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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA CENTRO DE FILOSOFIA, LETRAS E EDUCAÇÃO – CENFLE CURSO DE LETRAS – HABILITAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA ROBERTO RODRIGUES DE ABREU O USO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO SOBRAL 2022 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA ROBERTO RODRIGUES DE ABREU O USO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO Artigo científico apresentado ao Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Inglesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Letras – Habilitação em Língua Inglesa. Orientadora: Profa. Dra. Maria das Doris Moreira de Araújo SOBRAL 2022 ROBERTO RODRIGUES DE ABREU O USO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO Artigo científico apresentado ao Curso de Graduação em Letras com Habilitação em Língua Inglesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Letras com Habilitação em Língua Inglesa. Artigo aprovado em: ___/___/___ Banca Examinadora: _________________________________________ Orientador: Profa. Dra. Maria das Doris Moreira de Araújo Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) _________________________________________ 1° Leitor: Profa. Dra. Franciclé Fortaleza Bento Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) _________________________________________ 2° Leitor: Prof. Dr. Ítalo Alves Pinto de Assis Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) _______________________________________ Coordenadora do Curso de Letras: Profa. Dra. Franciclé Fortaleza Bento AGRADECIMENTOS Devo um agradecimento especial aos professores que estiveram presentes até aqui, em nome da professora Dra. Franciclé Fortaleza Bento, que me possibilitou encontrar a área que segui neste artigo, em seu grupo de estudos “Gêneros Digitais no Ensino de Línguas” onde tive o prazer de atuar como bolsista. Destaco aqui também os professores Ítalo Alves, Candice Glenday, Raimundo Lins e Jorge Luís. Enfatizo ainda, com louvores, a responsável pela orientação deste trabalho, a professora que me orientou com empenho, paciência e cuidado: professora Dra. Maria das Doris. Devo a ela a grande inspiração durante toda a minha jornada acadêmica, sou muito grato pela ajuda, atenção e benevolência. Agradeço a minha família, que de forma geral esteve comigo no meu processo de crescimento, em especial minha irmã que tenho muito carinho, Teresinha Rodrigues. À minha amada avó, dona Maria Rodrigues, que mesmo diante de todas as dificuldades permanece firme e lutando, você é um exemplo sem igual. Estendo o agradecimento aos meus pais, Rita Rodrigues e Espedito Abreu, pelo suporte. Também estendo às minhas tias Maria Rodrigues e Elza Rodrigues e aos meus primos Cristian Rodrigues, Janielle Sales, Cristina Abreu e Luna Maria que de várias formas me auxiliaram e incentivaram a trilhar meu caminho, que não foi curto. Todos os citados, bem como os demais, tem um lugar especial comigo. Estendo também os agradecimentos de forma especial ao meu afilhado, Carlos Felipe, sua chegada ao mundo fez as coisas terem mais sentido, você tem um lugar importante nesta conquista. Gostaria também de agradecer ao meu namorado Alison Ripardo, que me incentiva e me dá o suporte necessário sempre que possível. Devo um agradecimento especial também a todos os colegas que de alguma forma contribuíram para minha vida pessoal e acadêmica, em nome de Andreza Alves, Jaiane Santos, Nathália Najla, Nayane Santos e Olavo Ripardo, vocês foram o suporte que eu tive na hora que mais precisei. Além desses, os que contribuíram direta ou indiretamente na minha vida acadêmica tem um lugar importante comigo. Por fim, gostaria de deixar o meu agradecimento especial a uma pessoa que é extremamente importante em minha vida, minha amiga de longa data e excelente profissional, Larissa Lima, ter você é um privilégio e eu não poderia ser mais grato por todo o apoio e por acreditar tanto em mim, até quando eu mesmo não acreditava, obrigado por tanto. Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas não sou o que era antes. (Marthin Luther King) 5 O USO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO Roberto Rodrigues de Abreu1 Maria das Doris Moreira de Araújo2 RESUMO: Este artigo tem como propósito investigar e buscar entender como o uso da tecnologia pode ajudar no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa no ensino médio. O referencial teórico desta pesquisa conta com os Conceitos de Tecnologia segundo Pedro (2012), Longo (1984) e Kruglianskas (1996), a Educação a distância na perspectiva de Rocha (2013), Bates (2005), Faustini (2006) e Jordão (2010) e a Aprendizagem Baseada em Problemas baseando-se em Souza (2010), Ribeiro (2005) e Barrows (1986). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em conjunto com uma pesquisa de campo, realizada com alunos de 3° ano do ensino médio, com finalidade de verificar o aprendizado de língua inglesa baseando-se na metodologia chamada Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) juntamente com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Os resultados indicam que juntar metodologias educacionais com as Tecnologias da Informação e Comunicação contribuem de forma favorável, pois desenvolvem as habilidades linguísticas, nas quais a leitura e fala se mostram como destaque. Palavras-chave: Tecnologias, aprendizagem, educação à distância, língua inglesa. ABSTRACT: This research aims to investigate and understand how the use of technology can help in the teaching-learning process of the English language in high school. The theoretical frame of this research relies on the Concepts of Technology according to Pedro (2012), Longo (1984) and Kruglianskas (1996), distance education from the perspective of Rocha (2013), Bates (2005), Faustini (2006) and Jordão (2010), and Problem-Based Learning based on Souza (2010), Ribeiro (2005) and Barrows (1986). This is a bibliographic research in conjunction with field research, carried out with 3rd-year high school students, with the purpose of verifying the learning of the English language based on the methodology called Problem Based Learning (PBL) together with the Information and Communication Technologies (ICT). The results indicate that joining educational methodologies with Information and Communication Technologies contributes in a favorable way, as they develop language skills, where reading and speaking are highlighted. Keywords: Technologies, learning, distance education, english language. 1 INTRODUÇÃO Diante de um cenário pandêmico no qual foi necessário atualizar todos os métodos de ensino para algo remoto e emergencial, foi possível notar que o ensino de uma forma geral precisou seguir algo que não era comum e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tornaram-se cada vez mais presentes. Com isso surgiu então a necessidade de haver 2 Professora do curso de Letras da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará. 1 Aluno graduando do curso de Letras - Habilitação em Língua Inglesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú. 6 uma ampliação dos métodos de ensino que eram utilizados anteriormente. Para isso, pode-se utilizar diversos recursos, mas é preciso que o professor seja qualificado e o aluno esteja preparado para a recepção desses novos meios. Novas metodologias podem ser aplicadas, como o uso de jogos, músicas, aplicativos de celular, salas de aulas interativas, bem como diversos outros recursos tecnológicos que surgiram diante do que foi e está sendo vivenciado. Assim, ampliar o ensino de línguas de forma geral pode ser benéfico tanto em curto quanto a longo prazo. O principal motivo ao escolher o tema foi poder presenciar o ensino geral nas escolas antes da pandemia. Foi possível observar que apesar do uso de recursostecnológicos no âmbito educacional se mostrar promissor, o ensino de línguas com o uso de tais ferramentas ainda não era reconhecido. Contudo, o ensino remoto emergencial impulsionou a utilização destas ferramentas. O título busca apresentar as TIC como uma possível forma de ampliar e melhorar o ensino de línguas, observando-se principalmente o contexto do ensino remoto emergencial. Nessa pesquisa, foi analisado pode-se analisar as possíveis melhorias quanto ao ensino de línguas, focando no inglês. Assim, buscou-se novas formas de utilizar as tecnologias da informação e comunicação para que assim, consiga-se ampliar o ensino do inglês com os recursos disponíveis. Durante a pesquisa, podem ser apresentados pontos que possam fazer com que as TIC venham a fazer parte do cotidiano da sala de aula. Isso pode fazer com que os alunos sintam um maior interesse em estudar idiomas e consequentemente, melhorar os resultados do processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo valorizar e priorizar o uso do inglês, analisando o ensino remoto emergencial e apresentando as TIC como uma alternativa para fugir do tradicional em um contexto de aulas presenciais, mostrando que podem ser utilizados novos recursos e o quanto isso pode causar uma ação positiva no processo de aprendizagem. Esta pesquisa tem como justificativa a necessidade de compreender melhor a importância e as possibilidades do uso dos recursos digitais como ferramenta na aquisição de uma segunda língua. Desse modo, foi possível perceber que os recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes e necessários em todos os espaços sociais, sendo a escola um destes. 7 Neste artigo pretendeu-se focar no uso das TIC, pois elas estão em constante evolução. Portanto, o professor pode atualizar seus métodos e conseguir converter o tradicional em tecnológico. Em função disso, este trabalho pode ajudar os profissionais da educação explicando que é possível utilizar os recursos digitais sem perder a essência do ensino. Para isso, foi utilizada a metodologia de Abordagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem-Based Learning (PBL) em conjunto com as TIC e estas apresentam resultados positivos para professores. Além disso, este método pode fazer os alunos sentirem-se mais engajados na aula, principalmente no que se trata de métodos de ensino inovadores. A aula pode ser totalmente diferente do engessado das aulas tradicionais, e isso consegue trazer a atenção até mesmo dos alunos menos comprometidos aos objetivos da aula, com isso, ajuda-os no desenvolvimento de certos conhecimentos de forma individual. Além do mais, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) colabora diretamente com o docente, que mesmo enfrentando lidando com dificuldades pontuais pode aperfeiçoar sua prática pedagógica utilizando recursos tecnológicos. Este artigo está dividido em seções, nas quais buscou-se explicar as teorias e métodos usados na realização da pesquisa. Para começar, há a seção que trata sobre os conceitos de tecnologia, apresentando os autores que embasaram a pesquisa realizada, conceituando de forma minuciosa o que são as TIC e como funcionam; seguindo a mesma linha de raciocínio, existe a seção que contempla o uso das TIC a favor do ensino, e que apresenta resultados positivos quando se trata de métodos não tradicionais para a educação; para concluir o referencial teórico, foi apresentado o método de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), conceituando e explicando a importância do uso deste método e como ele pode ser aplicado juntamente com os recursos digitais. A metodologia apresenta e explica os métodos usados para a análise dos dados, a bibliografia utilizada, a pesquisa de campo, os participantes que fizeram parte da pesquisa, os resultados e por fim, as considerações finais do trabalho, que demonstraram resultados positivos no que diz respeito ao uso dos conceitos apresentados anteriormente. 2 CONCEITOS DE TECNOLOGIA As tecnologias da informação e comunicação são um conjunto de recursos tecnológicos compostos, recursos estes que proporcionam, por meio de funções hardware, 8 software e telecomunicações, a comunicação de diversos processos, desde a pesquisa científica ao de ensino e aprendizagem. As TIC exercem um papel importante na maneira como nos comunicamos atualmente, bem como a forma que vivemos e aprendemos. Sendo assim, é uma excelente ferramenta para o ensino-aprendizagem. Pedro (2012) entende o conceito de integração educativa das TIC como: práticas docentes como um conceito multidimensionalmente constituído que se associa ao processo de adoção e inclusão de equipamentos tecnológicos e aplicações digitais que, com propósitos pedagogicamente orientados, são chamados a fazer parte das práticas docentes, sendo mobilizados em proveito das atividades de ensino e aprendizagem realizadas em contexto escolar abarcando: o trabalho dos professores com os alunos; o trabalho proposto pelos professores aos seus alunos; e o trabalho dos professores entre si e com outros agentes educativos. Segundo Longo (1984), "tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos empregados na produção e comercialização de bens e serviços". Kruglianskas (1996) afirma que "tecnologia é o conjunto de conhecimentos necessários para se conceber, produzir e distribuir bens e serviços de forma competitiva". Sendo assim, observando o contexto educacional, podemos dizer que a tecnologia é algo importante para o aprendizado, tendo em vista que até mesmo documentos oficiais indicam este fato. Embora tenhamos nos acostumado com o método tradicional de ensino, a tecnologia não deve ser deixada de lado. No contexto atual, é possível notar que as tecnologias da informação e comunicação apenas começaram a ser exploradas na educação, o sistema educacional pré pandêmico seguia um padrão tradicional de ensino e as TIC não eram exploradas como deveriam. Com a pandemia do novo Coronavírus (SARS-Cov-2) e o isolamento social, podemos dizer que as tecnologias foram obrigadas a se fazer presentes em praticamente todos os campos de nossa vida, em especial a educação. É fato que tivemos a necessidade de nos adaptar bruscamente a uma nova realidade na qual não costumávamos explorar mas que nos oferece um mundo de possibilidades. Também é fato que, como temos diversas formas de ter acesso a essas tecnologias, elas acabam ficando cada vez mais fáceis de acessar. Considerando a realidade que nos encontramos e que existem diversos tipos de tecnologias, cada vez mais busca-se fazer com que a educação se modifique, lugar este em 9 que a tecnologia pode ser bem explorada, sendo por meios novos, como o audiovisual, o computador, a internet, o celular e dentro destes, buscar materiais que possam ser explorados em salas de aula, virtuais ou não, de modo tecnológico sempre focando na pedagogia. Tendo em vista isso, conseguimos pontuar que, poucos anos atrás, pouco se falava de tecnologia educacional, todavia, depois de um cenário incomum e atípico, as TIC estão inseridas nas instituições de ensino de uma forma geral. Com isso, nos deparamos com ferramentas que nos ajudam a simplificar uma aula usando simplesmente recursos tecnológicos. 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA OU ATIVIDADE EDUCACIONAL REMOTA EMERGENCIAL Nesta seção, iremos descrever, comparar e distinguir a EAD do ensino remoto emergencial, a fim de analisar ambos e desconstruir possíveis confusões entre esses dois conceitos. A hipótese aqui apresentada mostrará que as atividades educacionais ou acadêmicas remotas emergenciais, oferecidas aos alunos do ensino básico à pós-graduação stricto sensu, não se configuram como atividades de EAD, tendo em vista o contexto da situação, embora estejam entrelaçados em uma realidade na qual vivenciamos, ou seja, a pandemia de COVID-19. A pandemia afetou diretamente diversos campos, no qual podemos considerar a educação um dos mais prejudicados. Sabemos que seja qual grau de estudo o aluno está, eleprecisa estudar e ao sermos submetidos a entrar em lockdown, o correto era que se estabelecesse uma forma de ensino que fosse eficaz para os alunos que eram acostumados com o ensino presencial. Mas, como atender de forma equitativa e com qualidade em uma realidade em que a desigualdade social é um fator excessivamente vigente? A partir do contexto de desigualdade social, o home office e o uso das tecnologias digitais para praticamente tudo, o termo EAD começou a ser difundido, gerando assim uma “confusão conceitual”, o que aumentou o preconceito com a modalidade EAD. Todavia, existem divergências quanto a isso, pois sabemos que existem diferenças entre o Ensino Remoto Emergencial e o EAD. Alguns autores apresentam esses aspectos com objetivo de fazer uma comparação e desconstruir as confusões que foram criadas entre esses dois 10 conceitos. Formiga (2009) acredita que o termo mais adequado para definir EAD seria uma “aprendizagem flexível” e a fim de reforçar isso Rocha (2013) afirma que: A presença de estrangeirismos como blended learning, m-learning e e-learning, utilizados na maioria das vezes por instituições de ensino particulares possuem um viés moderno, ou seja, se referem, a modelos distintos de educação a distância com pouca ou nenhuma inovação metodológica na relação aluno-professor. De forma indireta, o uso desses termos contribui para o desconhecimento da EaD para o público de forma geral, termos esses que poderiam ser traduzidos para a língua nacional. Sabemos que as atividades que foram oferecidas como remotas não se configuram como EAD, exatamente por ser algo emergencial e no qual a modalidade de ensino presencial será estabelecida novamente assim que possível. Ainda existem diversos conceitos para EAD e cada um tem suas particularidades, como por exemplo o conceito de Moore e Kearsley (2010), nos quais definem como “o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais.”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu artigo 80, considera educação a distância como: uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias digitais de informação e comunicação, com professor qualificado, políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos. Sendo assim, conseguimos observar que os conceitos abordados se complementam, mostrando então que a modalidade EAD possui características específicas e se adaptam para a realidade do aluno e é baseada em características pontuais, como flexibilidade, economia, comodidade e inovação. Partindo para uma nova realidade, considerando as possibilidades que foram criadas no ensino remoto emergencial e essa adaptação urgente dos métodos de ensino, podemos dizer que isso não é EAD, pois como já mencionado anteriormente, é algo que existiu em 11 caráter emergencial e se assemelha aos EAD apenas com relação ao uso das tecnologias digitais. Os princípios seguidos são os mesmos da educação presencial, o método tradicional de ensino em uma realidade on-line temporária. Podemos observar que o ensino de línguas é algo que vem sendo modificado e que existe uma crescente em ferramentas tecnológicas, estas ajudam e enriquecem o processo de ensino-aprendizagem. Claro que os métodos tradicionais de ensino continuam tendo uma parte fundamental na educação, todavia, é importante abrir caminhos para novos métodos e materiais didáticos e a Internet possibilita isso. Embora o ensino remoto emergencial tenha sido algo temporário, nos deixou a possibilidade de utilização de recursos digitais para ensinar e este modo pode ser de fato aproveitado. Segundo Bates (2005), tecnologias digitais como a Internet não são melhores nem piores do que outros materiais usados no ensino ou na aprendizagem. As tecnologias digitais são apenas outros tipos de materiais didáticos que devemos conhecer para podermos usá-los também na nossa prática pedagógica. Nesse contexto, percebemos que as tecnologias digitais nada mais são do que uma forma a mais de facilitar nossos métodos, fazendo com que consigamos complementar outros materiais didáticos, alcançando assim um ensino-aprendizagem mais eficaz, baseando-se no uso das TIC. Partindo do pressuposto de que mudanças com a introdução dessas tecnologias digitais podem acontecer, Faustini (2006, p. 223) pontua: [...] o professor vai continuar dando sua aula, mas poderá enriquecer a processo de ensino e de aprendizagem com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam como mandar e receber mensagens dos alunos, criar listas de discussão e fomentar debates com textos e páginas da Internet e até mesmo fora do horário normal da aula. O professor pode e deve utilizar de ferramentas como softwares educacionais, sites, games, aplicativos tanto dentro da sala quanto fora dela, ao planejar o conteúdo de sua aula. O uso eficaz desses recursos permite trazer uma abordagem mais personalizada, conseguindo assim adaptar o ensino ao ritmo de cada aluno. O aluno possui autonomia para estudar aquelas atividades que mais lhe interessam. Utilizando ferramentas digitais é possível observar que não existem barreiras para o ensino, contanto que o aluno e o professor tenham acesso à internet, seja de um celular, tablet ou computador. 12 Sem dúvidas, é fácil pensar que o uso de recursos digitais pode significar uma ameaça ao professor, porém como supracitado, utiliza-se de programas, aplicativos, sites e softwares educacionais como um complemento do ensino, pois o professor é o único que consegue dar um tratamento personalizado e individual para o aluno. As ferramentas tecnológicas, por mais que sejam bem trabalhadas e complexas, não conseguem cobrir todas as dúvidas que o aluno pode ter. Por isso, ao usá-las, o professor assume uma posição de tutor, algo como um guia durante sua utilização, tirando dúvidas, explicando o assunto e acompanhando individualmente cada aluno. Por isso, podemos dizer que ferramentas digitais são consideradas uma importante ferramenta no processo de ensino-aprendizagem de línguas. O professor, por sua vez, desempenha um papel predominante na implantação de atividades, exercendo a função de acessar, analisar, experimentar, adquirir, utilizar, avaliar e, ainda, produzir ou participar do processo criativo de jogos, aplicativos ou conteúdos específicos pertinentes à disciplina. Agora, mais do que nunca, as escolas estão também equipadas, em sua maioria, com novos recursos que podem ser aproveitados a favor do ensino. Isso se dá principalmente pelo crescente uso de dispositivos móveis, os quais algumas instituições de ensino disponibilizaram durante o período pandêmico acesso grátis à internet, disponibilizando tablets e chips com internet ou mesmo fazendo com que alguns aplicativos fossem gratuitos. Portanto, pode-se dizer que manter ou ampliar essas iniciativas durante os próximos anos letivos, deve estar entre as políticas adotadas pelas redes de ensino para a ampliação das possibilidades de ensino, especialmente entre os alunos que não possuem acesso aos recursos digitais disponibilizados de forma fácil e igualitária. Isto é o que de fato está acontecendo em diversas escolas, onde os alunos recebem chips e com estes podem desenvolver pesquisas, fazer cursos on-line e à distância, usar os recursos em sala de aula juntamente com o professor entre outras possibilidades. Portanto, para que estes recursos possam ser reaproveitados em diferentes contextos, por diferentes professores em séries e disciplinas diferentes, é necessário que haja uma padronização que possa aumentar a probabilidade de reutilização de algumasatividades. Tal padronização pode ser chamada de objetos de aprendizagem. Tarouco (2003, p. 2) define os objetos como: 13 Qualquer recurso, suplementar ao processo de aprendizagem, pode ser reusado para apoiar a aprendizagem. O termo objeto educacional (learning object) geralmente aplica-se a materiais educacionais projetados e construídos em pequenos conjuntos com vista a maximizar as situações de aprendizagem onde o recurso pode ser utilizado. [...] A ideia básica é a de que os objetos sejam blocos com os quais será construído o contexto de aprendizagem. Aqui estamos nos referindo somente aos objetos digitais de aprendizagem, conforme define JORDÃO (2010): Os objetos digitais de aprendizagem são desenvolvidos seguindo algumas características. A primeira delas diz respeito às informações que devem estar junto ao objeto. São os chamados metadados e os metadados de um objeto descrevem características relevantes sobre ele. [...] uma outra característica muito importante do objeto é a acessibilidade. Isto quer dizer que existe uma facilidade em acessar o objeto, pois ele fica disponível em rede. Por esse motivo, não existem barreiras de tempo e espaço para ter acesso a ele. Neste contexto, é necessário entender sobre os objetos de aprendizagem e como podem ser utilizados e reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, seja presencial, EAD ou ensino remoto. Ainda neste viés, é necessário reconhecer as dificuldades e não dificuldades dos estudantes e analisá-las, buscando a melhor maneira de ajudá-los, o que pode gerar resultados satisfatórios. A seguir, será apresentada a aprendizagem baseada em problemas pode ser significativa para estes alunos. 4 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS Para iniciar, temos que entender o conceito de Aprendizagem Baseada em Problemas ou ABP. Barrows (1986) cita que a ABP representa um método de aprendizagem que tem por base a utilização de problemas como ponto de partida para a aquisição e integração de novos conhecimentos. Desse modo, o autor quer dizer que esta abordagem é focada no estudante, mas de uma maneira que possa formar uma crítica ou sugestão para aquele problema apresentado. Nesse contexto, a resolução de problemas é um estímulo para desenvolver habilidades resolutivas. Podemos falar também do professor e deste recurso que é disponibilizado, considerando que possui ferramentas que podem ajudá-lo a fazer aulas usando a gamificação, redes sociais ou mesmo uma atividade de Problem Based Learning na qual esta é uma metodologia que, como o nome já indica, é uma aprendizagem baseada em problemas e foge do método tradicional de ensino, enquanto ajuda os alunos na criticidade, interpretação, mas 14 também os ajuda a entender como fazer uma pesquisa e como confiar na veracidade do que estão lendo. Souza e Dourado (2015) complementam: Podemos constatar que, na extensa literatura produzida sobre ABP, existe um consenso acerca de suas características básicas. Numa percepção comum, todos admitem que a ABP promove a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades, de competências e atitudes em todo processo de aprendizagem, além de favorecer a aplicação de seus princípios em outros contextos da vida do aluno. Assim, a ABP apresenta-se como um modelo didático que promove uma aprendizagem integrada e contextualizada. Sendo assim, quando aplicada uma metodologia como a ABP em conjunto com as TIC, pode-se notar resultados significativos, onde o uso de internet pode facilmente ser atrelado a uma questão problema, assim o aluno é inserido em um ambiente no qual ele tem autonomia para demonstrar o que pensa de forma crítica, porém com uma possível pesquisa prévia. Mas, antes de prosseguirmos, é de grande importância entendermos quando surgiu esse movimento, que transforma o aluno em protagonista. Souza e Dourado (2015) mostram que: Na teoria pedagógica de John Dewey, encontra-se a mais significativa inspiração para a Aprendizagem Baseada na Resolução de Problemas. A Pedagogia Ativa ou Pedagogia da Ação, de Dewey, propõe que a aprendizagem deve partir de problemas ou situações que propiciam dúvidas ou descontentamento intelectual, pois os problemas surgem das experiências reais que são problematizadas e estimulam a cognição para mobilizar práticas de investigação e resolução criativa dos problemas. Ainda como definiu Delisle (2000), a ABP é uma técnica de ensino que educa apresentando aos alunos uma situação que leva a um problema que tem de ser resolvido, assim, o aluno se torna protagonista do seu aprendizado, podendo buscar recursos para resolução dos seus problemas de forma digital, usando seu próprio smartphone ao consultar informações pertinentes aquele problema que lhe foi apresentado. Ao aplicar essa metodologia, o professor deve incluir todos da turma e logo após, discutir entre eles e para essa discussão, o professor pode indicar que esse resultado pode ser apresentado a turma de diversas maneiras, seja por uma apresentação em slides, seja divulgando via smartphones, seja via aplicativos de mensagens, ou mesmo compartilhando suas ideias por vídeos ou por uma campanha publicitária, tentando convencer o público-alvo. 15 Torp e Sage (2002) argumentam que a PBL possui três aspectos principais: Envolve os estudantes como parte interessada em uma situação-problema; Organiza o currículo ao redor desses problemas holísticos, espelhados no mundo real, permitindo ao estudante aprender de uma forma significativa e articulada; e Cria um ambiente de aprendizagem no qual os professores orientam o pensamento e guiam a pesquisa dos alunos, facilitando níveis profundos de entendimento da situação-problema apresentada. Sendo assim, o PBL busca a pertinência do assunto e este deve ser baseado no corriqueiro dos alunos. Segundo Ribeiro (2005) o PBL é um método de instrução caracterizado pelo uso de problemas da vida real para estimular o desenvolvimento do pensamento crítico. De acordo com Ribeiro (2021, p. 13): A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) – Problem Based Learning (PBL), como é conhecido mundialmente – é essencialmente uma metodologia de ensino-aprendizagem caracterizada pelo uso de problemas da vida real para estimular o desenvolvimento do pensamento crítico e das habilidades de solução de problemas e a aquisição de conceitos fundamentais da área de conhecimento em questão. De acordo com Ribeiro (2021, p. 13): A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) – Problem Based Learning (PBL), como é conhecido mundialmente – é essencialmente uma metodologia de ensino-aprendizagem caracterizada pelo uso de problemas da vida real para estimular o desenvolvimento do pensamento crítico e das habilidades de solução de problemas e a aquisição de conceitos fundamentais da área de conhecimento em questão. Diante das concepções de Ribeiro (2021), é importante evidenciar que este aprendizado significativo não quer dizer que outras metodologias não sejam significativas, pelo contrário, esta forma apresentada mostra que o aluno pode ser o protagonista do próprio aprendizado, quanto a sua própria criticidade e colocação naquilo que é proposto. Assim, as TIC podem ser de grande ajuda nesta perspectiva, pois promovem a possibilidade de pesquisas para desenvolver suas análises e soluções ao que foi apresentado, bem como formas criativas de mostrar o ponto de vista para os demais estudantes. 5 METODOLOGIA Utilizou-se o método de pesquisa descritiva com a finalidade de compreender e explorar as experiências do período de pandemia e pós-pandemia, visando entender como a tecnologia se torna primordial diante do contexto mencionado. Este estudo auxiliou no entendimento de como os alunos e o ensino se modificaram diante da pandemia do 16 Coronavírus (SARS-Cov-2), e como essa experiência pode ser utilizada para fazer uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na realidade de sala de aula. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, utilizando como referência Bates (2005),Faustini (2006), Joye (2020), Souza e Dourado (2015), Torp e Sage (2002), Ribeiro (2021) entre outros pesquisadores que elaboraram pesquisas pertinentes ao assunto. Com a finalidade de entender como funciona a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), foi realizada uma pesquisa de campo com alunos de 3° ano na EEMTI Agostinho Neres Portela, localizada em Rafael Arruda, distrito de Sobral - Ceará. A atividade consistiu em aplicar em sala de aula uma situação-problema em língua inglesa. Na ocasião foram criados grupos e cada um recebeu um link que os direcionou para a questão-problema que deve ser resolvida. No mesmo link tiveram as instruções de como resolvê-la, buscando por dados, fontes confiáveis e assim, criando um ambiente embasado em informações pertinentes, além de promover a criticidade para a resolução do problema. Para a busca de dados, foi orientado que procurassem websites com teor confiável e foi dado um tempo para resolução de cada situação. Ao final, os grupos apresentaram suas ideias, sendo possível para alguns alunos a produção de pequenos slides acerca de cada um dos problemas apresentados. Outros, apenas deram a opinião do grupo de forma oral. Nesta situação, houve de fato um protagonismo por parte dos alunos, bem como um ambiente interativo possibilitando desenvolver o plano feito anteriormente. Partindo dos conceitos abordados pelos autores mencionados, o trabalho analisou o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no processo de ensino-aprendizagem, verificando os trabalhos já realizados e a importância destes para a compreensão do tema, bem como apresentando novos métodos que podem ser significativos para a educação. 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Hoje vive-se em uma era de globalização, que mídias digitais podem ajudar de forma rápida e prática, apenas com um clique. É possível ter contato com pessoas, culturas, notícias ou mesmo pesquisas sobre qualquer assunto. Com isso, é possível observar como o uso da 17 tecnologia e de métodos que fogem do tradicional podem fazer os alunos desenvolverem as atividades apresentadas de forma mais harmoniosa. Atualmente, utilizar das TIC para o ensino-aprendizado pode cativar maior interesse dos estudantes, especialmente quando se trata do uso de smartphones. A participação do professor também é primordial, pois busca por sua vez trazer a atenção dos alunos e ajudá-los com o que foi proposto. No que diz respeito a isso, Pedro (2012) salienta que: entende-se o conceito de integração educativa das TIC nas práticas docentes como um conceito multidimensionalmente constituído que se associa ao processo de adoção e inclusão de equipamentos tecnológicos e aplicações digitais que, com propósitos pedagogicamente orientados, são chamados a fazer parte das práticas docentes, sendo mobilizados em proveito das atividades de ensino e aprendizagem realizadas em contexto escolar abarcando: o trabalho dos professores com os alunos; o trabalho proposto pelos professores aos seus alunos; e o trabalho dos professores entre si e com outros agentes educativos. Porém, ainda neste viés, é interessante pontuar algumas questões: como lidar com a desatenção por parte dos alunos menos engajados? As escolas são equipadas com o necessário para ajudar alunos que não tem acesso à tecnologia fora do ambiente escolar? Existem profissionais na escola aptos para ajudá-los quando se fala sobre o uso de recursos como computadores, tablets ou celulares? Na escola é disponibilizado ambientes que podem ser usados de forma produtiva no que diz respeito às TIC? Os professores são capacitados para aderir metodologias como essa? A desatenção por parte de alguns continua sendo um problema, apesar disso, Souza (2010) pontua: A desatenção dos alunos na sala de aula de certa forma é normal, pois os alunos estão em constante mudança de comportamento e isso acontece devido a sua própria formação física. Acontece que algumas crianças desenvolvem alguns traumas durante a sua vida escolar que acabam por prejudicar o seu contínuo aprendizado. Brincadeiras excessivas durante a aula também acarretam sérios prejuízos e intensificam a aprendizagem e na sua interação com o meio social. Outro desafio que pode ser mencionado é a dificuldade por parte de alguns alunos quanto à tecnologia e mídias sociais, bem como a desigualdade, que faz com que nem todos tenham acesso a internet ou mesmo um smartphone. Isso pode mostrar ao professor que a falha na aprendizagem pode vir de fatores relacionados ao que foi mencionado, mas também pode servir como mediador nas questões necessárias, tanto ligadas a compreensão da língua inglesa, quanto no uso dos meios eletrônicos, principalmente para aqueles que não têm 18 acesso. Contudo, mesmo com os desafios, manter a persistência e firmeza diante dessas dificuldades pode trazer resultados satisfatórios, pois mesmo enfrentando dificuldades pontuais, ainda é possível conter os ânimos e fazer uma atividade que envolva a todos os alunos, inclusive os desatentos e os que não possuem acesso à internet. Souza (2010) continua explicando: As dificuldades são decorrentes de aspectos naturais outras vezes secundários, e são passíveis de mudanças através de recursos de adequação ambiental. Também decorre de aspectos secundários, de alterações estruturais, mentais, emocionais ou neurológicas, que repercutem no processo de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas. As dificuldades enfrentadas podem vir de diversos fatores, tanto externos quanto internos. O domínio em sala de aula se torna fundamental nestes casos, em que o professor deve agir como o principal mediador daquela atividade, fiscalizando e orientando aos alunos sobre o que deve ser produzido, estabelecendo regras, incentivando os alunos, os respeitando, elogiando e o principal, demonstrando autoridade diante do que está sendo sugerido. Sendo assim, mesmo lidando com frustrações, o professor tem a possibilidade de mudar a realidade trazendo uma abordagem que seja significativa para os alunos. Esse é o caso da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) ou Problem-Based Learning (PBL), que como o nome sugere é um método de realização de atividades na qual o professor apresenta um problema pertinente e real e os alunos devem solucionar a questão problema. Com a ABP é possível observar que os alunos realmente se empenham em trazer uma solução para o problema apresentado. Sousa e Dourado (2015) evidenciam também que a ABP é um método eficaz por apresentar resultados de aprendizagem importantes e observados por vários professores que o utilizam em suas aulas como método de aprendizagem, seja em cursos universitários, seja em cursos de nível médio, pois demonstram resultados positivos que são posteriormente mencionados como benéficos, eles ainda continuam pontuando que: alguns alunos que não se saem bem no ensino tradicional, na ABP, apresentam resultados melhores em sua aprendizagem, pois são mais ativos e comprometidos; os alunos dominam o conhecimento e apresentam seus resultados, com mais segurança, visto serem estes frutos de um processo de investigação e reflexão, conduzidos por eles mesmos e não, simplesmente, se limitam a apresentar respostas prontas a questões dadas pelo professor; os alunos exercitam suas habilidades de formulação de questões-problema e análise crítica do cenário para a compreensão e a resolução dos problemas; os alunos desenvolvem a capacidade de inter-relação e cooperação no trabalho em grupo, 19 pois buscam as informações e avaliam a sua importância para a resolução dos problemas e aprendem com autonomia; por fim, desenvolvem a capacidade de autoavaliação e avaliação do desempenho dos integrantes do grupo. Neste viés, foi desenvolvida uma pesquisa de campo em sala de aula, na qual foi necessário criar grupos. Logo após, os alunos receberam vídeos legendados em inglês no aplicativo de mensagens WhatsApp. Cada vídeo contém uma informação específica sobre um assuntos atuais e pertinentes aoensino, as equipes tiveram tempo de 10 minutos para compreender o assunto e logo após, pontuar suas opiniões em forma de tópicos, que foram encaminhados ao professor como resposta ao vídeo. Após a leitura coletiva dos tópicos pontuados pelos alunos, foram feitas perguntas previamente preparadas e o professor foi o intermediador, demonstrando mais uma vez que o professor é totalmente insubstituível no que diz respeito ao processo de aprendizagem dos alunos. As perguntas direcionaram os alunos a um debate voltado ao conteúdo abordado e cada aluno pode dar sua opinião e resolver a questão-problema apresentada pelo professor. A Abordagem Baseada em Problemas se mostrou eficaz ao ser combinada com o uso das TIC, pois além das informações recebidas em vídeos, os alunos puderam discutir entre si, bem como pesquisar fontes seguras, desenvolvendo um senso mais crítico com relação ao assunto. Ocorreu que ao final da pesquisa, os participantes foram indagados sobre o método utilizado e surtiu um efeito positivo, ainda pontuando que foi uma das formas mais eficazes que encontraram para o aprendizado do inglês, pois mantiveram o interesse e buscaram por mais informações, desenvolvendo uma indagação a cada questão apresentada. Observou-se também que as 4 habilidades reading (leitura), speaking (fala), writing (escrita) e listening (escuta) foram trabalhadas de forma plena, bem como também interpretação e senso crítico. As habilidades foram desenvolvidas em conjunto. Listening e reading foram trabalhadas juntas em forma de vídeos legendados. No momento, foi proposto aos alunos que ouvissem a temática e lessem a legenda. Logo após, foi desenvolvido o writing, quando enviaram seus tópicos escritos em resposta ao vídeo. Por último, o speaking foi trabalhado em forma de debates, nos quais os alunos puderam expressar suas opiniões como grupo e individualmente, abrindo espaço para discussão na sala, complementando, concordando ou mesmo discordando, de forma respeitosa, das opiniões propostas pelos outros grupos. 20 Assim, lidar com problemas existentes por meio da ABP, considera deixar de lado a ideia de que aprender significa memorizar conceitos. Mesmo diante das dificuldades apresentadas, é possível analisar como o uso de recursos digitais pode ser significativo para o ensino-aprendizagem, trazendo resultados satisfatórios fundamentados na aprendizagem baseada em problemas. Observa-se que a possibilidade de resolver uma questão desafia os participantes a buscarem entender o que foi apresentado e procurarem resolver o problema em questão, desenvolvendo o pensamento crítico. Diante da perspectiva de Souza e Dourado (2015), essa forma de aprendizagem contribui com a organização curricular e define as estratégias de ensino a serem aplicadas em combinação com outras estratégias, uma vez que os objetivos de aprendizagem venham a exigir uma compreensão mais profunda. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo buscou verificar o uso das Tecnologias das Informação e Comunicação (TIC) no processo de aprendizagem da língua inglesa e suas contribuições na aquisição da língua. Foi utilizada também a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), que é uma das teorias abordadas neste trabalho. Com base nos dois conceitos principais, o uso de recursos digitais e a geração de dúvidas em determinados assuntos instiga os alunos a buscar mais informações e desenvolverem um senso crítico, bem como o desenvolvimento de habilidades linguísticas. Foram usados trabalhos já desenvolvidos com as teorias abordadas dentro desses estudos, para fundamentar a pesquisa efetuada. Verificou-se ao final da pesquisa que os alunos acreditam que o uso das TIC podem ajudar no que diz respeito ao aprendizado, também relataram que os recursos utilizados ajudam na aquisição da língua inglesa, especialmente no que diz respeito à leitura e compreensão. Foi possível observar também que a habilidade de listening (escuta) e speaking (fala) são efetivamente trabalhadas quando a turma se engaja com o conteúdo e com a abordagem. Essa pesquisa pode servir como uma inspiração e estímulo para futuras pesquisas que podem ser realizadas nesta área, bem como ajudar profissionais da área a entenderem como podem utilizar as TIC e a ABP em conjunto, fazendo os alunos desenvolverem um senso crítico de determinados assuntos, como também aprimorarem seus conhecimentos nas 4 habilidades da língua inglesa. Futuras pesquisas podem conter resultados diferentes dos 21 propostos aqui, bem como a contribuição para o acréscimo das informações no que diz respeito às TIC e a ABP. 22 REFERÊNCIAS BATES, A.W. Technology, e-learning and distance education. New York: Routledge, 2005. BARROWS, H. S. A Taxonomy of Problem-Based Learning methods. Medical Education, v.20, p. 481-486, 1986. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. BRASIL. DELISLE, R. Como realizar a Aprendizagem Baseada em Problemas. Porto: ASA, 2000. FAUSTINI, C.H. 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