requerentes detectaram um ruído no motor do veículo que posteriormente começou a falhar.
Foi feito contato com a Requerida e autorizado o encaminhamento do veículo até a mecânica indicada pela Requerida.
Na data de 14 de Junho de 2019, o mecânico chamado VALMIR, responsável por todo o atendimento da mecânica CLINIC AUTO (indicada pela Requerida), informou aos Requerentes que o veículo estava com problemas no Cabeçote do Motor, e decorrente deste problema, o veículo teria que permanecer na mecânica pelo prazo de 1 (uma) semana, para efetuarem o conserto. 
Porém, após a data marcada para retirada do veículo, os Requerentes entraram em contato com a Requerida novamente e foram informados que o veículo não estava consertado até o momento, sendo informado também que não era apenas um problema na parte do cabeçote do motor, mas sim no motor por completo, demandando mais tempo para o conserto do veículo.
Após diversos dias, precisamente na data de 19 de julho de 2019, foi feito contato novamente com a Requerida e informado aos Requerentes que o veículo não estava consertado até a presente data.
Na data de 26 de julho de 2019, foi feito contato novamente com a Requerida, onde o Sr. Fabio (GERERNTE DA UNIDAS SEMINOVOS) informou novamente que o veículo ainda se encontrava no conserto, pois teria que refazer o motor por inteiro.
Já na data de 2 de Agosto de 2019, Os Requerentes cansados de efetuarem inúmeras ligações para UNIDAS SEMINOVOS, SNG e CLINIC AUTO, pois estavam sem trabalhar por conta da falta do carro, conseguiram retirar o veículo da mecânica, no entanto tiveram que esperar por horas para terem seu carro liberado, pois a bateria do veículo estava descarregada e o mecânico responsável estava ausente.
Na data de 9 de agosto de 2019, os Requerentes retornaram com o veículo para a mecânica, pois o veículo não se encontrava em bom estado para o uso, onde o mecânico Valmir teve que regular novamente o motor do veículo para poder ser usado pelos Requerentes.
Posteriormente, com menos de 1 (um) mês do conserto do veículo, voltou a apresentar problemas vindo a falhar por diversas vezes, inclusive quando utilizado no trabalho para o transporte de passageiros.
Seguidamente, os Requerentes entraram em contato com os responsáveis da UNIDAS SEMINOVOS, e após todo o “jogo de empurra-empurra” dos mesmos, os Requerentes conseguiram autorização para efetuarem a averiguação do problema, onde foi constatado que o motor não foi devidamente reparado.
É evidente o descaso e má-fé por parte da Requerida, sendo a situação lastimável, pois os Requerentes a todo o momento ficaram a mercê dos responsáveis legais, a ponto de executarem dezenas de ligações, envios de e-mails e visitas a UNIDAS SEMINOVOS em São Bernardo do Campo/SP, no intuito dos responsáveis legais tomarem alguma providência sobre o conserto do veículo.
Contudo, após todo o martírio sofrido pelos Requerentes, foi autorizado pelo GERENTE FABIO (RESPONSÁVEL PELA UNIDAS SEMINOVOS), o encaminhamento do veículo na data de 30 de Setembro de 2019, para averiguação das falhas no veículo, onde foi constado novamente problemas no motor do veículo, a ponto de refazer o motor pela 3ª (terceira) vez.
Nada obstante, os Requerentes após diversas ligações para a Requerida sem obterem êxito, se encaminharam para a loja da UNIDAS SEMINOVOS onde haviam efetuado a compra do veículo e procuraram pelo GERENTE FABIO, e ao serem atendidos pelo mesmo, foram recebidos de forma “RÍSPIDA”, onde foi dito pelo GERENTE FABIO “QUE A FUNÇÃO DELE ERA VENDER CARROS E SE DEU ALGUM PROBLEMA NO VEÍCULO, AÍ JÁ NÃO ERA PROBLEMA DELE”.
Em seguida, como alternativa para tentar minimizar os danos sofridos pelos Requerentes, foi proposto pelo FABIO, o uso de um veículo da Requerida, a fim de utilizar para o trabalho de motorista, entretanto foi exigida pelos Requerentes a apresentação de cartão de crédito para efetuarem calção, modalidade esta utilizada em alugueis de carros. [Deste modo, fica claro que o intuito do FABIO não era o de ajudar, mas sim auferir ganhos alugando um veículo para os Requerentes trabalharem, lucrando com o infortúnio e angústia alheia.]
Os Requerentes não aceitaram a proposta de FABIO e foram embora sem uma solução plausível para o problema. Adiante na data de 03 de Outubro de 2019, o GERENTE FABIO entrou em contato com os Requerentes e informou que teria conseguido um veículo para utilização sem necessidadede utilizarem cartão de crédito como calção. Desta forma foi aceito pelos Requerentes. 
Ao retirarem o veículo oferecido pela Requerida, os Requerentes foram informados que o uso do veículo seria de exclusividade do Requerente FRANKLIN, onde a Requerente SUELLEN foi proibida de utilizar o veículo para trabalhar, restando ficar sem auferir ganhos por um longo período. 
Na data de 26 de Outubro de 2019, o veículo dos Requerentes foi entregue aos mesmos, conforme ordem de serviço anexada.
Conclui-se que o tempo para execução do conserto do veículo teve um prazo maior que o estipulado por lei, pois se calcularmos todos os dias, foram mais de 3 meses em conserto na mecânica prestadora de serviços da requerida, e a requerida em todo esse tempo se manteve inerte a toda situação dos requerentes. 
DA APLICABILIDADE DO CDC 
Pelos fatos elencados acima, conclui-se que o Requerente se enquadra no conceito de consumidor, inscrito no art. 2º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), assim como o Requerido se identifica com o conceito de fornecedor, trazido no art. 3º do mesmo texto normativo, formando ambos uma relação de consumo, vínculo este que é disciplinado não só pelo CDC como também (e principalmente) pela própria Constituição da República, que, sobretudo em seus artigos 5º, XXXII e 170, V, cuida detidamente da defesa do consumidor.
A legislação consumerista, a respeito, fixa que:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire e utiliza produtos ou serviço como destinatário final.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços: § 1º-Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2º -Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salva as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Destarte Excelência, a Requerida é FROTISTA, e constantemente, renova seus veículos, expondo a venda veículos usados, com a intenção de renovação de sua frota, após certa quilometragem dos seus veículos, fazendo desta prática habitual em seu comércio. Assim, encaixa-se perfeitamente ao conceito de fornecedora, tendo em vista que comercializa veículos através de sites de revenda na internet. 
Bem assim, cumpre destacar que o Código de Defesa do Consumidor, define de maneira bem nítida, que o consumidor de produtos e serviços deve ser tutelado pelas suas regras e entendimentos, vide art. 18, do CDC, senão vejamos:
Art. 18: Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço. Grifamos
Aliando-se ao exposto, um dos fundamentos jurídicos para a propositura desta ação encontra amparo na Constituição Federal, a qual prevê em seu artigo 5º, XXXV, que: “a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Além disso, a dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais importantes a ser resguardado, conforme dispõe o art. 1º, inciso III, da CRFB/1988. 
Ocorre que a Requerida, negligenciou os direitos dos requerentes em viabilizar, da melhor maneira possível, omitindo-se de solucionar os problemas da relação consumerista estabelecida, o que lhe gera o direito a danos materiais e morais.
Destarte, a Requerida violou os Princípios que regem as relações de consumo, constantes no art. 4º, I, III e IV do CDC, quais sejam a Boa-fé, Equidade, o Equilíbrio Contratual e o da Informação.
Art. 4º. A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) I- reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. III- harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: III- a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
Neste diapasão, também há a falha na prestação de serviços do Requerido, conforme dispõe o art. 30 e art. 35, incisos I, II, III, do CDC, in verbis: 
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I- exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II- aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III- rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
Desta feita, ante ao exposto, percebe-se que da situação em tela não há dúvidas de que tal fato gera transtornos para os requerentes, visto que não houve boa-fé por parte da Requerida, devendo ser aplicado o disposto no art. 6º, VI, do CDC, que prevê como direito básico do consumidor, a prevenção e a efetiva reparação pelos danos morais sofridos, sendo a responsabilidade civil nas relações de consumo OBJETIVA, desse modo, basta apenas a existência do dano e do nexo causal.
Ainda, o Código de Defesa do Consumidor em seu art. 20, protege a integridade dos consumidores:
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: § 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Ainda, vejamos o entendimento jurisprudencial:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - VÍCIO OCULTO EM VEÍCULO USADO - COMPROVAÇÃO DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO - RESCISÃO CONTRATUAL - DANO MORAL - OCORRÊNCIA - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA - RECURSO PROVIDO EM PARTE. - A prova do vício oculto no produto possibilita ao consumidora redibição do negócio jurídico, respondendo objetivamente o fornecedor pelos danos originados do defeito - O dano moral caracteriza-se pela violação dos direitos integrantes da personalidade do indivíduo, atingindo valores internos e anímicos da pessoa, tais como a dor, a intimidade, a vida privada e a honra, entre outros.
(TJ-MG - AC: 10024133970301001 MG, Relator: Maurício Pinto Ferreira (JD Convocado), Data de Julgamento: 30/10/2018, Data de Publicação: 09/11/2018).
Deste modo, com amparo na legislação, doutrina e entendimento jurisprudencial, os requerentes devem ser indenizados pelos danos que lhe foram causados.
DO DANO MORAL
Os Requerentes ao se depararem com o veículo apresentando diversos problemas seguidos, onde por diversas vezes despenderam de tempo e recursos financeiros, acabaram por ter um desgaste emocional imensurável, pois ao adquirir um veículo no intuito de trabalharem, acabaram adquirindo uma série de problemas. Visto que os requerentes foram informados pelo vendedor, que o veículo embora fosse usado, estava em perfeitas condições de conservação e que pouco tempo havia sido feito vistoria e passado por check-up em oficina de sua confiança.
	Conforme a situação fática, os Requerentes fazem jus ao dano moral, visto que:
a) Não puderam trabalhar, pois o carro desde o inicio da compra apresentava problemas graves;
b) O fato de recorrerem à garantia e não obterem resultado satisfatório a ponto de ficarem por meses sem trabalhar;
c) As incessantes ligações para a Requerida em busca de terem uma solução para o devido problema;
d) O tempo despendido com e-mails, ligações, idas e vindas à sede da Requerida em São Bernardo Campo/SP e as idas a mecânica que fica situada na Vila prudente/SP;
e) As inúmeras vezes que foram tratados com desdenho pelo gerente FABIO e pelo mecânico VALMIR;
f) Os gastos com combustível todas as vezes que precisaram ir até a mecânica e até a Requerida;
g) O fato de pagarem mensalmente por um carro que só apresentou problema desde o início da compra;
h) As diversas reclamações na plataforma dos aplicativos de motoristas em que prestam serviços;
i) Pelo ocorrido no trabalho, onde tiveram que desembarcar seus passageiros de forma repentina e antes do destino final pelo fato do carro esta falhando a ponto de parar;
j) Pelo simples fato de pagarem por um veículo e não poderem usufruir para trabalhar ou para um simples passeio com a família;
k) Pela demora do conserto do veículo;
l) Pelo risco de vida que tiveram em ter um veículo com os freios e motor ruim; 
m) Pelo desgaste emocional e pela frustração de adquirirem um veículo em mal estado de uso;
n) Pela depreciação do veículo, visto que um veículo com menos de 2 anos de uso, ter a necessidade de fazer o motor mais de 3 vezes, fica claro que o veículo não foi devidamente vistoriado antes de ser posto a venda pela Requerida;
o) O desgaste emocional, as dores de cabeça, a raiva, o sentimento de terem sido passados para trás, o desgosto pelo carro, as mentiras ouvidas tanto pela Requerida quanto pelo mecânico, todos esses sentimentos que os Requerentes sofreram ao buscar sanar os problemas no veículo.
NO TOCANTE AO DESVIO DE PRODUTIVIDADE VEJAMOS: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - VEÍCULO NOVO - DIVERSOS DEFEITOS - DESVIO DE PRODUTIVIDADE - LESÃO A DIREITO DE PERSONALIDADE - VALOR DA INDENIZAÇÃO - CRITÉRIOS - JUROS DE MORA. Sofre lesão a direito de personalidade o consumidor que após adquirir veículo zero quilômetro é submetido a verdadeira via crucis em razão dos diversos e reiterados defeitos apresentados pelo bem. A perda de tempo do consumidor antes tratada como mero aborrecimento começou a ser considerada indenizável por parte dos Tribunais de Justiça. A indenização por danos morais deve ser fixada com observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
(TJ-MG - AC: 10026160027756004 MG, Relator: Estevão Lucchesi, Data de Julgamento: 22/01/0019, Data de Publicação: 01/02/2019)
Não resta dúvida que os requerentes tiveram um desvio de produtividade grande, pois por dezenas de vezes tiveram que ligar para os responsáveis da revendedora de veículo e também para a mecânica responsável pelo conserto do mesmo, bem como perderam tempo também em buscar uma solução junto à garantia dada pela revendedora. 
Não só houve as ligações executadas pelos requerentes, mas também houve os e-mails trocados entre ambas as partes, bem como as idas e vindas até a revendedora localizada em São Bernardo do Campo/SP, bem como as idas e vindas a mecânica localizada na Vila Ema Zona Leste SP.
Segundo o autor Marcos Dessaune, “o desvio produtivo caracteriza-se quando o consumidor, diante de uma situação de mau atendimento, precisa desperdiçar o seu tempo e desviar as suas competências — de uma atividade necessária ou por ele preferida — para tentar resolver um problema criado pelo fornecedor, a um custo de oportunidade indesejado, de natureza irrecuperável”. obra intitulada Desvio Produtivo do Consumidor: o prejuízo do tempo desperdiçado (Editora Revista dos Tribunais), no ano de 2011.
A Requerida foi omissa quando vendeu um veículo que não estava apto ao uso, causando aos Requerentes constrangimentos e infortúnios entre outros males por diversas vezes seguidas. 
Os Requerentes passaram por tribulações e humilhações de diversas formas, visto que a Requerida foi negligente ao não dar uma devida atenção ao problema apresentado no motor do veículo, salientando ainda que, a mecânica competente pelo conserto do veículo, foi imprudente e imperita, ao precisar fazer o motor do veículo 3 vezes consecutivas, sem contar no descaso de não darem prazo de estimativa para o conserto do veículo.
Ademias, conforme fundamentos jurídicos vejam:
“Art. 186. Do CC. 	 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Do CC. 	 Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Art. 6º. Do CDC. 	 São direitos básicos do consumidor:
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Inciso VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Art. 5º. Da CF/88.		 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
SAVATIER define o dano moral como:
“Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc...” (Traité de La ResponsabilitéCivile, vol.II, nº 525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue, em parte, as conseqüências do prejuízo sofrido. 
A ilustre civilista Maria Helena Diniz, já preceitua:
“Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda sua tranqüilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento. 
No que se refere ao dano moral, calcula-se conforme o dano causadoà vítima, de acordo com o art. 944, CC. Neste sentido, cabe destacar que os requerentes ao comprarem o veículo, buscaram obter o melhor para seu empreendimento, um sonho que vinha projetando a anos e, conforme o caso, receberam umum veículo em péssimo estado, onde não chegou perto das expectativas.
A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça corretiva, por conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória da indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação para o causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua intenção de lesar, a sua imputabilidade etc...”
(DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v.2).”
E não só isto. Mas o caráter inibidor da indenização deve ser sopesado tendo em vista o alcance educativo que esta terá ao atingir o patrimônio financeiro do Requerido. Doutra forma, se a indenização fixada for irrisória, o ordenamento jurídico e a tutela jurisdicional não terão alcançado o objetivo de inibir ações similares por parte do Requerido.
São inegáveis os danos morais sofridos pelos Requerentes, pois ficaram claramente demonstrados, tendo em vista também que, após inúmeras reparações no motor, salienta-se a depreciação do bem adquirido pelos Requerentes, visto que um veículo com tão pouco tempo de uso, ao ter a necessidade de fazer o motor por 3 vezes consecutivas, em um período de tempo tão curto, fica evidente que o veículo na data em que foi comprado, não se encontrava em condições aptas a sua venda, pois claramente apresentava algum tipo de vício.
Conforme o Art. 18 do CDC, os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor.
O mestre, Carlos Alberto Bittar, discorre com excelência sobre as ações lesivas que podem caracterizar os danos morais:
“Pode-se, então, enfatizar como danos ressarcíveis os prejuízos materiais ou morais sofridos por certa pessoa, ou pela coletividade, em virtude de ações lesivas perpetradas por entes personalizados. (...). Atingem as imanentes lesões, pois, aspectos materiais ou morais da esfera jurídica dos titulares de direitos, causando-lhes sentimentos negativos; dores, desprestígio; desonra; depreciação; vergonha; escândalo; doenças; desgastes, redução ou diminuição do patrimônio; desequilíbrio em sua situação psíquica, enfim, transtornos em sua integridade pessoal, moral ou patrimonial. ” (reparação civil por danos morais, 4ª edição, São Paulo, Editora Saraiva, 2015, p.31).
Já o art. 25 do mesmo diploma junto com seus parágrafos, rege que, é vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores, bem como, havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores, e se tratando de dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
Os Requerentes quando decidiram comprar o veículo, pensaram que estivessem realizando um excelente negócio, no entanto não vislumbraram que iriam passar por todo esse martírio de pagar por um veículo que não funciona corretamente, que trás insegurança toda vez que o utiliza, bem como não vislumbraram que um veículo com tão pouco tempo de uso pudesse ter tantos problemas a ponto de ser feito o motor 3 vezes por completo num prazo tão curto de tempo, tão pouco pensou que ficaria sem trabalhar com o veículo e viesse a passar pelo vexame e constrangimento de não vir a cumprir com o adimplemento das parcelas vincendas. 
Observando a situação em que os Requerentes se encontram, vale salientar que dependem 100% por cento do veículo para buscar sustento próprio e de sua família e ao não poderem trabalhar, carecem de subsídio para manter suas contas em dia, bem como manter o pagamento das parcelas do veículo sem atraso, pois cada parcela é no valor de R$ 1.303,00 por mês, e não trabalhando, impossibilita os mesmos de manter o adimplemento das parcelas vincendas, apesar disso, com muito esforço, mantêm o pagamento das parcelas do veículo, mesmo não auferindo ganhos por intermédio do carro.
Por conta do veículo ter estado sempre na mecânica, Os Requerentes deixaram de trabalhar por diversos meses, e quando trabalhavam, sentiam a insegurança ao dirigir o veículo, pois mesmo consertado, o veículo continuava a apresentar falhas no funcionamento, a ponto de parar por diversas vezes enquanto trabalhavam como motoristas, onde passaram vergonha por ter que pedir aos passageiros que se retirassem do veículo, pois o mesmo não estava em bom estado para continuar a trabalhar. 
O veículo em questão foi comprado no valor de R$ 38.500,00 (trinta e oito mil e quinhentos reais), sendo pago de entrada o montante de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) de entrada e o restante financiado em 48 parcelas de R$ 1.303,00 (mil trezentos e três reais), que somados com a entrada, chega ao valor de R$ 64.144,00 (sessenta e quatro mil cento e quarenta e quatro reais), (docs. em anexo). 
Ademais, conforme exposto acima, notamos que não é justo os Requerentes serem submetidos tantas vezes as humilhações, constrangimentos, infortúnios e tribulações advindas da compra de um simples veículo, pois desde a compra do veículo, os Requerentes sempre almejaram o bom funcionamento do carro para que pudesse cumprir com o adimplemento das suas obrigações pecuniárias.
E embora aceitem que possa sim, ocorrer defeitos decorrentes do uso anterior a compra, não esperavam que passassem por tantas provações e ficariam por tanto tempo sem utilizarem o carro, muito menos teriam tanto desprazer em ter um veículo usado.
Os defeitos supracitados do veículo são de difícil constatação, logo são vícios ocultos. O consumidor, hipossuficiente e vulnerável não teria condições técnicas de avaliar a situação e não ser vitimado a adquirir um veículo no estado acima referido.
Nesse sentido, requer seja a Requerida compelida a pagar a título de Danos Morais o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). 
DO DANO MATERIAL
O veículo quando comprado, foi apresentado pelo vendedor aos requerentes como um carro de confiança onde os mesmos poderiam depositar seus planos de trabalho sobre ele, no entanto ao se depararem com tanto dificuldade em utilizar o carro para o labor diário, visto que o veículo após a compra teve que ser submetido por 3 (três) vezes consecutivas ao conserto do motor, onde ambas as vezes o motor foi feito por completo, não resta dúvida que a depreciação do veículo ocorreu de forma onerosa aos requerentes, pois ao ter um veículo semi-novo apresentando tantos problemas consecutivos, o valor de mercado do bem adquirido acaba que diminuindo, pois o veículo não só teve suas características modificadas, bem como teve o conceito de veículo semi-novo em bom estado diminuído, tendo em vista que em se tratar de veículo cujo o uso é de aproximadamente 2 a 3 anos, onde já houve necessidade em efetuar o reparo no motor por completo por 3 vezes consecutivas, há de convir que um futuro comprador ao se deparar com tal situação não almejaria a compra de um veículo tão problemático, pois os riscos de futuramente vier a dar problemas de forma repentina mesmo havendo a manutenção periódica necessária do veículo, as chances de ocorrer um problema ou apresentar vicio oculto é maior do que em outros casos.
Até indago aos que efetuaram a venda aos requerentes se eles ao venderem algum veículo para qualquer cliente, eles de forma sincera e honesta avisam aos futuros proprietários sobre os defeitos que o veículo apresentou no passado com outros ex-proprietários. Acredito que a resposta será NÃO.
 Conforme o art. 18 e seus parágrafos eincisos do CDC:
Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2°...
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
Em se tratando de abatimento proporcional do preço, requer sejam devidamente indenizados a titulo de dano material no montante de R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
DOS LUCROS CESSANTES
Especialmente aos motoristas UBER e 99 MOTORISTA, os Lucros Cessantes, é dizer, o reconhecimento da exigibilidade de verba indenizatória em razão da impossibilidade de laborar durante o período necessário à reparação de seu automóvel, e, portanto, decorrentes da prática de ato ilícito de terceiros, como no caso em tela.
Salienta-se que os Requerentes são motoristas de aplicativos, e em todo o tempo que o veículo ficou parado na mecânica, os Requerentes deixaram de auferir ganhos. 
Conjugando-se a norma contida no art. 186, com aquela do art. 402, ambos do Código Civil, infere-se que a indenização abrange perdas e danos, além daquilo que o credor da obrigação deixou de lucrar. Visa reparar o mal causado e deve ser a mais ampla possível, dando nascimento a uma nova situação que há de se aproximar daquele estado anterior do dano. De modo imaginário considerar-se-á satisfatoriamente resolvido o problema da reparação quando alcançada situação idêntica à frustrada com a provocação do acontecimento danoso.
Art. 186 do Código Civil Brasileiro.
“aquele que por ação ou omissão voluntária, negligente ou imprudente violar direito e causar dano a outrem ainda que exclusivamente moral, comete tato ilícito”.
Art. 402 do Código Civil Brasileiro.
“salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar ”.
Os Requerentes laboram como motoristas de aplicativos diariamente em período integral.
Durante o período em que o veículo esteve danificado, os Requerentes não puderam trabalhar, perdendo a chance de auferir ganhos e prover seu próprio sustento e de sua família.
Os Requerentes não trabalharam entre as datas de 14 de junho de 2019 até 09 de agosto do mesmo ano.
Posteriormente, a entrega do veículo ocorreu no mês de agosto, contudo, no final do mesmo mês, o veículo apresentou novamente problemas no funcionamento, a ponto de parar de funcionar.
Após aprovação do Gerente FABIO, o veículo foi conduzido novamente para a mecânica CLINIC AUTO, na data de 30 de setembro de 2019, onde se encontra até a presente data. 
Foi emprestado na data de 03 de outubro de 2019, um veículo para apenas o Requerente FRANKLIN conduzir, sendo proibida a Requerente SUELLEN de utilizar para o trabalho. 
Vejamos:
EMENTA
Ademais, verifico que o autor exerce a função de motorista da UBER, e que em razão do tempo em que seu veículo ficou parado para a realização dos reparos, o autor se viu obrigado a alugar um carro no período de 23/02/2017 a 02/03/2017, cujo valor total do aluguel foi o de R$1.018,00, que deverá ser restituído pelas rés. Quanto ao pedido de lucros cessantes, que o mesmo é nítido. O autor é motorista vinculado ao aplicativo UBER, e em razão dos danos ocasionados, deixou de trabalhar por 05 meses, 21 semanas, eis que o veículo só foi entregue em 01/07/2017. Assim, considerando que sua média de lucros semanais é de R$ 628,70, entendo que o mesmo faz jus ao valor total de R$13.202,78, a título de lucros cessantes. Assim, deverão as demandas suportar o ônus da condenação, eis que ambas contribuíram para a existência e prolongação dos efeitos do dano ocasionados pelo sinistro e pela demora em sua reparação (...). Por fim, deixo de apreciar o pedido de restituição do valor a título de desvalorização do veículo, eis que o autor não fez prova de sua ocorrência.". JULGOU PROCEDENTES OS PEDIDOS PARA CONDENAR OS RÉUS, SOLIDARIAMENTE: A) ao pagamento de R$2.100,00 a titulo de DANOS MATERIAIS; B) ao pagamento DE R$1.018,00 A TITULO DE DANOS MATERIAIS,; C) ao pagamento de R$13.202,78 A TITULO DE LUCROS CESSANTES; D) ao pagamento de R$ 7.000,00, a título de DANOS MORAIS. JULGOU IMPROCEDENTES OS DEMAIS PEDIDOS. Recurso na Íntegra Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro TJ-RJ - RECURSO INOMINADO : RI 0123332-89.2017.8.19.0038 RIO DE JANEIRO NOVA IGUACU-MESQUITA IV JUIZADO ESPECIAL CIVEL
Vejamos também: 
EMENTA
RECURSO INOMINADO. OBRIGACIONAL E RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS, MORAIS E LUCROS CESSANTES. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. VEÍCULO QUE APRESENTOU PROBLEMAS APÓS VINTE DIAS DE USO. NECESSIDADE DE PERÍCIA PARA AFERIR A CAUSA DA FALHA NO VEÍCULO. PARTE AUTORA ALEGA VÍCIO OCULTO E PARTE RÉ ALEGA MAU USO. INCOMPETÊNCIA DO JEC RECONHECIDA. ATRASO DE QUASE QUATRO MESES NO CONSERTO DO AUTOMÓVEL. PEÇAS DE REPOSIÇÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DANO MORAL CONFIGURADO. LUCROS CESSANTES COMPROVADOS. MOTORISTA DE APLICATIVO. ILEGITIMIDADE PASSIVA NÃO RECONHECIDA. NULIDADE DA CITAÇÃO. SÚMULA 07 DAS TRC. VALIDADE DA CITAÇÃO RECEBIDA NA FILIAL. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71007508369, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Fabio Vieira Heerdt, Julgado em 27/09/2018).
Destarte, os Requerentes fazem jus aos pagamentos dos lucros cessantes, vejamos que somados os últimos meses trabalhados por Franklin, em média ele auferia ganhos entorno de R$ 1.650,00 por mês trabalhado, nesse sentido, o mesmo ficou entre todo o período que o carro estava em conserto, 75 dias sem o veículo, não podendo trabalhar durante esse período, e somando chegamos ao valor de R$ 4.125,00 (QUATRO MIL CENTO E VINTE E CINCO REAIS). 
Já a Requerente Suellen, ficou aproximadamente 90 dias sem trabalhjar com o veículo, visto que os últimos meses trabalhados por Suellen, somados em média ela auferia ganhos entorno de R$ 1.084,00 por mês trabalhado, e multiplicando pelos dias não trabalhados chegamos ao valor de R$ 3.252,00 (TRÊS MIL DUZENTOS E CINQUENTA E DOIS REAIS).
Nesse sentido, os Requerentes fazem jus pelo tempo em que o veículo esteve parado e não puderam trabalhar a titulo de lucros cessantes em aproximadamente R$ 7.377,00 (SETE MIL TREZENTOS E SETENTA E SETE REAIS).
DA INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO
Com o escopo único de facilitar a defesa do consumidor, parte hipossuficiente na relação, a inversão do ônus da prova destaca-se como instrumento de grande relevância nas demandas fundadas em casos de consumo.
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme preleciona o art. 6.º, inciso VIII, do CDC, in verbis:
Art. 6.º, VIII, CDC: São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônusda prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
No caso em tela, não há dúvidas quanto à relação de vulnerabilidade dos Requerentes frente a Requerida, por isso, em razão da hipossuficiência técnica dos requerentes, bem como da verossimilhança das alegações ora relatadas, em relação ao Demandado, mister seja determinada a inversão do ônus da prova.
DOS PEDIDOS
Diante exposto, requer, muito respeitosamente, digne-se Vossa Excelência a julgar totalmente procedente a presente ação, bem como todos os pedidos. Para o tanto requer:
a) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, conforme art. 5º, LXXIV, da CF/88, artigo 98 e seguintes do CPC, art. 4° da Lei 1.060/50 alterada pela Lei 7.510/86;
b) O reconhecimento deste foro para dirimir todos os assuntos inerentes a esta lide conforme art. 101, inciso I, do CDC;
c) Da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor;
d) A condenação da Requerida por danos morais no montante de R$ 15.000,00;
e) A condenação da Requerida por danos matérias no montante de R$ 6.000,00;
f) A condenação da Requerida pelos lucros cessantes no montante de R$ R$ 7.377,00;
g) Deferida a inversão do ônus probatório em favor dos Requerentes, diante da aplicação do previsto no Art. 373 do CPC e artigo 6º e incisos do CDC;
 
h) A citação da Requerida para querendo, contestar a presente ação, devendo comparecer nas audiências de conciliação e instrução/julgamento, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato junto com a condenação da Requerida no pagamento dos valores pleiteados, acrescidos de correção monetária e juros de mora;
i) Pugna pela condenação da Requerida ao pagamento de honorários de sucumbências nos termos do art. 85, do Código de Processo Civil;
Protesta-se provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pela produção de prova documental, testemunhal, e através depoimentos das partes e perícias.
Dá-se a causa o valor de R$ 28.377,00 (vinte e oito mil trezentos e setenta e sete reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Diadema/SP, 05 de Dezembro de 2019.
WELLINGTON HERMOGENES DE SOUZA
OAB/SP n° 433.557
Dr. Wellington Hermogenes
Fone (11) 99751-9731 e-mail whsdireito@outlook.com

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