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Ceila Mendonça AA ANATOMOMORFOFISIOLOGIA AULA 3 HERITROBLASTOSE FETAL: QUANDO A MÃE PRODUZ ANTICORPOS CONTRA O FETO! A eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido é uma condição na qual a mãe produz anticorpos contra o próprio feto, sendo causada por uma incompatibilidade entre o fator Rh+ e o Rh-. Nesta doença ocorre a destruição dos eritrócitos fetais por uma resposta imune desencadeada pela mãe. Na maioria dos casos, a mãe apresenta Rh- e o pai Rh+ e o bebê herda o caráter do pai, sendo Rh+ e gerando uma incompatibilidade com o Rh materno. Na primeira gestação em que o feto é Rh+, a mãe é sensibilizada e produz anticorpos contra o antígeno D, não acarretando problemas para o feto. Em uma segunda gestação na qual a criança seja Rh+, os anticorpos atravessam a membrana placentária e se ligam aos eritrócitos fetais, iniciando o processo hemolítico. O grau de hemólise vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pela mãe. Essa hemólise fetal gera patologias como edema generalizado, paralisia cerebral, alterações hepáticas, anemias, icterícia, podendo levar à morte durante ou após o nascimento (DA SILVA et al., 2016). A prevenção e diagnóstico da doença devem ser realizadas em consultas pré- natal ou após o nascimento do feto, através do histórico materno, testes de Coombs, realização da tipagem sanguínea da mãe, amniocentese, ultrassonografia e através da coleta das vilosidades coriônicas. Pode ser realizado um tratamento de sensibilização materna através da administração de imunoglobulinas anti-D, que irão destruir as células Rh D positivas presentes na circulação materna, prevenindo assim a produção de anticorpos anti D pelas células maternas (DA SILVA et al., 2016). SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso é constituído por bilhões de neurônios e possui inúmeras atribuições, dentre elas: capacitar o organismo a perceber as variações entre o meio (interno e externo); difundir as modificações que essas variações produzem e executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). Está envolvido na coordenação e regulação das funções corporais. O sistema nervoso está organizado em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central (SNC) é aquele que se localiza dentro da cavidade craniana (que contém o encéfalo) e do canal vertebral (que contém a medula espinal). Essa estrutura recebe, analisa, integra informações e, além disso, é responsável pela tomada de decisões e o envio de comandos (ordens). Já o Sistema Nervoso Periférico (SNP) envolve todo o tecido nervoso localizado fora do SNC. Está constituído por nervos, gânglios e raízes nervosas. Os nervos são estruturas constituídas por axônios de neurônios e envoltórios de tecido conjuntivo, podendo ser cranianos ou espinhais. Os nervos cranianos são compostos de 12 pares conectados no tronco encefálico, enquanto 31 pares de nervos espinhais estão conectados na medula espinal e são responsáveis por fazer a conexão da periferia do corpo com o SNC. Os gânglios, por sua vez, são aglomerados de neurônios envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo, localizados fora do SNC. As terminações nervosas monitoram alterações no ambiente externo ou interno (TORTORA; DERRICKSON, 2017). HISTOLOGIA DO TECIDO NERVOSO O tecido nervoso é formado por até um trilhão de neurônios e um grupo de células especializadas denominadas neuroglia (células da glia). Tanto os neurônios quanto a neuroglia possuem origem embrionária a partir do ectoderma (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018). NEURÔNIOS Os neurônios são as unidades básicas do processamento das informações, sendo responsáveis pela condução do estímulo nervoso. Estão constituídos, na maioria das vezes, de um corpo celular (pericário), dendritos e um axônio. O corpo celular é a região que contém grande parte das organelas celulares. Ainda, encontramos o núcleo celular, que se apresenta grande e pouco corado. Uma característica do corpo celular é a presença de granulações basófilas, denominadas corpos de Nissl. Essas estruturas são porções do retículo endoplasmático rugoso associado a polirribossomos, importante local de síntese de proteínas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018). Do corpo celular parte um único e longo prolongamento, o axônio, estrutura especializada na transmissão dos estímulos nervosos para outro neurônio, célula muscular ou glândula. O axônio se une ao corpo celular em uma região que tem a forma de um cone e é denominado cone de implantação. A terminação axonal (telodendro) é porção terminal de um axônio e pode apresentar ramificações. Vários prolongamentos menores e ramificados também se originam do corpo celular, os dendritos, responsáveis por receber os estímulos. AXÔNIOS OS NEURÔNIOS PODEM SER CLASSIFICADOS DE ACORDO COM SUAS FUNÇÕES NA CONDUÇÃO DOS IMPULSOS E DE ACORDO COM A SUA MORFOLOGIA. DE ACORDO COM TORTORA (2007), FUNCIONALMENTE, OS NEURÔNIOS PODEM SER: NEURÔNIOS SENSITIVOS (AFERENTES): RECEBEM ESTÍMULOS SENSORIAIS E CONDUZEM O IMPULSO NERVOSO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. NEURÔNIOS MOTORES (EFERENTES): TRANSMITEM OS IMPULSOS AO ÓRGÃO EFETUADOR – MÚSCULO OU GLÂNDULA (RESPOSTAS AO ESTÍMULO). NEURÔNIOS DE ASSOCIAÇÃO OU INTERNEURÔNIOS: ESTABELECEM CONEXÕES ENTRE OS NEURÔNIOS SENSITIVOS E OS NEURÔNIOS MOTORES. NEURÔNIOS DE ASSOCIAÇÃO OU INTERNEURÔNIOS: ESTABELECEM CONEXÕES ENTRE OS NEURÔNIOS SENSITIVOS E OS NEURÔNIOS MOTORES. Neurônios multipolares: são formados por um corpo celular, um axônio e vários dendritos. São encontrados na medula espinal e no encéfalo. Neurônios bipolares: possuem apenas dois prolongamentos, partindo do corpo celular, um axônio e um dendrito. Estão presentes na retina, na orelha e na área olfatória. Neurônios pseudounipolares: apresentam um corpo celular do qual parte um único prolongamento que se ramifica em dois, sendo um axônio e um dendrito. Seu dendrito funciona como um receptor sensorial, recebendo estímulos como tato, dor, pressão e temperatura. NEURÓGLIA A neuróglia constitui o conjunto de células do tecido nervoso, exceto os neurônios, representando aproximadamente metade do volume celular do SNC. Os primeiros histologistas acreditavam que a neuróglia funcionava como uma cola que mantinha o tecido nervoso coeso, daí o seu nome glia = cola (grego). Atualmente, sabe-se que a neuróglia é um conjunto de células que desempenha funções importantíssimas para o tecido nervoso, sendo menores, porém muito mais numerosas do que os neurônios. A neuróglia não conduz estímulos nervosos e possui capacidade de se dividir após o nascimento. Em situações de dano ao tecido nervoso, o local antes ocupado por neurônios passa a ser substituído por células da glia, que se proliferam na região em que houve a lesão, uma maneira de “cicatrizar” o tecido. Além disso, dá suporte físico, nutricional aos neurônios e realiza a sua proteção (TORTORA; DERRICKSON, 2017) O GRUPO DE NEURÓGLIA ESTÁ CONSTITUÍDO PELAS SEGUINTES CÉLULAS, DE ACORDO COM JUNQUEIRA E CARNEIRO (2018): Astrócitos: são as maiores células da neuróglia. Possuem um corpo celular que contém as organelas e do qual partem pequenos prolongamentos ramificados. Estão distribuídos pelo SNC e realizam o suporte físico e nutricional aos neurônios. Quando em contato com capilares sanguíneos, formam a barreira hematoencefálica (BHE), estrutura responsável por impedir a passagem de algumas substâncias para o tecido nervoso. • Oligodendrócitos: são células menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos ligados ao seu corpo celular. São encontrados apenas no SNC e lá participam da formação da bainha de mielina dos neurônios (será explicado adiante). • Micróglia: são as menores célulasda glia, possuem um corpo celular do qual partem vários prolongamentos que se ramificam. Essas células são os macrófagos do tecido nervoso, responsáveis por realizar a fagocitose, promovendo a limpeza e defesa do tecido, protegendo contra bactérias, vírus e o desenvolvimento de tumores. Células Ependimárias (ependimócitos): são células cilíndricas alongadas com cílios na sua porção apical. Realizam o revestimento dos ventrículos cerebrais e do canal central da medula espinal. Seus cílios auxiliam a movimentação do líquido cérebro-espinhal. Participam na formação dos plexos corioides, estruturas responsáveis pela formação do líquido cérebro-espinhal. • Células de Schwann: localizadas apenas no SNP, são células achatadas, responsáveis por formar a bainha de mielina nos axônios do SNP. Os oligodendrócitos e as células de Schwann são responsáveis por formar uma estrutura lipídica que envolve os axônios da maioria dos neurônios no SNC e SNP, respectivamente. Essa estrutura recebe o nome de bainha de mielina e é importante para aumentar a velocidade de condução do estímulo nervoso através dos axônios, funcionando como um isolante elétrico. Lacunas presentes na bainha de mielina recebem o nome de nódulos de Ranvier. O tecido do SNC está organizado de maneira a formar duas regiões distintas: a substância branca e a substância cinzenta. Quando observado a olho nu, o cérebro apresenta uma região periférica mais escura, a “substância cinzenta”, enquanto sua região central se apresenta esbranquiçada, por isso denominada “substância branca”. Na medula espinal, a substância branca é periférica e a substância cinzenta se encontra no centro, formando uma estrutura que lembra a letra “H”, por isso chamada de H medular. A substância branca é constituída por axônios mielínicos e células da neuroglia, que possuem muitos prolongamentos e preenchem os espaços entre as células nervosas. A substância cinzenta é constituída por corpos neuronais, células da neuróglia e alguns axônios amielínicos. POTENCIAL DE AÇÃO Os potenciais de ação são o meio de comunicação e transmissão da informação entre os neurônios. A membrana plasmática dos neurônios é polarizada, ou seja, ela apresenta uma diferença de carga do meio externo e interno. Em repouso, o lado interno da membrana apresenta um potencial de -70 mV, esse potencial é denominado potencial de membrana de repouso e surge porque a concentração de íons sódio, que tem carga positiva, é maior no meio extracelular. A concentração de potássio (carga positiva), íons fosfato (carga negativa) e aminoácidos (carga negativa) é maior no meio intracelular (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). Na membrana plasmática, existem canais que funcionam como poros para a passagem de íons, por isso são denominados canais iônicos. Esses canais podem estar abertos ou fechados, sendo que, quando abertos, permitem o fluxo de íons do local de maior concentração para o de menor. Existem canais específicos para o transporte de sódio e de potássio. Como a concentração de potássio é maior no meio interno da célula, esse íon tende a sair, enquanto o sódio, mais concentrado fora da célula, tende a entrar. CANAIS IÔNICOS. A quantidade de sódio que entra é menor que a quantidade de potássio que sai da célula, pois a membrana plasmática apresenta uma maior densidade (quantidade) de canais de potássio. Para manter o potencial de membrana de repouso de -70 mV, os íons sódio e potássio são bombeados contra o seu gradiente de concentração para fora e para dentro, respectivamente, da célula através da bomba de Na+ /K+ ATPase (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Um potencial de ação ou impulso nervoso é uma sequência de eventos ocorrendo rapidamente, que diminui e inverte o potencial de membrana e, em seguida, finalmente o restaura ao estado de repouso. Se um estímulo provoca a despolarização da membrana a um nível crítico, chamado limiar (em geral, em torno de -55 mV), em seguida surge um potencial de ação. Um potencial de ação tem duas fases principais: uma fase despolarizante (despolarização) e uma fase repolarizante (repolarização) (TORTORA; DERRICKSON, 2017, p. 245). O potencial de ação é gerado pela alteração do potencial de repouso. Quando um estímulo tem força suficiente para despolarizar a membrana até -55 mV, ocorrerá o potencial de ação. Quando o limiar é atingido ou ultrapassa -55 mV, abrem-se canais de sódio dependentes de voltagem que permitem o influxo de grande quantidade de íons sódio, caracterizando a fase de despolarização do potencial de ação. Esse influxo de sódio leva o potencial de membrana para +30 mV. Nesse momento, canais de potássio dependentes de voltagem se abrem e o potássio flui para o meio extracelular e ocorre o fechamento dos canais de sódio, levando a fase de repolarização do potencial de ação. O efluxo de potássio causa uma diminuição do potencial de membrana, causando uma hiperpolarização, ou seja, se torna mais negativo do que o potencial de membrana de repouso. O valor de -70 mV do potencial de repouso é restabelecido quando ocorre o fechamento dos canais de potássio. A geração dos potenciais de ação obedece ao princípio do tudo ou nada. Se um estímulo tiver força suficiente para gerar um potencial de ação, ele ocorrerá devido à abertura dos canais de sódio e potássio controlados por voltagem. Se o estímulo for mais forte, o potencial de ação gerado será o mesmo, pois não existe potencial mais ou menos forte. Quando um estímulo não tiver força suficiente para despolarizar a membrana a ponto de abrir os canais de sódio e potássio, o potencial de ação não ocorrerá (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Os neurônios se comunicam com outras células através dos impulsos nervosos. Os impulsos gerados nos neurônios trafegam através do axônio até o terminal axonal, são enviados para outro neurônio, uma célula muscular ou uma célula glandular, e dessa forma a informação é propagada. A despolarização de uma região específica do neurônio faz com que ocorra a abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem na região em que a membrana foi despolarizada e então o sódio entra na célula neste local (TORTORA; DERRICKSON, 2017). O influxo de sódio faz com que a membrana à frente sofra uma modificação na sua voltagem, ocasionando a abertura de outros canais de sódio e, assim, sucessivamente, permitindo que o estímulo se propague por todo o axônio até chegar ao terminal axonal. Nos axônios amielínicos, o estímulo se propaga de forma contínua, como descrito anteriormente. Já nos axônios mielínicos, a propagação dos estímulos é saltatória. A despolarização da membrana ocorre nos nodos de Ranvier, regiões do axônio em que não há bainha de mielina, tornando a propagação do estímulo mais rápida (TORTORA; DERRICKSON, 2017). “Anestésicos locais são fármacos que bloqueiam a dor. Exemplos incluem a procaína (Novocaína®) e a lidocaína, que podem ser usadas para produzir anestesia na pele, durante a sutura de um corte na boca, por exemplo, durante um procedimento dentário ou na parte inferior do corpo, durante o parto, dentre outros locais. Esses fármacos agem bloqueando a abertura dos canais de Na+ controlados por voltagem. Impulsos nervosos não atravessam a região bloqueada, portanto, sinais de dor não chegam até o SNC” (TORTORA; DERRICKSON, p. 247, 2017). ANESTÉSICO SINAPSE É uma junção especializada, em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas, sendo que grande parte das sinapses são químicas, nas quais ocorre a liberação de moléculas denominadas neurotransmissores. Toda sinapse possui um neurônio pré-sináptico, que envia o impulso nervoso, e um neurônio pós- sináptico, que recebe o impulso. Entre os neurôniospré e pós- sináptico existe um pequeno espaço, a fenda sináptica. As sinapses elétricas permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra e dependem de junções intercelulares denominadas junções gap ou junções comunicantes. A distância entre as membranas présinápticas (do axônio – transmissor do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular – receptoras do impulso nervoso) é muito pequena. As junções gap formam estruturas semelhantes a túneis na membrana dos neurônios pré e pós-sinápticos, permitindo a passagem dos íons através delas, realizando a transmissão do impulso nervoso. Esse tipo de sinapse é encontrado em algumas regiões, como no músculo liso da parede das vísceras, músculo cardíaco e em regiões do encéfalo (TORTORA; DERRICKSON, 2017) Em uma sinapse química, os neurônios pré-sináptico e pós-sináptico estão mais afastados do que na sinapse elétrica. Para que a sinapse química ocorra é necessária a liberação pelo neurônio pré- sináptico, de moléculas químicas denominadas neurotransmissores Quando um impulso nervoso atinge o terminal axonal do neurônio pré-sináptico ocorre a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem. O influxo de cálcio promove a fusão à membrana das vesículas contendo os neurotransmissores com a membrana plasmática do terminal axonal. Essa fusão permite a liberação do conteúdo das vesículas na fenda sináptica e a possível ligação dos neurotransmissores com receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico. Essa ligação abre canais iônicos dependentes de ligante e ocorre o influxo de íons para o neurônio pós-sináptico, alterando o potencial de membrana nesta célula (TORTORA; DERRICKSON, 2017). O efeito do neurotransmissor sobre o neurônio pós-sináptico só permanecerá enquanto ele estiver ligado ao seu receptor. Os neurotransmissores, após se ligarem aos receptores, podem ser eliminados da fenda sináptica através de sua recaptação pelo neurônio pré-sináptico para que seja reutilizado em uma nova sinapse, através da sua degradação por enzimas específicas ou pela sua difusão para fora da fenda sináptica (TORTORA; DERRICKSON, 2017). NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores são substâncias químicas que atuam como mensageiros da comunicação entre os neurônios. A maioria dos neurotransmissores é produzido pelos neurônios no corpo celular e então são empacotados em vesículas e encaminhados até o terminal axonal, no qual ficam armazenados até chegar um estímulo nervoso. NEUROTRANSMISSORES Existem diferentes tipos de moléculas que atuam como neurotransmissores, como a Acetilcolina (ACh); alguns aminoácidos, dentre eles: o glutamato, aspartato, Ácido Gama-Aminobutírico (GABA) e glicina. Aminoácidos modificados também atuam como neurotransmissores, como exemplos temos: a Noradrenalina (NA), Dopamina (DOPA), Serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT). Os neuropeptídeos são peptídeos que atuam como neurotransmissores, é o caso das endorfinas. O óxido nítrico é um gás que atua como neurotransmissor e parece estar envolvido na memória e aprendizado (TORTORA, 2007). Alguns neurotransmissores atuam estimulando outras células, sendo, portanto, denominados excitatórios, como é o caso da AD, glutamato, aspartato. Já o GABA e a glicina são neurotransmissores inibitórios. A ACh foi o primeiro neurotransmissor descoberto e atua tanto no sistema nervoso central quanto no sistema nervoso periférico. Os neurônios colinérgicos são os que sintetizam e secretam a ACh. A contração dos músculos estriados esqueléticos só ocorre através da liberação de ACh pelo terminal axonal dos neurônios motores na junção neuromuscular. Quando liberada pelo sistema nervoso parassimpático, atua de maneira inibitória, reduzindo a frequência cardíaca, por exemplo (TORTORA, 2007). O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do encéfalo, atuando na memória e aprendizado, sendo que o GABA é o principal neurotransmissor inibitório, o qual é sintetizado a partir do glutamato. Disfunções nos mecanismos do glutamato e GABA parecem estar envolvidos com o desenvolvimento de ansiedade (TORTORA, 2007). A NA é secretada por neurônios adrenérgicos e é o principal neurotransmissor do sistema nervoso autônomo. Quando secretada por neurônios do sistema nervoso simpático, em situações de luta e fuga, promove aumento da frequência cardíaca e respiratória, entre outros (TORTORA, 2007). NEUROTRANSMISSORES, AFETAM NOSSSAS EMOÇÕES. A DOPA atua como um neurotransmissor inibitório e é produzida por neurônios dopaminérgicos, os quais estão localizados em algumas regiões do encéfalo e na medula espinal. Está relacionada com a sensação de prazer e atua no controle dos movimentos. Na doença de Parkinson ocorre uma degeneração dos neurônios dopaminérgicos em uma região do encéfalo denominada substância negra, causando uma diminuição na liberação de DOPA. Já o excesso de DOPA está envolvido com o desenvolvimento de esquizofrenia, levando a uma estimulação excessiva do lobo frontal do cérebro (TORTORA, 2007). A 5-HT possui ação excitatória e inibitória, dependendo da região em que é secretada. Ela possui uma ação ampla sobre o sistema nervoso central, uma vez que vários neurônios possuem receptores para a 5-HT, apesar de sua produção ser restrita a alguns neurônios serotoninérgicos. A deficiência de 5-HT, em certas regiões do cérebro, tem sido relacionada ao desenvolvimento de distúrbios do humor, como a depressão e ansiedade (TORTORA, 2007) “Antidepressivos são drogas que aliviam os sintomas de depressão. Há dois grupos principais de antidepressivos – os antigos antidepressivos ‘tricíclicos’ e os mais recentes, os ‘inibidores seletivos da recaptação de serotonina’ (ISRS). Ambos atuam alterando a forma como determinados neurotransmissores funcionam no encéfalo. Na depressão, alguns dos sistemas de neurotransmissores especialmente aqueles envolvendo a serotonina e a noradrenalina, não parecem funcionar adequadamente. Acredita-se que os antidepressivos funcionem aumentado a atividade desses agentes químicos no encéfalo. Os antidepressivos tricíclicos são tão eficientes quanto os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, mas, no conjunto, os ISRS apresentam efeitos colaterais menores. Uma vantagem principal dos inibidores seletivos é que uma overdose não é perigosa, enquanto uma overdose dos inibidores tricíclicos é extremamente perigosa e apresenta uma alta taxa de mortalidade” (TORTORA, 2007, p. 573) MENINGES As meninges são três envoltórios de tecido conjuntivo que envolvem o encéfalo e a medula espinal, sendo denominadas pia-máter, aracnoide e duramáter. Essas membranas são extremamente importantes, uma vez que conferem proteção, estabilidade e absorção de impactos aos órgãos do sistema nervoso central (TORTORA, 2007). A dura-máter é a mais externa e está constituída por tecido conjuntivo fibroso, sendo a mais espessa e resistente das três. Na medula espinal, existe um espaço entre a dura-máter e as vértebras, o espaço epidural, o qual é preenchido por tecido adiposo. Já a dura-máter encefálica consiste em duas camadas, a lâmina endóstea, a qual é mais externa e está conectada diretamente ao periósteo do crânio, e a lâmina meníngea, mais interna. No crânio não há um espaço epidural como na medula espinal, entretanto, no encéfalo, a lâmina meníngea da duramáter apresenta quatro pregas (TORTORA; DERRICKSON, 2017): Foice do cérebro: localizada entre os hemisférios cerebrais, na fissura longitudinal. Tentório do cerebelo: localizada entre o cerebelo e os hemisférios cerebrais. Foice do cerebelo: localiza-se inferiormente ao tentório do cerebelo, entre os hemisférios cerebelares. Diafragma da sela: reveste a sela turca do osso esfenoide, formando umabainha para a glândula hipófise. A aracnoide (aranha) está localizada entre a dura-máter e a pia-máter. Sua membrana está em contato com a dura-máter e emite prolongamentos em direção à pia-máter que lembram a teia de uma aranha, as trabéculas aracnoideas. O espaço ocupado pelas trabéculas aracnoideas é denominado espaço subaracnoideo e está preenchido pelo líquido cerebrospinal (discutido adiante). A aracnoide forma uma série de projeções em direção aos seios venosos da dura-máter, as granulações aracnoideas, as quais têm como função reabsorver o líquido cerebrospinal (TORTORA; DERRICKSON, 2017). A mais interna das três meninges, a pia-máter, é uma membrana delicada de tecido conjuntivo que está em contato íntimo com o encéfalo e a medula espinal. O líquido cerebrospinal, um exsudato do plasma sanguíneo, é produzido nos ventrículos cerebrais (ventrículos laterais, terceiro ventrículo e quarto ventrículo), em regiões especializadas denominadas plexos corioides. Essas estruturas são formadas por capilares sanguíneos fenestrados, revestidos por células ependimárias (visto anteriormente). A composição do líquido cerebrospinal é diferente do plasma sanguíneo em relação à concentração de proteínas, sais, íons, aminoácidos, lipídios e resíduos do metabolismo. Sua produção é constante, sendo que é reabsorvido pelas granulações aracnoideas. O líquido cerebrospinal circula entre os ventrículos cerebrais, o canal central da medula espinal e o espaço subaracnoideo. O acúmulo do líquido cerebrospinal (anteriormente conhecido como líquido cefalorraquidiano – LCR), pode ser decorrente de uma falha na sua reabsorção ou devido à formação de tumores, causando um aumento da Pressão Intracraniana (PIC) e cefaleia (dor de cabeça). A hidrocefalia é uma dilatação do crânio que ocorre pelo acúmulo de LCR, que leva ao aumento dos ventrículos cerebrais, trazendo o significado popular de “água na cabeça”. Essa síndrome clínica é observada em crianças. Como os ossos do crânio ainda apresentam grande quantidade de tecido conjuntivo nas suturas, o crânio expande para acomodar o volume aumentado de líquido (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). BOA NOITE!
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