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Avaliação Final (Discursiva) - Individual FLEX ( Cod.:513626) ( peso.:4,00) Os termos escravismo e escravidão são comumente utilizados para identificar um período da História onde milhares de africanos foram retirados de seu país de origem (África) e enviados para a Europa e para as colônias na América para exercerem diversas funções ligadas ao desenvolvimento econômico destes lugares. Nesse sentido, quais as diferenças básicas entre a realidade do escravismo e da escravidão? Resposta Esperada: Escravidão ? refere-se a uma situação em que seres humanos são tratados como mercadorias, como seres destituídos de autonomia, dignidade e mesmo de vontade, são comprados e vendidos como se fossem objetos e não têm nenhum direito reconhecido. A prática da escravidão ocorreu em diferentes sociedades e também existia em meio à África antes da presença dos povos europeus em meio ao continente. Escravismo ? refere-se a sociedades fundadas na utilização do trabalho escravo. A apropriação e a exploração do trabalho do outro, direcionadas para atividades econômicas, caracterizam o escravismo. O escravismo pode ser identificado em meio às sociedade americanas, como o Brasil e os EUA; mas não em meio ao continente africano. 2. A Organização das Nações Unidas - ONU - promoveu em Genebra, na Suíça, duas conferências que trataram dos temas referentes à discriminação racial e racismo (1978) e apartheid (1983). No ano de 2001, a Conferência de Durban, na África do Sul, tratou de um amplo leque de temas e procurou avaliar os avanços na "luta contra o racismo, contra a discriminação racial e as formas correlatas de discriminação, a avaliação dos obstáculos que impedem o avanço e seus diversos contextos, bem como a sugestão de medidas de combate às expressões de racismo e intolerâncias". Dentre as ações resultantes desta conferência, o Brasil assumiu a responsabilidade de promover a valorização da contribuição africana para a formação do nosso país, através do sistema educacional e a adoção do sistema de cotas para negros nas universidades. Contudo, sabemos que, para a efetivação destas ações, precisamos romper com algumas barreiras, entre elas a atitudinal. Neste contexto, disserte sobre os desafios que o professor pode enfrentar no processo de ensino e aprendizagem sobre a história da África e dos povos africanos. FONTE: História geral da África, V: África do século XVI ao XVIII/editado por Betohwell Allan Ogot. -Brasília: UNESCO, 2010. Resposta Esperada: O professor vai se deparar com problemas que dizem respeito às fontes para o ensino de história, isto porque há produções acadêmicas que pretendem desnaturalizar e desmistificar a imagem negativa e errônea que se construiu sobre a África e os povos africanos ao longo do tempo, contudo, nem sempre esses novos conhecimentos chegam até a escola. Isto porque existe um descompasso entre a produção acadêmica e os saberes que circulam nos espaços da educação básica. Além disso, o professor terá que desconstruir os estereótipos e preconceitos que povoam o imaginário social com relação à África. Dizemos isso porque o tráfego negreiro e a colonização causaram grandes danos ao estudo do passado africano e foram determinantes para o surgimento de estereótipos raciais criadores de desprezo e incompreensão, tão profundamente consolidados na nossa historiografia. Estes povos foram marcados pela pigmentação de sua pele, transformados em mercadoria e condenados ao trabalho forçado, sendo assim, o africano passou a simbolizar, na consciência de seus colonizadores, uma essência racial imaginária e ilusoriamente inferior. Este processo de falsa identificação depreciou a história dos povos africanos. Além disso, desde que foram empregadas as noções de brancos e negros, para nomear genericamente os colonizadores, considerados superiores e os colonizados, os africanos foram levados a lutar pela dupla servidão: a econômica e a psicológica.