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PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS TRABALHO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO
Fichamento de Estudo de Caso
CIRO SASHALMI COSTA RAMOS
Trabalho da disciplina PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS
Tutor: Prof.  MARCELA VICENTE VIEIRA ANDRADE
SÃO PAULO / 2020
ESTUDO DE CASO:
População vs Minério de Ferro
Produção inclusiva e sustentável
REFERÊNCIA: Rosa Maria Fischer / Sergio Dias (Gerente de Meio Ambiente da empresa) / José Ramos (Gerente Financeiro da empresa) 
O tema do "estudo de caso" nos remete, num primeiro momento em apresentar a empresa SAMARCO, empresa Brasileira fornecedora de ferro de alta qualidade. Fundada em 1977, empresa de capital fechado que atua no segmento de mineração. Seu principal produto são as pelotas de minério de ferro comercializadas para a indústria siderúrgica de países das Américas, do Oriente Médio, da Ásia e Europa.
Com 42 anos de história no setor mineral brasileiro, a empresa possui duas unidades operacionais: Germano, em Mariana e Ouro Preto (MG), onde era realizada a extração e o beneficiamento de minério de ferro em três concentradores, e Ubu, em Anchieta (ES), onde estão quatro usinas de pelotização. As unidades são interligadas por três minerodutos de 400 quilômetros de extensão, que atravessam 25 municípios dos dois estados.
Em 2015, ano em que a Samarco paralisou suas operações, após o rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, causou danos ambientais, impactando famílias da região e de outras localidades ao longo do Rio Doce. No ano de 2015 foram produzidas 24,9 milhões de toneladas, sendo 97% em pelotas e 3% em finos de minério de ferro. Naquele ano, a companhia foi a 12ª maior exportadora do Brasil, faturou R$ 6,5 bilhões e gerou cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos.
Ao longo da sua trajetória, a empresa sempre prezou por honrar seus compromissos com a sociedade e com o meio ambiente e essa conduta permanece até hoje. É por esse motivo que a Empresa afirma a sua consternação com o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
A atividade de mineração é incontestavelmente necessária para o desenvolvimento das sociedades em seus mais diversos setores produtivos, tendo sido, ao longo dos anos, um dos sustentáculos dos poderes econômico e político. Entretanto, os impactos causados pela mineração, associados à competição pelo uso e ocupação do solo, geram conflitos socioambientais. Neste sentido, objetivou-se analisar os problemas sociais e ambientais provenientes da extração mineral.
Os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às diversas fases de exploração dos bens minerais, como:
-Meio Físico: o de capeamento da vegetação reduz a biodiversidade; a mineração modifica a paisagem e reduz a disponibilidade de recursos minerais; o desmonte de rochas com explosivos causam abalos sísmicos, emissão de gases e poeira (provocando a poluição do ar) e ultralançamento de sedimentos rochosos.
-Meio Biótico: neste meio a presença humana e os ruídos e barulho das explosões condicionam a migração de aves e mamíferos, e a poeira e gases além de causar interferências na morfologia dos vegetais provoca a degradação visual da paisagem.
-Meio Antrópico: aqui pôde-se diagnosticar: a emissão de poeira e gases polui o ar e pode causar doenças respiratórias para as pessoas (trabalhadores e populações do entorno) que inalarem o ar poluído; as detonações além de emitirem sons agudos que proporcionam um desconforto para as populações circunvizinhas, também produzem abalos sísmicos e ultralançamentos de fragmentos de rochas que podem atingir a população periférica e suas construções e o transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído),
Desde o início das atividades a empresa (Samarco) começou a se preocupar com os impactos negativos e positivos da produção, levando a iniciar programas com o objetivo de conduzir estudos de impactos na vizinhança, com o intuito de proporcionar uma visão mais acurada sobre os reflexos – impactos sociais e ambientais –provenientes da referente atividade econômica. 
A problemática analisada nestes programas se resume aos reflexos e/ou problemas sociais e ambientais atribuídos à mineração, o objetivo desses programas é apresentar a todos os benefícios que a empresa irá trazer para a região, apresentando de forma clara o lado positivo e negativo da produção. Proporcionando a participação de cada elemento: acionistas ou proprietários (shareholders), clientes, fornecedores, população, inclusive em audiências públicas, etc. Para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas, podendo ou não ter feito um investimento neles.
Este modelo não privilegia somente a vertente financeira, mas também dá valor à vertente social e retributiva. Por esse motivo é considerado como um modelo de responsabilidade social ou corporativo.
Com o passar dos anos aumentou muito o consumo mundial de minério de ferro e como a produção não atendia a demanda, o risco de faltar matéria-prima já era uma realidade próxima, e, com a queda na oferta, o aço fica mais caro. “O minério de ferro subiu, e o preço do aço também subiu. Isso refletiu em toda a cadeia, como siderurgia, metalurgia, mecânica, indústria automotiva e outros”. Com isso várias empresas estavam se preparando para expansão.
As atividades de mineração são, reconhecidamente, de elevado impacto ambiental. No caso da mineração, o enorme tamanho de algumas operações, a quantidade de carga movimentada e os rejeitos gerados têm representado riscos para diversas regiões e populações, e a negativa para ampliação destas produções são certas.
Tal crescimento da indústria mineral vem provocando a resistência progressiva das populações impactadas, que têm se organizado para impedir que essa atividade se aposse de seus territórios, impondo um modelo unilateral de desenvolvimento e piorando sua qualidade de vida.
Algumas vezes, os opositores da atividade de extração mineral obtiveram sucesso, negando à empresa mineradora a chamada licença social para operar, o que se tornou uma ameaça à continuidade dos empreendimentos e uma preocupação permanente para as empresas.
As mineradoras tiveram que se tornar mais espertas politicamente e estão comunicando eficazmente os impactos positivos da mineração e aumentando a transparência. Através de programas, estão cada vez mais buscando preencher a lacuna entre as expectativas da comunidade e as leis existentes com o aumento da regulação.
A Samarco numa tentativa de fazer face a esse risco, realizou programas denominados de responsabilidade social, acompanhados de forte campanha de marketing, por meio dos quais oferecem às comunidades compensações, promovendo, por exemplo, concursos para financiar ações de incentivo ao empreendedorismo, melhoria da estrutura educacional e de saúde, entre outros, num investimento que pode parecer vultoso, mas que convertido em percentual do negócio não atinge sequer 1%, conforme índices.
Podemos citar os programas: 
*Educação ambiental de Bento Rodrigues, motivado pela desconfiança crescente dos moradores em relação aos riscos iminentes do rompimento da barragem e o consequente alagamento da região, o que traria prejuízos irreversíveis a população e região, onde se localizava a barragem de Santarém, utilizada pela empresa para captação de água para produção industrial; 
*Outro de sucesso o projeto Salvamar, criado para reciclar óleo de motores dos pescadores, objetivo era promover a recuperação da diversidade de peixes da região e qualidade da água. Orientar a comunidade quanto a preservação dos ecossistemas costeiros. O projeto conseguiu praticamente cerca de 100% de adesão da região e tornou-se o atrativo para os acionistas que buscavam conhecer o projeto mais a fundo, teve uma boa avaliação de sustentabilidade.
Como abordamos anteriormente, a negativa das populações a projetos mineradores que, segundo suas percepções, possam colocar em risco a sua qualidade de vida e saúde, bem como o meio ambiente, têm crescido em todo o mundo. Numa tentativa de obtera chamada licença social para operar, muitas empresas têm adotado estratégias para ampliar o diálogo com a sociedade e melhorar a governança sobre os projetos de mineração.
É inegável que o setor de mineração não pode, em nenhuma hipótese, seguir suas atividades sem garantir a total segurança de suas operações e barragens. Por outro lado, a interrupção das atividades pode instaurar um caos social nas cidades mineradoras. “Sem planejamento, cidades sofrerão de forma drástica com o colapso na arrecadação e, consequentemente, com a prestação de serviços básicos como saúde, educação, infraestrutura.
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