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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA – UNIFOR-MG CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA RANNER RODRIGUES COSTA AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES EQUIPAMENTOS DE MEDIDA EM LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS FORMIGA-MG 2015 RANNER RODRIGUES COSTA AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES EQUIPAMENTOS DE MEDIDA EM LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do UNIFOR-MG, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária. Orientador: Dr. Ronan Souza Sales FORMIGA – MG 2015 Ranner Rodrigues Costa AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES EQUIPAMENTOS DE MEDIDA EM LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do UNIFOR-MG, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Prof. Dr. Ronan Souza Sales Orientador ______________________________________________________________ Prof. Ms. Paulo Ricardo Frade UNIFOR-MG ________________________________________________________________ Prof. Dr. Kátia Daniela Ribeiro UNIFOR-MG Formiga, 27 de novembro de 2015. Dedico esse trabalho primeiramente a Deus que me deu o dom da vida, aos meus pais pelo incentivo e dedicação, à minha namorada pelo apoio e compreensão, aos meus familiares e aos meus amigos. AGRADECIMENTOS Primeiramente quero agradecer a Deus por minha vida e por tudo que tem feito por mim e meus entes queridos. Ao Sr. José Alves Costa pelo apoio, amor, carinho, incentivo e paciência nesse período da minha vida, muito obrigado papai. À Sra. Dilma Rodrigues Costa pelo amor que sempre foi me dado durante toda minha vida, muito obrigado mamãe. Devo agradecimentos também a uma pessoa em especial que há mais de um ano faz parte da minha vida, Luana Maria Silva, minha namorada e com a graça Deus minha futura esposa, muito obrigado meu amor por estar presente na minha vida. Aos meus queridos amigos de infância que estão presentes na minha vida até hoje, vocês são demais moçada. E também não poderia me esquecer dos meus novos amigos que fiz na classe, sem vocês não estaria aqui, muito obrigado pelo apoio e pela amizade de vocês meus queridos. E ao Prof. Dr. Ronan Souza Sales por aceitar ser meu orientador mesmo orientando tantos outros alunos, meus sinceros agradecimentos, de coração. RESUMO Neste trabalho foram realizados três levantamentos topográficos com equipamentos de medida diferentes com objetivo de mostrar a importância de cada aparelho e também sua melhor área de aplicação. A importância desse tema deve ser levado em consideração, pois a topografia é destinada a diversas áreas de atividades, sendo de fundamental importância principalmente para as engenharias. Com a utilização de equipamentos distintos, erros foram observados, variando principalmente de um equipamento para outro. Deste modo, o trabalho mostra a influencia dos erros através de mapa topográficos gerados a partir dos dados obtidos nos levantamentos topográficos realizados com cada aparelho. Foram utilizados dois aparelhos receptores de sinal GPS, um geodésico, um de navegação e um teodolito digital. Comparando os levantamentos de uma mesma área e os erros mais frequentes como deslocamentos, variação da área e do perímetro nos trabalhos e experimentos de campo realizados por profissionais da engenharia. Palavras-chave: Acurácia. Levantamento topográfico. Geodésia. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Análise da precisão e acurácia..................................................... 14 Figura 2 - Controle e uso do GPS.................................................................. 16 Figura 3 - Local onde foi realizado o experimento...................................... 21 Figura 4 - GPS de navegação Garmin 62sc.................................................. 22 Figura 5 - Base Rover do GPS geodésico TechGeo GTR – ABT.................. 23 Figura 6 - Teodolito Geodetic DT – 2ª........................................................... 24 Figura 7 - Detalhe da estaca e piquete em nível com o solo...................... 25 Figura 8 - Base móvel estacionada no ponto 1............................................ 26 Figura 9 - Receptor de sinal de GPS de navegação após leitura............... 27 Figura 10 - Teodolito no ponto estratégico.................................................... 28 Figura 11 - Mapa topográfico dos levantamentos......................................... 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Coordenadas UTM (WGS 84) do GPS de navegação................. 30 Tabela 2 - Coordenadas UTM (WGS 84) do GPS geodésico....................... 31 Tabela 3 - Dados obtidos com a leitura do teodolito................................... 32 Tabela 4 - Coordenadas planas em UTM do teodolito ................................ 33 Tabela 5 - Variação das áreas e perímetros.................................................. 34 Tabela 6 - Dados do GPS geodésico e variação em porcentagem............. 37 LISTA DE ABREVIATURAS cm - Centímetros m - Metros m² - Metro quadrados ha - Hectares INCRA - Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária IBGE - Instituto brasileiro de geografia e estatística GPS - Sistema de posicionamento global SIG - Sistema de informação geográfica SIRGAS - Sistema de referência geocêntricas das Américas NAVSTAR - Navigation System with Time and Ranging Positioning System Km - Quilômetros WGS - Sistema geodésico mundial UTM - Universal transversa de mercator SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 11 2 OBJETIVOS................................................................................................. 12 2.1 Objetivo geral.............................................................................................. 12 2.2 Objetivo específico..................................................................................... 12 3 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 13 3.1 Históricos da topografia............................................................................ 13 3.1.1 Exatidão e precisão.................................................................................... 14 3.1.2 Sistema de posicionamento global........................................................... 15 3.2 Receptores de GPS.................................................................................... 16 3.2.1 Posicionamento com GPS......................................................................... 17 3.2.2 Vantagens e desvantagens do sistema GPS........................................... 18 3.3 Diferença entre receptores de sinal GPS................................................. 19 4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 21 4.1 Localização e caracterização do experimento......................................... 21 4.2 Aparelhos utilizados................................................................................... 22 4.3 Coleta de dados.......................................................................................... 24 4.4 Análise dos dados...................................................................................... 285 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 30 5.1 Comparativo entre áreas e perímetros obtidos nos levantamentos..... 34 6 Considerações finais.................................................................................. 39 REFERÊNCIAS........................................................................................... 40 11 1 INTRODUÇÃO Com o processo de evolução contínua da humanidade ao longo dos tempos, a necessidade de métodos para se orientar e localizar–se no espaço passou a ser de fundamental importância. Nos primórdios da humanidade quando os homens ainda eram nômades utilizam-se os astros como forma de se localizar no meio. Através de observações das estrelas, conseguiam situar-se de acordo com a necessidade. Quando o homem passou de nômade para sedentário, as cavernas deixaram de serem utilizadas como moradia e as primeiras sociedades começaram a ser formadas e como resultado, vieram as primeiras construções da história humana. Com o aumento dessas construções, instrumentos passaram a ser criados para facilitação dessas obras, que foram desde cordas com simples nós, pedaços de madeira entalhada, bussolas, réguas, evoluindo até os tempos de hoje, que são usados aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites etc. A palavra Topografia é de origem grega, designa a representação “grafia” de lugares e “topo” da Terra. Em uma definição mais simplificada, a topografia tem como objetivo de representar uma porção da Superfície Terrestre, não sendo levada em conta a curvatura Terrestre. Existem atualmente, vários métodos e aparelhos que podem ser utilizados para a realização de levantamentos topográficos que variam de acordo com a precisão requerida no levantamento, a exemplo do uso de trenas, teodolitos, estação total, receptores de sinal do Sistema de Posicionamento Global (GPS) para navegação e geodésicos entre outros. Neste sentido o presente trabalho tem como objetivo avaliar a precisão de três métodos de levantamento topográfico em uma mesma área. 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar diferentes equipamentos de levantamento topográfico a fim de se identificar a precisão de cada um. 2.2 Objetivos Específicos Realizar um levantamento utilizando teodolito digital; Realizar um levantamento utilizando um receptor de sinal GPS de navegação; Realizar um levantamento utilizando um receptor de sinal GPS Geodésico; Comparar os diferentes métodos a fim de se avaliar a acurácia e precisão dos diferentes métodos; Comparar a diferença no levantamento desses equipamentos; Justificar as diferenças no mapeamento da área. 13 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Históricos da topografia É praticamente impossível de se determinar quando e em qual momento da história humana que a topografia foi usada pela primeira vez, mas em sua forma mais simples é certamente tão antiga quanto a historia da civilização. Os babilônios certamente praticaram algum tipo de topografia em 2.500 a.C. porque os arqueologistas encontraram mapas da Babilônia em tabuas com essa idade estimada, também a indícios de que a topografia foi usada na cultura egípcia desde 1400 a.C. para divisão de terras, construção das pirâmides e canais de irrigação, os romanos introduziram muitos avanços na topografia com seus grandes feitos na engenharia de construção durante todo seu império. (MCCORMAC, 2007). Ainda de acordo com McComarc (2007) topografia vem sendo usada na civilização há milhares de anos. Ela é a ciência que trata da determinação das dimensões e contornos da superfície física da Terra, através da medição de distancias horizontais, direções e altitudes. A topografia também inclui a locação de linhas e malhas necessárias para a construção de prédios, estradas, barragens, e outras estruturas. Além dessas medições de campo, a topografia compreende o calculo de áreas, volumes e outras quantidades, assim como a preparação de mapas e diagramas. Essa ciência encontra-se em constante evolução tecnológica, algumas chegando a serem inacreditáveis, como no sistema de coleta, medição, registro e visualizações das informações referentes à superfície da Terra, como por exemplo, as fitas de aço que eram usadas pelos topógrafos para fazer medições, os aparelhos para medição de ângulos (Teodolitos) que vem sendo substituído pelas Estações Totais e receptores de sinal GPS’s e os níveis de exatidão que eram usados para medir altitude, hoje em dia os topógrafos contam com equipamentos eletrônicos de alta precisão para medir, visualizar e registrar distâncias e posições de pontos automaticamente, que com a utilização de computadores e softwares específicos, esses dados são processados e utilizados para confecção de mapas e tabelas (MCCORMAC, 2007). 14 Porém não foram apenas os equipamentos de medição que se modernizaram também fazem parte dos avanços na área o desenvolvimento de programas e aplicativos que permitem uma maior eficiência no processamento dos dados obtidos (RODRIGUES, et.al. 2006). Esses avanços tecnológicos vêm contribuindo não apenas para os equipamentos que fazem medições e coletas de dados em campo, mas também para o Sistema de Informações Geográficas (SIG), Sistemas de Informações Territoriais e Sistemas de Posicionamento Global (GPS), Sensoriamento Remoto e outros (MCCORMAC, 2007). 3.1.1 Exatidão e Precisão Exatidão e precisão são termos usados constantemente na área da topografia, onde exatidão se refere à perfeição obtida nas medições, demostrando quanto que uma medida está próxima de seu valor real e precisão é a proximidade entre duas ou mais medidas, ambas extremamente importantes na área. De acordo com FAGGION (2001) “exatidão é um termo descritivo de resultados de operações exatas, portanto desvinculadas de observações. A definição acima cabe ao termo Acurácia.” Este termo quando traduzido para o português pode ser vinculado à palavra precisão e exatidão, porém se sabe que em português suas definições são diferentes. A FIG. 1 representa melhor a relação entre exatidão e precisão. Figura 1 – Análise da precisão e acurácia Fonte: Jornal Livre 15 3.1.2 Sistema de Posicionamento Global A humanidade tem procurado por um sistema para locação exata de pontos de pontos sobre a superfície da terro quase desde o início da história. Tal sistema está agora disponível é o Sistema de Posicionamento Global (NAVSTAR/GPS ou Navigation System by time and Ranging - Global Positioning System). Por volta de 1978 o Sistema de Defesa Americano lançou os primeiros satélites no espaço com o objetivo de ser possível localizar posições exatas e com maior velocidade na superfície da Terra. Durante cinco anos esse sistema foi mantido em segredo. Esses satélites estão em orbita a aproximadamente 20.200 km a cima da superfície da Terra completamente livres da atmosfera terrestre, com uma velocidade aproximada de 13917 km/h e com vida útil de sete anos, sendo necessário o lançamento de um novo para reposição (MCCORMAC, 2007). O Sistema de Posicionamento Global por Satélites NAVSTAR/GPS (Navigation System by time and Ranging – Global Positioning System), ou, apenas, GPS, é constituído por três componentes principais: o segmento espacial (satélites), o segmento terrestre (monitoramento e controle) e o segmento do usuário (receptores de sinal GPS e equipamentos associados). As três partes operam em constante interação, proporcionando, simultânea e continuamente, dados de posicionamento tridimensional (Latitude, Longitude e altitude), rumo, velocidade e tempo (hora), com alta precisão (MIGUENS, 2000). A FIG. 2 representa o contexto.16 Figura 2 – Controle e uso do GPS Fonte: http://www.clickideia.com.br Os satélites são constantemente monitorados pelo Sistema de Defesa Americano. Cada satélite contém vários relógios atômicos de alta precisão e constantemente transmite sinais de rádio usando seu próprio código de identificação. O Sistema de Defesa Americano tem quatro estações monitoras com base na Terra, três estações de transferência e uma estação de controle central. As estações monitoras rastreiam os satélites continuamente e fornecem dados para a estação de controle central. A estação de controle central calcula os caminhos dos satélites e coeficientes de correção do relógio e envia-os para uma estação de transferência. As estações de transferência transmitem os dados para cada satélite pelo menos uma vez por dia (HURN, 1989). 3.2 Receptores de GPS A necessidade de se obter aparelhos receptores de sinal NAVSTAR/GPS é de grande importância para o navegador, pois são eles responsáveis pela navegação e coordenação dos pontos, podendo se dizer que, são eles que definem a precisão dos dados recebidos e processados (FREITAS et al, 2004). Nos tempos de hoje existe uma vasta variedade de aparelhos que recebem sinal GPS, três tipos para ser mais exato, são eles: os que recebem apenas o código, os tornando menos precisos e de baixo custo, sendo receptores usados na 17 navegação, podendo ser usado como exemplo o GPS usado em veículos, os receptores que registram o código e a diferença de fase, que são utilizados na Geodesia e na Topografia, tendo maior custo e os que registram apenas a diferença de fase. Podendo ser também classificados de acordo com sua antena: os receptores de navegação, baixo preço e precisão, são de monofrequencia (L1) e os de maior precisão e alto custo possuem antena de dupla frequência (L1, L2) sendo esses utilizados em levantamentos topográficos (MCCORMAC, 2007). 3.2.1 Posicionamento com GPS O posicionamento com GPS é baseado na determinação da distância instantânea entre uma ou mais estações terrestres e vários satélites. As distâncias podem ser medidas pelo método do código ou pelo método da fase portadora (CASACA, 2005). As ondas portadoras que são transmitidas podem ser captadas por vários modelos distintos de receptor/processador que estão disponíveis no mercado. O ponto mais importante dos receptores é o número de canais de recepção: o receptor que possui um canal tem que sintonizar sucessivamente, por curtos períodos, os diversos satélites que estão em orbita, o que possui quatro canais pode associar cada canal a um satélite distinto. A observação simultânea das duas frequências (L1 e L2) permite a utilização de métodos baseados na sua combinação para a correção da refração atmosférica e para a determinação de ambiguidades de ciclo (MATOS, 2005). O posicionamento com o GPS pode ser absoluto ou diferencial, sendo: posicionamento absoluto, definido pelo sistema WGS 84 utilizado principalmente para navegação é realizado com apenas um receptor resultando posições incertas, variando com um erro de três a cincos metros; o posicionamento diferencial é realizado com dois receptores, um deles, o receptor de referencia é estacionado num ponto com coordenadas conhecidas, enquanto o outro é estacionado sucessivamente em pontos cujas coordenadas se pretende determinar (CASACA, 2005). 18 O sistema WGS 84 é o sistema geodésico mundial desenvolvido pelo Departamento da Defesa Americano. No seu desenvolvimento utilizaram como base os parâmetros do sistema geodésico constituído por um elipsoide de referência global e um modelo de gravidade. A origem das coordenadas deste sistema geodésico é o centro da Terra, pensando-se que o erro é inferior a 2 cm. A última revisão do sistema foi efetuada em 2014, no ano em que se foi adotado o sistema Datum SIRGAS 2000 como o sistema padrão para as Américas (REVISTA DE GESTÃO COSTEIRA INTEGRADA, 2015). O Datum SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas) tem como objetivo compatibilizar os sistemas geodésicos dos países da América do Sul, promovendo a definição e o estabelecimento de um referencial único, com precisão compatível com a tecnologia atual de posicionamento geográfico, com auxílio de satélites e com a metodologia cartográfica com base na geodesia (IBGE, 2006). 3.2.2 Vantagens e Desvantagens do Sistema GPS A grande vantagem deste sistema é a sua capacidade de integração com outros sistemas, ressaltando sua relação com o Sistema de Informação Geográfica (SIG), capaz de produzir mapas digitais em tempo real com alta precisão. A interface entre os dois sistemas permite uma maior velocidade na obtenção e tratamento dos dados georreferenciados. O GPS é o ponto chave da junção destes dois sistemas, pois permite inicialmente a aquisição dos dados, os quais constituirão a base geométrica para a análise espacial pelos SIG’s. Desse modo pode-se alcançar grande velocidade e precisão na coleta de dados, conduzindo a uma significativa melhoria nos mapeamentos geológicos, geodésicos e ambientais (LANDIM, 2002). As desvantagens do sistema de GPS são mínimas se comparadas com as vantagens e facilidades obtidas com o uso deste tipo de levantamento, podendo se destacar algumas desvantagens como a necessidade de intervisibilidade com os satélites e os receptores; o sinal dos satélites não pode ser obstruído seja ele por qualquer objeto o que inviabiliza seu uso perto de construções e prédio; pode ocorrer interferências sobre o sinal, provocadas por outros sinais ou campos 19 eletromagnéticos, essas condições podem prejudicar o acesso a boa recepção do sinal (SILVA, et.al.2006). 3.3 Diferenças entre receptores de sinal GPS A precisão e a exatidão do posicionamento com receptores de GPS (Global Positioning System) devem estar em consonância com a finalidade do levantamento (Vettorazzi et al., 1994). O tipo de equipamento e as condições de operação e de configuração dos receptores alteram a eficácia do levantamento (BAIO et al., 1998; ROCHA, 2002). Baio et al. (1998) cita as principais fontes de erros para o posicionamento, ao se utilizar do sistema GPS: a disposição geométrica dos satélites, o efeito do multicaminhamento, o erro do relógio do receptor GPS, a interferência da ionosfera e o erro orbital do satélite. Afirmam, ainda, que a acurácia do sistema depende de vários fatores, dentre eles: configuração do sistema GPS no momento do posicionamento; frequência do sinal GPS utilizado para o posicionamento (L1, L2 ou C/A); interferência do multicaminhamento no sinal GPS, e o método utilizado para a correção diferencial (satélite, rádio, pós-processado). Contudo, nesse contexto, o uso de receptores GPS de navegação difundiu- se junto aos técnicos do setor agrícola, sobretudo com a finalidade de levantamentos expeditos de áreas e localização de pontos georreferenciados para agricultura de precisão. Esses equipamentos apresentam menor custo de aquisição entre os receptores de GPS, por receberem apenas o sinal C/A (Coarse Acquisition Code), porém apresentam baixa precisão e exatidão (Luz et al., 1996). De acordo com HAN el al. 1994, para se aumentar a acurácia do sistema, pode-se usar uma técnica de correção das posições, denominada correção diferencial. Assim, para o funcionamento do sistema de GPS diferencial ("Differential Global Positioning System - DGPS"), um segundo receptor, denominado receptor ou estação-base, deveria ser instalado em um ponto fixo e de coordenadas conhecidas. O erro de posicionamento pode ser estimado por meio da comparação entre os valores calculados pelo receptor fixo de GPS e as coordenadas conhecidas do ponto e pode ser transmitido, via rádio, para o receptor 20 móvel, o qual fará a leitura da correção enviadapela base, e o valor da posição a ser armazenado pode ser então, previamente corrigido. 21 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Localização e caracterização do experimento O experimento de campo foi conduzido na Fazenda Laboratório de propriedade do Centro Universitário de Formiga UNIFOR-MG, localizada no município de Formiga, região Centro Oeste do estado de Minas Gerais, as margens da rodovia estadual MG 050, cujas coordenadas UTM da sede são 451066.00 m E e 7736886.00 m S estando estás na zona 23K tendo como base podendo ser observada na (FIG. 3). Figura 3 - Local onde foi realizado o experimento Fonte: Google Earth Pro, 2015 Os levantamentos foram realizados no dia vinte, do mês de outubro do ano de 2015, sendo visada a igualdade quanto o fator climático, evitando assim interferências na obtenção dos dados. 22 4.2 Aparelhos utilizados O levantamento topográfico da área foi realizado com a utilização de três aparelhos distintos sendo eles dois receptores de sinal GPS (navegação e geodésico) e um Teodolito digital. O receptor geodésico de sinal GPS de navegação utilizado no experimento foi o da marca Garmin, modelo GPSMAP 62sc, que se encontra com calibragem de fabricação, sendo fabricado no ano de 2014, possuindo de acordo com o manual do fabricante precisão de 10 m (FIG. 4). Figura 4 – GPS de navegação Garmin 62sc Fonte: Acervo pessoal O receptor de sinal GPS utilizado no experimento foi o da marca TechGeo, modelo GTR – ABT, cuja sua última calibragem foi realizada no ano de 2014, possuindo de acordo com o manual do fabricante precisão de 1cm para distâncias de até 20 km da base (FIG. 5). 23 Figura 5 – Aparelho receptor de sinal GPS geodésico Fonte: Acervo pessoal O teodolito utilizado no experimento foi da marca Geodetic, modelo DT – 2A, fabricado no ano de 2014, calibrado pela última vez no dia vinte e dois de dezembro de dois mil e quatorze, possuindo de acordo com o manual do fabricante precisão de aproximadamente 6 cm (FIG. 6). 24 Figura 6 – Teodolito Geodetic DT – 2A Fonte: Acervo pessoal 4.3 Coleta de dados Na área em que foi realizado o levantamento topográfico primeiramente foram colocados piquetes de madeira em nível com o solo, próximo a esses piquetes foram colocadas estacas também de madeira com a parte superior pintada de branco para melhor visualização da mesma e também foi escrito em cada estaca a sequência dos pontos (FIG. 7). 25 Figura 7 – Detalhe da estaca e piquete em nível com o solo Fonte: Acervo pessoal O método utilizado para coleta dos dados com o aparelho receptor de sinal geodésico foi o caminhamento. O aparelho possui uma base móvel (ROVER) com regulagem de altura com aproximadamente 2,6 m, que foi estacionada no piquete em cada ponto estaqueado do polígono, foi utilizado a base com 2 m de altura para melhor recepção do sinal, foi necessário um tempo de espera de aproximadamente de 40 a 60 s para a estabilização do sinal em cada ponto coletado (FIG.8). 26 Figura 8 – Base móvel estacionada no ponto 1 Fonte: Acervo pessoal Para a coleta de dados com receptor de sinal GPS de navegação o método de caminhamento também foi utilizado, o aparelho foi colocado sobre os piquetes de cada ponto, na mesma sequência de pontos feita no receptor de sinal GPS geodésico, sendo necessário um tempo de espera de 30 s para estabilização do sinal, sendo maior esse tempo quando a leitura foi realizada muito próxima a árvores (FIG. 9). 27 Figura 9 – Receptor de sinal de GPS de navegação após leitura Fonte: Acervo pessoal A obtenção dos dados topográficos com o teodolito digital foi a partir do método de Irradiação Taqueométrica, que consiste na utilização de apenas uma base estacionaria, não sendo necessária a mudança do aparelho de lugar durante o levantamento, dessa base foi possível a visualização de todos os vértices do polígono, e com o auxílio de uma segunda pessoa, a mira foi colocada sobre os piquetes de cada um dos vértices que compõem o polígono e a leitura dos fios superior, médio e inferior, ângulos internos verticais e horizontais foram realizadas (FIG. 10). 28 Figura 10 – Teodolito no ponto estratégico Fonte: Acervo pessoal 4.4 Análise dos dados Para cada aparelho utilizado no levantamento da área, foram utilizados softwares e métodos de processamento distintos. As plantas baixas foram confeccionadas no software AutoCAD utilizando-se as coordenadas planas em UTM obtidas no processamento dos dados. Os dados obtidos através do receptor de sinal GPS geodésico armazenados na coletora foram transferidos para o software da TechGeo compatível com o aparelho, onde esses dados foram processados e transformados em coordenadas topográficos, possibilitando a confecção da planta baixa. Para o aparelho receptor de sinal GPS de navegação, os dados obtidos no levantamento em campo foram transferidos para o software compatível criado pelo fabricante e diretamente transferidas para o AutoCAD. Para a leitura de cada ponto do polígono com o teodolito, os dados foram anotados em uma planilha de campo contendo as leituras dos fios superior, médio e inferior obtidos na mira, e dos ângulos horizontais e verticais para cada ponto 29 visado. De posse desses dados, foram realizados os cálculos manuais utilizando- se fórmulas matemáticas para o processamento dos dados e chegando às coordenadas planas em UTM de acordo com a metodologia de Sales (2013), sendo posteriormente realizada a confecção da planta dos diferentes levantamentos para posterior comparação. 30 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em cada um dos levantamentos foram obtidas as coordenadas planas no sistema UTM em todos os vértices do polígono sendo estas geradas de maneira independente em cada método utilizado. A TAB. 1 apresenta as coordenadas planas em UTM obtidas no aparelho receptor de sinal GPS de navegação e as distancias entre os mesmos. Tabela 1 – Coordenadas UTM do GPS de navegação Vértices Leste (m) Norte (m) Pontos Distância entre pontos (m) P - 1 451.131,000 7.737.933,000 P1 – P2 57,8014 P – 2 451.166,000 7.736.976,000 P2 – P3 60,5392 P – 3 451.197,000 7.737.031,000 P3 – P4 50,1199 P – 4 451.221,000 7.737.075,000 P4 – P5 32,7567 P – 5 451.193,000 7.7370.92,000 P5 – P6 54,2530 P – 6 451.146,000 7.737.120,000 P6 – P7 32,6233 P – 7 451.135,000 7.737.090,000 P7 – P8 16,1245 P – 8 451.133,000 7.737.074,000 P8 – P9 19,3132 P – 9 451.140,000 7.737.056,000 P9 – P10 33,1059 P – 10 451.126,000 7.737.026,000 P10 – P11 30,4138 P – 11 451.105,000 7.737.004,000 P11 – P12 13,6015 P – 12 451.094,000 7.736.996,000 P12 – P13 42,7551 P – 13 451.086,000 7.736.954,000 P13 – P14 21,1896 P – 14 451.106,000 7.736.947,000 P14 – P1 28,3561 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Os dados obtidos com o aparelho receptor de sinal GPS geodésico foram processados, sendo obtidas as coordenadas planas sendo estas apresentadas na TAB. 2. Percebe-se que houve diferença em relação às coordenadas obtidas através do receptor de sinal GPS de navegação diferença esta que se dá pela 31 precisão de cada aparelho, onde deve ser salientado que o receptor de navegação não pode ser utilizado em levantamentos topográficos de acordo com a legislação vigente no país. Tabela 2 – Coordenadas UTM do GPS geodésicoVértices Leste (m) Norte (m) Pontos Distâncias entre pontos(m) P – 1 451.131,1570 7.736.932,5430 P1 – P2 57,7031 P – 2 451.165,3690 7.736.979,0100 P2 – P3 59,3652 P – 3 451.195,2100 7.737.030,3300 P3 – P4 50,1004 P – 4 451.219,9550 7.737.073,8930 P4 – P5 32,7447 P – 5 451.191,4990 7.737.090,0940 P5 – P6 52,0254 P – 6 451.147,3900 7.737.117,6810 P6 – P7 30,2363 P – 7 451.135,2610 7.737.089,9840 P7 – P8 12,9208 P – 8 451.134,3270 7.737.077,0970 P8 – P9 20,4549 P – 9 451.136,4773 7.737.056,7430 P9 – P10 33,1876 P – 10 451.126,3680 7.737.025,0940 P10 – P11 29,6705 P – 11 451.104,2670 7.737.005,2980 P11 – P12 11,7790 P – 12 451.095,9280 7.736.996,9790 P12 – P13 45,0947 P – 13 451.078,7800 7.736.955,2720 P13 – P14 28,7785 P – 14 451.105,2750 7.736.945,6780 P14 – P1 29,0242 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Para a obtenção das coordenas planas em UTM para o levantamento realizado com o teodolito foram utilizados os dados obtidos a partir das leituras realizadas em campo (TAB. 3). 32 Tabela 3 – Dados obtidos com a leitura do teodolito Ponto Visado Ângulo horizontal Ângulo vertical Leitura da mira (m) Ré Vante FI FM FS P1 0° 00’ 00” 89º 27’ 21” 0,600 1,140 1,180 P2 353º 58’ 41” 89º 10’ 26” 0,400 0,600 0,920 P3 203º 27’ 24” 85º 27’ 07” 0,200 0,255 0,310 P4 182° 59’ 05” 84º 19’ 56” 0,300 0,595 0,890 P5 153º 22’ 13” 89º 32’ 17” 0,200 0,525 0,850 P6 126º 15’ 11” 93º 12’ 07” 0,400 0,900 1,400 P7 110º 33’ 41” 95º 34’ 56” 0,300 0,725 1,150 P8 104º 16’ 30” 96º 19’ 13” 0,300 0,670 1,040 P9 91º 23’ 39” 98º 01’ 55” 0,300 0,605 0,910 P10 59º 41’ 01” 97º 40’ 03” 0,300 0,605 0,910 P11 45º 15’ 48” 95º 27’ 35” 0,300 0,730 1,160 P12 41º 38’ 37” 94º 47’ 21” 0,300 0,780 1,260 P13 26º 24’ 08” 91º 53’ 46” 0,300 0,950 1,600 P14 15º 03’ 25” 90º 41’ 27” 0,300 0,880 1,460 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Utilizou-se a metodologia descrita por Sales (2013) para a obtenção coordenadas planas que se encontram na TAB. 4, percebe-se que os valores encontrados também diferiram em relação ao GPS geodésico. 33 Tabela 4 – Coordenadas planas em UTM do teodolito Vértices Leste (m) Norte (m) Pontos Distâncias entre pontos (m) P – 1 451.131,0575 7.736.932,7642 P1 – P2 56,5514 P – 2 451.164,8007 7.736.978,1455 P2 – P3 61,3922 P – 3 451.195,7396 7.731.031,5731 P3 – P4 48,3359 P – 4 451.219,5744 7.737.073,6238 P4 – P5 32,1758 P – 5 451.191,8974 7.737.090,0330 P5 – P6 51,2640 P – 6 451.148,4455 7.737.117,2347 P6 – P7 29,4217 P – 7 451.134,6045 7.737.091,2720 P7 – P8 14,0383 P – 8 451.135,4802 7.737.077,2610 P8 – P9 19,9190 P – 9 451.136,3874 7.737.057,3627 P9 – P10 32,7098 P – 10 451.126,9620 7.737.026,0511 P10 – P11 31,0192 P – 11 451.095,7962 7.737.005,1386 P11 – P12 11,6019 P – 12 451.095,7962 7.737.996,9513 P12 – P13 45,4197 P – 13 451.077,3136 7.736.955,4622 P13 – P14 27,9489 P – 14 451.103,1862 7.736.944,8909 P14 – P1 30,3951 Fonte: Dados da pesquisa, 2015. Percebe-se em relação as tabelas 1, 2 e 3, que o deslocamento entre os levantamentos acontecem em ordem crescente a partir do GeoTech GTR-ABT (tendo este tomado como base) passando pelo Garmin GPSMAP 62sc e por último o Geodetic DT – 2A que apresentou o maior deslocamento entre os levantamentos topográficos. Os deslocamentos observados acontecem pelo fato de que cada equipamento topográfico utilizado no experimento apresenta particularidades distintas como, por exemplo, métodos de processamento e armazenamento dos dados, precisão, métodos de levantamento, quantidade e qualidade de captação do sinal dos satélites. O levantamento topográfico realizado com o aparelho receptor de sinal GPS geodésico pode ser considerado o mais preciso entre eles, tanto para o perímetro e 34 cálculo da área, quanto para o posicionamento geográfico de cada vértice, pois o equipamento apresenta melhor precisão em relação aos outros aparelhos (aproximadamente 1 cm) ; sua base fixa possibilita fazer a triangulação que diminui a quantidade de erros, o processamento foi realizado no software compatível criado pelo fabricante do aparelho que permite correção de dados para cada ponto coletado; e possui uma frequência dupla na captação dos sinal dos satélites. O aparelho receptor de sinal GPS de navegação apresenta muita variação na frequência de satélites, pois em todas as leituras, sendo necessário um maior tempo de espera para que ocorresse a estabilização do sinal e mesmo assim a precisão variou entre 0,25 a 7,35 m, valores que não podem ser considerados satisfatórios para levantamentos topográficos. O teodolito digital utilizado no experimento possui precisão de aproximadamente 6 cm, sendo o que mais interfere no equipamento são, os erros humanos na leitura da mira e verticalidade da mesma, desnivelamento do aparelho no momento das leituras, interferências climáticas e a utilização de dados de partidas obtidos a partir de aparelhos imprecisos. O levantamento com o teodolito digital foi realizado com os dados de partida obtidos pelo aparelho receptor de sinal GPS geodésico, sendo assim, os descolamentos não podem ser justificados pelo uso de dados de partidas imprecisos, restando apenas erros humanos no levantamento. 5.1 Comparativo entre áreas e perímetros obtidos nos levantamentos Nos levantamentos topográficos realizados, observou-se que as áreas e os perímetros apresentam variações que podem ser observadas na (TAB. 5). Tabela 5 – Variações das áreas e perímetros Aparelhos Áreas (m²) Perímetros (m) Geodésico 11.434,0709 492,4854 Navegação 11.487,3979 492,9532 Teodolito 11.489,7600 492,2000 Fonte: Dados do trabalho, 2015. 35 Para a determinação de áreas e perímetros, todos os equipamentos são relativamente satisfatórios de uma maneira geral, mas para a determinação de pontos geográficos o aparelho receptor de sinal GPS de navegação obteve resultados insatisfatórios, pois houve no vértice nome como Ponto 13, um deslocamento de 7,33 m em relação ao mesmo vértice em que se foi usado o receptor de sinal GPS geodésico para a realização da leitura. A utilização do teodolito digital para o levantamento topográfico também não apresentou resultados satisfatórios na precisão das coordenadas geográficas, devido aos erros humanos, e a própria precisão do aparelho, diante desses dados, o uso do GPS geodésico se faz mais indicado por ser mais correto e preciso. Tratando-se de levantamentos topográficos, cada aparelho tem sua relevância e finalidade, cabendo ao técnico o máximo empenho de sua parte evitando-se assim o máximo de erro possível. A confecção do mapa topográfico no software AutoCAD a partir dos dados obtidos no levantamento representa de maneira mais evidente, a diferença e o deslocamento entre os vértices (FIG. 11). 36 Figura 11 - Mapa topográfico dos levantamentos Fonte: Dados do trabalho, 2015 37 Mesmo com o deslocamento que houve na leitura dos vértices do polígono, o teodolito, que está representado em traçado verde na FIG. 11 acima, é utilizado e recomendado para várias áreas da engenharia, como na determinação de curvas de nível, pois apresenta melhor precisão nessa utilização, nivelamento de terrenos, divisão de terras, dentro outros tipos de serviços. Os aparelhos receptores de sinal GPS de navegação, representados em traços vermelhos na FIG. 11 acima, são muito utilizados hoje em dia, pela facilidade de manuseio e também pelo fato de que o custo emrelação aos outros aparelhos é mais baixo, viabilizando seu uso. Eles são utilizados pelos órgãos de fiscalização governamental, embora o uso não seja de total legalidade, podem ser empregados também em várias áreas da engenharia, como por exemplo, retificação de áreas, averbação de reserva legal dentre outros. O aparelho receptor de sinal GPS geodésico, representado na FIG. 11 acima com traçados em preto, é menos utilizado devido ao alto custo de aquisição e pela necessidade de mão-de-obra qualificada para sua correta operação, mesmo assim há projetos que necessitam exclusivamente do uso desse aparelho. Contudo, a relação de cada levantamento topográfico realizado com os diferentes aparelhos citados, pode ser descrito de uma maneira clara e objetiva para um melhor entendimento. O aparelho receptor de sinal GPS geodésico foi tomado como referência por apresentar melhores resultados em suas leituras pelo fato de que sua acurácia e precisão são maiores do que os de mais aparelhos. Os dados podem ser observados na (TAB. 6). Tabela 6 – Dados do GPS geodésico e variação em porcentagem Aparelho referência Área (m²) Perímetro (m) GPS Geodésico 11.434,0709 492,485 Relação entre aparelhos Variação da área (%) Variação do perímetro (%) Geodésico/Navegação 0,4663 0,0900 Geodésico/Teodolito 0,4870 - 0,05795 Fonte: Dados do trabalho, 2015. 38 As variações que acorreram apesar de serem pequenas reforçam a ideia de que o uso do aparelho receptor de sinal geodésico é de maior necessidade em levantamentos com maior relevância, como por exemplo, processos de certificação junto ao INCRA (Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária) e processos judiciais, que são de utilidade pública após suas formalizações. 39 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Fazendo-se uma análise de cada levantamento topográfico, pode-se notar uma variação nas coordenadas nos vértice dos polígonos devido à utilização de aparelhos diferentes que apresentam características distintas, como métodos de armazenamento, processamento dos dados, antenas, qualidade da recepção do sinal, essas diferenças que fazem com que aconteçam os deslocamentos das coordenadas. Para a obtenção dos dados a partir dos aparelhos receptores de sinal GPS, foi utilizado o mesmo método, o de caminhamento, onde os aparelhos foram estacionados nos vértices e a leitura só foi realizada quando o sinal estava estabilizado, os dois aparelhos encontravam-se devidamente calibrados, mesmo assim houveram deslocamentos entre as coordenadas, diferenças nas áreas e perímetros. O teodolito obteve melhores resultados na questão de deslocamento entre as coordenadas, porém apresentou maior diferenciação na área, havendo uma necessidade de maior cuidado na realização das leituras diminuindo assim a possibilidade de erros. Contudo, o aparelho receptor de sinal GPS de navegação apresentou em alguns vértices, coordenadas com deslocamentos mais significativos em relação ao GPS geodésico do que o teodolito, porém obteve maior compatibilidade em sua área. Maximizando assim a utilização do aparelho receptor de sinal GPS geodésico principalmente para levantamentos topográficos de significativa importância, como os processos judiciais, graças à sua melhor precisão. 40 REFERENCIAS MCCORMAK, J. Topografia. 5. ed. v.1, p. 1- 389. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2007. ÂNGULO FILHO, R.; BAIO, F.H.R.; ELIAS, A.I.; RAFFO, J.G.G.; VETTORAZZI, C.A.;. Estudo da exatidão de um GPS operando em duas taxas de aquisição de dados. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 27., Poços de Caldas, 1998. Anais... Lavras: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 1998. p.347-9. LUZ, R.T.; CORREIA, J.D. & PESSOA, L.M.C. Posicionamento com receptores GPS amadores: Alguns resultados. In: GIS BRASIL 96 - CONGRESSO E FEIRA PARA USUÁRIOS DE GEOPROCESSAMENTO, 2., Curitiba, 1996. Anais... Curitiba, Sagres, 1996. p.475-483. TONELLO, M.S; BORTOLUZZI, E.C. 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