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Diarreia Aguda Infecciosa

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Larissa Ferreira | 1 
 
SAÚDE DO ADULTO 
Larissa Ferreira Paulino 
DIARRÉIA AGUDA INFECCIOSA 
 
 Intestino delgado 
O intestino delgado faz parte do sistema digestório, tem formato tubular e 
vai do estômago até o intestino grosso. É composto de três partes: duodeno 
(logo após o estômago), jejuno (parte central) e íleo (próximo ao intestino 
grosso). 
O interior do intestino delgado é revestido de vilosidades intestinais que 
absorvem as substâncias digeridas. Cerca de 80% da digestão ocorre no 
duodeno, região rica em enzimas, produzidas por 3 órgãos (o próprio duodeno, 
o fígado e o pâncreas). O duodeno produz o suco intestinal, que se mistura ao suco pancreático (produzido no 
pâncreas) e ao suco biliar, produzido no fígado e expulso pela vesícula biliar, para auxiliarem a digestão. 
O duodeno recebe o quimo (mistura de alimentos semidigeridos e enzimas e ácidos produzidos no estômago), e 
graças à ação das enzimas ali encontradas, este é transformado em quilo, produto final da digestão. As vilosidades 
intestinais, então, absorvem os nutrientes úteis ao organismo e as substâncias residuais do processo digestivo 
passam para o intestino grosso, de onde são expulsas sob a forma de fezes. 
 Contém superfície absortiva 
 Epitélio 
 Enterócitos 
 Criptas 
 Glândulas secretoras 
 Intestino grosso 
O intestino grosso é a parte final do tubo digestivo, possui 
cerca de 1,5 m e divide-se em três partes: ceco, cólon e reto. 
O ceco corresponde à parte que se conecta ao intestino 
delgado e onde se localiza o apêndice cecal. O cólon 
atravessa quase todo o abdômen e é dividido em quatro 
partes: cólon ascendente, cólon transverso, cólon 
descendente e cólon sigmoide. O reto possui uma dilatação 
chamada ampola retal que acumula as fezes, iniciando o 
processo de defecação. Faz a comunicação do cólon com o 
ambiente exterior por meio do ânus, que possui um músculo 
em forma de anel chamado esfíncter anal. 
No intestino grosso ocorre a parte final da digestão. Nele 
se acumulam os resíduos do processo digestivo em forma de fezes. Esse órgão também é responsável pela absorção 
de água, que determina a consistência do bolo fecal. 
 
 
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/duodeno/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/duodeno/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/estomago/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/figado/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/pancreas/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/vesicula/
https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/ceco/
https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/colon/
https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/reto/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/intestino-delgado/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/intestino-delgado/
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/apendice-cecal/
Larissa Ferreira | 2 
 
 
 Absorção e secreção intestinal 
 Local de absorção 
 Enterócitos 
 Água: absorção passiva 
 Sódio 
 É absorvido por dois mecanismos principais 
 Absorção de Na+ isolado 
 Absorção acoplada de Na+ com glicose, galactose e aminoácidos 
 NaK-ATPse 
 Mantém o interior da célula com baixa concentração de sódio 
 Secreção hidrossalina: criptas 
OBS: o que é diarreia? 
 É a eliminação das fezes com consistência pastosa ou liquida, geralmente acompanhada de: 
 - aumento de numero de evacuações diárias 
 - aumento de massa fecal diária (acima 200mg/dia) 
OBS: porque ocorre diarreia? 
 
 
 
 Classificação quanto ao tempo de duração 
 Aguda: até duas semanas 
 Protaída ou persistente: 2 a 4 semanas 
 Crônica: > 4 semanas 
 Classificação quanto à origem 
 
 Classificação quanto à gravidade (diarreia do viajante) 
 Leve: tolerável e não interfere nas atividades planejadas 
 Moderada: quando interfere nas atividades planejadas 
 Grave: disenterias 
 Quando a diarreia é incapacitante e interfere completamente nas atividades planejadas 
 
Larissa Ferreira | 3 
 
 
 Diarreia aguda 
 Características gerais 
 Em 90% dos casos é de causa infecciosa 
 Outras causas 
 Medicamentos 
 Alergia alimentar 
 Isquemia 
 Álcool 
 Dieta enteral 
 Gastroenterite X intoxicação alimentar 
 Instalação súbita 
 Curso limitado (até 14 dias) 
 
 Diarreia aguda infecciosa 
 Pode ser dividida em duas síndromes 
 Diarreia inflamatória ou sanguínea 
 Diarreia NÃO inflamatória ou aquosa 
 Diarreia inflamatória ou sanguínea 
 Causada por bactérias ou protozoários 
 Diarreia ‘’baixa’’ 
 Afeta principalmente o cólon 
 Pequeno volume 
 Pode conter sangue ou pus 
 Clínica 
 Tenesmo 
 Urgência fecal 
 Dor retal 
 Febre 
 Dor abdominal 
 Exame 
 Leucócitos 
 Sangue fecais + 
 Causas 
 Shigella 
 Salmonella 
 E. colli 
 Outras .. 
 Diarreia aguda não inflamatória ou aquosa 
 Causada por vírus ou bactérias produtoras de enterotoxinas 
 Diarreia ‘’alta’’ 
 Afeta principalmente o delgado 
 Clínica 
 Fezes aquosa de grande volume e sem sangue 
 Causas 
 Giárdia 
 E. colli 
 Virus 
 Outras.. 
 
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DIARREIA AGUDA INFLAMATÓRIA DIARREA AGUDA NÃO INFLAMATORIA 
Sangue Água 
Diarreia baixa Diarreia alta 
Pequeno volume Grande volume 
Afeta o colon Afeta o delgado 
 DIARREIA AGUDA NÃO INFLAMATÓRIA 
1. Diarreia por rotavírus/norovírus 
 Rotavírus 
 Crianças e lactentes (6 meses – 2 anos) 
 Adolescentes e adultos (surtos em ambientes fechados) 
 Transmissão 
 Via fecal oral 
 Vírus resistente muito tempo no ambiente 
 Sítio de replicação 
 Jejuno 
 Quadro clínico 
 Fezes aquosas, verdes ou amareladas e SEM muco 
 Oito ou mais evacuações diárias duração: 7 dias 
 Vômitos e desidratação acentuados 
 Diagnóstico 
 Clínico 
 Tratamento 
 Reposição hidroeletrolítica, por via oral de preferência 
 Manejo dietético 
 Prevenção 
 Vacina oral –2 a 8 meses (2 a 3 doses) 
2. Cólera 
Cólera é uma doença infectocontagiosa aguda do intestino delgado, causada por uma enterotoxina produzida 
pela bactéria vibrio colérico (Vibrio cholerae). 
A transmissão é fecal-oral e se dá através da água e de alimentos contaminados pelas fezes ou pela manipulação 
de alimentos por pessoas infectadas, sejam elas sintomáticas ou não. Já foram registrados casos em que peixes, 
frutos do mar, como ostras e mexilhões, crus ou mal cozidos, e gelo fabricado com água não tratada foram veículos 
de transmissão da doença. A enfermidade é de notificação compulsória às autoridades de saúde. 
 Agente: Vibrio cholerae (bastonete gram -) 
 Período de incubação 
 Horas a cinco dias 
OBS: o vibrião é destruído pela acidez gástrica, por isso, para que haja realmente a infecção é necessário que tenha 
grande quantidade 
OBS: O uso de IBP ou inibidores H1 podem causar doença grave 
 
 
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/intestino-delgado/
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 Quadro clínico 
 A maioria é assintomática 
 Eliminam a bactéria nas fezes 
 Casos mais graves 
 Um litro de fezes diarreicas por hora 
 Insuficiencia renal 
 Choque 
 Morte em menos de 6 a 8 horas 
OBS: notificação compulsória 
 Tratamento 
 Formas leves e moderadas: hidratação 
 Formas graves: hidratação + ATB 
 Adultos: tetraciclina 500mg VO 6/6 horas por 3 dias 
 Gestantes: ampicilina 50mg VO 6/6 horas 3 dias 
 Crianças: sulfametoxazol-trime toprim 
 Prevenção 
 Higiene 
 Lave bem as mãos com água limpa e sabão depois de usar o banheiro e antes de manusear 
qualquer alimento 
 Álcool 
 Água potável 
 Alimentação 
 Frutos do mar 
 Leite 
3. Escherichia coli 
 
 E. coli enterotoxigênica (ETEC) 
OBS: é um dos agentes da diarreia do viajante 
 Transmissão: água e alimentos contaminados 
 Patogênese: 
 Aderência ao enterócito e produção de toxinas que estimulam a secreção eletrolítica 
 Não há invasão da mucosa 
 Toxinas: termolábil e termoestável (resistem à temperatura) 
 Quadro clínico Gastroenterite 
 Com ou sem vômitos 
 NÃO tem febre 
 Não tem dor abdominal significativa 
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 Período de incubação: 8 a 24 horas 
 Duração: autolimitada - 1 a 5 dias 
 Tratamento: hidratação 
 Diagnóstico: EPF 
OBS: Estes sintomas são muito semelhantes aos de uma gastroenterite causada por qualquer 
outro microorganismo e, por isso, muitas pessoas não sabem que foram infectadas por esta bactéria, porém, é a 
principal causa de diarreia quando se viaja para outros países. 
4. Diarreia por Staphylococcus aures 
S. aureus produzem intoxicação alimentar pela produção de várias enterotoxinas termoestáveis 
 Transmissão oral fecal 
 Período de incubação: 2 a 8 horas 
 Quadro clínico 
 Náuseas 
 Vômitos 
 Cólicas seguidas de diarreia aquosa 
 Auto limitada: 12 – 24 horas 
 Tratamento: suporte 
5. Giardíase 
Giardíase é a infecção causada pelo protozoário flagelado Giardia intestinalis (lamblia). A infecção pode ser 
assintomática ou provocar sintomas que variam de flatulência intermitente a má absorção crônica. 
Trofozoítos de Giardia prendem-se firmemente à mucosa 
duodenal e ao jejuno proximal e multiplicam-se por divisão binária. 
Alguns parasitas transformam-se no ambiente em cistos resistentes, 
que são disseminados pela via fecal-oral. A transmissão pela água é a 
fonte principal de giardíase. A transmissão também pode ocorrer por 
meio da ingestão de alimento contaminado e de contato direto de 
pessoa para pessoa, em especial em instituições para deficientes 
mentais e creches, ou entre parceiros 
sexuais. Cistos de Giardia permanecem 
viáveis na superfície da água e são 
resistentes aos níveis de cloração de 
rotina. Animais silvestres também podem servir como reservatórios. Dessa forma, 
corredeiras provenientes de montanhas, assim como a cloração de sistemas de 
abastecimento de água municipais com filtração deficiente, foram implicadas nas 
epidemias transmitidas pela água. 
 Agente: Giargia lamblia 
 Transmissão: água e alimentos contaminados 
 Período de incubação: 1 a 4 semanas 
 Período de transmissibilidade: enquanto persistir a infecção 
 Local: infecção do intestino delgado 
 Se aloja no intestino delgado, no jejuno, onde há grande capacidade de absorção dos nutrientes. Ela 
se prolifera e “tampa” o epitélio, atrofiando-o, impedindo a absorção de alimentos. Portanto, há 
presença de alimentos nas fezes e pode se tornar crônica 
 Forma infectante: cisto 
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 Quadro clínico 
 A maioria dos casos são assintomáticos 
 Diarreia inicialmente liquida, podendo evoluir para ma absorção intestinal, com esteatorreia 
 Dor abdominal 
 Náuseas 
 Perda de peso 
 Sintomas crônicos 
 Fezes amolecidas 
 Fadiga 
 Anorexia 
 Flatulências 
 Distensão abdominal 
 Intolerância a lactose 
 Diagnóstico 
 EPF (3 amostras alternadas devido a liberação intermitente de cistos) 
 Tratamento  antibiótico 
 Secnidazol 2g VO dose única 
 Tinidazol 2g VO dose única 
 Metronidazol 250mg VO 2 vezes ao dia por 5 dias 
OBS: Não ingerir bebida alcoólica por 4 dias após o tratamento, devido ao efeito antabuse 
 
 DIARREIA AGUDA INFLAMATÓRIA 
 
1. Shigelose 
Shigelose é uma infecção aguda do intestino causada por Shigella sp. Os sintomas incluem febre, náuseas, 
vômitos, tenesmo e diarreia, com fezes geralmente sanguinolentas. O diagnóstico é clínico e confirmado por meio de 
cultura de fezes. O tratamento da infecção leve é de suporte, principalmente com reidratação; antibióticos (p. ex., 
ciprofloxacino, azitromicina, ceftriaxona) são dados a pacientes moderada a gravemente enfermos e de alto risco 
com diarreia sanguinolenta ou imunocomprometimento e pode encurtar a duração da doença e diminuir o contágio. 
 Agente: bactérias gram – do gênero Shigella 
 Transmissão 
 Contato interpessoal 
 Ingestão de água contaminada e/ou alimentos 
 Período de incubação: 12 a 48 horas 
OBS: alta infecctividade 
 Quadro clínico 
 Assintomáticos/subclínicos: graves e tóxicos 
 Diarreia aquosa 
 1 a 3 dias 
 Febre alta 
 Anorexia 
 Náuseas e vômitos 
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OBS: Colite tóxica com colon dilatado = megacólon tóxico 
 Complicações 
 Sepse 
 Megacolon tóxico 
 Prolapso retal 
 Insuficiência renal aguda 
 Artrite reativa ou séptica 
 Síndrome hemolítico urêmica 
 Perfuração intestinal com peritonite 
 Neurológicas 
 Convulsão 
 Meningismo 
 Encefalopatia 
 Letargia 
 Alucinações 
 Diagnóstico 
 Coprocultura 
 Tratamento 
 Hidratação oral 
 Antibiótico 
 
2. Síndrome hemolítico urêmica 
A síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma doença grave, caracterizada principalmente por início agudo com 
anemia hemolítica microangiopática, insuficiência renal 
e trombocitopenia. Tais sintomas podem ter ocorrência 
posterior ou não a episódio de diarreia, geralmente 
sanguinolenta. Embora sua ocorrência esteja 
relacionada a diversos determinantes, como formas 
hereditárias da doença, administração de medicamentos 
e patógenos variados, a infecção por Escherichia coli 
produtora de Shiga Toxina (STEC) consiste na principal 
causa de SHU. 
 É uma doença grave 
 Acomete mais crianças 
 Agentes 
 E. colli 
 Shigella dysenterie 
 Campylobacter 
 Quadro clínico 
 Anemia hemolítica microangiopática 
 Trombocitopenia 
 Insuficiência renal aguda 
 Manifestações neurológicas 
 Irritabilidade 
 Letargia 
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 Convulsão 
 Coma 
 
3. Salmonelose não tifoide 
Salmonella não tifoide causa principalmente gastrenterite, bacteriemia e infecção focal. Os sintomas podem ser 
diarreia, febre alta com prostração, ou sintomas de infecção focal. O diagnóstico é feito por culturas de sangue, 
fezes, ou espécimes do local. O tratamento, quando indicado, é feito com SMX-TMP, ciprofloxacino, azitromicina ou 
ceftriaxona com cirurgia nos casos de abscessos, lesões vasculares e infecções ósseas e articulares. 
 Agentes 
 Bactérias do gênero Salmonella 
 Transmissão 
 Alimentos de origem animal 
 Frango 
 Ovos 
 Carne vermelha 
 Leite não pasteurizado 
 Derivados do leite 
 Ingestão de agua contaminada 
 Período de incubação: 6 a 72 horas 
 Quadro clinico 
 Disenteria (imunocompetentes) 
OBS: doença autolimitada – 3 a 7 dias 
 Complicações 
 Desidratação e distúrbio eletrolítico 
 Bacteremia em imunossuprimidos 
 Diagnóstico: coprocultura 
 Tratamento 
 Hidratação oral 
 Enterites não complicadas não se trata com antibiótico 
 Indicado para 
 RN 
 > 65 anos 
 Imunodeprimidos (doença e/ou medicamento) 
 Anemia falciforme 
 Doença inflamatória intestinal 
 Hemodiálise 
 
4. Diarreia por Campylobacter 
Campylobacter sp são bacilos Gram-negativos móveis, curvos e microaerófilos que normalmente habitam o trato GI 
de muitos animais domésticos e aves. 
 Agente: Campylobacter jejunii 
 Transmissão 
 Alimentos como carne crua 
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 Água contaminada 
 Contato direto com animais infectados 
 Incubação: 1 a 7 dias 
 Quadro clínico 
 Pródromes 
 Febre 
 Manifestações influenza like 
 Diarreia volumosa (>10 evacuações/dia) 
 Após o segundo dia: paciente apresenta dor abdominal e sangue nas fezes 
 Complicações 
 Síndrome de Guillan Barré (paraparesia espástica tropical) 
 Miopericardite 
 Pancreatite 
 Artrite 
 Meningite 
 Síndrome hemolítico-urêmico 
 Diagnóstico 
 Coprocultura 
 Tratamento 
 Hidratação VO 
 ATB somente nos casos graves, com disenteria: azitromicina, ciprofloxacino 
 
5. Diarreia por E. coli produtora da toxina de Shiga 
Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC) é um importante patógeno veiculado por alimentos, 
principalmente produtos derivados de carne bovina e está associado a quadros de diarréias leves a severase 
sanguinolentas. Em alguns indivíduos, a infecção por STEC pode progredir para a síndrome hemolítico-urêmica 
(HUS), seqüela caracterizada pela falência renal e a púrpura trombocitopênica trombótica (TTP), com possível 
envolvimento do sistema nervoso central. O gado bovino, geralmente saudável, é o principal reservatório de STEC, 
embora estas cepas também tenham sido isoladas de outros animais domésticos: ovelhas, cabras, cães, gatos e 
suínos. 
A principal característica de virulência, a produção de toxinas Shiga, não é suficiente para causar doenças e 
outros fatores são considerados relevantes, como a produção de enterohemolisina e de adesinas fimbriais e 
afimbriais. Embora as doenças humanas associadas a STEC sejam pouco descritas no Brasil, podemos observar uma 
significativa ocorrência destas cepas nos rebanhos bovinos, bem como a correlação entre sorotipos encontrados 
nestes animais e em pacientes humanos. 
 Agentes 
 Várias sorotipos de E. coli 
 Produzem a toxina Shiga ou verotoxina 
 Colonizam exclusivamente o cólon 
 Transmissão 
 Consumo de carne 
 Produtos industrializados 
 Água contaminada 
 Período de incubação: 3 a 4 dias 
 Quadro clínico: diarreia invasiva (disenteria) 
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 Tratamento: evitar TAB exceto em casos de sepse 
 
6. Colite pseudomembranosa (PROVA) 
A colite pseudomembranosa é uma inflamação do cólon que se produz quando, em determinadas 
circunstâncias, a bactériachamada Clostridium difficile lesiona o órgão mediante a sua toxina e produz diarreia e 
aparição no interior do cólon de placas esbranquiçadas chamadas pseudomembranas. 
Quase sempre aparece em pessoas tratadas previamente com antibióticos, e em pessoas debilitadas ingressadas 
em hospitais ou residências de idosos. A enfermidade caracteriza-se por diarreia, por vezes de odor fétido, febre e 
dor abdominal e pode chegar a ser grave e em alguns casos fatal. 
 Agente 
 Clostridium difficile 
 Esporos: ambientes hospitalares, asilos, mãos de profissionais da saúde 
 Fatores de risco 
 Idosos 
 Hospitalização 
 Uso prévio de ATB 
 Lembrar de 
clindamicina 
 Imunussuprimidos 
 Quadro clínico 
 Disenteria 
 Febre 
 Dor abdominal 
 Diagnóstico 
 Pesquisa de toxinas A e B nas fezes 
 Colonoscopia 
 Tratamento 
 Metronidazol ou vancomicina VO 
 Suspender o antibiótico causador da colite 
OBS: É melhor lavar a mão ou utilizar álcool? Álcool, pois ele desinfeta mais rápido. Utilizamos o sabão caso a mão 
esteja visivelmente suja ou após usar o banheiro. Especificamente na colite pseudomembranosa, os esporos são 
resistentes ao álcool, portanto a higiene precisa ser feita com sabão 
 
7. Amebíase 
Amebíase é uma infecção causada por Entamoeba histolytica. É geralmente 
assintomática, mas diarreia e disenteria leve a grave podem ocorrer. Infecções 
extraintestinais incluem abscessos no fígado. O diagnóstico é feito identificando-
se E. histolytica em amostras de fezes, ou por meio de testes sorológicos. O 
tratamento para a doença sintomática é feito com metronidazol ou tinidazol, 
seguido por paromomicina ou outras drogas ativas contra cistos no lúmen. 
 Agente: Entamoeba histolytica 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inflama%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3lon
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Clostridium_difficile
https://pt.wikipedia.org/wiki/Toxina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diarreia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Enfermidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre
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 Transmissão 
 Ingestão de alimentos e água contaminados 
 Transmissão sexual: oro-anal 
 Período de incubação: 2 a 4 semanas 
 Período de transmissibilidade: pode durar anos quando não tratada 
 Quadro clínico 
 Forma branda 
 Desconforto abdominal leve ou moderado, com sangue e/ou muco nas dejeções 
 Forma grave 
 Febre 
 Calafrios 
 Diarreia sanguinolenta 
 Complicações 
 Granulomas amebianos (amebomas) na parede do intestino grosso 
 Abcesso hepático, pulmonar e cerebral 
 Empiema 
 Pericardite 
 Colite fulminante com perfuração 
 Diagnóstico 
 EPF 
 Tratamento 
 Metronidazol 
 Controle de cura 
 Realizar 3 EPF entre o 7º e 15º dia pós término do tratamento 
DIARREIA DO VIAJANTE 
 Diarreia aguda – DIAGNÓSTICO 
A grande maioria é infecciosa ou auto-limitada 
 Pede-se exame nos seguintes casos 
 Idosos com comorbidades 
 Imunodeprimidos 
 Diarreia grava 
 Febre > 38,5 persistente 
 Diarreia crônica ou persistente 
OBS: disenteria (diarreia com sangue) também pede-se os exames 
 Exames a se pedir 
 Exame de fezes 
 Pesquisa de leucócitos fecais 
 EPF 
 Coprocultura 
 Toxina do C. difficile 
 Retossigmoidoscopia ou colono se colite pseudomembranosa ou paciente portador do HIV 
 Tratamento 
 Reposição hidroeletrolítica oral 
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 Sais de reidratação oral 
 Paciente desidratado: 50 a 100 ml/Kg nas primeiras 6 horas 
 Hidratado: 200 ml a cada evacuação 
 Dieta 
 De acordo com a aceitação 
 Se náuseas e vômitos 
 Líquidos em pequena quantidade 
 Evitar laticínios 
 Evitar cafeína 
OBS: escreve probióticos apenas se o paciente tiver usando antibiótico 
 Antibioticoterapia empírica 
 Disenteria + febre alta + dor abdominal intensa 
 Idosos e imunossuprimidos 
 Diarreia grave em viajantes 
 Considerar nos casos de diarreia moderada em viajantes 
 Cólera: casos graves 
 Sepse 
 Prevenção diarreia do viajante 
 Preferir alimentos cozidos há pouco tempo, ainda quentes 
 Lavar e só depois descascar frutas e legumes e evitar aqueles com casca não íntegra 
 Evitar alimentos crus, inclusive ovos 
 Evitar alimentos de ambulantes, inclusive sorvetes 
 Ter cuidado no consumo de peixes e frutos do mar, limitando-se aos cozidos 
 Consumir apenas leite e derivados pasteurizados 
 Só ingerir bebidas industrializadas e preferir água gasosa 
 Evitar colocar gelo em bebidas 
 Escovar os dentes de preferência com água mineral 
 Não suspender a amamentação de bebês 
 Não fazer uso profilático de antibióticos de rotina (individualizar) 
 Antidiarreicos podem ser considerados na prevenção da DV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CASOS CLÍNICOS

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