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Resenha - Problemas Ambientais Globais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Julia Bravo 
 
 
 
Trabalho da disciplina: Problemas 
Ambientais Globais 
Tutor: Prof. Marcela Vicente Vieira 
Andrade Goncalves 
 
 
 
SERRA/ES 
2021 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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SAMARCO: O PAPEL DA EMPRESA NO EMPODERAMENTO DAS PESSOAS 
Referências: FISHER, Rosa Maria. Samarco: o papel da empresa no empoderamento das 
pessoas. Harvard Business School, abril de 2011. 
O presente caso relata sobre as possíveis escolhas no planejamento de estratégia corporativa 
da Samarco, empresa brasileira, fundada em 1974, com escritórios dentro e fora do país, 
destaca-se mundialmente na área da mineração, chegando a ocupar, em 2003, a segunda 
posição do ranking de exportadoras transoceânicas de pelotas de minério de ferro. 
A área da mineração é uma atividade industrial que se refere à pesquisa, extração, exploração 
e uso dos minérios que estão contidos no subsolo. De modo que são produtos contidos no dia 
a dia (exemplos: prédios, celulares, moedas, computadores e cosméticos), consequentemente, 
podem modificar demasiadamente o ecossistema local com a intensa geração de resíduos e o 
descarte de forma errônea no meio ambiente. Há ainda o problema da água, visto que é uma 
atividade que utiliza um volume exorbitante de água em suas fases variadas (pesquisa 
mineral, lavra, transporte etc.). Ademais, a mineração é responsável por causar graves danos 
ao ecossistema, pode-se citar os dois dos maiores desastres ambientais que ocorreram na 
história recente do Brasil: o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, no estado 
de Minas Gerais. Visto à grandiosidade da Samarco e o tipo de atividade produtiva, a 
empresa entendia que precisava atuar reduzindo ao máximo os impactos ao meio ambiente 
(poluição do ar, água e erosão por assoreamento), bem como sua atuação social frente as 
comunidades afetadas por suas operações. 
O texto se inicia descrevendo um evento da Samarco, onde o Gerente de Meio Ambiente da 
empresa, Sérgio Dias, acredita que, embora a Samarco já ter consolidado sua imagem como 
uma empresa que preserva o meio ambiente e mantém um relacionamento colaborativo e 
cortês com as comunidades do entorno de suas operações, deveria fazer mais, com projetos e 
ações voltados efetivamente ao desenvolvimento da comunidade através do engajamento 
efetivo dos moradores na identificação de seus principais problemas e na busca das 
respectivas soluções, por meio de associações da sociedade civil e a educação ambiental. 
Nesse contexto, a autora cita um projeto nesses parâmetros que a Samarco implementou em 
uma pequena comunidade no entorno da empresa, conhecido como Programa de Educação 
 
 
 
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Popular Ambiental de Bento Rodrigues. Porém, gerou muitas controvérsias dentro da 
organização devido aos resultados não muito significativos. 
Em contrapartida, o Gerente Financeiro da empresa, José Ramos, discordava com tamanho 
envolvimento da comunidade, visto que a proposta agora imposta pelo Sérgio Dias seria não 
mais para um distrito, e sim 25 municípios, ambicioso demais para resultados poucos 
significativos. Além disso, acreditava que a melhor opção era projetos específicos 
relacionados à intervenção ambiental ligada a estratégia, de baixo custo, com objetivos claros, 
técnicos e estratégicos, garantindo considerável receptividade dos stakeholders, 
permanecendo com a empresa em zona de conforto. 
A geração de áreas degradadas, transtornos no tráfego urbano, alterações ambientais e 
depreciação de imóveis vizinhos são alguns exemplos de externalidades provenientes da 
mineração. Tais externalidades certamente geram conflitos com a comunidade, e esses 
traziam impactos negativos à organização, como atrasos em obras, dificuldade na obtenção de 
licenças ambientais e perda de competitividade. Embora a Samarco reconhecesse sua 
responsabilidade social e buscasse superar a legislação ambiental vigente, ainda assim havia 
impactos e preocupações com as consequências que obras dessas proporções poderiam causar 
para a população ao redor. 
Um projeto bastante interessante desenvolvido pela Samarco e citado no artigo é o Projeto 
Salvamar. No intuito de reduzir a poluição das águas provenientes de óleos de barcos e 
motores pesqueiros, o óleo dos barcos seria recolhido através de instalações locais (coletores) 
que após reciclado seria revendido a preço de custo aos pescadores, atingindo quase 100% 
dos pescadores deste município. O projeto promoveu a recuperação da diversidade dos peixes, 
qualidade da água, redução de custo para os pescadores, além de se tornar um ótimo atrativo 
para os acionistas da Samarco. 
A questão em debate permanece, investir em uma intervenção social incerta, porém 
melhorando o relacionamento com as comunidades e elevar as chances de se evitar 
intervenções contrárias da população; ou construir de forma silenciosa, “invisível”, evitando 
ao máximo interferência negativa da população. 
A decisão seria baseada no alinhamento estratégico, analisar a real necessidade do 
envolvimento social nessa perspectiva e se, frente a concorrência, traria vantagem 
 
 
 
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competitiva. Observam-se nos anexos pesquisas, imagens, gráficos e diagramas, que facilitam 
um melhor entendimento e compreensão dos projetos e dados em geral. O retorno financeiro 
da empresa não deve ser o único parâmetro para a tomada de decisão, mas sim no 
desenvolvimento das comunidades, seja na educação, oportunidades de emprego, esportes e 
na melhoria em geral. Tratar como se fossem invisíveis seria egoísta por parte da empresa, de 
forma que a população do entorno sofrerá os impactos, sejam eles os mínimos possíveis. 
Hodiernamente, para manter o nível de consumo da população em geral, as indústrias se 
expandem cada vez mais, porém devem manter seu papel socioambiental. Em qualquer ramo 
lidar com pessoas é um desafio, principalmente em situações que envolvem obras de grande 
porte e que podem gerar graves impactos para a região. Segundo o artigo “A função social da 
educação ambiental nas práticas colaborativas: participação e engajamento” a autora enfatiza 
que a problemática da degradação ambiental e ecossistemas envolve todos os níveis de 
ensino. Deve abranger conhecimento, valores, práticas sustentáveis, estimular o interesse e 
engajamento da população na ação e responsabilização, além de ter um papel articulador, 
baseado no diálogo e na interação em constante. A educação ambiental, tratada na lei nº 9.795 
de 1999, traz em um de seus objetivos que o incentivo à participação individual e coletiva, 
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente é inseparável do 
exercício da cidadania”. 
Referências Bibliográficas 
Mineração: como minimizar seus impactos ambientais. AmbScience Engenharia. Disponível 
em: https://ambscience.com/mineracao/. Acesso em: 09/01/2021. 
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a 
política nacional de educação ambiental e dá outras providências. Diário Oficial, 28 de abril 
de 1999. 
Jacobi, Pedro; Tristão, Martha; Franco, Maria. A função social da educação ambiental nas 
práticas colaborativas: participação e engajamento. Outubro, 2008. 
https://ambscience.com/mineracao/

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