Buscar

Transição Demográfica e Epidemiológica

Prévia do material em texto

Transição Demográfica e Epidemiológica 
Beatriz Marinelli 
Uma população tende a aumentar quando o numero de imigrante e o numero de 
nascimento crescem, e tende a diminuir quando o numero de morte e de emigrante 
aumentam. 
 
DINÂMICA POPULACIONAL 
A dinâmica populacional é feita a partir dos recenseamentos demográfico, também 
conhecido como censo. No Brasil, o censo é realizado pelo IBGE a cada 10 anos, sendo 
o ultimo em 2010. Em países mais desenvolvidos, esse censo é executado a cada 20-25 
anos, não há necessidade de censos periódicos, uma vez que a dinâmica populacional 
tende a ser estática, isso é, não muda. 
O censo tem como objetivo alcançar todas as pessoas, mas isso não é possível, uma vez 
que ocorre omissão de informação por parte da população, prefeitos distorcem dados 
para receber mais verbas e é inviável entrevistar toda população. Logo, utilizam-se 
outras estratégias para atingir este objetivo por meio de estimativas e pelo sistema de 
informação em saúde (SIS). 
A dinâmica populacional serve para conhecer os dados do passado e do presente, 
estabelecer as necessidades atuais da população, realizar projeções para o futuro. Ou 
seja, é preciso saber a características de uma população para traçar investimento e 
planejamentos. 
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA 
Nos últimos anos a população cresceu muito e isso impacta diretamente em todos os 
ambitos, educação, saúde, emprego, meio ambiente e principalmente nos recursos que 
são finitos. 
 
 
 
 
CONTROVÉRSIAS SOBRE O IMPACTO DO CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO 
 
Thomas Malthus (1766-1834): alertava que as estruturas sociais não acompanhavam o 
crescimento desmedido da população, sendo necessário evitar a natalidade. Dizia ainda 
que a população cresce de forma geométrica, afirmando que não existe sociedade que 
suporte isso, sendo necessário que diminuísse a taxa de natalidade. 
 
 
Neomathusianos (tempos atuais): preocupação com todos os recursos: água, 
alimentação, empregos, recursos não renováveis, meio ambiente, habitação, saúde, 
educação. Fala também de planejamento familiar, que após a segunda guerra mundial, 
começou a parar de ter filhos. 
 
Corrente contrária a Malthus (dias atuais): defendem a ideia que de que o crescimento 
populacional é um fator importante para o desenvolvimento econômico de uma nação. 
Além disso, há diferenças regionais nas taxas de natalidade e mortalidade, o que poderia 
“equilibrar” esta balança, ou seja, existem lugares que tem muita gente nascendo do 
que outros. Esforços são para: planejamento, educação sexual, melhor nível de 
informação. Aumenta a educação, diminui o numero de filhos. 
 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
 
 São as mudanças que ocorrem na sociedade, em relação à fecundidade e à mortalidade. 
As populações mais antigas ou primitivas tinham alto índice de natalidade, uma vez que 
a população se casava muito jovem, e existia uma necessidade de um grande numero 
de filhos para aumentar o sustento do lar. Além disso, essas populações tinham altos 
índices de mortalidade, relacionado a doenças infecciosas e epidemias e catástrofes 
naturais e artificiais. Todos os países já saíram dessa fase, mas ainda é possível enxergar 
essa realidade em alguns países africanos. 
Na sociedade moderna, na maior parte do mundo, ainda permanecem os altos índices 
de natalidade, por uma resistência a mudanças. Mas existem alguns que essa taxa vem 
cada vez mais diminuindo, ameaçando ficar negativa, sendo preocupante pela futura 
falta de mão de obra. Já em relação a mortalidade, diminuiu, pelo maior controle sobre 
as doenças infecciosas e pela diminuição das consequências negativas das catástrofes 
(países como Japão se recuperam e dias). 
 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA – PREMISSAS 
 
1. As taxas de mortalidade tendem a declinar bem antes das de natalidade; 
2. A população crescerá enquanto houver diferenças entre as taxas de natalidade 
e mortalidade; 
3. Quando a natalidade começar a cair, é sinal de que o final do período de cresci-
me demo está próximo; 
4. Na medida em que as taxas voltarem a se encontrar em níveis próximos, a 
sociedade atinge um nível de estabilidade demográfica. 
 
O crescimento ocorre na fase 2 e 3, e esses são os estágios para que uma sociedade 
deixe de ser primitiva e passe a ser moderna. 
 
FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
 
1. Fase pré-transição: a população que se encontra nesta fase apresenta alta taxa 
de natalidade e mortalidade. Deve-se preocupar com a saúde materno infantil. 
2. Fase de aceleração demográfica: a população apresenta alta taxa de natalidade 
e a tava de mortalidade tende a decrescer. Deve-se preocupar com adulto. 
3. Fase de desaceleração demográfica: a taxa de natalidade decresce e a de 
mortalidade diminui. O Brasil hoje se encontra aqui, deve-se se preocupar com 
adulto. 
4. Fase de estabilização demográfica: a taxa de natalidade e mortalidade diminui. 
Característica de pais de 1º mundo, o crescimento populacional praticamente 
zero. Deve-se preocupar com saúde do idoso. 
5. Fase 5: fala-se de uma diminuição negativa da taxa de natalidade e a taxa de 
mortalidade diminui. 
 
 
 
INTER-RELAÇÃO ENTRE TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA X SEXO X IDADE 
 
Pirâmide de idade: é a representação gráfica da estrutura de uma população em relação 
à idade e ao sexo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pirâmide de idade – tendências próximas 
 
 
TIPOS DE PIRÂMIDES ETÁRIAS 
Pirâmide 1 ou jovem: neste caso, a taxa de natalidade e mortalidade é alta, levando a 
uma base larga e topo estreito da pirâmide, relacionada a doenças transmissíveis que 
levava a morte e pela falta de saneamento básico. Em relação a população, existia um 
grande numero de crianças e poucos jovens, pela baixa expectativa de vida. Essa 
pirâmide é comum no século XX, não existindo nenhuma população nessa fase. 
Nessa fase é necessário investimento na área: 
• Saúde: materno infantil, construção de maternidades, hospitais pediátricos, 
acompanhamento pré e pós natal, vacinação, distribuição de preservativos para 
evitar IST’s e tratamento dos doentes. 
• Educação: construção de creches e escolas. 
• Ambiente: saneamento básico. 
 
Pirâmide 2 ou adulta: é comum em países africanos, existe uma alta taxa de natalidade, 
mas a taxa de mortalidade está decrescendo. Nesse caso, nem toda criança que nasce 
morre, melhorou a saúde, atenção primaria e educação. A população apresenta um 
numero maior de jovens, mas mesmo assim a população não consegue envelhecer pela 
baixa expectativa de vida. 
Nessa fase é necessário investimento na área: 
• Saúde: saúde do trabalhador. 
• Educação: criação de empregos. A ausência de empregos pode gerar a migração 
(saída) dos jovens, diminuindo sua proporção na população e alterando as outras 
faixas etárias (aumentam os idosos e diminuem as crianças). 
 
 
Pirâmide 3 ou envelhecida: aqui começa-se a diminuir a natalidade e a mortalidade é 
baixa. O numero de crianças diminui e a principal população é a adulta, nessa já existe 
um numero maior de idosos. 
• Saúde: saúde do trabalhador. 
• Educação: criação de empregos. A ausência de empregos pode gerar a migração 
(saída) dos jovens, diminuindo sua proporção na população e alterando as outras 
faixas etárias (aumentam os idosos e diminuem as crianças). 
 
Pirâmide 4 ou rejuvenescida: possui baixa taxa de natalidade e mortalidade, o numero 
de crianças e adulto se tornam constante, já o numero de idosos tende a crescer. 
Característico de países de primeiro mundo. 
• Saúde: prevalência das doenças degenerativas e incapacitantes, que requeiram 
cuidados crônicos (consultas, exames, medicamentos, internações, instituições 
geriátricas); 
• Previdência: sobrecarga do sistema. 
 
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
 
Trata-se da demonstração das mudanças que ocorreram na sociedade no que diz 
respeito às doenças prevalentes em cada época. Geralmente, na etapa inicial da vida de 
um povo, predominamas doenças infecciosas e parasitárias, com o passar do tempo, há 
o aumento das doenças crônico-degenerativas. 
 
Sobre a transição epidemiológica em: 
 
Sociedades primitivas: 
• Encontram-se na 1º fase da transição demográfica; 
• As doenças e agravos são mais comuns: doenças infecciosas, causas externas 
(acidentes, homicídios e violência), carência alimentar. 
• Expectativa de vida ao nascer é baixa; 
• Condições sociais adversas: analfabetismo, pobreza, entre outras. 
 
Sociedades modernas: 
• Encontram-se na 4º fase da transição demográfica; 
• As doenças e agravos mais comuns são: 
• Doenças crônico-degenerativas e suas complicações; 
• Excessos alimentares; 
• Há uma queda nas doenças infecciosas. 
• Expectativa de vida ao nascer é alta. 
• Prioridades: prevenção e saúde do idoso. 
 
 
Transição de sociedades primitivas para modernas: 
• Encontram-se na 2º e 3º fase; 
• As doenças e agravos mais comuns variam bastante, tendo doenças infecciosas, 
crônico-degenerativas e alta diferença entre classes sociais; 
• Expectativa de vida ao nascer é intermediária. 
 
DETERIORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
• Industrialização, urbanização e modernização; 
• Melhora na qualidade de vida; 
• Efeitos prejudiciais: usos de recursos naturais, poluição, desmatamento e 
estresse; 
• Diferenças sociais: violência, acidentes, dependência química. 
 
NOVAS EPIDEMIAS E SITUAÇÕES 
• Há a queda nos índices de algumas doenças infecciosas e o surgimento de outras; 
• Doenças modernas. 
 
CONCENTRAÇÃO DA MORBIDADE NOS ESTRATOS INFERIORES DA SOCIEDADE 
• A redução das doenças infecciosas e o aumento das DCNT não estão igualmente 
distribuídos na população; 
• Razões: baixa renda e maior número de fatores de risco. 
 
MODIFICAÇÃO NO SEIO DA FAMÍLIA 
• Diminuição do número de filhos por casal; 
• Aumento das famílias “sem marido” e “sem filhos”; 
• Mulheres têm necessidade de trabalhar fora; 
• Idosos vivendo sozinhos e isolados; 
• Desvalorização dos idosos; 
• Valorização dos jovens; 
• Solidão.

Continue navegando