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POUCOS MISTERIOS RESISTEM A UMA CHAVE DEFENDA. Se ~ pensa que a Plreltl está apenas no pneu do seu carro, en- gano seu! Pegue uma cba\'e de fenda e solte o painel, que você vai encontrar mais. Aqueles chicotes• de fios colori- dos, que ligam toda a parte elétrica do carro, são produzldos pelo maior fabricante de cabos de energia do mundo. Se não estiver sallsfeito, vá sol- tando os parafusos, que você não vai parar de encontrar a Plreltl. Seja qual for a marca do seu carro. E, para adiantar o futuro, já estamos preparados para monitorar, atra~ das fibras óticas, cerca de trezentos itens de instrumentos e controles de um automóvel. ~cabos, além de energia, transmitem confiança. IAELLI • Figue sócio do mam. Nós abaixo assinados agradecemos. Melhor que ser amigo da Arte é ser sócio dela .. Ficando sócio do MAM você pode ganhar uma gravura por ano. Tem seu nome inserido nas dependências do museu. Recebe carteita de sócio com direito a entrada franca em todos os eventos. Pode descontar sua contribuição do imposto de Renda. E o mais importante: ajuda o MAM a . continuar sendo o MAM. Entre em contato com a geme: (011) 549.9688, falar com Lúcia Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Arnaldo Pedroso D'Horta, Aldemir Martins, Abelardo Zaluar, Alberto Teixeira, Aldir Mendes.de Souza, Amilcar de castro, Ascânio M.M.M., Antônio Bandeira, Arlindo Daibert, Arthur Luiz Piza, Amélia Toledo, Anita Malfatti, Alcindo Moreira Filho, Alex Fleming, Anna Letycia, Brecheret, Bavarelli, Bené Fonteles, Bruno Giorgi, Clóvis Graciano, Caciporé Torres, Carybé, carros Scliãr, Carros Vergara, Cássio Michallany, Cláudio Tozzi, Cléber Machado, Di Cavalcanti, Di Prete, Darcy Penteado, Daniel Senise, Ernesto Di Fiori, Emanuel Araújo, Edith Behring, Evandro Carlos Jardim, Flávio de Carvalho, Fiaminghi, Famese de Andrade, Fúlvio Penacchí, Franz Krajcberg, Frans Weissmann, Fayga Ostrower, Gerda Brentani, Guilherme Faria, Grudzinski, Oswaldo Goeldi, Gilberto Salvador, Geraldo de Barros, Granato, Gustavo Rosa, Henrique Boese, Hércules Barsotti, Hugo Adami, lone Saldanha, Iracema Arditi, Ivan Serpa, José Antônio da Silva, José Rezende, Jair Glass, Károly Pichler, Lothar Charroux, León Ferrari, Luís Saciloto, Lydia Okumura, Lúcia Porto, Lívio Abramo, Marcelo Grassmann, Mário Gruber, Mário Zanini, Maria Leontina, Maria Bonomi, Maria Guilhermina, Mário Agostinelli, Mário Cravo, Maria Tomaselli, Maurício Nogueira Lima, Megumi Yuasa, Moriconi, Martin Disler, Manfredo Souza Neto, Milton da Costa, Marcelo Nietsche, Norberto Nicola, Ottone Zorlini, Otávio Roth, Olney Kruse, Pancetti, Portinari, Pola Rezende, Rebolo, Rossi Osir, Renina Katz, Sérgio Milliet, Sérgio Camargo, Samico, Siron Franco, Sérvulo Esmeralda, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake, Thomaz lanelli, Tomoshigue Kusuno, Tuneu, Takashi Fukushima, Vlavianos, Wega Nery, Willys de Castro, Yolanda Mohaly. Fique sócio do mam. Nem só de arte vive um museu. Apoio OPZ. Revista SUPERJN1UESSANTE CAPA S.O.S. ozõnio A eamada ·de ozônj.o que protege a Terra da ritdiação ultravioleta do Sol está ameaçàda. Os efeitos podem ser dramáticos. mas o mundo se prepara para evitá-los 16 COMPORTAMENTO 1----::::::=~~~~-~ Tudo mentira TECNOLOGIA Revolução a bordo Uma nova geração de jatos nasce com o A320. em que a eletrônica assume fi rme o comando 32 GEOFÍSICA Mente-se para escapar de situações diffceis, realizar sonhos, lesar o outro. A verdade é que todos têm um pouco ou muito de Pinocchio 24 _.)ftllt .. - . ·--- - -- ·---. ···---=- c - Descida aos porões do planeta 1"'*.1 É mais fácil ir à Lua do que ao centro da Terra. Mas, com sondas =~~~~:_~!i! especiais, o homem já começa essa pesquisa COSTUMES Quando falam as flores: chaves de um código 38 Desde os tempos antigos. as tlores comunicam 52 mensagens que exprimem sentimentos humanos BIOLOGIA Por dentro da vida Extraordinária colecção de fotografias feitas por microscóp·io eletrônico, publicada com el(clusividade no Brasil, mostra o qoe acontece com o corpo do homem e da mulher no processo da fecundação. O colorido das imagens evidencia minúcias 60 como a ação dos hormônios nas células ASTRONOMIA FOTOGRAFIA Uma gata e seus gatinhos Quase testemunhas do Big Bang Silo os quasares, os corpos celestes mais antigos, distantes e luminosos que existem 72 Unindo a fotografia aos raios X. obteve-se uma 78 imagem da mãe e dos filhotes ainda por nascer , HISTORIA Pompêia, cidade eterna Há q uasc 2 mil anos, Pompéia foi soterrada por uma erupção do Vcsúvio. Suas ruínas mostram o cotidiano de uma cidade romana SEÇÕES Notícias superinteressantes Perguntas superíntrigantes Telescópio Oito & feito Dois mais dois Grandes idéias Superdivertldo Uvros superlmportantes Superdivertído/soluções Su~graçado Cartas dos leitores Capa: ilusl13çáo Ronaldo-Ll>PIIS Teixeira ! Milton Rodrigues Alves SUPERINTERESSANTE N. • 7 80 8 14 30 43 44 58 86 88 89 90 91 SUPER 5 Hoje eu nem sei por onde começar. tantas são as coisas superinteressantes que temos para você. Por exemplo. as extraordinárias fotografias fei tas através do microscópio eletrônico pelo professor italiano Pietro Motta . Ele publicou um livro muito bonito, com imagens surpreendentes do corpo de uma pes oa. Nós selecionamos para você as que Superimag•ns do corpo mostram todo o processo de reprodução humana. É um trabalho que beira o fantástico - mas é coisa muito real. Como eu já disse aqui nesta carta. o mundo real revelado pela ciência é muito mais fantãstjco do que qualquer outro que a nossa imaginação possa inventar. No art igo de capa, tomos outra impressionante seqüência de fotos , estas feitas pela NASA. Elas mostram o estranho fenômeno que acontece a cada primavera , na Antártida. com a camada de ozônio que pro tege a Terra contra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol. l-lá dez anos, cientistas alertam o mundo para o perigo das agressões cometidas contra esse escudo por a lguns produtos aparentemente muito inocentes da nossa civilização. como os aerossóis. O assunto é sério: sem a proteção do ozônio. a Terra pode se tomar inabitável para a espécie humana. E. exatamente por ser sério. o alarme começa a ser .ouvido: países desenvolvidos já negociam acordos para con~rolar o uso desses produtos que destroem o ozônio. Silvio Atanes talvez seja a pe oa mais a tarefada aqui na redação de SU PERI NT ERESSANTE. Ele é o nosso "carteiro··. encarregado de cuidar da correspondência dos leitores. selecionar as cartas a serem publicadas. providenciar respostas para todos. De uns tempo para cá. Silvio tem se mostrado anito: chegaram milhare de cobranças de leitores interel>sados num poste r do nos o monstrinho - e e le não tinha resposta a dar. A culpa ríao ! é dele , é minha. Fui cu quem prometeu ~ o poster , logo na segunda edição §~ de SUPERINTERESSANT E, sem saber ~ em que confus~10 estava me metendo. Pois f Silvio, enfim livre dos seus deu muito trabalho levantar a biogra ia pessdelos do monstrinho. surrupiar aq uela velha fo to do seu Mbum de família. descobrir coisas de seus pais, mostrar em que seu organismo é diferente do nosso. Enfim , está tudo fe ito: o monstrinho está aí, num poster magnífi co, c o Silvio. acredi to . já pode trábalhar sossegado. Almyr Gajardoni 6 SUPU 1~1 Editora Abril m (41t• •~•ttt YCT()Il(WfTA ow~ ~W~HMC:,..w ...,.........._ ,,.,.. .......... ., .. .. , ................. , .......... ..... \ ........ Jb,,. ... ~ ______ ...... SUPER INTERESSANTE ......... Clwt• \.ltoof ... ....... ... , ...... ~--~ .....,.,.. ~· ....... u.... ............. . ,.... .. ..,... ....,.. a. eM•• ... o. .. .,.. ....... Ullelfrt :·c· ·· - ~ ....... ~., ............ Cu t ms trOr.._ .......,...., , ,......_ ,...., ...... , ... , ....... .......... ~ .... .. • . . ... ........... a,.a.;,.,..,..,. ........ ..... ..... ..... ...... a.. • • ~..,.,. r.--. ...... ""... l ........... ,.,.__ a...\JNI" ,. ... ....... ~ • ............ .. ~ • .,..... Aww~ ::',C.,....., ...... o.-.... ,..... ._.,. ..... "'*"""""' GMfift't~ JCtM t.v-1 ~ 1\ICt> C..O.eo.ti•IKN ,.,..,.,._.. a.., .... ..,.pt M VfJA OQI . ... ""'lf\1 . .. t,ll$ .. S..Jot o .. .,..,, 1\_,. Lwlt Cf tHbtl, "-JNtot+M.toMnJ O.rio tlt tio lhoO eis ~wdo, Ct ... """ '-' HM , ..,._ P • 01•'191'' M.tiot., Moo• C.lt.ellt. lw C.tt't1 Jttwrl ...... , ... l ..... k I OleY•NW I ....,. Alt • l~rv,,~t Cl~d .. h~. ""'•' "'' a'l\11t1 Mt rto N!tonllt l11"11~ti1M,. ' •utt MMHJt .. ~ow.,. , l~lllciO Vi G-t.I \.MI~j,. •• .... ,,_l•' "•",. c,._., Cotf"C~ .,.... o.-."' o\fNIMGf f.t. Ct~M;Mato ltfro CJNNM:f Oilf'h-.1 M(l• lt A c..'~ nM.,...., .. o.,.lót H,MI\ .. "''".,.• r.,.., .. U l A.N M" " .. Oh'ttllt. , .," ..... llc~ (fiO·· R.. ..,. ,.,..,."()to.., .. , .............. "*'~ ··~ -~~· ~ . .. ........ ............ ..... ~ .. ow.j·· W,., t.,ft Metlil ..... t~ ....... o..llt ...... (~ .. .......... .-... ... .,.,.,. ... ......-. ..... ,.., ,..., ~ , .... ~ .. Atli#I~Mii .. M O.V.,.. • (IICI!o .... t ....... - Oo.vtt.~t ...., .. OiiA!Mf .. ~ . ...... , ......... c..-o..w O"CU.A(*'O ...... ...... ........ ,..., ..._ .. v ...... .._,...., 11: ...... ....,. .. ,..,..., ... ~·O'IoeM ..... ~ ....... ,..,. Coisa de homem Qual será realmente a diferença fundamental entre o homem e a mu- lher? Geneticistas americanos acaba- ram de encontrar a resposta que os humanos procuravam desde o começo dos tempos: a diferença é um gene, existente apenas nos homens. chama- do TDF (íniciais em inglêJ; de '·fator determinante de testículos' '). Delide 1950. sabia-se que o sexo com que se nasce é determinado por um dos 23 pares de cromossomos do ser huma- no: mulheres possuem o par XX e ho- mens. XY (assim' chamados por causa da forma). "Agora, com essa desco- berta.,. explica o professor Paulo Ot- to, do Jnstituto de Biociências da USP, " ficamos sabendo que não é um cromossomo inteiro, X ou Y. mas apenas um único gene que determina o sexo ... Detalhe: um único gene en- tre os cerca de 100 mil que formam a bagagem hereditária do ser humano. Os pCJ;quisadores encontraram o ge- ne TDF estudando os cromossomos de pessoas geneticamente anormais. ou seja. mulheres com par XY e hQ- mens com par XX - casos raros, na 8 5UPlR proporção de 1 para cada 20 mil. e es- sas pessoas são estéreis. Os cientistas notaram que faltava um pedacinho no cromossomo Y das mulheres; já nos homens. havia um pedaço de um cro- mossomo Y preso a um cromossomo X. Depois de muito quel:>rar a cabeça, eiCJ; concluíram que essa porção de cromossomo a menos nas mulheres e a mais no homem era o gene TDF. No embrião do sexo masculino. o TDF e:tiste desde a concepção. Mas só se manifesta na sétima semana; <tté en- tão, segundo os geneticistas. o em- brião é "sexualmente indiferen te''. • Um mistér•o de 11 mil anos A recente descoberta de ossos fos- silizados de um rapaz de 17 anos de idade e pouco mais de l metro de a l- tura . numa caverna no Sul da ltitlia. indica que nem só os mais aptos so- breviviam nos ásperos tempos· logo em seguida às glaciações de 11 mil anos atrás. O rapaz, um anão com braços e pernas deformados. com cer- teza não tinha corno acompanhar as pe.rambulações do grupo a que per- tencia - coletores e caçadores eter- namente em movimento ~~ procura de O mais antigo caso de nanismo !:! ~ ' alimerÍto c abrigo. Não podendo acompanhar os outros - nern muito menos contribuir para o sustento da coletividade - . seria de esperar que o deficieme físico fosse largado à pró- pria sorte. Nesse caso, ele jamais vi- veria até os 17 anos. No entanto. os restos encontrados na caverna ita)jana demonstram que o jovem - por sinal, o mais amigo caso de nanismo de conhecimento da ciência - não só não ficou à mercê da natureza como fo i enterrado se- gundo um certo cerimonial. talvez porque tivesse uma posição especial no grupo. A caverna foi pintada com figuras de animais c seu corpo ficou abraçado ao de sua mãe. Nada se sa- be. porém. das circunstâncias em que ambos morreram. Para alguns antropólogos. a descoberta provaria que os povos da J dade da Pedra não eram selvagens brutos: podiam até manifelitar consideraçiio para com o próximo. • Romanenko (centro) com a taml/la: ossos em ordem e cabeça no lugar Depois do recorde O cosmonauta soviético luri Roma- nenko. recordista de permanência no Clipaço- 326 dias a bordo da estação orbital Mir -. anda lépido e fagueiro como se tivesse passado qu~e um ano numa CJ;tação de veraneio. E uma sur- presa: llntes dele. outros cosmonautas voltavam do espaço com os ossos. músculos e o sistejlla cardiovascular enfraquecidos pela falta de gravidade. Mas Rórnanenk.o deixou espantados os médicos soviéticos ao ficar de pé de.sde que pisou o ohão da base de • Baikonour, na Asia Central. no finzi- nho do ano passado. Sua memorável recuperação reper- cutiu oos projetos de uma futura via- gem tripulada aMarre, cujo principal obstáculo é li duração - cerca de dois anos entre ir c voltar (SUPER- INTERESSANTE n ... 3. ano 2). Pa- ra a recuperação de Romanenko. contribuiu o rigoroso esquema de ex.ercícios a que ele foi submetido a bordo da Mir. além do novo ti po de vestimenta com fibras elásticas que. ~ por_ oferecer mais resistência, obriga ~ o cosmonauta a um esforço maior dos ~ rnusculos em cada movinienro. Mas Romanenko não voltou bem só fisica- mente: nada indica que o prolongado confinamento no espaço tenha dei.xa- do nele seqüelas psicológicas. • É usar a voz e cruzar os braços quer usuário. Tel.efonar dessa cabine é como falar para as paredes: o usuário coloca urn cartão magnético igual ao dos cabias automáticos de banco e faz a chamada. Terminada a conversa. é só "irar as costas e I! embora. • Alô: sem as mãos Graças à informática. já é possível chamar um número de telefone sem discar ou teclar - basta fa lar. pausa- damente. os algarismos. No Brasil, esse tipo de apare lho ainda é consi- derado muito sofisticado para ser posto à venda. Mas. na França. está disponível aos interessados em faler suas chamadas sem mexer um dedo: o telefone. oom5) u,n computador que recebe comando de voz. decodi- fjea os números falados e completa a ligação. O aparelho só obedece à voz do dono. ta l qua l está programa- da. Isso às vezeli é um problema - quando a pCJ;soa fica resfriada ou rouca. o telefone não cumpre a or- dem de ligação. Em princípio. esse aparelho não pode ser usado em cabines públ icas. Mas a companhia telefônica francesa está fazendo uma experiência na ci- dade de Lannion . a sudeste de Paris. Ali. o aparelho aceita a voz de qual- Supercondutores ligam o motor Com menos estardalhaço do que no ano passado. quando renderam at~ um Prêmio Nabel de Física (para a dupla Alex Müller c Georg Bednorz, da lBM suíça). as pesquisas com su- percondutores continuam produzindo resultados. A meta é sempre a mCJ;- ma: tirar do forno urna cerâmica ca- paz de conduzir eletricidade sem per- das a temperaturas cada vez mais al- tas. Ern 1987'. 0 profelisor Paul Chu. da Universidade de Houston. nos Es- tados Unidos. obteve supercondutivi- dade à temperatura recorde de menos 175 graus centígrados. trabalhando com o composto de cobre, ítrio e bá- rio usado por Müller e Bednorz. Recentemente, o mesmo Chu anuo- ciou uma cerâmica supercondulora a menos 159 graus, feita de materiais muito comuns, como bismuw. alumi- nio, estrôncio e c;i lcio-o que facili - tará a sua produção em grande escala. Por sua vez. pesquisadores do Argon- ne National Laboratory, também nos Estados Unido_s, fabdcaram o primei- ro motor elétrico baseado nos super- condutores de alta temperatura. T ra- ta-se de um prato de 1\lumínio de 20 centímetros, dotado de 24 ímãs, que gira sobre dois discos de cerâmica su- percondutora graças aos seus fortíssi- mos campos magnéticos - o mesmo principio do projeto Maglev, o tremjaponês que flutua no ar. O motor produz uma quantidade de energia ín- (ima demais para ter algum uso práti- co. lsso se espera a lcançar em dez anos. aproximadamente~ • Nova cerâmica funciona a - SUPERINTERESSANTE EM ENERGIA As ccnti.:nas de m.ctros dos fios c cabos necessários para a monitoração dos comandos dos sofisticados vckutos do mundo moderno, e-xigem cada vez mais o de;senvolvimento de novas tccnotogias .. A redução do volume desses cabos em até 30% só foi ~ível através da "irradiação", ststema que p<:mlltC o rcarranJO molecular do matenal isolante, reduzindo espessuras, mantendo caractedstícas físicas e ctéttlcas. Além disso, você já conhece os cabos de vela supreSSlvos que mclboram a. ignição e cllminam as rádio-lmerferêndas no som do seu cano. Hoje os minicompucadorcs c as fibras óticas também fazem parte do mundo maravilhoso do automóvel. lAEI li SlGWNCAtii-DEIN!I<11 Notici~ Supcrintcrcssotntcs rêm ó llpOio do maJoc f::tbdc:uuc de fios c c~boS do 8rMU c do mundo. Falsa farinha ...... .... - - -----o , Com peso na consciência. algumas pessoas hesitam diante de uma apeti- tosa torta, com medo de engordar. Esse sofrimento pode estar perto do fim: cientistas americanos acabam de desenvolver uma celulose sem calo- rias. capaz de substituir a [arinha tra- dicional em pães e doces. O novo in- grediente é à base de polpa de beter- raba ou de farelo de aveia. tratados com peróxido - o óxido que forma a água oxigenada. ··o peróxido reage liberando apenas as fibras da beterra- ba ou da aveia", explica a nutricionis- ta Midore lshii. da Faculdade de Saú- de Pública da USP. ''Como o orga- nismo não absorve fibras, o novo in- grediente não engorda.·· Até agora, os produtos sem calorias para substi- tuir a farinha tinham dois inconve- nientes: o sabor desagradável e o fato de não deixarem a massa crescer. Além de não apresentar esses proble- mas, a nova farinha tem mais fibra do que o f a reto de trigo e libra é bom para o intestino - de gordos e magros. • A luz da matéria O exótico mundo proposto pela Mecânica Quãntica talvez tenha mais a ver com a realidade do que se podia supor - ainda que essa realidade não esteja ao alcance da vivência humana de todos os dias. Segundo a teoria dos quanta (SUPER!NTERESSANTE n.• 3, ano 1), tanto a luz quanto a matéria se comportam ora como ondas ora co- mo partículas. Tal semelhança de con- duta entre luz e matéria, que contraria as leis da Física clássica, foi observada em três recentes experiências separa- das. uma nos Estados Unidos, outra oa França. outra na União Soviética. Em cada uma delas , feixes de <ítomos foram refletidos pela luz de forma muito parecida como normalmente um cristal ou um espelho refletem a luz. Ou seja. em condições muito es- peciais de laboratório. a matéria apre- sentou movimentos ondulatórios. co- mo a luz. Os desdobramentos dessas pesquisas não de-vem tardar. • Limpeza de pele Vida nova na TV para velhos fil- mes do cinema: técnicos ingleses de- senvolveram um aparelho de telecine - projetor que transforma a imagem para cinema em sinais de video - capaz de limpar as marcas do tempo na película, como manchas e ranhu- ras. O aparelho tem I 024 sensores de luz e memória digital. Primeiro. o filme passa por três pranchas: cada uma avalia, pelo grau de luminosida- de, que partes da imagem em branco 10 SUPER e preto corrosponderiam ao azul, vermelho e verde. Então, a memória grava a combinação das tonalidades e as uniformiza uma por uma. de maneira que os sinais de vídeo sim- plesmente não reproduzem possíveis manchas. Por fim, a película passa por uma luz infravertnelha. que só não a at:ravessa ali onde existem ar- ranhões ou sujeira. Localizados esses pontos, a memória os apaga - c o Carlitos de meio século atrás chega novinho em folha ao dist ioto reles- pectador. • \ • - Para os deuses e os satélites Desde que foram descobertas em 1939. as figuras e linhas desenhadas na superfície do planalto de Nazca, a sudoeste de Lima, no Peru, represen- taram um desafio para os estudiosos das civilizações pré-colombianas. Elas mostram desenhos geométricos. espi- rais e flores, além de um ·macaco, uma baleia, um cachorro e uma aranha. São enormes, por isso mesmo indeci- fráveis ao nível do chão. embora per- feitamente visfveis do céu. Agora, as imagens de dois satélites de recursos naturais - o americano Landsat e o fra_ncês Spot - ájudam a esclarecer o emgma. Pois. coto base nessas in1agens, o grupo de Sensoriamento remoto do Instituto de Pesquisas Espaciais (IN- ~ PE) de São José dos Campos, em Caflitos em Tempos modernos, de 1936: conjunto com instituições peruanas, agora sem affanhões na TV localizou pela primeira vez linhas de projetos particulares de pesquisa na ãrea de desarmamento. E ainda so- bre novas fontes de energia. combate à poluição e à miséria no Terceiro Mundo. A Fundação Rockefeller ajudará a pagar a conta desses estudos. Com sedes em Washington, Moscou e Es- tocolmo. na Suécia. o Fundo reúne figuras de grosso c.alibre. como o mi- lionário americano Armand Ham- mer, dono da Occidental Petroleum, o fisico paquistanês Abdus Salan, Prêmio Nobel de 1979, o ex-secretá- !1' rio de Defesa dos Estados Unidos ~ Robert McNamara e o dissidente so-- --...J ~ vi ético Andrei Sakharov, Prêmio Só os deuses deveriam ver Isso Nobel da Paz de 1975. " Para o Ter- até 28 quilômetros de comprimento. Elas só puderam ser vistas por i.orei- ro porque os satélites estão a 800 quilômetros de altura. Os ufologis- tas , que não i riam desperdiçar uma oportunidade dessas, apostam que os sinais serviam de pistas para dis- cos voadores. Os pesquisadores, com os pés no chão, têm outras teorias para explicar essas marcas, criadas pelos ancestrais dos incas en- tre os anos 200 a,C. e 600 da nossa era. "Provavelmente", imagina Pau- lo Roberto Martini, geólogo do fN- PE, "esses povos faziam os dese- nhos como oferendas aos deuses pa- ra que só eles, que viviam nos céus, pudessem vê-los.' ' • 21 em defesa da humanidade Ô brasileiro José Goldemberg, rei- tor da Universidade de São Paulo, é uma das 21 petsonalidades .de vários países (e o único da América Latina) escolhidas para dirigir o mais novo organismo internacional criado para ttabalhar pela paz e a prosperidade na Terra. O Fundo Inrernaciooal pe- la Sobrevivência e Desenvolvimento da Humanidade, fruto das r~uniões mantida$ no ano passado em Moscou por cientistas americanos e soviéticos preocupados com a questão das ar- mas nucleares, pretende financiar ceiro Mundo, a palavra sobrevivência significa combate ao subdesenvolvi- m.eoto", diz Goldemberg. "Só aceitei participar da direção do Fundo por- que ele se d.ispõe também a mexer com a pobreza." • Câmara à mão Mede apenas 5 centímetros e pesa só 50 gramas - é a mais recente gló- ria da tecnologia francesa. Trata-se de uma min6scula câ.mara de vídeo para japonês nenhum pôr defeito. O apare- lho não grava, somente transmite a imagem para um aparelho de TV. Em compensação, graças a sensores óti- cos, consegue captar cenas com per- feição, mesmo em ambientes mal ilu- minados. Quatro mi l câmaras já fo- ram vendidas - a maioria para servir como equipamento de segurança em edifícios. Os cientistas da Universida- de de Paris acreditam que o aparelho é ainda mais útil na Medicina - para exames clfnicos, como os de garganta, permitindo observar melhor o organis- mo nas proporções de uma tela de televisão. • Tapa nos glóbulos Está demonstraçlo que pessoas que fumam maconha adoecem com maior freqüência. Suspeitava-se que isso acontece porque a maconha afetaria o sistema imunológico. Agora, cientistas americanos parecem ter encontrado um ind(cio de que essa hipótese está correta: a substância ativa da maco- nha, chamada tetrahidrocanabinol ~ (THC), altera o processo de matur'<l- ~ ção dos glóbulos brancos, responsáveis ~ pela defesa do organismo. Na presen- iil ça do THC, os glóbulos brancosem ~ formação passam a sintetizar certas protefnas que não lhes são caracterís- ticas. Os cientistas supõem que essa síntese enfraquece os glóbulos. dei- xando-os sem condições de cumprir plenamente sua ta.refa. • SUHil1 1 ... e os Idosos recordam mais A mente em forma Jovens que fazem ginástica regular· mente sofrem menos com o final de um rom;~nce - esta é a conclusão de uma recente pesquisa liobre os efeiws do exercício físico sob.re o estado emocional das pessoas. Psicólogos da Universidade da Califórnia, nos Esta- do,s Unidos. observaram duwnte oito meses duzen tas adolescentes. As garo- tas que praticavam pouco exercício. ao passar por situações estressanies como o fim de um namoro. ficavam muito m<tis doentes e apresentavam sintomas de desconforto com maior freqüência do que as colegas que fa- ziam ginástrca regula rmente. Os cien- tistas concluíram q ue os exercícios di- minuem as alterações no sistema car- diovascular. comuns em pessoas ner- vosas ou deprimidas. porque elas ti- ram o problema da cabeça. pelo me- nos enquanto se movimentam. Outro traballlo. destn vez com pes- soas mais velhas. sugere que a gínás- tica ajuda a atividade mental. Testes de ,memóri<t e raciocínio lóeico. com ~ dois grupos [armados por homens e mulheres entre 55 e 89 anos. mostra- ram q ue o gmpo dos que praticam gi- 12 SUPER nástica no mínimo 75 minutos por se- mana se saiu bem melhor do que aque les que só fazem alguns minu tos de ginástica semanalmente. A gin{lsti· ca. acreditam os cientistas. além tia sensaçito de bem-estar que proporcio- na. retarda o envelhccimemo do sis- tema ne rvoso central. • 2 + 2 = bê·á·bá O psicólogo suíc;o Jean Piaget (1896-1980) provou que a intel igt!ncia das crianç<tS se desenvolve de forma parecida com a lógica da.~ operações ma temáticas. Com base nessa desco- bertH. professore~ da Universidade Federal de Pernambuco começaram a testar urn projeto inovador em c:rian- c;as de 6 a 7 anos. de quatro escolas públ icas do Recife - a alfabetização matemática antes da ·<llfabetização propriamente d ita. Ou seja, as crian- ças só Hprendem a ler e a escrever depois de conhecer os conceitos ma- temáticos. Elas começam ordenando figu ras pelo tamanho. depois são apresenta- das às noções de agrupar c separar. somar e subtrair, multiplicar e divitlir. "A proposta é fnzer com que desen- volvam o raciocínio". explica o pro- fessor João Barbosa de Oliveira. coor- denador do projeto. A.s aulas são da- das com base em duas carti lhas que contêm exercícios e jogos. Dominan- do os fundamen tos do mundo mate- mático. as crianças devem compreen- der com mais facilídade como se d ivi - dem as sílabas e como se formam no· vas palavras com as sílabas obtidas e frases com essas palavras. • Re;Jtor de pesquisas de fusão da USP: 1,6 milhão de graus Fusão em equipe Há trinta anos cientistas do mundo in teiro sonham construir um reator nuclear de fusáo - capaz de gerar grandes quantidades de encrgiít c mui to m;t is limpa do que a resu ltante do~ atuais reamres de fissão (SU PER- INTERESSANT-E n." 2. ano 2). A energia de fusão é liberada quando se a tinge a temperatura de 300 mi- lhões ele graus ecmígrados - vinte vezes maio r do que a do núcleo do Sol. Por aí j<í vê que poucos sonhos são tão ambiciosos como esse. A temperatura máxima alcançada - c por frações ínfimas de tempo - foi de 200 milhões de graus centígradbs. O reator de pesquL~as de fusão dct Universidade de São Paulo conseguiu v J .6 mi lhão de ,::raus. " Para aumentar as chances dos cien- • , . tistas. Estados Unidos. União Soviéti· ca. Japão e " Comunidade Econômica Européia resolverltm panir para um trabalho em equipe. Cieritistas desses países farito o p rojeto de um reator padrão. Em 1991. quando se espera que o projeto esteja pronto. s·erá de- cidido se a construção do rcamr obe- deceni ao mesmo esquema. Manfred Lciner. diretor da área de Física da Agência lnternacional de Energia Atômica (AIEA), torce para que a E decisão seja sim: ·'Esperemos que o 8 clima político intern<1cional esteja g ameno o suficiente para uma emprei- ~ tada em comum... • < ... . ~· · 11'! · - •• • • I I I I I l OXITI!NO O maior risco não é viver com a química. É viver sem ela. Torre Bafômetro Como funciona o bafômetro? (José Agostinho M. G. Barros Filho, Jaú, SP) O bafômetro baseia-se na relação entre o álcool diluído na corrente sanguínea e o que é expelido na res· piraçào. O aparelho compõe-se de um tubo transparente. semelhante a uma ampola, contendo ácido sulfúri- co e dicromato de potássio, um bo- cal c uma bolsa plástica inflável. Nu- ma extremidade do tubo é colocado Com álcool, mistura muda de cor o bocal e na outra a _bolsa. A pessoa ~ sopra através do bocal até que a boi- 3 sa fique inflada. Dessa forma, o ál- cool exalado - se houver algum no organismo - reage com a mistura do tubo, fazendo-a mudar de cor, de amarelo. para verde. De acordo com a tonalidade, é possível estimar a quantidade de álcoól presente no sangue. • r ' .. - Por que a Torre de Pisa é Inclina· ~ .__ _ _ __.o.; da? (Celso Georgief, Sáo Paulo, SP) No avião em queda livre, a senssção é de l!Uséncla de gravidade Projetada para abrigar o sino da catedral de Pisa, na Itália, a t0rre começou a ser consrruida em 1174. Quando r rês dos seus oito andares estavam prontos, notou-se uma ligei- ra inclinação, devido a um afunda· mento do terreno e ao assentamento irregular das fundações. Tentou-se compensar a inclinação fazendo os outros andares um pouco maiores no lado mais baixo. Mas a estrutura afundou ainda mais, por causa do excesso de peso. A torre acabou de ser erguida, ainda inclinada, na se· gunda metade do século XIV, com 56 metros de altura. Hoje sua incli- nação chega a 5,2 metros. • 14 SUPER Gravidade Como se consegue anular a gra· vldade terrestre, em laboratorios da NASA? (Paulo Suassuna e Fred Si· queira Campos, Jooo Pessoa, PB) Não se pode "desligar" a gravidade. Cintos antigravitacionais só existem nas histórias em quadrinhos. A NASA e outras agêqcias aeroespaciais utili· zam um artifício que permite simu.lar a ausência de gravidade: a queda li- vre. Imagine-se dentro de um eleva- dor, carregando alguns livros na mão. Quan_do o elevador chega ao último andar, alguém corta os cabos e ele despenca. De repente, a sensação será de ausência de peso, os pés perderão o contato com o chão e os livros flu· tuarão no ar. Como o elevador está fechado, você não nora~á que caiu. mas pensará que flutua. E a queda li- vre , durante a qual ·a sensação é de ausência de gravidé\dC. Nos experi- mentos das agências espaciais, um avião a jato sobe até determinada alti- tude~ e é posto em queda livre du- rante certo tempo·. Na acolchoada ca- bine de passageiros, os futuro§ astro- nautas experimentam a simulação de ausência de gravidade. • Sabonete Quem inventou o sabonete? (Au- gusto T. Vida/, Rio de Janeiro, RJ) O sabão foi inventado pelos fení- cios, seiscentos anos antes de Cristo. Eles ferviam água com banha de ca- bra e cinzas de madeira. obtendo um sabão pastoso. O sabão sólido só apareceu no século VIL quando os árabes descobriram o processo de sa- ponificação - mistura de óleos natu- rais. gordura animal e soda c:íustica, que depois de fervida e!]durece. Os espanhóis, tendo aprendido a lição com os árabes, acrescentaram-lhe óleo de oliva, para dar <J..O sabão um chei ro mais suave. Nos, séculos XV e XVI, enfim, várias cidades européias tornaram-se centros produtores de Semana Como surgiram os nomes dos dias da semana? (Pierre R. Weber, São Paulo. SP, e Tíbétio V. Joca. Forta· leza. CE) No Império Romano, a astrologia introduziu no uso popular a seplima- na, isto e, sete manhãs. de origem babilônica. fniciatmente, os nomes dos deuses orientais foram substituí- dos por equivalentes latinos. No cris- tianismo, o dia do Sol, solis dies, foi substituí_do por dominica,dia do Se· nbor: e o satumi dies, dia de Saturno, por sabbatum, derivado do hebraico slwbbatlt, dia de descanso, consagra- do pelo Velho Testamento. Qs outros Costume começou com os fenícios sabão - entre elas, Marselha, na França, e Savóna. na Itália. Foi da cidade de Savona que os frànceses ti- raram a palavra savon, sabão, e o diminutivo savormeue, sabonete. • dias eram dedicados a: Lua (segun- da); Marte (terça); Mercúrio (quar- ta); Júpiter (qui11-ta); e Vênus (sexta· feira). O termo feira surgiu em ponu· guê.s porque, na semana da Páscoa, rodos os dias eram feriados - férias ou feiras - e, além disso. os merca- dos funcionavam ao ar livre. 'Com o tempo. a Igreja baniu da liturgia os nomes pagãos dos dias, oficializando as feiras. O domingo. que seria a pri- meira feira, conservou o mesmo no- me por ser dedicado a Deus. fazendo a contagem iniciar-se na secundá fe- ria, segunda-feira. O sábado foi man- tido em respeito à antiga tradição he- braica. Apesar da oposição da Igreja, as designações pagãs sobreviveram em todo o mundo cristão, menos no que viria a ser J>or- tuga I, graças ao apostolado de São Martinho de Braga (século VI), que combatia o costu- me de " dar nomes de demônios aos dias que De.us criou''. • Depois de Cristo, o dia de Vênus virou sexta-feira Teclado Por que as letras no teclado das máquinas de escrever não seguem a ordem alfabética? (Ricardo Barl>o· sa Díniz. São Paulo, SP) Quando a máquina de escrever foi inventada pelo impressor americano Christopher Latham Sholes, em 1$68, as teclas foram dispostas em ordem alfabética. Tentand0 criar um mérodo mais ·'científico", Sholes pc· diu ajuda a seu colaborador. James Densmore. Em 1872. ele surgiu com o teclado QWE,RTY (assim chamado por causa das seis primeiras lelras da fila superior, na mão esquerda). Densmore estudou as letras e suas combinações mais freq üentes na lín, gua inglesa para colocá"las distantes umas das outras, a fim de que as has· tes não subissem juntas, embolando durante a datilografia. Em 1932. de· pois de vinte anos de estudos. outro americano, August Dvorak, criou um teclado que leva o ·seu nome, extre· mamente eficiente para a língua in- glesa: 3 mil palavras podem ser escri- tas CQm as letras da fila principal (contra cinqüenta, no teclado QWERTY) e a mão direita é mais usada. Qualquer fabricante de J!láqui- nas de escrever nos Estados Unidos fornece sob en.comenda o relllado Dvorak. No Brasil, o teclado QWERTY, adaptado com a cedilha e os acentos, é o que foi padronizado. Apesar de , nele, a letra a, de gr<Ulde freqüência, fiear a cargo do pobre de- do mínimo esquerdo. • No principio era abcdefghlfk ... apara ·vidas escrev S P8T8 tírar su~sst'PERINTAIGAN~~ . peRGUNTAicW FJausíno Gom~p . Rua Gera 75 ~o Paulo. · ceP 045 • ----_:...a SUPER 15 .. . Perda de ozônio pode causar o efeito estufa de ozônio do INPE (Instituto de Pes- quisas Espaciais). explica por quê: "Na atmosfera". ele diz. "tudo fun· ciona como um jogo de xadrez. Qual· quer movimento de uma das peças po· de abalar a posição das outras". Por isso. teme·se que a dimmuição de OlÔ· nio possa contribuir paro um futuro aquecimento da Terra. quando parte da calota polar derreter. causondo inundações em outras áreas do pl:1ne· ta . Os cientistas chamam a essa c:nás· trofe "efeito estufa ... Por enquanto, a situa~fiO é muis preocupante na Antártida. onde ti perda anual de o:zõnio parece estar atrasando a chegada da primavera. Supõe-se que inverno~ mais longos tendam a comprometer o ciclo binló· gico das espécies anhnuis e vcgctuls da região. Com maior segurança. os cientistas relacionam o déficit periódi- co de ozônio com a quebra da cadeia alimentar da fauna antártica. No ano passado. um erro atribuído à ministra do Meio Ambiente da Suécia. Birgit- ta Dahl. assustou os brasileiros. Clima Umita à Antártida a extendo do buraco Ela teria afirmado que o buraco nn camada de o..:ônio cresceu tanto <IUc atingiu o paralelo 16. no hembfério suL ou SCJ:I. o Sul da África. a mtuor parte da AuMrália e metade da Amé- rica do Sul. Na \'Crdade. a mmi~tnt teria querido dizer paralelo 60. t1uc nem ulcanc;a a Argen tina. "Por \or- te". explica o engenheiro Kirshhoft. "a extensão do burnco no o..:ómo não aumentou nos últimos dois anos ... !'ode ser que os seus limites estejam fixudos pela.~ condições pc· culiares do clima na Ant:írtida. De qualquer forma. há dez :~nos o INPE faz o monitoramento do ozônio so- bre o Bm~il por meio de balôcs c sondas. em operaçi10 conjunta com a NASA americano. E até agow não apareceram motivos de inqUietação (veja quadro). Quanto mais os cientistas investi- gam a cuusa da d iminuição de ozónio na armo fero. mai~ certos e~uio de que o homem. ou melhor. um com- 18 SUPIIt posto químico chamado clorofluorcar- bono. produzido pelo homem. está por trás desse desastre. Não deixa de ser uma ironia. Quando foi criado pc- los quimicos d<~ General Motors em 1928. o clorofluorcarbono - ou CFC. iniciais dos três elementos que o compõem - parecia a mara\'ilha das maravilhas. l'odia ser usado com segurança como spmy em inseticidas. produtos de limpc;w e ti nta. sem o risco de reagir com o conteúdo d<1s latas. Até o início da década de 70. o uso do CFC - também conhecido como 80 km 45 11 OZONIO == - 80" Freon. marca do produto fabricado peln Ou Pont - cresceu sem barrei- ras. Dos spmys. passou para os cir- cuitos de refrigeração de I;!Ciadciras c ap11relhos de ar-condicionado. De· pois. rornou·se um dos elementos d<~s fôrmas de plástico poroso usadas pam embalar sanduíches. comida congela- da c ovos. nlém de servir como sol· vcnre na indústriA e letr(\nicu. Niio hn- vio por que irnnginnr que uma muté· ria-prima tão 1i til pudes.~e ser também perigosa. O primeiro alarme foi acionado em 1974 pelos químicos americanos Shcr- I I I t i L-------------------------------------------------------__j · Ocu,.ndo uma fai xa de 30 mil metros, o oz6nlo fl/tra os ralos do Sol wood Roland e Mario Mofina. Embo- ra inofensivo na Terra - advertiam eles -. o CFC podia ser um veneno na :umosfera. Suas moléculas passa- vam intactas pela troposfera - a fai- xa de ar que vai da supcrffcic até cer- ca de 10 mil metros de altitude. onde ocorrem todas as mudança!> de clima do planeta - para desembocar na estratosfera. Ali. os mios ultmviolct:t elo Sol quebrariam as mo l~culas de CFC e liberarium :\tomos do gás elo· ro. O ozônio. uma molécula formada por três átomos de oxigênio (0,). reagiria com o cloro (CI). formando monóxido de cloro (CIO) e mais oxi- gênio (0~) . A cadcio de reac;óes químicas não ficaria n1 so. O monóxido de cloro combmundo·~c com o oxigênio deixa nov11mcntc livres os átomos de cloro para rcag1r com o ozônio. Os cientis- tas que goMam de fazer contas no computndor calculam que. por causa do:ssc efeito cascatn. cnda átomo de cloro th.:strói l ()() mil moléculas de ozônio do 111 mo fera. Eles ainda aler· tam pnrn um detalhe importante - o CFC tem umu vida util de pelo me- nos 75 unos. Portanto. Jli houve des- O ozônio mau Enquanto na atmosfera o ozônio protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. na superficie é um poluente prejudicial. principalmente para lb plantas. O ozônio mau noscc de umn reação da luz solar com o dióxido de nitrogênio das descargas do:. automó- veis. Nesse jogo entram também os hidrocarbonetos não destruidos no prooesso de queima do óleo combus- Queimadas: um t ipo de polulçAo tlvel pelas mdústrias. Esse ozônio é levado pelos ventos a centenas de mi- lhares de quilômetro:> de distância. Med1çõcs realizadas pelo lNPE em Natal. no R1o Grande do None. rc- "elam que. em cenos meses do ano. a concentrac;ão do ozõruo sobre o Nor- deste chega a dobrnr. Pwvavelmen- te. especula o engenhe1ro Volker K1rshhoff. o fenômeno resulta das queimadas dumme a estação seca no Brasil Central. Quanto maior a quantidadede ozônio na baixa atmosfem. maior também u perda agrlcola. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos apon- tam prejuizos enormes dos plantado- res de .soja. trigo. Bll;!odâo e amen- doim, É que o O'lônio inibe a fotos· sfntcse. produzindo lesões nas folhos. Nos animais. provoca irriwção e rcs- secamento das mucosus do aparelho respiratório. além de enve!Jlecunento precoce. Testes J:Í mostraram que. em maiores conccntruçõcs. o ozónio destrói proteínas e enzimas. A radlaçáo perigosa do Sol /neide mais diretamente sobre a Antirtlde carga ~uficientc do gós na a tmosfera pam comer o ozõmo por quase um século - mesmo que nem um único er.1mn de CFC ro se produlldo daqu1 j;arn a freme. Pelo menos no~ Estado Umdos, o susto com a descoberta dos cientistas foi gmnde - e a reação niio tardou Em 1978. os umcricunos tratílrnm de banir o CFC da maior parte d~ ae- rossóis - a exccçflo foram os rcmé· dio~. como as bombinhas pnru usm:1- tico~. Naquela época. os Estados Umdos usavam -170 mil toneladas de CFC em ;terossóis c 350 mil em ou- t ro~ produtos. Só que desde então u situação se inverteu: crn 1985. os americ~1nos consumlnm 235 mil tone- ladas de CFC em ncrossóis c 540 mil toneladas em refrigeração. embala- gens etc .. ou seJn. o banimento ado· tado dez anos a tr:is n;lo resolveu l!runde coisa. Além disso. é claro. o~ Esr:~dos Unidos não são o único pai~ sura 19 A mancha negra nos monitores confirmou tudo do mundo a usar produtos em spray. Em 1979. a Du Pom - uma das maiores fabricantes mundiais de CFC - divulgou um comunicado, no qu.al dizia que todos os dados relativos à di- minuição da camada · de ozônio eram apenas pro jeçôes de computador ba- seadas em meras suposições. Foi en- tão que estourou a bomba. Enquanm trabalhavam nas madrugadas gélidas do pólo sul. cientistas do Instituto Britânico de Pesquisas Antárticas descobriram acidentalmente que a concel}tração de ozônio sobre a re· gião não só era muito mais baixa do quç em qualquer lugar da Terra, co- mo também vinha diminuindo a cada a proteção do ozónlo, tomar sol seria expor-se ao risco de câncer ano desde 1977. A princípio, cientistas da NASA contesta ram a informação, mas de- ~ pois ent regaram os pontos. É que o ~ computador que manipulava as i n for- ~ mações do satéli te me!eorológico ~ Nimbus-7 estava programade para ~ não levar em consideração mudanças Usado em embalagens para o vos ... como as que ocorriam nos céus da Antártida. Repassando todas as fitas gravadas, dessá vez cóm uma nova programação do computador, os cien- tistas amer icanos viram nos monitores surgir sobre o pólo sul uma acusadora mancha negra. Era a prova viva de que, de setembro a novembro, a ca- mada de ozônio sobr'e a Antárrida so- fria uma redução de 30 até 50 por cento. A partir daí. não havia mais dúvida sobre o que estava aconteceo- do na atmosfera. Expedição tira-teima deu razão aos pessimista.s Mas, também. como diziam funcio- nários do governo influenciados pelo lobby dos fabricantes de CFC, não havia certeza absoluta -como de Ia-. to não há até hoje - de que o gás era o principal culpado. Afinal. o que se convencionou chamar camada de ozônio é uma faixa de 30 mil metros de espessura. a partir de 15 mil me- tros acima da superfície terrestre, de um gás tão rarefeito que. se fessc comprimido a pressão e temperatura normais da Terra, formaria uma cas- quinha de apenas três milímetros. É impossível prever com exatidão o que 20 SUPER acontece no seu i.nterior. Ali, qual- quer intromissão de gases quase tão perigosos como o CFC - como me- tano. dióxido de carbono. óxido nítri· co - provoca mudanças. Descobriu- se. por exemplo, que o bromo. tun gás utilizado em extintores de incên- dio, produz uma substância chamada halônio. cujo poder de destruição é dez vezes maior que o do CFC. Se não conhecem detalhes , os cien- tistas têm uma visão bastante aproxi- mada da vida ímirna da atmosfera. Correntes de' ar se deslocam dos pó: los para o equador a baixa altitude e do equador para os p61os a altitudes mais elevadas, espalhando poluentes a milhares de quilômetros do local de origem. Mas na Antártida isso não oco-rre. Durante o inverno. que co- meça em abril, a região permanece no escuro e os ventos giram em circu- les impenetráveis, que atraem massas de ar de outras partes da Terra com grandes qu~ntidades de subsrânci.as químicas. E o vónex poJ.ar. onde ocorre o buraco na camada de ozô· nio. Em setembro. com os primeiros raios ultravioleta do Sol. as moléculas de CFC começam a se quebrar , des- truindo o ozônio. O buraco só se fe- cha em novembro, com a renovação . .. em aparelhos de refrigeração ... ... e sprays de Inseticidas ... do ar vinda de outras regiões. Esta pelo menos era a teoria. Res- tava saber se isso realmente acontecia na prática. Uma expedição tira-íeima com I 50 ciem ista·s de dezenove orga-. ~ nizações de quatro países esteve em setembro último na Antártida para analisar a composição do vónex po- lar. A NASA usou na pesquisa dois aviões; um jato DC-8 e um velho ER-2 adaptado dos aviões espiões U-2. com0 o que a União Soviética Tudo Igual nos céus do Brasil Uma notícia tranqüilizaqora para os brasileiros: a variação da cam!l· da de ozônio sobre o país peumane- ce estável - no máximo, aumenta ou diminui apenas 5 por cento. Pe- lo menos é o que d.izem os instru- mentôs de medição do iNPE.. Des- de 1~78, o instituto acompanba a movimentação do gás na atmosfe- ra. Quase duzentos balões já foram lançados da base da Barreira do In- ferno, em Natal. As informa_çõeS des balões foram complementadas por foguetes e instrumentos de su- perfíeie instalados em Nfanaus. Be- lém. Natal . Fortaleza. Cuiabá e São José dos Campos. lsso é possível graças a um convê- nio com a NASA. que fornece os equipamentos, inclusive foguetes do tipo ~oki e Super-Loki. comparáveis ao Sonda-3, de fabricação nacional. Os americanos estão interessados no . .. o gás CFC é um sério poluente abateu em 1960. no mais célebre inci- dente da guern\ fria. Com o que há de mais sofisticado em matéria de equipamentos. os aparelhos desafia- ram os ventos do vórtex c, durante seis semanas, espionaram a quantida- de de poluentes concemrada em seu interior. Os resultados confirmaram as ex- pectativas mais pessimistas. A con- centração de monóxido de cloro so- bre a região é cem vezes maior do Em Natal, bslóes medem o gás estudo do comporta1;11ento do ozônio perto do equador. algo até recente- mente pouco conhecido. Nos líltimos anos, o INPE tem aperfeiçoado suas medições. Go,meçou a observar tam- bém o monóxitlo de carbono. que participa de uma série de reações quí- micas junto com o ozônio. O objeti- vo, diz Volker Kirshhoff. respons.'ivel pelas medições, é controlar os po- luentes que podem afetar a vida na Terra. que em qualquer outro lugar do glo- bo terrestre. Como diz VoJker Kir- shhoff. do l NPE. um veterano de ex- pedições cienríficas à Antártida, '"a pesquisa não foi a resposta fínaJ . ..rnas uma prova arrasadora de que real- mente o CFC está fazendo alguma coisa de er.rado lá em cima··. A meta é controlar o uso do gás CFC no mundo A NASA prometeu divulgar este mês novos resultados da expediçito - e cientistas europeus bem-informados receiam que a batelada completa de dados contenha conclusões de arre- piar os cabelos. Além disso, a agên- cia americana está programando uma análise do ar na região do pólo norte , onde não parece ocorrer um fenôme- no igual ao da Antártida. Caracterizada a parte que cabe ao CFC nessa agressão à natureza, a ló- ll;ica mandaria acabar com a produção ~ . do gás. Mas nem sempre a lóg.tca dá a última palavra. Há. de um lado, os interesses da indústria. Mas, junto com eles. há o fato não menos real de que a vida das pessoas ficou mais confortável desde o advento dos clo- rofluorcarbOJlOS. Afinal. ninguém contestará que um inseticida em spray é mais prático do que as vel.basbombas de ··flit" . O caso do ozônio ilustra exemplarmente um di lema dos tempos modernos -como beneficiar- se das conquistas da tecnologia sem pagar o preço de prejuízos às vezes incalculáveis ao ambiente. Controlar a produção de CFC no mundo. portanto. não é fácil. Os tre- ze maiores fabricantes mundiais - com sede no Japão. Europa e Esta- dos Unidos - assinaram um acordo em janeiro último comprometendo-se a ac.elerar os restes de identificação da toxicidade do produto e de even- tuais substitutos. Mas as empresas não reconhecem como definitivas as evidências contra o CFC. No Brasil, o consumo do poluente ainda é baixo Para a Du Poni, por exemplo, "não existe nenhuma comprovação científica de que a camada de ozônio seja atingida pelo CFC" _ diz um por- ta-voz ela companhia em São Paulo. Mesmo assim. segundo a fonte, a em- presa está desenvolvendo pesquisas em nível mundial para estudar o as- sunto. De seu lado, a Hoechst do Brasil, que fabrica o CFC sob a mar- ca Frigen, reconhece que hí1 indícios de que o gás esteja afetando o ozô- nio. Um executivo da empresa desta- ca em todo caso que o consumo no Brasil ainda é baixo. De fato. en· quanto nos países desenvolvidos o consumo é de I quilo a I ,3 quilo por habitante por ano, no Brasil esse va- lor cai para irrisórios 80 gramas. Em agosto do ano passado. ainda antes portanto da última safra de más notícias vindas da Antártida, a rede ele lanchonetes McDonald 's anunciou nos Estados Unidos a intenção de substi tuir as embalagens de espuma plástica de seus sanduíches por outras que não contivessem clorofluorcarbo· no. A idéia foi saudada com entusias- mo. mas ainda não se concretizou - as 9 600 lojas da rede em 46 paí.ses continuam a usar a embalagem polui- dera. Enquanto isso. no Brasil. a Basf. que fabrica o tradicional isopor. usando o inofensivo gás pentano em vez do CFC, desistiu de entrar no mercado de embalagens para sanduí- ches, aparentemente a fim de não agravar a polui~ão da atmosfera. Mas a iniciativa de restringir a pro- dução de clorofluorcarbonos não é discutida só nas empresas. Exatamen- SUPIR 21 Pesqu receiam um grande desastre te ha um ano. uma confercncw em Genebra. na Su•c;a. reumu delc@.:•dos de 32 países. Eles come<;amm ali a discutir mecam<mos paro regular o U.\0 do produto Foi um pnmcml pas· so - e seus frut~ não tardaram. Cin· co meses depo1s. representante~ de 24 pmscs. entre os qu:us EsHtdo~ Un•dos. Japão. Alemanha c Franc;u - os maiores produtores -. a~marnm em Montreal. no Canadá. o comprom•~ de reduzir a produç-Jo de C.mtglfdo de Instrumentos túl PH<~UI$11, o ER·2 voou sobre a Antlttlda ... CFC pela metade até 199'). Mns o documento autoriz:• nações em desenvolvimento a :aumentar o seu uso dumntc uma década mtcirn. O rcsul· tado final. a~~egumm os de· fcnsorcs do tratado. scra umu redução de 35 por cento no total de CFC na atmosfera a tê o final do século. Por ccr· to. isso é insuficiente parn afugentar de vct o problemn. "Sob o ponw de v1sta técni· co, as medida~ adotadas em Monrrcal foram pouco cfcti· vas" . critica o engenheiro Kirshhoff. do INPE. "Ma~ do ponto de "' ta diplomático serviram como um empurrão ... junto Ct>m um jato OC-$ p•r• estudar o ozônio inicial. Ouem sabe. no futuro. essas medidas não ~râo ampliados'!" O Brasil mandou dois d1plomatas a Montreal. mas não assinou o protoco- lo. Em todo caso. o ltamarut) \Cm promovendo consultas sobre o assunto a diversos órgãos do governo. como o INPE e a Secretaria Espec1al do Meio Ambiente. Ambos '\e mamlcSt!lrilm a favor da assinatura do protocolo. Se· gundo o sccretáno especial do Meio Ambiente. Roberto Messio~ Franco. "o uso do CFC nas proporc;õcs atuai~ realmente preocupa. mas posso ga· rantir que a nossa particip:1çúo ainda é pequena". Ele afirma que CK países do Terceiro Mundo são responsáveis por apenas 6 por cento do fnhricnçf10 internacional - c o Brasil por openas I por cento. Mcssins Frauco di!lsc a SUPERINTERESSANTE que o Bra- sil assinará o protocolo de Montreal "dentro de cinco n seis meses". Segundo o pres1dcnte du Associa· ção Brasileira de Aerossói~. Hugo Chaluleu. "menos de 5 por cento 22 1UPU dos sprays produzidos no pais usam o CFC. A maior parte dos fabricao· tes prefere uma mistura de butano e propano como propelente. até por· que é muito ma1s barato". Na opi· mão de Chaluleu. "o CFC poderia ter ~ido abolido das latas de spray há muito tempo". Restariam de qual· quer forma os aparelhos de rcfngcra· çio. onde ainda não foi encontrado um produto adequado para substuuir o ~ás. Os cientistas mais preocupados com a questão insistem em que ela deve ser rc.~olvida - e imediatamente. "As mudan~as ocorridas nos últimos trinta n cmqilema anos na atmosfera nllo têm precedentes c n veloddodc em <luc elas acontecem está se acclcrnn· <o". nlcna o cientista americano Gil- bcrt White. da Universidade do Colo- r:u.lo. " É ~ivel que um g.rande de· 'uMrc esteja sendo armado ... O clima du Terra passou por mil mudanças ao longo dos bilhões de anos de sua exis· téncin. Mas sempre conseguiu manter • Volker Klnhhott, do INPE: um• proVlf arraudora o equilíbrio - sem o qual o próprio planeta dcixarin de abrigar a vtda. Ou seja. o clima pode ser comparado a uma m6quina que se corrige a si mesma. deixando entr.lr a quantidade certa de energia solnr para harn10ni· Ulr :r temperatura c o desenvolvimen- to da 'ida. Mas o homem vem inter· ferindo neste procc))(). Desde o ~ur· gtmento do Homo sapttlls at~ os tem· pos modernos. essn interferência foi desprczlvcl. Nas últimos cinco décn· dus. porém. a explosf10 das llO\IIIS tec· nolngin~ tornou a intromissão humn· na um futo cndn vez mais carregado de ri\COS para a natureza no sentido mai~ gernl. No cnso especifico do oz6n1o. o 11lcancc ela nmcnça nf•o po· de scr ~ubestilnado. • Marlha San Juan Fra nça Para saber mais AlmOIItHa, Rit;~rd M Ooody e JJ1mn C G Wll~et. EIMOta Edgll(t Bluchet, fbot»JIIIIIf • 10 11182 éGatin Capricho. E miau para as outras! é a COMPORTAMENTO Toda criança aprende que a mentira é um feio pecado. Mas os mesmos adultos que lhe ensinam essa verdade mentem mais do que aceitam confessar. Viver sem mentir parece tão difícil como viver sem respirar inguém gosw de :tdmitir es1u dura verdade: todo~ menh;m. Seja para agradar a alguém. escapulir de uma encrenca.~c r o herói de alguma aventura nunca Vt· vida. levar ' 'nntagem na vida. Com sua~ pernas curtas. a mcntiru c<tminha no pusso do homem desde que o mun· do é mundo - c não dli o menor sinal de perder o fôlego. muito pelo conlrtl· rio. Todos temos um pouco - ou muito - de Pinocchio. I lá milhnrC$ de anos. como se estivcs.o;c conforma· do com o fa to de que vwcr sem pregar uma menririnha é uio tmpossivel como viver sem respirar. o filósofo chinês Confucio (551-479 a.C.) recomend:l\'a - ' que se apelasse para esse antiqüíssimo recurso apenas quando a verdade prc· judicasse uma famnin ou a nação. É um conselho maroto. como sabem os chdc~ de clfu. c dirigentes poliricos. pa· ra quem nunca foi difícil fazer o que pregava o venerando sábio. Ari~tótelcs (384·322 n.C). o pcnsn· dor grego. só aceitava duas maneiras de mentir: diminuindo ou aumcmnn· do uma vcrdnde. O teólogo S:mto Ago~tinho. no ~cu lo IV. resolveu complicar o n~un10 dcscre,·endo seis tipos diferentes de mentira: a que pre· judic.1 alguém. mns é litil a outro: a que prejudica sem beneficiar nin· guém: a que se comete pelo prazer de , .. mentir: a que se conta para divertir ai· guém: a que leva ao erro religiooo: c. finalmente. a que ele considcravq a ''boa" mentira. que salva u vida de uma pessoa. Para as modernos ctén· cias do componnmento. porém. ~eja qual Cor a hiMóri(l falsa. a realidade é uma só: mentira é aquilo <tllc se que- ria que fosse verdade. O aco de mentir. contudo, é menos ou mui~ tolcrndo conforme o:. valores de cada povo c c<~da épocn.E nté nu· ma mesma sociedade podem cocxiMir graus c.IICercntes de :tceitaçiio (ou rc· plidio) da mentira. de acordo com as expectativas que cada grupo social po· de ter em relaç:io aos demais O po· . ' . Pode indirnr a quantas anda um pais vos antigos. de maneira geral. conde- navam a mentira, mas podiam mudar de idéia a panir do contato com ou- tras culturas. Por exemplo. os povos da velha fndia tinham o preceito de só mentir para salvar um hóspede. No mais. os budistas pregavam que men- tir equivalia a matar dez homens. Em tempos recentes. com a chegada dos colonizadores ingleses, a mentira pas- sou a ser aceita com naturalidade pe- los indianos, que a ela recorriam até paro salvar a própria pele. Mas. ontem ou hoje. na fndia ou no Brasil. segundo os psicólogos. existe um perlodo da vida em que sempre se mente: a infância. Nela. a mentira é um modo de sarisfazer. para si mesmo o u perante os outros. uma necessida- de o u alcançar um desejo. Por exem- plo. o ga ro to que d iz q ue s~u pai. uma pessoa modesta, é um ''grande ho; mem" quer que isso seja verdade. E pane do desenvolvimento pslqu1co de cada um fazer da menti ra uma Cl>pécie de varinha mágica. Também existem as menuras por motivos óbvios, em que o pequeno mentiroso sacrifica a verdade para proteger-se da esperada punição por um mau desempenho na escola ou uma travessura que custou a Ylda de um valioso vaso em casa. A criança mente ainda para extravasar agresslvi- dade o u \Íngar-se de alguém: por exemplo. acusa o irmão de uma falta imaginária para vê-lo castigado e as- sim aplacar o próprio ciúme. Tudo is- so, com mais refinamento, os adultos também fazem. Há. porém. uma dife- rença. "Não existe uma idade exa ta para parar de mentir. Mas quando se deixa de viver mentindo é sinal de que já se está maduro' '. acredita a psicólo- ga paulista Maria Helena de Brito lz- zo. que há vinte anos trabalha com crianças. Se a mentira é tão comum. por que todo pai virn uma fera quundo 11 agru o (ilho mentindo? " Porque esse mesmo pai. embora também minta na sua vi- da. niio deixa de dar o devido valor à verdade". responde Maria Helena. "Ele que r que o filho faça o ceno pelo mesmo motivo que deseja vê-lo o me- lhor em tudo." A repressão fam1llar à mentira faz bem: sem ela. explica a 26 SUPER f ' A crlanç• mente parti C.n11 ~ Atrlçlo fatal: a merrtlr11 do adultlrl o lVIII /Izar •eu• ~Jo• psicóloga. não se aprende a lutar pelas coisas que se quer usando meios lcgíti· mos. nem se assume o que se faz - enfim. nfto so cresce. No fina l das con- tas. o adulto q ue mente constante- mente é uma criança que só cresceu por fora . Pois então a mentira é prova de que algo vai mal na cabeça do cida- dão- e precisa ser tratado. As expressões corporais entregam a verdade Por isso mesmo. a mentira é uma das principais manifestações analisadas no divã do ps1coterapeuta: os assuntos so- bre os quais a pessoa mente fornecem ótimas pistas sobre as áreas mais proble- máticas de seu temperamento. aquilo que ela nf10 enfrenta ou quer esconder -de SI mesma. para começo de conver- sa. Niio menos impon ante. porem. é a influência da sociedade. Assim como a censuro da família é fundamental para conduzir a criança ao bom caminho da verdade. a forma como a sociedade pu- ne a mentira também é. •· um país co- mo o Brasil. em que a impunidade corre solta. mesmo um adulto pode nc'10 ver mal algum em mentir" . observa a p:.ic:ó- loga Maria Helena. Aí a mentira muda de figura. Jtí niio se trata da necessidade compulsiva de enganar, tipica da pessoa imatur<J. nom das pequenas invcrdades que todos contam. seja por piedade. co- mo dizer o um doente que sua aparência está ótima. seja para poupar-se de uma chateação. ao mandar dizer que não se está em casa no momento de atender um telefonema. Quando a mentira passa a fazer par- te rotineira do jogo socml - uma téc- nica de ataque e defesa na competição entre as pessoas por mais riqueza. prestigio ou poder, e ulnda na guerri- l h ~ entre governados c governantes -. é claro sinal de que o país onde is- so acon tece não vai bem das pernas. O pior é quando as pessoas mentem c já nem ficam vermelhas - ao contrá- rio. até invocam justificativas para as . . . raste1ras que praticam. como o contn- buinte que lesa o fisco porque se diz lesado pelo governo que não cumpre o que promete. A mentira envergo- nhada ainda é uma prova de que se sabe distinguir o CC!rto do errado: as- sim como a hipocnsm é a homenagem do \icio à vinude. ela e uma demons- tração indireta do respeno pela ,·erda- de. Mesmo o ma1s descarado dos mentirosos. porém, se entrega - só não o nota quem não quer ou não presta suficrente atenção. Descontadas as mudanças imper- ceptíveis diretamente. aquelas capta- das somente pelo detector de mentira (veja quadro). o corpo mostra um grande número de sinais de que a ver- dade está passando lontte naquela ho- r:l . Sabe-se. por exemplo. que é mais fãcil mentir com o rosto do que com as pernas e os pés. Isso mesmo: cien- tistas descobriram que. pelo fa to de todos conhecerem us próprias expres- sões faciais, de urn to vê-las no espe- lho. é mais simples controlá-las no momento de mentir. Mas é quase im- possível disciplinar pernas e pés - que à sua maneira também ''falam". c às vezes bem alto. durante uma con- \'ersaçáo. O mentiroso bate os pés. cruza e descruzn ns pernas. ~ por isso Aristóteles e Pllftlo fluram filosofias sobre a mentlr11 CQ•~IIH:Io: mentir apen11s qu•ndo • tllll'dMle prefudlcar um• t.mflls ou a nação Joseph Goebbels ITIIbSihiiVS para qu11 u menllrt1S nazJ•t .. fou.m ~/I .. como verdNH pUTIIS pelos slemles Ooando os animais mentem aves. As borbole- • tas apetitosas tra- A mentira. na natureza. é uma arma de sobrevi- vência. Muitas vezes. na luta contra o preda- dor, a presa só tem chance de es· capar se souber mentir bem. É o caso dos cama- leões. que. graças à pigmentação especial da pele. se confundem com o ambiente O-~ "nge qu. 4 pedra ou folh• e uslm vai .oorevlvendo tavam de voar misturadas às ou· tras. Hoje ~e sa- be que os ammrus memorizam cer- tos padrões de aparência quando associam deter· minada presa a um gosto nau- seante ou à dor. Ponanro. menti- roso competente é aquele que con- Ou de cenos caranguejos, que Vi- vem com a carapaça coberta por al- gas ou esponjas. Os insetos são es- pecialistas em se fingir de cortiça ou de graveLoS no tronco de árvo- res. Essas c muitas outras formas de mentira atendem por um ún1co e verdadeiro nome cicntíf~o - mi· metismo. O fcnómeno foi estudado pela primeira vez pelo naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892). que observou o comporwmento das borboletas no vale do rio Ama- zonas. Ele descobriu uma família de borboletas que conseguia csca· par dos pássaros tomando-se pare· cida na forma e na cor com outra família. cujo sabor não agradava às segue assumir uma aparência pou- co atrativa para o predador. Existem. porém. casos de auto- mimetismo: animais que imitam outros da própria espéc1e. Os zangões. por exemplo. quando es- tão prestes 11 ser atacados. voam e zumbem como abelhas. que. como bem sabem os atucantcs. têm ferrões para se defender - se a mcntim pega. os zungõcs se sa lvum. Nem sempre. contudo. é u prcsu o mentiroso. Isso aconte- ce no caso clássico do lobo em pele de cordeiro. ou seja. o ani- mul que finge ser manso. se aproxrma calmamente de outro com ar de quem não quer nada e sa1 ganhando uma refeição. que em negociações complicadas ns . . . pessoas ficam mconSCJentemente ma1s à vo ntade sentadas a mesas que escon- dem a metade inferior do corpo. Numa das mais bem trabalhadas pesquisas sobre a mentira e o organis- mo. cientistas americanos pediram a um grupo de estudantes de enferma- gem - uma profiSSão cujos pratican- Les são de certo modo treinados para mentir - que dissessem ora a verda- de. ora a mentira sobre alguns filmes a que haviam assisttdo.Enquanto as enfermeiras falavam. uma câmara ocu.lta tratava de flagrar os sinais men- tirosos. Um deles é o ato de esconder as mãos, que normalmente se movi· mcntam numa conversação para dar força a uma idéia. Sem perceber o que está fazendo. o mentiroso tende a ti- rar as mãos de cena, afundando-as nos bolsos. por exemplo, para evitar que desmintam a mentira que sai da boca. No amor, é multas vezes confundida com a fantasia As enfermeiras da pesquisa omeri- cana aumentanm a freqüência de nu· tocontatos com o rosto. enquanto mentiam sobre os filmes. Ou seja, co· meçaram a passar a mão pela face, ali- sar os cabelos, apoiar a mão no quei· xo. Mas dois gestos se destacaram: o de encobrir parcialmente a boca - nem que apenas por um momento - e o de tocar o nariz. O primeiro. se· gundo os psicólogos, uaduz uma von- tade de amordaçar-se, porque nin- guém se sente totalmente à vontade ao contar mentiras. Tende a ser um gesto rápido porque exprime um con- Dito: uma pane do menti roso não quer amordaçar-se coisa nenhuma - e sim continuar com a sua mentira. Já o toque no nariz tem duas explica· ções: a primeira seria basicamente a impossibilidade de cobrir a boca - portanto, encontra-se apoio no nariz. que está convenientemente próximo: a segunda explicação refere-se a ce rtas mudanças fisiológicas, nos momentos de tensão. que aumentam a sensibili· dade da mucosa nasal. Assim, ao mentir, o nariz coça, embora possa ser uma scnsaç!\o tão suave que mal se perceba. Finalmente, as enfermeiras menti- rosas se mexiam mais nas cadeiras. co- mo crianças que querem escapar de algum lugar. Na verdade. o que todos querem t escapar desse desconforto psicológico que é enganar o próximo. mesmo quando não se o ama. As sura 27 Há quem nlinta • paravner honestamente crianças podem dizer "sou mentiroso e sou feliz: mais mentiroso é quem me diz". Mas não é verdade: memira ra- ramente rima com felicidade. Princi- palmente quando a pessoa se vé força- da a esconder de seu parceiro a reali- dade. Nas relações amorosas. diz o psicoterapcuta paulista Jacob Pinheiro Goldberg, a mentira costuma ser con- fundida com a fantasia. pois ambos os processos servem à mesma finalidade: suavizar as situações de tensão. "Mas. na mentira". explica Goldberg, ' 'existe a intenção de iludir o outro em causa própria, e isso impli- ca lesões e mutilações para o relacio- name!ltO. Já a fantasia serve muitas vezes para sustentar a qualidade da relação." A mentira no jogo amoroso também sofre a influência dos costu- mes da sociedade em que vivem os amantes. Quanto mais tabus houver. maior será a tendência para a hipocri- sia e o fingimemo. Poucas coisas são tão complicadas como o conflito entre a verdade e a mentira numa relação afetiva. e os rios de tinta já gastos pe- Mentirosos de • menttra "De tanto inventar histórias para distrair seus amigos, o alemão Karl Friedrich Hieronymus, barão de Munchhausen (1720-1 797). que ser- viu como mercenário no exércíto russo na guerra contra os turcos em 1740. acabou eptra'ndo para a His- tória como um grande mentiroso. grac;.as ao livro. por sinaJ publicado anonim mente em L785. do escri- tor aremão Rudolph Erich "Raspe ( 1737-l794). De voha dos calJlpoS de batalha, o barão contou. por exemplo. como se safara de um pântano onde caira: puxando a sL mesmo pelos cabelos. Em outra pe- ripécia. salvou-se da morte. caval- gando balas de canhão disparadas pelo inimigo. Entre uma aventura e ourra. ;tinda achou tempo para ir à Lu~- duas vezes. 28 SUPD Que se,. que dom Pedro disse de verdade lls margens plâcldas do lp lranfP17 los psicólogos para explicar a questão não conseguem cobrir suficientemente toda a gama de emoções envolvidas nessas situações. I lá quem vive para mentir e há quem mente par!\ viver - como os que ganham honestamente o pão de cada dia graças ao fingim<?nto. em tempo parcial ou integral. E o caso, por exemplo, dos atores, que fingem ser personagens; dos médicos, que os- tentam nas horas mais graves uma cal- ma fictícia; dos diplomatas, que por dever do oficio blefam à mesa de ne- gociações. Os publicitários, cansados de levar a fama de vender mentiras bem embaladas, resolveram há oito Plnocchlo descobriu que fa l11r a verdecH lhe trazfe van111gens Mas não há literatura que não tenha seus campeões da mentira - rcàl ou imaginária. O escritpr francês Alphonse Daudet (1840- L897) celebrizou-se graças às aventuras mentirosas de seu persa· nngem Tartarin de Tarascon. um burguês baixinho, com certa (en- dência à obesidade. que se irnagi- anos criar o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação .Publicitária (Conar), justamente para vigiar anún- cios caldos na tentação de vender gato por lebre. Pois bem: só nos últimos CÍIJCO me- ses do ano passado, o Conselho sus- pendeu sete campanhas publicitárias por causa das chamadas mensagens enganosas. Isso sem contar as campa- nhas que sofreram pequenas correções porque não explicavam direito o que estavam vendendo. " O problern!l des- ses tempos de crise'', comenta Alvaro Moura. do Conar, ·'é que aumenta o número de produtos. como manuais fantásticos para ter sucesso. figas e nava um valente herói e saia con- tando peripêcias nunca vividas. No Brasil,, o mentiroso Macunalma • de Mário de Andrade, nêm fez questão de se üngir de herói: co- varde como só ele e sem nenhum caráter. Macunaíma mentía o tem- po inteiro para Se safar de qual- quer 'problema -dizer a verdade. aliás. lhe dava preguiça. O mentiroso mais conhecido dQ mundo da ficção foi sem dúvida Pinocchio. o boneco de mademl criàdo em 1878 pelo escritor italia- no Carlo Collodi. Numa tentativa de educá-lo. a fada madrinha de Pinocchio fe.z com que cada vez que ele mentisse o nariz crescesse. Antes que virasse um Cirano, o boneco acabou desistindo de sua vida de mentJras. Foi. talvez. o único mentüoso da literatura a op- tar pela verdade - pela boa e simples razão de que a verdade lhe trazia mai.s vantagens ds> que a mentira. Retrato de um mentiroso Enquanto a boca mente eom a maior desenvoltura, a mente se perde entre o que conhece como verdade e o que está sendo afll1Da- do mentirosamentc como verdade. Durante esse pequeno curto-circui- to, ocorrem mudanças fisiológicas comuns a todo e qualquer mentiro- so: a respiração se interrompe por um segundo e depois volta num rit- mo acelerado; o coração também passa a bater rápido e a transpíra- ção aumenta. Como nada disso po- de ser percebido diretamente, exis- te o po!ígra[o, ou detector de men- tira . um aparelho que em comato com o peito, o pescoço e as pontas dos dedos registra em gráficos aquelas manifesta9ões fisiológicas. Certamente. todos os sintomas citados aparecem no mentiroso. A polêmica, porém, surge ao se le- CÉREBRO Por segundos. descontrofa·se e provoca uma série de reaç688 ~'/1 fisiofógloas NARIZ A mucosa nasal fica sensfvel e coça ROSTO O mentiroso aumenta o núme10 de contatos com o rosto e tende • CObrir a boca comamâo • &L-~ CORAÇÃO Ace,lera o ritmo vanl:ar a possibilidade de que quaJ- quer pessoa em estado de ansieda- de - com problemas familiares, por exemplo - pode apresentar as mesmíssimas características. No Brasil, apenas a polícia de São Pau- to usa o detector de mentira. Se- gundo o delegado Nelson Silveira Guimarães, "apesar da confiança que temos no exame. ele não é ronsiderado prova judicial. mas apenas um indicio que pode in- fluenciar a opinião do juiz·•. O de- tector de mentira, diz Guimarães, só não é ainda mais usado porque apenas um em cada dez suspeitos consente em submeter-se ao apare- lho. Além disso. enquanto nos Es- tados Onidos cerca de 10 mil poli- ciais sabem manipular o detector, no Brasil não bá mais de uma dúzia de funcionários habilitados. PULMÃO A respiração fica levemente entrecortada e. depols. se acelera MÃOS Como as mftos costumam reforçar as palavras, o mentiroso evita movimentá· las ou tenta escondê·las,com meelo de que entreguem e verdade DEDOS O suor aumente no corpo Inteiro. mas é na ponta dos dedos que are é medido peJo pofigraiO PERNAS EPÉS Ficam agitados. não param de movlmentar·se cruzes milagrosas, receitas para ga- nhar na loteria. Está na cara que é mentira. Mas, no desespero. o brasi- leiro pode acabar acreditando." As pesquisas indic.am que os brasi- leiros menos acreditados pela popula- ção são os poHticos. É uma revelação inquietante, sem dúvida, mas não é verdade que isso acontece só no Brasil -e só nos dias de hoje. Afinal. qua- tro séculos antes de Cristo, na Grécia Antiga, Platão ensinava que " a menti- ra enfeia a alma, mas é perdoável quando atende a imeresses de Esta- do''. Depois. no Renascimento. o ita- liano Maquiavel escreveria que todos vêem o que o polltico parece, mas poucos sabem o que ele é realmente. E assim ningu~m tanto quanto o polí- tico profissional é uma aparência - ainda que a aparência engane. Versões oficiais tendem a mudar a verdade dos fatos A mentira se infi ltra na História que se aprende nos livros didáticos - e cada pais há de ter sua cota de maus tratos à verdade dos acontecimentos históricos. Dom Pedro I, por exem- plo. jamais teria br;~dado " Indepen- dência ou morte,. às margens do Ipi- ranga. ao receber a carta que o inti- mava a voltar a Portugal; teria reagido !soltando uns sonoros palavrões. Guardadas as diferenças de tempo, lu- ear e pessoa, não se tem provas de que Nero tenha mandado incendiar Roma em 64 d.C., mas não há·quem não tenha sido ensinado a acreditar em sua culpa. Nos Estados Unidos. quando se en- sina às crianças as virtudes da verdade. é inevitável o exemplo de George Wash- ington: ao~ 6 anos. confe.o;sou ter der- rubado a cerejeira favorita do pai. di- zendo ''não posso mentir". Na verda- de. nenhuma de suas biografias confir- ma o episódio. O nazista Joseph Goeb- bels. famigerado ministro da Propa- ganda de Hitler. entrou para a Histó- ria, entre muitas outms coisas. como tendo dito que ·•a mentira repetida di- versas vezes se torna uma verdade" . Nunca se provou que ele tivesse de fa- to dito isso. pelo menos com essas pa- lavras. Mas tanto já se repetiu a frase ·que ninguém dirá ser mentira. • Lúcia Helena de Oliveira Para saber mais Trocando klélu. Mw ~ dtJ BniD lzzD. EdiferaM-tos, SioPJWio. t984 SUPIR 29 Finalmente, uma anã marrom em carne e osso A nãs marrons são singulares corpos celestes que nrto são planetas nem chegam oo srams de estrelas. Uma anã marrom será sempre um astro relativa- mente frio, com temperatura superficial em tomo de 1 000 graus Kelvin (mais ou menos 700 graus centígrados). O Sol. uma estrela, tem temperatura de 6 000 grnus Kelvin (cerca de 5 700C): Júpiter. um phmeta. o maior de todos. tem mni~ ou menos 96 graus Kelvin (quase 100 centígrados negativos). Subeslrelas. as anãs marrons foram previstas teoricamente, mas jamais haviam sido registradas concretamen· te. Tendo em vista a baixa tempera- tura e a baixa luminosidade, não é fácil detectar sua presença por qual· quer dos métodos utilizados pela As· tronomia para observar os corpos ce- lestes. Na verdade. só podem ser ob- servadas através de telescópios ou sondas espaciais sensíveis às ondas infravermelhas. Dois grupos principais de estrelas de baixa massa t~m sido relacionados pelos astrônomos. O primeiro com· preende os sistemas de duas estrelas. uma das quais é a companheira da es- trela invisível. detectada apenas pela perturbaçAo que provoca no movi- mento da outra. Em virtude de sua temperatura muito baixa. essa compa- nheira só emue radiação no infraver- melho, o que toma muito difícil sua observaçAo. O caso mais célebre é o da compnnheira da estrela Van Bies- broech 8. observada com aparente su- cesso pelos astrônomos do Obscrvató· rio Naval do Arizona. em 1985. Denominada VB8·B. teve medidas a temperatura. luminosidade e mas- sa. Durante algum tempo discutiu-se se seria um planeta ou uma anã marrom. até que. em 1987. observa· c;óes precisas realizadas no Observa· tório Europeu Austral. no Chile, deixaram claro que essa companhci· ra niío existe. O outro grupo é o das es trelas isoladas de baixa massa e luminosidade. q ue tem na LHS-2924 um bom representante. E m novembro do ano passado. 110 estudarem anãs brancas (estrelas de baixa luminosidade. temperatura de superficie relativamente alta e den· sidade extremamente alta). os astrõ- nomos americanos Benjamin Zucker· man. do Departamento de Astrono- mia da Universidade da Califórnia. e Eric Becklin. do Instituto de Astrono· mia da Universidade do Havaf. desco· briram que a estrela Giclas 29-38 pa- rece emitir um excesso de radiação em infravermelho. Estimaram. e ntão. sua temperatura superficial em 1 200 graus Kelvín. Situada a 45 anos-luz da Terra (mais de 400 trilhões de quilômetros). essa estrela tem uma massa situada entre .v;. e ll.-é de massa solar - a Nem isso, nem aquilo ~--~------------~ M1111 menor que 1% dama111aolar Nto há tudo de hldrogtnlo Tempera~Ur~e belll88 Anãs marrons M-adelt68% da maasa solar Queima lenta de hidrogênio Tempetllutl em tomo de700'C Estrelas Maa11 maior que 8% de massa solar Fulllo do hldrog6nlo Tempetatura em tomo de5700'C lnceneza da medida provém da impre· c1são dos modelos teóricos aos quais for.1m comparados os dados de obser- vação. Ora. um objeto celeste com massa superior a I t;l: de massa solar deixa de ser um planeta: mas abaixo de W< de massa solar não chega a ser uma estrela propriamente dita . Um objeto celeste nesses limites de massa solar pode queimar hidrogênio lenta· mente. durante bilhões de anos. e ja- mais alcançar o estado estacionário no qual as reações termonuclcarcs che· garn ao estágio terminal . T alvez Zuckerman e Becklin te-nham deseobeno um ponto espe· ela I do gráfico da evolução estelar. Caso se confirme a impressão de que o objeto detectado por eles seJa uma anã marrom, estaremos diante da possibilidade de um avanço cient[fico compar4vel ao que seria proporciona· do pela identificação de um novo sis- tema planetário - ou talvez ainda mais. Essa descoberta pode comple· tnr a teoria sobre a origem e a evolu- ção de estrelas e planetas no Univer- so. Vai contribuir enormemente parn que se compreenda como uma estrela em formação se condensa a partir de uma nuvem de gases. Por outro lado, ajuda r:! também a saber quando e co- mo a matéria interestelar é capaz de se aglutinar para formar outra estre- la. um planeta ou os anéis de frag- mentos como os cinrurôes de asterói· des ou. ainda. os cometas. Finalmen· te. a descoberta e a determinação da freqüêncm dessas estrelas tênues e de massa reduzida permitirão determinar n massa das galáxias e resolver. en· fim. o grande problema da massa fal- tante do Universo- uma quantidade de massa que a teoria diz que deve existir. mas ninguém conseguiu ainda dizer onde está. • o llstiÓIIOmO Rot.- RogeriO de HeÍII$ _., • dltliiOr db-ele"-e~ A!IIS db ~- dtl ~ ... C.Wiric:o. T~ PUBLICIDADE UPER- UPER" SIGNIFICA O QUE HA DE MELHOR! Chegando junto com a tecnologia de ponta! D a mesma forma como o fiZera com o primeiro lut de televi- são produzido no Brasil, novamen· te a Oceidcntal S chools se an- tecipa no mercado, agora com o lan· çamemo dos· cursos na ~rca ~ 1~ formáúca e do revolue1onáno Kn de Microcomputador Z-80. Kit digi tal - Além deste mo· demo equipamento, a Ocddental S choolst< possui t~bém .u!'" av~~ çado Kit de Elctrõmca D1gttal, ml- cialmcnte previsto para 50 experiên- cias. O número de experiências po- derá ser ampliado, de acordo com a capacidade de assim1laçio c cria- ção de seu operador. .-1 '-·· .-· --,;.:;·...r-:;: ... •.-:.··· •. -· ..... ', .. ·, .,_.' • - •• -f • - l. ' ...... . ·:\·- 0·\.: :~~"· ,\· ·: .. , \, ;\ ' ' , , ... . . ·_\ .· -::• l' '".:-·-.• ,· ·_, ... ' ' \ ~ ·)j. .·-.·. ;~ ·-_.:, -·, _'> \ .• <r, \.'"', \ '',', '• \ )• •.'I.- '• o'·' • )'1- ' .>• -·-'·· ..•. -· ~-- .. ·.··'· _,._. ' ·\ ... ;;. _ .. -' , . KIT DIQITAL AVANÇ ADO Este c outros kits mais, slo par- tes integrantes dos cursos técn1cos intensÍ\•os., por correspondência, da O ecidental Sch ools •, onde teo- ria e prática se somam, dando ao aluno plenas condiçõe1 de dommar O) circuitos elcrrõnico~ em geral, num curto espaço de tempo. Assim, por exemplo, no curso de televisão P&B/Corcs, enquanto o alu- no fica familiarizado com o funcio- namento dos circuitos -técnicas de ma,nutenção e reparos-, tem ainda a oporrunidade de montar o único televisor t:ransistorizado, em forma de kit, produzido no Brasil! Valor do investimento - A es· ta altura, você deve estar se inda· KIT MICROCOII""'ADOR Z·80 gando a que pr~ sairiam ~ repas· se destaS tccnologll!S e eqllipamen- tos. O ~'lllor dos mesmos, se equi- pan aos dos modelos sim~ pro- duzidos em escala comerc1al. Isso, sem considerar que ao concluir o curso, mais que um usuãrio, voei estari especialiudo numa área que poderá, inclusive, lhe proporcionar consideráveis rendimentos. Depende s6 de você. Informações detalhadas - Pa- ra atingir o grau de credibilidade e a incontestável liderança no segmen- to de cuiSos técnicos especializados, a O eeidenta l S c hools , sempre se preocupou em bem informar a seus alunos, antes mesmo da efetivação da matricula. Atinai, num curso por corrcspondê!ncio é importame você saber, antecipadamente, quem são c o que fazem as pessoas que prome- tem êxito em seus estudos. Sendo assim, solicite pessoalmente maiores informações em nossos es- critórios, por telefone ou, simples· mente, uulizando a nossa caixa pos- tal com o cupom abaixo. Qualquer que seja o meio utilizado, teremos o máximo prazer em lhe atender. Con· cc desde já conosco! OCCIDENT AL SCHOOLS • AL Ribeiro d a S ilva, 700 01217 São P aulo SP T elefone: (011) 826-2700 EM PORTUGAL Rua O. Luis I, 7 • .~." .• 1200 Ll§boa P uGAL ----·-····-··-------------· r···-------------- --------------------- ' • • • • • • • ' ' • OCCIDENTAL SCHOOLS • CAIXA POSTAL 30.663 01051 S~O PAULO SP ...., eese1o rec:ebe< gr•lult.mente e sem nenhum compromosso. c.tilogOS ilustrados do curso que assinalo a seguir o Eletrónica o Eleuotécnica o Programação Basic o Áudio e Rádio o lnsulações Bétricas o Microprocessadores o Eletrônica Digital o Refrigeração e Ar Condicionedo o An61ise de Sistemas o Televisão o Programação Cobol o Software de Base Nome Endereço S.irro CfP Cid1d1 Estodo I I IJ111 produto COIIIIIIIÍIIIipla cidadania e tecnologia de voar - de fato. o A320 é o pioneiro da geração das fantásticas máquinas voadoros que es- tarão cruzando os céus do planeta na virada do século. Terceiro filho do consórcio multi· nacional Airbus lndustrie, surgido em 1970, cujos A300 e A310 transponam 200 mil passageiros por dia com uma decolagem a cada 70 segundos pelo mundo afora. incluindo o Brasil. o A320 tem múltipla cidadania - é um pouco francês. um pouco inglês, um pouco alemão e ainda um pouco bel- ga e um pouco espanhol. Ou seja. trata-se de um produto tipico da Eu- ropa ~e hoje. onde os somques se misturam cada vez mais e as frontei- ras imponam cada vez menos. Repre- senta a maior revolução na aviação comercial oa era do jato desde o apa- recimento do supersônico anglo-fran- cês Concorde. na década passada. Mas. ao contrário deste. que já foi descri to como o maior fiasco indus- trial do Ocidente, o A320 ~ o apare- lho que mais encomendas jtí teve an· tes de levantar vôo. Os computadores avanam as decisões do piloto É um troféu da tecnologia. O pilo- to que toma assento na cabina não li· dará com o manche velho de guerra, Em seu lugar. está à sua espera um simples bastão de comando - o stde stick comroller -. muito semelhante aos controles dos jogos Atari. Locali- zado não à frente. mas ao lado do painel. o no,•o sistema dá ao piloto uma visão livre dos instrumentos. Es· tcs, por sua vez. também não são mais aqueles d:~s gemçócs anteriores - foram redesenhados de forma a e liminar as dúzias de mostradores ro- tativos que atravancam os painéis dos jatos convencionais. O A32U levou mais longe a inovaçáo experimentada nos A310 fabricados de 1982 em diante. Assim. apresenta apenas seis telas. onde cada informação aparece de maneira clara c e1n cores vivas. Além disso. os refinados computa- dores que governam a aeronave da decolagem ao pou~o simplificam de 34 5UHR A cabine de passageiros antes do revestimento: um túnel prateado tal fo,rma o trabalho do piloto que lhe permitem funcionar não mais como operador do avião, e sim como moni- tor do sistema de comando. Ele se decide, com base nas informações à sua frente, por determinada mano- brn; os computadores conferem se a ordem é adequada e, ao cumpri-la. procuram ainda aperfeiçoar a mano· bm. No A320, se o piloto e o co-pilo· to perderem a cabeça. os cérebros eletrônicos conservarão o juízo - c o avião no ar. A eficiência dos sistemas de computação eliminou a figura do engenheiro de bordo. encarregado de controlar o funcionamento dos apare- lhos em vôo. No comando do A320. três é demais. Dois sistemas vigiam o equipamen- to da aeronave. de olho em qualquer mínima falha. E mais: registrado um defeito, os sistemas emitem uutomati- camentc uma mensagem que a lcança- rá o setor de manutenção da compa- nhia aérea na escala mais próxima. para a preparação do conserto e eventual troca de peça.s enquanto o a\iiáo ainda está nas alluras. Ao pou- sar. perde-se menos tempo no reparo da av~ria. o que é bom para os passa· gei ros I! melhor ninda paro as comas da empresa. Dinheiro. por sinal, era o que os pessimistas menos espera· vam ver entrar nos cofres do consór- cio Airbus, quando este se propôs a desafiar os gigantes americanos da in- dústria aeronáutica Boeing e McDon- nell Douglas. oferecendo ao crescente merendo internacional um;t allernati· va em matéria de aviões wide-body para distimcias curtas e médias. silen· ciosos c econômicos. Realmente. mio se acreditava que um grupo europeu fosse capaz de derrubar a hegemonia americana. in· ventando um sucessor pnrn o confiá· vel BAC One-Eievcn inglês e o cle- gantissimo Carovcllc fmnccs. ambos irremediavelmente obsoletos. A idéia de uma associação de vários países para conceber c fabricar um novo ti· t)uem faz o que DO A320 e Aerospatiale (França) e M9SSefsdlmlU·Bofkow·.Btohm (Alemanha) e Brittsh Aetospace (tngtatetra} e cASA (Espanha) OBetalrbus (Bélgica) ... Comprimento 37,6 metroa Altura 11,8 metros Envergadura 33,9 metros Altura da cabina 2,2 metroa Ll!rgura da cabina. 3, 7 metroa C.pecldecle mãxlma ele aal81'iloa 176 paa11gelroa Conflguraçio normel (clua ctasaes) 150 peaaqalroa Peso múlmo n11 deeo4egem 72 tonlladaa Peso múlmo no poueo 13 tonelact• Cllpacldacle m6xlma de combultlvel 22,9 tonel..,._ Comprimento de p1ate ,.,.. decolagem 1 433 metros Comprimento ele pista .,.... poueo 1 341 meboa Na cabina de comando, best6es em vez do manche e s6 u ls teles no palnel po de avião parecia absurda. Mas pesquisas competentes de mercado c intensivos investimentos em tccnolo· gia acabaram constituindo uma fumí· lia de aviões apta a conquistar um lu- gar nos céus. O A320 é o fecho glo- rioso dessa aventura. Ele nasceu como nascem quase to· dos os aviões comerciais. O primeiro passo foi a formação de um grupo de projetos integrado por executivos c engenheiros da empresa fabricante. No caso da Airbus lndustric, isso signi- ficou a participação de represen tantes dos quatro membros do consórcío - Aerospatialc (França). British Acro- lspace (Inglaterra). MBB.(Aicmanha). CASA (Espanha)- c ainda da empre- sa belga Bclairbus. que se associou ao projeto do A320. A tarefa do grupo era estabelecer as medidas vitais do novo produto: tamanho. peso. altura. envergadura e mais uma infinidade de dados técnicos. "Foram meses e meses de cálculos c debates. em que nenhumdetalhe pôde Cicar de fora". explica Frédéric Ríbere. diretor de produção do A320 na Aerospatiale. Moreno. baixo. dono de um olhar perscrutador c de uma eloqüência pontuada de gestos e sorrisos. Ribere é um dos responsáveis pelo sucesso do A320. Aos 45 anos. 22 dos quais dedicados "quase integralmente.. à • Vllocld8dlt m6xlma de cruzeiro 1 CIOS tanlh Velocld8dlt ele c:nu:elro em longa dlltlncta 988kmlh Autonomia múlma de VOo 5 500 qull6mllroe PIIIÇO I Acrospatiale. e le viu nascer o Cara- velle c o Concorde e foi um dos pri- meiros a apostar no projeto Airbus. A grande atração que a empreitada exerceu sobre ele provavelmente tem a ver com seu tempcrumcnto, que combina determinação e gosto pelo risco. Desde muito jovem. quando praticava vôo a vela e caça submari- na. sonhava em construir carros de corrida. "A velocidade é meu fraco". confessa Ribere. que antes de entrar na Acrospatiale fez estágio numa fá- brica de motores de Fórmula I. . Para conceber um avião cconômi· co. o grupo de projetos achou um ca- minho inovador capaz de reduzir em 18 por cento o peso (logo. também o consumo de combustfvel) da aeronll· ve: usar materiais compostos de fibra de carbono a fim de substituir. onde fosse possJvel. as tradicionais estrutu· ras metálicas. Mais leves. mais bara- tos e de mais fácil manutenção. os compostos de fibra de carbono (mate· rial utilizado. por exemplo, em ra- quetes de tilnis) permitiram cconomi· zar mais de 600 mil dólares em cada aparelho. Da mesma forma. a substi- tuição do manche pelo sitie stick con· trailer, além de melhorar a vida do piloto, ajudou a emagrecer o avião. O manche, é claro. pesa pouco. O que pesa bastante é todo o conj~tnlo de alavancas. barras. polias e engre- nagens que compõem o controle me- cânico dos aviões - só acionado em casos raros de pane do sistema e létri· co. No A320. o apa.rato mecãnico foi SUFD 35 lfm projeto dlridido em ciDco fatias trocado por um aliado sistema de conrrole eletrômco. chamado FBW. do inglês fly by w1r~. voo por cabo. ligado ao sid~ srtck por mais de 30 mil fios. Foi outro passo revolucioná- rio. A mudança Significou não só um aumento da capacidade do avião equivalente a mau dois passàgc1ros como também uma redução do espes- sura da fuselagem central. por onde antes passavam as barras. Tanto melhor para os passageiros: isso permitiu alargar o corredor cen· trai do avião e assim eliminar um aborrecimento de todo começo de viagem: a ir ritan te presença do passa- geiro da primeira Ola que bloqueia a passagem durante a eternidade que leva para acomodnr seus pertences nos bagageiros superiores. Delineado o projeto base. o calhamaço que o contém embarcou para o chamudo es- critório de estudos - na verdade. um conglomerado de oficinas. laborotó- rios e centrais de computação onde o projeto inteiro foi detalhado. A se- guir. o A320 foi dividido em cinco fa- tias principais. cada uma desenvolvi- da por uma das cinco empresas asso- ciadas no projeto. O Airbus 320 voa antes mesmo de ser montado A BritiSh Aerospace. por exemplo. ficou responsável pelas asas. Tecnica- mente. não é a pane mais complica- da. Mas é a mais importante da car- caça do aparelho. Quando um :wiilo se prepara para pousar. muito) pas a- geiros se espantam ao ver tudo o que sai da asas. Ficariam ainda mais sur· presos se soubessem qunnto coisa ain- da ficou dentro. Os ingleses têm 20 por cento do consórcio Airbus. A francesa Aerospatiulc. que tem 37.9 por cento (assim como u nlemâ MBB). desenvolveu os sistemas de computação. produziu u unidade dianteira du fuselagem. montou c tes- tou o aeronave em vóo. Ct~du grupo construiu uma exata mnquctc do avião. Adotando o método proposto pela primeira vez j:í em 1889 pelo en- genheiro Horatio Philhps. um pionei- ro da aviação inglesa, as maquetes ro- 36 SUfiiJl O.~ • labrlcaçAo dos componentes. •• ram testadas num túnel de vento. que reproduz as condições de vôo a gran- de aturude. Nessa fase . muita coisa do projeto base foi alterada. Alongaram-se ligei- ramente as asas. por exemplo. para ganhar maior autonomia de vôo. com ligeiro sacrificio do limite de veloci- dnde. Uma infinidade de cálculos. ajustes e correções antecedeu o sinal verde para a construção do protótipo. a ser testado em vôo real. Tudo é fei- to com o auxilio de ponemosos com- putadores. num processo conhecido como computeraided design, mediante o qual, um a um ou em conjunto. os componentes do avião são projetados nté o último detalhe em questão de segundos. Não faz muito. na década de 60. os desenhos dos aviões eram produzidos em tamanho real. consu- mindo centenas de me tros de pupcl e milhnres de horas ele trabalho. "Naquela época. os computadores eram utilizados só para grandes cálcu- los" . lembra Jacques Herubel. 52 anos. engenheiro-chefe do grupo de estudos da Aerospatiale. sediada em Toulouse. cidade de 500 mil habitan- tes no Sul da França. Baixo e calvo. os pequenos olhos aLUI~ escondidos por óculos de gros~a~ lentes. Herubel parece viver sempre sob grande ttn- são. No entanto. pnra os mais de cem engenheiros (u mruoria com menos de 40 anos) que trabalham sob sua b:uu- ta. ele f um chefe afá,el c paciente. que mnntfm com eles uma relação paternal. P:u de quatro filhos - o mais velho. com 23 ano~. tnmbém en- genheiro aeronautico - . Hcrubel é igualmente um dos pais do sistema de controle computadorizado do A320. Formado pela escola do Concorde, cujo desastre comercial é sua maior frustração. Hcrubel entende de com- putadores como poucos nn Aerospa- tiale - c dc:testu calculadoras cletr6· nica~. "Em vez de cxcrcitnr 11 mente, a informfiticu contribui pura a trofiá- lu". queixa-se ele. c111rc um c outro cálcultl na ponta do lnpis. enquanto nilo v(; 11 horn de.: chegar o domingo. dia de esfriar n cabeça c cxcrcíwr a voz cantando num coral. A maior di- ficuldade nu construção do protótipo é o caráter artesnnnl do opcn1çiio. Aliás. na aviaçf•o comercial nfio $C fa- brica um protótipo. ma~ vários. para tirar dos testes tudo o que podem dor • Rumo ás oficinas de Toulouse, um• parte pront• d•lusel•gem do A321J A central de telemetria e ... ... o chefe de escuhl lrfoncourrter Técuica DOm até DOS testes Antes de ficar livre para vonr. uma aeronave deve provar que tu- do nela funciona. em centenas de horas de restes. em condições muito mais difíceis do que na vida real . Antes do A320. nos testes de aviação civil era preciso aguar- dar a volta do avião. estudar a fi. ta magnética onde os resultados das provas são registrados. confe· rir o diário de bordo do enge- nheiro de navegação - e só en- tão analisar os parâmetros medi- dos durante o vôo. Em Toulousc. isso é história antiga. A fim de ganhar tempo. a Aerospatiale in- vestiu cerca de lO milhões de dó- lares numa técnica até então só utilizada em testes de aviões mili- tares: o acompanhumcnto do vOo por telemetriá. O sistema-. que trlmsmitc as mensagens em tempo rea I via sa- télite. funciona de maneira seme- lhante ao empregado pela NASA nos testes espaciais. Todas as in- formac;ões reunidas pelos compu- tadores de bordo são transmitidas para uma central de telemetria. onde são analisadas pelos seis en- genheiros e um chefe de escuta. Em Toulouse. esse chefe é Jac- ques Moncourrier. ex-navegador da Armada francesa, onde serviu por mais de vmte anos. Apaixona- do por engenhos mecânicos c ele- trônicos desde criança. quando seu brinquedo predileto era des- montar e remontar aparelhos de rádio. Moncourrier não teve difi- culdade em instalar o sistema de tclemctriu na Aerospatiale. Sob sua oricmac;!lo, (I companhia mon- tou um equipamento de visualiza- çGo grMlcn de medidas que pode ser usado mesmo por engenheiros nf1o rnmiliurizodos com essa forma de uprescntuçiio de dados. '·Gra- ças à telemetria" . orgulha-se Moncourrier. "a duração dos tes- tes do A320 foi abreviada em três meses. .. (veja quadro). Assim também se pas- soucom o A320. E seus testes revela- ram um consumo de combustível 62 por cento inferior no trirreator ameri- cano Boeing 727-200. Antes ainda de receber o ccnifica- do oficial de vôo. o A320 começou a ser fabricado em escala - na mais moderna linha de montagem do mun- do. com alto nível de automatização, implantada em Toulouse. Na verda- de. ele voa antes mesmo de ser mon- tado. As diversas partes do aparelho - fabricadas em lugares tão diferen- tes como Cbester. na lng.laterra; Bre- men. na Alemanha; e Sevilha. na Es- panha - chegam a Toulouse a bordo de enormes aviões de carga. que os técnicos espanhóis chamam de "pás- saros grávidas'' e os ingleses mptr guppies (supercomilôcs). Quem su- pervisiona as sete etapas de monta- gem final do avião é o diretor Jean Béué, funcionário da Aerospatiole desde 1964. Nem tinha saldo do chão e chegaram 461 pedidos Esse engenheiro de produção de 48 anos já acompanhou a montagem de mais de mil aviões de vários tipos e conhece cada pedacinho do A320 co- mo a palma da mão. Ele só não sabe pilotar- nem é muito chegado o Vltl· gens. Passa as férias na casa de cam- po. onde se dedica de corpo e alma à jarómagem - um hábito um tanto curioso para quem pretendia ser pro- fessor de Educação Fisica e chegou a integrar a equipe campeã nacional de rúgbi na França. O dinamiSmo com que Béué dinge os 150 engenheiros. técnicos e mecânicos do linha de monta~em será ainda mais necessário a partir do próximo ano. quando a Acrospatiale aumentar as mstalações l'ara acelerar a entrega do A320. O ritmo de oito aviões prontos por m~s - nunca antes alcançado na Europo - foi fixado para dar vazão às enco- mendas vindas de muitas panes do mundo. (Do BrasiJ nilo chegou ne- nhum pedido.) Pois, mesmo antes de sair do chão. o A320 bateu um recor- de: 461 encomendas. • Cristina Medeiros, de Toulouse Para saber mais A evoi!J#o d• .vllffilo, Jc/111 W R Tlylot, Mo· 1/Joramentos, Slo PaUlo, I 1180 eaç.ts o jato. Mld>ael T1ylot. M I.NrO T-. Rio dtt JMreito. I 982 IUFIR 37 • E mais fácil ir à Lua do que chegar com uma No extremo norte da URSS (acima) equipamentos modernos (I! 11squerda) f ll perfuraram 13 qul/6metros da crost11 d t1 Term sonda ao centro da Terra. As perfurações são lentas, caras e complicadas. Apesar disso, sabe-se cada vez mais o que existe e o que acontece debaixo dos nossos pés á mais de um século. o fran- cês Júlio Verne escreveu sua fantásúca Viagem ao umro da Terra. Nela. o professor Otto lindenbrok. mmeralogista ale- mão. e seu sobrinho Axel desceram às profundezas do planeta perdendo- se em uma interminável cadeia de labirintos e galerias. onde correm rios de forte correnteza e mares subterrâneos. Na verdade. esse ce- nário não tem nada a ver com o que acomece no interior da Terra. Em 1864. quando Vcrne escreveu sua história. não se tinha ultrapassa- do sequer mil metro~ em direção ao fundo do coração do planeta. a 6 370 quilômetros da superflc1e. Ali. a temperatura chega aos 4 mil graus e a press;io ultrapassa 3 milhões de atmosferas - uma at· mosfera equivale à pressão exercida por I qu,ilo sobre I centímetro qua· drado. E um mundo infernal. de acesso q uase impossível. digno da imaginação de um escrítor de l'ic<;ão científica: a profundidades maiores que algumas poucas dezenas de qui- lômetros. as altíssimas pressões c temperaturas pulverizariam qualquer sonda por mais resistente que fosse. Mas, afmal. o que existe mesmo lá embàixo? Como é mais fácil subir ao espaço do que descer aos porões do planeta. a ciência tem acumulado uma massa de eonhecimemos sobre o sistema solor talvez até maior do que sobre suas camadas mais fundas. Esse é o desafio para os ctentistas que têm os olhos voltados não para o céu. mas para o chão - ou melhor. para o que existe abaixo dele. Embora compacta , a Terra não é um bloco ho- mogêneo: é possível compará-la a uma imensa cebola. onde diversas ca- madas se sobrepõem. A pele que a re- cobre seria a crosta terrestre. cuja pro- fundidade varia de cerca de 10 quilô- metros nas áreas oceilnicas até 70 qui- lômetros nos continentes. Por ser a ca- mada mais superficial. a crcxta natural- mente é a mais simples de ser estudada_ O recorde de perfurações pertence aos soviéticos Os fragmen tos de rochas recolhi- dos d urante as perfumções são uma preciosa fonte de estudo. Depois da crosta vem a zona de transição para a camada segutn te_ o manto, que al- cança até 2 900 quilômetros de pro- fundidade . Aba•xo do manto está o núcleo_ a uma profundidade de S 100 quilômetros. Pam perfurar os cinco primeiros qutiOmetros em dire- ção ao interior da Terra existem equipamentos apropriados. Dai em diante as coisas se complicam. "É difícil manter a sonda na direção correta. as brocas quebram e qual- quer operação para recuperar o ma- terial leva muito tempo", explica o professor lgor Paccn, do Instituto Astronômico c GeoftSico da Univer- sidade de São Paulo. Nesse tipo de exploração, o recor- de pertence aos soviéticos. Desde 1970. eles vém fazendo perfurações na peninsula d~: Kola, no extremo norte da URSS. Só recentemente chegaram à marca dos 13 quilôme- tros de profundidade - um simples arranhão na casca do planeta. Se- gundo o geofísico Pacca. o feito mais importante dos soviéticos até aqui foi não encontrar na purte infe- rior da crosta uma zona de transição de rochas de grani to pnrn rochas de basalto. A té então, os geofísicos acreditavam que essa área existia. tanto que linharn até um norne para ela: descontinuidade de Conrad. ··Atingida a profundidade que cor- responderia a essa descontinuidade, não se achou basnlto". relata o pro- fessor Pact'a. Da mesma forma corno os asuõ- sura 39 ATÉ OUINTQ E IACil PERFURAR nomos e os astroflsicos querem co- nhecer melhor o que existe. por exemplo. em Marte. o mais ambi- cioso objetivo dos geofísicos de todo o mundo é conhecer a intimidade do interior da Terra. Po r isso. em setembro do ano passado. uma equi· pe de cientistas miciou uma perfura- ção na cidadezinha de \Vllldisches· chenbnch. no none da Alemanha Ocidental. que nilo vai terminar an· tes do ano 2000. Então. os pesquisa· dores esperam chegar à meta esta· belec1da: 14 quilômetros abaixo da superfície. No começo da viagem. vão utilizar ~ mesmos equipamentos usados em perfurações petrolíferas. ~ A panir do sexto quilômetro. no i1 Como uma imensa cebola A estrutura da Tarrtt tJ torrm~da de camadas superpostas 6370 km Núcleo interno sólído 5 100 km Núcleo externo liquido 2900 km Manto inferior 700km Manto superior 10·70 km o Crosta terrestre entanto. pretendem estrear um moto r ~'------------------------------J desenhado especialmente para essa ta· refa, cuja novidade é um dispositivo especial que corrig.irá automaticamen- te a direção da sonda no menor desvio do e1xo de perfumção. Se tudo funcio· nar. os alemães poderão economizar tempo. Além de ~uperpreciso. esse instrumental t! bnsicamente capaz de suportar alt!ss1mas pressões e tempe· roturns. Quando a broca chegar ao décimo quano quilômetro. estará submetida à temperatura de 300 grnus. Não tendo acesso direto ao in· terior do planetn. os cientistas sempre precisaram vale r-se de in formaçõe~ indiretos. Uma c.lus formas de saber o que há nas camadas in te rnas dessa gmnde cebola é nnalisar os fenôme· nos que nelas ocorrem. Nas ondas sismicas, uma preciosa fonte de dados Os terremoto~. por exemplo. emi· tem ondas sism1cas. cuJa trajetória e velottc.lade s;io minuciosamente estu· dadas ao se propagnrcm por toda a Terra. Combinado~ com outras infor- mações. essas anólises trouxeram im- plmnntes descobertas. Assim. o gcó· logo iugoslavo Andrija Mohorovicic descobriu já em 1909 que entre a cros- ta e o manto hav1a uma descontinui· c.lade. Em homena[tem ao descobri· c.lor. ela foi batizada com o nome de Mohorovicic. Atei 1936. supunha-se que o núcleo era fluido. Naquele ano. 40 SUHR porém.a sismóloga dinamarquesa lnge Lehman. hOJe com 99 anos. revelou após estudos de on- das sísmicas que o nücleo linha tam- bém uma parte in- tema ~lida . Para dcscobnr de que é feito e o que acontece no m1olo da grande ccbolo - o inte rior tio núcleo -. os cientistus lc· voram em conta o efeito de um fenô- meno natural muno estudado desde o l>é· culo XVI: o campo magnético terrestre. Atualmente. os geo- flsicos estão conven- cidos de que c:le é gerado no nucleo externo. medi<lntc: ~ um processo seme- lhante ao de um di· namo. Sl~ que contf· nua - os dfnnmos que se conhecem silo dcscontrnuos -. onde a energia mecânica se transforma em energia eletromagncticn Essa é uma das ra- zões pelas qua1s os cientistas ~u pócm que o matenal do núcleo in- temo deva ser metâhco. po1s preci a conduzir elctric1dnue para fazer fun· cionor o dínamo. Tal teoria ~c encai;'\a na amili~e ~is mológ.icn: a velocidade das ondas de choque que os terremotos produzem ao atra,essar o núcleo revela uma dens1dade que correspondc à do ferro submetido a pressões como as que existem nas regiões cemrais do plnne· ! ta . A esta evidêncm junta-sc.o fato de que no Universo conhecido não exis· te outro material com tais carncterls· ticas em quant1dadc suficiente pnrn constituir uma alternativa. Dar se consolidou a idéia de que o núcleo ~ feito essencialmente de ferro. embora também existam ne le elementos mais le,es. como sil!cio. enxofre. oxigê· nio. potássio. entre outros. Sabe-se com certeza que a prc:ssào do mate· rial do núcleo aumenta de acordo com a profundidade. Essa pode ser uma das razões que A lava ex,./lde pelos vulc&ls, quando /rrompe, permita conhecer melhor s neturazs do manto explicam por que o núcleo externo é líquido enquanto o interno é ~lido - a elevadlssima pressão impediria que e le se fundisse. A questiio ~~ pressão e da temperatu ra sempre lo1 muito di scutida , e a cada dia que passa os cientistas conseguem vencer barreiras nas suas experiências n esse respeito . No início de 1987. por exemplo. os pesquisadores do lnsú· ruto de Tecnologia da Califórnia conseguiram determinar a tcmperaLu· ra do interior da Terru fazendo a se- • f .. • • • • gumte expencnc1n: pnmc1r0. compn· miram uma amostra de ferro entre dois pequenos cones de diamantes. acionados por uma enorme prensa. até alcançar I ..I m1lhlio de atmosfe- ras - de acordo com os cientistas. essa seria a pressão na fronteira en- tre o núcleo externo e o manto. Temperatura no âmago do núcleo: 6 600 graus O segundo passo foi aplicar um raio laser na amostra para aquecer o fe rro a té o ponto de fusão. Vcri fi· cau-se então que o metal fundia a 3 500 graus - enquanto sob a pres- são atmosférica o ferro funde a I 500 ~m~us. A etapa seguinte foi descobrir ã temperntum no limite do núcleo sólido com o liquido. onde n pressão alcança 3.3 milhões de atmosferas - algo como a injmaginável pressão que 3 300 carros e:~terceriam sobre uma superfície do tamanho de uma unha. Para isso. os cientistas dispara- ram um projétil movido n hidrogênio contra a ílmostrn. comprimindo-a e aquecendo-a até que ntingisse seu ponto de fusão. Não conseguiram chegar aos 3.3 milhões de atmosferas. mas deduzi- mm que a temperatum. ali no limite entre o núcleo externo e o interno. estaria por volta de 6 300 graus; no âmago do núcleo, seria de 6 600 graus. mais até que na superffcie ra- IUP& 41 118 SE AIAB'IAM E DB CRESCEM diante do Sol. Esses novos dados au- mentaram em 2 mil graus as estima- tivas de temperatura que vigoravam até então. Entre os dados obtidos com essas experiências. um em espe· cial se destaca: o possível aumento da inOuência do núcleo nos proces- sos que ocorrem no manto. que abrange a região que vai da divisa do núcleo externo até a descontinui- dade de Mohorovicic. O que os cien- tistas conhecem sobre o manto ba· seia-se no material que os vulcões expelem e nas cordilheiras vulcânicas No final de 1987. trinlll estudan- tes freqüentavam o primeiro curso de graduação em Geofisica no Bra· si I. O curso começou em 1984. na Universidade de São Paulo. Dos vinte alunos que então se mutricu- lamm. quatro terminaram o curso. Todos já têm emprego garantido: dois ficam no Instituto Astronômi- co e GeofiSico e doi~ vão para grandes empresas. Afinal. mão· de-obra especializada nessa área é difícil. c empresas como a Petro· brás e a Nuclebrás sempre ti\'e· ram de investir alguns anos no treinamento desses profis~ionais. Eles vinham geralmente de áreas como a Engenharia e a Flsicu c depois ~e especializavam. Além das informuçôcs que os cíentistus obtêm estudando o~ fenO- menos fisicos que ocorrem ubuixo da superficie. ::1~ perfuruc;õc~ ~o uma rica fonte de dados. Só que cxi~cm avançada tecnologia - e multo dinheiro. Por um motivo c por outro. é difícil ao 1;3rQ~il lun- çnr-~c óm experiências de sond<~ gens profu ndas. Mesmo assim. os brasiletros t~m participado de pro- jetos internacionais com o objcti· vo de pesquisar as peculiandades geológicas do território. Eles cstào presentes nessas ope- 42 SUPIII do fundo oceânico. além do estudo de cenos meteoritos. Sabe-se que o manto é composto de silicatos. um material mais leve que a liga de ferro do núcleo e que não apa· rece de maneira uniforme. pois à me- dida que a profundidade aumento o mesmo acontece com a temperatura e a pressão. Por isso, os cientistas dividiram o manto em dois níveis: o inferior e o superior. cada qual com- posto de minerais diferentes. "Uma camada notável do manto superior é a astenosfera •·. diz o professor lgor Pacca. "situada o 250 quilõmetros del profundidade:· Mesmo sólida. possui plasticidade suficiente para permitir o movimento de placas que estão acima dela. Esse movimento é responsável pela deriva continental. que faz com que os oceanos cresçam e os continentes se Brocas uudas pelos cl~ntlstas sAo altamenta raslst~ntlls rações desde os anos 70. quando foi lan~ado o Programa Interno· cional de Geodinãmica. um por· tentoso prOJeto integrado por pes· quisadorcs de mais de cinqüenta pafscs. que estudou principalmen- te os processos que modelaram a superfície da Terrc1.. Depois. no final de 1980. veio o Progrum•1 Internacional de EStudos da Li· tosfcrn. que deve se estender pe· la década de 90. Um de seus coordcmrdorcs é o professor Um- beno Cordani . diretoT" do Institu- to de Geociências da Universida- de de Si\6 Puulo. As infornwçôc~ levantadas por programas interna· ciomtis como esse não têm inte- resse exclu~ivamcnte acadêmico: serYcm. por exemplo. pára auxi· li:tr prospecc;õcs de petróleo na ' plataforma contmental, afastem cada vez mais uns dos outros. De fa to, sem o oceano n separá-las. as costas da África e do América do Sul se encaixariam perfeitamente. como num qucbra-cubcçn. A teoria da deri· va dos continentes foi proposta em 1912 pelo meteorologista alemão AI· fred Wegcncr, mas até os anos 50 fi. cou à espera de urna explicação. Afi· nal. qual seria o mccMismo que fazia massas de terra tão imensas se deslo- carem? Experi~nctllS realizadas já en- tào demonstraram que os sólidos cri~· talinos Oufam como lfquidos quando se encontravam a temperaturas próxi- mas do ponto de fusão. A crosta oceAnlca se desloca sem cessar Isso levou o geofísico holandês Fe· lix Vening-Meine~z a elaborar a teoria de que na astenosfera ocorriam fortes correntes ath•adas por diferenças de temperatura: os ma- teriais quentes su- biam c os frios des- ciam. A teoria do gcoffsico holandês foi reforçada nos anos 60, quando se descobriu que a 1 crosta oceánica se renovava sem cessar com deslocamentos · .~ horizontais a panir ~ das cordilheiras vul- '"""""-' cànicllS do Atlântico. esse movimento. elas liberam mn terral quente. do manto. e voltam a submergir. Isso ocorre. por exemplo. sob a cordi- lheira dos Andes. Mas foi só há poucos anos que se comprovou defi- nitivamente a presença dessas cor-rentes e sua inOuêncio na deriva dos oceanos. A moral da história é que. mes· mo não sendo possfvcl o acesso di- reto ao intenor da Terra. os avan- ços tecnológicos têm permitido aos cientistas ampliar os conhecimentos sobre sua estrutura, constituição e evolução - ul~m de compreender melhor os fenômenos que ocorrem na superffcic c nfetum a vida em to- das as suas formas. • Maria lnl • Zanchetttt Para saber mais • G.ologY ~1. Víl<tor LMZ. ~ Edilota N~. SloPINio. 11141 O dinheiro é como o esterco: não serve para nada. a não ser que seja espalhado. Franc~ B#tcon 1561-1626 Pollrco elil6sclo lngMs A palavra roi dada ao homem para encobrir seu pensamento. CNrr.• M. de T•lleyrand·Nf/gotd 1154·1838 Poll!ioo lrafiCés Costuma-se dizer que o tempo é um grande mestre. O rnaJ é que ele vai matando seus disci- pulos. HHtor Berlloz IBOIJ· 1869 Compositor lranc:és Com 20 anos todos têm o rosto que Deus lhes deu; com 40, o rosto que lhes deu a vida; e com 60 o ros- to que merecem. -Scb~WIIar 187Soi96S ~,_. Pr6trrio No/»/ de P.z ""' 1952 Até depois que a morte os separou O casal Pierre e Marie Curie roi um extraordinário exemplo de fidelidade conjugal e científica. Eles trabalharam juntos. anos a fio, pesquisando a radiatividade-e em 1903 receberam juntos o Prêmio Nobel de Física. Essa fidelidade continuou mesmo depois da morte de Pierre, em 1906. atropelado por uma carruagem. Marie assumiu sua cátedra de Rsica na Sorbonne c começou a primeira aula exatamente no ponto em que ele interrompera Não pode ser bom por muito tempo quem não sabe por que é bom. Melhor é morrer de uma vez do que viver sempre temendo pela vida. O homem se distingue dos outros animais por ser o único que maltrata sua rêmea. JM:kl.ondc<! 1616-1916 E-/for~ a última, momentos antes do acidente fatal: "Quando consideramos O segredo do meu sucesso é pagar como se fosse pródigo e comprar como se es- tivesse quebrado. HM<yFotd 1863-1941 ~ameti:ano os progressos feitos pelas teorias da eletricidade ... " O sábio não diz o que sabe e o tolo não saQc o que diz. Ninguém pode ser com- pletamente livre até que todos o sejam. Muito para o leste já é oeste. Provdrblo lnglfe Quem guarda sua boca guarda sua alma. S.lomlo S«vvoX•.C R.,delsnal SUfiR 43 •- - . - . ·:. tir==jr/;JI''€1- E r17r, :::t:. ..... I • ' ~ ~ :. • I •• - - ;: - I "j !11. ;:: ;ns 1 • .. 1·n = 1; •: - •• -· "" - ~ ...._, ~ _ 1 O piano e a tábua de logaritmos M uitos estudantes de Mú)1ca sen-tem verdade1ra a\•ersão pela Matemática - ou. pelo menos, pelo que lhes é oferecido na escola como ser.do Matemática. Para eles. deve ser uma surpresa saber que o grande filósofo e matemático alemão Gou- fried Wilhelm Lcibniz (1646·1716) disse uma vez: '·A Música é um exer- cício de Aritmética secreto e aquele que a ela se entrega às vezes ignora que maneja números". E <! assim: no acionarmos as tcclns de um piano moderno. por exemplo. estamo~. u ri· gor. teclando sobre logaritmos. A Música tem ligações muito for· tes com a Matemtltica. Uma delas diz respeito ao efeito produzido so· bre nossos ouvidos por um determi· nado som. O efei to depende sobretu· do da altura do som (ou, como pre· ferem os físicos. da sua freqüência. que é o número de vibrações. por segundo. do objeto que produz o som). Assim. fica claro que a cada som corresponde um número e a ca· da número. consequentemente. cor· responde um som. Outra daquelas li· gações aparece quando ouvimos dois sons simultaneamente. Isso eqwvale a perceber dois números. ou seja. uma relação. Ouvir o dó e o sol de uma mesma escala equivale a perce· ber a relação 213 (dois para três). que é a relação das freqüências des· ses dois sons. Admite-se que um ouvido bem treinado pode distinguir. dentro de uma oitava. até no máximo 54 sons. Mas usar todo esse potencial seria pouco prático. Pense comigo: um pia· no de oito oitavas teria de possuir 432 teclas. Assim. parece que a questão inicial, na história da Músi· · ca, foi o momento em que se esco· lhcram alguns poucos sons, entre es· ses 54 que são possíveis. Foi uma res· ponsabilidade muito grande. a desses primeiros teóricos que decompuse· ram a oitava. Talvez nenhuma outra :me tenlla dependido de uma única decisão tão importante - e. como sempre. coube aos gregos tQmá·la. Eles desenvolveram a gama grega musical ao mesmo tempo em que de· senvolviam a Matemática. J á passaram 2 500 anos e a ga· ma diatõnica. ou de Pitágoras. continua sendo utilizada. Outras foram dcsenvohidas. como por exemplo a dos físicos. ou de Zarlino. e a temperada. imortalizada pelo compositor alemão Johann Sebastian Bach ( 1685 · 1750). Elas não são perfeitamente equivalentes. do ponto de vista físico. mas na prática são utilizadas como se fosse m. Uma mes· ma notação serve para todas elas. Tomemos a corda que produz o O gonlsl Johsnn S.bllstlsn Bsch foi sprender logaritmos sntos de começsr • crlsr seu pr6prlo sistema de composição musical I I ! - som fá. Os 213 dessa corda produ· zem o dó (a qumta de fá . na escala comum). os 113 dessa o som sol (a quinta de dó) e assim por diante. De quinta em quinta teremos fá-dó-sol· ré·lá·mi·si. Continuando o procesw teremos os sustemdos e bemóis. Nem todas da mesma oitava. é claro. Redu· zidas à oitava inicial. ela~ npnrccerão na ordem conhecida: dó-ré·mi·fá·sol· lá-si. O principio dn goma dos físicos. ou de Zurlino. é diferente. Dois sons são mais ngrudávels ao ouvido quanto mais hurm6nicos comuns tive- rem. Os harmônicos de um som são aqueles sons que corrcspondem ao seu dobro. triplo. quádruplo etc. Alguns intervalos dessa gama coincidem com os da gama grega. outros estão bem próximos. Elas apresentam doze inter· valos. ligeiramente desigunis. Já a gama temperada tem doze in· tervalos igums. Nela. a potência doze de cada intervalo é igual a dois. Em outras palavras. o intervalo funda· mental é a rarz duodtcima de doi~ e as freqüências das doze notas estão em progressão geométrica. Os cha· mados graus de tonalidade da escala cromática não são eqilidistantes. nem pelo número de v1brações nem pelo comprimento de onda dos sons. mas representam os lognritmos de base dois dessas grandeza$. A gama tem· perada t. pois. uma concepção mate· mátka muito mais complicada. Bach só pôde usá-la com sucesso porque. já antes dele. o matemático escocês John Napier (1550·1617) havia criado os logari tmos. Agora, voltnndo no&. cstudnntcs do começo deste artigo: wlvcz eles pu· dessem aprender os logaritmos com mais focihdadé c prazer se li aula fos· se dada no departamento de Música, ao som de um piano bem nfinudo. • LuiZ Barco 11 ptO(essor dll E~ dll Ccmunl- caçóes t1 Attes dll Unlversfdadtl dll S.to Peulo. o .0 o e " ... ~ ~~ • t) .. .. • o ~ c. • '• \ t. .... () • .. ,.,1,\(ff • • Ptero por dentro Com base nas informações que ele próprio forneceu, nosso desenhista mostra aqui a estrutura do Pterocephalus. Veja que interessante: Apesar da aparência atarra<ad.l.. o e-;queleto é muito le\~ sraça$,) estrutura~· 8a t inci'U)t.Jd.i decompostosdesilici4<p'a tor· n.»p muito resistente. ape<ar de fe.-e. A ~ur.t do br,)ÇO é igwf .I do antebraço, o que lhe permite o 00. bro d,a rotação de uma mão hurm· na. MEótímoparadbrir tomeir<~>", explicou ele A ausência quase completa de dentes sugere uma dieca lrquid.J d4> C.Jidos ~ni5'os como o pl.\nc· ton, ou ainda ervas e fruto~ ma· cios. O cardápio das t.Jrt.trug3S tem servido esplendidamente ao PtCfl) em sua estada aqui na Tc:rr.t. A estrutura d~ membro~ infcroo- -.:~;i------i rcs revelo~ que .1ndnr não é o forre do Ptem. Em seu f)laneta, de bJi· xa gravidade e atmos(cra dcns.., 3 locomoção se r.u: aos ~!tos plorm· do~ Aqui na Terra o rná'ximo que ele consegue é lrOIM como um pingüim. Sobreviveu quem tinha cérebro Seu nomec:,ientifico é Pterocephalu~upren~ rn· Leressantis (do grego pt~:ro, que ~tgntfica J~. e C.t!- phalus, cabeça, tambem do 8retJO), pois (!/e tem asasnacabeça,oquenãoéCQI5aCOt'num.5<'Umats longinquoancestralépProtopteroeephalu\lragrh\ que, rom suas grandes aletils de t~ .JrttcuiJçÕl>ç, conseguia \'Ó.Ire fazer dlgumas manobr,t~ "mpf€'~ Com o passar do tempa, e.sa cap<Jctdade fot dtmt· nu{ndo, até que a espéCie ficqu CdpiJZ de ext'Cutar apenas breves \ÓOS pfanàdos, fJ que .1 mcmmf'n• taçãd das afetas extpia músculos fortes n.J mandi· bula. Com o crescuuento do cérebro, o~ mu~cu· los respon.sãveis pelo võo f9.ram <e Jtrofiandq. Pode-se 1Jzer que a espécie trc>cou, cQnscfente· mente, a capacidade de VOJr pela cupnc tdnde de• pensar. C:~nfe €!$perta~ não? A análíse dos fóssets rPvrfou qtlt.• ,1 c.wc/,, era preênsil, muito útil para quem vfvia na$ Arvoru:., Mas a pêrda progressiva da G<1pacidnd • (I C \'()111' (o,. .çou o Pç_otopterocept\alu ·a descer aCl çluio- c on· (,io a cautla tomou -e um rrombofhn. Atmpálllt!VIl à loco~wçâo, na posição ere1.11 e JC,1bou dcç.tptl· fecenao comple(amence. Convém não C$quc'CI)r que, quando o gênero Protopterot:ephalo\ rlt·~r<.·u das árvores, imediatamente (imedlatam('ntc .1qul :.tsnitica alguns milllões de .Jnos) diVIdw--;e em Do fundo do baú 1--- .. - ctois ramos: o Protoptçroccphalu~ sap1cn!> e o Pro- topterocephalu~ robu!>tus,jJ extmto. 'b P. robus· tusa regressJodas afetas tOI mu110 VIOIMtiJ, o que la<Ou iJ e péçie .J uma dlt'liJ bJ>IC•llnenre C.Jrnno- ra. Isso ex1gw força (iSICiJ, g.1rra~ e grandr~ m,l.\1· fas cheias ae,dente~. atur.Jimt•me, e>Y muSéu- larura da lxxiJ im{X'Cliu o dt•'iC'IIVOII'Imenro do cé- rebro. Menos esperto, o robu~tu" prefertu contmuar 1<0ando atr.J~ do SCCJ flli!. Ma( quando o ~eu pl.me- ta foi abalroado por um g1giJntesco meteoro, que os a~ttónomo~ c~maram Crvl<ldu~ mtrabih~ o clt- ma se alterou drititiCiJmt•nu•, .1 oft!rta (le c ame caiu a n11eito ms1gmf1cante• e ,, e•fX•C"ie s~· danou. FOi exaram~me nesse periodode wM: planetdrtil que o P. fragillsconquistou ~ud• <~nten/Js. NiH'$Çtmdão cJe um mundo co/3erro de· pó, .-ó com lwmh.Js na te!itJ se poderia arhar ,1 p.Jrcc:tr.l CE'rta ('•lf<llJ·'"m· ti r a .sobreviwncliJ da csp&. 1e. Como ameia cont.JVJ com J~ .Jiefas, o P. fJag11is podia co[Jrir-grande.s diçt,111cii1!> sl!m ga'it.lf (TWi/,t enetyia, VoiiVit centen.1S r/v qullómetm.~. vendo t11· do. ~prendendo c(>i.MJ-'; p.u.1 amsli#" um f?!fllhll· do (/f! musga. Quànc.lo o p_[.m~J•l st· ré< upt'lou, 1111· /hõ.es de ;Jnos m,tf~ t11fCie, utfw OóV<t thip&lé IM via surgi(;/o: o Pteroçcphalu' ~aplonslntert!~santi~, ltl· teligellle, ~t:m CiWd,t, ereto, com .J'I;t:o t• .mtt•na~ /11· mino:l<~.> na cJb('Çi.l qut•lht• coniNt•m um tant.istl· co po<ler de comumc.t("<~O. • Entre tantas revelações, talvez n mn1s emoclonan· te seja essa fotogmlla que Ptero gentilmente nos cedeu: papal c mama<' Pt1HO no dia da despedi- da. Observem-se as diferenças sexual~ e alguns costumes da espé<.ie: a~ aletas de papal PINo es- tão reduzidas a tiras, o que é tido corno ~lnal de sabedoria e status; só grande~ vt.l)antcs podem os- tentar tais afetas genuinamente gasta~. "Existem aqueles que por me10 de cirurgia tentam simular essas caraàeristicas, mas o resultado final é sem- pre question~-cl': confidenciou Ptero. As fem1mstas podem ficar tranqUIIas: assuntos internos do planeta s.lo de competcncia das iê- meas. Cabem aos machos os assuntos C'Ctemos. Obser""emos a gola da vestimenta de mamãe Prero: nela encontramos quatro b1cos que repre- sentam os filhos que ela criou (sem ter necessa· riamente $erado>; aç afetas CUI'\'ilm-sc nc!>sa dire- ção também como sinal de responsabilidade pe- los cidadãos que ela colocou na SOCIC.'dade. Finalmente, um dos detalhes ma1s curiosos: as mãos. Entre os Ptero, não ter as m;tos p1ntadas com a violeta do deserto (uma tantura fe1ta com a seiva de uma planta do deseno c que sa1 da pele em pouco tempo) ê sanar de marginalização ~ocial. Explica-se :em tempos 1memoriais,a sociedade Prero estava dispersa pelo planeta escurecido pe- lo efeito estufa; o contato entre os Indivíduos era básico para a manutençao de~ espéclc. Como é Im- possível pintar os lindo~ desenho~ com a mesma qualidade nas duas maos, 6 preciso que dois Pte- ro se encontrem e, pel<> menos. pintam-se as mãos. Hoje, o costume é um sfmbolo de vida t'm socie- dade, e também um lembrete de que a amLcade não é apenas bonita, mas e~sencial. ., ''· . . ,. • • • • "'4"" f. ; ., ··' • .robustus O dia-a-<1ia do professor de 2~ grau é uma corrida contra o relógio: dar. aqui e ali, as aulas de hoje. preparar as de manhã, corrigir as provas de ontem. Não sobra muito tempo para ~." • .!.."~~- mais nada. -- É por isto que a Fundação Victor Civita está lançando SALA DE AULA, uma revista mensal que ajuda o professor de 2~ grau a se colocar em contato imediato com tudo que acontece a sua volta. Informação. Atualídades. Opinião. A quantas anda a Educação. O que vai pela cabeça do aluno. SALA DE AULA traz também opções de lazer e cultura para o professor de 2? grau esfriar a cabeça. se sobrar tempo. CRISE DE IDENTIDADE: o que fazer com o 2~ grau. NÓ NA LÍNGUA: em que pé está a reforma ortográfica . MATEMATIOU~S: ensinando Matemática através do "economês': CARETÕES: o novo perfil dos jovens de hoj e . E MUITOS OUTROS ASSUNTOS DE INTERESSE PAPA n POne:::r;<:cno Em dia com a matéria. Cem suas p4f11Jas que formam uma copa, e tulipa tnduz amlude e simpatia COSTUMES 52 SUPR. A violeta era a flor preferida dos gregos. Os romanos eram apaixonados pelas rosas. Com o tempo, as flores tornaram-se símbolos por meio dos quais os homens . expnmem seus sentimentos. Cada uma tem seu próprio significado As viole tal slmbolllam o amor secreto e Inconfessável e a virgindade I ~ lirlos .lllguém é o ~que diUfllr som noam '""'101'"' tl u mitologm que a rosa surgiu do Mmguc de Afrodite. deusa do amor. Ou ando ia em busca de seu amado Adõnis. monal· mente ferido por um javali. Afrodite cortou o dedo em uma planta cheia de espinhos - c do sangue que escorria nn~ccu u nor. Da mesma forma que aos gregos tomarnm emprestado os deuses. 11 mitologia e as lendas. os ro· manos ficuram também com o seu ~;:osto pelas rosas - <rue se tomou a nor prdcrida no grande Império. No começo elas eram importadas do Egito. Como a procura era grande c os preços altos. cultivar rosas tor- nou-se um negócio rendoso: os lavra- Ror cláss1ca do-. • roa expressa !Khllrtllbllo e J»/Xjo dores preferiam plantar rosas uo trigo e outros vegetais. E assim aconteceu que. no auge do seu poder. Roma produzia todas as rosa~ de que preci- sava para enfeicar suas Ccstns. mo~ ti· nha de importur comidu. O poeta Marcial (aprox. 38- 103 d.C.) até fez uns versos sobre essa est ranha situa- ção: ''Vós. cgfpcios: hoje. as rosns ro- manas são mais bclns CJUC as vossus. Agora. já niio mais necessltnmos de rosas. porém de voss<> trigo" . O homem moderno gosHl tnnlo das Oorcs quanto os gregos ou os romanos - talvez mais até. Hoje clus são usa- das em codos os momentos: enfeitam as mesas durnnrc ns rescas, homena- IUPIIt 53 geiam os que nascem. os mortos c os que se casam. Flores também são da· das de presente a quem e visita e aos aniversariantes. Mas não se sabe ao certo quando o homem se deu conta do seu significado estético. Sabe·se que elos silo anteriores 11 própri3 humanidade: folhas fósseis de rosas. prova\·elmente de 25 milhões de anos. encontradas na Europa. Estados Unidos e Extremo Oriente provam is· so. O gosto pelas flores. em todo caso. sempre foi coisa de gente civilizada. No tempo em que os romanos enchiatn seus campos de mudas de rosas. os vi· zinhos bárbaros se dedicavam exclusi· vamente ao cull1vo da comida - trigo e centeio principalmente. Paro eles. uma rosa era lixo. Um século depois de Marcial haver escrito aqueles versos. as rosas tiveram os maisvariados usos nn Roma já de· cadente. O imperador Heliogábnlo. que governou entre 218 e 222. monda· va encher as banheiras publicas com água de rosas. Em seu palácio. algu· mas salas eram decorodas com tapetes de flores. Além das rosas. o imperador apreciava violetas c em sua cozinho preparava-se um mnnjnr muito espe· Pétalas de lírio contm • de cobra cial: pétalas de violetas tostadas com rodelas de lamnja e limão. Foi Helio· gábalo o inventor dos almofadões per· fumados sobre os quais se deitavam seus convidados. Mas nem sempre ele os tratava com tanta gentileza. Ao contrário. o imperador costuma· va promover festas em que durante a madrugada uma chuva de pétalas de rosas e violetas caiu sobre os convida· dos. Alguns. já bebados. morriam as· fixiados. Mas isso era uma extrava· gílncia do imperador. Para os cidadãos comuns. as rosas serviam para de· monstmr todo tipo de sentimento: so· frlmcnto. discrição e paixão. E sorti lé· gios não faltavam. Quem quisesse. por exemplo. ter a fidelidade dn pes· Batida perfeita. toque macio. controle total são apenas algumas caracterlsticas da melhor bola fabricada no Brasil para seu melbor tênis. Chegou TRETORN XL. a bola profissional e macia. que dura mais porque não tem pressão intema, resultado da evoluçao tecnológica sueca. A nova embalagem com 4 bolas. para um jogo com menos interrupções. é outra grande caracterlstica. Esta é exclusiva da melhor bola de tênis. Aprovada mundialmente pela lntemational Tennis Federation. TELfFONE -'~ETO"' O a TRETORN teeom tudooa sou amada pela vida inteirn deveria pendurar um ramo de rosas ao Indo de uma garrafa de vinho por três dias. tres noites e três horas. Depois d~ tempo. um copo da bebida em ofere· cido ao amado ou amada sem que eles desconfiassem. Tudo isso os romanos foram apren· der com os gregos. que além das rosas e violetas cultivavam. tamlx!m. li rios e jacintos. Mas era a pequena. modesta violeta que tinha ma1s encantos para eles. Era comum na Grécia antiga co- locar coroa de flores na. porta da casa dos apaixonado e naquela onde nas· cia uma criança. Também enfeitavam com ramos as mesas de banquetes c as ofereciam a vuitantcs ilustres. Até os cozinheiros merec:Uim grinal· das de nores quando preparavam al- gum prato muito especial. Nos aconte· cimentos importantes. as ruas eram enfeitadas com fileiras de violetas. Na primavera. ns crianç-as que conse· guiam superar o terceiro ano de idade eram presenteadas com coroa~ de vio· letas. Isso porque na Gréclu antiga n taxa de mortnlidnde infantil era alta c dar norcs às crinnças era slmbolo de gratidão 11 vida. Os namorados se presenteavam com violetas. que eram também usa· das para cobrir a cama das noivas. simbolo de virgindade. De todos. eram os atenienses os mais apaixona· dos pelas violetas. A tal ponto que durante o inverno eles as protegiam colocando-as em pequeno, pálios cercados por muros altos cobertos com esteiras. a Idade Médía. ofertar um rama· lhete de violetas a alguém era símbo- lo de um amor ~ecreto que não podia ser revelado. Jtl os lírios eram. por excelência. as Oores que Slmholi7a· vam sorte no amor. Por isso. as JO· vens costumavam colocar alguns deles nos chapéus dos rapazes. Em alguns países da Europa eram as flores do primeiro amor. Oferecer lírios 11 ai· guém significava também estar apai· xonado mas sem coragem de ~c de· clara r, por medo de ser rejeitado. Assim. os mnis tímidos. temeroço, de levar um fora. valiam-se dos lírios pn· ra exprimir sua pa1xão. Já os cavalei· ros. que andnvnm pelo mundo dcsfn· zcndo malfeitos c defendendo n ju~ti· ça. usavam ros<~s em seus bnrretc~ de veludo - sempre que estivessem '>U~· Trigo e bois em troca de um bulbo de tulipa pirando pelos favores de uma donzela indiferente ao seu amor. Nessa ~poca. a crença no poder curativo das flores chegou ao auge. Acreditava-se que as rosas eram um remédio que curava tudo. até mesmo a loucura. Aos lírios também eram atribuídos poderes semelhantes. Ouem fosse mordido por cobra de- veria ~cr tratado com pétalas de lírio triturada~. l-louve mesmo quem achas; se que as flores C:\'lUlvam epidemias. E famoso o gesto de Lu rs LX. rei da França (1226-1270). que. no comando de umu cruzudn à Terr~ Santa. chegou a Túnis, no Norte da A f rica, c espar· giu crnvos sobre as pessoas. Não se tratava de ~tcmilcza- o rei ucredita\•a que assim podia combater a pc te que assolava o mundo medieval. Flor que simboliza n amizade e a simpatia. a tulipa provocou estragos na Holanda no século XVII. onde se tornou um negócio 1<io lucrativo que despertou cobiças. provocou gestos tresloucados e le\'OU muita gente 11 bancarrota. Muitos holandeses vende· ram seus bens para comprar bulbos de tulipas. que eram 1mport01dos da Turquia. Por um ún1co deles. eram capazes de dar toneladas de trigo e centeio. ou bois. ovelhas. leitões. barris de cerveja. roup~ e taças de prata. Houve até quem trocou ~8 mil metros quadrados de terra - quase S hectares- por um un1co bulbo. • Hoje. a linguagem das Oores e universal. Elas estão nns fábricas. nos escritórios. nas cnsns de ricos e pobre~. crescem nos jordins públicos das grnndcs cidades. pcnduram-~e nos arranha-céus. Além de amor. alegrm. tristeza. esperança. elas ex· primem. também. saudade do~ bons tempos em que cru n natureza. por estar mais à mão. que oferecia sim· bolos pnw que o homem exprcssa~sc seus sentimentos. • • • • • • • ' • • • •• • • ..... •• · ~ . . • • • • . ., . . I '·•·. . • •• • Tretorn XL, "The Best" COM O GUIA BRASIL QUEM VIAJA É Viajar com o GUIA BRASIL é uma tran· qOIIIdade. Antes mesmo de pegar a estrada. você fá sabe tudo o que vai encontrar pela frente. O GUIA BRASIL classificou mais de a!l!lQ hotéis e quase o mesmo número de restau· rantes, levando em coma o conforto. a quali· dade dosservicos e a tocalízação de cada um. Para as melhores cozinhas foram atribuld3s notas e estrelas. E o mais importante: as lal· xas de preços de cada hotel são indicadas em OTNs. 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Esse clírna de de terem sido os in- ventores do futuro sandufche. anuência e otimismo vai-se rcnetir na Feira Mundial de Saint Louis. capital do Mis- souri. no Meio-Oeste do país. Ali. multi- dões tomam contato pela primeira vez com uma iguaria que trinta anos mais tarde viria a ser quase um verda· dciro sinônimo de Es· Produção de hambúrgueres em Sáo Paulo: como linha de montagem "Dize-me o que CO· mes e te direi quem és'', escreveu em 1826 o gastrônomo francês Antoine Brillat-Sava- rin (1755-1826). O hambúrguer. de fato, deve a sua popularida- de às características da sociedade que o aco- lheu. A panir do início do século. as massas de trabalhadores america- nos necessitavam de ai· gum ripo de alimento rápido. prático e bara- to-adequado. em su· ma. ao ritmo da explo- tados Unidos: o hambúrguer.O hambúrguer descobriu a América na segunda metade do século xrx, tra· zido pelas levas de imigrantes alemfles embarcados no porto de Hamburgo. razflo pela qual seu primeiro nome no Novo Mundo foi hamburg sreak. Era uma comida rústica. Os primeiros a apreciá-la nos Estados Unidos foram os marinheiros que aproveitavam a carne entre dois pedac;os de pão para mastigar algo enquanto trabalhavam. Suas origens. no entanto. podem ser encontradas no passado remoto. Du- rante os séculos XII e Xlll. a Europa conheceu as irw<•sôes dos chamados mongóis. Na verdade. entre os povos que se agrupavam sob essa denomina- ção estavam os tártaros, tribos nõma· dcs guerreiras que habitavam as este· pes russas. Os tártarós introduziram na Europa a técnica de moer a carne dura c de má qualidade para tomá-la mais digerível. Diz a lenda que os cavaleiros tártaros costumavam levar a carne crua embaixo da sela quando galopavam em suas incursões guerreiras. Na hora de comer. o bife tártaro já tinha se roma- do uma pasta. O que se sabe com cer- teza é que os tánaros foram os que apresentaram o hnmb(trguer aos ham- burgueses. Esses ficaram com a fama sflo industrial do país. Só faltava inventar uma fórmula pa· rn aproveitar esse mercado em expnn· são. Foi fácil. Antes ainda da Feira Mundial de Saint Louis, os americanos já conheciam o carrinho de sorvetes e hor-dogs- n versão americana da sal· sichn. também trazida por imigrantes alemães. Mas foi somente em 1921 que surgiu :. primeira cadeia de lan· chonetes do pais. chamada White Cas· tle. Vendia-se nelas um hambúrguer cozido no vapor e cheio de cebola; o prnto wlvcz nflo fosse especialmente apetitoso. mas seu preço com certeza era: S centavos de dólar. Pelo seu efeito laxativo. ganharam o apelido de "escorregadores". As pequenas lanchonetes da década de 20 eram apenas lugares ond~ os fregueses sentavam ao balcão. Um ou dois funcionários faziam de tudo. des- de virar os hambúrgueres na chapa até registrar as vendas. Muito diferentes foram os drive-in.r dos anos 30. Pátios de estacionamento grandes e de fácil acesso substituíam a pequena área de serviço na calçada. e ga~onetes em rempo integral serviam os esfomeados motoristas. A idéia prosperou - gar· çonetes a pé foram substituídas por m~ sobre patins. Logo. os clientes faziam pedidos usando telefones em cabinas nos estacionamentos. F oi nessa época que o cartunista americano Elzic Segar ( 1894-1938) acrescentou mais um personagem a suas tiras do Popeye. o marinheiro que gosta- va de e-spinafre. J. Wellington Wimpy- Pimpão. no Brasil - ficou famoso pelo seu insaciável apetite por hambúrgueres. Uma vez.. Popeye ganhou 20 mil dólares apostando que Wimpy níio agüentaria dez minutos com um hambúrguer no mão sem comê-lo. O esfomeado perso- nagem segurou-o por 9 minutos e 50 segundos. Em 1937. os irmãos Dick e Maurice Me Donald abriram um pequeno drive- in na cidade de San Bernardino, na Ca- lifórnia. e revolucionaram o mundo do jiiSt·food. Como todos os outros. eles serviam lanches rápidos para clientes apressados. O drive-i11 era também o ponto de encontro dos adolescentes da cidade. Por causa dessa clientela. os drive-ins eram identificados como fo- cos de confusão. que ufugentavam as famnias de respeito. Para mudar essa imagem. em 1948, os irmãos Me Do- nald reformularam a loja. Sem garço- netes servindo no carro. a lanchonete perdeu pane do seu apelo pura os udo· Pímpão, amigo de Popeye: recordista lescentes. mas em compensação con- quistou as famílias. Logo dezenas de pequenos empresários começavam a imitar o novo conceito de lanchonete. A partir dos Estados Unidos. o hambúrguer conquistou o mundo. A rodela de uns 50 gramas de carne moí- da entre duas metades de pão redon- do, coberta ou não de queijo. acom· panhada ou não de alface e tomate. pode ser encontrada em lugares tão distantes entre si como a Austrália e a Áustria. a Jamaica c o Japrco. É im- possível saber quantos hambúrgueres são consumidos todos os dias no pla- neta. mas a rede McDonald's calculou os que saem de suas cozinhas. O re- sultado é assombroso: 12 528 000 hambúrgueres cada vez que n Terra dá uma volw completa em redor de seu eixo. ou 145 por segundo. As lanchonetes começaram a chegar ao Brasil em 1952. quando o tenista americano Robert Fnlkcmburg fundou o primeiro Bob's em Copacabana. no Rio. Três anos maís tarde. o empresá- rio Flávio Galante abria em São Paulo os seus Hot·Dogs. lanchonetes desti- nadas a atrair o público dos cinemas da região da rua Augusta. Como no resto do mundo, também aqui o hambúrguer entrou para a li· nha de montagem. Com um sistema de licenci:lmcmto que permite a pro- prietários de lojas usar uma marca co· nbecida. desde que sigam os padrões de qualidade da firma originaL algu- mas lanchonetes dispõem até de com· puladores que programam o tempo de duração da fritura. De acordo com as regras do Departamento de Agricultu- ra dos Estados Unidos. a carne de hambúrguer deve ser fresca. com até 30 por centO de gordura. O s nutricionistas admirem que um hambúrguer com fritas alimenta bastante. "mas não deve tornar-se a refeição básica de uma pessoa todos os dias". ulertn Rosemnríe Andreaz- za. da Escola Paulista de Medicina. Myrian Nnjas, da mesma escola, diz que o principal defeito dos sanduí· ches. como o hambúrguer. é o próprio motivo qu.: os tornaram tão popula- res. "Nas grandes cidades. as pessoas não têm tempo nem dinheiro para se alimentar direito", afirma Myrian. ''Em vez de com.:r num lugar tranqüi- lo. mastigando com vagar. o consumi· dor de sanduíche engole tudo depres- sa. não vê o que e nem quanto está comendo. É por causa disso que apa- recem os casos de gastrlte. úlcera e até obesidade ... Mas. como todo mun- do. a mesm<1 Myrinn não consegue fu- gir à regrn. Dumntc o almoço. muitas vezes apela para um hambúrguer na lanchonete mais próxima. • A intimidade deummundo mtnimo O ltvro Vlagglo nel corpo umano, que documenta a Intimidade do orga· nismo, nasceu quase por acaso, cun· ta PiettO Moita. 45 anos. professor da Universidade La ~enz.a. de Ro- ma. um apaixonado pelo universo menos que millmétrioo dos tecldos e células. Há vlntd anos fazendo pes· qulsas nessa 6rea, foi ele quem ado- tou na ftâffa o microscópio efetrOnioo scanner, ou de varredura. como é chamado, de alcance multo maior. "O jornalista Plaro Angala me procu- rou para fazer um programa de TV que moslrasse as proezas desse ml· croscóplo". lembra o professor. "Co· mo se trata de TV. surgiu a Idéia de colorir as fotos em preto e branco feitas através do scanner. O resulta· do fioou tão bonito que resolvemos aproveítá..fas num livro.· Mas néo foi essa a primeira vez An~la t1 Mott•: proezas na TV que o professor Motta viu suas fotos publicadas: ele tem mais de 250 tra· balhos divulgados em revistas, além de catorze l[vros editados na Itália e traduzidos em varlos idiomas. Nasci· do na Ilha da Sardenha. Motta das· cobriu o microscópio efelrónioo na Unwersidade de .Messina. na · Sicma. no Sul do pais. onde se formou em 64ologia e Medlelna e viveu durante llintê anos Oalt ele saiu para o Ja· pao e para os Estados Unidos. pn· melro como bolsista, depois como professor visitante, sempre fazendo pesquisas com o microscópio eletrô- nico. Hoje. além de lecionar. dirige o laboratório de microscopia do lnstiluto de Anatomia de Roma e participa de um projeto mulllnacional de fecunda· Çâo em proveta (m vfttO). Lamentando nao ter tempo "nem para esquiar". Motta. casado com uma médtca e pa• de uma menina de 7 anos. acha que o esforço com- pensa. De fato. fazer uma dessas fo- tos é um trabalho exigente. A amos· tra a ser fotografada passa primeiro por um "processo de fixação" - a retirada de toda a égua dos lecldos. Depois, ela é revestida com uma fi· nlsslma camada de ouro, para não ser queimada pelo feixe de luz do mlcroscóplo. A etapa final é colorir cada Imagem."com critérios lógicos e estélioos", E as cores reais? "Néo se pode saber quais são". responde o professor. "Os tecidos fotografados são porQOes tão mlnlmas de matéria que é lmposslvel ver a sua cor " ll•rl•tz. Augelll, H Rom• Este é o Superes1ojo s.mlelmGlle, a peço tp fd1uva pera voc:i ID1eôcltQ SUIS IMIIOS 8e é bcri!D, aDio pillicD e pode oan!cJonol u:é 16 wucaes. SL't\ ~ mber 11B1 ~ S..llllal!s.1lrR. 0 ~ ClllÍlllllt t ~ Cá 8~S.OO 0 Nm 10t ~ t pagn úS 9SO,OO .I\ ~ ,~ ·; Poro desfrutai o desm!IO o que voce tem lireílo, recooe e cc*l m o ~ oboixo o e~IO IJ!e lle!1lificn o seu ~ \~lo 7 -. 1'- ~or de ossinonte. • • lbne Endereço lkilo ai' I ,.~ bl;do , .. EsloiJ.o a seguialt lotma de pogameniO: o-dltqllt 1111110, OU!a6lt11011id õ ~ Ald S.A., do lfOBonmnaL-- O Ydt·posrol (Nesre cmo, ~ 1111 Ydt·poslol no \'Olor o se~ pago em walquef agindo do (Cfreio, em nome de !61010 Abli1 S.A., POOÓ\'11 AO ogêncil r.. Sõo Paulo t anexe-o oo wpom. O IOiqiiiii'DDit do wle-posW. bJecilo pH, C.OCeto, i o seu Ido do pcgaillii!IO. o~o dlbao em-amo óeuediio. ~-~·----------- Jt ____ YI'MM~ . .....l-/- .,;,~xe I ljl6l ~. lt(ont ISit (141C111111D linl1a pam. tiDIIo (-O t~ GU wfl.pos=l_ St b O tiiSO), coloque-o IQII erMiepe flldert~cdo b Ediio10 Ald S.A..1. do Cu11111111, 7 69, CIP OS06S, I.opo, 5ao POli- lo, SP. Oenlro de pcuco II~YOCi recebero !tU 511- pemlojo no tndlit(o IJIIt lndkou. Qualquer ~ido 1\llt com 110110 Cennol de .lltndrneniO pelo re~f011t (011) 823·9222. OBS. Se 1'016 r& ~ 11(0~ suo le'IISID, tCilit IOdos OI doilo! 0111 11tn11 foh RJliXQda e liga OI dt- -~ • • comeca o gosto pela Ieitt••·a. Depois da cartilha, os quadrinhos. Aqui continua o processo de alfabetização. Aqui se desenvolve a imaginação, a fantasia e a capacidade de sonhar. Aqui se forma uma personalidade criativa, alegre, inteligente e saudáveL Daqui sairão os ávidos leitores de revistas, jornais e livros de amanhã. A Ab.ril sabe a responsabilidade que isso representa e produz seus quadrinhos com elevado padrão de qualidade artística. Nos estúdios da Abril - os maiores do "" , . . . genero no prus - autores nac10nrus cnam e desenvolvem temas e t'ersonagens inéditos. A Abril é o mruor centro mundial de produção de quadrinhos Disney, com histórias exportadas para Portugal, França, Itália, Dinamarca, Holanda e até para os próprios Estados Unidos. Ao todo, são cerca de 60 revistas infanto- juvenis, num leque de publicações em permanente expansão, acompanhando a evolução do gosto das novas gerações. Um total de mais de 5 milhões de exemplares vendidos por mês, de forma segmentada para crianças, jovens e adultos. As histórias em quadrinhos da Abril são muito divertidas. Mas para nós é ~sunto sério. Você pode confiar nos quadrinhos da Abril. Editora Abril~ Revistas confiáveis , Os são de perder o O PKS 2000-330 ~ um dos 684 qua>a· res descobertos pelos astrofisicos em 25 anos de pesquisa - faz pane. por· tanto, de um dos mais fascinantes enig· mas que desafiam o curiosidade do ho· mem. E todos os números que com· põem o seu dia-a.<IJa são. no mínimo. de perder o fôlego . A começar pela c:apacídade de radia- ção. ou seja. de produzir e transmuir energia. Voei viu em SUPERINTE· RESSANTE n.• 5 a espantosa radia~o do nosso Sol. Pois qualquer quasar é c:apaz de irradiar tanto quanto 300 bi· lhões de sóis ao mesmo tempo. Aliás. se não fosse assim, nem c:onseguiriamos dcseobrir um deles no céu. pois os qua· sares. graças a esse poder portentoso. são os corpos celestes mais di~tantes que jâ conseguimos identificar. O PKS 2000-330, por exemplo, encontra-se a 15 bilhões de anos-luz da Terra. Se quiser. faça as contaS: a luz viaja à velocidade de 300 mil quilômetros por segundo: redu· zir essa dist.ância a quilômetros significa escrever um número que tem 2J zeros. Força poderosa mantém as esbelas s Há quasares maJs próximos. é ceriC. O 3C 213 está a apenas 3 bilhões de anos-luz. o que ainda é muito. mas muito longe. Assim distantes.~ natural que os astrónomos nem consigam d1· zer. com exatidão. o que são eles. Seu próprio nome já é vago: fonte de rádio quase-este lar. do inglês quasi-srtflar radio source, de onde vem o acrõnimo quasar. Como nem todos se revelarom fontes de rádio tlío poderosas. foram chamados objetos quase estelnres (OSO). Alguma c:oisn. em todo caso. podemos saber n respeito. Estão em ga· láxias gigantescas. com dií1mctro em tor- no de 500 mil anos-luz (a Via Láctea. a galâxia onde estão o Sol e seus plnnetns. tem 100 mil anos-luz de diâmetro). Eles fazem pane de galáxias ativas. relativamente jovens. Mas isso só po· demos perceber quando o próprio qua· sar envelhece. pois quando jovem ele brilha tão intensamente que ofusca to· das as estrelas da galáxia. Sendo assim. é até possível que nem existam mais quasares atualmente. Se o nosso conhe· 74 aJMII lm~m radlotMsc6pl" dfl um quasar (o poquttno cfrculo colorido no centro) tt sua galbla No "nro Inferior dlrtl/10 .,.,_o primeiro quaur descoberto pttlo homem, o 3C 273, • 3 bllh6ea de anos-luz. No canto supttrlor nquerdo, outro quaur, nlo ldentlffcado, e pttlo mttna!l 15 bllh6u de sno!l-luz ,--_,~/ / Esta 6 sllnha dfl radlaçio de uma galbla comum. Ela é qusse Igualao longo de toda 11 supttrlicltt do corpo cido PKS 200).330 tivesse dci.!(ado de brilhar há 15 bilhões de anos. sua ener- gia ainda estaria chegando à Terra. Essa é mais ou menos a época em que os cien- tistas supõem que ocorreu o Big Bung. dando origem ao Universo. Daí a idéia de que os quasares são corpos celestes dos mais antigos que conhecemos. Também não hã dúvida de que uma força muito poderosa faz com que as estrelas dessa galáxia se manu:nhnm concentradas em torno do seu núcleo, como um rebanho de ovelhas compor· tndas. Há :~proximadnmeote uns qua· tro anos a maioria dos cientistas que se dedicam ao estudo dos quasares chegou a um acordo: esse vigia do rebanho só pode ser um buraco ne- gro - outro enigma fantástico que desafia a imaginação (veja quadró). Este 6 o gráfico das ond,. de rádio de uma g•t•xts com quaur: elss partem de um ponto único Se fosse posslvel olhar o quasar bem de perto. veríamos que do seu nú· c:leo extruordinariamente luminoso saltam longas fontes de gás. que bri· lham int.ensamente em tons verme· lho-azulados e chegam a atingir o comprimento de 80 milhões de anos- luz - ou 800 vezes maior que toda a Via Láctea. A principal característica dos quasa- res parece ser essa: a brilhnnte, inco- mum luminosidade do seu centro. Ain· da assim. mesmo observado pelo mais potente tele~cópio ótico. um quasar fa· talmente J>e confundirá com uma estre· la comum. Suas caracterfsticns só c:o- mec;am a ser reveladas quando passam pelos radiotelesc:ópios. Os maiores te- lescópios óticos têm lentes de 3 metros de diâmetro: os mais modernos. com- • ., A radiação parte dos faros de glls que avan,_.m at6 180 mllh6es de anos·luz havia seis linhas amplas que. no entan- to. não se ajustavam a nenhum dos 92 elementos que aparecem na nature-ta. Manrten pensou, entiio: e se as linhas espectrais não estivessc.m no lugar cer- to, por estarem submetidas ao efeito Doppler - os deslocamentos para o ' 'ennelho ou o azul? No deslocamento paro~ o vermelho. a luz do corpo celeste se toma mais vennelba do que é na realidade, devido à velocidade de seu movimento no espaço: e. no desloca· mento para o azul. ela se toma mais azul. ~ o mesmo que acontece com o som de uma ambulância que passa na rua em disparada: quando ela se apro- xima de nós. a sirene fica ma1s aguda: quando ela se afasta, fica mais grave . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ... • af Ele se afasta quase à ve locidade da luz O deslocamento para o azul equivale L------------' - à subida do som e indica que o corpo ce· Vtstoatntv6sdo telesc6plo teste está se aproximando da Terra;o 61/co (ao lado), o quaSllr deslocamento para o vermelho indica nlfo se diferencia de outros que ele se afasta. Quase sempre a luz das corpos cttlestes. A obUrvliÇio polo l8dlotelesc6plo ofttr- estrelas apresenta deslocamento para o alrrllJ9~ acima. Quanto mais vennelho. pois o Universo se expande torta • radlliÇilo, mais pennanentemente e os corpos se distan· Juntss flclun as linhas. As ciam uns dos out.ros. Nas estrelas CO· du88 /msgens superpost.s muns. o deslocamento para o vennelho L-------------------J permitem ldent/1/caro quanr é de 0.1 por cento - ou seja, sun luz fica Esta Imagem ldttntlflca o desvio para o VIHmlllho do quaur 3C 273 binando mais de uma lente. conse· guem chegar até os 50 metros. Já a on· tena do radiotelesc:ópio de Jodrell Bank. na Inglaterra. alcança 76 me· lCOS. Palpite levou à descoberta do primeiro quasar Mns há outra vnntagcm: ~ possl· vel combinar vários radiotelcscopios. mesmo que estejam localizados em di· versos paises ou continentes. c obter imagens que equivalem. por ~ua nit i· dez e precisão. à C'.apacidade de resolu- ção de um tele~cópio ótico que tivesse uma lente de 12 mil Quilômetros. Não é exagero dizer que com os melhores radioteleseópios hoje existentes é pos· shel "enxergar" a mão de uma pessoa sobre a superficie da Lua. Que ta1s supenelesc:ópios são neces- sários quando se estudam os quasares ficou claro na noite de 5 de revereiro de 1963: o astrônomo holandês Maar· ten Schm1dt. trabalhando no Instituto de Tecnologia da Califórma {Caltech), nos Estados Unidos. dec1diu seguir uma súbitn inspiração. Ele havia ob· servado as linhas espectrais encontra- das no lul proveniente de uma fonte de radi:ac;úo. no constelac;5o de Vir· gcm. denominada JC 273. que ~ignifi· ca: insc:nç.uo número 273 no Terceiro Catálogo de Fontes de Rádio da Uni- versidade de Cambridge. Essas linha~ espectrais revelam os materiais que compõem o corpo celes- te observado - e no caso do 3C 273 O. I por cento mais vcnnclha. Maarten mediu o deslocamento do 3C 273 e não conseguiu evitar um comentário assusta· do à mulher. quando voltou para easn: •·Hoje me aconteceu algo ancriver·. Incrível mesmo. O deslocamento pa- ra o vennelho que ele medira era de 15.8 por cento. Significa que aquele corpo celeste se afastava da Terra à ve- locidade de 47 000 quilômetros por se· gundo. Só para ter uma idéia: a Terra gira ao redor do Sol à ' ·elocidade de 30 quilômetros por segundo. Desde que o astrônomo americano Edwin Hubble (1889·1953) fixou o deslocamento para o vermelho como medida da velocida· de de afastamento de um corpo celes- te. ficou c:laro também que essa \'Cioci· dade aumenta quanto mais longe da Terra esteja o referido corpo. Atualmente. deslocamentos para o vennelho de 15.8 por cento nfio espan· tam mais ninguém. Co•·rcspondcm a uma distilncia de apenas 3 bilhões de anos-luz. que é onde se encontram os quasares mais próximo~. O PKS 2000-330 que estamos conhecendo tem 350 por cento de deslocamento para o vemu:lho: significa que ele se afasta de nós à velocidade de 276 000 quilômetros por segundo-92 por een1o da velocida- SUJID75 Podem explicor a origem do Universo de da luz- e que está a algo em tomo de 15 bilhões de anos-luz de distância. Depois da descoberta de Maarten Schmidt, os quasares ganharam o seu nome esquisito e entraram para o rol das preocupações dos astrofisicos. AI· gumas descobertas roram feitas: eles estão muito longe, viajam a velocida· des altíssimas e são muito antigos. Analisando a radiação de um quasar no campo das ondas de rádio, cujo compri· mento vai dos centímetros aos quilôme· tros. verifica-se que ela provém de uma 76 SUPU • fome em fonna de ponto. As galáxias comuns são fontes de rádio dilatadas, pois irradiam em toda a sua extensão. embora a intensidade vã aumentando aos poucos de fora para dentro. A radiação do quasar é tão forte quanto a da galáxia, mas está concen· trada num único ponto de origem. Du- rante algum tempo imaginou-se que estrelas gigantescas girassem no núcleo cem ral dos quasares, a velocidades al- tíssimas- e com isso criando as fortes ondas de rádío que eles emitem. Cál· culos precisos mostraram que tais es· trelas não podem existir: ou seriam pe· quenas demais, ou girariam a tamanha velocidade que fatalmente seriam des· rruídas. Pensou-se também no encon- tro de grandes quantidades de matéria e antimatéria. capaz de provocar radia· ção tão forte. Mas esse caminho tam- , f I t · Um palpite de Maarten • Schmldt (acima) levou il • descoberta do primeiro quasar. Apenas vários radlolelescóplos (ao lado) conJugados, como no dest~nho do alto, podem Identificar ~ detalhes a dlstl nclas ~ medidas em bilhões de anos·luz Deles nem a luZ' consegue escap•r Os buracos negros são uma en· genhosa criação teórica que expli- ca muit<l coisa no Universo. mas nada provou. até agora. que eles existam de fato. Ninguém viu um buraco negro. pois eles têm carac- terísticas multo peculiures. Uma nave. para sair de um planeta, ou de um corpo celeste qualquer. de- ve ter uma velocidade suficiente para escapar à força de gravidade desse corpo. Os foguetes que le· vam satélites para a órbita da Terra devem subir a li quilôme- tros por segundo. Para sair da Cua são necessários 2 quilômetros por segundo. Já para sair do Sol seriam necessários 600 quilômetros por segundo. Agora imaginemos um corpo ce- leste que. fosse tão denso, com ma- téria tão concentrada. que exigi~se mais de 300 00!) quilômetros por segundo. Nesse caso nad(\ poderia escapar dele, nem a luz. que viaja a essa velocidade - a maior que pode ser atingida. segundo as leis da Fisíca. Os buracos negros ,são assim. Não podemos vê-l9s. por· que eles não peonitem que a luz saia e chegue até nós. Segundo a Teoria da Rela!lvida- de Geral, de Albert Einstein (SU- PERINTERESSANTE n.• 2). a força gravitacional da matéria re- tarda a passagem do tempo. Quem olhasse um corpo muito denso a distãncia veria que o tempo ali corre devagar. O efeito dessa di· minuição da velocidade do tempo será aumentar o comprimento da onda da luz emitida por esse cor· po. Se a densidade do corpo ao· mentar além de um certo limite, o tempo pára, o comprimento da on· da de luz torna-se infinito- o que significa que ela deixa de existir e a luz se apaga. Só a possante gravidade denuncia sua presença É provável que os buracos ne· gros se fonnem com a morte das estrelas maciças. As camadas exte· riores da estrela explodem. dando origem a uma ~upemova ; e as ca- madas interiores implodem - e da implosão surgiria o bur.aco negro. Outros podem ter aparecido já na formação do Universo, quando densidades extremas marcaram a exP.Iosão do Big Bang. E o poS!;ante campo de grnvida- de dos buracos negros que oferece a única possibilidade de detectar sua presença. No céu existem mui- tas estrelas duplas, que giram uma em torno do outra. muito próxi- mas. Descrevem uma espécie de círculo centrado num ponto situa- do entre elas. Se uma dessas estre- las fosse um buraco negro, só seria vista sua companheira, descreven- do um cfrculo aparentemente sozi- nha- mas a influência gravl tacio- nal da outra se faria sentir. Alguns casos desse tipo são conhecidos. Outra hipótese para explicar a origem dos buracos negros são os quasares, potentes emissores de radiação. A origem dessa radiação concentra-se num ponto minúscu- lo, no centro da galáxia. Parece paradoxa I invocar a presença de um buraco negro para explicar um corpo que irradia tanto. É possí- vel, pois o buraco negro atrai e devora tudo que está por perto: nuvens interestelares, planetas. es- trelas. Graças à sua poderosa atra· ~ão, es.~es corpos caem nele a uma velocidade prodigiosa - e nesse instante se aquecem e brilham in- tensamente. até atrave.ssarem uma linha imaginária chamada horizon- te db aromecimento. O que passar dessa linha não volta, nem mesmo a luz. bém nãoé o correto. Por que haveria tanta antimatéria nos quasares se não se encontra quase nada dela em ne- nhum outro ponto do Universo? Galáxias comuns são planas; os quasares, pontudos A verdade é que é difícil imaginar como pode ser liberada tanta energia num ponto relativamente pequeno, de forma que o fenômeno possa ser regis· trado por nossos aparelhos. aqui na Terra, a uma distância descomunal co- mo os 15 bilhões de anos-luz. As ima- gens obtidas através dos sinais de rádio mostram que as galáxias comuns têm , na parte externa, braços de espiral re- lativamente planos, e no centro uma parte mais larga, em forma de disco. Nos quasares, falta esse disco: a ponta de irradiação parece saltar diretamente de uma esfera. A explicação mais plau· sivel para sua intensa luminosidade é a concentração de grande número de es- trela,s na parte centra[, apertadas como sardmhas em lata. E claro que essa ccmparação é forçada - ainda quando muito pró>:imas. as estrelas estão a considerável distância umas das ou- rras. Outra hipótese, mais recente, é que os quasares e sua extraordinária capacidade de radiação seriam fruto do choque ou encontro de duas ou mais ga- láxias. lsso p.rovocaria o desvio das órbi- tas das estrelas e dos movimentos das nuvens de gás interestelar, e tudo seria então engolido pelo buraco negro. Como se vê, há muito ainda quepes- quisar e descobrir sobre esses fantásticos corpos celestes. Em janeiro passado. uma centena de cientistas reuniu-se em Tucson. Arizona, EUA, o.um congresso internacional destinado exclusivamente a discutir os quasares e as inúmeras teo- rias construfdas em t.orno deles. As con- clusões começarão a ser conhecidas nos próximos meses. Esses cientistas estão certos de que estão nos quasares as pis· tas mais promissoras para confirmar (ou retificar) a teoria do Big Bang (SUPER- INTERESSANTE número 2) e par<~ que cheguemos. enfim, à compreensão da origem do Universo. • Almyr Gajardoni! Joseph Scheppach Para saber mais Um poUCII fN15 de BZlll, HJI»tt ~ Ed- IOnl Matltn5 Fontes. 1986, Slo P•ulo De Tem1 •• g.làxiH, Rollaldo Rogério de Ftllitt1s Mourlo. Edilota Voz-.s. 1984 Burocot Mgroa: un/tiSt$0$ em col•plo, Ro- naldc Rog6tlo de Freitas MoutiJo. Editota Vo- zes, 1981 SUPU n oi a maior crup<;ilo du Vcsü- vio de tiUC ~c 1cm nollcia. Na mnnhà de 24 de :t.gosw do uno 79. uma chuvn de cin- zas c pi:dr:ts que '>llla da cra1era do vulcão ap•mhou de \urprcsn os mo· radores das ctdndc~ de Pompéta. Herculano c Slabta. Localizada~ no golfo de ápolc:s. no Sul da hália. as lrés foram lOlalmcmc: solc:rrada\. PomP,:ia. a 23 qu1lôme1ros de :ipo· les. com umu população esumada cn1rc 10 c 15 mil habi lanlcs. era a maior dela!.. Dim. anlC\ da caláqro- fc. os pompciano' ouviram ruídos que vinht1m do ~olo c para os t1unis não cncomravam explicação. Provavclmemc. n julgar pela au- so!ncia de precauções. eles nem se- quer ~~pcuavnm de que a monla· nha onde planwvam vinhas nbrigava um pcngo>o \Uiciio. A<. pcdrns. cha· madas lapih (do itnliano fapilli. pc· drinhas). que a cratera expelia. ai· canc;avam quilômclros de ahura c algumas linham cspcs.sura slc 8 me· 1ros. Normahncnlc. o~ lapili sào do tamanho de umu nvcm. Quem con- $Cguiu sobreviver bs pcdntdll> Hcu· bou morrendo por asfixia: o Vcsü- vio solwvu um gós :lltamcnlc tóxico c lclal. No dia 27. as cidades esw- vam sepulladas debaixo das cinzas c pedras. 0!. sob r.:' ivcmcs que rclor- namm c:rn buscu de: \CU~ pertence~ não encontraram mo1s nada. Algun~ •éculo~ mais !arde. nem era po"'ível precisar o local cxaw ao su"a HISTORIA Há quase 2 mil anos, uma erupção vulcânica soterrou Pompéia. Suas ruínas permitem conhecer o dia-a-dia de uma cidade romana - como se ela continuasse existindo para sempre Porcsusade esculturss como ests, lmsglnou·so quo os hebltenres ds Pomptfle 1/nhom sito nfvel culturlll onde se ergueram. Só no século XVI é que fmam desc(lbcrlOs vc,tfgios dn~ ruínn~ de Pompéia. quundo o ar- lfUilclU ilaliano Domenico Fnnllllla temou abnr um 1úncl sob 11 momc La Ci\•ila; ele prelcndia con\lruir um cnnnl que IC\1l~sc a água do no Sar· no para a Cidade vizinha de lorre Annunz1a1a. Pa'iSaram-~c m:us do" sc:culos ale que ·" pcsqu1:.o~' n.t ;~reil comcça..cm Em 1731<. por ordem do re1 C01rlo\ 111 de E\p<~nha - cu- JOS dommio~ mcluíam N:iiJOic' • '' ·cngcnhc1ro Rocco Giacchino de J\ 1- cublcrre iniciou esc<~vaçõcs \iMcm:'all· c:l\ onde anlc' 'c erguer<~ llcrculano. a 8 qu1lômelro. de Nápolc\ De1 anos depms. passaram '' .;..c;t· var em muro local. que st> em 1763. por me10 de uma mscnção. fo1 tdenll· ficado ..:orno Pompéla. 0\ arqueólo- go' conlrntadu, por Alcuhicrrc en- contraram l:.unbem o pnmciro cadti· \'e r c tfUilnlo ma1s J\llnç-a' .tm no lra- halho oulrtl!> uparcciam. Todo~ tran'- formados em ~'SIUl uas de ped rru.. Süo famoso~ as de umu miic que amnmcn- wva o filho. a de um cito pruso u C\lr- rcrHC> (: as de trê~ joven~ mulhcrc~ surpreendidas nn fuga da Viln dos Mislérios. como ~c chamava o lcmplo onde se celebravam o' cullO\ ao deu' Dioní~o. A p<lsiç;iu em c1ue foram cn- colllmdos o~ corpos indic;~ a luHI ((Ul' lr:l\:tr.lm parn ..c livrar da morte. E~sc:~ llChlldo~ cau~rnrn gmnde 1111- paclo - c mio era para menu~. Pclil pnme1rn vez ' 'mha a publico a 1ma· Nocentrods cldsde, o fórum, /1 esquerdo, o o beslllcs, 11 dlre/le. AbDIKO, /1 esquerds, o srcods via Cslfguls e. 11 dlrel ts, s tlntun~rls e o fomo ds psdsrl• • gem concreta de uma cidade romana que não sofrera as mudanças que o tempo e as gerações teriam nela pro· duzido. A p.rincípio e por um bom tempo pensou-se que seus habitantes tinham alto nível cultural e artlstico devido às esculturas de bronze e már· more e aos objetos de prata e vidro ali encontrados. Mas no decorrer das investigações 6cou provado, ao con- tr".uio, que os cidndãos de Pompéiu eram provincianos encerrados nos muros da pequena cidade. de onde só saiam para razer negócios. Uma inscrição na casa de Vedio Si- rico. um rico comerciante local. dizia: "Salve o lucro''. Para a aristocracia romana - o patriciado - lucro signi· ficava aumento de patrimônio - uma verdadeira obsessão na época. Os ha· bitaotes de Pompéia eram uma mistu· ra de sanitas - povo itálico que ocu- pou a região no século V a.C. -. ve- teranos das regiões romanas - isto é. soldados que recebiam lotes de terra como recompensa - e ricos uriSlO· cratas· interessados em especulação imobiliária e em construir casas de veraneio. As cidades e vilas da região da Campânia. Pompéin entre elas, POMPÉIA VIVIA BASICAMENTE DO COMÉRCIO DE AZEITE E VINHO eram inicialmente aliadas de Roma, mas no século L a.C. rebelaram-se porque queriam ter representação po- lhica junto ao Império romano. Der· rotadas. foram transformadas em co· 16nias e o latim passou a ser a língua oficial em substituição ao asco. idio- ma falado at..é emão em Pompéia. As pesquisas arqueológicas revela- ram que. a sociedade pompeiana, co· mo qualquer outra do Império roma· no, apresemava grandes contrastes e diferenças de classe: os escravos c plebeus traba lhavam para os patdcios e o sonho dos cativos. quando conse· guiam a liberd.àde, era ganhar dinhei- ro suficiente para comprar seu pró· prio escravo. Pompéia vivia basica- mente do comércio de azeite e do vi· nho que produzia. Sua localizaçéio es- tratégica, entre o mar e a foz do rio Samo. facilitava a exportaçáo desses produtos para cidades do Mediterrâ- neo. No século Il a.C . • o comércio ganhou impulso e isso se refletiu de imediato nas construções, que au- mentaram em número e em luxo. As escavações mostraram também que os moradores de Pompéiu vene· ravam os deuses oficiais romanos, tanto que havia templos em homena- gem a Apolo. Júpiter e Vênus, a quem oferrovam orações e bens. Em troca. eles aqeditaVllm receber paz de espírito. As drvmdades cabia a responsabilidade de dingir a vida das pessoas e cuidar paraque os costu- mes não se tomassem demasiada· mente devassos. A idéia mui to co· mum de que Pompéia era o paraiso do ócio e das bacanais do l mpério é hoje contestada. Ela nasceu da descoberta de dese- nhos obscenos. slmbolos fáticos e ce- nas eróticas pintados nas paredes de bordéis, que aguc;;ar.ám a imaginação dos escritores. A partir dai, eles constwiram toda uma história na qual os habitantes de Pompéia upa· recem como pessoas dissolutas. Na E/e vira as quatro rodas. Hondo Preluda um carro superinteresson· te que também viro os rodos de trás: es· tobllidode nos curvas, m01ez<;J nos mono- bras. Um carro poro barbeiro' nenhum bo- tordefelta verdade. bordéis também rit.eram parte de sociedades conservadoras e Pompéia nada mais foi que uma ci· dade representativa da sociedade ro- mana da Antiguidade. Seja como for. as paredes dos bordéis são uma das atrações que levam mais de I milhão de turistas <tnualmente às rui· nas da cidade. A outra grande mra· ção fica por conta das casas. em sun maioria luxuosas e espa§Osas. todas com um jardim no meio. Por meio delas. pode-se reconstruir a tlpicu cu· sa romana da classe média abastada ou rica. No romance Smvricon, o escntor • romano Pctrõnio. que morreu no ano 66. retrata bem os usos e costu· mes característicos dos novos- ricos que moravam em Pompéia poucos anos antes da erupção do Vesúvio. Estudiosos modernos concordam. "Ali. fortunas se faziam da noite pa· ra o dia e da mesma forma oconte· ciam as falências. Isso talvez expli· que por que os pompcianos tinham como doutrina ''iver intensamente o momento presente" , afirma o ar- queólogo Norberto Luiz Guaraniello. 29 anos. professor da Universidade INSCRIÇÕES COBRIAM OS MUROS DA CIDADE de Sito p,,ulo. que realizou pesquisas arqueológicas em Pompéia no ano pass.1d0. As descobertas dos pe!!uisadon ~s desvendaram mullos aspecos do o o- tidiano de Pompéia e rec•nst:ituíra m o~ seus derradeiros dias Naque la manhã de 2-1 de agosto de-~. as pa· dilrias. por exemplo. estavam em plenn atividade. Moinhos. máquinas de misturnr farinha. fornos e até pãe$ carbonizados testemunham isso. A cidade. que mal tinha se recupera· do da dcstruiçAo cau~ada por um ter- remoto dezesse te anos antes. possuía também numerosas oficinas de rerrei· ros. o que provA · o grande domínio de técnicas de artesanato. As ofici· nus dO$ escultores. joalheiros. as lo· jas que vendiam alimentos, o merca- Ele está em J A NAS BANCAS do. as fábricas de lã mpadas n óleo ilustram outros aspectos da vida dos cidadãos locais. Também foi possível saber que uma das termas da cidade ficava aberta à noite e era iluminada por cerca de mil lâmpadas n óleo. Tanto para homens quanto para mu- lheres. as termas funcionavam como uma espécie de clube onde as pes- soas se encontravam. Outra descoberta importante dos arqueólogos foram os graritos que se espalhavam por toda a cidade - de dar água na boca aos melhores grafi· teiros da.s metrópoles do século XX. Havia inscrições para 1odos os gos· tos: desde os que anunciavam a tro- ca de um amante por outro até cita· ções. nem sempre exatas porque es- critas de memória. de poetas como Virgílio. Além disso. nos muros das casas. ediflcios públicos e até nas se- pulturas gravavam-se anúncios de combates de gladiadores c muita propaganda eleitoral. Todos os anos a população e legiu os duúnviros - as duus autoridades mais importantes da cidade. equivalentes aos cônsules romanos - c dois cdis - espécie de vereadores que cuidavam da inspc- Rodas. PL(NIO O JOVEM DESCREVEU A TRAGEDIA EM DUAS CARTAS ção e conservação dos edifieios públicos. Por isso. um oom número de pes· soas trabalhava à noue fazendo pro- paganda de candidatos. "Eles traba- lhavam em grupos". afirma o profes· sor Guaraniello. "Um segurava a es· cada, outro a lanterna, um tcreelro escrevia frases e hnvia os que depois das eleições limpavam os muros", ex- plica ele. Mas. além de bons grafi tei· ros. ao que parece os pompeianos eram também bons de briga. Pe- lo menos é o que se deduz de u 111 episódio narrado pelo historiador romano Cornélio Tácito (56-120). Uma luta ent re gladiadores de Pompéia e da ci- dade próxima de Nocera. no ano 59. acabou em tu· multo generalizado das duas torcidas. Cu • " - Aome e - o ,30 Entre monos e feridos , as b:lixas foram maiores do lado dos nocera· nos. Por isso. o anfiteatro de Pom· péia. palco das lu· tas. ficou fechado por um bom tem- po. A cidade unha ainda dois teatros: um com capacida· de para 5 mil pes- soas. onde se re- Pompll11, Herculano o St11bla, no Sul da Itália presentavam comédias, c outro me· no r. o odeon, que abrigava I 500 pes.~oas, onde aconteciam os espetá· culos musicais. No que er11 conside- rado o centro pulsnntc do eidndc, fi· cavam o fórum. os ediffcios públícos. o mercado, o banheiro público c os templos, além de urna grande lavan· deria e tinturaria. Comandada por uma mulher. coisa raro na época. de nome Eumachia. supõe-se que ali era tingida toda o lã de carneiro que a cidade produzia. 84 SUHR Com base nas reconstituições que as pesquisas arqueológicas proporcio· naram, o cinema produziu a partir da década de 20 muitos filmes épicos que retrataram com fidelidade os usos e costumes da história romana da época c a tragédia que soterrou Pompéia. Os tíltimos dias de Pompéia é um filme que jâ teve quatro ver· sõcs: a primeira em 1926 e a última em 1983. esta uma minissérie para a televisão. Se. de um lado. as produ· çóes cinematográficas eram grandio· sas. de outro a vasta literatura deixa a desejar. Assim, o documento consi· deradO de maior ViliOr hiStÓriCO roi escrito por Phmo. o Jovem. 25 anos depois da 1 ragédia Em duas cano!> que env1ou ao his- toriador Tácno. Plin1o descreve a morte de seu uo. Plfmo. o Velho Ambos se encontravam na c1dade de Miseno. numa das pontas da baia de Nãpoles. quase em rrente a Pom~ia. quando virnm a t:rupção. Pllmo. o Velho. que além de comandar a rrota romana foi autor de uma cncic:lo~ dica llist6rio No111ro/, rcsol\·cu ver de perto o que :~contccia e ncabou mor· rendo na praia de Stabin. ;1sfixiado por gases tóxicos. As carta~ sito con· sideradas urna reportogem fiel do que se passou em Pompéia naqueles dias. Depois dn erupçno de 79. o Vesúvio irrompeu ainda nadn menos que trin· tn vezes - o episódio mnis recente ocorreu em 1944. Mas nunca com a violência que sepultou Pompéia. • Para saber mais Hf•r6rt. de Rom~~, M ~.ti. Ed.tola Gua· ,_,._R.,~J~tM;ro 19113 -----,---~---------------------------------------- "'' · . " . . 'I! . . . - • I p "';' ,:.~ ·· .'il:u_..~ ... : ...... . "I .. , - • - •• '! : , -· ••:· : ~ , .. :::;:Sj:i,. :1:....: - : -J.# - J ·} Q .. - ., - ... • ... • • 1111 ·--··~~· ... - li .... ... Cruzamento Utn trem sai às 13 horas da estação A ell) direçãe à estação B a uma velocidade de 50 quilômetros por hora. Outm trem sai às 16lloras·da estação Bem direção à esta~ão A a uma velociâade de·25 quilómetros por.hora. A que horas eles vão se encontrar, sabendo que en.t.re AeBexistem~ quilôme.tros? Luvas e • me1as Numa gave.ta há lO pares de meias 15rancas e lO pares tle meias pretas. Em outra gaveta b·á 10 pares de luvas brancas e lO pares de luvas pretas. Quantas peças, no mínimo, e necessário. tirar de cada gaveta, sem olhar, para se obter um par de meias e um par de' luvas da mes!n.a coi'? 86 SUPER CUBIGRAMA Por Liliana lacocca A; Símbolo qui- mico do tãntalo - Famoso líder revoJ uciooário chinê·S -- Uma "estrela~ ' nos EUA - ·Iniciais do cantor .. . A:ssumpi;ão. 8 : }\grupamento de pessoas mal- afamadas - Gresce deQtto da terra. e: Ciência de aplicação da Mecânica celeste a várias atividàdes,' principalmente à Astropáutíca e à Geofísica (Astron.). D: O parceiro do cantor Guarabira - A po~ção distai do intestino delgado - Corda com que uma embarca· ~áo reboo<\ ot•tra - l niciais deAlig!lieri. E: .. . Ch.ai Cbih, es- critor chinês, compilador de contos fantásticos - Nome dos ovos dos piolho~ que agarrâm na ba)ie dos pêlos (pl.). F: Pa- trão - Scrisuàl, camal. G: Jo· go carteado, semelhante ao pi- fe-pafe - Planta euwpéia, o me.~mo que b<lcarija. 1: Quem rende culto d iyi no a um homem (pl.) Sigla do Amapá. 0: Ca,- da um.a das grandes artérias que. da aorta, levam o san· g11e à eabeSca - Cada um dos 150 poemas lírícos do Anti,g9 Tesramenio. UI: Ál- cool - Iniciais da atriz .. . 'T'emple - Àgrupameoto de átomos com falta ou excesso de <:arga elétrica negativa. IV: Escapada. fugida - La- rnent!l&iio , choraaeira. _V: GrandQ lago salgado da Asia - Serra do Estado de· Minas Gerais. 'VI: Nota musical - Que rem dupla guarnis-ao cromossômica nos núcleos ce- lulares (Biol. ) - fniciais do inventor da dinamite. VO: Lima ' 'ilha" oa Fninça Despida -- Camareiro ·símbolo químiCQ do tórie. 1: IniciaiS> do vérdadeirQ nome d·e George Sand - Rei fabu- loso da M~u ritãnia, fil ho de Júpiter - NP!llC de ho- mem. 2: ~ais imaginário do r<r maoce Vit1ge11S de 6ulliver, no qual os habitantés tinham ape- nas 6 polegadas de altura - Deter. reter. 3: Prefixo = ore- lha - Falta de harmonia. 4: Nome do presidente dos EUA - Com l'iSCli$, me.<claiJa~. 5: Aparelho que os navios ocea- nográficas arrástam na fundo do mar para obter amostras de material geQiógioo oo biológico (~.ceao. ) - 99 ern algarismos romanos - Q pronome da mu· lher. 6: Esfrangeif.a que perde a nacionalidade- de origem e passa 11 .desfrutar os. à ireitos que desfrutam os.. cidudãos de um país. 7: Ausência cong.ênita de cabeç<l- Aver5;i9, nojo. Seqüência A B c D E F G 1 3 8 48 112 256- 2 5 12 64 144 . 3 7 16 80 4 9 20 5 11 24 1--t---1--......1 Realizando de mo- 6 13 do seqüencial uma I'J1esma opel'ação arit- 7 mé.ti~a com os números d.a coluJla A, formo'U~se a colu- na B. A partir da coluná B, da mesma maneira, formou-se a C, e assim por diante. Descub_ra quais são os números que compõçm a éoluna D. Quem é quem? Ambrósio não usa coleira, anda na mesma direção que Pafúncio, que rem o pêlo igllal aq de Jeremias. Jeremias anda na 111esma direçãq que Anacleto, que tem o pêlo igual ao de Felisberto. Descubra qual é cada um dos cachorros. Formas e somas iguais Divida a figura em' oito partes igyais n9 formato e na dimensão, de maileiia que os algarismos .contidos em cada .parte somem sempre o mesmo total. 3 2 1 2 4 4 3 1 2 3 6 1 2 4 2· 4 3- 4 1 4 SUPER 87 Serviço ao Assinante Você tem alguma dúvida sobre sua assinatura? Utilize estes telefones: SER VIÇO DE ATENDIMENTO >4:0 ASSII'/ANT.E SÃO PAULO Dàs 3:00 às 18:00 (inínu:m:spt.o) Fone: (OH)823·9222 RIO .0~ JANttRO Das $:00 ás: 18:00 (ininterrupto) Fone:: (021) :19S--S)44 JU:OFE D~s 8:30!s 11:30~da.1 ).a:OOà~ 18:00 Fon~~ (081) 2~5 SAl. V AI)GA. Das8:00âs l l:OOeda.s t.i:OOãs 18:00 Fone: (071)241-1022: BELO IJORizO,WE Oàtjl:l<l "'12:00• áa.<) 3:30 à> 18:00 f 4?ne l031),_l1S·22$S POMTO ALEGRJ; Das S.: lO& 12:99~ dii.SI4:00ti 18:JO Fone: (0512) 33!9034 (;URITI8A [)a) 8;30 b 1'2:00 e d::l.s 1.&.:00 ás UI:~O 'Fone: (041) Ul·lD13 BRASiLIA D3S 8:10 às 12-:00·e dou· J3~30As 18.:00 Fone: (061).22~96) FJ:ORIANÓPOLIS 0.\\ 8:006> 12-:00 c da$ lõi:OOt s 18.:00 fone: (<>182) .,..1980 GOIÂNIA Oas9:00iu ll:OOedas l4:00â' 17:00 fone: (062)261-3311 Jato cósmico Bancos brancos. Jolm Gnbbm. Fron· cisco All't!S Eduora. Rto de Jonttro. 1985 Há cerca de meio século. os as- trônomos soube- ram pela primeira vez com segurança que as estrela~ da Via Láctea são apenas uma parte do vasto cenário cósmico. E que existem inúmeras • outras galáxias de rormns c tnmunhos variados . . cada umn Ulo cspetnculnr c importante pnra seus eventuais habi· tantes como u Via Lnctca é puna nós. Agora os astrônomos especulam sobre os buracos brQIICQs (a própria origem do Universo). algo como o contrário dos buracos negros. objetos que pos· suem uma influência gra~itacional tão Corte que nem mesmo a luz consegue escapar dela. Assim como a matéria pode "sumir" num buraco negro. ela também poderia ser despejada no Un1verso auavés de um jato cósmico de um buraoo semelhante. John Gribbin. doutor em Astrofi· stca pela Universidade de Cambrid- ge ( Inglaterra). é um dos melhores cicerones para nos guiar nessas es· peculações. Trabalhando atualmente nu Universidade de Sussex, ele es· crcvc regularmente para o , semaná· rio inglês New Sciemist. As vezes c~ustico. mas sempre bein·humora· do. Gribbin argum~nta que o pro· blemn com o Universo é explicar de Tudo começou com um caldo O que é a vida?, A . Oparm, Edtto· ria/ Estampa. Lisboa. 1977 Neste ~culo. ninguém causou tanto polemica com uma teonn l>Obre a ongem da vida qu:lntO o bioqulm1co sovié· tico Aleksandr lvanovich Oparin (1894-1980) Nn pnmaveru de 1922, durante um encontro da So· ciedade Sovi~tica de Bot!lmca. pro· cur<~ndo integrar os rundamentos da Química com o teoria do evolu· ção de Darwin. Oparin declarou que os compostos orgânicos já exis· riam na Terra antes do apnrccimen· to da vida e que estu surgiu exata· mente dessa espécie de caldo orgll· nico -e não o contr(iri<>. como S4.! supunha. No seu livro. Opnrin explica que as substâncias orgânicas são a parte essencial e indispcn~ável da vida. "A$ mais simples são os hi· 88 SUPIR drocarbonetos (compostos de car· bono e hidrogênio)'·. escreve. " Podemos considerar os bidrocar· bonetos como ponto de partida da cadeia de uaosformaçóe$ que, a partir dos compostos de carbono. chega ao aparecimento da vida ... A contribuição exemplar de Opa· rin roi a de retomar o enfoque materialista da questão de como a v1du apareceu. Ele concebeu a evolução como um processo único onde campos· tos inorgânicos geram compostos orgânicos. e estes. formas de vida. primeiro primitivas e. depoi.s, com o passar dos milênios. cada vez mais complexas. As reações contra essa teoria foram imensas. até por· que a química orgânica necessária para apoiá-la só viria a ser sufi· cientemente desenvolvida bem muis tarde. Base das modernas teorias sobre a origem da vida, es- te livro de pouco mais de LOO pági· na~ é um clássico que não deve faltar numa boa biblioteca de di- vulgação científica. A.C. onde vêm ns galúxtns. não para on· de estão mdo. "Não temos e'idên· cins dneta~ e inequ1vocas da eXJstén· cia dos buracos negros". diz ele. "Mas sabemos com ceneza que. se nossas 1déias cosmológ~cas estão cor- retas. então e:uste pelo menos um buraco branco. e estornos v1vendo na sua consequêncw - o próprio Big Bang (n explosão in1c1al que te· ria originado o Universo) ... Pela complexidade do <bsunto. é bom ler o livro com calma. bem dcvognr. Vale a paciência. • Anthony de Chrl•to Cheiros da nova era Saberes e odore~ • o olfoto e o lmagi· nário socinl nos séculos dezoito e de· zenovc, Alain CoriJill, Companhia tias L~:tras, St10 Ptwlo, 1987 De todos os st:n· ridos. o olfa to é o que historicamente menos atenção re· cebeu da ciênc1n Mas. por se trotar de um ~ntido es· sencial à lo0brev1· vência. va1 orientar os franceses. du- - rante os séculos XVlll e XIX. nn rmplantaçtlo dos mais pnmáno<> principi~ de h1g~ene pessoal e de saneamento pubhco. até então desconhecidos. Alam Corbrn. h1stonador franccs. reconstitui o~ passos dessa d~oberta - na ve rdade uma red~obc:rta. pois os gregos já haviam valori.wdo o~ cheiro~. Ao analisar o que chama de "emanoçõcs nuuseabundus". Corbin mostru como a sociedade encontra a formo de lidor com a induwializac;ão. que fnz inchar ;rs cidades desprovidas de estruturn5 parn remover ou tratar o lixo. A batalha peln desudorizaçúo que se segue !I dcscobcr111 dos odores co- mo indicadores das mazelas sociais é também um dos primeiros episódios da luta entre as classes nascentes. já que o redor é associado aos pobres. enquanto a burguesiase esmera na criação de essêncins que di&rarecm os odores do corpo. A mesma de Corbm. em quem Patrick Suskind teria se mspirado para escrever o best·seller O ptrfll· me. está em retratar o surgimento do novo estilo de vida em lingua- gem ao mesmo tempo erudita e atraente. sem receio de abnr us por· tas de casas. fábricas. alcovas. pri· sões. hospitais e túmulos de seu~ antepassados. • Rachei Régl• De olhos abertos Os astrônomos pré-históricos do Jngá, Francisco C. Pessoa Faria, lbra.va. Silo Paulo, 1987 Este livro é um gesto de nmor. Ao longo de trinta anos. o autor , sempre q ue pôde roubar algum tem· po ao seu 1rabalho profissional , foi pesquisar alguma coisa que ajudasse a decifrar o mistério da itaquatlara Cubigrama Luvas e meias Três pés d~ m eia são suficientes para formar um par da mesma cor. Já com as luvas é necessário tirar pelo menos 21 peças, porque. se tirarmos apenas 20. poderão sair 10 brancas da mão di- reita e 10 pretas da mão direita, não formando. assim. par nenhum. do lngá. que gucr dizer pedra lavra- da do logá E um longo painel ta- lhado na rocha. no 1nterior da Pa- ra1ba. obrn. provavelmente. dos in- dígenas pré-co- lombiano\. Faria. autodidata em Ar· queoastronomra - uma disoplina que estuda a cul· tura :mron6mica dos povos primiti· vos nos objetos e desenho~ que pro· duzm1m -. calcu- la que c~scs desenhos foram feitos entre 4300 c 2150 u.C. Ele sugere que os desenhos do lngtí. uté hoíc não decifrados, se· riam umu representação do céu, e sustenta sua opinião com numerosas rcfcrêncios o obras semelhantes de outros povos primitivos. Dos índios bmsile1ros ele nos conta que já na Quem é quem? 1 - Pafúncto 2 • Anacle to 3 • Felisberto 4 · Jeremias 5 · Ambrósio época do descobrimento sab1am que a Terra se mo"e em tomo do Sol - detalhe tanto mais notá,·el se nos lembrarmos que naquele mc~mo tempo. na Itália. a lnqu1siçlio perse- guia Galileu por tentar difundir essa verdade. Faria está sempre atento o sua condição de amador - não d11n re· gras, não impõe conclusões. apeno' sugere. No fundo. o objetivo do h· vro é apenas tentar abrir os olhos da comunidade acadêmica pura a necessidade de estudar e discuur o~ itaquatiaras e dos governante~ porn a necessidade de defcndê·lns contrn os vândalos que as est11o destruindo . N inguém pense que lhe folt11 compe· tência profissionnl paro isso: quando não está !ls voltas com o amor de sua vida, Faria se ocupn atendendo a uma vasta clientc ln no seu consul· tório de oftalmologista.em São t>nulo. • Almyr OeJ•rdonl Seqüência De cima para baixo: 20 • 28 • 36 . 44. Da soma do I. c 2. números da coluna A resulta o I. dn coluna B. rujo 2." número é o resultado do 2." e 3.• da coluna A, e :bs1m con- secutivamente. I CnRamento As 17h20 Fonnas e somas • • IgUaiS 3 2 1 2 4 4 3 .1 L 2 _a_ 16 1 2 4 ·-:- 4 - 2 4 3 I 4 '- .! "· . , ., , . , . ...... ,_ ,. ,_ -: ::::::::1 •:t•• l 4 11 : • • .....:::: ~==: : t ::=:: : :: "" ~- ~ - .. 90 SUHR :r,. r.:: ........ . ; · ~·· · '' - .., I I I ! I • )I . . . . .. ... , , , . ' ... , . . . . .. . - - -• • • .. . "" . . - . . -. . - . I • • • t • • • • . - • : : t : •• • • "" ' !I I • ' • • • • ' : . . I ,J.. • Él~38NJTUéJ AIJ8f8 ~~Pl seu invento não terá muito ?tu~ Discos voadores Foi r"éalmente superinteressant~ a matéria sobre discos voadores (Sl n.• 1, ano 2). Que continue o sucesso da revista. Ulisses S. Munhoz Curitiba, PR Fa~o votos para que SU.PERJ:NTE- RESSANTE continue trazendo repor- tagens dinâmicas .e de linguagem aces· síveJ. como a sobre discos voadores, . . que aborda um tema sério mas que é envolto por uma série de superstições e fraudes. Jesus Sílvio Tanabe São Paulo, SP Na matéria "Esse homem chamado Jesus" (SI n.• 1, ano 2) está escrito que Jesus nasceu antes de Cristo. En- táo Jesus não é mesmo o Cristo? José Lucas Rose Monte Carmelo, MG 'É. Mas, como está explicado ali, cá/· cuJos dos liistoriadMes índica.m que Je· sus IJasceu :mies do que se con~encio· nou ser o :mo 1 da era cristã. Causou-me desagFadãvel. surpresa a reportagem sobre Nosso Senhor eSal- vador Jesus Cristo. Acbeí extrema- mente leviano tratar um personagem de tão grancle impo.rtãneia históric.a em meras quatro pá~inas, com afirma- ~ões passíveis de ser tachadas de ab- surdas. parecendo, em alguns pontos. intencio,nalmente maldosa.s. Cezárlo Marine/11 Jr. Maringá, ·PR Ciência e religião Quero pa.rabenizar a Editora Abril p.elo lançamento de SUPERINTE· RESSA:.NTE, revista cieniífica editada de forma acessível a públicos de varia- dos níveis de escolaridade'. Contudo, àssuntos como a origem de Universo e da vida são extremame11te complexos e polêmicos. nãe podendo ser aborda- dos apenas do ponto de vista científi- co. Há de se considerar a ótica filesó- fica e teológica que envolvem esses as- suntos. Jos<í Antônio M. Freitas Trés Corações, MG Ciência e guerra Fico a pensar se é grande o saldo das grandes descobertas científicas. uma vez que todas as inovações tecno- lógicas logo são requisiladas pelos doiS' grandes terrorista.s (EUA e URSS) para fins béliCos. É incrível a naturali- dade oom que Q homem vem tratando a guerra, como na narrativa do pro- grama "Guerra nas estrelas" , na re- portagem " Doutor robô" (SI n.• I, ano2) Fabfano Agu/lar Satter Muniz Freire, ES Superconcurso E.~tou com dor-de..cotovelo. Senti muiio por uma :revista do l)Grte da ,SU- PER ter dado prêmios a slogans rão pQ- bres como "A professora sem óculos" e " O Big Bang editorial" . Por que o Big Bang? Em que país estamos? O segundo co!ocado não sabe que a língua oficial do B,easil é o português? Por favor, não usem esses slogans. Paraliéos pelo ter- ceiro lugar. Reitero meu despeito. Pesa- rosamente. Clarice de Andrade S. Castro . Mogl das Cruzes, SP Gosto não se· disc11te, Cla~ice. N6s 11slimos Bfg. Bang porque t o nome uni- ,versaiiJlente con.~agrado de uma teoria científica. Se escre.vê$semos Grande Ex· plosão ninguém saberia do que se trata, da mesma fórma que se escrevermos SI· DA niriguem sabeiá que falamos da ter- ri>'el AIDS, do inglês Acquired lmmune D eficiepcy Syndrome (5índrome de Jmu- nodeficiiincia ;idquirida). Mas saiba que a paltwra inglesa slogan, que você usa em sua carta, tem perfeita tradução em português: divisa. Mas também é esqui- sito, mlo? Curtição Sou amante t.!a ciência ~ fiquei liga- do ao descobrir SUPER!NTERES- SANTE. Os artigos e as fotos são fas- cinantes. Todos os assuntos são trata- dos de maneira simples e· acessíveL Are quem não se' liga muito pocle acompanhar e C\1rtir. Jacinto da Costa S)/va Neto Garanhuns, PE Quero paFabenizá-los pelo alto ní· vel da revista e pela maneira simple.$ e objetiva com que assuntos diffceis e importantes são abo.rdados. Nós preci- sávamos de. uma revista ass.im! Joel Nogueira de Sá Jr. Campinas, SP Quero dizer·ll:ies que nunca gostei tanto de umà revista come essa que vocês publicam. Sou i"ã o. • 1 da SU- PER. Espero que continuem assim por muitos e muitos anos. Díego Veronese Saldanha Caxias do Sul, RS Superinsatisfeíto Tenho co'mp.rado sempre essa revis- ta, ainda que achapdo - CGmo qual- quer .outra pessoa - que o título é idiota, de um mau gosto incifvel e mesmo ... presun.çoso e bobo. Vamos mudar? Sugiro um plebiscito. SUPE- RINTERESSANTE é. uma besteira. Falha nossa R. Rodrigues Rio de Janeiro, RJ • No [JQSier PBS$Rtelilpos de verão (51 n: • 1, ano 2) o resultado do problema "SOmas ~ maluquices'' é 9 6()9. O ret"lllfildli da so- ma ,fntfirsda na legenda 5 + 7 é ~ tal co- mo está no texto. • O nome do aiador do jeBllS é Levi Strauss (SI n. • 2. /l/lo 2). Oilude Lérf- Sfrauss é um ootável antrop61ogo belga, ra· dirsdo na Flll/ISB. • A legenda da foto da nota "Chabu TIOS testes amam~ programa" (51 n . • Z, ano 2) é: Nom propnlsor não passa nos testes. SUPERINTERESSANTE. Cartas P~~/do Flausine Go.rnes, 61 . Ru~~~04575.São Paulo. SP. . pa"e as cartas por moiJVO de es " · ·da mente. p<:!derão ser pt~blicaaas resumi SUPER 91 O Brasil visto pelo satélite Poros feiras n 832 km mostram detalhes surpreendentes de cidades (acima, o Rio). campos, OorestAs e subsolo. A televisão da aJde. Modemasaruenas . . . lél global assistic a p~bóll~ Já ~rmirem Estamos a caminho transmitidos VIa snrélire de r tanro se falou temposdaa:;!~visaC. o m~ndial. de qucqua quer pafs. :::;~~ã:--~~~~7-u;;~·~O~m:o~l~~;~u~~~~ a ... nossas vidas? ,.,__~ - Pele para toda obra ~-pe.le defende 0 corpo dos 101m1gos, controla a · temperatura e a pressão e até produz hormônios. O presente: isso existe? Thdo que aconteoe, aconreoe no presc_nre. Mesmo assim. ~UJtos Cientistas dizem que nao há o "momento presente". ::::::az • JAPAN AIR LI~ES. A ~MPRESA A~REA QUE MUDOU. ATE NA APARENCIA. Estes são os novo-; uniíormes do JX>s~oal d~ )AL. apresentação, até o serviço e o sabor. A pontualidade Ele> refletem não apenas uma mud.1nç.1 de ettlo no é umc1 constante dos 747 da )Al no mundo iniE'iro, e as vestir, mas mostram um renasc•menlo de alitudl'!; suas reservas são feitas com a maior rapidez e scgumnça. A panir do momento em que voe(! cmb.uc.l num vOo Os mec3nícos, engenheiros e pilotos da JAL nao sao da JAL, começa a sua viagem de d<"'Colx•rt,, detc apenas os melhores na tecnologia: eles incorporam renascimento e desta mudança. A hospit;~lldadc, un1<1 o esplrito da JAL. heran.ça da dedicação japonesil de ma1s de mil ~nos, No mundo todo, m~is de 20 mil pessoas estiio prontas é o primeiro indicio. Depois, você pcr<w(w que r.ada e preparadas para atenclê-lo bem. Mais ainda: da melhor refeição é preparada para agradá-lo dcstlc> a .--. forma que existe. JAPAN A/R LINES Mudando fMr.t melhor Mudando para você. filiaiSio-lrliOin2S9-5~44 ~JM ldoiielo\lt1.opoit "' S)o~" ., ~p, ,. r-..a.o. I.....,.. !r 011•221-W.i) Zl!_,.,.·AodlioBr""" 1011-19'"<1" J;,odf)lrwoJO A união de dois dos tnaiores símbolos do mundo fmanceiro gerou utn investimento acessível a você. 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M&cle1,456 Tolt .: (034) 23S·993V9099 • V ILA VEL.HA : Av,JcrOnlmo Monteit0,1702 -Tct; (027) 229-7784 • A .. oc:le<So 6 AnotO• 007,001,88,04,c1,c 007,003,88,04,c1,p 007,005,88,04,c1 007,007,88,04,c1,p 007,009,88,04,c1,sa 007,011,88,04,c1,sa 007,013,88,04,c1,p 007,015,88,04,c1,sb 007,017,88,04,c1,m1 007,019,88,04,c1,m1 007,021,88,04,c1,m1 007,023,88,04,c1,m1 007,025,88,04,c1,m2 007,027,88,04,c1,m2 007,029,88,04,c1,m2 007,031,88,04,c1,sc 007,033,88,04,c1,m3 007,035,88,04,c1,m3 007,037,88,04,c1,m3 007,039,88,04,c1,m4 007,041,88,04,c1,m4 007,043,88,04,c1,sd 007,045,88,04,c1,se 007,047,88,04,c1 007,049,88,04,c1 007,051,88,04,c1,p 007,053,88,04,c1,m5 007,055,88,04,c1,m5 007,057,88,04,c1,p 007,059,88,04,c1,sf 007,061,88,04,c1,m6 007,063,88,04,c1,m6 007,065,88,04,c1,m6 007,067,88,04,c1,m6 007,069,88,04,c1,m6 007,071,88,04,c1,p 007,073,88,04,c1,m7 007,075,88,04,c1,m7 007,077,88,04,c1,m7 007,079,88,04,c1,m8 007,081,88,04,c1,m9 007,083,88,04,c1,m9 007,085,88,04,c1,m9 007,087,88,04,c1,sg 007,089,88,04,c1,shi 007,091,88,04,c1,sjk 007,093,88,04,c1,p 007,094,88,04,c1,cc