Buscar

sistema nervoso aula 3-convertido

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ceila Mendonça AA
ANATOMOMORFOFISIOLOGIA 
AULA 3
HERITROBLASTOSE 
FETAL: QUANDO 
A MÃE PRODUZ 
ANTICORPOS 
CONTRA O FETO!
 A eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido é uma condição na 
qual a mãe produz anticorpos contra o próprio feto, sendo causada por uma 
incompatibilidade entre o fator Rh+ e o Rh-. Nesta doença ocorre a destruição dos 
eritrócitos fetais por uma resposta imune desencadeada pela mãe.
 Na maioria dos casos, a mãe apresenta Rh- e o pai Rh+ e o bebê herda o caráter do 
pai, sendo Rh+ e gerando uma incompatibilidade com o Rh materno. Na primeira 
gestação em que o feto é Rh+, a mãe é sensibilizada e produz anticorpos contra o 
antígeno D, não acarretando problemas para o feto. Em uma segunda gestação na 
qual a criança seja Rh+, os anticorpos atravessam a membrana placentária e se ligam 
aos eritrócitos fetais, iniciando o processo hemolítico. 
 O grau de hemólise vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pela 
mãe. Essa hemólise fetal gera patologias como edema generalizado, paralisia 
cerebral, alterações hepáticas, anemias, icterícia, podendo levar à morte durante 
ou após o nascimento (DA SILVA et al., 2016).
 A prevenção e diagnóstico da doença devem ser realizadas em consultas pré-
natal ou após o nascimento do feto, através do histórico materno, testes de 
Coombs, realização da tipagem sanguínea da mãe, amniocentese, 
ultrassonografia e através da coleta das vilosidades coriônicas. Pode ser realizado 
um tratamento de sensibilização materna através da administração de 
imunoglobulinas anti-D, que irão destruir as células Rh D positivas presentes na 
circulação materna, prevenindo assim a produção de anticorpos anti D pelas 
células maternas (DA SILVA et al., 2016).
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
 O sistema nervoso é 
constituído por bilhões de 
neurônios e possui inúmeras 
atribuições, dentre elas: 
capacitar o organismo a 
perceber as variações entre 
o meio (interno e externo); 
difundir as modificações que 
essas variações produzem e 
executar as respostas 
adequadas para que seja 
mantido o equilíbrio interno 
do corpo (homeostase). Está 
envolvido na coordenação 
e regulação das funções 
corporais. 
O sistema nervoso está organizado em Sistema Nervoso Central e Sistema 
Nervoso Periférico. 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é aquele que se localiza dentro da cavidade 
craniana (que contém o encéfalo) e do canal vertebral (que contém a medula 
espinal).
Essa estrutura recebe, analisa, integra informações e, além disso, é responsável 
pela tomada de decisões e o envio de comandos (ordens). Já o Sistema 
Nervoso Periférico (SNP) envolve todo o tecido nervoso localizado fora do SNC.
Está constituído por nervos, gânglios e raízes nervosas. 
 Os nervos são estruturas constituídas por axônios de neurônios e 
envoltórios de tecido conjuntivo, podendo ser cranianos ou 
espinhais.
 Os nervos cranianos são compostos de 12 pares conectados no 
tronco encefálico, enquanto 31 pares de nervos espinhais estão 
conectados na medula espinal e são responsáveis por fazer a 
conexão da periferia do corpo com o SNC. Os gânglios, por sua 
vez, são aglomerados de neurônios envoltos por uma cápsula 
de tecido conjuntivo, localizados fora do SNC. 
As terminações 
nervosas monitoram 
alterações no 
ambiente externo ou 
interno (TORTORA; 
DERRICKSON, 2017).
HISTOLOGIA DO TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso é formado 
por até um trilhão de 
neurônios e um grupo de 
células especializadas 
denominadas neuroglia 
(células da glia). Tanto os 
neurônios quanto a neuroglia 
possuem origem embrionária 
a partir do ectoderma 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2018).
NEURÔNIOS
 Os neurônios são as unidades básicas do processamento das 
informações, sendo responsáveis pela condução do estímulo 
nervoso. Estão constituídos, na maioria das vezes, de um corpo 
celular (pericário), dendritos e um axônio. O corpo celular é a 
região que contém grande parte das organelas celulares. 
Ainda, encontramos o núcleo celular, que se apresenta grande 
e pouco corado. Uma característica do corpo celular é a 
presença de granulações basófilas, denominadas corpos de 
Nissl. Essas estruturas são porções do retículo endoplasmático 
rugoso associado a polirribossomos, importante local de síntese 
de proteínas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
 Do corpo celular parte um único e longo prolongamento, o 
axônio, estrutura especializada na transmissão dos estímulos 
nervosos para outro neurônio, célula muscular ou glândula. 
 O axônio se une ao corpo celular em uma região que tem a 
forma de um cone e é denominado cone de implantação. 
 A terminação axonal (telodendro) é porção terminal de um 
axônio e pode apresentar ramificações. 
 Vários prolongamentos menores e ramificados também se 
originam do corpo celular, os dendritos, responsáveis por 
receber os estímulos. 
AXÔNIOS
OS NEURÔNIOS PODEM SER 
CLASSIFICADOS DE ACORDO COM SUAS 
FUNÇÕES NA CONDUÇÃO DOS IMPULSOS 
E DE ACORDO COM A SUA 
MORFOLOGIA. DE ACORDO COM 
TORTORA (2007), FUNCIONALMENTE, OS 
NEURÔNIOS PODEM SER:
NEURÔNIOS SENSITIVOS (AFERENTES): 
RECEBEM ESTÍMULOS SENSORIAIS E 
CONDUZEM O IMPULSO NERVOSO AO 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL. 
NEURÔNIOS MOTORES (EFERENTES): 
TRANSMITEM OS IMPULSOS AO ÓRGÃO 
EFETUADOR – MÚSCULO OU GLÂNDULA 
(RESPOSTAS AO ESTÍMULO). 
NEURÔNIOS DE ASSOCIAÇÃO OU 
INTERNEURÔNIOS: ESTABELECEM CONEXÕES 
ENTRE OS NEURÔNIOS SENSITIVOS E OS 
NEURÔNIOS MOTORES.
NEURÔNIOS DE ASSOCIAÇÃO OU 
INTERNEURÔNIOS: ESTABELECEM 
CONEXÕES ENTRE OS NEURÔNIOS 
SENSITIVOS E OS NEURÔNIOS 
MOTORES.
Neurônios multipolares: são formados por um corpo celular, um axônio e vários 
dendritos. São encontrados na medula espinal e no encéfalo.
Neurônios bipolares: possuem apenas dois prolongamentos, partindo do corpo 
celular, um axônio e um dendrito. 
Estão presentes na retina, na orelha e na área olfatória.
Neurônios pseudounipolares: apresentam um corpo celular do qual parte um 
único prolongamento que se ramifica em dois, sendo um axônio e um dendrito. 
Seu dendrito funciona como um receptor sensorial, recebendo estímulos como 
tato, dor, pressão e temperatura.
NEURÓGLIA
 A neuróglia constitui o conjunto de células do tecido nervoso, exceto os neurônios, 
representando aproximadamente metade do volume celular do SNC. Os primeiros 
histologistas acreditavam que a neuróglia funcionava como uma cola que 
mantinha o tecido nervoso coeso, daí o seu nome glia = cola (grego). 
 Atualmente, sabe-se que a neuróglia é um conjunto de células que desempenha 
funções importantíssimas para o tecido nervoso, sendo menores, porém muito mais 
numerosas do que os neurônios.
A neuróglia não conduz estímulos nervosos e possui 
capacidade de se dividir após o nascimento.
Em situações de dano ao tecido nervoso, o local antes 
ocupado por neurônios passa a ser substituído por células da 
glia, que se proliferam na região em que houve a lesão, uma 
maneira de “cicatrizar” o tecido. 
Além disso, dá suporte físico, nutricional aos neurônios e realiza 
a sua proteção (TORTORA; DERRICKSON, 2017)
O GRUPO DE NEURÓGLIA ESTÁ 
CONSTITUÍDO PELAS SEGUINTES CÉLULAS, 
DE ACORDO COM JUNQUEIRA E 
CARNEIRO (2018):
 Astrócitos: são as maiores células da neuróglia. 
 Possuem um corpo celular que contém as organelas e do qual partem pequenos 
prolongamentos ramificados. 
 Estão distribuídos pelo SNC e realizam o suporte físico e nutricional aos neurônios. 
Quando em contato com capilares sanguíneos, formam a barreira 
hematoencefálica (BHE), estrutura responsável por impedir a passagem de algumas 
substâncias para o tecido nervoso. 
 • Oligodendrócitos: são células menores que os astrócitos e possuem poucos 
prolongamentos ligados ao seu corpo celular. São encontrados apenas no SNC e lá 
participam da formação da bainha de mielina dos neurônios (será explicado 
adiante).
• Micróglia: são as menores célulasda 
glia, possuem um corpo celular do 
qual partem vários prolongamentos 
que se ramificam. Essas células são os 
macrófagos do tecido nervoso, 
responsáveis por realizar a fagocitose, 
promovendo a limpeza e defesa do 
tecido, protegendo contra bactérias, 
vírus e o desenvolvimento de tumores.
Células Ependimárias (ependimócitos): são células 
cilíndricas alongadas com cílios na sua porção 
apical. Realizam o revestimento dos ventrículos 
cerebrais e do canal central da medula espinal. 
Seus cílios auxiliam a movimentação do líquido 
cérebro-espinhal. Participam na formação dos 
plexos corioides, estruturas responsáveis pela 
formação do líquido cérebro-espinhal. 
• Células de Schwann: localizadas apenas no SNP, 
são células achatadas, responsáveis por formar a 
bainha de mielina nos axônios do SNP.
Os oligodendrócitos e as células de Schwann são 
responsáveis por formar uma estrutura lipídica que envolve 
os axônios da maioria dos neurônios no SNC e SNP, 
respectivamente.
Essa estrutura recebe o nome de bainha de mielina e é 
importante para aumentar a velocidade de condução do 
estímulo nervoso através dos axônios, funcionando como 
um isolante elétrico. 
Lacunas presentes na bainha de mielina recebem o nome 
de nódulos de Ranvier. 
O tecido do SNC está organizado de maneira a formar 
duas regiões distintas: a substância branca e a substância 
cinzenta. 
Quando observado a olho nu, o cérebro apresenta uma 
região periférica mais escura, a “substância cinzenta”, 
enquanto sua região central se apresenta esbranquiçada, 
por isso denominada “substância branca”. 
Na medula espinal, a substância branca é periférica e a 
substância cinzenta se encontra no centro, formando uma 
estrutura que lembra a letra “H”, por isso chamada de H 
medular. 
A substância branca é constituída por axônios mielínicos e 
células da neuroglia, que possuem muitos prolongamentos 
e preenchem os espaços entre as células nervosas. 
A substância cinzenta é constituída por corpos neuronais, 
células da neuróglia e alguns axônios amielínicos. 
POTENCIAL DE AÇÃO
Os potenciais de ação são o meio de comunicação e transmissão da informação 
entre os neurônios. 
A membrana plasmática dos neurônios é polarizada, ou seja, ela apresenta uma 
diferença de carga do meio externo e interno. 
Em repouso, o lado interno da membrana apresenta um potencial de -70 mV, esse 
potencial é denominado potencial de membrana de repouso e surge porque a 
concentração de íons sódio, que tem carga positiva, é maior no meio extracelular. 
A concentração de potássio (carga positiva), íons fosfato (carga negativa) e 
aminoácidos (carga negativa) é maior no meio intracelular (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009).
 Na membrana plasmática, existem canais que funcionam como poros para a 
passagem de íons, por isso são denominados canais iônicos.
 Esses canais podem estar abertos ou fechados, sendo que, quando abertos, 
permitem o fluxo de íons do local de maior concentração para o de menor. 
 Existem canais específicos para o transporte de sódio e de potássio. 
 Como a concentração de potássio é maior no meio interno da célula, esse íon 
tende a sair, enquanto o sódio, mais concentrado fora da célula, tende a entrar. 
CANAIS IÔNICOS.
 A quantidade de sódio que entra é menor que a quantidade de potássio que 
sai da célula, pois a membrana plasmática apresenta uma maior densidade 
(quantidade) de canais de potássio. 
 Para manter o potencial de membrana de repouso de -70 mV, os íons sódio e 
potássio são bombeados contra o seu gradiente de concentração para fora e 
para dentro, respectivamente, da célula através da bomba de Na+ /K+ 
ATPase (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
 Um potencial de ação ou impulso nervoso é uma sequência de 
eventos ocorrendo rapidamente, que diminui e inverte o 
potencial de membrana e, em seguida, finalmente o restaura 
ao estado de repouso. Se um estímulo provoca a 
despolarização da membrana a um nível crítico, chamado limiar 
(em geral, em torno de -55 mV), em seguida surge um potencial 
de ação. Um potencial de ação tem duas fases principais: uma 
fase despolarizante (despolarização) e uma fase repolarizante
(repolarização) (TORTORA; DERRICKSON, 2017, p. 245). 
 O potencial de ação é gerado pela alteração do potencial de repouso. 
 Quando um estímulo tem força suficiente para despolarizar a membrana 
até -55 mV, ocorrerá o potencial de ação. 
 Quando o limiar é atingido ou ultrapassa -55 mV, abrem-se canais de sódio 
dependentes de voltagem que permitem o influxo de grande quantidade 
de íons sódio, caracterizando a fase de despolarização do potencial de 
ação.
 Esse influxo de sódio leva o potencial de membrana para +30 mV. 
Nesse momento, canais de potássio dependentes de 
voltagem se abrem e o potássio flui para o meio extracelular e 
ocorre o fechamento dos canais de sódio, levando a fase de 
repolarização do potencial de ação.
 O efluxo de potássio causa uma diminuição do potencial de 
membrana, causando uma hiperpolarização, ou seja, se torna 
mais negativo do que o potencial de membrana de repouso.
 O valor de -70 mV do potencial de repouso é restabelecido 
quando ocorre o fechamento dos canais de potássio.
 A geração dos potenciais de ação obedece ao princípio do tudo ou nada. 
Se um estímulo tiver força suficiente para gerar um potencial de ação, ele 
ocorrerá devido à abertura dos canais de sódio e potássio controlados por 
voltagem. 
 Se o estímulo for mais forte, o potencial de ação gerado será o mesmo, pois 
não existe potencial mais ou menos forte.
 Quando um estímulo não tiver força suficiente para despolarizar a 
membrana a ponto de abrir os canais de sódio e potássio, o potencial de 
ação não ocorrerá (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
Os neurônios se comunicam com outras células através dos impulsos 
nervosos.
Os impulsos gerados nos neurônios trafegam através do axônio até o 
terminal axonal, são enviados para outro neurônio, uma célula 
muscular ou uma célula glandular, e dessa forma a informação é 
propagada. 
A despolarização de uma região específica do neurônio faz com que 
ocorra a abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem na 
região em que a membrana foi despolarizada e então o sódio entra 
na célula neste local (TORTORA; DERRICKSON, 2017). 
 O influxo de sódio faz com que a membrana à frente sofra uma modificação na sua 
voltagem, ocasionando a abertura de outros canais de sódio e, assim, 
sucessivamente, permitindo que o estímulo se propague por todo o axônio até 
chegar ao terminal axonal. 
 Nos axônios amielínicos, o estímulo se propaga de forma contínua, como descrito 
anteriormente. Já nos axônios mielínicos, a propagação dos estímulos é saltatória. 
 A despolarização da membrana ocorre nos nodos de Ranvier, regiões do axônio 
em que não há bainha de mielina, tornando a propagação do estímulo mais 
rápida (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
 “Anestésicos locais são fármacos que bloqueiam a dor. Exemplos incluem a 
procaína (Novocaína®) e a lidocaína, que podem ser usadas para produzir 
anestesia na pele, durante a sutura de um corte na boca, por exemplo, 
durante um procedimento dentário ou na parte inferior do corpo, durante o 
parto, dentre outros locais. 
 Esses fármacos agem bloqueando a abertura dos canais de Na+ controlados 
por voltagem. Impulsos nervosos não atravessam a região bloqueada, 
portanto, sinais de dor não chegam até o SNC” (TORTORA; DERRICKSON, p. 
247, 2017). 
ANESTÉSICO
SINAPSE
É uma junção especializada, em 
que um terminal axonal faz contato 
com outro neurônio ou tipo celular. 
As sinapses podem ser elétricas ou 
químicas, sendo que grande parte 
das sinapses são químicas, nas quais 
ocorre a liberação de moléculas 
denominadas neurotransmissores. 
Toda sinapse possui um neurônio 
pré-sináptico, que envia o impulso 
nervoso, e um neurônio pós-
sináptico, que recebe o impulso.
Entre os neurôniospré e pós-
sináptico existe um pequeno 
espaço, a fenda sináptica.
 As sinapses elétricas permitem a transferência direta da corrente iônica de 
uma célula para outra e dependem de junções intercelulares denominadas 
junções gap ou junções comunicantes. 
 A distância entre as membranas présinápticas (do axônio – transmissor do 
impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular – receptoras do 
impulso nervoso) é muito pequena. 
 As junções gap formam estruturas semelhantes a túneis na membrana dos 
neurônios pré e pós-sinápticos, permitindo a passagem dos íons através delas, 
realizando a transmissão do impulso nervoso.
 Esse tipo de sinapse é encontrado em algumas regiões, como no músculo liso 
da parede das vísceras, músculo cardíaco e em regiões do encéfalo 
(TORTORA; DERRICKSON, 2017)
 Em uma sinapse química, os neurônios pré-sináptico e pós-sináptico estão mais 
afastados do que na sinapse elétrica. 
 Para que a sinapse química ocorra é necessária a liberação pelo neurônio pré-
sináptico, de moléculas químicas denominadas neurotransmissores
Quando um impulso nervoso atinge o terminal axonal do 
neurônio pré-sináptico ocorre a abertura de canais de cálcio 
dependentes de voltagem. 
O influxo de cálcio promove a fusão à membrana das vesículas 
contendo os neurotransmissores com a membrana plasmática 
do terminal axonal. 
Essa fusão permite a liberação do conteúdo das vesículas na 
fenda sináptica e a possível ligação dos neurotransmissores com 
receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico. 
Essa ligação abre canais iônicos dependentes de ligante e 
ocorre o influxo de íons para o neurônio pós-sináptico, alterando 
o potencial de membrana nesta célula (TORTORA; DERRICKSON, 
2017).
 O efeito do neurotransmissor sobre o neurônio pós-sináptico só permanecerá 
enquanto ele estiver ligado ao seu receptor.
 Os neurotransmissores, após se ligarem aos receptores, podem ser eliminados da 
fenda sináptica através de sua recaptação pelo neurônio pré-sináptico para que 
seja reutilizado em uma nova sinapse, através da sua degradação por enzimas 
específicas ou pela sua difusão para fora da fenda sináptica (TORTORA; 
DERRICKSON, 2017).
NEUROTRANSMISSORES
 Os neurotransmissores são substâncias químicas que atuam como mensageiros 
da comunicação entre os neurônios. A maioria dos neurotransmissores é 
produzido pelos neurônios no corpo celular e então são empacotados em 
vesículas e encaminhados até o terminal axonal, no qual ficam armazenados até 
chegar um estímulo nervoso.
NEUROTRANSMISSORES
 Existem diferentes tipos de moléculas que atuam como neurotransmissores, como a 
Acetilcolina (ACh); alguns aminoácidos, dentre eles: o glutamato, aspartato, Ácido 
Gama-Aminobutírico (GABA) e glicina. Aminoácidos modificados também atuam 
como neurotransmissores, como exemplos temos: a Noradrenalina (NA), Dopamina 
(DOPA), Serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT). 
 Os neuropeptídeos são peptídeos que atuam como neurotransmissores, é o caso das 
endorfinas. O óxido nítrico é um gás que atua como neurotransmissor e parece estar 
envolvido na memória e aprendizado (TORTORA, 2007).
 Alguns neurotransmissores atuam estimulando outras células, sendo, 
portanto, denominados excitatórios, como é o caso da AD, glutamato, 
aspartato. Já o GABA e a glicina são neurotransmissores inibitórios. 
 A ACh foi o primeiro neurotransmissor descoberto e atua tanto no 
sistema nervoso central quanto no sistema nervoso periférico.
 Os neurônios colinérgicos são os que sintetizam e secretam a ACh. 
 A contração dos músculos estriados esqueléticos só ocorre através da 
liberação de ACh pelo terminal axonal dos neurônios motores na 
junção neuromuscular. 
 Quando liberada pelo sistema nervoso parassimpático, atua de 
maneira inibitória, reduzindo a frequência cardíaca, por exemplo 
(TORTORA, 2007).
 O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do encéfalo, atuando na 
memória e aprendizado, sendo que o GABA é o principal neurotransmissor 
inibitório, o qual é sintetizado a partir do glutamato. Disfunções nos mecanismos do 
glutamato e GABA parecem estar envolvidos com o desenvolvimento de 
ansiedade (TORTORA, 2007). 
 A NA é secretada por neurônios adrenérgicos e é o principal neurotransmissor do 
sistema nervoso autônomo. 
 Quando secretada por neurônios do sistema nervoso simpático, em situações de 
luta e fuga, promove aumento da frequência cardíaca e respiratória, entre outros 
(TORTORA, 2007).
NEUROTRANSMISSORES, AFETAM 
NOSSSAS EMOÇÕES.
 A DOPA atua como um neurotransmissor inibitório e é produzida por neurônios 
dopaminérgicos, os quais estão localizados em algumas regiões do encéfalo e 
na medula espinal.
 Está relacionada com a sensação de prazer e atua no controle dos 
movimentos. 
 Na doença de Parkinson ocorre uma degeneração dos neurônios 
dopaminérgicos em uma região do encéfalo denominada substância negra, 
causando uma diminuição na liberação de DOPA. 
 Já o excesso de DOPA está envolvido com o desenvolvimento de esquizofrenia, 
levando a uma estimulação excessiva do lobo frontal do cérebro (TORTORA, 
2007).
 A 5-HT possui ação excitatória e inibitória, dependendo da região em que é 
secretada. 
 Ela possui uma ação ampla sobre o sistema nervoso central, uma vez que vários 
neurônios possuem receptores para a 5-HT, apesar de sua produção ser restrita a 
alguns neurônios serotoninérgicos. 
 A deficiência de 5-HT, em certas regiões do cérebro, tem sido relacionada ao 
desenvolvimento de distúrbios do humor, como a depressão e ansiedade 
(TORTORA, 2007)
 “Antidepressivos são drogas que aliviam os sintomas de depressão. 
Há dois grupos principais de antidepressivos – os antigos 
antidepressivos ‘tricíclicos’ e os mais recentes, os ‘inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina’ (ISRS). 
 Ambos atuam alterando a forma como determinados 
neurotransmissores funcionam no encéfalo. Na depressão, alguns 
dos sistemas de neurotransmissores especialmente aqueles 
envolvendo a serotonina e a noradrenalina, não parecem 
funcionar adequadamente. Acredita-se que os antidepressivos 
funcionem aumentado a atividade desses agentes químicos no 
encéfalo. 
 Os antidepressivos tricíclicos são tão eficientes quanto os inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina, mas, no conjunto, os ISRS 
apresentam efeitos colaterais menores. Uma vantagem principal 
dos inibidores seletivos é que uma overdose não é perigosa, 
enquanto uma overdose dos inibidores tricíclicos é extremamente 
perigosa e apresenta uma alta taxa de mortalidade” (TORTORA, 
2007, p. 573)
 MENINGES 
 As meninges são três envoltórios de tecido conjuntivo que 
envolvem o encéfalo e a medula espinal, sendo denominadas 
pia-máter, aracnoide e duramáter. Essas membranas são 
extremamente importantes, uma vez que conferem proteção, 
estabilidade e absorção de impactos aos órgãos do sistema 
nervoso central (TORTORA, 2007).
 A dura-máter é a mais externa e está constituída por tecido conjuntivo fibroso, 
sendo a mais espessa e resistente das três. Na medula espinal, existe um espaço 
entre a dura-máter e as vértebras, o espaço epidural, o qual é preenchido por 
tecido adiposo. Já a dura-máter encefálica consiste em duas camadas, a lâmina 
endóstea, a qual é mais externa e está conectada diretamente ao periósteo do 
crânio, e a lâmina meníngea, mais interna. No crânio não há um espaço epidural 
como na medula espinal, entretanto, no encéfalo, a lâmina meníngea da 
duramáter apresenta quatro pregas (TORTORA; DERRICKSON, 2017):
 Foice do cérebro: localizada entre os hemisférios cerebrais, na fissura 
longitudinal.
 Tentório do cerebelo: localizada entre o cerebelo e os hemisférios cerebrais.
 Foice do cerebelo: localiza-se inferiormente ao tentório do cerebelo, entre os 
hemisférios cerebelares.
 Diafragma da sela: reveste a sela turca do osso esfenoide, formando umabainha para a glândula hipófise.
 A aracnoide (aranha) está localizada entre a dura-máter e a pia-máter.
 Sua membrana está em contato com a dura-máter e emite prolongamentos em 
direção à pia-máter que lembram a teia de uma aranha, as trabéculas 
aracnoideas. 
 O espaço ocupado pelas trabéculas aracnoideas é denominado espaço 
subaracnoideo e está preenchido pelo líquido cerebrospinal (discutido adiante).
 A aracnoide forma uma série de projeções em direção aos seios venosos da 
dura-máter, as granulações aracnoideas, as quais têm como função reabsorver o 
líquido cerebrospinal (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
 A mais interna das três meninges, a pia-máter, é uma membrana delicada de 
tecido conjuntivo que está em contato íntimo com o encéfalo e a medula 
espinal. O líquido cerebrospinal, um exsudato do plasma sanguíneo, é 
produzido nos ventrículos cerebrais (ventrículos laterais, terceiro ventrículo e 
quarto ventrículo), em regiões especializadas denominadas plexos corioides. 
Essas estruturas são formadas por capilares sanguíneos fenestrados, revestidos 
por células ependimárias (visto anteriormente). 
 A composição do líquido cerebrospinal é diferente do plasma sanguíneo em 
relação à concentração de proteínas, sais, íons, aminoácidos, lipídios e 
resíduos do metabolismo. Sua produção é constante, sendo que é 
reabsorvido pelas granulações aracnoideas. 
 O líquido cerebrospinal circula entre os ventrículos cerebrais, o canal central 
da medula espinal e o espaço subaracnoideo.
 O acúmulo do líquido cerebrospinal (anteriormente conhecido como líquido 
cefalorraquidiano – LCR), pode ser decorrente de uma falha na sua 
reabsorção ou devido à formação de tumores, causando um aumento da 
Pressão Intracraniana (PIC) e cefaleia (dor de cabeça). A hidrocefalia é uma 
dilatação do crânio que ocorre pelo acúmulo de LCR, que leva ao aumento 
dos ventrículos cerebrais, trazendo o significado popular de “água na 
cabeça”. Essa síndrome clínica é observada em crianças. Como os ossos do 
crânio ainda apresentam grande quantidade de tecido conjuntivo nas suturas, 
o crânio expande para acomodar o volume aumentado de líquido (MARTINI; 
TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
BOA NOITE!

Continue navegando