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ANO XLI • Nº 301 • FEVEREIRO DE 2019 • MENSAL • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Após quase duas décadas de seu desenvolvimento e aplicação, a transmis- são manual transversal 02T continua equipando Gol, Voyage, Saveiro, Fox e SpaceFox. Ao dirigir qualquer desses modelos, você terá a mesma percepção dos engates de marchas suaves. Além do baixo valor de aquisição e do me- nor índice de reparação, a transmissão 02T traz, ainda, o conceito Long Life (livre de manutenção). Nesta edição, vamos conhecer os detalhes de desmontagem e montagem dessa transmissão. OS REPAROS DA TRANSMISSÃO MANUAL TRANSVERSAL MQ200 – 02T PEÇA CERTA Ofereça o máximo de segurança e conforto para o veículo de seus clientes com o Amortecedor Original Volkswagen. NO_FEV19_v1.indd 1 07/02/2019 15:03:23 2 | NOTÍCIAS DA OFICINA | FEVEREIRO 2019 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Marcelo Gabriel MTB: 36065/SP CONSELHO EDITORIAL: Aguinaldo Rodrigues André Aiello Claudinéia Braga Cleber Lorenzi Cristiano Norberto Daniel Morroni Elder Evangelista Gabriel Rimi Luiz Fernando Tiosso Luiz Toller Rodrigo Bueno Rodrigo Facini Victor Hugo Silveira Wagner Carrieri EDITORAÇÃO / COMERCIALIZAÇÃO: Germinal Editora e Marketing Ltda. IMPRESSÃO: Log & Print Gráfica e Logística Tiragem: 50 mil exemplares A revista Notícias da Oficina quer saber mais sobre você. Mantenha sempre atualizada a sua assinatura através do site reparadorvw.com.br ou entre em con- tato pela Central de Relacionamento Notícias da Ofi- cina: (11) 3071-4633. A Volkswagen tem uma tradição de produzir carros que caem no gosto do consumidor e viram grande sucesso de vendas. Agora é a vez do Fox, pioneiro e inovador no mundo dos com- pactos. O Volkswagen Fox completa 15 anos e acaba de superar a marca de 2 milhões de unidades produzidas na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. Lançado em 2003, o modelo segue entre os carros mais vendidos da marca no Brasil, com aproximadamente 35 mil unidades em- placadas em 2018. Somente no mês de outubro, foram comercializadas 3.800 unidades do Fox, um aumento de 23% em relação a outubro de 2017. Atualmente, o veículo é comercializado em duas versões: Connect e Xtreme, que têm como destaques a conectividade e recursos de tecnologia exclusi- vos na categoria. Como consequência de sua popularidade junto ao consumidor, o carro também se torna muito bem conhecido nas oficinas independentes, sendo considerado um excelente produto por reparadores de todo o Brasil. As oficinas estão cada vez mais próximas da marca Volkswagen e de seus produtos. É o que indica a pesquisa IMAGEM DAS MONTADORAS, publicada na edição de janeiro do jornal OFICINA BRASIL, na qual os reparadores expressam sua opinião sobre as marcas e seus produtos. Se a Volkswagen vem crescendo na preferência do reparador, certamente o Fox contribuiu para isso. Agora, é hora de aproveitar sua revista NOTÍCIAS DA OFICINA e comemorar com a Volkswa- gen mais essa marca expressiva. Afinal, é quase certo que, ainda nesta semana, você terá um Fox em manutenção na sua oficina. Boa leitura! Equipe TV Notícias da Oficina Volkswagen FOX, MAIS UM RECORDE DA VOLKSWAGEN EDITORIAL NO_FEV19_v1.indd 2 07/02/2019 15:03:30 FEVEREIRO 2019 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 3 TRANSMISSÃO MANUAL TRANSVERSAL MQ200 – 02T: DETALHES SOBRE MONTAGEM E DESMONTAGEM REPARAÇÃO PASSO A PASSO CAPÍTULO 1 Desenvolvimento A transmissão manual 02T é uma evolução das transmissões transversais anteriores. Suas características construtivas permitem diminui- ção de peso, garantindo resistência e propor- cionando uma utilização com menor índice de reparação. A peça consiste em uma caixa compacta de cinco marchas para veículos com tração dian- teira e motorização transversal. É composta de duas árvores e um eixo adicional para a marcha à ré. As engrenagens das árvores primária e secundária possuem dentes helicoidais e rece- bem um tratamento superficial chamado “shot peening”, no qual a peça é jateada a fim de aumentar a resistência à fadiga, diminuindo- -se eventuais efeitos nocivos provocados por irregularidades superficiais durante o processo de produção (por exemplo: rebarbas, riscos e tensões de tração). Todas as engrenagens da transmissão são montadas sobre rolamentos de agulha que proporcionam um alto nível de suavidade nas marchas. Carcaça A carcaça da transmissão 02T é fabricada em magnésio e dividida em duas partes: carcaça da transmissão e carcaça da embreagem. O mag- nésio, em comparação com o alumínio, é menos denso e, portanto, oferece menor rigidez. Por conta disso, essas duas partes são construídas com paredes mais espessas e mais reforços. Porém, mesmo com essas medidas, foi possível reduzir o peso em 2,5 Kg em relação a uma car- caça de alumínio. Além dessa redução, o mag- nésio proporciona um melhor conforto acústico, pois oferece um maior amortecimento, ou seja, a transmissão 02T produzirá menos ruído em comparação com as transmissões convencio- nais. Devido à densidade reduzida do material da carcaça, é necessária a utilização de parafu- sos com maior comprimento para a fixação das partes. Os parafusos são específicos para essa montagem, pois receberam um recobrimento especial, com o intuito de não reagirem quimi- camente com o material da carcaça, evitando- -se, assim, uma decomposição eletroquímica. Desmontagem Após a remoção da transmissão, coloque- -a no cavalete de serviço VW313 utilizando o suporte de fixação 3221. Em seguida, des- monte a tampa da carcaça da transmissão para remover o conjunto de engrenagens da 5ª marcha, ou seja, para a abertura da trans- missão, é necessário remover esse conjunto de engrenagens. Suporte de Rolamentos Para a formação do módulo das árvores primária e secundária, a transmissão 02T conta com um suporte de aço blindado que acomoda dois rolamentos de esferas. Esse suporte de rolamentos, além de facilitar o manuseio do conjunto, simplifica o repa- ro da transmissão, pois os rolamentos não são cônicos, dispensando ajustes de folga ou pré-carga – o que é exigido por conjun- tos de eixos que utilizam rolamentos côni- cos. Dessa forma, basta fazer a instalação seguindo as recomendações do manual de reparação e obedecendo aos procedimentos para o posicionamento dos componentes e aos torques de aperto dos parafusos. Outra vantagem é o fato desse compo- nente ser constituído por dois rolamentos presos a um suporte de fixação. No caso de um dos rolamentos apresentar defeito, é necessário substituir a peça inteira, evitan- do-se a troca de somente um dos rolamen- tos – o que seria um reparo incorreto. Características das árvores primária e secundária As árvores primária e secundária são ocas, o que proporciona uma diminuição de peso. Apesar de não serem maciças, são muito resistentes. Com isso, a transmissão 02T pode trabalhar com um torque de en- trada de até 200 Nm. A carcaça da transmissão aloja os eixos primário e secundário, além dos mecanismos de seleção e engate das marchas. É ela que permite a fixação da transmissão no cavalete para desmontagens e montagens. A carcaça possui uma tampa de aço que permite reparos no conjunto de engrenagens da 5ª marcha sem que haja a necessidade de remoção da transmissão. Sua junta de vedação deverá ser substituída sempre que for removida. A carcaça da embreagem possui os pontos de fixação da transmissão ao motor. É nela que existe o alojamento – popularmente chamado de “caixa seca” – que acomoda o conjunto de embreagem. É nela, também, que encontramos o atuador hidráulico e o módulo de acionamento da embreagem. Este, formado por garfo, rolamento e pino de apoio. O módulo de acionamento possui ranhuras (em formato de cruz) na área de contato ao garfo de acionamento que evitam rangidos ao se pisar no pedal da embreagem. Mesmo assim, deve-se considerar a informação de jamais lubrificar o pino de apoio, pois a lubrificação poderá danificar essa área de contato, o que produzirá ruídos de acionamento. NO_FEV19_v1.indd3 07/02/2019 15:03:31 4 | NOTÍCIAS DA OFICINA | FEVEREIRO 2019 Distribuição das marchas A 1ª e a 2ª marcha são montadas na árvore secundária, enquanto a 3ª, a 4ª e a 5ª marcha são montadas na árvore primária. Essa dis- posição contribui para diminuir a inércia dos conjuntos durante as trocas de marcha. A en- grenagem da marcha à ré está montada em um eixo separado que fica entre a árvore primária e a árvore secundária. Quando a marcha à ré é engatada, inverte-se o sentido de rotação da ár- vore secundária. Todas as marchas à frente são sincronizadas, sendo que a 1ª e a 2ª possuem um sistema de sincronização dupla. A marcha à ré não possui sincronizador próprio e, por isso, con- ta com uma pequena ação de frenagem do eixo primário por meio do sincronizador da 5ª marcha. Sincronizadores duplos Para que haja engates suaves, todas as marchas à frente possuem sincronizadores que promovem fricção nas engrenagens. Com isso, uma das árvores diminui a veloci- dade de rotação, o que promove uma equa- lização da rotação entre as duas árvores e facilita a conexão das duas engrenagens de uma das marchas. Como a 1ª e a 2ª marcha são as mais utilizadas durante os percursos com o veículo, elas receberam sincroniza- dores duplos que têm a função de otimizar a ação de fricção durante os engates, au- mentando a vida útil dos conjuntos sincro- nizadores da 1ª e da 2ª marcha e garantindo engates mais precisos, tanto nas trocas de marchas ascendentes (1ª para 2ª, 2ª para 3ª) quanto nas reduções (3ª para 2ª, 2ª para 1ª). Avaliação dos componentes Durante a desmontagem das árvores, convém que você tenha uma boa organiza- ção para a acomodação das peças na ban- cada. Alguns componentes, como anéis sin- cronizadores e pistas de rolamentos agulha, são comuns entre os conjuntos e, por isso, são intercambiáveis. Porém, por conta do assentamento, algumas peças devem ser montadas no seu respectivo conjunto. Por exemplo: ao avaliar o sincronizador do con- junto de uma das marchas, você não iden- tificou falhas e constatou que não será ne- REPARAÇÃO PASSO A PASSO Remova respectivamente os guias 1 juntamente com os garfos 2 de engate da 5ª marcha. Depois, remova o anel trava 3 da luva sincronizadora e o anel trava 4 da engrenagem fixa. Dessa forma, o conjunto de engrenagens estará liberado para a remoção. Remova o mecanismo de seleção e engate das marchas e retire os parafusos de fixação dos guias do conjunto de garfos de engate. Em seguida, remova os dois flanges de fixação dos semieixos ao conjunto diferencial para que as duas partes da carcaça possam ser separadas. Com essa separação, a transmissão estará aberta. Tome cuidado com o conjunto diferencial, pois este ficará livre e deverá ser acomodado em um local limpo, longe de líquidos e poeira. Acomode também a carcaça da embreagem, pois os trabalhos a partir de agora serão com o manuseio da carcaça da transmissão. A árvore primária, a árvore secundária e suas engrenagens são montadas primeiro no suporte de rolamentos e, depois, facilmente acopladas na carcaça da transmissão. Para reparos e/ou diagnósticos nas árvores, basta removê-las do suporte e efetuar as respectivas desmontagens. Removendo o módulo das árvores primária e secundária: utilizando uma prensa hidráulica, apoie a carcaça da transmissão com as bases VW401 e VW402. Instale a ferramenta T10085 nas pontas das árvores primária e secundária, no local de alojamento do conjunto de engrenagens da 5ª marcha. Essa ferramenta irá proteger as árvores contra danos, enquanto o conjunto é submetido à interferência. É importante ter cuidado, pois o módulo das árvores primária e secundária corre o risco de cair. Por isso, é recomendável que outro técnico o auxilie nessa operação, sustentando o módulo por baixo da carcaça. Árvore primária: As engrenagens fixas da 1ª e da 2ª marcha e da marcha à ré são usinadas na árvore primária. As engrenagens móveis da 3ª, da 4ª e da 5ª marcha estão apoiadas em rolamentos agulha que foram instalados, sob interferência, nesta árvore. Árvore secundária: O pinhão do conjunto diferencial é usinado na árvore secundária (podemos chamá-la de “árvore do pinhão”). Se houver danos em um ou mais dentes do pinhão, será necessário substituir esta árvore, além da coroa. As engrenagens móveis da 1ª e da 2ª marcha e o respectivo corpo sincronizador estão instalados na árvore secundária. As engrenagens fixas da 3ª, da 4ª e da 5ª marcha foram instaladas nesta árvore também, mas encaixadas em estrias e presas por anéis travas. O sincronizador duplo é composto por cone sincronizador na engrenagem, anel sincronizador interno, anel cônico interno e anel sincronizador externo. NO_FEV19_v1.indd 4 07/02/2019 15:03:32 FEVEREIRO 2019 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 5 REPARAÇÃO PASSO A PASSO cessária a substituição. Esse sincronizador deve ser montado no mesmo conjunto do qual foi removido, pois, dessa forma, não apresentará problemas após a montagem. A transmissão foi construída de forma a impe- dir uma montagem incorreta de algum dos conjuntos, ou seja, não é possível finalizar a montagem se algo estiver na posição in- correta. Com todos os componentes devidamente organizados na bancada, faça uma avaliação visual, procurando por possíveis desgastes prematuros em: • Cubos e luvas de engate – procurar por marcas de danos, os quais podem ser a cau- sa da falha da transmissão. • Garfos de engate – verificar se algum dos garfos apresenta empenamento ou des- gastes dos guias para deslizes nas luvas de engate. • Reténs e molas dos conjuntos sincroni- zadores – verificar se há desgaste excessivo. • Anéis sincronizadores – avaliar se há trincas ou desgastes excessivos. • Engrenagens de marchas – verificar possíveis danos aos dentes de engrenamen- to, aos dentes de engate ou nas superfícies cônicas para contato com os anéis sincroni- zadores. • Rolamentos agulha – efetuar leves batidas nesses rolamentos contra uma su- perfície. Eles não podem permitir a soltura dos roletes. Caso os roletes estejam se des- prendendo do seu alojamento, o rolamento deverá ser substituído, juntamente com sua pista interna. • Árvores primária e secundária – veri- ficar dentes das engrenagens usinadas nas árvores e superfícies de instalação dos ou- tros componentes. Avaliando os desgastes dos anéis sincronizadores Para a verificação de desgaste do anel sincronizador, você deve posicioná-lo na sua respectiva engrenagem, aplicar pressão no anel contra a engrenagem e, utilizando um calibre de lâminas, verificar a folga entre os dois componentes. Lembrando que, quanto maior for a folga entre as duas peças, em melhor estado se encontrará o anel sincro- nizador. Os valores para as verificações são: 3ª, 4ª e 5ª marchas: limite de desgaste = 0,50 mm; peça nova = 1,10 mm a 1,70 mm. 1ª e 2ª marchas (anel interno): limite de desgaste = 0,30 mm; peça nova = 075 mm a 1,25 mm – instalar somente o anel sincroni- zador interno na respectiva engrenagem e pressionar o mesmo contra a engrenagem. 1ª e 2ª marchas (anel externo): limite de desgaste = 0,50 mm; peça nova = 1,20 mm a 1,80 mm – instalar os anéis interno e exter- no na respectiva engrenagem e pressionar os mesmos contra a engrenagem. Durante a montagem Após os trabalhos de diagnóstico e de- terminação sobre quais peças serão subs- tituídas, inicia-se a montagem da trans- missão, a começar pelas árvores primária e secundária, que terão de receber de volta todos os seus conjuntos de engrenagens, conjuntos sincronizadores, pistas internas dos rolamentos agulha, calços e anéis trava. Montagem da árvore primária - Posicione a árvore primária em uma morsa, protegendo-a contra danos, com a engrenagem da 1ª marcha voltada para bai- xo. - Instale o rolamento agulha da engre- nagem da 3ª marcha. Em seguida, instale a respectiva engrenagem com a superfície cônica voltada para cima. - Coloque o anel sincronizador. Em se- guida, instale o cubo do conjunto sincroni-zador ( já devidamente montado, com sua luva, reténs e molas) com o ressalto maior voltado para baixo. - Coloque a pista para o rolamento agu- lha da 4ª marcha. Este deverá ser prensa- do. Retire a árvore da morsa e leve-a para a prensa. Apoie a árvore primária com a base VW401. Apoie a pista que irá ser submetida à interferência e acione a prensa até que a pista encontre o batente final. - Prenda novamente a árvore primária à morsa e continue a sua montagem, ins- talando o anel sincronizador da 4ª marcha. Agora, coloque o rolamento agulha da 4ª marcha, o anel de encosto e, também, a en- grenagem da 4ª marcha. - Coloque a última pista de rolamento agulha, que também será submetida à in- terferência. - Agora, falta apenas a colocação do anel trava dessa pista, mas existe um procedi- mento para determinar qual a medida do anel trava a ser instalado. Determinando a medida do anel trava Instale um anel trava com 2 mm (milí- metros) de espessura. Utilizando um calibre de lâminas, verifique qual a folga existente entre a pista de rolamento e o anel trava. Existem, como opções, cinco anéis trava com medidas de espessuras diferentes. De acordo com a folga encontrada, determine o anel trava da seguinte forma: • Folga de 0,05 mm até 0,10 mm: mante- nha o anel trava com espessura de 2,00 mm. • Folga de 0,15 mm até 0,20 mm: instale o anel trava com espessura de 2,10 mm. • Folga de 0,25 mm até 0,30 mm: instale o anel trava com espessura de 2,20 mm. • Folga de 0,35 mm até 0,40 mm: instale o anel trava com espessura de 2,30 mm. • Folga de 0,45 mm até 0,50 mm: instale o anel trava com espessura de 2,40 mm. Montagem da árvore secundária A árvore secundária deverá ser posicio- nada com o apoio de uma morsa, de forma que o pinhão fique para baixo. - Inicie a montagem pela engrenagem fixa da 4ª marcha com o lado do ressalto para cima. Após posicioná-la, instale o anel trava dessa engrenagem (esses anéis trava possuem espessura e diâmetros diferentes, para impedir erros de montagem). - Agora, instale o anel trava da engrena- gem da 3ª marcha e, também, a sua engre- nagem, que deverá ser posicionada com o ressalto para baixo. - Monte a engrenagem da 2ª marcha jun- tamente com o seu rolamento agulha. Na sequência, instale o seu sincronizador du- plo. - Instale agora o conjunto sincronizador. Este possui em seu corpo a engrenagem da marcha à ré. Posicione esse conjunto de for- ma que os guias de deslize do garfo de en- gate fiquem para cima. Dessa forma, o lado fresado da engrenagem da marcha à ré es- tará posicionado para permitir a conexão da mesma com a engrenagem reversora. Esse conjunto também recebe um anel trava. - Finalmente, instale a engrenagem da 1ª marcha juntamente com o seu sincronizador duplo. Instalando as árvores no suporte de rolamentos Agora, as árvores primária e secundária devem ser reinstaladas no suporte de rola- mentos. Para isso, é necessário alinhá-las e prensá-las no suporte com o uso de um bloco padrão T10083. Após a colocação das árvores, instale a pista do rolamento agulha da 5ª marcha. NO_FEV19_v1.indd 5 07/02/2019 15:03:32 6 | NOTÍCIAS DA OFICINA | FEVEREIRO 2019 AJUSTE DA PRÉ-CARGA NOS ROLAMENTOS DO CONJUNTO DE DIFERENCIAL – AJUSTE DE S2 REPARAÇÃO PASSO A PASSO CAPÍTULO 2 Como dito anteriormente, como não são apli- cados rolamentos cônicos nas árvores, dispen- sam-se ajustes de pré-carga ou de folgas dos rolamentos. Já no conjunto de diferencial, os ro- lamentos são cônicos e, por isso, deve-se efetuar o procedimento de ajuste da pré-carga nos rola- mentos. Esse procedimento é necessário sempre que forem substituídos os rolamentos do conjunto diferencial, uma das carcaças ou o próprio conjun- to diferencial. Fechando a transmissão Para a montagem final da transmissão, é ne- cessário montar o módulo de garfos de engate no conjunto do suporte de rolamentos. Além disso, a engrenagem da marcha à ré deve ser preparada para ser introduzida ao mesmo tempo que esses outros conjuntos. A carcaça da transmissão deve ser posicionada com sua abertura voltada para cima. É necessário utilizar a ferramenta T10079 para guiar o parafuso de fixação do módulo de garfos de engate. Engrenagens da 5ª marcha A partir desse ponto, é possível fazer a mon- tagem do conjunto de engrenagens da 5ª marcha e do garfo de engate da mesma. Um ponto pecu- liar sobre esse conjunto de engrenagens é a sua facilidade de acesso, pelo fato dele ser instalado na parte externa da carcaça da transmissão. Dessa forma, caso haja a necessidade de um reparo no conjunto da 5ª marcha, não será necessária a re- moção da transmissão. Fixação das duas partes da carcaça Para vedar a união das duas carcaças, aplique a cola adesiva AMV-188-200-03. Os parafusos para fixação devem ser novos e têm de receber um tor- que de 5 Nm cada, mais o torque angular de 90°. Monte todos os periféricos, inclusive os flanges de fixação dos semieixos, que devem receber parafu- sos novos, a serem instalados com o torque de 25 Nm, sem torque angular. Mecanismo de seleção e engate Consiste em um eixo que executa movimen- tos longitudinais para a seleção de um dos garfos de engate e movimentos rotacionais para efetuar os movimentos de engate no mesmo garfo sele- cionado. A conexão entre a alavanca de mudança de marcha e o mecanismo de seleção e engate é feita por meio de dois cabos de aço chamados de “Cabos Bolden”. Cada um desses cabos é respon- sável por efetuar um dos movimentos no eixo de seleção e engate, ou seja, um cabo faz com que o eixo se movimente longitudinalmente (movi- mento de seleção) e o outro cabo faz com que o eixo gire (movimento que proporciona o engate de uma das marchas). O óleo lubrificante é Long Life, ou seja, não requer substituição periódica. Porém, ao reparar a transmissão, reabasteça a mesma com óleo lu- brificante novo. Somente devem ser aplicados lu- brificantes homologados e com as especificações contidas no manual de aplicação ou de reparação. Caso contrário, a transmissão poderá apresentar falhas, como dificuldade de engate das marchas ou ruídos. Ajuste do posicionamento dos cabos do mecanismo de seleção e engate das marchas • Desacople os cabos do mecanismo – para isso, cada cabo possui um dispositivo de encaixe e desencaixe rápido. • Com os cabos livres, trave o eixo de seleção e engate – para isso, faça movimentos para baixo e para cima no eixo de seleção e engate e, ao mesmo tempo, pressione o pino trava (A2) até que este impeça o eixo seletor de se movimentar. • Posicione a alavanca de mudança na posição inicial – para isso, levante a cobertura da alavanca e posicione a mesma utilizando a ferramenta T10027, que será colocada nos orifícios guias (A e B) existentes no conjunto da alavanca. • Para finalizar o ajuste, basta reacoplar os cabos de seleção e engate ao mecanismo, destravar o eixo seletor e retirar a ferramenta de posicionamento da alavanca de mudança de marchas para que esta volte a se movimentar. - Instale a pista do rolamento do diferencial (lado carcaça da embreagem) sem nenhum calço. - Feche as carcaças da transmissão e da embreagem apenas com o conjunto diferencial no lugar, juntamente com o disco imantado VW385/17. - Instale um relógio comparador. Em seguida, pressione o conjunto diferencial de forma que ele se desloque e faça a leitura dos ponteiros do relógio comparador, o qual se refere ao valor do deslocamento axial do diferencial (em centésimos de milímetros). - No valor que a folga apresentar, acrescente 0,35 mm e instale um calço que tenha a espessura do valor resultante. Esse calço deverá ser instalado antes da pista externa da carcaça da embreagem. É importante saber que os manuais de reparação fornecem uma tabela de aplicação de calços com espessuras diferentes, que vão de 0,60 mm até 1,40 mm. Posicione a carcaça da transmissão na prensa sobre as ferramentas de apoio VW401 e VW402. Coloque, nas pontas das árvores, a ferramenta T10083,juntamente com o pino de apoio VW412. Em seguida, acione a prensa até que o conjunto encontre o batente. Instale parafusos novos para a fixação do suporte de rolamentos, com torque de 5 Nm + torque angular de 90°. NO_FEV19_v1.indd 6 07/02/2019 15:03:33 FEVEREIRO 2019 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 7 A evolução tecnológica dos veículos mo- dernos é facilmente identificada nos sistemas eletrônicos, de conexão, multimídia, gerencia- mento do motor, etc. Por outro lado, há peças em que é mais difícil de se notar evolução, mas isso não significa que elas não tenham sido aprimoradas. É o caso dos amortecedores. Essas peças ganharam muita tecnologia em seus aspectos construtivos com o passar dos anos, o que garan- tiu-lhes mais resistência e, principalmente, muito mais eficiência, conforto e segurança na direção. Uma dessas evoluções foi ditada pelos sis- temas de gerenciamento de estabilidade (ACS). Afinal, o que adiantaria um sistema eletrônico encarregado de manter a estabilidade do auto- móvel ter sua função reduzida por um amorte- cedor que não fosse 100% eficiente ao projeto do veículo? É a mesma coisa que um sistema de freio ABS com o pneu careca. Assim, caro reparador, uma “simples” troca de amortecedores, hoje em dia, é um serviço que pode ser comprometido caso a peça apli- cada não seja original de fábrica. No cenário de evolução tecnológica dos car- ros da linha Volkswagen, a sua tranquilidade e a de seu cliente, no que diz respeito à substitui- ção de amortecedores, depende, certamente, da peça certa, ou seja, da peça original. A vida útil de um amortecedor Tecnicamente falando, a vida útil de um amortecedor é medida em ciclos (movimen- to de compressão e extensão). Nos labora- tórios, projeta-se uma vida útil de 40 mil km em condições normais de tráfego para essas peças. A conta é a seguinte: um amortecedor de qualidade aguenta 104 milhões de ciclos. Considerando que, nas medições feitas no ve- ículo e em condições de trânsito normais, o amortecedor executa até 2.600 ciclos por km rodado, dividindo os 104 milhões por 2.600, chegamos à média de 40 mil km de vida útil. É claro que, nessa avaliação, que reproduz condições normais de trânsito, não estão pre- vistas as más condições extremas que encon- tramos nas vias brasileiras. Assim, essa estimativa precisa ser checada pelo reparador, que deve avaliar a condição do amortecedor e oferecer sua substituição – às vezes, antes do prazo da vida útil. Em todos os testes realizados, notamos claramente que, em veículos equipados com amortecedores ineficientes, o contato dos pneus com o pavimento diminui considera- velmente, provocando pequenos saltos das rodas e ocasionando desgaste prematuro dos pneus, o que traz problemas à dirigibilidade do veículo. Dessa forma, não vale a pena arriscar. En- tão, fique atento no próximo serviço de subs- tituição de amortecedores, procure a conces- sionária Volkswagen mais próxima e tenha acesso às peças da mais alta tecnologia e qualidade de fabricação. Dica do especialista Os sistemas de amortecimento e suspen- são dos veículos são fundamentais para o conforto e a segurança de seus condutores. Por isso, no momento da reposição, não dá para arriscar: utilize os amortecedores origi- nais Volkswagen. Eles foram projetados para oferecer o máximo de segurança, rendimento e conforto para seus veículos e clientes, com qualidade e performance homologados pela montadora. A manutenção preventiva e substituição dos amortecedores por profissionais quali- ficados é fundamental para assegurar a per- feita funcionalidade do sistema, evitando, assim, riscos e problemas futuros. Por isso, fazer a manutenção regularmente é a melhor alternativa. Benefícios de uma peça original: • Perfeição e praticidade de montagem. • Performance e desempenho do sistema de suspensão. • Alta tecnologia e maior durabilidade. Aguinaldo A. Rodrigues Consultor do Comercial Gerenciamento do Produto Volkswagen PEÇA CERTA AMORTECEDOR REÚNE CADA VEZ MAIS TECNOLOGIA! O Amortecedor Original Volkswagen é fundamental para garantir o aumento da estabilidade e do conforto do veículo. AMORTECEDOR ORIGINAL VOLKSWAGEN Além da quilometragem de uso, condições da superfície de rodagem (ruas, estradas, etc.) também ocasionam o desgaste do amortecedor. O amortecedor é um dos principais elementos que compõem a suspensão de um veículo. NO_FEV19_v1.indd 7 07/02/2019 15:03:35 NO_FEV19_v1.indd 8 07/02/2019 15:03:37
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