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REGIME DE 
BENS
Arts 1639 a 1710
REGIME DE BENS:
	É o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges durante o matrimônio
	Tem início na data do casamento. 
	Termina com a dissolução da sociedade conjugal, ou pela morte de um dos cônjuges, pela separação judicial, pelo divórcio, pela anulação ou pela declaração de nulidade. 
Princípios:
Autonomia privada/liberdade dos pactos 
 Os cônjuges têm direito de regulamentar as questões patrimoniais. Tal estipulação atenderá ao interesse os cônjuges. 
 Exceção na separação obrigatória de bens art. 1641 CC 
 O pacto antenupcial não pode contrariar preceitos de ordem pública.
 Enunciado n. 331 CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil – regime misto
 Ex.: convenção de comunhão parcial em relação aos imóveis e separação de bens quanto aos móveis.
Princípios
Variedades de regimes
O CC/2002 consagra quatro possibilidades de regimes de bens aos nubentes. No silêncio das partes, prevalecerá o regime da comunhão parcial, que é o regime legal ou supletório (art. 1640, caput, do CC). O regime de bens adotado começa a vigorar desde a data do casamento (art. 1639, § 1º, do CC). 
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS (duas espécies: convencional ou legal/obrigatória)
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
MISTOS 
Indivisibilidade do regime de bens 
É ilícito fracionar os regimes em relação aos cônjuges
O regime é único para ambos os consortes, diante da isonomia constitucional entre marido e mulher.
Princípios
Imutabilidade relativa/ mutabilidade justificada 
	Código Civil de 2002, autoriza-se a mudança do estatuto patrimonial do casamento quando requerida por ambos os cônjuges, justificadamente (1639, §2º).
	Projeção da autonomia privada no campo do regime de bens. Ninguém melhor do que os cônjuges mesmos para saber como cuidar de seus interesses. 
	A modificação, contudo, submete-se ao atendimento de requisitos concorrentes e cumulativos previstos
no art. 734 do Código de Processo Civil, em procedimento de jurisdição voluntaria: 
i) pedido formulado por ambos os cônjuges: logo, se um deles não anuir a modificação do regime de bens, não ha como modifica-lo, sendo impossível o suprimento de vontade; 
ii) autorização judicial, em procedimento de jurisdição voluntaria, com a ouvida do Ministério Publico, se houver interesse de incapaz apenas (CPC, art. 178): não e possível modificar o regime de bens por deliberação volitiva das partes interessadas em cartório;
iii) indicação da motivação: devem as partes indicar o fundamento da pretensão de alterar o regime de bens;
 iv) inexistência de prejuízo de terceiros e de clausulas abusivas. Além disso, exige-se, ainda, “a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital” (§ Io do art. 734, CPC).
Princípios
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: 
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; 
II - administrar os bens próprios (EXCLUÍDOS DA COMUNHÃO); 
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; 
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos; (“nao faz jus a meacao dos bens havidos pelo marido na qualidade de herdeiro do irmao o conjuge que encontrava-se separado de fato quando transmitida a heranca. Tal fato ocasionaria enriquecimento sem causa, porquanto o patrimonio foi adquirido individualmente, sem qualquer colaboracao do conjuge” (STJ, Ac.unan.4a T., REsp. 555.771, rei. Min. Luis Felipe Salomao, j.5.5.09, DJe 18.5.09).
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. 
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: 
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; 
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. 
Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros. 
1642
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial; 
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros. 
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta (apenas a convencional, pois, a súmula 377 STF ao dizer sobre a comunicação de bens na separação obrigatória afasta a impõe a autorização na separação obrigatória): 
Dispositivo sub occulis. Objetiva restrição da capacidade para proteção do patrimônio familiar. 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval (STJ 332. À fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.); 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado. 
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros. 
Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: 
I - gerir os bens comuns e os do consorte; 
II - alienar os bens móveis comuns; 
III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial. 
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS
Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, será para com este e seus herdeiros responsável: 
I - como usufrutuário, se o rendimento for comum; 
II - como procurador, se tiver mandato expresso ou tácito para os administrar; 
III - como depositário, se não for usufrutuário, nem administrador. 
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS
Também chamado convenção antenupcial ou contrato nupcial. 
Negócio jurídico que regulamenta regime econômico matrimonial. 
Pode ter cláusulas além do regime de bens comoregras sobre circulação de riqueza entre o casal e a vida pessoal das partes, dentre outras manifestações de vontade como reconhecimento de filhos, nomeação de tutor, etc. 
Tem ser feito por escritura pública, sob pena de nulidade, e ser seguido do casamento, sob pena de ineficácia. 
Somente se afigura necessário no caso de adoção de regime diverso do legal. 
A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo nas hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. 
É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta da lei. 
 PACTO ANTENUPCIAL (arts. 1653 a 1657) 
Não ocorrendo o casamento o pacto é valido porém ineficaz
Convenções antenupciais perante terceiros - As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. Assim, na ausência de registro, vigorará, em relação a terceiros, o regime legal. 
 
 PACTO ANTENUPCIAL
1 - comunhão parcial (supletório/supletivo – suprir a ausência de manifestação) - é o regime que vigora na ausência de convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, desde que não seja obrigatória a separação de bens (art. 1640); 
2 - separação de bens (art. 1641) - é obrigatória nos seguintes casos: 
a) inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
b) casamento de pessoa maior de 70 anos 
c) casamento de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 Súmula 377 STF: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento (AQUESTOS).
REGIMES LEGAIS 
Art. 1.658 do Código Civil: "No regime da comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes". 
Forma 3 patrimônios: 2 particulares e 1 comum (formado pelos aquestos, adquiridos pelo casal a título oneroso na constância da união)
Bens e dívidas excluídos da comunhão (incomunicáveis): 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou por sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
OBS: "...0 imóvel adquirido antes do casamento sob regime de comunhão parcial de bens não integra o patrimônio comum. Ainda que o bem tenha sido financiado, o pagamento de algumas prestações, já vigente o regime de bens, torna a ex-esposa credora do executado na proporção de sua contribuição, mas não lhe assegura a condição de condômina ou meeira do imóvel que permanece sob propriedade exclusiva do marido" (TJDFT, 1a Câmara Cível, ARC 46995-DF, Rel.: José Hilário de Vasconcelos). 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges, em sub-rogação dos bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
OBS: Acerca do assunto, Sílvio Rodrigues ressalta o seguinte: "Entretanto só os proventos, enquanto tais, não se comunicam. No exato instante em que se transformam em patrimônio, por exemplo, pela compra de bens, opera-se, em relação a estes, a comunhão, pela incidência da regra contida nos arts. 1.658 e 1.660, I, até porque não acrescente o inciso em exame, a hipótese e os bens sub-rogados em seu lugar. 
Entendimento diverso contraria a essência do regime da comunhão parcial, e levaria ao absurdo de só se comunicarem os bens adquiridos com o produto de bens particulares e comuns ou pelo fato eventual, além dos destinados por doação ou herança ao casal. 
Aliás, é importante salientar que não apenas os bens adquiridos com os proventos do trabalho de um dos cônjuges entram para a comunhão, mas, também, o próprio dinheiro que constitui a remuneração, ao ser esta paga. O que o dispositivo busca evitar é apenas que, dissolvida a sociedade conjugal, seja partilhado o direito de cada cônjuge continuar a receber o seu salário. Maria Helena Diniz, contudo, parece discordar desse entendimento, ao lecionar que "o produto do trabalho dos consortes e os bens com ele adquiridos não se comunicam. Sobre eles têm os cônjuges todos os poderes de gozo, disposição e administração, exceto no que concerne aos imóveis, cuja alienação requer outorga marital ou uxória". 
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
VII - pensões (quantias pagas periodicamente, em razão da lei, decisão judicial, ato inter vivos ou causa mortis, a alguém, visando sua subsistência), meios-soldos (metade do soldo que o Estado paga a militar reformado), montepios (pensão paga pelo Estado aos herdeiros de funcionário falecido, em atividade ou não) e outras rendas semelhantes. 
OBS: Como alerta Carlos Roberto Gonçalves, "o que não se comunica é somente o direito ao percebimento desses benefícios às quantias mensalmente recebidas na constância do casamento, a esse título, porém, entram para o patrimônio do casal e comunicam-se logo que percebidas”. Aliás, a cláusula de inalienabilidade inclui a de incomunicabilidade. 
VIII - os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento (Ex.: na usucapião, se o tempo da posse for alcançado antes da união o bem não ingressará no patrimônio comum, mesmo que seja a ação promovida após o casamento ou união estável); 
IX - as dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes; 
X - os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, salvo pacto antenupcial em contrário (art. 39, Lei n° 9.610/98). 
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
“(...) 4. O entendimento atual do Superior Tribunal de Justica e o de que os proventos do trabalho recebidos, por um ou outro conjuge, na vigencia do casamento, compoem o patrimonio comum do casal, a ser partilhado na separacao, tendo em vista a formacao de sociedade de fato, configurada pelo esforco comum dos conjuges, independentemente de ser financeira a contribuicao de um dos consortes e do outro nao. 5. Assim, deve ser reconhecido o direito a meacao dos valores do FGTS auferidos durante a constancia do casamento, ainda que o saque daqueles valores nao seja realizado imediatamente a separacao do casal. 6. A fim de viabilizar a realizacao daquele direito reconhecido, nos casos em que ocorrer, a CEF devera ser comunicada para que providencie a reserva do montante referente a meacao, para que num momento futuro, quando da realizacao de qualquer das hipoteses legais de saque, seja possivel a retirada do numerario.” (STJ, Ac. 2a Secao, REsp. 1.399.199/RS, rei. Min. Luis Felipe Salomao, j. 9.3.16, DJe 22.4.16).
“(...) 3. Ante a inegavel expressao economica das quotas sociais, a compor, por consectario, o patrimonio pessoal de seu titular, estas podem, eventualmente, ser objeto de execucao por dividas pessoais do socio, bem como de divisao em virtude de separacao/divorcio ou falecimento do socio. 3.1 In casu, afigura-se incontroverso que a aquisicao das quotas sociais da sociedade de advogados pelo recorrido deu-se na constância do casamento, cujo regime de bens era o da comunhao universal. Desse modo, se a obtenção da participacao societaria decorreu naturalmente dos esforcos e patrimonios comuns dos então consortes, sua divisao entre os conjuges, por ocasiao de sua separacao, e medida de justica e consonante com a lei de regencia.” (STJ Ac. unan. 3a T., REsp. 1.331.288/RS, rei. Min. Marco Aurelio Bellizze, j. 24.11.15, DJe 17.12.15).
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Entram na comunhão (são comunicáveis): 
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior (ex.: loteria, avulsão etc.); 
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particularesde cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão; 
VI - as dívidas contraídas para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal. 
Compete a qualquer dos cônjuges a gestão do patrimônio comum (co-gestão). No entanto, a cessão de uso ou gozo de bens gratuitamente demanda anuência de ambos.
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. 
Bens e dívidas excluídos da comunhão (são incomunicáveis): 
I - bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
II - bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; 
III - dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
IV - doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes; 
VIII - os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, salvo pacto antenupcial em contrário (art. 39, Lei n° 9.610/98). 
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Importante destacar que a incomunicabilidade patrimonial não se estende aos frutos, percebidos ou vencidos na constância do casamento. 
Uma vez extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e passivo, cessa a responsbiliade de cada um dos cônjuges em relação aos credores do outro. 
Compete a qualquer dos cônjuges a gestão do patrimônio comum (co-gestão). No entanto, a cessão de uso ou gozo de bens gratuitamente demanda anuência de ambos.
STJ 359 - Direito. Família. Comunhão universal. Partilha. No regime da comunhão universal de bens, as verbas percebidas a título de benefício previdenciário resultantes de um direito que nasceu e foi pleiteado durante a constância do casamento devem entrar na partilha, ainda que recebidas após a ruptura da vida conjugal. Resp 918.173-RS, Rei. Min. Massami Uyeda, j. 10/6/2008.3a T
STJ 362 - Créditos trabalhistas. Meação. Aquisição. Sociedade conjugal. A Turma reiterou que integram a meação verbas trabalhistas percebidas por consorte em comunhão universal de bens, ainda que recebidas após aruptura do casamento. Precedentes citados: EREsp 421.801-RS, DJ 17/12/2004, e REsp 355.581-PR, DJ 23/6/2003. REsp 878.516-SC, Rei. Min. Luis Felipe Salomão, j. 5/8/2008.4a T.
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Os proventos de aposentadoria, percebidos por cônjuge casado em regime de comunhão universal e durante a vigência da sociedade conjugal, constituem patrimônio particular do consorte ao máximo enquanto mantenham caráter alimentar. Perdida essa natureza, como na hipótese de acumulo do capital mediante deposito das verbas em aplicação financeira, o valor originado dos proventos de um dos consortes passa a integrar o patrimônio comum do casal, devendo ser partilhado quando da extinção da sociedade conjugal. Interpretação sistemática dos comandos contidos nos arts. 1.659, VI e 1.668, V, 1565, 1566, III e 1568, todos do CC. REsp 1.053.473, rei. Min. Marco Buzzi, j. 2.10.12. 4a T. (Info 506, 2012)
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. 
O grande Sílvio Rodrigues ensina: “representa tal regime um regime híbrido, ou misto, ao prever a separação de bens na constância do casamento, preservando, cada cônjuge, seu patrimônio pessoal, com a livre administração de seus bens, embora só se possa vender os imóveis com a autorização do outro, ou mediante expressa convenção no pacto dispensado a anuência (arts. 1672, 1673, parágrafo único clc o art.1656). Mas, com a dissolução, fica estabelecido o direito à metade dos bens adquiridos a título oneroso pelo casal na constância do casamento (art. 1672)". 
Não se confunde com a comunhão parcial pois nela os bens que sobrevierem ao casamento, adquiridos por um ou por ambos os cônjuges, a título oneroso se comunicam. Já na participação final nos aquestos a comunicabilidade restringe-se ao patrimônio adquirido onerosamente pelo próprio casal. Cada um desses regimes tem suas regras próprias. 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (híbrido)
NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO:
Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior do cônjuge não entra na participação final dos aquestos. Já na parcial entra na comunhão conforme artigo 1660,II, do CC. 
Bens móveis => presume-se (RELATIVA) que foram adquiridos durante a união. Perante terceiros, presume-se do domínio do devedor, exceto se for de uso pessoal do outro. Assim a administração de tais bens. São livremente alienáveis se pertencentes a um dos cônjuges. 
Bens imóveis => são de propriedade do cônjuge cujo nome constar do registro. Porém, estão subordinados à outorga do outro cônjuge. 
Os cônjuges que optarem pelo regime de participação final nos aquestos poderão fazer constar do pacto antenupcial a possibilidade de livremente disporem dos bens imóveis, desde que particulares, dispensando a outorga do outro, como se exige a regra.
Os bens adquiridos pelo trabalho conjunto, gerará o direito a cada um dos cônjuges a uma quota igual no condomínio ou no crédito.
 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (híbrido)
NO CASO DE DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL:
Apuração dos aquestos (bens adquiridos na constância do casamento) excluindo-se os patrimônios próprios quais sejam:
Os anteriores ao casamento e os que em seu lugar se subrogaram;
Os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
As dívidas relativas a esses bens supramencionados 
AQUESTOS (–) BENS ANTERIORES e SUBROGADOS e DÍVIDAS DOS PARTICULARES = MONTE PARTILHÁVEL 
	Ao computar-se o montante dos aquestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução (1675). 
	Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar (1676). 
	Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aquestos à data em que cessou a convivência. 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (híbrido)
Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário. 
Não se podendo realizar a reposição em dinheiro serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastem. 
As dívidas de um dos cônjuges quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros. 
Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge. 
Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal. 
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (híbrido)
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. 
Maria Helena Diniz assim define esse regime: cada cônjuge conserva, com exclusividade,o domínio, posse e administração de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos débitos anteriores e posteriores ao casamento.
Há uma incomunicabilidade de bens e dívidas => presentes e futuras
O regime de separação de bens, quando não obrigatório, admite a modificação de suas regras no pacto antenupcial. 
Súmula 377 do STF, "no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento". Sem embargo disso, o STJ tem restringido o alcance de tal súmula aos aquestos resultantes da conjugação de esforços do casal. 
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS
Dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges para a aquisição das coisas necessárias à economia doméstica os bens de ambos os cônjuges ficam obrigados pelas mesmas. 
Em relação às despesas do casal, da família, ambos deverão contribuir na proporção de seus rendimentos e bens, ficando, inclusive, responsáveis solidários por dívidas oriundas de tais despesas. 
A administração dos bens permanecerá exclusiva a cada um dos cônjuges podendo alienar ou gravar de ônus reais. 
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS

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