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22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/31 TRANSMISSÃO AULA 3 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/31 Prof. Rogério Natal Bez Birolo CONVERSA INICIAL CÂMBIO MECÂNICO Os automóveis têm sofrido uma grande evolução técnica desde os primeiros modelos produzidos. No meio disso, o câmbio mecânico se destaca. Apesar de novas tecnologias de câmbio automatizado e automático, este resiste ao tempo e continua sendo aplicado na maioria dos veículos nacionais, pois oferece às montadoras e clientes um ótimo custo-benefício. TEMA 1 – O CÂMBIO MECÂNICO 1.1 INTRODUÇÃO O câmbio mecânico – conhecido popularmente como câmbio manual – transmite a rotação do motor/embreagem para o diferencial. Trata-se do conjunto de elementos responsável por variar, 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/31 convenientemente, a relação entre o número de rotações do motor e o número de giros da roda motriz do veículo. Figura 1 – Câmbio mecânico Créditos: GRZEGORZ/Shutterstock. 1.2 SISTEMA FORMADO POR ENGRENAGENS As engrenagens são amplamente utilizadas no câmbio mecânico. Elas cumprem várias tarefas importantes; dentre elas, a mais importante é reduzir a transmissão do movimento gerado pelo motor. Isso é essencial porque, se o motor gira muito rapidamente, consegue fornecer energia suficiente para um dispositivo, mas não consegue dar o torque necessário. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/31 O objetivo principal de um sistema formado por engrenagens é multiplicar o torque gerado pelo motor, ou seja, ampliar a força resultante para que esta realize determinado trabalho. Em qualquer engrenagem, a relação de transmissão é determinada pela distância do seu centro até o ponto de contato no “dente” da engrenagem. Figura 2 – Sistema de engrenagens Créditos: KVSAN/Shutterstock. 1.3 DISPOSIÇÃO DO CÂMBIO MECÂNICO Podemos ter duas disposições do câmbio mecânico nos veículos: câmbio na transversal e câmbio longitudinal. Vejamos cada um em detalhes. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/31 1.3.1 DISPOSIÇÃO DO CÂMBIO NA TRANSVERSAL A disposição desse tipo de câmbio nos automóveis é perpendicular ao comprimento do carro. O câmbio (árvores e componentes) está disposto na esquerda e é comumente encontrado em carros com tração dianteira. Nesses casos, o câmbio fica alojado entre as rodas dianteiras. Esse tipo de disposição deixa o conjunto motriz mais compacto, reduzindo o espaço utilizado no vão do motor. Figura 3 –Câmbio na transversal Créditos: One Photo/Shutterstock. 1.3.2 DISPOSIÇÃO DO CÂMBIO NA LONGITUDINAL 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/31 Carros com disposição do câmbio na longitudinal têm o motor na frente e tração traseira, sendo encaixado na linha central do carro, com o câmbio quase que na parte central e um eixo de transmissão (cardan) que vai até o eixo traseiro (diferencial). Em alguns modelos a transmissão fica disposta na longitudinal, e a tração é dianteira (modelos antigos da VW), mas hoje esse tipo de disposição está em desuso, pois ocupa mais espaço no cofre motor. Figura 4 – Câmbio na longitudinal Créditos: Chere/Shutterstock. O câmbio na transversal tem mais espaço para distribuir o peso do veículo, afetando diretamente a relação peso-potência do automóvel. Carros menores, de passeio e de menor valor, optam 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/31 sempre pelo câmbio na transversal, já o longitudinal, por ocupar mais espaço, tende a ser usado por carros maiores e mais potentes. TEMA 2 – COMPONENTES DO CÂMBIO MECÂNICO 2.1 INTRODUÇÃO O câmbio mecânico é composto de vários componentes que, juntos, permitem acoplar e desacoplar as engrenagens de suas respectivas árvores, alterando a relação de transmissão e incrementando o torque conforme a necessidade do condutor. 2.2 COMPONENTES DO CÂMBIO MECÂNICO O câmbio mecânico é composto basicamente de: Carcaça: a carcaça do câmbio e fábrica em alumínio (liga) ou ferro aloja e protege todos os componentes internos do câmbio. Na carcaça são efetuadas usinagens de altíssima precisão (mancal de rolamento) para o perfeito alinhamento das árvores; 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/31 Figura 5 – Carcaça Créditos: Dima Aletskyi/Shutterstock. Árvore primária: também conhecida como eixo-piloto, acopla-se à embreagem (disco) por meio de suas estrias, das quais recebe o torque do motor e transmite a árvore secundária. Dependendo do tipo de caixa de mudanças (câmbio), da posição do motor e do tipo de tração do veículo, a forma da árvore primária varia em comprimento e diâmetro do eixo, em tipos de engrenagens e números; Árvore secundária: a árvore secundária recebe a rotação da árvore primária e a transmite para o diferencial. Conforme a 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/31 relação de cada marcha, a rotação e o torque transmitido se alteram; Figura 6 – Árvore primária e árvore secundária Créditos: Javier Crespo/Shutterstock. Luva de engate: a luva é responsável por acoplar a engrenagem à árvore primária ou secundária, ligando o cubo à engrenagem por meio de suas estrias. Na parte externa temos o canal de alojamento do garfo; Cubo: o cubo se acopla à árvore primária ou secundária por meio de suas estrias na parte interna. No diâmetro externo, temos 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/31 ranhuras nas quais as luvas se encaixam e fazem o deslizamento, impulsionadas pelo garfo para acoplar as marchas; Figura 7 – Luva de engate e cubo Créditos: Marekusz/Shutterstock. Hastes de seleção e engate: a haste serve de apoio para os garfos, e são eles que determinam, com suas ranhuras, o acoplamento perfeito das marchas; Garfo seletor: o garfo se acopla à luva e às hastes de seleção e engate. Com o garfo, é possível selecionar as marchas; Rolamentos: nas extremidades das árvores, temos os rolamentos que servem de ponto de ancoragem/deslizamento, e seu apoio está na carcaça do câmbio; 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/31 Figura 8 – Hastes de seleção e engate, garfo e rolamentos Créditos: Oleksandr/Shutterstock. Anel sincronizador: o anel sincronizador facilita o engrenamento entre a luva e a engrenagem correspondente a ela. Quando a luva se desloca, o anel sincronizador também se desloca, atuando sobre o cone sincronizador, igualando a rotação da árvore com a rotação da engrenagem (reduzindo e freando a engrenagem) e permitindo um acoplamento suave. Geralmente, o número de anéis corresponde ao número de marchas sincronizadas. Para cada luva pode existir um ou dois anéis. No caso de existirem dois, a luva comanda o movimento de duas marchas; Figura 9 – Cone sincronizador e anel sincronizador 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/31 Crédito: Elias Aleixo. Engrenagens: existem engrenagens de dentes retos e de dentes helicoidais. As primeiras geralmente são usadas em marchas que não precisam ser utilizadas em períodos de longo engrenamento (marcha a ré) porque, quando engrenadas, produzem ruído continuo (retos). Nas segundas, o contato se dá por pontos na face do dente, diminuindo consideravelmente o ruído gerado por elas. Figura 10 – Dentes helicoidais e dentes retos 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/31 Créditos: Yanik88/Shutterstock. As diferentes combinações formadas pelas engrenagens do câmbio são chamadas de marchas e determinam a força e a velocidade transmitida às rodas motrizes do veículo. TEMA 3 – FUNCIONAMENTO DO CÂMBIO MECÂNICO 3.1INTRODUÇÃO Como sabemos, a árvore primária recebe o torque motriz pelo conjunto de embreagem que se acopla ao volante do motor e transmite-o à árvore secundária que, por sua vez, o transmite ao diferencial. 3.2 FUNCIONAMENTO As marchas variam ao combinar as engrenagens da árvore primária com as da árvore secundária, formando uma relação entre si, 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/31 quanto ao seu diâmetro, para cada marcha solicitada pelo condutor do veículo. Ponto morto: com o veículo parado e a embreagem conectada, a alavanca de mudanças deve ser colocada em ponto morto, ou seja, num ponto que não permita que o torque motriz seja transmitido à árvore secundária. Portanto, quando está em ponto morto, a alavanca de mudanças desliga a árvore secundária. Nesse caso, o torque motriz chega somente até a árvore primária, porque não há engrenagens engatadas. Lembre-se que todas as engrenagens giram sobre a árvore sem ter acoplamento de pares de engrenagens. Sempre teremos, em um conjunto de engrenagem, uma fixa a uma árvore (por meio de estrias) e outra livre sobre rolamento ou mancal. o que vai torná-la fixa é justamente o acoplamento com a luva, transformando-se assim numa relação de marchas; Primeira marcha: é uma marcha de baixa velocidade e de torque mais elevado, porque resulta da combinação da menor engrenagem da árvore primária com a maior engrenagem da árvore secundária, e o torque motriz é transmitido pela árvore 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/31 secundária num processo de redução de velocidade. Em veículos pesados (fora de estrada), podemos encontrar engrenagens de dentes retos nessa marcha, pois precisamos de uma maior área de contato dos dentes, evitando sua quebra pelo torque elevado transmitido; Segunda marcha: é uma marcha de velocidade um pouco maior do que a primeira e de menor torque, porque resulta da combinação da engrenagem média da árvore primária com a engrenagem média-grande da árvore secundária; Terceira marcha: tem velocidade um pouco maior que a segunda e tem menor torque, porque resulta da combinação da engrenagem média-grande da árvore primária com a engrenagem média da árvore secundária; Quarta marcha: tem velocidade maior que a terceira e tem menor torque, porque resulta da combinação da engrenagem grande da árvore primária com a engrenagem pequena da árvore secundária; Quinta marcha: na maioria dos câmbios, é externa à carcaça do câmbio. Tem velocidade bem maior que a quarta e tem torque bem inferior. Temos como exemplo um câmbio nacional, cuja 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/31 relação da quinta marcha é 0,76:1; ou seja, a árvore primária da 0,76 volta para uma volta na secundária. Temos então uma velocidade alta do veículo, mas com baixo torque; Marcha a ré: quem não conhece o funcionamento de um automóvel costuma acreditar que a inversão do movimento do veículo ocorre no motor, ou seja, o motor inverte seu sentido de trabalho, mas isso é impossível no motor de combustão interna. Essa inversão ocorre dentro do câmbio. A marcha a ré faz o veículo se movimentar para trás. Para que isso aconteça, é necessário inverter o sentido de rotação da árvore secundária. Para inverter o sentido de rotação da árvore secundária, entre as engrenagens da árvore primária e secundária – que formam o conjunto “da ré” – é engrenada uma terceira engrenagem que, além de fazer a inversão, causa uma grande redução de velocidade da árvore secundária. Geralmente o conjunto da ré é composto de três engrenagens de dentes retos, por isso é mais ruidoso se comparado às demais marchas. Figura 11 – Primeira à quinta marcha e marcha a ré 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/31 Créditos: Javier Crespo/Shutterstock. Para evitar que duas marchas sejam engrenadas ao mesmo tempo, existem, na tampa da caixa de mudanças e na própria carcaça, dispositivos de travamento que controlam as hastes de seleção e engate para que atuem sempre em função de uma só marcha de cada vez. Esse travamento é feito por meio de pinos (retém) que funcionam em sulcos existentes nas hastes. A haste central geralmente é perfurada transversalmente ao comprimento do eixo, e nessa perfuração se localiza o pino de travamento. Nas hastes existem cavidades em que se encaixam pequenas esferas, travadas por molas. A finalidade dessas esferas é dificultar o deslocamento das hastes, de suas posições, quando uma marcha é engrenada, 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/31 permitindo que isso aconteça somente se a alavanca for acionada pelo motorista. Podemos encontrar alguns projetos nacionais de câmbio mecânico com a sexta marcha. O escalonamento gradual que uma relação de seis marchas proporciona faz com que a montadora consiga aproveitar melhor a curva de torque e de potência do motor, resultando num carro mais econômico. TEMA 4 – LUBRIFICAÇÃO DO CÂMBIO MECÂNICO 4.1 INTRODUÇÃO No interior de um câmbio mecânico temos peças em movimento (engrenagens, árvores etc.) – movimento este transmitido pelo motor que passa pela embreagem –, chegando finalmente ao câmbio. Para evitar o desgaste dessas peças, necessitamos de um sistema de lubrificação eficiente, que proporcione uma vida longa. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/31 4.2 PROPRIEDADE DO ÓLEO LUBRIFICANTE DO CÂMBIO MECÂNICO O câmbio mecânico é um sistema complexo com uma grande quantidade de elementos mecânicos que variam entre engrenagens, rolamentos, árvores, luvas hastes etc. Todos esses membros requerem uma quantidade e qualidade de lubrificante para evitar problemas de desgaste ou até mesmo travamento por ineficiência da lubrificação. Assim, o lubrificante tem um papel muito importante dentro do câmbio. Vejamos agora algumas propriedades do lubrificante do câmbio mecânico: Viscosidade: é uma medida da resistência dos lubrificantes ao escoamento. Também define a capacidade do lubrificante para suportar cargas. O lubrificante forma uma camada de película entre as superfícies de contato que impede o contato de metal com metal. Óleos grossos são mais viscosos, e os finos, menos viscosos. Os óleos das engrenagens são normalmente mais espessos e tendem a: Carregar ou suportar cargas pesadas; 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/31 Carregar e transferir o calor gerado nas engrenagens; Aderir às engrenagens porque a maioria tende a operar em altas velocidades. Índice de viscosidade: é uma medida da resistência dos lubrificantes à mudança de viscosidade com variações de temperatura. Os lubrificantes tendem a diminuir com o aumento de temperatura. Um lubrificante com índice de viscosidade superior a 90 é considerado bom para aplicações de engrenagem. Essa propriedade é importante para manter a qualidade do lubrificante em altas temperaturas; Ponto de despejo: indica a menor temperatura a que o lubrificante pode fluir. Costuma ser considerado para caixas de marchas que funcionam a temperaturas inferiores a zero. Todo tipo de lubrificante utilizado em um câmbio mecânico deve ter especificação técnica do fabricante para que tenha vida longa. Alguns exemplos de lubrificante para câmbio mecânico: Óleo lubrificante Texaco TGF 80W90; Óleo de engrenagens e câmbio Texaco TGF; 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/31 Óleo de engrenagem 80W90: formulado com básicos minerais e aditivos balanceados para lubrificar transmissões manuais; TGF óleo de engrenagem: recomendado para diversos modelos de transmissões manuais encontradas em pickups, caminhões leves, vans e micro-ônibus, quando especifica um produto de classificação API-GL3 e viscosidade SAE 80W90; TGF óleo de engrenagem – não deve ser utilizado emdiferenciais convencionais ou autoblocantes. TGF óleo de engrenagem é recomendado quando a aplicação indica API e GL-3. 4.3 REVISÃO E TROCA DO ÓLEO EM CÂMBIO MECÂNICO Embora não seja do conhecimento da maioria dos motoristas, o óleo do câmbio precisa ser revisado. A manutenção preventiva deve ser feita de acordo com os prazos definidos pelo fabricante para impedir que o câmbio quebre. É importante verificar o nível de óleo do câmbio, pois em caso de vazamento a falta do lubrificante pode comprometer a lubrificação dos componentes. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/31 Se o nível estiver baixo, verifique se existe vazamento. Cada carro tem um local para a verificação. A verificação do nível deve ser feita periodicamente, a cada 10 mil quilômetros ou conforme o fabricante. O lubrificante do câmbio tem a durabilidade bem maior que o óleo do motor, pois não temos queima nem contaminação em seu interior. O prazo médio para a troca é de 100 mil km ou três anos, podendo variar de acordo com o uso do veículo. A substituição é necessária porque o lubrificante antigo, com o passar do tempo, perde as propriedades (viscosidade, índice de viscosidade e ponto de despejo) e pode provocar ruídos e desgaste acentuado nas engrenagens e demais componentes. Troca-se o óleo removendo o bujão de esvaziamento, localizado na parte mais baixa do câmbio. Escoado todo o óleo, o bujão deve ser montado com uma nova arruela de vedação, aplicando-se o aperto correto (torque) conforme especifica o fabricante. O nível de óleo deve ser controlado pelo próprio bujão de enchimento (Figura 12). Figura 12 – Revisão e troca de óleo 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/31 Crédito: Elias Aleixo. 4.4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO DO CÂMBIO MECÂNICO Podemos ter três formas de lubrificação de um câmbio mecânico conforme o projeto/aplicação: 1. Lubrificação por salpique: nesse sistema o óleo é espalhado dentro do câmbio, devido ao movimento dos seus componentes. As engrenagens da árvore secundária ficam parcialmente imersas no óleo que se encontra na parte inferior da carcaça do câmbio. Dessa forma, joga-se óleo para todos os lados, devido à movimentação de rotação (esguicho, respingo); 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/31 2. Lubrificação por pressão: nesse sistema, o óleo lubrificante é impulsionado sob pressão para diversas partes do câmbio por uma bomba de óleo. O óleo lubrificante chega aos pontos de lubrificação por galerias na carcaça do câmbio, chegando a locais de difícil acesso, onde a lubrificação por salpique não consegue lubrificar; 3. Lubrificação mista: é o sistema que lubrifica algumas partes por salpique e outras partes por pressão, unindo os dois sistemas anteriores. O sistema mais eficiente é o misto, pois combina a melhor eficiência de ambos os sistemas. TEMA 5 – POSSÍVEIS FALHAS NO CÂMBIO MECÂNICO, DICAS E CUSTO DE MANUTENÇÃO 5.1 INTRODUÇÃO Podemos ter algumas falhas ao longo da vida de um câmbio, que podem ser provocadas por deficiência de material, causadas pelo 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/31 condutor do veículo ou até mesmo por falta de manutenção. Esses descuidos podem gerar grandes prejuízos ao fabricante ou ao proprietário do veículo ao longo da vida do câmbio. 5.2 FALHAS NO CÂMBIO MECÂNICO Algumas falhas podem indicar que é hora de parar o veículo e verificar o desgaste das peças para evitar problemas ainda maiores. Vejamos agora as falhas mais recorrentes de um câmbio. Figura 13 – Câmbio com defeito Créditos: The Five Aggregates/Shutterstock. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/31 5.2.1 O ENCAIXE DE MARCHA NÃO OCORRE SUAVEMENTE, E SIM “ARRANHANDO” Possíveis causas: Anel sincronizador gasto; Anel sincronizador com superaquecimento; Anel sincronizador empenado; Dentes de engate gasto; Luva gasta; Cubo gasto; Problemas na embreagem; Óleo lubrificante inadequado (fora de especificação). 5.2.2 A MARCHA NÃO ENGATA Possíveis causas: Desgaste de luva; Desgaste de cubo; Nível baixo de óleo lubrificante; Óleo lubrificante inadequado (fora de especificação); 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/31 Cabos desregulados; Problema de embreagem. 5.2.3 MARCHA ESCAPANDO Possíveis causas: Engrenagens desgastadas; Luva do anel sincronizador danificada; Garfos de acoplamento das marchas danificados; Trambulador com problemas. 5.2.4 RUÍDO NA CAIXA DE MUDANÇAS Possíveis causas: Rolamento danificado; Nível de óleo abaixo do normal; Engrenagens desgastadas; Roletes quebrados; Dentes de engrenagens quebrados. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/31 5.2.5 VAZAMENTO DE ÓLEO Possíveis causas: Vazamento pelos retentores; Vazamento pela tampa da quinta marcha; Vazamento entre as duas partes da carcaça; Falha de fundição na carcaça do câmbio; Corrosão da carcaça do câmbio. 5.2.6 DESGASTE PREMATURO DAS ENGRENAGENS E DEMAIS COMPONENTES Possíveis causas: Óleo lubrificante contaminado; Óleo lubrificante fora de especificação; Óleo lubrificante vencido. 5.3 DICAS PARA NÃO TER PROBLEMAS COM CÂMBIO MECÂNICO 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/31 A seguir, algumas dicas para não ter problemas com o câmbio mecânico: Evite reduções bruscas sem usar a embreagem; Não deixe a marcha arranhar antes de engatar; Não mantenha o pé apoiado na embreagem; Fique atento a barulhos; Mantenha o trambulador regulado; Não deixe a mão sobre a alavanca se não for necessário. 5.4 CUSTO DE MANUTENÇÃO DO CÂMBIO MECÂNICO É natural que a manutenção de um câmbio mecânico seja menos complicada se comparada a um câmbio automatizado ou automático. O câmbio mecânico proporciona menos custo, normalmente contando com reparos mais rápidos e valores bem acessíveis de manutenção. Os modelos automáticos ou automatizados são mais robustos e exigem uma especialização mais aprofundada em vários sentidos. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/31 Esse tipo de cuidado representa um custo maior, seja por ser um tipo de câmbio mais específico ou por ter peças mais caras. Como a elaboração do câmbio manual é mais simples, a troca e manutenção são bem mais fáceis, reduzindo consideravelmente os custos. FINALIZANDO Nesta aula apresentamos o câmbio mecânico e o conhecimento teórico necessário para desempenhar as atividades práticas de reparação conforme as exigências do mercado automotivo. REFERÊNCIAS COSTA, P. G. A bíblia do automóvel. [S.l.]: [s.n.], 2001-2002. Edição eletrônica. CUNHA, L. S. Manual prático do mecânico. 7. ed. São Paulo: Hemus, 1972. O LIVRO DO AUTOMÓVEL. Seleções do Reader’s Digest, 1976. 22/02/2021 UNINTER - TRANSMISSÃO https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/31 PETROBRAS. Lubrificantes: fundamentos e aplicações – gerência industrial/área de tecnologia de lubrificantes. Rio de Janeiro: Petrobras, jan. 1999.
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